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{ } Mecanismos de defesa pulmonar * Estamos em exposição constante a agressões externas * Ar respirado: mistura de gases e material particulado: - vírus e bactérias, material inorgânico, material orgânico, gases irritantes * Necessidade de homeostase alveolar: - aquecimento, saturação com vapor de água (umidificado), esterilização do ar * Os mecanismos de defesa estão presentes desde o nariz até os alvéolos * Grande reserva funcional de defesa: - deposição de partículas - macrófagos alveolares - resposta imune celular - aparelho mucociliar - tosse depuração normal das vias aéreas - vias aéreas patentes Deposição de partículas * As partículas que penetram nas VAs são carreadas pelo fluxo inspiratório * Dependendo do tamanho das partículas e padrão de fluxo aéreo - pode ter deposição em diferentes locais * Pode gerar alterações no padrão de fluxo: - diminuição progressiva do fluxo - turbulento: é o fluxo que todo ar tem que passar, portanto é um grande fluxo de ar e turbulento - laminar: ao chegar nas divisões o ar se dissipa mais e se torna laminar, sendo mais laminar (tranquilo) nas vias aéreas distais - difusão: local de fluxo bem tranquilo e harmonioso, nas pequenas vias aéreas * Impactação Inercial: - filtra grandes partículas (10 a 5 µm), no fluxo turbulento e transicional - ocorre no nariz, grandes e médias VA -o fluxo turbulento faz com que as partículas “batam” nas paredes e se grudem no muco * Sedimentação gravitacional: - fluxo laminar, filtram partículas menores (5 a 1 µm) - a ação da gravidade atua para que as partículas grudem no muco - ocorre nas pequenas vias aéreas * Algumas partículas ainda acabam chegando nos alvéolos, mas são muito pequenas (vírus, bactérias e outras) Macrófagos alveolares * Fazem a limpeza de partículas de pequeno tamanho das pequenas vias aéreas através da fagocitose, os macrófagos transportam a partícula até as células ciliadas (aparelho mucociliar) ou linfócitos para serem eliminadas. * Exercem a sua função com o auxílio de substâncias antimicrobianas: IgG * Células reguladoras da resposta imune Aparelho mucociliar * Epitélio respiratório é formado por células pseudoestratificadas ciliadas - desde o nariz até bronquíolos terminais, não estando presente nos bronquíolos respiratórios e nem nos alvéolos * Glândulas mucosas VAs e células claras do epitélio respiratório que produzem o muco, mas quanto mais delgada a via, menos tem essa produção. * Para funcionamento adequado: - ter a interação entre o filme de muco e batimentos ciliares - propriedades do muco/função dos cílios * Funções: - proteção das VAs - captar e transportar partículas até as regiões distais (boca, nariz) - lubrificar as vias aéreas - umidificar o ar - diluir substâncias tóxicas * Cada célula ciliada possui cerca de 200 cílios Muco brônquico: * É um filme de secreção que reveste as vias aéreas de condução com aspecto de gel, sua composição é de água (95%), íons, proteínas, lipídios e glicoproteína (mucinas), proteínas do complemento e imunoglobulinas * É constituído de 2 camadas: - hipófase sol: periciliar contínua, aquosa - epífase gel: mais externa, viscosa Batimento Ciliar: * Depende das fases gel e sol para conseguir bater e eliminar as partículas e o próprio muco, a frequência do batimento ciliar é de 10 a 14 Hz e transporta de 10 – 100 ml muco/dia * Efetivo: o topo do cílio toca a camada gel em um movimento unidirecional em direção à glote trazendo o gel e partículas * Retorno: se faz de forma lenta em 2/3 da duração do batimento, o movimento retrógrado do muco é minimizado (lento) e através da camada sol - assim proporciona maior eficiência do sistema ao não trazer de volta o gel * O movimento de propulsão dos cílios acontece num sincronismo: metacronismo - os cílios estão sequencialmente fora de fase, o que garante melhor desempenho no transporte do muco Resumindo: a eficácia do aparelho mucociliar vai depender do batimento ciliar, quantidade de muco, propriedades viscoelásticas (reologia) do muco e profundidade/tamanho da camada ciliar Tosse eficaz * Depende da capacidade de gerar altos fluxos expiratórios * Em casos de falência de extubação (fluxo expiratório muito baixo), o paciente não consegue proteger suas vias aéreas, tendo um diagnóstico de tosse ineficaz Depuração anormal das vias aéreas * Ocorre quando o aparelho muco ciliar não é eficientes, a tosse é ineficaz e as vias aéreas não são patentes - causa retenção de secreções = obstrução das VAs Consequências da Obstrução das VA * A obstrução brônquica resulta em restrição de fluxo aéreo, com isso há um aumento da resistência das VAs (RVA) por ter o raio diminuído com o acumulo de secreção. É necessário então fazer um trabalho respiratório maior para vencer a resistência aumentada, chegando num ponto em que os músculos respiratórios inspiratórios não conseguem manter o funcionamento, levando a uma diminuição da capacidade funcional e consequentemente a uma insuficiência respiratória * Outra questão importante é que o muco é um meio de crescimento de bactéria ideal, pois é úmido, aquecido (36,5 – 37°C ) e é muito proteico. Assim ao ter um acumolo excessivo de secreção, o paciente tem um meio de cultura propicio para o crescimento bacteriano, podendo acarretar infecções, que se forem recorrentes podem gerar uma lesão no epitélio produzindo mais muco e mais obstrução brônquica * A obstrução crônica pode levar a atelectasias, pois com a obstrução impedindo a chega de ar nos alvéolos cauza atelectasias. As atelectasias vão levar à um distúrbio na relação ventilação perfusão (V/Q), já que o capilar que passa ao entorno desse alvéolo não vai realizar a troca, o que leva a uma hipoxemia, resultando no aumento do trabalho dos músculos respiratórios. Outra coisa que acontece decorrente da atelectasia é uma diminuição da capacidade residual funcional (CRF) e diminuição da complacência, que também leva ao aumento do trabalho dos músculos respiratórios. Terapia de Higiene Brônquica * Indicações: - depuração mucociliar prejudicada - produção excessiva de muco (bronquiectasia, pneumonia, DPOC, asma) - retenção de secreções (tosse ineficaz) *Objetivo: - mobilizar e remover o excesso de secreções brônquicas - manter as vias aéreas pérvias * No geral consiste em: descolamento – deslocamento – expectoração Técnicas de remoção de secreção brônquica * Existem vários mecanismos de ação como: - escoamento gravitacional (não é mais utilizada)= postura (gravidade) - aumento do volume inspirado= mobilização, posicionamento, exercício respiratório, espirômetro incentivo, hiperinsuflação manual ou VM - aumento do fluxo expiratório= mobilização, posicionamento, tosse/huff, tosse assistida (manual ou mecânica) - oscilação= percussão, vibração, OAF - aumento capacidade residual funcional (crf)= posicionamento, CPAP, EPAP/PEP Drenagem postural – não é mais utilizado * Escoamento gravitacional do muco * Consiste em colocar o paciente em determinada postura/angulação para que o muco em cada um dos segmentos pulmonares escoe * Evidência científica: - combinada com outras técnicas - inefetiva se não for acompanhada de tosse ou manobras de expiração forçada - a ação da gravidade tem sido demonstrada em pacientes com fibrose cística, bronquiectasias e discinesia ciliar, cuja produção de muco ultrapassa 30 ml/dia * Vantagens: opção quando o paciente é incapaz de realizar outra técnica * Desvantagens: - é desconfortável e dura um longo tempo de terapia - sintomas de refluxo gastresofágico (RGE) * Contraindicações - limitações mudanças de decúbito - HIC, instabilidade hemodinâmica, trauma torácico ou abdominal Aumento do volume inspiratório * Para haverfluxo expiratório adequado é necessário volume inspiratório adequado - inspiração profunda e lenta - aumento da pressão transpumonar - estabilização das VAs pelos alvéolos - dilatação das VAs - ventilação distalmente à obstrução (atrás do muco) * Com as técnicas de volume inspiratório é possível colocar o ar inspirado atrás do muco através de ventilação colateral (ventilação por ligações entre alvéolos), ventilação distalmente à obstrução e aumento do fluxo expiratório * Para isso o fluxo inspiratório deve ser lento para carrear o muco para o lado distal, no sentido de expelir. Dessa forma, o fluxo inspiratório deve ser menor que o fluxo expiratório (bias flow = fluxo ins - fluxo exp) * Técnicas de aumento do volume inspirado: mobilização, posicionamento, exercício respiratório, espirômetro de incentivo, hiperinsulflação manual ou VM Mobilização e posicionamento * São essenciais para técnicas de higiene brônquica e reexpansão pulmonar, pois a simples mudança de decúbito proporciona uma distribuição da ventilação (equilíbrio ventilação perfusão – zonas dependentes e não dependentes) fazendo com que aumente o volume inspirado, proporcionando melhor oxigenação - inspiração: extensão de tórax - expiração: flexão de tórax * Quanto maior a mobilidade do paciente, menor o risco da ocorrência de um padrão ventilatório superficial e monótono (mais áreas hipoventiladas e atelectasias) * A mobilização é uma intervenção de primeira linha e deve preceder as demais, por isso sempre que possível é necessário retirar o paciente do leito, auxiliar a caminhada e incentivar outras atividades (endurance) - para esses pacientes fazerem essas atividades a demanda metabólica dos músculos vai ser aumentada, necessitando de mais O2 o que demanda um aumento do volume inspirado e recrutamento de mais unidades alveolares * Com todo esse aumento do volume inspirado, o ar vai atrás da secreção e então o muco é carreado junto ao aumento do fluxo expiratório * Para que a Mobilização seja eficaz como higiene brônquica, deve ter o aumento do volume minuto, para que isso ocorra deve acontecer o treino de endurance. Não adianta atividades passivas ou com o paciente já esteja acostumado * A técnica de Posicionamento é comprovada desde 1956, com um estudo que comprovou que a simples mudança de posição já aumenta a capacidade aumenta, assim como a CRF * É uma técnica que pode ser aplicada em todas as idades * Vantagens: é holística, pode ser lúdica, trabalha o físico e o cognitivo * Contraindicações: limitações de mudanças de decúbito e limitações ao esforço físico Aumento da Capacidade Residual Funcional * Para o aumento da CRF as técnicas usadas são: posicionamento, CPAP, EPAP/PEP * Evidencias científicas: PEP + TEF são efetivas para remoção de secreções, melhor manutenção da função pulmonar e melhora da função física em fibrose cística; PEP foi a técnica de preferência por adultos e crianças em vários estudos; diminui as exacerbações em pacientes com bronquite crônica; aumenta a CV e a CVF em pacientes com esclerose múltipla; maior CRF e diminuição na ocorrência de atelectasias em PO de cirurgia abdominal Pressão expiratória positiva (PEP) * É quando se coloca no paciente uma resistência à expiração, ficando mais difícil de expirar, com isso cria uma pressão retrógada nas vias aéreas durante a expiração * Isso facilita a higiene brônquica, pois aumenta o volume de reserva expiratório, aumenta a CRF e age de 2 formas: - estabiliza as VAs durante a expiração (ao aumentar o volume), mantendo-as abertas durante a expiração, esse ar então consegue sair melhor e com ele carrear o muco para ser expelido = tala pneumática - através da ventilação colateral é possível aumentar o volume de ar atrás do muco através dos poros de Kohn e canais de Lambert e também abre áreas que ter colapsado (atelectasias) por obstrução brônquica EPAP * Também utiliza da resistência expiratória, é uma mascara ou bocal que gera na expiração uma resistência linear através de uma válvula de PEP ou por orifícios no bocal/máscara - resistências da válvula de PEP 5 – 20 cmHg * PEP com selo d’água (bottle PEP): - se utiliza de um cano/tubo de plástico com diâmetro médio e um frasco de vidro/plástico com mensuração da coluna de água em centímetros (quanto maior a coluna de água, maior a resistência), assim o volume de água determina a PEP - interessante pois permite ser feita de forma lúdica com crianças ao colorir a água ou colocar detergente para fazer bolhas * Como é feita: - sempre começar com a resistência menor e aumentar conforme a tolerância do paciente - preferencialmente com o paciente sentado, com cotovelos apoiados - inspiração lenta e profunda, com causa inspiratória de 2 a 3 segundos e expiração prolongada - realizar séries de 5 ciclos respiratórios ou 5 minutos (aumentar pressão) - huffing/tosse - repetir até a higiene brônquica completa * Crianças acima de 18 meses já são capazes de fazer e se segue até a fase adulta *Vantagens: é de fácil aprendizagem, dá independência para o paciente realizar, no caso do Bottle PEP é barato e pode ser lúdico * Desvantagens: custo com máscara e peças, as crianças necessitam de assistência e no caso das Bottles PEP deve ter atenção para evitar engolir a água * Contra indicação: pneumotórax não drenado, instabilidade hemodinâmica, hipertensão intracraniana Aumento do fluxo expiratório * Para o aumento do fluxo expiratório as técnicas mais utilizadas são: mobilização, posicionamento, tosse/huff e tosse assistida manual e mecânica * A varredura da expiração por si só já carreia a secreção para ser expelida, mas tbm existem outros mecanismos como o cisalhamento do muco e Cisalhamento do muco * Quando há um fluxo expiratório aumentado existe a interação gás – líquido (ar e muco) que promove a deformação e cisalhamento do muco, alterando a reologia do muco (características do muco) que torna o muco mais fluido e mais fácil de ser carreado - depende da velocidade do fluxo e dos padrões de fluxo do ar Compressão dinâmica das VAs – Propulsão de fluídos pelo fechamento das VAs distais * Os volumes pulmonares tem um efeito importante na resistência das vias aéreas, pois quando o ar é inspirado a interdependência nos alvéolos e vias aéreas tracionam as paredes das vias aéreas, aumentando seu calibre * No momento antes do início da expiração a pressão alveolar muito grande pois há um acumulo de energia cinética advinda da inspiração (ar) e nesse momento a pressão dentro do alvéolo é maior que a pressão atmosférica. Sabendo que o ar vai de um lugar de maior pressão pra um de menor pressão, ele sai do alvéolo e segue para ser expirado * A pressão das pleuras nesse momento tbm é maior que a pressão atmosférica, funcionando como uma mola propulsora empurrando o ar para fora dos pulmões * A pressão alveolar então é determinada pela pressão pleural e também pela pressão elástica dos alvéolos, ambas pressionando para o fechamento do alvéolo Palv = Ppl + Pel * Ponto de Igual Pressão (PIP): momento em que a pressão das vias aéreas e pleural é a mesma e o ar continua saindo e perdendo pressão, imediatamente após o PIP a pressão dentro da via aérea é menor que a pleural podendo ocorrer um colapso, um fechamento das vias aéreas nesse ponto - a importância desse fato é que se utiliza o PIP para algumas técnicas de higiene brônquica para fazer uma propulsão do muco (milking effect) - quanto menor o volume alveolar menor a pressão alveolar, então o PIP vai acontecer mais perto da periferia, assim como quando a altos volumes pulmonares trazem o PIP mais para o centro - quando o PIP ocorre exatamente em cima de onde está o acumulo de secreção, causa ainda mais o efeito de cisalhamento e deformação do muco, facilitando seu transporte. Tosse * Capaz de gerar mobilização em secreções presentesaté a 5ª – 6ª geração, sendo um recurso indispensável na terapia de higiene brônquica * É a técnica responsável por eliminar o muco para ser expelido, por isso é a finalização de toda higiene brônquica * É dividida entre ativa, assistida (manual ou mecânica) ou provocada - ativa: é orientado, o terapeuta ensina as fases da tosse, o melhor posicionamento é sentado/semi-Fowler com os pés apoiados e leve flexão de tronco - tosse assistida manual: também é orientada, mas na fase expulsória é feita uma compressão torácica e/ou abdominal com a direção da força aplicada em direção para expelir – quando o paciente está em PO de cirurgias que precisam de esternotomia, o terapeuta pode fazer uma pressão contendo a incisão cirúrgica para diminuir a dor do paciente durante a tosse - tosse assistida mecânica: conta com a utilização do aparelho Cough Assist que tem uma máscara que ao ser acoplada durante a inspiração aplica uma pressão positiva ( aumenta volume corrente) e durante a expiração aplica uma pressão negativa (vácuo), aumentando os fluxos expiratórios – pressões de +/- 40 cmHg - tosse provocada: é feito um estimulo irritativo mecânico nos receptores tussígenos imediatamente acima da fúrcula esternal ou com uma espátula no final do palato duro Huffing * É uma expiração forçada com a glote aberta do início ao fim da manobra, sendo muito semelhante à tosse, no entanto não tem a fase compressiva da tosse * Ao eliminar o fechamento da glote a pressão alveolar diminui, deslocando o PIP um pouco mais distalmente * Pode ser iniciado a baixos, médios e altos volumes pulmonares * As vantagens em relação a tosse são: - menor pressão intratorácica por não ter a fase compressiva - menos dor - os pacientes pós-cirúrgicos que tem dor no tórax se beneficiam muito da técnica * Com base no huffing foi criada uma técnica chamada técnica de expiração forçada – TEF, que consiste em combinar o huff com exercícios respiratórios diafragmáticos * Modificação da TEF em 1992 em 3 ciclos repetidos de 3 etapas: controle da respiração, expansão torácica, espiração forçada (TEF) e nomearam de ciclo ativo da respiração - a composição do ciclo depende do conforto do paciente - é repetida até que não se perceba mais secreção brônquica - é uma boa técnica para o paciente fazer sozinho como um auto tratamento (depois de ter aprendido a técnica * Ambas as técnicas podem ser feitas em crianças acima de 3/4 anos e em adultos * Desvantagem: tempo para aprender, requer concentração/cooperação do paciente eas crianças necessitam de assistência e monitoramento Compressão manual torácica * Pressão manual exercida sobre o tórax na expiração com o objetivo de aumentar o fluxo expiratório e auxiliar no carreamento proximal das secreções - pode ser associada ou não a outras terapias de higiene brônquica como a vibrocompressão ou a técnicas de aumento de fluxo expiratório (AFE) * Contra indicação: osteoporose, fraturas de costelas, tórax instável Aumento do fluxo expiratório (AFE) * Técnica que recebe o mesmo nome do mecanismo de ação e foi desenvolvida por Joel Barthe no final da década de 1960, definida como um aumento passivo, ativo-assistido ou ativo do fluxo aéreo expiratório * Tem o objetivo de mobilizar, carrear e eliminar as secreções traqueobrônquicas, com ou sem ajuda de um fisioterapeuta * É realizada com o paciente em supino, uma mão do fisioterapeuta é colocada sobre o tórax e outra sobre o abdome. A mão torácica faz uma força oblíqua de cima para baixo e de frente para trás, já a mão abdominal(apoio) fica para conter a dissipação de energia para a cavidade abdominal. É iniciada no início da expiração (platô inspiratório) e na expiração com a glote aberta - AFE rápida: alto fluxo expiratório que mobiliza as secreções das VAs de médio para as VAs de grande calibre, é indicado quando a ausculta pulmonar evidencia secreções nas vias aéreas de grande calibre - AFE lenta: expiração lenta e prolongada, baixo fluxo expiratório e baixos volumes pulmonares, mobiliza as secreções dos pequenos brônquios até as VAs proximais * Contra indicação: osteoporose, fraturas de costelas, tórax instável Expiração lenta total com glote aberta em decúbito infralateral (ELTGOL) * Consiste em uma expiração lenta com a glote aberta que da CRF até a VR com o paciente em decúbito infralateral com o lado do pulmão comprometido - pode ser chamado de ELTGO quando não é feito em decúbito infralateral * A mobilização é feita contra a gravidade, ao colocar o paciente em decúbito infralateral o pulmão que está do lado em contato com a maca será o que vai ventilar mais (pulmão dependente), * Ao fazer a compressão das vísceras em direção cefálica durante a expiração tem por objetivo fazer a depuração efetiva das secreções, deslocando as secreções das VAs periféricas/médisa por meio da expiração lenta e prolongada, durando de 10 a 15 min de cada lado * Importante lembrar que deve ser feita sempre com a glote aberta, caso o paciente não entenda é possível fazer com o uso de um bocal * Técnica: o fisioterapeuta permanece atrás do paciente, mão direita na região abdominal e mão esquerda no terço médio do tórax superior - mão do abdome aplica uma pressão lentamente em direção cefálica no final da expiração normal (CRF) - mão tórax realiza apoio em direção ao quadril * Pode ser feita com crianças acima de 6 anos e adultos * Vantagem: faz a higiene brônquica das VAs periféricas * Desvantagens: leva tempo para aprender e requer concentração e cooperação * Contraindicação: lesões cavitárias, abcessos, bronquiectasias importantes, casos de desequilíbrio V/Q Drenagem autógena (DA) * Essa técnica utiliza inspirações e expirações lentas e controladas pelo paciente, é composta por 3 fases seguidas pelo huff ou tosse: - ventilação a baixos volumes (descolar): o paciente respira a baixos volumes mobilizando a secreção da periferia – abaixo do volume corrente - ventilação a médios volumes (coletar): o paciente respira a médios volumes coletando a secreção das VAs médias – pouco maior que o volume corrente - ventilação a altos volumes (eliminar): o paciente respira a altos volumes eliminando secreções em VAs centrais – até a CRF * A melhor posição é sentado ou semi-Fowler, explicando a técnica para o paciente posicionando suas mão e reconhecendo o lugar da secreção Oscilação * As técnicas mais utilizadas são a de percussão, vibração e OAF * Essas técnicas consistem em fazer uma onda vibratória de frequência regulável intratorácica, com ação tixotrópica (diminuição da viscosidade) pela ressonância pulmonar alterando a reologia do muco - frequências variáveis entre 3 e 17 Hz Percussões torácicas /Tapotagem * Força mecânica aplicada de forma rítmica pelas mãos na região torácica do paciente sobre os segmentos pulmonares comprometidos * Age através da transmissão de ondas de energia que causam a mobilização do muco e diminuição de sua aderência à parede da VA - diminuição da viscosidade, que facilita o transporte do muco e estimula à tosse - a frequência ideal seria de 20 a 30 Hz, no entanto a capacidade manual é de 1 a 8 Hz – é muito menos do que o ideal para produzir um efeito nas VAs dos pacientes, por isso essa técnica caiu em desuso * Técnica: o terapeuta deve fazer movimentos de flexão e extensão de punho, pouco movimento de cotovelo e quase nenhum movimento de ombro, com ritmo constante. As mãos devem ser alternadas e a força aplicada pela mão dominante deve ser a mesma da aplicada pela não dominante, não causando dor ou desconforto ao paciente e deve produzir um som oco - a técnica não deve ser aplicada sobre a mama ou incisões cirúrgicas, deve ser feita com o tórax protegido (vestido) e aplicada durante a inspiração e a expiração * Indicações: hipersecreção pulmonar VA proximal e pode estimular tosse * Contraindicação:fratura ou luxação de costela, osteoporose grave e hemoptise franca * As evidências científicas são muito baixas Vibração/ Vibrocompressão * Consiste em fazer ondas vibratórias transmitidas à parede torácica por meio da tetanização dos mm agonistas e antagonistas do antebraço trabalhando em sinergia com a palma da mão, aplicada perpendicularmente ao tórax – pode ser feita também com vibrador elétrico - sempre vai ser aplicada na expiração - frequência entre 12 a 16 Hz para amplificar os movimentos ciliares em seu batimento que é de 13 Hz, assim diminuindo a viscosidade do muco - pode ser associada à compressão – vibrocompressão e utilizada em conjunto com a drenagem postural * Limitações: dificuldade em atingir a frequência de vibração eficaz * Contraindicação: osteoporose grave, fratura de costela, náuseas, vômitos, feridas cirúrgicas não cicatrizadas Oscilação oral de alta frequência (OOAF) * Faz uso de um dispositivo semelhante a um cachimbo com um cone em seu interior que possui uma esfera de aço que vibra durante a expiração – flutter, shaker e acapela * O fluxo de ar expirado eleva a esfera que volta a cair por ação da gravidade e a sucessão rápida desses eventos causa uma vibração retrógada das VAs (OOAF) - essa vibração chega numa frequência de 6 a 20 Hz, sendo capaz de alterar as propriedades viscoelásticas do muco - essas esferas também funcionam como uma resistência – PEP * Indicação: tosse persistente, hipersecreção pulmonar, DPOC, bronquiectasias, fibrose cística * Contraindicação: pneumotórax não drenado, instabilidade hemodinâmica * Vantagem: Paciente pode realizar sozinho Técnica Adjuvante Inalação *Promove hidratação do muco, facilitando o carreamento e expectoração e pode ser feita com o soro fisiológico - pode ser associada à técnicas de higiene brônquica
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