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Ludimila Aula 01

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Curso Regular de Língua Portuguesa 
Prof. Ludimila Lamounier, 
AULA 01
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Língua Portuguesa para o concurso 
Curso Regular 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 01 
 
 
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AULA 01 
 
 
Mecanismos de coesão textual: elementos de referenciação, 
substituição e repetição; conectores; outros elementos de 
sequenciação textual. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Coesão e Coerência 02 
2. Elementos (Recursos) Coesivos 04 
3. Coesão Lexical 08 
3.1 Substituição Léxica 09 
 3.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 19 
4. Coesão Gramatical 20 
4.1 Operadores Lógicos 21 
4.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 28 
5. Coesão Sequencial 29 
5.1 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 36 
6. Outras Nomenclaturas 37 
Questões propostas 38 
Gabarito 47 
Questões comentadas 48 
 
 
Olá, concurseiro fiscal! 
Seja bem-vindo à Aula 01 do Curso Regular de Língua Portuguesa 
para Concursos. Espero que tenha aproveitado bastante a Aula 00 e 
absorvido muito conhecimento. 
Fez todas as questões da última aula? É importante fazer os exercícios 
e prestar atenção em que ponto está o erro, e como ele é corrigido. 
Quando fazemos assim, assimilamos de uma forma que nunca mais 
erramos aquilo de novo. 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa para o concurso 
Curso Regular 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 01 
 
 
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DICA DA VEZ – IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS 
Aqui, iniciaremos nossa série “Dica da Vez”. A cada aula, darei um macete sobre 
algum aspecto que envolva a vida de concurseiro. Tudo isso para ajudar você a 
ficar mais seguro e preparado para a prova! 
Bom, hoje vamos alertá-lo sobre a importância de praticar o conteúdo estudado. 
Não se engane, o domínio da teoria é apenas uma parte do processo. Geralmente, 
as questões utilizadas pelas bancas examinadoras se repetem. Por isso, além de 
analisar as provas mais recentes e perceber qual o posicionamento adotado pela 
organizadora em certos temas, é importante também resolver as provas dos 
últimos dez anos. A prioridade deve ser sempre a instituição responsável pelo seu 
concurso. 
Aconselho que, após o estudo teórico de determinado assunto, você escolha, ainda 
na mesma semana, um momento calmo para a resolução de questões. Primeiro, 
resolva todas, anote as dúvidas que surgirem e, só ao final, confira o gabarito. As 
questões com comentários confiáveis são as mais indicadas para o aprendizado e a 
fixação. Comece pelas questões de nível médio e, depois, aumente a dificuldade 
dos exercícios gradativamente. É importante que, ao final de cada mês, você 
realize simulados que abordem todos os assuntos estudados até então, dessa 
forma, tudo permanecerá sempre atualizado. 
 
 
Nesta aula, veremos um assunto muito cobrado em provas: Coesão 
Textual. 
Muita concentração! 
Então, vamos lá! 
 
 
Mecanismos de Coesão Textual 
 
 
1. Coesão e Coerência 
 
Na aula de hoje, vamos estudar os mecanismos de coesão textual: 
elementos de referenciação, substituição e repetição; conectores; 
outros elementos de sequenciação textual. 
Logo de início, vale lembrar que as provas de concurso público têm 
cobrado, com frequência, o conhecimento dos mecanismos de 
coesão textual. O CESPE, especialmente, tem na coesão um de seus 
assuntos preferidos. 
Mas, afinal, o que é coesão textual? 
Para explicar o que é a coesão, antes, precisamos entender o que é 
coerência textual, pois os dois conceitos estão intimamente ligados. 
Um texto coerente é aquele bem construído, sem incompatibilidade 
entre as suas partes, que possui uma correta interpretação, e, não é 
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apenas uma soma ou sequência de frases sem lógica ou com 
contradições. A coerência estabelece um sentido para o texto e 
faz com que este tenha uma adequada relação com seu 
receptor. A coerência é a responsável pela continuidade dos 
sentidos no texto. 
Temos, ainda, que prestar atenção em um fator: a incoerência não 
depende apenas da maneira como são combinados os elementos 
linguísticos no texto, mas também dos conhecimentos sobre o mundo 
em que ele se insere. Um mesmo texto, portanto, pode ter sentido ou 
não, a depender de fatores como o tipo dele e a situação em que ele 
se relaciona com o leitor ou até mesmo com outros textos. 
Em resumo, existe coerência na medida em que se é possível 
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação 
entre seus elementos. 
Diante do exposto, percebemos que se pode conceituar a 
coerência como um princípio de interpretabilidade, ou seja, não 
existe o texto incoerente por si só, mas o texto pode ser 
incoerente em uma certa situação de comunicação com o 
interceptor. Assim, para classificarmos um texto como incoerente, 
temos que determinar as questões de incoerência. Essas questões 
podem ser da ordem de adequação a alguma situação, como a 
intenção comunicativa do autor, objetivos do texto, destinatários, 
regras socioculturais, etc. 
E qual a relação entre coerência e coesão? 
A coerência está totalmente ligada à coesão textual, uma vez que 
a coesão se refere às relações que se estabelecem entre os elementos 
que formam o texto, ou seja, a coesão é a responsável pela 
conexão e ligação, entre as partes do texto, por meio dos 
chamados mecanismos de coesão textual. A coesão também 
trata da relação entre as orações dentro do texto. Assim, quando se 
empregam corretamente os elementos linguísticos, geralmente, 
conseguimos um texto coerente. 
Geralmente, porque, embora a coesão esteja bastante presente na 
estrutura da coerência, ela, por si só, não garante que um texto seja 
coerente. Os mecanismos coesivos nem sempre são suficientes 
ou necessários para que a coerência se estabeleça de forma 
completa. Há, em grande parte das vezes, a necessidade de 
conhecimentos referentes a situações externas ao texto, como: 
conhecimento de mundo, dos interlocutores, de normas sociais, etc. 
Desse modo, há muitas sequências de palavras, com poucos ou 
nenhum elemento coesivo, mas, por serem coerentes, constituem um 
texto e, por isso, possuem a chamada textura ou textualidade. Eles 
são, portanto, textos sem coesão, porém, coerentes. 
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De maneira inversa, como a coesão, às vezes, não é suficiente para 
obtenção da coerência, há sequências linguísticas coesas que 
dificilmente conseguem estabelecer, para o leitor, um sentido global 
que as tornem coerentes, ou seja, não há como se determinar uma 
continuidade ou unidade de sentido. 
É importante, portanto, percebermos que é a coerência que dá 
textualidade a uma sequência linguística e não a coesão. 
Podemos dizer que a coesão atua na organização da sequência 
linguística do texto. Ela trabalha a conexão entre as diversas partes 
do texto e, desse modo, observa-se que a coesão é sintática e 
gramatical, mastambém semântica, porque, em várias ocorrências, 
os mecanismos de coesão se baseiam em uma relação entre os 
significados dos elementos constantes do texto. 
A coesão tem relação com a coerência quando verificamos que aquela 
é um dos fatores que permite o cálculo desta. 
 
 
2. Elementos (Recursos) Coesivos 
 
Antes de começarmos a estudar os tipos de coesão existentes e 
explicar cada um dos mecanismos coesivos, quero conversar com 
você sobre os conceitos de alguns elementos (recursos) 
coesivos de nossa língua. Assim, vai ficar mais fácil entender de 
que forma são usados os mecanismos que veremos depois. 
Vamos, lá? Ânimo! 
 
Elemento coesivo endofórico 
São elementos que possuem referentes dentro do texto – referentes 
internos. Podemos dividir os recursos endofóricos em 
anafóricos e catafóricos, como veremos em seguida. 
 
Elemento coesivo anafórico 
Quando um componente que já foi explicitado no texto é 
retomado, temos o que se conceitua como anáfora. Assim, 
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é 
um elemento coesivo anafórico. 
Veja o seguinte exemplo: 
O diretor da empresa assinou os papéis que iam ser despachados no dia 
seguinte. 
Perceba que o pronome relativo que retoma o antecedente os papéis. 
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Elemento coesivo catafórico 
A catáfora ocorre quando um componente do texto é precedido 
(previsto) por algum outro elemento textual como um 
pronome, verbo, advérbio, quantificador, os quais substituem 
o referido componente. Desse modo, quando um termo apresenta 
referente posposto, dizemos que ele é um elemento coesivo 
catafórico. 
Exemplo: 
Este é o melhor remédio para gripe: repouso. 
Observe que o pronome demonstrativo este se refere ao termo 
posposto repouso. Percebe-se, assim, que a catáfora tem a função 
de anunciar o que vai ser dito. 
Se resumirmos: caso você já tenha registrado a referência de 
determinado termo no texto, é anáfora (referente anteposto). 
Se você ainda for escrever a referência dele, é catáfora 
(referente posposto). 
 
Elementos coesivos exofóricos 
São elementos que apresentam referente fora do texto – 
referentes externos. 
Para entender melhor, observe o seguinte exemplo: 
Eu considero que deve haver uma revisão nas leis que disciplinam o trânsito 
no Brasil. 
Note que o pronome pessoal eu não se refere a nenhum termo 
registrado na oração, por isso dizemos que o referente não está no 
texto, certo? 
Nesse contexto de elemento exofórico, cabe estudarmos o 
elemento dêitico (dêixis – mostrar). 
O recurso dêitico é um elemento linguístico que designa algo 
mostrando, e não conceituando. Ou seja, o elemento dêitico 
aponta por meio da linguagem. Ele mostra, verbalmente, as 
condições ou informações contextuais em que determinado 
enunciado ou texto é produzido. 
Podemos dividir os dêiticos em espaciais, temporais e subjetivos. 
O dêitico espacial indica o lugar onde o redator está, ou seja, marca 
a localização espacial. 
Exemplo: 
Este município receberá muitos turistas nos próximos meses. 
Por sua vez, o dêitico temporal marca a localização temporal, o 
momento em que o redator se encontra. 
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Exemplos: 
Neste mês, haverá aumento no preço da gasolina. 
Atualmente, há problemas econômicos na Europa. 
Por último, o dêitico subjetivo mostra traços de quem redige ou 
fala. Ele marca o papel dos participantes na situação relatada - o 
relator é o marco de referência. 
Exemplo: 
Eu defendo o voto facultativo. 
Neste caso, registra-se que não é necessária a presença do pronome 
eu para que exista uma marca dêitica na oração acima. Portanto, 
bastaria estar escrito: “Defendo o voto facultativo”, pois, pela 
conjugação verbal, já se percebe tratar-se da 1ª pessoa do singular. 
Alerto para termos cuidado com o uso do dêitico subjetivo 
(pessoal): a depender de como, quando e quanto ele é utilizado, o 
elemento pode trazer alto grau de subjetividade ao texto. 
Outro ponto de atenção se refere à correta identificação do elemento 
dêitico, cuidado para não fazer confusão com os elementos 
endofóricos, como no exemplo abaixo: 
Meu nome é João. Eu sou um jornalista do Rio de Janeiro. 
Neste caso, o pronome pessoal eu não é elemento dêitico, e, sim, 
recurso endofórico (anáfora), uma vez que o termo possui 
referente anteposto (João). 
Os pronomes serão estudados em outra aula, contudo é muito 
importante mencionar os pronomes demonstrativos esse e este (e 
suas variações) como elementos dêiticos espaciais fundamentais. 
Desse modo, vejamos: 
Esta mochila é minha. (a mochila está perto de quem fala) 
Essa mochila é sua. (a mochila está longe de quem fala) 
Por fim, de forma a facilitar a identificação de possíveis elementos 
dêiticos, devemos estar sempre atentos em relação a pronomes 
pessoais, desinências verbais, pronomes demonstrativos, locuções 
prepositivas e adverbiais, advérbios de lugar (aqui, aí, etc.) e de 
tempo (hoje, amanhã, agora, ultimamente, recentemente, ontem, 
etc.). 
 
Elemento coesivo vicário 
O elemento vicário é uma palavra que substitui uma oração 
inteira (substitutivo oracional). 
Mas, cuidado! A função vicária é única, ou seja, o elemento não 
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substitui qualquer coisa, substitui somente orações. 
Exemplo: 
Haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã? Creio que sim. 
Observe que o vocábulo sim substitui a oração anterior inteira (Creio 
que haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã). 
 
Neste momento, você deve estar pensando: mas, precisa saber esses 
nomes tão estranhos para fazer a prova ou basta saber o conceito? 
Infelizmente, precisamos decorar todas essas nomenclaturas. 
Em algumas questões, a banca examinadora faz o questionamento 
usando o nome do elemento coesivo. Então, se você não decorou qual 
é qual, não consegue responder. E não dá para perder ponto assim, 
não é mesmo? 
A FGV (e outras bancas) adora cobrar as nomenclaturas nas 
questões, veja a seguir um exemplo. 
 
 (FGV) Técnico Legislativo – Administração – Senado 
 Federal/2012 
 
 
No segundo quadrinho, o pronome essa tem valor: 
a) anafórico 
b) catafórico 
c) dêitico 
d) relativo 
e) expletivo 
 
Comentários 
Note que o enunciado solicita ao candidato que ele marque a 
alternativa que apresenta o valor coesivo do pronome essa no 
segundo quadrinho. Portanto, é muito importante que, além do 
conceito, você saiba a nomenclatura de cada elemento coesivo 
estudado na parte teórica que acabamos de ver. No caso do 
segundo quadrinho, o pronome essa tem valor dêitico, uma 
vez que o recurso dêitico é um elemento linguístico que designa 
algo mostrando, e não conceituando. Ou seja, o elemento 
dêitico aponta por meio da linguagem. Ele não faz referência a 
algo que já foi registrado no texto (anáfora) ou algo que ainda 
será (catáfora). 
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Em relação ao valor relativo (alternativa d), temos os 
pronomes relativos, tema de outra aula. 
Quanto ao valor expletivo (alternativa e), ele se refere às 
denominadas partículas expletivas, que são palavras ou 
expressões usadas para realçar o texto, com valor genérico de 
reforço ou ênfase. A retirada desses elementos não prejudica o 
sentido do texto, mas a ênfase desaparece. 
Exemplo:Nós é que o convencemos a ficar. (expressão 
expletiva ser + que). 
 
Gabarito: C 
 
 
3. Coesão Lexical 
 
Você já notou que um texto produz cadeias coesivas à medida que 
os vocábulos são registrados? 
Dizemos, assim, que o texto possui uma estrutura diafórica, em 
que ideias são sempre retomadas ou previstas. Ou seja, os 
elementos de coesão lexical e gramatical apresentam 
referentes antepostos, pospostos, internos e externos. 
Assim, de uma forma mais geral, podemos dividir a coesão em 
lexical e gramatical. 
 
A coesão lexical, também denominada reiteração léxica, refere-se 
ao tipo de coesão que é obtida por meio da simples repetição 
ou da substituição léxica (de palavras). Observe que os termos 
usados para esse tipo de substituição sempre terão uma afinidade 
semântica. 
Aqui, cabe registrar a questão da coesão por repetição de 
vocábulos. Podemos pensar que a repetição de palavras sempre 
gera um texto mal construído, mal estruturado. Mas, não é bem 
assim, pois a repetição pode ser um recurso estilístico ou de 
ênfase, ou seja, ela pode ser intencional. A repetição, portanto, 
deve ser feita com muito cuidado, tendo em vista que desejamos que 
nossos textos fiquem ricos e bem articulados. Não queremos textos 
pobres, não é mesmo? 
 
Em primeiro lugar, vamos ver os problemas da repetição (coisas 
que não podem acontecer na estrutura dos textos). 
Uma precaução que sempre devemos ter é a proximidade entre 
as palavras repetidas. Quando elas estão muito próximas, 
ocorre um desconforto. 
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Para tanto, observe a seguinte oração: 
Mariana trabalhava em uma indústria automobilística. Após dois anos como 
secretária, Mariana resolveu mudar de setor. 
Outro cuidado importante se relaciona com a repetição de um 
mesmo vocábulo em número excessivo, o que deixa o texto 
monótono e com uma estrutura deficiente. 
Vejamos um exemplo: 
João é um rapaz que gosta muito de estudar matemática, mas nos últimos 
meses, ele tem achado matemática uma matéria difícil, pois o professor de 
matemática indicou um livro de matemática bastante complicado. 
Em segundo lugar, verificam-se alguns casos específicos, em que a 
repetição é usada de forma intencional, com o objetivo de se 
realçarem as ideias, como recurso estilístico ou de se obter ênfase. 
Esse artifício costuma ser aplicado em textos literários, 
publicitários, discursos, provérbios e ditados populares. 
Exemplos: 
“Cana na fazenda dá pinga; pinga na cidade dá cana.” 
“Saudade, palavra que nunca morre, quando morre fica arquivada no 
coração.” 
“Vermelhos Especiais de Koleston. 
Cores mais quentes que duram, duram, duram.” 
 
Ainda há um outro caso de repetição que não é visto como problema: 
quando o termo repetido é usado com diferente aspecto 
semântico (outro sentido). 
Exemplo: 
Quem casa quer casa. 
Note que o substantivo casa foi empregado com dois significados 
diferentes. 
 
3.1 Substituição Léxica 
 
Vamos, agora, estudar a substituição léxica (de palavras, 
vocábulos, expressões). Esse tipo de mecanismo coesivo é bastante 
útil, pois permite evitar a repetição não intencional e enriquece o 
texto. 
Sobre o assunto, precisamos estudar alguns conceitos, que serão 
explicados a seguir. 
 
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Sinonímia 
Como o próprio nome diz, é uma substituição feita por meio do 
uso de palavras ou expressões sinônimas. Atente-se para o fato 
de não existir uma sinonímia perfeita, e, sim, uma aproximação 
semântica. 
Desse modo, procuramos usar uma palavra que tenha um significado 
semelhante àquela que será substituída, ou seja, tenha uma 
identidade referencial. Mas, cuidado! Temos sempre que 
examinar o contexto e a coerência, para termos certeza de que 
uma palavra pode ser trocada por outra. A depender do sentido 
do texto, podemos usar em um determinado caso, mas não em outro. 
Então, devemos verificar se a palavra realmente se encaixa no trecho 
em questão. 
Ainda precisamos examinar se é necessário mudar alguma outra 
palavra para que a estrutura da oração continue gramaticalmente 
correta, ou seja, talvez seja preciso trocar ou colocar uma preposição, 
ou alterar as palavras de feminino para masculino, etc. 
Que tal um exemplo para facilitar o entendimento? 
Observe estas palavras: aquiescência, anuência, autorização, 
concordância e consentimento. É perceptível que elas possuem 
sentidos aproximados e que, de uma forma geral, podem ser trocadas 
entre si, pois estão inseridas em um mesmo campo semântico. 
Agora, vamos usá-las em uma sentença, que mostra o que acabamos 
de ler: 
O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a anuência dos 
jogadores irritou a alta cúpula do clube. Esse consentimento era necessário 
conforme acordo anterior. 
O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a autorização 
dos jogadores irritou a alta cúpula do clube. Essa aquiescência era 
necessária conforme acordo anterior. 
 
Vamos ver uma questão que propõe a troca de palavras de 
forma a se manter o mesmo sentido: 
 
Questão – (FCC) Analista Judiciário TRF - 1ª 
Região/2006 
(Adaptada) 
 Orgulho ferido 
 
Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o 
futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores 
latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode 
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mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel 
Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do 
Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E 
conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária 
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há 
dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer 
frente a esse quadro. 
"O editorial é um desrespeito à soberania de Cuba", diz 
Maurício Torres Tovar, coordenador-geral da Alames 
(Associação Latino-Americana de Medicina Social). "A atenção 
do Estado cubano para com a saúde de sua população é um 
exemplo para todos. Cuba tem uma notável vocação solidária, 
ajudando, com remédios e serviços de profissionais, diversos 
países atingidos por catástrofes", afirmou. Sergio Pastrana, da 
Academia de Ciências de Cuba, também protestou: "Temos 
condição de decidir se precisamos de ajuda e direito de escolher 
a quem pedi-la." 
 (Revista Pesquisa Fapesp. Outubro 2006, n. 128.) 
 
Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do 
texto, ao editorial da revista britânica The 
Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar (palavras 
sublinhadas no texto). Considerando-se o contexto, não 
haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido 
empregados, respectivamente: 
 
a) ensejar – aventar – convocar – sugerir 
b) instigar – propor – reiterar - infiltrar 
c) dirimir – conceder – atribuir - insuflar 
d) solapar – retificar – conceder - induzir 
e) conduzir – insinuar – proclamar - confessar 
 
Comentários 
Esta é uma questão muito comum em provas. A banca pede a 
troca de palavras por outras e questiona se o sentido foi 
mantido. É importante que você estude a troca proposta com 
bastante cuidado – preste atenção no contexto. Lembre-se, 
sempre, do que vimos na aula: temos sempre que examinar 
o contexto e a coerência, para termos certeza de que 
uma palavra pode ser trocada por outra. A depender do 
sentido do texto, podemos usar em um determinado caso, mas 
não em outro. Então, temos que verificar se a palavra 
realmente se encaixa no trecho em questão.Neste tipo de exercício, também é necessário um conhecimento 
de vocabulário, pois você não terá um dicionário para consultar 
na hora da prova, não é mesmo? 
Após a verificação do significado de cada palavra que consta 
das alternativas e do texto (e realizadas as respectivas trocas), 
respondemos à questão. 
Gabarito: A 
 
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Hiperonímia 
A substituição lexical por hiperonímia é feita por meio de 
palavras que possuem uma significação mais ampla 
(abrangente) do que a substituída. 
Devemos notar que os vocábulos (que se conectam) remetem a uma 
mesma noção e, portanto, permitem que o texto ou o trecho dele 
fique bem articulado e possua uma unidade de significação. 
Para esclarecer, observe as seguintes palavras: 
trabalhador – operário – homem 
Podemos, afirmar que operário é sinônimo de trabalhador e que 
homem é hiperônimo (sentido mais amplo) tanto de trabalhador, 
quanto de operário. 
remédio – medicamento – produto 
No exemplo, medicamento é sinônimo de remédio, e produto é 
hiperônimo tanto de remédio, quanto de medicamento. 
 
Hiponímia 
O conceito de substituição por hiponímia é similar ao da hiperonímia, 
mas, aqui, a palavra substituta tem uma significação mais 
restrita (específica). 
Como exemplos, veja as seguintes palavras: 
remédio – medicamento – analgésico 
Note que, medicamento é sinônimo de remédio, e analgésico é 
hipônimo tanto de remédio, quanto de medicamento. 
cor - preto - negro 
Por sua vez, preto é sinônimo de negro, e ambos são hipônimos do 
vocábulo cor. 
 
Metonímia 
Tipo de substituição lexical que ocorre quando o segundo vocábulo 
mantém com o anterior uma relação de contiguidade e 
aproximação semântica. 
Preste atenção nestas palavras: 
moços – jovens - juventude - mocidade 
Temos que moços e jovens são pessoas, e, portanto, podem ser 
palavras consideradas sinônimas. A mesma coisa acontece com 
juventude e mocidade, ambas são fases de vida e sinônimas. Mas, 
agora, compare moços (e jovens) com mocidade (e juventude); 
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observe que se trocou a ideia de pessoa por fase de vida em que ela 
se encontra. Apesar disso, os vocábulos remetem a um mesmo 
sentido e possuem, entre si, uma estreita ligação semântica. 
Percebemos, assim, que esse tipo de substituição contribui para que o 
texto ou o trecho dele fique bem articulado e possua uma unidade de 
significação. 
 
Elipse e Zeugma 
É um tipo de substituição por zero. Mas, como assim? Na 
verdade, não há substituição, e sim uma ausência ou retirada 
do vocábulo. 
Elipse e zeugma possuem características semelhantes. Na elipse, 
existe a omissão de um termo não mencionado antes, mas de 
fácil identificação pelo contexto. Na zeugma, o termo ou expressão já 
foi anteriormente citado, ou seja, a segunda palavra fica 
logicamente subentendida em relação à primeira. 
Exemplo de elipse: 
No fim da festa de aniversário, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. 
Neste caso de elipse, note que, antes de sobre, está subentendido 
(pelo contexto) o termo havia. 
Exemplo de zeugma: 
Os estudantes fizeram uma passeata na Praça da República. Também 
danificaram parte de um monumento histórico. 
Note que, antes de também, está logicamente subentendido o 
vocábulo estudantes. 
Podemos considerar zeugma um tipo de elipse. Então, estará correto 
se a questão da prova trouxer qualquer um desses dois tipos de 
omissão e denominá-lo elipse. 
Elipse e zeugma representam, portanto, mais um tipo de coesão que 
contribui para uma devida articulação do texto, e, consequentemente, 
para a manutenção de uma unidade semântica. 
 
Nominalização 
A nominalização é um mecanismo coesivo feito por meio da 
substituição de um verbo por um nome, ou seja, formas 
nominalizadas. 
Exemplo: 
Os grevistas paralisaram todas as atividades do metrô. A paralisação durou 
dois dias. 
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Expressões ou grupos nominais definidos 
Trata-se de expressões que exercem a retomada de termos 
(referem-se a outros vocábulos) por meio de propriedades ou 
características destes. 
Destaco que é importante observar o contexto e as instruções 
coletadas ao longo do texto para a correta identificação dos termos 
conectados entre si, ou seja, dos mecanismos coesivos. 
Exemplos: 
Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados Unidos 
vem sofrendo diversas derrotas políticas. 
Uma mulher perambulava pela rua escura: faminta, suja, cansada. A pobre 
criatura parecia não notar a chuva fina que caía. 
Quando a substituição qualifica uma pessoa ou coisa, temos o que se 
denomina epíteto. 
Exemplo: 
Fernanda Montenegro ganhou outro prêmio por sua participação no filme 
Central do Brasil. Na cerimônia de apresentação, a grande dama do teatro 
estava muito emocionada. 
 
Vamos tentar entender como as questões costumam cobrar o 
assunto. 
 
Questão – (FCC) Analista Judiciário TER-TO/2011 
(Adaptada) 
 
Até alguns anos atrás, a palavra biodiversidade era quase 
incompreensível para a maioria das pessoas. Hoje, se ainda não 
chega a ser um tema que se discuta nos bares, vem se 
incorporando cada vez mais na sociedade em geral. Tudo indica 
que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de 
uma determinada área começa a ser uma preocupação geral a 
ponto de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da 
Biodiversidade. 
Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular, 
convencer governos e sociedades de que a biodiversidade tem 
importância fundamental para a espécie humana e para o 
próprio planeta é uma perspectiva remota. Afinal, a quantidade 
de espécies aparentemente não influencia a vida profissional, 
social e econômica de quem está mergulhado nas decisões mais 
prosaicas do dia a dia. 
Como diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da 10ª 
Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade 
Biológica, o objetivo desse encontro é "desenvolverem novo 
plano estratégico para as próximas décadas, incluindo uma 
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visão para 2050 e uma missão para a biodiversidade em 2020." 
Talvez seja um discurso um pouco vago devido à urgência dos 
fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se um número 
tão grande de espécies ameaçadas. Diariamente, 100 delas 
entram em processo de extinção e calcula-se que nos 
próximos 20 anos mais de 500 mil serão varridas 
definitivamente do globo. Tudo isso ocorre, na maior parte, 
graças à intervenção humana. 
Nessas espécies encontra-se um vasto e generoso banco 
genético, cuja exploração ainda engatinha, capaz de fornecer as 
mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. 
Esse fato poderia constituir argumento suficiente para a 
preservação das espécies e das áreas em que elas se 
encontram. No entanto, o raciocínio conservacionista tem sido 
puramente contábil: quanto vale a biodiversidade, qual é o 
prejuízo que representa sua diminuição e que investimento é 
necessário para mantê-la. Nessa contabilidade, o que entra é 
um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas 
oferecem - como a purificação do ar e da água, o fornecimento 
de água doce e de madeira, a regulação climática, a proteção a 
desastres naturais, o controle da erosão e até a recreação. E a 
ONU avisa: mais de 60% desses serviços estão sofrendodegradação ou sendo consumidos mais depressa do que podem 
ser recuperados. 
(Roberto Amado. Revista do Brasil, outubro de 2010, pp. 28- 
30, com adaptações.) 
 
Veja o seguinte trecho retirado do texto: capaz de fornecer as 
mais diferentes soluções para questões 
humanas eminentes. (trecho sublinhado no texto) 
Considerando-se o par de palavras eminentes/iminentes, 
é correto afirmar que se trata de exemplo de: 
 
a) antonímia 
b) sinonímia 
c) paronímia 
d) homonímia 
e) homofonia 
 
Comentários 
Aqui, temos uma questão que cobra dos alunos conceitos sobre 
aspectos semânticos. Estudamos que a sinonímia é uma 
substituição de vocábulos feita por meio do uso de palavras ou 
expressões sinônimas. De forma oposta à sinonímia, temos a 
antonímia, pois agora a substituição é efetuada por meio de 
palavras de sentido contrário. Por sua vez, a homonímia é a 
designação geral para os casos em que vocábulos de 
significados diferentes têm a mesma grafia (os homônimos 
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos 
homófonos), com grafia diferente. Assim, as palavras 
homófonas (homofonia) são aquelas cuja pronúncia é igual, 
mas têm grafia e significado diferentes. Por último, na 
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paronímia, as palavras são bastante semelhantes, e geram, 
muitas vezes, confusão. Embora tenham significados diferentes, 
são parecidas na grafia e na pronúncia, o que é o caso das 
palavras do enunciado desta questão: minentes/iminentes. 
Vejamos um exemplo de homonímia: 
O bebê nasceu são (saudável) e bonito. 
No dia 28 de outubro, comemora-se o dia de São Judas Tadeu 
(santo). 
Os lápis são (verbo ser) da Ana. 
Vejamos um exemplo de homofonia: 
Quando viajo, eu gosto dos assentos perto das janelas. 
Na língua portuguesa usamos o acento tônico e também o 
agudo. 
Gabarito: C 
 
 
IMPORTANTE 
Você precisa perceber, em cada conceito explicitado acima, a conexão 
que existe entre a coesão léxica e os elementos (recursos) coesivos 
vistos no tópico anterior. 
Assim, como exemplo, o mecanismo coesivo pode ser por meio de 
uma expressão ou grupos nominais definidos, em conjunto com 
um elemento anafórico. 
Volte ao exemplo de coesão lexical já citado: 
Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados Unidos 
vem sofrendo diversas derrotas políticas. 
Dizemos que é um exemplo de anáfora lexical, porque a expressão 
presidente dos Estados Unidos refere-se a um termo anteposto e é 
uma substituição léxica. 
 
A seguir, mais uma questão que solicita a substituição de 
palavras. Vemos, portanto, ser um tema bastante cobrado nos 
concursos. 
 
QUESTÃO - (FGV) Advogado – Senado Federal/2008 
(Adaptada) 
Justiça de qualidade 
A instalação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2005 
sinalizou profundas mudanças no Judiciário, até então apontado 
como o mais hermético e resistente a mudanças entre os três 
poderes. Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos 
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tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório para 
coibir os supersalários que recorrentemente escandalizavam a 
opinião pública. 
A correção dos desvios refletiu nova atitude dos magistrados, 
mais aberta ao diálogo com a sociedade e mais propensa a 
assimilar construtivamente críticas em 
relação aos serviços judiciais. Pôs-se fim ao clichê do juiz 
encastelado em torre de marfim, distante da sociedade. 
Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso 
assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o 
desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, 
não existiam ou eram imprecisas e defasadas. O Judiciário, na 
verdade, não se conhecia. 
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 
2007 o programa Justiça Aberta, um banco de dados com 
informações na internet (www.cnj.jus.br) 
atualizadas continuamente, que permite o monitoramento da 
produtividade judicial pelo próprio Poder Judiciário e pela 
sociedade. É a prestação de contas que faltava. 
Esse autoconhecimento é o ponto de partida para que o 
Judiciário dê continuidade a mudanças que se reflitam, 
efetivamente, na qualidade da prestação jurisdicional, que, 
sabemos, é alvo de insatisfação por parte dos jurisdicionados. A 
principal das reclamações é a morosidade, muitas vezes 
associada à impunidade ou não-efetivação da Justiça. Mais de 
50% das representações que chegam ao CNJ referem-se a esse 
problema. 
É um problema que atinge desde a primeira instância até os 
tribunais superiores. Nascido na Constituinte que ampliou os 
direitos e as garantias do cidadão, o STJ (Superior Tribunal de 
Justiça) completará 20 anos no dia 7/4 do ano que vem, com 
aumento de 8.920% no número de processos julgados. No 
primeiro ano de funcionamento, julgou 3.700 processos. Em 
2007, 330 mil processos. 
A progressão geométrica da demanda compromete não só a 
celeridade, mas a própria missão constitucional do STJ, que é a 
de uniformizar a interpretação das leis federais. 
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo 
de processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel 
maior, ficou em segundo plano. Com uma média anual de 10 
mil processos julgados por cada ministro, o complexo ato de 
julgar corre o risco de se transformar em mero ato mecânico. 
Atacar esse mal implica a adoção de um conjunto de ações e 
iniciativas. A busca da gestão eficiente, certamente, é uma 
delas. A emenda constitucional 19, de 1998, forneceu 
importante meio de a sociedade exigir a qualidade dos serviços 
prestados pelo Estado, ao introduzir a eficiência como um dos 
princípios da administração pública. Diagnósticos precisos, 
planejamento, profissionalismo, soluções criativas, 
racionalização, enfim, todos os requisitos de uma gestão 
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moderna não são, portanto, apenas desejáveis, mas 
indispensáveis. 
Se a Constituinte de 1988 deu ênfase à segurança jurídica, 
particularmente à garantia do contraditório e da ampla defesa, 
em detrimento da celeridade processual, o que se observa hoje 
é o clamor da sociedade por uma Justiça mais rápida. A 
emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, refletiu 
esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade da 
tramitação. É difícil conciliar esses dois princípios antagônicos: 
celeridade x segurança. 
A demanda por transparência e por celeridade processual 
exige uma Justiça de qualidade. Esta deve ser buscada não 
apenas com uma ou duas ações, mas, sim, com múltiplas 
iniciativas, que passam pela busca de uma gestão mais 
eficiente, com o aproveitamento racional dos recursos, a 
capacitação de magistrados e servidores e a racionalização de 
procedimentos, por avanços na informatização do processo, de 
acordo com os procedimentos previstos na Lei 11.419/06, pela 
reforma processual e por tantas outras medidas. 
Esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelos dirigentes 
do Judiciário, mas por todos os partícipes da atividade judicial, 
sejam eles magistrados, membros do Ministério Público, 
advogados, servidores, promotores. Somente com a 
mobilização de todos esses atores é que o Judiciário poderá 
atender à exigência da sociedade de uma Justiça de qualidade, 
efetiva e em tempo razoável. 
 (Cesar Asfor Rocha. Folha de São Paulo, 8 de setembro de 
2008.) 
 
Por transparência (palavra em negrito no texto) não se 
pode entender: 
 
a)diafaneidade 
b) translucidez 
c) cristalinidade 
d) perspicuidade 
e) crassidade 
 
Comentários 
 
Novamente, o mesmo tipo de questão, tal como a da banca FCC 
já estudada nesta aula. Note, assim, que é bastante comum 
este tipo de questão em provas de diversas bancas. O 
examinador pede a substituição de uma palavra por outra e 
questiona se o sentido foi mantido. É importante que você 
estude a troca proposta com bastante cuidado – preste atenção 
no contexto. Lembre-se do que vimos na aula: temos sempre 
que examinar o contexto e a coerência, para termos 
certeza de que uma palavra pode ser trocada por outra. A 
depender do sentido do texto, podemos usar em um 
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determinado caso, mas não em outro. Então, devemos verificar 
se a palavra se encaixa no trecho em questão. 
Neste tipo de exercício, também é necessário um bom 
conhecimento de vocabulário, ou seja, do significado das 
palavras. 
Após a verificação do significado de cada palavra que consta 
das afirmativas e do texto (e realizadas as respectivas trocas), 
respondemos à questão. 
Cuidado! Nesta questão ocorre uma pegadinha muito usada 
pela FCC. Ela pede para marcar a palavra que NÃO pode ser 
usada para substituir transparência, ou seja, ela quer a 
negativa. Então, temos que prestar bastante atenção nisso para 
não marcarmos a alternativa errada. 
Nesta questão, a única palavra que não serve como sinônimo 
de transparência é crassidade (particularidade ou qualidade 
daquilo que é crasso e/ou se apresenta desta forma; 
consistência). 
Gabarito: E 
 
 
3.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
Sartre mora na esquina da rue de l’Abbaye, num quarto andar aonde se 
ascende por uma escada meio escura, em caracol. Esse solteirão de 45 anos 
vive com sua mãe, e tem um apartamento bem arranjado. 
A expressão esse solteirão de 45 anos se refere ao substantivo 
próprio anteposto Sartre – exemplo de anáfora lexical. 
 
 
É o que propõe o Projeto de Lei n. 3.111/2012. Pela proposta, os postos que 
distam mais de vinte quilômetros de centros urbanos deverão ter 
ambulâncias e pessoal treinado para prestar socorro. 
O substantivo proposta foi empregado como elemento de coesão 
lexical (nominalização). 
 
A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos 
oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a 
capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. 
Por ser mais abrangente e abarcar os sentidos específicos das três 
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palavras mencionadas, note que o termo elementos funciona como 
hiperônimo (anafórica lexical) do trecho divulgação científica, as 
informações e os conhecimentos. 
 
A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são 
classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou 
imaterial. 
Por ser mais específico e inserir-se no sentido mais abrangente de 
delitos, perceba que o termo crimes funciona como hipônimo 
(anafórica lexical) de delitos. 
 
As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o início, 
inteiramente marcadas pelo jogo. Como, por exemplo, no caso da 
linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim 
de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite 
distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em resumo, designá-las e com 
essa designação elevá-las ao domínio do espírito. Na criação da fala e da 
linguagem, brincando com essa maravilhosa faculdade de designar, é como 
se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria e as coisas 
pensadas. Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e 
toda metáfora é jogo de palavras. 
No trecho acima, observamos a repetição da palavra linguagem, mas 
não é uma repetição equivocada. É um exemplo de repetição 
intencional, que não deixa o texto monótono ou mal articulado. 
Aqui, também se verifica a repetição da palavra metáfora, mas apesar 
de as duas ocorrências estarem próximas, percebe-se que foi uma 
repetição para se obter ênfase. O exemplo também mostra o uso 
de coesão lexical (nominalização), pois o substantivo designação 
foi empregado para substituir o verbo designar. Ainda temos outros 
exemplos de coesão lexical (anáfora), uma vez que as expressões 
primeiro e supremo instrumento, maravilhosa faculdade de designar e 
toda expressão abstrata fazem referência à palavra anteposta 
linguagem. 
 
 
4. Coesão Gramatical 
 
A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos 
conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes, 
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão 
sequencial). 
 
 
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IMPORTANTE 
Você perceberá que, tal como ocorreu na coesão lexical, existe 
conexão entre a coesão gramatical e os elementos (recursos) 
coesivos vistos no “Tópico 2 – Elementos (Recursos Coesivos)”. 
Preste atenção, então, em todos os operadores lógicos que serão 
vistos e seus respectivos conceitos. 
 
 
4.1 Operadores Lógicos 
 
Agora, depois da explicação sobre os elementos coesivos, vamos 
estudar os operadores lógicos. 
No início do “Tópico 4 – Coesão Gramatical”, eu disse que a coesão 
gramatical se caracterizava pelo uso de operadores lógicos da 
língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de 
sequenciação. 
Vamos estudar os operadores lógicos e deixar para um próximo tópico 
os operadores de sequenciação. 
 
Operadores lógicos 
 
Pronomes 
Cabe registrar que iremos estudar os pronomes e suas 
particularidades na Aula 04 – aqui, vamos ver o uso do pronome 
como mecanismo coesivo. 
Em primeiro lugar, você deve ter em mente que os pronomes são 
mecanismos de coesão por excelência, porque são amplamente 
usados para retomar (anáfora) ou projetar (catáfora) termos 
em um texto. O tema é muito vasto, portanto, vamos ver os casos 
mais importantes e que são cobrados em prova, certo? 
O essencial, aqui, e que você precisa dominar para fazer a 
prova é saber ligar o pronome ou qualquer outro operador 
lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o tipo de 
pronome ou operador usado na sentença. O que a banca pergunta, 
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado 
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo. 
 
Vamos destrinchar mais um pouco o assunto? 
Pronomes Demonstrativos 
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Devemos ter uma atenção especial com os pronomes demonstrativos. 
Isso porque eles possuem uma particularidade no seu uso anafórico e 
catafórico. Existem regras para tanto, que devem ser observadas com 
o objetivo de se obedecer à norma culta da língua. 
Vamos a essas regras? 
O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é usado, 
em um texto, para anunciar algo que ainda será dito ou 
escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome este possui 
uma função catafórica. 
Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, essas, 
isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo que já foi dito 
ou escrito. Assim, dizemos que o pronome essepossui uma função 
anafórica. 
Vejamos os seguintes exemplos: 
O caminho para a aprovação nos concursos é este: estudar muito. 
Estudar muito: o caminho para a aprovação nos concursos é esse. 
Observe que, na primeira sentença, ainda vamos dizer qual o caminho 
para aprovação, e que, na segunda, já revelamos qual é o caminho. 
 
Os pronomes demonstrativos podem exercer função localizadora, 
ou seja, dar ao leitor instruções sobre a localização dos respectivos 
referentes no texto. 
Assim, quando temos uma sentença e queremos fazer uma 
distinção entre dois elementos já mencionados, usamos o 
pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) para 
retomar o elemento citado por último e o pronome aquele (e 
suas variações aqueles, aquela, aquelas, aquilo) para retomar o que 
foi citado em primeiro lugar. 
Portanto, no caso acima, os pronomes este e aquele possuem, 
ambos, função anafórica. 
Vamos ver um exemplo: 
Podemos comprar livros nacionais e importados em boas livrarias de 
Brasília. Mas, sabemos que aqueles são mais baratos que estes. 
Neste exemplo, identificamos que aqueles se refere a livros nacionais 
e que estes se refere a livros importados. 
 
 
 
 
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QUESTÃO - (FGV) Advogado – Senado Federal/2008 
(Adaptada) 
Justiça de qualidade 
A instalação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2005 
sinalizou profundas mudanças no Judiciário, até então apontado 
como o mais hermético e resistente a mudanças entre os três 
poderes. Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos 
tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório para 
coibir os supersalários que recorrentemente escandalizavam a 
opinião pública. 
A correção dos desvios refletiu nova atitude dos magistrados, 
mais aberta ao diálogo com a sociedade e mais propensa a 
assimilar construtivamente críticas em relação aos serviços 
judiciais. Pôs-se fim ao clichê do juiz encastelado em torre de 
marfim, distante da sociedade. 
Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso 
assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o 
desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, 
não existiam ou eram imprecisas e defasadas. O Judiciário, na 
verdade, não se conhecia. 
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 
2007 o programa Justiça Aberta, um banco de dados com 
informações na internet (www.cnj.jus.br) atualizadas 
continuamente, que permite o monitoramento da produtividade 
judicial pelo próprio Poder Judiciário e pela sociedade. É a 
prestação de contas que faltava. 
Esse autoconhecimento é o ponto de partida para que o 
Judiciário dê continuidade a mudanças que se reflitam, 
efetivamente, na qualidade da prestação jurisdicional, que, 
sabemos, é alvo de insatisfação por parte dos jurisdicionados. A 
principal das reclamações é a morosidade, muitas vezes 
associada à impunidade ou não-efetivação da Justiça. Mais de 
50% das representações que chegam ao CNJ referem-se a esse 
problema. 
É um problema que atinge desde a primeira instância até os 
tribunais superiores. Nascido na Constituinte que ampliou os 
direitos e as garantias do cidadão, o STJ (Superior Tribunal de 
Justiça) completará 20 anos no dia 7/4 do ano que vem, com 
aumento de 8.920% no número de processos julgados. No 
primeiro ano de funcionamento, julgou 3.700 processos. Em 
2007, 330 mil processos. 
A progressão geométrica da demanda compromete não só a 
celeridade, mas a própria missão constitucional do STJ, que é a 
de uniformizar a interpretação das leis federais. 
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo 
de processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel 
maior, ficou em segundo plano. Com uma média anual de 10 
mil processos julgados por cada ministro, o complexo ato de 
julgar corre o risco de se transformar em mero ato mecânico. 
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Atacar esse mal implica a adoção de um conjunto de ações e 
iniciativas. A busca da gestão eficiente, certamente, é uma 
delas. A emenda constitucional 19, de 1998, forneceu 
importante meio de a sociedade exigir a qualidade dos serviços 
prestados pelo Estado, ao introduzir a eficiência como um dos 
princípios da administração pública. Diagnósticos precisos, 
planejamento, profissionalismo, soluções criativas, 
racionalização, enfim, todos os requisitos de uma gestão 
moderna não são, portanto, apenas desejáveis, mas 
indispensáveis. 
Se a Constituinte de 1988 deu ênfase à segurança jurídica, 
particularmente à garantia do contraditório e da ampla defesa, 
em detrimento da celeridade processual, o que se observa hoje 
é o clamor da sociedade por uma Justiça mais rápida. A 
emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, refletiu 
esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade da 
tramitação. É difícil conciliar esses dois princípios antagônicos: 
celeridade x segurança. 
A demanda por transparência e por celeridade processual exige 
uma Justiça de qualidade. Esta deve ser buscada não apenas 
com uma ou duas ações, mas, sim, com múltiplas iniciativas, 
que passam pela busca de uma gestão mais eficiente, com o 
aproveitamento racional dos recursos, a capacitação de 
magistrados e servidores e a racionalização de procedimentos, 
por avanços na informatização do processo, de acordo com os 
procedimentos previstos na Lei 11.419/06, pela reforma 
processual e por tantas outras medidas. 
Esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelos dirigentes 
do Judiciário, mas por todos os partícipes da atividade judicial, 
sejam eles magistrados, membros do Ministério Público, 
advogados, servidores, promotores. Somente com a 
mobilização de todos esses atores é que o Judiciário poderá 
atender à exigência da sociedade de uma Justiça de qualidade, 
efetiva e em tempo razoável. 
 (Cesar Asfor Rocha. Folha de São Paulo, 8 de setembro de 2008.) 
 
“Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era 
preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre 
o desempenho da Justiça. Essas informações, 
lamentavelmente, não existiam ou eram imprecisas e 
defasadas. O Judiciário, na verdade, não se conhecia.” 
A respeito do trecho acima (sublinhado no texto), analise o 
item a seguir: 
 
Essas exerce papel anafórico. 
 
 
 
 
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Comentários 
Esta é uma questão muito comum nas provas da banca FGV, 
que quase sempre cobra do aluno o conhecimento e a diferença 
entre anáfora e catáfora. 
A questão solicita para analisar se o pronome demonstrativo 
essas exerce papel anafórico. 
O que estudamos sobre isso? Vamos ver um resuminho da 
teoria? 
Caso você já tenha registrado a referência de 
determinado termo no texto, é anáfora (referente 
anteposto). Se você ainda for escrever a referência dele, 
é catáfora (referente posposto). 
Vimos, também, a particularidade dos pronomes esse e este, 
não foi? 
O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é 
usado, em um texto, para anunciar algo que ainda será 
dito ou escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome 
este possui uma função catafórica. 
Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, 
essas, isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo 
que já foi dito ou escrito. Assim, dizemos que o pronome 
esse possui uma função anafórica. 
Depois da recordação da teoria, damosuma olhada no texto da 
questão e, dessa forma, verificamos realmente que a expressão 
essas informações se refere a algo dito anteriormente. 
Concluímos, assim, que o pronome essas foi corretamente 
empregado como mecanismo de coesão anafórica, ou seja, ele 
exerce um papel anafórico. 
Gabarito: CERTA 
 
Pronomes relativos 
Vamos ver o pronome relativo que. 
O pronome que é muito usado em nossa língua e se caracteriza por 
ser um importante mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar 
substantivos e facilitar bastante o processo coesivo, o que evita 
repetições desnecessárias. 
Exemplo: 
Estive em uma cidade que é considerada uma das mais bonitas do mundo. 
Note que o pronome que se refere ao substantivo cidade, e podemos 
entender assim: 
Estive em uma cidade. A cidade é considerada uma das mais bonitas do 
mundo. 
Esse mesmo princípio se aplica também a outros pronomes relativos 
como quando, onde, o qual (e variações os quais, a qual, as quais) 
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e cujo (e variações cujos, cuja, cujas). 
Quanto ao pronome cujo, alerto que possui uso um pouco mais 
específico, com algumas regrinhas especiais em relação aos outros 
relativos. Atenção! Não se esqueça de que vamos ver todos os 
detalhes desses e outros pronomes em aulas posteriores. 
São estas as regrinhas do pronome cujo: 
• concorda com o consequente; 
• retoma o antecedente (função anafórica); 
• dá uma ideia de posse; 
• não aceita artigo antes dele nem depois; 
• aceita preposição antes dele. 
Um exemplo: 
A lei cujos artigos são obsoletos será abolida. 
Aí, vemos que o pronome cujos retoma o substantivo lei 
(antecedente) e concorda com o substantivo artigos (consequente). 
 
Pronomes possessivos 
Os pronomes possessivos também são muito empregados para fazer 
referência a outras palavras no texto. 
Veja o exemplo: 
Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu 
sair de lá. 
Notamos, de forma clara, que o pronome possessivo seu refere-se ao 
substantivo anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico. 
 
Pronomes pessoais 
Os pronomes pessoais são bastante utilizados para fazer referência a 
outras palavras no texto. 
Veja o exemplo: 
Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu 
sair de lá. 
Percebe-se que o pronome possessivo ela refere-se ao substantivo 
anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico. 
 
 
 
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Pronomes indefinidos 
Os pronomes indefinidos (ex: tudo, todos, nenhum, vários, cada um, 
cada qual) também trabalham como elementos coesivos em um texto. 
Exemplo: 
Trouxeram-lhe joias, flores, doces. Foi tudo obra de um admirador. 
Observe que tudo se refere a joias, flores, doces e, dessa forma, 
retoma uma expressão já citada (função anafórica). 
 
Advérbios 
Os advérbios possuem papel fundamental no processo coesivo, uma 
vez que podem posicionar o tempo ou lugar de um termo no 
texto, por meio de sua função anafórica, catafórica ou dêitica. 
Nada melhor que exemplos para entendermos: 
João foi ao Rio de Janeiro. Lá é uma cidade que recebe muitos turistas. 
Percebe-se, no exemplo acima, que o relator não se encontra no Rio 
de Janeiro, por causa do uso do advérbio lá como mecanismo coesivo, 
que retoma Rio de Janeiro. 
Venha ao Ceará e conheça as maravilhas daqui. 
Observe que, o uso do advérbio daqui se refere ao substantivo já 
mencionado Ceará e demonstra sua função coesiva. 
 
Numerais 
Os numerais (operadores lógicos) também exercem função coesiva. 
Note, por meio dos exemplos a seguir, que o numeral é um 
mecanismo de coesão, pois ele pode ser usado para se fazer 
referência a outros termos de uma sentença ou de um texto. 
Antônio, Francisco e João estudam na mesma faculdade. Os três pretendem 
formar-se no ano que vem. 
Haverá prêmios para os melhores trabalhos. O primeiro será uma viagem a 
Paris. 
Maria, Ana e Amanda são atletas. A primeira joga tênis, a segunda joga 
futebol e a terceira pratica natação. 
 
Atenção! 
Vou repetir aqui o que já disse no início do tópico sobre pronomes, 
pois isso é de extrema importância para a resolução de provas. 
O que você precisa dominar para fazer a prova é saber ligar o 
operador lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o 
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tipo de operador usado na sentença. O que a banca pergunta, 
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado 
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo. 
 
4.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
A civilização deu uma importância extraordinária à escrita e, muitas vezes, 
quando nos referimos à linguagem, só pensamos nesse seu aspecto. É 
preciso não perder de vista, porém, que lhe há ao lado, mais antiga, mais 
básica, uma expressão oral. 
Notamos que o pronome possessivo lhe refere-se ao substantivo 
anteposto escrita – uso de recurso anafórico. 
 
Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da 
academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até 
de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos 
falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os 
especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que 
ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. 
Temos, aqui, um exemplo de função anafórica do pronome 
pessoal ele, pois verifica-se que esse pronome se refere ao 
substantivo Maquiavel, anteriormente mencionado. 
 
Durante os primeiros séculos da história do Brasil, o uso de abreviaturas nos 
documentos aqui escritos era constante. 
Percebe-se que a expressão durante os primeiros séculos da história 
do Brasil é um termo dêitico temporal. 
 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo 
brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um 
verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das 
pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na 
criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que 
estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do 
curto prazo que lhe foi dado para viver. 
O pronome demonstrativo este é um recurso catafórico, pois 
projeta a expressão referente (fazer o homem feliz dentro do curto 
prazo que lhe foi dado para viver) à frente no texto. 
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Quando se fala em sistema público de comunicação, pensa-se justamente 
em um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes, como rádio, 
televisão, Internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo 
como horizonte o interesse dos cidadãos. Para o professor Laurindo Leal 
Filho, da Universidade de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre 
mídia pública no Brasil, esse não é um conceito fechado. 
No exemplo acima, o pronome esse refere-se ao conceito de sistema 
público de comunicação explicitado anteriormente. Dessa forma, 
temosum emprego de recurso anafórico. 
 
De sorte que, saindo das insolações demoradas para as inundações 
subitâneas, a terra, mal protegida por uma vegetação decídua, que as 
primeiras requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco, 
invadir pelo regime francamente desértico. 
Verifica-se que o numeral primeiras se refere à expressão mencionada 
anteriormente insolações demoradas. Por sua vez, o numeral 
segundas retoma a expressão anteposta inundações subitâneas. 
Assim, ambos são casos de numeral exercendo sua função 
coesiva anafórica. 
 
 
5. Coesão Sequencial 
 
Para facilitar o entendimento sobre coesão sequencial, vamos retomar 
um conceito já visto nesta aula: 
A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos 
conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes, 
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão 
sequencial). 
Por meio dessa definição, vemos que a coesão sequencial (ou 
sequenciação) se inclui na coesão gramatical, pois naquela se usam 
os operadores de sequenciação (ou operadores 
argumentativos) como mecanismos de coesão textual. 
Esses operadores são, em grande parte, as conjunções coordenativas, 
as subordinativas adverbiais, locuções conjuntivas, preposições, 
locuções prepositivas. 
Aqui, cabe salientar que iremos estudar as conjunções e as 
preposições e suas particularidades em aulas seguintes – nesta, 
vamos ver o uso da conjunção como mecanismo coesivo. 
A coesão sequencial se refere basicamente à ligação de palavras, 
orações, parágrafos. Desse modo, os operadores sequenciais não são 
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somente as conjunções e preposições, também outras palavras fazem 
as vezes de mecanismo coesivo na sequenciação textual. 
Na sequenciação, é sempre essencial garantir a manutenção temática 
e os encadeamentos, de modo a buscar os elementos lógicos e 
operadores da sequência linguística que forma o texto. 
O estudo da coesão sequencial é bastante denso e estudado em um 
nível mais elevado por muitos teóricos. O assunto é muito complexo 
e, aqui, estudaremos apenas o que é passível de ser cobrado em 
provas de concurso, certo? 
Temos que ter conhecimento de que os operadores de 
sequenciação são os responsáveis pela conexão dentro do 
texto, e por isso, dão sequência à leitura, estabelecem relações 
de sentido e ligam as ideias constantes no texto. 
Para fazermos as provas, precisamos estudar os operadores de 
sequenciação (ou argumentativos). Eles serão divididos em 
grupos de valor semântico para facilitar nosso entendimento. 
Atenção! Esta lista a seguir não é exaustiva, são apenas exemplos 
mais comuns. 
Vamos, lá? 
 
Oposição, contraste, adversidade, compensação, concessão: 
mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, 
pelo contrário, em contraste com, exceto por, por outro lado, ainda 
que, mesmo (que), apesar de, em detrimento de, a despeito de, 
conquanto, se bem que. 
Exemplos: 
Estudo muito, mas não passo no concurso. 
Ainde que trabalhe muito, ganha pouco. 
 
Tempo: quando, logo que, depois que, antes que, sempre que, desde 
que, até que, assim que, enquanto, mal, apenas, finalmente, enfim, 
por fim, atualmente, logo após, ao mesmo tempo, enquanto isso, 
frequentemente, eventualmente, se. 
Exemplos: 
Vou estudar muito até que passe no concurso. 
Quando eu tirar férias, vou viajar. 
 
Objetivo, finalidade, propósito, intenção: para, para que 
(porque), a fim de que, com o objetivo (intuito, escopo), com o fim 
de, com a finalidade de, a fim de. 
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Exemplos: 
Estou estudando para que eu passe no concurso. 
Vou tirar férias com o objetivo de fazer uma viagem para a Europa. 
 
Prioridade, relevância, ordem: primeiramente, precipuamente, em 
primeiro lugar, primeiro, antes de mais nada, acima de tudo, 
sobretudo, por último, antes de tudo. 
Exemplos: 
Antes de mais nada, quero almoçar com os meus amigos. 
Primeiramente, quero conversar com o gerente da loja. 
 
Ilustração, esclarecimento, exemplificação ou retificação: ou 
seja, isto é, vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou 
melhor, ou antes, na realidade, aliás, por exemplo, em outras 
palavras. 
Exemplos: 
Quero jantar com a minha família, ou seja, meus pais. 
Amanhã, estudarei várias matérias, por exemplo: matemática, português e 
física. 
 
Contraposição: de um lado, de (ou por) outro lado. 
Exemplo: 
De um lado, mansões; de outro favela. 
 
Inclusão: inclusive, ainda, mesmo, até, também. 
Exemplo: 
Ele gosta de todos os esportes, até dos mais perigosos. 
 
Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim, dessa 
maneira, em resumo, recapitulando, em conclusão, portanto. 
Exemplo: 
Ele gosta de natação, tênis, basquete, vôlei, futebol, boxe, em suma, de 
todos os esportes. 
 
Proporcionalidade, simultaneidade, concomitância de fatos: à 
proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais (menos, 
menor, maior, melhor, pior). 
 
 
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Exemplos: 
Quanto mais estudo, mais animada eu fico com as provas. 
As árvores crescem à medida que cuidamos delas. 
 
Acordo, conformidade: conforme (ou como), consoante, segundo, 
que. 
Exemplos: 
Segundo o professor, as provas finais serão complicadas. 
Essa notícia, consoante já falamos, é verdadeira. 
 
Dúvida, condição, hipótese: se, caso, contanto que, exceto se, 
desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a não ser que, exceto 
se, provavelmente, é provável que, possivelmente, não é certo que, 
se é que. 
Exemplos: 
O professor irá ajudar, desde que estudemos a matéria necessária. 
Se não chover amanhã, é provável que faça muito calor. 
 
Semelhança, comparação, analogia: (do) que (após mais, menos, 
maior, menor, melhor, pior), qual ou como (após tal), como ou 
quanto (após tanto ou tão), como (ou igual a), assim como, como se, 
feito, igualmente, da mesma forma, analogamente, por analogia, de 
acordo com, sob o mesmo ponto de vista, assim também. 
Exemplos: 
Viva o hoje como se não houvesse o amanhã. 
Eu gosto de limão assim como Adriana gosta de maracujá. 
 
Explicação, motivo, razão, causa: porque, que, porquanto, senão, 
pois (antes do verbo), visto que (ou como), uma vez que, já que, 
dado que, na medida em que, em virtude de, devido a, por motivo 
(causa, razão de), graças a, em decorrência de, como, por isso. 
Exemplos: 
Iniciei um curso de matemática, uma vez que preciso fazer uma prova 
específica. 
Em virtude de uma manifestação, ficamos presos no trânsito. 
 
 
 
 
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Conclusão, consequência: como resultado, por consequência, logo, 
portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, em vista disso, 
sendo assim, pois (depois do verbo), de modo (forma, maneira, sorte 
que). 
Exemplos: 
O ônibus estragou, dessa forma Joana chegou atrasada. 
Não gostava de trabalhar na indústria, por isso pediu demissão. 
 
Alternância, exclusão: ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já, umas 
vezes...outras vezes, talvez...talvez, seja...seja..., ou. 
Exemplos: 
Brasil ou Espanha ganhará a competição. 
Quer consiga o novo cargo, quer não, nunca desistirei de trabalhar no setor 
público. 
 
Continuação, soma, acréscimo, adição: e, nem (e não),não só 
(apenas, somente), tanto quanto (como), além de, além disso, 
também, ainda, outrossim, ainda mais, ademais. 
Exemplos: 
A felicidade não só faz bem, como é essencial. 
Não desista de estudar nem de trabalhar. 
Eu gosto de estudar e de trabalhar. 
 
Atenção! 
A conjunção e, além do valor aditivo, pode ter outros valores 
semânticos como adversidade e consequência. 
Exemplos: 
Nós trabalhamos até tarde, e não conseguimos acabar o serviço. 
Mariana foi muito aplaudida e ficou tímida. 
 
Lugar: perto de, longe de, próximo a, além de, mais adiante. 
Exemplo: 
Estarei no parque amanhã, perto do lago. 
 
Em seguida, vamos ver um exemplo de questão que aborda a 
coesão sequencial. 
 
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Questão – (CESPE) AL/ES - Nível Superior/2011 
 
(Adaptada) 
 
Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. 
Primeiramente, dizemos aos presentes que, em todo o mundo, 
está sendo celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. 
Em 1948, foi aprovada e proclamada a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos como o mais forte grito a humanidade 
contra a intolerância, a discriminação e o preconceito. 
De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país 
signatário de todos os tratados e convenções dos direitos 
humanos. E, nesse avanço, há quinze anos surgiu o Conselho 
Estadual de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, um 
“adolescente” que teve papel extremamente importante, no 
Espírito Santo, em todas as lutas, estando sempre ao lado dos 
humilhados e dos ofendidos. O Conselho Estadual de Direitos 
Humanos foi a voz dos excluídos e dos presos, em uma época 
recente. 
Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana dos 
Direitos Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, 
extremamente importante para o Espírito Santo, para o Brasil e 
para o mundo. Enquanto teimarmos e não reconhecermos que 
existem problemas, discriminação, preconceito e violência, não 
avançaremos. É fundamental que reconheçamos que eles 
existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de Direitos 
Humanos. Graças ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, o 
Espírito Santo avançou muito. Com apenas quinze anos, nosso 
conselho é um dos mais velhos do Brasil. 
Graças a esse conselho, muitas conferências foram 
estimuladas. Agora ele está empenhado na criação de um 
programa voltado para a educação em direitos humanos, o 
enfrentamento à tortura, o combate à homofobia e o combate a 
todas as formas de preconceito e discriminação. 
Esta sessão solene celebra momento muito importante para 
nós, para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Os 
direitos humanos devem-nos orientar e dar-nos esperança e 
disposição para remarmos contra a maré. Temos de entender 
que as pessoas não podem continuar sendo discriminadas se 
quisermos construir um projeto de nação. Os direitos humanos 
têm de ser uma política pública — é fundamental que assim 
seja — e incorporada definitivamente como projeto de nação, 
pois uma nação sem direitos humanos não pode ter o nome de 
nação. Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não 
tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; 
nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer 
discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se 
houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se 
houver homofobia, em suma, nenhuma forma de preconceito 
pode existir. Os direitos humanos têm a tarefa de ser a tribo 
civilizadora. 
Internet: <www.al.es.gov.br> (com adaptações). 
 
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Em relação aos elementos linguísticos do texto, julgue a 
seguinte afirmativa: 
 
A expressão “em suma”, de caráter explicativo, tem a função 
de retomar, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: 
“nenhuma nação será forte se houver homofobia”. (trechos 
sublinhados no texto) 
 
 
Comentários 
Esta é uma questão que sempre aparece nas provas. A banca 
solicita que você analise a afirmativa de modo a verificar 
a retomada de termos ou trechos de um texto. O 
examinador tenta confundir o candidato, ele oferece um 
determinado trecho (ou palavra, ou expressão) que estaria 
sendo retomado e questiona se aquilo está certo, se é 
realmente aquele o trecho retomado pela expressão constante 
do enunciado. O candidato precisa ter bastante atenção e 
domínio do processo coesivo para identificar corretamente o 
que é retomado (às vezes, a diferença é sutil), de acordo com o 
pedido do enunciado. 
Nesta questão, a banca pede para verificar se a expressão em 
suma retoma, exclusivamente, o trecho imediatamente 
anterior: nenhuma nação será forte se houver homofobia. 
Atente-se para a palavra exclusivamente! Dessa forma, é 
preciso que voltemos ao texto para examinar se em 
suma retoma apenas o trecho do enunciado, se retoma 
mais trechos ou se retoma trechos completamente 
diferentes. Ao relermos as últimas linhas do texto, 
percebemos que o elemento de coesão sequencial em suma dá 
início a um resumo de toda a informação exposta anteriormente 
a ele (Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não 
tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; 
nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer 
discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se 
houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se 
houver homofobia), e não apenas o trecho nenhuma nação será 
forte se houver homofobia. 
 
Lembrou-se do que vimos, na parte teórica da aula, sobre os 
operadores sequenciais e os sentidos (ideias) deles? Lá, há uma 
lista com vários operadores e os respectivos valores que 
transmitem. Transcrevo o item que nos interessa nesta 
questão: 
Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim, dessa 
maneira, em resumo, recapitulando, em conclusão, portanto. 
Assim, há outro erro na afirmativa da questão: o 
elemento de coesão sequencial em suma não tem valor 
explicativo e, sim, de resumo. 
Gabarito: ERRADA 
 
 
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5.1 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
O Príncipe, que, em breve, completará 500 anos, tem características 
notáveis. Primeira: é livro facílimo de ler. Segunda: apesar disso, não há 
acordo sobre o que quer dizer. Nós o lemos com facilidade e não temos 
certeza do que ele pretende. Talvez porque, terceira característica, pareça 
contradizer o resto da vida e obra do autor. 
Perceba que, ao enumerar as características da obra de Maquiavel, o 
autor empregou o recurso coesivo da sequenciação numérica. 
 
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas 
dos padrões culturais de povos diferentes. Por isso, práticas de outros 
sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais. 
O operador sequencial por isso é empregado para fazer uma ligação 
entre a ideia anterior e a ideia posterior, ou seja, como mecanismo 
de coesão sequencial. Note seu valor de conclusão (consequência). 
 
Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de fraqueza, 
e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a fim de escapar dos golpes do 
destino. 
Observe a presença do operador sequencial a fim que estabelece 
uma relação semântica (de valor) de finalidade. Transcrevo um trecho 
da parte teórica da aula para você relembrar: 
Objetivo, finalidade, propósito,

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