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Curso Regular de Língua Portuguesa 
Prof. Ludimila Lamounier, 
AULA 01
ATENÇÂO!
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Língua Portuguesa para o concurso 
Curso Regular 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 01 
 
 
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AULA 01 
 
 
Mecanismos de coesão textual: elementos de referenciação, 
substituição e repetição; conectores; outros elementos de 
sequenciação textual. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Coesão e Coerência 02 
2. Elementos (Recursos) Coesivos 04 
3. Coesão Lexical 08 
3.1 Substituição Léxica 09 
 3.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 19 
4. Coesão Gramatical 20 
4.1 Operadores Lógicos 21 
4.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 28 
5. Coesão Sequencial 29 
5.1 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 36 
6. Outras Nomenclaturas 37 
Questões propostas 38 
Gabarito 47 
Questões comentadas 48 
 
 
Olá, concurseiro fiscal! 
Seja bem-vindo à Aula 01 do Curso Regular de Língua Portuguesa 
para Concursos. Espero que tenha aproveitado bastante a Aula 00 e 
absorvido muito conhecimento. 
Fez todas as questões da última aula? É importante fazer os exercícios 
e prestar atenção em que ponto está o erro, e como ele é corrigido. 
Quando fazemos assim, assimilamos de uma forma que nunca mais 
erramos aquilo de novo. 
 
 
 
 
 
Língua Portuguesa para o concurso 
Curso Regular 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 01 
 
 
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DICA DA VEZ – IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS 
Aqui, iniciaremos nossa série “Dica da Vez”. A cada aula, darei um macete sobre 
algum aspecto que envolva a vida de concurseiro. Tudo isso para ajudar você a 
ficar mais seguro e preparado para a prova! 
Bom, hoje vamos alertá-lo sobre a importância de praticar o conteúdo estudado. 
Não se engane, o domínio da teoria é apenas uma parte do processo. Geralmente, 
as questões utilizadas pelas bancas examinadoras se repetem. Por isso, além de 
analisar as provas mais recentes e perceber qual o posicionamento adotado pela 
organizadora em certos temas, é importante também resolver as provas dos 
últimos dez anos. A prioridade deve ser sempre a instituição responsável pelo seu 
concurso. 
Aconselho que, após o estudo teórico de determinado assunto, você escolha, ainda 
na mesma semana, um momento calmo para a resolução de questões. Primeiro, 
resolva todas, anote as dúvidas que surgirem e, só ao final, confira o gabarito. As 
questões com comentários confiáveis são as mais indicadas para o aprendizado e a 
fixação. Comece pelas questões de nível médio e, depois, aumente a dificuldade 
dos exercícios gradativamente. É importante que, ao final de cada mês, você 
realize simulados que abordem todos os assuntos estudados até então, dessa 
forma, tudo permanecerá sempre atualizado. 
 
 
Nesta aula, veremos um assunto muito cobrado em provas: Coesão 
Textual. 
Muita concentração! 
Então, vamos lá! 
 
 
Mecanismos de Coesão Textual 
 
 
1. Coesão e Coerência 
 
Na aula de hoje, vamos estudar os mecanismos de coesão textual: 
elementos de referenciação, substituição e repetição; conectores; 
outros elementos de sequenciação textual. 
Logo de início, vale lembrar que as provas de concurso público têm 
cobrado, com frequência, o conhecimento dos mecanismos de 
coesão textual. O CESPE, especialmente, tem na coesão um de seus 
assuntos preferidos. 
Mas, afinal, o que é coesão textual? 
Para explicar o que é a coesão, antes, precisamos entender o que é 
coerência textual, pois os dois conceitos estão intimamente ligados. 
Um texto coerente é aquele bem construído, sem incompatibilidade 
entre as suas partes, que possui uma correta interpretação, e, não é 
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Prof. Ludimila Lamounier – Aula 01 
 
 
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apenas uma soma ou sequência de frases sem lógica ou com 
contradições. A coerência estabelece um sentido para o texto e 
faz com que este tenha uma adequada relação com seu 
receptor. A coerência é a responsável pela continuidade dos 
sentidos no texto. 
Temos, ainda, que prestar atenção em um fator: a incoerência não 
depende apenas da maneira como são combinados os elementos 
linguísticos no texto, mas também dos conhecimentos sobre o mundo 
em que ele se insere. Um mesmo texto, portanto, pode ter sentido ou 
não, a depender de fatores como o tipo dele e a situação em que ele 
se relaciona com o leitor ou até mesmo com outros textos. 
Em resumo, existe coerência na medida em que se é possível 
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação 
entre seus elementos. 
Diante do exposto, percebemos que se pode conceituar a 
coerência como um princípio de interpretabilidade, ou seja, não 
existe o texto incoerente por si só, mas o texto pode ser 
incoerente em uma certa situação de comunicação com o 
interceptor. Assim, para classificarmos um texto como incoerente, 
temos que determinar as questões de incoerência. Essas questões 
podem ser da ordem de adequação a alguma situação, como a 
intenção comunicativa do autor, objetivos do texto, destinatários, 
regras socioculturais, etc. 
E qual a relação entre coerência e coesão? 
A coerência está totalmente ligada à coesão textual, uma vez que 
a coesão se refere às relações que se estabelecem entre os elementos 
que formam o texto, ou seja, a coesão é a responsável pela 
conexão e ligação, entre as partes do texto, por meio dos 
chamados mecanismos de coesão textual. A coesão também 
trata da relação entre as orações dentro do texto. Assim, quando se 
empregam corretamente os elementos linguísticos, geralmente, 
conseguimos um texto coerente. 
Geralmente, porque, embora a coesão esteja bastante presente na 
estrutura da coerência, ela, por si só, não garante que um texto seja 
coerente. Os mecanismos coesivos nem sempre são suficientes 
ou necessários para que a coerência se estabeleça de forma 
completa. Há, em grande parte das vezes, a necessidade de 
conhecimentos referentes a situações externas ao texto, como: 
conhecimento de mundo, dos interlocutores, de normas sociais, etc. 
Desse modo, há muitas sequências de palavras, com poucos ou 
nenhum elemento coesivo, mas, por serem coerentes, constituem um 
texto e, por isso, possuem a chamada textura ou textualidade. Eles 
são, portanto, textos sem coesão, porém, coerentes. 
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De maneira inversa, como a coesão, às vezes, não é suficiente para 
obtenção da coerência, há sequências linguísticas coesas que 
dificilmente conseguem estabelecer, para o leitor, um sentido global 
que as tornem coerentes, ou seja, não há como se determinar uma 
continuidade ou unidade de sentido. 
É importante, portanto, percebermos que é a coerência que dá 
textualidade a uma sequência linguística e não a coesão. 
Podemos dizer que a coesão atua na organização da sequência 
linguística do texto. Ela trabalha a conexão entre as diversas partes 
do texto e, desse modo, observa-se que a coesão é sintática e 
gramatical, mastambém semântica, porque, em várias ocorrências, 
os mecanismos de coesão se baseiam em uma relação entre os 
significados dos elementos constantes do texto. 
A coesão tem relação com a coerência quando verificamos que aquela 
é um dos fatores que permite o cálculo desta. 
 
 
2. Elementos (Recursos) Coesivos 
 
Antes de começarmos a estudar os tipos de coesão existentes e 
explicar cada um dos mecanismos coesivos, quero conversar com 
você sobre os conceitos de alguns elementos (recursos) 
coesivos de nossa língua. Assim, vai ficar mais fácil entender de 
que forma são usados os mecanismos que veremos depois. 
Vamos, lá? Ânimo! 
 
Elemento coesivo endofórico 
São elementos que possuem referentes dentro do texto – referentes 
internos. Podemos dividir os recursos endofóricos em 
anafóricos e catafóricos, como veremos em seguida. 
 
Elemento coesivo anafórico 
Quando um componente que já foi explicitado no texto é 
retomado, temos o que se conceitua como anáfora. Assim, 
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é 
um elemento coesivo anafórico. 
Veja o seguinte exemplo: 
O diretor da empresa assinou os papéis que iam ser despachados no dia 
seguinte. 
Perceba que o pronome relativo que retoma o antecedente os papéis. 
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Elemento coesivo catafórico 
A catáfora ocorre quando um componente do texto é precedido 
(previsto) por algum outro elemento textual como um 
pronome, verbo, advérbio, quantificador, os quais substituem 
o referido componente. Desse modo, quando um termo apresenta 
referente posposto, dizemos que ele é um elemento coesivo 
catafórico. 
Exemplo: 
Este é o melhor remédio para gripe: repouso. 
Observe que o pronome demonstrativo este se refere ao termo 
posposto repouso. Percebe-se, assim, que a catáfora tem a função 
de anunciar o que vai ser dito. 
Se resumirmos: caso você já tenha registrado a referência de 
determinado termo no texto, é anáfora (referente anteposto). 
Se você ainda for escrever a referência dele, é catáfora 
(referente posposto). 
 
Elementos coesivos exofóricos 
São elementos que apresentam referente fora do texto – 
referentes externos. 
Para entender melhor, observe o seguinte exemplo: 
Eu considero que deve haver uma revisão nas leis que disciplinam o trânsito 
no Brasil. 
Note que o pronome pessoal eu não se refere a nenhum termo 
registrado na oração, por isso dizemos que o referente não está no 
texto, certo? 
Nesse contexto de elemento exofórico, cabe estudarmos o 
elemento dêitico (dêixis – mostrar). 
O recurso dêitico é um elemento linguístico que designa algo 
mostrando, e não conceituando. Ou seja, o elemento dêitico 
aponta por meio da linguagem. Ele mostra, verbalmente, as 
condições ou informações contextuais em que determinado 
enunciado ou texto é produzido. 
Podemos dividir os dêiticos em espaciais, temporais e subjetivos. 
O dêitico espacial indica o lugar onde o redator está, ou seja, marca 
a localização espacial. 
Exemplo: 
Este município receberá muitos turistas nos próximos meses. 
Por sua vez, o dêitico temporal marca a localização temporal, o 
momento em que o redator se encontra. 
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Exemplos: 
Neste mês, haverá aumento no preço da gasolina. 
Atualmente, há problemas econômicos na Europa. 
Por último, o dêitico subjetivo mostra traços de quem redige ou 
fala. Ele marca o papel dos participantes na situação relatada - o 
relator é o marco de referência. 
Exemplo: 
Eu defendo o voto facultativo. 
Neste caso, registra-se que não é necessária a presença do pronome 
eu para que exista uma marca dêitica na oração acima. Portanto, 
bastaria estar escrito: “Defendo o voto facultativo”, pois, pela 
conjugação verbal, já se percebe tratar-se da 1ª pessoa do singular. 
Alerto para termos cuidado com o uso do dêitico subjetivo 
(pessoal): a depender de como, quando e quanto ele é utilizado, o 
elemento pode trazer alto grau de subjetividade ao texto. 
Outro ponto de atenção se refere à correta identificação do elemento 
dêitico, cuidado para não fazer confusão com os elementos 
endofóricos, como no exemplo abaixo: 
Meu nome é João. Eu sou um jornalista do Rio de Janeiro. 
Neste caso, o pronome pessoal eu não é elemento dêitico, e, sim, 
recurso endofórico (anáfora), uma vez que o termo possui 
referente anteposto (João). 
Os pronomes serão estudados em outra aula, contudo é muito 
importante mencionar os pronomes demonstrativos esse e este (e 
suas variações) como elementos dêiticos espaciais fundamentais. 
Desse modo, vejamos: 
Esta mochila é minha. (a mochila está perto de quem fala) 
Essa mochila é sua. (a mochila está longe de quem fala) 
Por fim, de forma a facilitar a identificação de possíveis elementos 
dêiticos, devemos estar sempre atentos em relação a pronomes 
pessoais, desinências verbais, pronomes demonstrativos, locuções 
prepositivas e adverbiais, advérbios de lugar (aqui, aí, etc.) e de 
tempo (hoje, amanhã, agora, ultimamente, recentemente, ontem, 
etc.). 
 
Elemento coesivo vicário 
O elemento vicário é uma palavra que substitui uma oração 
inteira (substitutivo oracional). 
Mas, cuidado! A função vicária é única, ou seja, o elemento não 
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substitui qualquer coisa, substitui somente orações. 
Exemplo: 
Haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã? Creio que sim. 
Observe que o vocábulo sim substitui a oração anterior inteira (Creio 
que haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã). 
 
Neste momento, você deve estar pensando: mas, precisa saber esses 
nomes tão estranhos para fazer a prova ou basta saber o conceito? 
Infelizmente, precisamos decorar todas essas nomenclaturas. 
Em algumas questões, a banca examinadora faz o questionamento 
usando o nome do elemento coesivo. Então, se você não decorou qual 
é qual, não consegue responder. E não dá para perder ponto assim, 
não é mesmo? 
A FGV (e outras bancas) adora cobrar as nomenclaturas nas 
questões, veja a seguir um exemplo. 
 
 (FGV) Técnico Legislativo – Administração – Senado 
 Federal/2012 
 
 
No segundo quadrinho, o pronome essa tem valor: 
a) anafórico 
b) catafórico 
c) dêitico 
d) relativo 
e) expletivo 
 
Comentários 
Note que o enunciado solicita ao candidato que ele marque a 
alternativa que apresenta o valor coesivo do pronome essa no 
segundo quadrinho. Portanto, é muito importante que, além do 
conceito, você saiba a nomenclatura de cada elemento coesivo 
estudado na parte teórica que acabamos de ver. No caso do 
segundo quadrinho, o pronome essa tem valor dêitico, uma 
vez que o recurso dêitico é um elemento linguístico que designa 
algo mostrando, e não conceituando. Ou seja, o elemento 
dêitico aponta por meio da linguagem. Ele não faz referência a 
algo que já foi registrado no texto (anáfora) ou algo que ainda 
será (catáfora). 
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Em relação ao valor relativo (alternativa d), temos os 
pronomes relativos, tema de outra aula. 
Quanto ao valor expletivo (alternativa e), ele se refere às 
denominadas partículas expletivas, que são palavras ou 
expressões usadas para realçar o texto, com valor genérico de 
reforço ou ênfase. A retirada desses elementos não prejudica o 
sentido do texto, mas a ênfase desaparece. 
Exemplo:Nós é que o convencemos a ficar. (expressão 
expletiva ser + que). 
 
Gabarito: C 
 
 
3. Coesão Lexical 
 
Você já notou que um texto produz cadeias coesivas à medida que 
os vocábulos são registrados? 
Dizemos, assim, que o texto possui uma estrutura diafórica, em 
que ideias são sempre retomadas ou previstas. Ou seja, os 
elementos de coesão lexical e gramatical apresentam 
referentes antepostos, pospostos, internos e externos. 
Assim, de uma forma mais geral, podemos dividir a coesão em 
lexical e gramatical. 
 
A coesão lexical, também denominada reiteração léxica, refere-se 
ao tipo de coesão que é obtida por meio da simples repetição 
ou da substituição léxica (de palavras). Observe que os termos 
usados para esse tipo de substituição sempre terão uma afinidade 
semântica. 
Aqui, cabe registrar a questão da coesão por repetição de 
vocábulos. Podemos pensar que a repetição de palavras sempre 
gera um texto mal construído, mal estruturado. Mas, não é bem 
assim, pois a repetição pode ser um recurso estilístico ou de 
ênfase, ou seja, ela pode ser intencional. A repetição, portanto, 
deve ser feita com muito cuidado, tendo em vista que desejamos que 
nossos textos fiquem ricos e bem articulados. Não queremos textos 
pobres, não é mesmo? 
 
Em primeiro lugar, vamos ver os problemas da repetição (coisas 
que não podem acontecer na estrutura dos textos). 
Uma precaução que sempre devemos ter é a proximidade entre 
as palavras repetidas. Quando elas estão muito próximas, 
ocorre um desconforto. 
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Para tanto, observe a seguinte oração: 
Mariana trabalhava em uma indústria automobilística. Após dois anos como 
secretária, Mariana resolveu mudar de setor. 
Outro cuidado importante se relaciona com a repetição de um 
mesmo vocábulo em número excessivo, o que deixa o texto 
monótono e com uma estrutura deficiente. 
Vejamos um exemplo: 
João é um rapaz que gosta muito de estudar matemática, mas nos últimos 
meses, ele tem achado matemática uma matéria difícil, pois o professor de 
matemática indicou um livro de matemática bastante complicado. 
Em segundo lugar, verificam-se alguns casos específicos, em que a 
repetição é usada de forma intencional, com o objetivo de se 
realçarem as ideias, como recurso estilístico ou de se obter ênfase. 
Esse artifício costuma ser aplicado em textos literários, 
publicitários, discursos, provérbios e ditados populares. 
Exemplos: 
“Cana na fazenda dá pinga; pinga na cidade dá cana.” 
“Saudade, palavra que nunca morre, quando morre fica arquivada no 
coração.” 
“Vermelhos Especiais de Koleston. 
Cores mais quentes que duram, duram, duram.” 
 
Ainda há um outro caso de repetição que não é visto como problema: 
quando o termo repetido é usado com diferente aspecto 
semântico (outro sentido). 
Exemplo: 
Quem casa quer casa. 
Note que o substantivo casa foi empregado com dois significados 
diferentes. 
 
3.1 Substituição Léxica 
 
Vamos, agora, estudar a substituição léxica (de palavras, 
vocábulos, expressões). Esse tipo de mecanismo coesivo é bastante 
útil, pois permite evitar a repetição não intencional e enriquece o 
texto. 
Sobre o assunto, precisamos estudar alguns conceitos, que serão 
explicados a seguir. 
 
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Sinonímia 
Como o próprio nome diz, é uma substituição feita por meio do 
uso de palavras ou expressões sinônimas. Atente-se para o fato 
de não existir uma sinonímia perfeita, e, sim, uma aproximação 
semântica. 
Desse modo, procuramos usar uma palavra que tenha um significado 
semelhante àquela que será substituída, ou seja, tenha uma 
identidade referencial. Mas, cuidado! Temos sempre que 
examinar o contexto e a coerência, para termos certeza de que 
uma palavra pode ser trocada por outra. A depender do sentido 
do texto, podemos usar em um determinado caso, mas não em outro. 
Então, devemos verificar se a palavra realmente se encaixa no trecho 
em questão. 
Ainda precisamos examinar se é necessário mudar alguma outra 
palavra para que a estrutura da oração continue gramaticalmente 
correta, ou seja, talvez seja preciso trocar ou colocar uma preposição, 
ou alterar as palavras de feminino para masculino, etc. 
Que tal um exemplo para facilitar o entendimento? 
Observe estas palavras: aquiescência, anuência, autorização, 
concordância e consentimento. É perceptível que elas possuem 
sentidos aproximados e que, de uma forma geral, podem ser trocadas 
entre si, pois estão inseridas em um mesmo campo semântico. 
Agora, vamos usá-las em uma sentença, que mostra o que acabamos 
de ler: 
O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a anuência dos 
jogadores irritou a alta cúpula do clube. Esse consentimento era necessário 
conforme acordo anterior. 
O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a autorização 
dos jogadores irritou a alta cúpula do clube. Essa aquiescência era 
necessária conforme acordo anterior. 
 
Vamos ver uma questão que propõe a troca de palavras de 
forma a se manter o mesmo sentido: 
 
Questão – (FCC) Analista Judiciário TRF - 1ª 
Região/2006 
(Adaptada) 
 Orgulho ferido 
 
Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o 
futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores 
latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode 
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mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel 
Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do 
Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E 
conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária 
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há 
dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer 
frente a esse quadro. 
"O editorial é um desrespeito à soberania de Cuba", diz 
Maurício Torres Tovar, coordenador-geral da Alames 
(Associação Latino-Americana de Medicina Social). "A atenção 
do Estado cubano para com a saúde de sua população é um 
exemplo para todos. Cuba tem uma notável vocação solidária, 
ajudando, com remédios e serviços de profissionais, diversos 
países atingidos por catástrofes", afirmou. Sergio Pastrana, da 
Academia de Ciências de Cuba, também protestou: "Temos 
condição de decidir se precisamos de ajuda e direito de escolher 
a quem pedi-la." 
 (Revista Pesquisa Fapesp. Outubro 2006, n. 128.) 
 
Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do 
texto, ao editorial da revista britânica The 
Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar (palavras 
sublinhadas no texto). Considerando-se o contexto, não 
haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido 
empregados, respectivamente: 
 
a) ensejar – aventar – convocar – sugerir 
b) instigar – propor – reiterar - infiltrar 
c) dirimir – conceder – atribuir - insuflar 
d) solapar – retificar – conceder - induzir 
e) conduzir – insinuar – proclamar - confessar 
 
Comentários 
Esta é uma questão muito comum em provas. A banca pede a 
troca de palavras por outras e questiona se o sentido foi 
mantido. É importante que você estude a troca proposta com 
bastante cuidado – preste atenção no contexto. Lembre-se, 
sempre, do que vimos na aula: temos sempre que examinar 
o contexto e a coerência, para termos certeza de que 
uma palavra pode ser trocada por outra. A depender do 
sentido do texto, podemos usar em um determinado caso, mas 
não em outro. Então, temos que verificar se a palavra 
realmente se encaixa no trecho em questão.Neste tipo de exercício, também é necessário um conhecimento 
de vocabulário, pois você não terá um dicionário para consultar 
na hora da prova, não é mesmo? 
Após a verificação do significado de cada palavra que consta 
das alternativas e do texto (e realizadas as respectivas trocas), 
respondemos à questão. 
Gabarito: A 
 
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Hiperonímia 
A substituição lexical por hiperonímia é feita por meio de 
palavras que possuem uma significação mais ampla 
(abrangente) do que a substituída. 
Devemos notar que os vocábulos (que se conectam) remetem a uma 
mesma noção e, portanto, permitem que o texto ou o trecho dele 
fique bem articulado e possua uma unidade de significação. 
Para esclarecer, observe as seguintes palavras: 
trabalhador – operário – homem 
Podemos, afirmar que operário é sinônimo de trabalhador e que 
homem é hiperônimo (sentido mais amplo) tanto de trabalhador, 
quanto de operário. 
remédio – medicamento – produto 
No exemplo, medicamento é sinônimo de remédio, e produto é 
hiperônimo tanto de remédio, quanto de medicamento. 
 
Hiponímia 
O conceito de substituição por hiponímia é similar ao da hiperonímia, 
mas, aqui, a palavra substituta tem uma significação mais 
restrita (específica). 
Como exemplos, veja as seguintes palavras: 
remédio – medicamento – analgésico 
Note que, medicamento é sinônimo de remédio, e analgésico é 
hipônimo tanto de remédio, quanto de medicamento. 
cor - preto - negro 
Por sua vez, preto é sinônimo de negro, e ambos são hipônimos do 
vocábulo cor. 
 
Metonímia 
Tipo de substituição lexical que ocorre quando o segundo vocábulo 
mantém com o anterior uma relação de contiguidade e 
aproximação semântica. 
Preste atenção nestas palavras: 
moços – jovens - juventude - mocidade 
Temos que moços e jovens são pessoas, e, portanto, podem ser 
palavras consideradas sinônimas. A mesma coisa acontece com 
juventude e mocidade, ambas são fases de vida e sinônimas. Mas, 
agora, compare moços (e jovens) com mocidade (e juventude); 
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observe que se trocou a ideia de pessoa por fase de vida em que ela 
se encontra. Apesar disso, os vocábulos remetem a um mesmo 
sentido e possuem, entre si, uma estreita ligação semântica. 
Percebemos, assim, que esse tipo de substituição contribui para que o 
texto ou o trecho dele fique bem articulado e possua uma unidade de 
significação. 
 
Elipse e Zeugma 
É um tipo de substituição por zero. Mas, como assim? Na 
verdade, não há substituição, e sim uma ausência ou retirada 
do vocábulo. 
Elipse e zeugma possuem características semelhantes. Na elipse, 
existe a omissão de um termo não mencionado antes, mas de 
fácil identificação pelo contexto. Na zeugma, o termo ou expressão já 
foi anteriormente citado, ou seja, a segunda palavra fica 
logicamente subentendida em relação à primeira. 
Exemplo de elipse: 
No fim da festa de aniversário, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. 
Neste caso de elipse, note que, antes de sobre, está subentendido 
(pelo contexto) o termo havia. 
Exemplo de zeugma: 
Os estudantes fizeram uma passeata na Praça da República. Também 
danificaram parte de um monumento histórico. 
Note que, antes de também, está logicamente subentendido o 
vocábulo estudantes. 
Podemos considerar zeugma um tipo de elipse. Então, estará correto 
se a questão da prova trouxer qualquer um desses dois tipos de 
omissão e denominá-lo elipse. 
Elipse e zeugma representam, portanto, mais um tipo de coesão que 
contribui para uma devida articulação do texto, e, consequentemente, 
para a manutenção de uma unidade semântica. 
 
Nominalização 
A nominalização é um mecanismo coesivo feito por meio da 
substituição de um verbo por um nome, ou seja, formas 
nominalizadas. 
Exemplo: 
Os grevistas paralisaram todas as atividades do metrô. A paralisação durou 
dois dias. 
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Expressões ou grupos nominais definidos 
Trata-se de expressões que exercem a retomada de termos 
(referem-se a outros vocábulos) por meio de propriedades ou 
características destes. 
Destaco que é importante observar o contexto e as instruções 
coletadas ao longo do texto para a correta identificação dos termos 
conectados entre si, ou seja, dos mecanismos coesivos. 
Exemplos: 
Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados Unidos 
vem sofrendo diversas derrotas políticas. 
Uma mulher perambulava pela rua escura: faminta, suja, cansada. A pobre 
criatura parecia não notar a chuva fina que caía. 
Quando a substituição qualifica uma pessoa ou coisa, temos o que se 
denomina epíteto. 
Exemplo: 
Fernanda Montenegro ganhou outro prêmio por sua participação no filme 
Central do Brasil. Na cerimônia de apresentação, a grande dama do teatro 
estava muito emocionada. 
 
Vamos tentar entender como as questões costumam cobrar o 
assunto. 
 
Questão – (FCC) Analista Judiciário TER-TO/2011 
(Adaptada) 
 
Até alguns anos atrás, a palavra biodiversidade era quase 
incompreensível para a maioria das pessoas. Hoje, se ainda não 
chega a ser um tema que se discuta nos bares, vem se 
incorporando cada vez mais na sociedade em geral. Tudo indica 
que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de 
uma determinada área começa a ser uma preocupação geral a 
ponto de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da 
Biodiversidade. 
Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular, 
convencer governos e sociedades de que a biodiversidade tem 
importância fundamental para a espécie humana e para o 
próprio planeta é uma perspectiva remota. Afinal, a quantidade 
de espécies aparentemente não influencia a vida profissional, 
social e econômica de quem está mergulhado nas decisões mais 
prosaicas do dia a dia. 
Como diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da 10ª 
Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade 
Biológica, o objetivo desse encontro é "desenvolverem novo 
plano estratégico para as próximas décadas, incluindo uma 
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visão para 2050 e uma missão para a biodiversidade em 2020." 
Talvez seja um discurso um pouco vago devido à urgência dos 
fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se um número 
tão grande de espécies ameaçadas. Diariamente, 100 delas 
entram em processo de extinção e calcula-se que nos 
próximos 20 anos mais de 500 mil serão varridas 
definitivamente do globo. Tudo isso ocorre, na maior parte, 
graças à intervenção humana. 
Nessas espécies encontra-se um vasto e generoso banco 
genético, cuja exploração ainda engatinha, capaz de fornecer as 
mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. 
Esse fato poderia constituir argumento suficiente para a 
preservação das espécies e das áreas em que elas se 
encontram. No entanto, o raciocínio conservacionista tem sido 
puramente contábil: quanto vale a biodiversidade, qual é o 
prejuízo que representa sua diminuição e que investimento é 
necessário para mantê-la. Nessa contabilidade, o que entra é 
um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas 
oferecem - como a purificação do ar e da água, o fornecimento 
de água doce e de madeira, a regulação climática, a proteção a 
desastres naturais, o controle da erosão e até a recreação. E a 
ONU avisa: mais de 60% desses serviços estão sofrendodegradação ou sendo consumidos mais depressa do que podem 
ser recuperados. 
(Roberto Amado. Revista do Brasil, outubro de 2010, pp. 28- 
30, com adaptações.) 
 
Veja o seguinte trecho retirado do texto: capaz de fornecer as 
mais diferentes soluções para questões 
humanas eminentes. (trecho sublinhado no texto) 
Considerando-se o par de palavras eminentes/iminentes, 
é correto afirmar que se trata de exemplo de: 
 
a) antonímia 
b) sinonímia 
c) paronímia 
d) homonímia 
e) homofonia 
 
Comentários 
Aqui, temos uma questão que cobra dos alunos conceitos sobre 
aspectos semânticos. Estudamos que a sinonímia é uma 
substituição de vocábulos feita por meio do uso de palavras ou 
expressões sinônimas. De forma oposta à sinonímia, temos a 
antonímia, pois agora a substituição é efetuada por meio de 
palavras de sentido contrário. Por sua vez, a homonímia é a 
designação geral para os casos em que vocábulos de 
significados diferentes têm a mesma grafia (os homônimos 
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos 
homófonos), com grafia diferente. Assim, as palavras 
homófonas (homofonia) são aquelas cuja pronúncia é igual, 
mas têm grafia e significado diferentes. Por último, na 
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paronímia, as palavras são bastante semelhantes, e geram, 
muitas vezes, confusão. Embora tenham significados diferentes, 
são parecidas na grafia e na pronúncia, o que é o caso das 
palavras do enunciado desta questão: minentes/iminentes. 
Vejamos um exemplo de homonímia: 
O bebê nasceu são (saudável) e bonito. 
No dia 28 de outubro, comemora-se o dia de São Judas Tadeu 
(santo). 
Os lápis são (verbo ser) da Ana. 
Vejamos um exemplo de homofonia: 
Quando viajo, eu gosto dos assentos perto das janelas. 
Na língua portuguesa usamos o acento tônico e também o 
agudo. 
Gabarito: C 
 
 
IMPORTANTE 
Você precisa perceber, em cada conceito explicitado acima, a conexão 
que existe entre a coesão léxica e os elementos (recursos) coesivos 
vistos no tópico anterior. 
Assim, como exemplo, o mecanismo coesivo pode ser por meio de 
uma expressão ou grupos nominais definidos, em conjunto com 
um elemento anafórico. 
Volte ao exemplo de coesão lexical já citado: 
Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados Unidos 
vem sofrendo diversas derrotas políticas. 
Dizemos que é um exemplo de anáfora lexical, porque a expressão 
presidente dos Estados Unidos refere-se a um termo anteposto e é 
uma substituição léxica. 
 
A seguir, mais uma questão que solicita a substituição de 
palavras. Vemos, portanto, ser um tema bastante cobrado nos 
concursos. 
 
QUESTÃO - (FGV) Advogado – Senado Federal/2008 
(Adaptada) 
Justiça de qualidade 
A instalação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2005 
sinalizou profundas mudanças no Judiciário, até então apontado 
como o mais hermético e resistente a mudanças entre os três 
poderes. Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos 
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tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório para 
coibir os supersalários que recorrentemente escandalizavam a 
opinião pública. 
A correção dos desvios refletiu nova atitude dos magistrados, 
mais aberta ao diálogo com a sociedade e mais propensa a 
assimilar construtivamente críticas em 
relação aos serviços judiciais. Pôs-se fim ao clichê do juiz 
encastelado em torre de marfim, distante da sociedade. 
Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso 
assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o 
desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, 
não existiam ou eram imprecisas e defasadas. O Judiciário, na 
verdade, não se conhecia. 
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 
2007 o programa Justiça Aberta, um banco de dados com 
informações na internet (www.cnj.jus.br) 
atualizadas continuamente, que permite o monitoramento da 
produtividade judicial pelo próprio Poder Judiciário e pela 
sociedade. É a prestação de contas que faltava. 
Esse autoconhecimento é o ponto de partida para que o 
Judiciário dê continuidade a mudanças que se reflitam, 
efetivamente, na qualidade da prestação jurisdicional, que, 
sabemos, é alvo de insatisfação por parte dos jurisdicionados. A 
principal das reclamações é a morosidade, muitas vezes 
associada à impunidade ou não-efetivação da Justiça. Mais de 
50% das representações que chegam ao CNJ referem-se a esse 
problema. 
É um problema que atinge desde a primeira instância até os 
tribunais superiores. Nascido na Constituinte que ampliou os 
direitos e as garantias do cidadão, o STJ (Superior Tribunal de 
Justiça) completará 20 anos no dia 7/4 do ano que vem, com 
aumento de 8.920% no número de processos julgados. No 
primeiro ano de funcionamento, julgou 3.700 processos. Em 
2007, 330 mil processos. 
A progressão geométrica da demanda compromete não só a 
celeridade, mas a própria missão constitucional do STJ, que é a 
de uniformizar a interpretação das leis federais. 
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo 
de processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel 
maior, ficou em segundo plano. Com uma média anual de 10 
mil processos julgados por cada ministro, o complexo ato de 
julgar corre o risco de se transformar em mero ato mecânico. 
Atacar esse mal implica a adoção de um conjunto de ações e 
iniciativas. A busca da gestão eficiente, certamente, é uma 
delas. A emenda constitucional 19, de 1998, forneceu 
importante meio de a sociedade exigir a qualidade dos serviços 
prestados pelo Estado, ao introduzir a eficiência como um dos 
princípios da administração pública. Diagnósticos precisos, 
planejamento, profissionalismo, soluções criativas, 
racionalização, enfim, todos os requisitos de uma gestão 
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moderna não são, portanto, apenas desejáveis, mas 
indispensáveis. 
Se a Constituinte de 1988 deu ênfase à segurança jurídica, 
particularmente à garantia do contraditório e da ampla defesa, 
em detrimento da celeridade processual, o que se observa hoje 
é o clamor da sociedade por uma Justiça mais rápida. A 
emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, refletiu 
esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade da 
tramitação. É difícil conciliar esses dois princípios antagônicos: 
celeridade x segurança. 
A demanda por transparência e por celeridade processual 
exige uma Justiça de qualidade. Esta deve ser buscada não 
apenas com uma ou duas ações, mas, sim, com múltiplas 
iniciativas, que passam pela busca de uma gestão mais 
eficiente, com o aproveitamento racional dos recursos, a 
capacitação de magistrados e servidores e a racionalização de 
procedimentos, por avanços na informatização do processo, de 
acordo com os procedimentos previstos na Lei 11.419/06, pela 
reforma processual e por tantas outras medidas. 
Esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelos dirigentes 
do Judiciário, mas por todos os partícipes da atividade judicial, 
sejam eles magistrados, membros do Ministério Público, 
advogados, servidores, promotores. Somente com a 
mobilização de todos esses atores é que o Judiciário poderá 
atender à exigência da sociedade de uma Justiça de qualidade, 
efetiva e em tempo razoável. 
 (Cesar Asfor Rocha. Folha de São Paulo, 8 de setembro de 
2008.) 
 
Por transparência (palavra em negrito no texto) não se 
pode entender: 
 
a)diafaneidade 
b) translucidez 
c) cristalinidade 
d) perspicuidade 
e) crassidade 
 
Comentários 
 
Novamente, o mesmo tipo de questão, tal como a da banca FCC 
já estudada nesta aula. Note, assim, que é bastante comum 
este tipo de questão em provas de diversas bancas. O 
examinador pede a substituição de uma palavra por outra e 
questiona se o sentido foi mantido. É importante que você 
estude a troca proposta com bastante cuidado – preste atenção 
no contexto. Lembre-se do que vimos na aula: temos sempre 
que examinar o contexto e a coerência, para termos 
certeza de que uma palavra pode ser trocada por outra. A 
depender do sentido do texto, podemos usar em um 
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determinado caso, mas não em outro. Então, devemos verificar 
se a palavra se encaixa no trecho em questão. 
Neste tipo de exercício, também é necessário um bom 
conhecimento de vocabulário, ou seja, do significado das 
palavras. 
Após a verificação do significado de cada palavra que consta 
das afirmativas e do texto (e realizadas as respectivas trocas), 
respondemos à questão. 
Cuidado! Nesta questão ocorre uma pegadinha muito usada 
pela FCC. Ela pede para marcar a palavra que NÃO pode ser 
usada para substituir transparência, ou seja, ela quer a 
negativa. Então, temos que prestar bastante atenção nisso para 
não marcarmos a alternativa errada. 
Nesta questão, a única palavra que não serve como sinônimo 
de transparência é crassidade (particularidade ou qualidade 
daquilo que é crasso e/ou se apresenta desta forma; 
consistência). 
Gabarito: E 
 
 
3.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
Sartre mora na esquina da rue de l’Abbaye, num quarto andar aonde se 
ascende por uma escada meio escura, em caracol. Esse solteirão de 45 anos 
vive com sua mãe, e tem um apartamento bem arranjado. 
A expressão esse solteirão de 45 anos se refere ao substantivo 
próprio anteposto Sartre – exemplo de anáfora lexical. 
 
 
É o que propõe o Projeto de Lei n. 3.111/2012. Pela proposta, os postos que 
distam mais de vinte quilômetros de centros urbanos deverão ter 
ambulâncias e pessoal treinado para prestar socorro. 
O substantivo proposta foi empregado como elemento de coesão 
lexical (nominalização). 
 
A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos 
oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a 
capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. 
Por ser mais abrangente e abarcar os sentidos específicos das três 
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palavras mencionadas, note que o termo elementos funciona como 
hiperônimo (anafórica lexical) do trecho divulgação científica, as 
informações e os conhecimentos. 
 
A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são 
classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou 
imaterial. 
Por ser mais específico e inserir-se no sentido mais abrangente de 
delitos, perceba que o termo crimes funciona como hipônimo 
(anafórica lexical) de delitos. 
 
As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o início, 
inteiramente marcadas pelo jogo. Como, por exemplo, no caso da 
linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim 
de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite 
distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em resumo, designá-las e com 
essa designação elevá-las ao domínio do espírito. Na criação da fala e da 
linguagem, brincando com essa maravilhosa faculdade de designar, é como 
se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria e as coisas 
pensadas. Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e 
toda metáfora é jogo de palavras. 
No trecho acima, observamos a repetição da palavra linguagem, mas 
não é uma repetição equivocada. É um exemplo de repetição 
intencional, que não deixa o texto monótono ou mal articulado. 
Aqui, também se verifica a repetição da palavra metáfora, mas apesar 
de as duas ocorrências estarem próximas, percebe-se que foi uma 
repetição para se obter ênfase. O exemplo também mostra o uso 
de coesão lexical (nominalização), pois o substantivo designação 
foi empregado para substituir o verbo designar. Ainda temos outros 
exemplos de coesão lexical (anáfora), uma vez que as expressões 
primeiro e supremo instrumento, maravilhosa faculdade de designar e 
toda expressão abstrata fazem referência à palavra anteposta 
linguagem. 
 
 
4. Coesão Gramatical 
 
A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos 
conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes, 
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão 
sequencial). 
 
 
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IMPORTANTE 
Você perceberá que, tal como ocorreu na coesão lexical, existe 
conexão entre a coesão gramatical e os elementos (recursos) 
coesivos vistos no “Tópico 2 – Elementos (Recursos Coesivos)”. 
Preste atenção, então, em todos os operadores lógicos que serão 
vistos e seus respectivos conceitos. 
 
 
4.1 Operadores Lógicos 
 
Agora, depois da explicação sobre os elementos coesivos, vamos 
estudar os operadores lógicos. 
No início do “Tópico 4 – Coesão Gramatical”, eu disse que a coesão 
gramatical se caracterizava pelo uso de operadores lógicos da 
língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de 
sequenciação. 
Vamos estudar os operadores lógicos e deixar para um próximo tópico 
os operadores de sequenciação. 
 
Operadores lógicos 
 
Pronomes 
Cabe registrar que iremos estudar os pronomes e suas 
particularidades na Aula 04 – aqui, vamos ver o uso do pronome 
como mecanismo coesivo. 
Em primeiro lugar, você deve ter em mente que os pronomes são 
mecanismos de coesão por excelência, porque são amplamente 
usados para retomar (anáfora) ou projetar (catáfora) termos 
em um texto. O tema é muito vasto, portanto, vamos ver os casos 
mais importantes e que são cobrados em prova, certo? 
O essencial, aqui, e que você precisa dominar para fazer a 
prova é saber ligar o pronome ou qualquer outro operador 
lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o tipo de 
pronome ou operador usado na sentença. O que a banca pergunta, 
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado 
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo. 
 
Vamos destrinchar mais um pouco o assunto? 
Pronomes Demonstrativos 
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Devemos ter uma atenção especial com os pronomes demonstrativos. 
Isso porque eles possuem uma particularidade no seu uso anafórico e 
catafórico. Existem regras para tanto, que devem ser observadas com 
o objetivo de se obedecer à norma culta da língua. 
Vamos a essas regras? 
O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é usado, 
em um texto, para anunciar algo que ainda será dito ou 
escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome este possui 
uma função catafórica. 
Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, essas, 
isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo que já foi dito 
ou escrito. Assim, dizemos que o pronome essepossui uma função 
anafórica. 
Vejamos os seguintes exemplos: 
O caminho para a aprovação nos concursos é este: estudar muito. 
Estudar muito: o caminho para a aprovação nos concursos é esse. 
Observe que, na primeira sentença, ainda vamos dizer qual o caminho 
para aprovação, e que, na segunda, já revelamos qual é o caminho. 
 
Os pronomes demonstrativos podem exercer função localizadora, 
ou seja, dar ao leitor instruções sobre a localização dos respectivos 
referentes no texto. 
Assim, quando temos uma sentença e queremos fazer uma 
distinção entre dois elementos já mencionados, usamos o 
pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) para 
retomar o elemento citado por último e o pronome aquele (e 
suas variações aqueles, aquela, aquelas, aquilo) para retomar o que 
foi citado em primeiro lugar. 
Portanto, no caso acima, os pronomes este e aquele possuem, 
ambos, função anafórica. 
Vamos ver um exemplo: 
Podemos comprar livros nacionais e importados em boas livrarias de 
Brasília. Mas, sabemos que aqueles são mais baratos que estes. 
Neste exemplo, identificamos que aqueles se refere a livros nacionais 
e que estes se refere a livros importados. 
 
 
 
 
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QUESTÃO - (FGV) Advogado – Senado Federal/2008 
(Adaptada) 
Justiça de qualidade 
A instalação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2005 
sinalizou profundas mudanças no Judiciário, até então apontado 
como o mais hermético e resistente a mudanças entre os três 
poderes. Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos 
tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório para 
coibir os supersalários que recorrentemente escandalizavam a 
opinião pública. 
A correção dos desvios refletiu nova atitude dos magistrados, 
mais aberta ao diálogo com a sociedade e mais propensa a 
assimilar construtivamente críticas em relação aos serviços 
judiciais. Pôs-se fim ao clichê do juiz encastelado em torre de 
marfim, distante da sociedade. 
Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso 
assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o 
desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, 
não existiam ou eram imprecisas e defasadas. O Judiciário, na 
verdade, não se conhecia. 
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 
2007 o programa Justiça Aberta, um banco de dados com 
informações na internet (www.cnj.jus.br) atualizadas 
continuamente, que permite o monitoramento da produtividade 
judicial pelo próprio Poder Judiciário e pela sociedade. É a 
prestação de contas que faltava. 
Esse autoconhecimento é o ponto de partida para que o 
Judiciário dê continuidade a mudanças que se reflitam, 
efetivamente, na qualidade da prestação jurisdicional, que, 
sabemos, é alvo de insatisfação por parte dos jurisdicionados. A 
principal das reclamações é a morosidade, muitas vezes 
associada à impunidade ou não-efetivação da Justiça. Mais de 
50% das representações que chegam ao CNJ referem-se a esse 
problema. 
É um problema que atinge desde a primeira instância até os 
tribunais superiores. Nascido na Constituinte que ampliou os 
direitos e as garantias do cidadão, o STJ (Superior Tribunal de 
Justiça) completará 20 anos no dia 7/4 do ano que vem, com 
aumento de 8.920% no número de processos julgados. No 
primeiro ano de funcionamento, julgou 3.700 processos. Em 
2007, 330 mil processos. 
A progressão geométrica da demanda compromete não só a 
celeridade, mas a própria missão constitucional do STJ, que é a 
de uniformizar a interpretação das leis federais. 
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo 
de processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel 
maior, ficou em segundo plano. Com uma média anual de 10 
mil processos julgados por cada ministro, o complexo ato de 
julgar corre o risco de se transformar em mero ato mecânico. 
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Atacar esse mal implica a adoção de um conjunto de ações e 
iniciativas. A busca da gestão eficiente, certamente, é uma 
delas. A emenda constitucional 19, de 1998, forneceu 
importante meio de a sociedade exigir a qualidade dos serviços 
prestados pelo Estado, ao introduzir a eficiência como um dos 
princípios da administração pública. Diagnósticos precisos, 
planejamento, profissionalismo, soluções criativas, 
racionalização, enfim, todos os requisitos de uma gestão 
moderna não são, portanto, apenas desejáveis, mas 
indispensáveis. 
Se a Constituinte de 1988 deu ênfase à segurança jurídica, 
particularmente à garantia do contraditório e da ampla defesa, 
em detrimento da celeridade processual, o que se observa hoje 
é o clamor da sociedade por uma Justiça mais rápida. A 
emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, refletiu 
esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade da 
tramitação. É difícil conciliar esses dois princípios antagônicos: 
celeridade x segurança. 
A demanda por transparência e por celeridade processual exige 
uma Justiça de qualidade. Esta deve ser buscada não apenas 
com uma ou duas ações, mas, sim, com múltiplas iniciativas, 
que passam pela busca de uma gestão mais eficiente, com o 
aproveitamento racional dos recursos, a capacitação de 
magistrados e servidores e a racionalização de procedimentos, 
por avanços na informatização do processo, de acordo com os 
procedimentos previstos na Lei 11.419/06, pela reforma 
processual e por tantas outras medidas. 
Esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelos dirigentes 
do Judiciário, mas por todos os partícipes da atividade judicial, 
sejam eles magistrados, membros do Ministério Público, 
advogados, servidores, promotores. Somente com a 
mobilização de todos esses atores é que o Judiciário poderá 
atender à exigência da sociedade de uma Justiça de qualidade, 
efetiva e em tempo razoável. 
 (Cesar Asfor Rocha. Folha de São Paulo, 8 de setembro de 2008.) 
 
“Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era 
preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre 
o desempenho da Justiça. Essas informações, 
lamentavelmente, não existiam ou eram imprecisas e 
defasadas. O Judiciário, na verdade, não se conhecia.” 
A respeito do trecho acima (sublinhado no texto), analise o 
item a seguir: 
 
Essas exerce papel anafórico. 
 
 
 
 
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Comentários 
Esta é uma questão muito comum nas provas da banca FGV, 
que quase sempre cobra do aluno o conhecimento e a diferença 
entre anáfora e catáfora. 
A questão solicita para analisar se o pronome demonstrativo 
essas exerce papel anafórico. 
O que estudamos sobre isso? Vamos ver um resuminho da 
teoria? 
Caso você já tenha registrado a referência de 
determinado termo no texto, é anáfora (referente 
anteposto). Se você ainda for escrever a referência dele, 
é catáfora (referente posposto). 
Vimos, também, a particularidade dos pronomes esse e este, 
não foi? 
O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é 
usado, em um texto, para anunciar algo que ainda será 
dito ou escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome 
este possui uma função catafórica. 
Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, 
essas, isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo 
que já foi dito ou escrito. Assim, dizemos que o pronome 
esse possui uma função anafórica. 
Depois da recordação da teoria, damosuma olhada no texto da 
questão e, dessa forma, verificamos realmente que a expressão 
essas informações se refere a algo dito anteriormente. 
Concluímos, assim, que o pronome essas foi corretamente 
empregado como mecanismo de coesão anafórica, ou seja, ele 
exerce um papel anafórico. 
Gabarito: CERTA 
 
Pronomes relativos 
Vamos ver o pronome relativo que. 
O pronome que é muito usado em nossa língua e se caracteriza por 
ser um importante mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar 
substantivos e facilitar bastante o processo coesivo, o que evita 
repetições desnecessárias. 
Exemplo: 
Estive em uma cidade que é considerada uma das mais bonitas do mundo. 
Note que o pronome que se refere ao substantivo cidade, e podemos 
entender assim: 
Estive em uma cidade. A cidade é considerada uma das mais bonitas do 
mundo. 
Esse mesmo princípio se aplica também a outros pronomes relativos 
como quando, onde, o qual (e variações os quais, a qual, as quais) 
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e cujo (e variações cujos, cuja, cujas). 
Quanto ao pronome cujo, alerto que possui uso um pouco mais 
específico, com algumas regrinhas especiais em relação aos outros 
relativos. Atenção! Não se esqueça de que vamos ver todos os 
detalhes desses e outros pronomes em aulas posteriores. 
São estas as regrinhas do pronome cujo: 
• concorda com o consequente; 
• retoma o antecedente (função anafórica); 
• dá uma ideia de posse; 
• não aceita artigo antes dele nem depois; 
• aceita preposição antes dele. 
Um exemplo: 
A lei cujos artigos são obsoletos será abolida. 
Aí, vemos que o pronome cujos retoma o substantivo lei 
(antecedente) e concorda com o substantivo artigos (consequente). 
 
Pronomes possessivos 
Os pronomes possessivos também são muito empregados para fazer 
referência a outras palavras no texto. 
Veja o exemplo: 
Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu 
sair de lá. 
Notamos, de forma clara, que o pronome possessivo seu refere-se ao 
substantivo anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico. 
 
Pronomes pessoais 
Os pronomes pessoais são bastante utilizados para fazer referência a 
outras palavras no texto. 
Veja o exemplo: 
Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu 
sair de lá. 
Percebe-se que o pronome possessivo ela refere-se ao substantivo 
anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico. 
 
 
 
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Pronomes indefinidos 
Os pronomes indefinidos (ex: tudo, todos, nenhum, vários, cada um, 
cada qual) também trabalham como elementos coesivos em um texto. 
Exemplo: 
Trouxeram-lhe joias, flores, doces. Foi tudo obra de um admirador. 
Observe que tudo se refere a joias, flores, doces e, dessa forma, 
retoma uma expressão já citada (função anafórica). 
 
Advérbios 
Os advérbios possuem papel fundamental no processo coesivo, uma 
vez que podem posicionar o tempo ou lugar de um termo no 
texto, por meio de sua função anafórica, catafórica ou dêitica. 
Nada melhor que exemplos para entendermos: 
João foi ao Rio de Janeiro. Lá é uma cidade que recebe muitos turistas. 
Percebe-se, no exemplo acima, que o relator não se encontra no Rio 
de Janeiro, por causa do uso do advérbio lá como mecanismo coesivo, 
que retoma Rio de Janeiro. 
Venha ao Ceará e conheça as maravilhas daqui. 
Observe que, o uso do advérbio daqui se refere ao substantivo já 
mencionado Ceará e demonstra sua função coesiva. 
 
Numerais 
Os numerais (operadores lógicos) também exercem função coesiva. 
Note, por meio dos exemplos a seguir, que o numeral é um 
mecanismo de coesão, pois ele pode ser usado para se fazer 
referência a outros termos de uma sentença ou de um texto. 
Antônio, Francisco e João estudam na mesma faculdade. Os três pretendem 
formar-se no ano que vem. 
Haverá prêmios para os melhores trabalhos. O primeiro será uma viagem a 
Paris. 
Maria, Ana e Amanda são atletas. A primeira joga tênis, a segunda joga 
futebol e a terceira pratica natação. 
 
Atenção! 
Vou repetir aqui o que já disse no início do tópico sobre pronomes, 
pois isso é de extrema importância para a resolução de provas. 
O que você precisa dominar para fazer a prova é saber ligar o 
operador lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o 
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tipo de operador usado na sentença. O que a banca pergunta, 
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado 
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo. 
 
4.2 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
A civilização deu uma importância extraordinária à escrita e, muitas vezes, 
quando nos referimos à linguagem, só pensamos nesse seu aspecto. É 
preciso não perder de vista, porém, que lhe há ao lado, mais antiga, mais 
básica, uma expressão oral. 
Notamos que o pronome possessivo lhe refere-se ao substantivo 
anteposto escrita – uso de recurso anafórico. 
 
Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da 
academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até 
de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos 
falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os 
especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que 
ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. 
Temos, aqui, um exemplo de função anafórica do pronome 
pessoal ele, pois verifica-se que esse pronome se refere ao 
substantivo Maquiavel, anteriormente mencionado. 
 
Durante os primeiros séculos da história do Brasil, o uso de abreviaturas nos 
documentos aqui escritos era constante. 
Percebe-se que a expressão durante os primeiros séculos da história 
do Brasil é um termo dêitico temporal. 
 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo 
brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um 
verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das 
pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na 
criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que 
estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do 
curto prazo que lhe foi dado para viver. 
O pronome demonstrativo este é um recurso catafórico, pois 
projeta a expressão referente (fazer o homem feliz dentro do curto 
prazo que lhe foi dado para viver) à frente no texto. 
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Quando se fala em sistema público de comunicação, pensa-se justamente 
em um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes, como rádio, 
televisão, Internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo 
como horizonte o interesse dos cidadãos. Para o professor Laurindo Leal 
Filho, da Universidade de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre 
mídia pública no Brasil, esse não é um conceito fechado. 
No exemplo acima, o pronome esse refere-se ao conceito de sistema 
público de comunicação explicitado anteriormente. Dessa forma, 
temosum emprego de recurso anafórico. 
 
De sorte que, saindo das insolações demoradas para as inundações 
subitâneas, a terra, mal protegida por uma vegetação decídua, que as 
primeiras requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco, 
invadir pelo regime francamente desértico. 
Verifica-se que o numeral primeiras se refere à expressão mencionada 
anteriormente insolações demoradas. Por sua vez, o numeral 
segundas retoma a expressão anteposta inundações subitâneas. 
Assim, ambos são casos de numeral exercendo sua função 
coesiva anafórica. 
 
 
5. Coesão Sequencial 
 
Para facilitar o entendimento sobre coesão sequencial, vamos retomar 
um conceito já visto nesta aula: 
A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos 
conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes, 
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão 
sequencial). 
Por meio dessa definição, vemos que a coesão sequencial (ou 
sequenciação) se inclui na coesão gramatical, pois naquela se usam 
os operadores de sequenciação (ou operadores 
argumentativos) como mecanismos de coesão textual. 
Esses operadores são, em grande parte, as conjunções coordenativas, 
as subordinativas adverbiais, locuções conjuntivas, preposições, 
locuções prepositivas. 
Aqui, cabe salientar que iremos estudar as conjunções e as 
preposições e suas particularidades em aulas seguintes – nesta, 
vamos ver o uso da conjunção como mecanismo coesivo. 
A coesão sequencial se refere basicamente à ligação de palavras, 
orações, parágrafos. Desse modo, os operadores sequenciais não são 
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somente as conjunções e preposições, também outras palavras fazem 
as vezes de mecanismo coesivo na sequenciação textual. 
Na sequenciação, é sempre essencial garantir a manutenção temática 
e os encadeamentos, de modo a buscar os elementos lógicos e 
operadores da sequência linguística que forma o texto. 
O estudo da coesão sequencial é bastante denso e estudado em um 
nível mais elevado por muitos teóricos. O assunto é muito complexo 
e, aqui, estudaremos apenas o que é passível de ser cobrado em 
provas de concurso, certo? 
Temos que ter conhecimento de que os operadores de 
sequenciação são os responsáveis pela conexão dentro do 
texto, e por isso, dão sequência à leitura, estabelecem relações 
de sentido e ligam as ideias constantes no texto. 
Para fazermos as provas, precisamos estudar os operadores de 
sequenciação (ou argumentativos). Eles serão divididos em 
grupos de valor semântico para facilitar nosso entendimento. 
Atenção! Esta lista a seguir não é exaustiva, são apenas exemplos 
mais comuns. 
Vamos, lá? 
 
Oposição, contraste, adversidade, compensação, concessão: 
mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, 
pelo contrário, em contraste com, exceto por, por outro lado, ainda 
que, mesmo (que), apesar de, em detrimento de, a despeito de, 
conquanto, se bem que. 
Exemplos: 
Estudo muito, mas não passo no concurso. 
Ainde que trabalhe muito, ganha pouco. 
 
Tempo: quando, logo que, depois que, antes que, sempre que, desde 
que, até que, assim que, enquanto, mal, apenas, finalmente, enfim, 
por fim, atualmente, logo após, ao mesmo tempo, enquanto isso, 
frequentemente, eventualmente, se. 
Exemplos: 
Vou estudar muito até que passe no concurso. 
Quando eu tirar férias, vou viajar. 
 
Objetivo, finalidade, propósito, intenção: para, para que 
(porque), a fim de que, com o objetivo (intuito, escopo), com o fim 
de, com a finalidade de, a fim de. 
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Exemplos: 
Estou estudando para que eu passe no concurso. 
Vou tirar férias com o objetivo de fazer uma viagem para a Europa. 
 
Prioridade, relevância, ordem: primeiramente, precipuamente, em 
primeiro lugar, primeiro, antes de mais nada, acima de tudo, 
sobretudo, por último, antes de tudo. 
Exemplos: 
Antes de mais nada, quero almoçar com os meus amigos. 
Primeiramente, quero conversar com o gerente da loja. 
 
Ilustração, esclarecimento, exemplificação ou retificação: ou 
seja, isto é, vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou 
melhor, ou antes, na realidade, aliás, por exemplo, em outras 
palavras. 
Exemplos: 
Quero jantar com a minha família, ou seja, meus pais. 
Amanhã, estudarei várias matérias, por exemplo: matemática, português e 
física. 
 
Contraposição: de um lado, de (ou por) outro lado. 
Exemplo: 
De um lado, mansões; de outro favela. 
 
Inclusão: inclusive, ainda, mesmo, até, também. 
Exemplo: 
Ele gosta de todos os esportes, até dos mais perigosos. 
 
Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim, dessa 
maneira, em resumo, recapitulando, em conclusão, portanto. 
Exemplo: 
Ele gosta de natação, tênis, basquete, vôlei, futebol, boxe, em suma, de 
todos os esportes. 
 
Proporcionalidade, simultaneidade, concomitância de fatos: à 
proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais (menos, 
menor, maior, melhor, pior). 
 
 
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Exemplos: 
Quanto mais estudo, mais animada eu fico com as provas. 
As árvores crescem à medida que cuidamos delas. 
 
Acordo, conformidade: conforme (ou como), consoante, segundo, 
que. 
Exemplos: 
Segundo o professor, as provas finais serão complicadas. 
Essa notícia, consoante já falamos, é verdadeira. 
 
Dúvida, condição, hipótese: se, caso, contanto que, exceto se, 
desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a não ser que, exceto 
se, provavelmente, é provável que, possivelmente, não é certo que, 
se é que. 
Exemplos: 
O professor irá ajudar, desde que estudemos a matéria necessária. 
Se não chover amanhã, é provável que faça muito calor. 
 
Semelhança, comparação, analogia: (do) que (após mais, menos, 
maior, menor, melhor, pior), qual ou como (após tal), como ou 
quanto (após tanto ou tão), como (ou igual a), assim como, como se, 
feito, igualmente, da mesma forma, analogamente, por analogia, de 
acordo com, sob o mesmo ponto de vista, assim também. 
Exemplos: 
Viva o hoje como se não houvesse o amanhã. 
Eu gosto de limão assim como Adriana gosta de maracujá. 
 
Explicação, motivo, razão, causa: porque, que, porquanto, senão, 
pois (antes do verbo), visto que (ou como), uma vez que, já que, 
dado que, na medida em que, em virtude de, devido a, por motivo 
(causa, razão de), graças a, em decorrência de, como, por isso. 
Exemplos: 
Iniciei um curso de matemática, uma vez que preciso fazer uma prova 
específica. 
Em virtude de uma manifestação, ficamos presos no trânsito. 
 
 
 
 
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Conclusão, consequência: como resultado, por consequência, logo, 
portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, em vista disso, 
sendo assim, pois (depois do verbo), de modo (forma, maneira, sorte 
que). 
Exemplos: 
O ônibus estragou, dessa forma Joana chegou atrasada. 
Não gostava de trabalhar na indústria, por isso pediu demissão. 
 
Alternância, exclusão: ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já, umas 
vezes...outras vezes, talvez...talvez, seja...seja..., ou. 
Exemplos: 
Brasil ou Espanha ganhará a competição. 
Quer consiga o novo cargo, quer não, nunca desistirei de trabalhar no setor 
público. 
 
Continuação, soma, acréscimo, adição: e, nem (e não),não só 
(apenas, somente), tanto quanto (como), além de, além disso, 
também, ainda, outrossim, ainda mais, ademais. 
Exemplos: 
A felicidade não só faz bem, como é essencial. 
Não desista de estudar nem de trabalhar. 
Eu gosto de estudar e de trabalhar. 
 
Atenção! 
A conjunção e, além do valor aditivo, pode ter outros valores 
semânticos como adversidade e consequência. 
Exemplos: 
Nós trabalhamos até tarde, e não conseguimos acabar o serviço. 
Mariana foi muito aplaudida e ficou tímida. 
 
Lugar: perto de, longe de, próximo a, além de, mais adiante. 
Exemplo: 
Estarei no parque amanhã, perto do lago. 
 
Em seguida, vamos ver um exemplo de questão que aborda a 
coesão sequencial. 
 
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Questão – (CESPE) AL/ES - Nível Superior/2011 
 
(Adaptada) 
 
Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. 
Primeiramente, dizemos aos presentes que, em todo o mundo, 
está sendo celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. 
Em 1948, foi aprovada e proclamada a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos como o mais forte grito a humanidade 
contra a intolerância, a discriminação e o preconceito. 
De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país 
signatário de todos os tratados e convenções dos direitos 
humanos. E, nesse avanço, há quinze anos surgiu o Conselho 
Estadual de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, um 
“adolescente” que teve papel extremamente importante, no 
Espírito Santo, em todas as lutas, estando sempre ao lado dos 
humilhados e dos ofendidos. O Conselho Estadual de Direitos 
Humanos foi a voz dos excluídos e dos presos, em uma época 
recente. 
Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana dos 
Direitos Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, 
extremamente importante para o Espírito Santo, para o Brasil e 
para o mundo. Enquanto teimarmos e não reconhecermos que 
existem problemas, discriminação, preconceito e violência, não 
avançaremos. É fundamental que reconheçamos que eles 
existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de Direitos 
Humanos. Graças ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, o 
Espírito Santo avançou muito. Com apenas quinze anos, nosso 
conselho é um dos mais velhos do Brasil. 
Graças a esse conselho, muitas conferências foram 
estimuladas. Agora ele está empenhado na criação de um 
programa voltado para a educação em direitos humanos, o 
enfrentamento à tortura, o combate à homofobia e o combate a 
todas as formas de preconceito e discriminação. 
Esta sessão solene celebra momento muito importante para 
nós, para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Os 
direitos humanos devem-nos orientar e dar-nos esperança e 
disposição para remarmos contra a maré. Temos de entender 
que as pessoas não podem continuar sendo discriminadas se 
quisermos construir um projeto de nação. Os direitos humanos 
têm de ser uma política pública — é fundamental que assim 
seja — e incorporada definitivamente como projeto de nação, 
pois uma nação sem direitos humanos não pode ter o nome de 
nação. Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não 
tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; 
nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer 
discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se 
houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se 
houver homofobia, em suma, nenhuma forma de preconceito 
pode existir. Os direitos humanos têm a tarefa de ser a tribo 
civilizadora. 
Internet: <www.al.es.gov.br> (com adaptações). 
 
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Em relação aos elementos linguísticos do texto, julgue a 
seguinte afirmativa: 
 
A expressão “em suma”, de caráter explicativo, tem a função 
de retomar, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: 
“nenhuma nação será forte se houver homofobia”. (trechos 
sublinhados no texto) 
 
 
Comentários 
Esta é uma questão que sempre aparece nas provas. A banca 
solicita que você analise a afirmativa de modo a verificar 
a retomada de termos ou trechos de um texto. O 
examinador tenta confundir o candidato, ele oferece um 
determinado trecho (ou palavra, ou expressão) que estaria 
sendo retomado e questiona se aquilo está certo, se é 
realmente aquele o trecho retomado pela expressão constante 
do enunciado. O candidato precisa ter bastante atenção e 
domínio do processo coesivo para identificar corretamente o 
que é retomado (às vezes, a diferença é sutil), de acordo com o 
pedido do enunciado. 
Nesta questão, a banca pede para verificar se a expressão em 
suma retoma, exclusivamente, o trecho imediatamente 
anterior: nenhuma nação será forte se houver homofobia. 
Atente-se para a palavra exclusivamente! Dessa forma, é 
preciso que voltemos ao texto para examinar se em 
suma retoma apenas o trecho do enunciado, se retoma 
mais trechos ou se retoma trechos completamente 
diferentes. Ao relermos as últimas linhas do texto, 
percebemos que o elemento de coesão sequencial em suma dá 
início a um resumo de toda a informação exposta anteriormente 
a ele (Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não 
tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; 
nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer 
discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se 
houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se 
houver homofobia), e não apenas o trecho nenhuma nação será 
forte se houver homofobia. 
 
Lembrou-se do que vimos, na parte teórica da aula, sobre os 
operadores sequenciais e os sentidos (ideias) deles? Lá, há uma 
lista com vários operadores e os respectivos valores que 
transmitem. Transcrevo o item que nos interessa nesta 
questão: 
Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim, dessa 
maneira, em resumo, recapitulando, em conclusão, portanto. 
Assim, há outro erro na afirmativa da questão: o 
elemento de coesão sequencial em suma não tem valor 
explicativo e, sim, de resumo. 
Gabarito: ERRADA 
 
 
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5.1 Exemplos – Trechos de Textos de Provas 
 
Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos 
que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo 
de mecanismo coesivo utilizado. 
Preste atenção! 
O Príncipe, que, em breve, completará 500 anos, tem características 
notáveis. Primeira: é livro facílimo de ler. Segunda: apesar disso, não há 
acordo sobre o que quer dizer. Nós o lemos com facilidade e não temos 
certeza do que ele pretende. Talvez porque, terceira característica, pareça 
contradizer o resto da vida e obra do autor. 
Perceba que, ao enumerar as características da obra de Maquiavel, o 
autor empregou o recurso coesivo da sequenciação numérica. 
 
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas 
dos padrões culturais de povos diferentes. Por isso, práticas de outros 
sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais. 
O operador sequencial por isso é empregado para fazer uma ligação 
entre a ideia anterior e a ideia posterior, ou seja, como mecanismo 
de coesão sequencial. Note seu valor de conclusão (consequência). 
 
Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de fraqueza, 
e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a fim de escapar dos golpes do 
destino. 
Observe a presença do operador sequencial a fim que estabelece 
uma relação semântica (de valor) de finalidade. Transcrevo um trecho 
da parte teórica da aula para você relembrar: 
Objetivo, finalidade, propósito,intenção: para, para que (porque), a fim 
de que, com o objetivo (intuito, escopo), com o fim de, com a finalidade de. 
 
Cada discurso, não só dos principais oradores, mas dos secundários, era 
para o Nicolau verdadeiro suplício. E, não obstante, firme, pontual. 
Perceba que o operador sequencial não obstante é empregado para 
fazer uma conexão entre a ideia anterior e a ideia posterior, ou 
seja, como mecanismo de coesão sequencial. Note seu valor 
adversativo, de oposição e contraste. 
 
 
 
 
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6. Outras Nomenclaturas 
 
Chegamos ao último tópico teórico da aula. Espero que tenha lido 
tudo e aproveitado cada conceito explanado. 
Agora, quero destacar outras nomenclaturas também usadas quando 
falamos de coesão textual. 
Como você notou, eu usei a divisão: coesão lexical e gramatical; e 
dentro de cada uma, suas subdivisões. 
Alguns autores fazem outras divisões como coesão referencial e 
sequencial. Nesse caso, vamos conceituar (em síntese) o que é a 
coesão referencial. 
A coesão referencial é aquela existente entre dois ou mais 
componentes de um texto que faz remissão ou possibilita recuperar 
um referente (referência a palavra, expressão ou trecho do texto 
expresso anteriormente ou posteriormente). 
Pode-se obter a coesão referencial por meio de dois mecanismos de 
coesão: substituição (anáforas, pronomes, advérbios, elipses e 
outros) e reiteração (epítetos, sinônimos, nominalizações, repetições 
e outros). 
Dessa maneira, você nota que são apenas as nomenclaturas que se 
diferem, então não há com o que se preocupar. A banca não costuma 
exigir que você saiba esse tipo de nomenclatura. 
 
Atenção! 
Apesar de você não precisar saber essas nomenclaturas, você 
necessita decorar as nomenclaturas dos termos estudados no “Tópico 
2 – Elementos (Recursos) Coesivos”, como já foi avisado, porque cai 
muito em prova. 
 
Aqui, encerramos nossa aula sobre mecanismos de coesão textual 
(elementos de articulação do texto). Espero que tenha tido um estudo 
produtivo, e em caso de qualquer dúvida, não hesite em me 
perguntar. 
Saliento que teremos uma aula muito importante (Aula 10), 
relacionada com o assunto de hoje, na qual trataremos da reescritura 
de frases e parágrafos do texto. 
Agora, é hora de testar e aprofundar os conhecimentos vistos acima: 
vamos à nossa bateria de 18 questões! Em um primeiro momento, as 
questões serão apresentadas em forma de lista, para que você possa 
resolvê-las normalmente. Após a conclusão da última questão, 
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verifique seu rendimento pelo gabarito e, então, proceda à correção 
pelos comentários apresentados. 
 
É importante a leitura atenta de todos os comentários, ainda 
que você tenha acertado a questão! 
Essa é uma etapa fundamental para fixar a teoria e para sanar 
dúvidas. 
Portanto, vamos à resolução! 
 
 
 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
 
Questão 01 – (CESPE) IRB – Diplomata/2011 
(Adaptada) 
 
Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de 
Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o 
arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa própria — o revide 
normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho 
em quem querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume 
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o vesso do causídico, como um dos 
seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida. 
Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem 
nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor 
profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente 
integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso 
construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é 
tudo tão frágil e precário. 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias 
angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a 
felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no 
exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, 
em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o 
homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver. 
Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num 
depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me 
emocionar? 
Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. 
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações). 
 
Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas linguísticas do texto. 
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A elipse em “nem que estará” e o emprego do pronome anafórico “ele” são 
mecanismos de coesão utilizados para referenciar o substantivo “Oscar”. (trechos 
sublinhados no texto) 
 
Questão 02 – (CESPE) Analista Judiciário – TJ-RJ/2008 
 
Assinale a opção em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação 
semântica indicada entre parênteses. 
 
a) Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato 
algum de descriminação. (paronímia) 
b) A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são 
classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou 
imaterial. (hiperonímia/hiponímia) 
c) O crime já foi definido como toda conduta humana que infringisse a lei penal. 
Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa lei deveria ser punido. 
(homonímia) 
d) A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia) 
e) A delação constrangeu os jurados, o que motivou a dilação do julgamento pelo 
juiz. (antonímia) 
 
Questão 03 – (FGV) Analista de Sistemas – Especialista - MEC/2009 
(Adaptada) 
O Fórum Social Mundial e a crise da globalização 
O Fórum Social Mundial (FSM) de Belém abre um novo ciclo do movimento 
altermundialista. O FSM acontecerá na Amazônia, no coração da questão ecológica 
planetária, e deverá colocar a grande questão sobre as contradições entre a crise 
ecológica e a crise social. Será marcado ainda pelo novo movimento social a favor 
da cidadania na América Latina, pela aliança dos povos indígenas, das mulheres, 
dos operários, dos camponeses e dos sem-terra, da economia social e solidária. 
Esse movimento cívico construiu novas relações entre o social e o político que 
desembocaram nos novos regimes e renovaram a compreensão do imperativo 
democrático. Ele modificou a evolução do continente, mostrando a importância das 
grandes regiões na globalização e diante da crise de hegemonia dos Estados Unidos. 
O movimento altermundialista deverá também responder à nova situação mundial 
nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização capitalista. 
O movimento altermundialista em seus diferentes significados é portador de uma 
nova esperança nascida da recusa da fatalidade. É esse o sentido da afirmação “um 
outro mundo é possível”. Não vivemos nem “o fim da História” nem “o choque de 
civilizações”. 
A estratégia desse movimento se organiza em torno da convergência dos 
movimentos sociais e pela cidadania que enfatizam a solidariedade, as liberdades e 
a paz. No espaço do FSM, eles comparam suas lutas, práticas, reflexões e 
propostas. E constroem também uma nova cultura política, fundada na diversidade, 
nas atividades autogeridas, na partilha, na“horizontalidade” em vez da hierarquia. 
Ao longo dos fóruns, uma orientação estratégica se consolidou: a do acesso aos 
direitos fundamentais para todos. Trata-se da construção de uma alternativa à 
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lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades ao mercado mundial por 
meio da regulação pelo mercado mundial de capitais. 
À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de 
uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar 
as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos direitos fundamentais. 
Essa orientação comum ganha sentido com a convergência dos movimentos e se 
traduz por uma nova cultura da transformação que se lê na evolução de cada um 
dos movimentos. 
Os debates em curso no movimento enfatizam a questão estratégica. Ela põe em 
relevo o problema do poder, que remete ao debate sobre o Estado, e atravessa a 
questão dos partidos e do modelo de transformação social, assim como dos 
caminhos do desenvolvimento. 
O movimento altermundialista não se resume aos Fóruns Sociais, mas o processo 
dos fóruns ocupa de fato uma posição especial. 
O movimento altermundialista não deixa de expandir e de se aprofundar. Com a 
expansão geográfica, social, temática, viu sua força aumentar consideravelmente 
em menos de dez anos. No entanto, nada está ganho, mesmo que a crise em 
muitos aspectos confirme várias de suas análises e justifique seu chamado à 
resistência. 
O movimento altermundialista é histórico e prolonga e renova os três movimentos 
históricos precedentes: o da descolonização – o altermundialismo modificou em 
profundidade as representações norte-sul em proveito de um projeto mundial 
comum; o das lutas operárias – desse ponto de vista, está comprometido com a 
mudança rumo a um movimento social e pela cidadania mundial; e o das lutas pela 
democracia a partir dos anos 1960-1970 – é um movimento pela renovação do 
imperativo democrático após a implosão dos Estados soviéticos em 1989 e as 
regressões representadas pelas ideologias e doutrinas de segurança / militaristas / 
disciplinares / paranoicas. A descolonização, as lutas sociais, o imperativo 
democrático e as liberdades constituem a cultura de referência histórica do 
movimento altermundialista. 
O movimento altermundialista se vê diante da crise da globalização capitalista em 
sua fase neoliberal. Essa crise não é uma surpresa para o movimento; ela estava 
prevista e era anunciada há muito tempo. 
Três grandes questões determinam a evolução da situação em escala mundial e 
marcam os diferentes níveis de transformação social (mundial, por região, nacional 
e local): a crise ecológica mundial, que se tornou patente, a crise do neoliberalismo 
e a crise geopolítica com o fim da hegemonia dos Estados Unidos. 
A crise de hegemonia norte-americana aprofunda-se rapidamente. A evolução das 
grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de hegemonia 
norte-americana são muito diferentes. A luta contra a pretensa guerra entre 
civilizações e contra a tão real guerra sem-fim constitui uma das prioridades do 
movimento altermundialista. A fase neoliberal parece ofegante. A nova crise 
financeira é particularmente grave. Não é a primeira crise financeira deste período 
(outras ocorreram no México, Brasil, Argentina etc.) nem é suficiente para sozinha 
caracterizar o esgotamento do neoliberalismo. 
A consequência das diferentes crises é mais singular. A crise financeira aumenta as 
incertezas a respeito dos rearranjos monetários. A crise imobiliária nos Estados 
Unidos revela o papel que o superendividamento exerce, bem como suas limitações 
como motor do crescimento. A crise energética e a climática revelam os limites do 
ecossistema planetário. A crise alimentar, de gravidade excepcional, pode pôr em 
xeque os equilíbrios mais fundamentais. 
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O aprofundamento das desigualdades e das discriminações, em cada sociedade e 
entre os países, atinge um nível crítico e repercute na intensificação dos conflitos e 
das guerras e na crise de valores. 
(...) 
 (Gustave Massiah. Le Monde Diplomatique Brasil, janeiro de 2009.) 
 
 
“O movimento altermundialista se vê diante da crise da globalização capitalista em 
sua fase neoliberal. Essa crise não é uma surpresa para o movimento; ela estava 
prevista e era anunciada há muito tempo.” (trecho sublinhado no texto) 
 
Assinale a alternativa em que o termo, no trecho acima, não resgate um 
termo anterior. 
 
a) sua 
b) Essa 
c) movimento 
d) ela 
e) há 
 
Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRT – 18ª Região/2013 
(Adaptada) 
 
Pintor e desenhista, Van Gogh compôs um dos mais renomados conjuntos de obras 
de arte do acervo da história das artes plásticas mundiais. 
Influenciou, direta ou indiretamente, a produção de sucessivas gerações de 
artistas, e, em razão da tragicidade de sua existência, tornou-se um modelo, uma 
espécie de paradigma de personalidade artística criadora. 
De vida interior intensa e conturbada, a ele foi impossível uma existência regular, 
dentro de padrões. Em sua atividade artística, tardia e extraordinariamente breve 
(quando morreu, contava apenas 37 anos de idade), Van Gogh encontrou 
somente a frustração e a indiferença entre seus contemporâneos. Suas telas, se 
não eram destruídas ou vilipendiadas, eram guardadas em porões e depósitos como 
qualquer entulho. 
Triste ironia, considerando-se que hoje acompanhamos pelos noticiários 
internacionais os leilões de suas obras, arrematadas por colecionadores do 
mundo todo a preços vultosos. 
Dele, como artista, ou mesmo de sua obra, já não se de- ve falar, visto que 
ingressaram, indiscutivelmente, no rol dos inquestionáveis tesouros humanos. No 
entanto, no interior mesmo do mundo objetivo da cultura, ao qual sua pintura se 
integra, seu legado poderia ser utilizado, como modelo ou premissa, para a 
análise de inúmeras questões − sociais ou estéticas − que envolvem a arte 
contemporaneamente. 
 (Adaptado de João Werner. Ensaios sobre arte e estética. Formato ebook) 
 
Suas telas, se não eram destruídas ou vilipendiadas, eram guardadas... (trecho 
sublinhado no texto). 
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Preservando-se o sentido original, o elemento sublinhado acima pode ser 
corretamente substituído por: 
 
a) embora 
b) como 
c) quando 
d) desde que 
e) caso 
 
 
Questão 05 – (FCC) Analista Judiciário TER-TO/2011 
(Adaptada) 
 
Cultura de paz, para mim, não é um objeto profissional, é um meio de vida. Aprendi 
muito cedo em casa, com a família, que a paz é a coisa mais importante do mundo. 
Sua cultura tem base em tolerância e solidariedade. Ela respeita os direitos 
individuais, assegura e sustenta a liberdade de opinião e se empenha em prevenir 
conflitos, resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas ameaças não militares 
para a paz e a segurança, como a exclusão, a pobreza extrema e a degradação 
ambiental. Está intrinsecamente ligada à prevenção e à resolução não violenta dos 
conflitos. A cultura da paz é uma iniciativa de longo prazo, que leva em conta os 
contextos histórico, político, econômico, cultural e social de cada sociedade. É um 
processo que tem um começo, mas nunca pode ter um fim. Sua elaboração e seu 
estabelecimento requerem profunda participação de todos, sendo o pano de fundo 
de qualquer mobilização a tolerância, a democraciae os direitos humanos. 
 
Considerando o fragmento de texto acima, adaptado de entrevista 
concedida por Marlova J. Noleto à revista Planeta em março de 2011, julgue 
o item subsecutivo. 
 
No desenvolvimento do texto, o pronome “Ela” remete a “Sua cultura”, que, por sua 
vez, refere-se à cultura da paz. (expressões sublinhadas no texto) 
 
Questão 06 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP(RJ)/2008 
(Adaptada) 
 
 
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A respeito da tirinha acima, analise o item a seguir: 
No segundo quadrinho, o demonstrativo é catafórico. 
 
Questão 07 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita 
Federal/2014 
(Adaptada) 
 
No Brasil, a criação e a paulatina expansão das ouvidorias são consequência da 
centralidade dos direitos fundamentais e do princípio da dignidade da pessoa 
humana na Constituição de 1988, relacionando-se à democratização do Estado e da 
sociedade brasileira. 
Na administração pública, além de concretizar o direito constitucional de petição, 
fornecendo aos cidadãos um canal adequado para tratamento de reclamações, 
denúncias e sugestões, as ouvidorias ampliam a transparência de órgãos e 
entidades estatais, além de ensejar o contato do gestor público com problemas da 
população. De forma complementar, as ouvidorias públicas emergem como um 
importante instrumento de gestão participativa, aproximando o Estado da 
população, que pode sugerir correções de medidas governamentais e se informar do 
amplo portfólio de políticas públicas. Ademais, podem impedir a judicialização de 
pleitos ordinários, o que não é pouco, visto que os direitos podem ser efetivados 
com mais celeridade. 
(Adaptado de Paulo Otto von Sperling. Ouvidorias, eficiência e efetivação de 
direitos. Correio Braziliense, 18 mar. 2014.) 
 
No desenvolvimento da textualidade, ficam prejudicadas as relações de 
coesão e a coerência argumentativa ao retirar do texto: 
 
a) o artigo em “a paulatina” 
b) o artigo na contração em “Na administração”, escrevendo apenas Em 
c) o artigo em “o direito” 
d) o artigo em “as ouvidorias” 
e) o artigo na contração em “da população”, escrevendo apenas de 
 
 
Questão 08 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
(Adaptada) 
 
(Texto para as questões 08, 09 e 10) 
 
Lição de bom senso 
O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom senso a polêmica 
gerada em torno do veto, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), de um livro 
do escritor Monteiro Lobato, sob o pretexto de que contém expressões racistas. A 
alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar um esclarecimento de que, 
em 1933, quando a obra foi publicada pela primeira vez, o país tinha hábitos 
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diferentes e algumas expressões não eram consideradas ofensivas, como ocorre 
hoje. É importante que esse tipo de decisão sirva ocorre hoje. É importante que 
esse tipo de decisão sirva posição a tentações apressadas de recorrer à censura. O 
caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a 
obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em 
busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira 
do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente 
correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje 
com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a 
educação das relações étnico-raciais. 
Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que esteve 
sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. Se a personagem 
Tia Nastácia chegou a ser associada a estereótipos hoje vistos como racistas, é 
importante que os educadores se preocupem em deixar claro para os alunos alguns 
aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato de o país ter evoluído sob o 
ponto de vista de costumes e de direitos humanos. 
No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação a atos como o 
racismo. Isso não significa, porém, que seja preciso revolver o passado, muito 
menos sem levar em conta as circunstâncias da época. 
(Editorial Zero Hora, 18/10/2010.) 
 
A palavra animais (negritada no texto) estabelece ligações com espécies que 
estão em extinção. Qual a propriedade semântica dessa relação? 
 
 a) hiperonímia 
 b) sinonímia 
 c) homonímia 
 d) paronímia 
 e) antonímia 
 
Questão 09 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
 
Em A alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar (trecho 
sublinhado no texto), há uma elipse que faz referência à palavra: 
 
a) expressão 
b) elipse 
c) polêmica 
d) encontrada 
e) alternativa 
 
Questão 10 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
 
A palavra hoje (negritada no texto), no texto, refere-se deiticamente 
 
I. A 18/10/2010. 
II. Ao ano de 2010. 
III. Ao momento que abrange um período de tempo maior do que um dia. 
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Está correto o que se afirma em: 
 
 a) I, apenas 
 b) II, apenas a 
 c) III, apenas 
 d) I, II e III 
 e) I e III, apenas 
 
Questão 11 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012 
 
(Adaptada) 
 
(Texto para as questões 11 e 12) 
 
 
Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e paramédicos para 
atendimento às vítimas de acidentes durante 24 horas por dia. É o que propõe o 
Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela proposta, os postos que distam mais de vinte 
quilômetros de centros urbanos deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para 
prestar socorro. 
Segundo dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal, de janeiro a 
novembro de 2011, foram registrados mais de 170 mil acidentes nas rodovias 
federais do Brasil, sendo 57 mil com feridos e 6 mil com vítimas fatais. O assessor 
nacional de comunicação da Polícia Rodoviária Federal lembrou que a presteza no 
atendimento, muitas vezes, faz a diferença entre a vida e a morte. “Nós sabemos 
que existe uma regra chamada ‘a hora de ouro’. Se uma vítima politraumatizada dá 
entrada em um hospital em até uma hora 16 após o acidente, a chance de 
sobrevida aumenta em até 80%.” A Polícia Rodoviária Federal fiscaliza mais de 61 
mil quilômetros de rodovias e estradas federais e conta com 400 postos de 
fiscalização e 150 delegacias. 
Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações.) 
 
Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item 
subsecutivo. 
Mantêm-se as informações originais do período ao se substituir a palavra “presteza” 
(palavra sublinhada no texto) por celeridade. 
 Questão 12 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012 
 
(Adaptada) 
 
Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item 
subsecutivo. 
Após o período que se encerra ao final do primeiro parágrafo, seria coerente e coeso 
inserir o seguinte trecho, no mesmo parágrafo: “O presidente da ONG Trânsito 
Amigo considera importante o projeto, mas lembra que a Polícia Rodoviária Federal 
tem um déficit muito grande de agentes e viaturas. Para ele, o melhor seria investir 
em UTIs móveis.” 
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 Questão 13 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012 
 
(Adaptada) 
(Texto para as questões 13, 14 e 15) 
 
Tramitana Câmara o Projeto de Lei n.º 3.596/2012, do Senado, que estabelece 
medidas para inibir erros de administração e uso equivocado de medicamentos. Pelo 
texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter características que 
possibilitem a sua imediata identificação. O autor da proposta observa que a medida 
poderia evitar equívocos semelhantes ao ocorrido, recentemente, no Centro de 
Terapia Intensiva do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde uma técnica de 
enfermagem trocou sedativo por ácido. “Entre outras causas, a utilização de rótulos 
e embalagens iguais ou semelhantes para produtos de composição diferente é fator 
que induz a equívocos, muitas 13 vezes fatais”, alerta. 
Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações). 
 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o 
próximo item. 
O sentido original do período permanece inalterado se a palavra “administração” 
(palavra sublinhada no texto) for substituída pela palavra “gerenciamento”. 
Questão 14 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012 
(Adaptada) 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o 
próximo item. 
Pelos sentidos do texto, depreende-se que o pronome “sua” retoma, por coesão, o 
antecedente “dos produtos” (expressão sublinhada no texto). 
Questão 15 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012 
(Adaptada) 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o 
próximo item. 
Prejudica-se a informação do período se a palavra “observa” (palavra sublinhada no 
texto) for substituída por qualquer uma das seguintes: lembra, afirma, pondera. 
 
Questão 16 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
(Texto para questões 16, 17 e 18) 
Em meio à multidão de milhares de manifestantes, rapazes vestidos de preto e com 
a cabeça e o rosto cobertos por capuzes ou capacetes caminham dispersos, 
tentando manter-se incógnitos. A atitude muda quando encontram um alvo: um 
cordão de isolamento policial, uma vitrine ou uma agência bancária. Eles, então, 
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agrupam-se e, armados com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov, 
quebram, incendeiam e agridem. Quando a polícia reage, os vândalos voltam a se 
misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na esperança de, com isso, 
provocar um tumulto e incitar outros manifestantes a entrar no confronto. É a tática 
do black bloc (bloco negro, em inglês), cujo uso se intensificou nos protestos de rua 
que dominaram a Europa este ano. Quase sempre, a minoria violenta é formada por 
anarquistas — que, de seus análogos do início do século XX, imitam os métodos 
violentos e o ódio ao capitalismo e ao Estado. 
Diogo Schelp. In: Veja, 22/12/2010 (com adaptações). 
 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto 
acima, julgue o item seguinte. 
Os complementos elípticos das formas verbais “quebram”, “incendeiam” e “agridem” 
possuem o mesmo referente no texto. (palavras sublinhadas no texto) 
 
Questão 17 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto 
acima, julgue o item seguinte. 
A palavra “análogos” (palavra sublinhada no texto) está sendo empregada com o 
sentido equivalente a antecessores. 
 
Questão 18 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto 
acima, julgue o item seguinte. 
O elemento “que”, nas ocorrências sublinhadas no texto, possui a propriedade de 
retomar palavras ou expressões que o antecedem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 
C A E C C E D A E C 
11 12 13 14 15 16 17 18 
C C E C E E E C 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
Questão 01 – (CESPE) IRB – Diplomata/2011 
(Adaptada) 
 
Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-
reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. 
Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por 
uma defesa em causa própria — o revide normal de um pai que sai de 
sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem querem 
bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume 
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o vesso do causídico, 
como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em 
minha vida. 
Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. 
Ela não tem nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem 
— de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos 
criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que 
não há tempo a perder, é preciso construir a beleza e a felicidade no 
mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e 
precário. 
Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia 
construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe 
ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no 
aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do 
trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e 
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este 
nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi 
dado para viver. 
Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio 
refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido 
amigo, como não me emocionar? 
Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. 
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações). 
 
Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas 
linguísticas do texto. 
 
A elipse em “nem que estará” e o emprego do pronome anafórico 
“ele” são mecanismos de coesão utilizados para referenciar o 
substantivo “Oscar”. (trechos sublinhados no texto) 
 
 
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Comentários 
 
Temos aqui uma típica questão de coesão textual, mais 
especificamente de referenciação. 
É hora de ir ao texto e marcar as expressões dadas no comando. 
Vamos lá? 
Observe que o enunciado denomina os mecanismos coesivos como 
elipse e pronome anafórico. É importante que você, antes de mais 
nada, examine se é isso mesmo. A banca pode colocar uma 
pegadinha aí. Então, mãos à obra! 
Realmente, há uma elipse antes do trecho nem que estará, pois 
foi omitida aí a palavra Oscar, de forma a evitar uma repetição 
desnecessária. A elipse é um tipo de substituição de palavras por 
zero. Você se lembra disso? 
Por sua vez, ele é um pronome pessoal e refere-se ao substantivo 
Oscar, pois o substitui, também de maneira a evitar uma repetição 
desnecessária. Como esse pronome se refere a um termo 
anteposto (já registrado no texto), ele tem papel anafórico. 
Já verificamos, então, que as denominações estão corretas. 
Ao mesmo tempo, ainda vimos que os dois mecanismos coesivos 
propostos no comando se referem ao substantivo Oscar. 
GABARITO: CERTA 
 
 
Questão 02 – (CESPE) Analista Judiciário – TJ-RJ/2008 
 
Assinale a opção em que as palavras grifadas mantêm, entre 
si, a relação semântica indicada entre parênteses. 
 
a) Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos 
não houve ato algum de descriminação. (paronímia) 
b) A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. 
Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que 
atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) 
c) O crime já foi definido como toda conduta humana 
que infringissea lei penal. Nesse sentido, o indivíduo 
que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia) 
d) A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia) 
e) A delação constrangeu os jurados, o que motivou a dilação do 
julgamento pelo juiz. (antonímia) 
 
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Comentários 
Esta é uma questão que mistura alguns conceitos que estudamos 
nesta aula de mecanismos de coesão textual: hiperonímia, 
hiponímia e sinonímia. 
Também vimos, em uma questão comentada na parte teórica, as 
definições de paronímia, homonímia e antomínia. 
Vamos revisar? 
Sinonímia é a substituição feita por meio do uso de palavras ou 
expressões sinônimas. 
Hiperonímia é a substituição lexical feita por meio de palavras que 
possuem uma significação mais ampla (abrangente) do que a 
substituída. 
Hiponímia tem conceito similar à hiperonímia, mas, aqui, a palavra 
substituta tem uma significação mais restrita (específica). 
Antonímia é a substituição feita por meio de palavras de sentido 
contrário. 
Homonímia é a designação geral para os casos em que vocábulos de 
significados diferentes têm a mesma grafia (os homônimos 
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos), 
com grafia diferente. Assim, as palavras homófonas (homofonia) 
são aquelas cuja pronúncia é igual, mas têm grafia e significado 
diferentes. 
Paronímia são palavras muito semelhantes, parecidas na grafia e na 
pronúncia, mas com significados diferentes. 
Depois de vistas as definições, vamos à questão? Precisamos 
identificar, entre as alternativas, aquela em que as palavras grifadas 
mantêm, entre si, a relação semântica (conceitos vistos aqui) indicada 
entre parênteses. 
Alternativa a: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos 
processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia) 
Esta alternativa é a resposta da questão. Temos um exemplo clássico 
de paronímia. São duas palavras muito semelhantes, parecidas na 
grafia e na pronúncia, mas com significados diferentes. Assim, 
discriminar significa diferençar; distinguir; tratar de modo 
preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes. Por sua 
vez, descriminar significa absolver de crime; inocentar. Além disso, 
notamos que a sentença desta alternativa emprega ambas as 
palavras em seu sentido correto. 
Alternativa b: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. 
Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, 
material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) 
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Por ser mais específico e inserir-se no sentido mais abrangente de 
delitos, perceba que o termo crimes é hipônimo de delitos. A 
alternativa está errada, pois os termos entre parênteses estão 
trocados, ou seja, deveria ser: (hiponímia/hiperonímia). 
Alternativa c: O crime já foi definido como toda conduta humana 
que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa 
lei deveria ser punido. (homonímia) 
Esta alternativa troca o conceito de homonímia com sinonímia, pois 
transgredir e infringir são sinônimos. 
Alternativa d: A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. 
(sinonímia) 
Esta alternativa troca o conceito de antonímia com sinonímia, pois 
conciliação e dissidência são palavras antônimas. 
Alternativa e: A delação constrangeu os jurados, o que motivou 
a dilação do julgamento pelo juiz. (antonímia) 
Aqui, temos um exemplo de paronímia. São duas palavras muito 
parecidas na grafia e na pronúncia, mas com significados diferentes. 
Assim, delatar significa denunciar alguém por sua culpabilidade em 
algum crime. Por sua vez, dilatar significa aumentar o volume de um 
corpo pela elevação de sua temperatura; estender; alargar; ampliar; 
propagar. 
GABARITO: A 
 
 
Questão 03 – (FGV) Analista de Sistemas – Especialista - 
MEC/2009 
(Adaptada) 
 
O Fórum Social Mundial e a crise da globalização 
O Fórum Social Mundial (FSM) de Belém abre um novo ciclo do 
movimento altermundialista. O FSM acontecerá na Amazônia, no 
coração da questão ecológica planetária, e deverá colocar a grande 
questão sobre as contradições entre a crise ecológica e a crise social. 
Será marcado ainda pelo novo movimento social a favor da cidadania 
na América Latina, pela aliança dos povos indígenas, das mulheres, 
dos operários, dos camponeses e dos sem-terra, da economia social e 
solidária. 
Esse movimento cívico construiu novas relações entre o social e o 
político que desembocaram nos novos regimes e renovaram a 
compreensão do imperativo democrático. Ele modificou a evolução do 
continente, mostrando a importância das grandes regiões na 
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globalização e diante da crise de hegemonia dos Estados Unidos. O 
movimento altermundialista deverá também responder à nova 
situação mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da 
globalização capitalista. 
O movimento altermundialista em seus diferentes significados é 
portador de uma nova esperança nascida da recusa da fatalidade. É 
esse o sentido da afirmação “um outro mundo é possível”. Não 
vivemos nem “o fim da História” nem “o choque de civilizações”. 
A estratégia desse movimento se organiza em torno da convergência 
dos movimentos sociais e pela cidadania que enfatizam a 
solidariedade, as liberdades e a paz. No espaço do FSM, eles 
comparam suas lutas, práticas, reflexões e propostas. E constroem 
também uma nova cultura política, fundada na diversidade, nas 
atividades autogeridas, na partilha, na “horizontalidade” em vez da 
hierarquia. 
Ao longo dos fóruns, uma orientação estratégica se consolidou: a do 
acesso aos direitos fundamentais para todos. Trata-se da construção 
de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as 
sociedades ao mercado mundial por meio da regulação pelo mercado 
mundial de capitais. 
À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de 
organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos 
opor a proposta de organizar as sociedades e o mundo a partir do 
acesso para todos aos direitos fundamentais. Essa orientação comum 
ganha sentido com a convergência dos movimentos e se traduz por 
uma nova cultura da transformação que se lê na evolução de cada um 
dos movimentos. 
Os debates em curso no movimento enfatizam a questão estratégica. 
Ela põe em relevo o problema do poder, que remete ao debate sobre 
o Estado, e atravessa a questão dos partidos e do modelo de 
transformação social, assim como dos caminhos do desenvolvimento. 
O movimento altermundialista não se resume aos Fóruns Sociais, mas 
o processo dos fóruns ocupa de fato uma posição especial. 
O movimento altermundialista não deixa de expandir e de se 
aprofundar. Com a expansão geográfica, social, temática, viu sua 
força aumentar consideravelmente em menos de dez anos. No 
entanto, nada está ganho, mesmo que a crise em muitos aspectos 
confirme várias de suas análises e justifique seu chamado à 
resistência. 
O movimento altermundialista é histórico e prolonga e renova os três 
movimentos históricos precedentes: o da descolonização – o 
altermundialismo modificou em profundidade as representações 
norte-sul em proveito de um projeto mundial comum; o das lutas 
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operárias – desse ponto devista, está comprometido com a mudança 
rumo a um movimento social e pela cidadania mundial; e o das lutas 
pela democracia a partir dos anos 1960-1970 – é um movimento pela 
renovação do imperativo democrático após a implosão dos Estados 
soviéticos em 1989 e as regressões representadas pelas ideologias e 
doutrinas de segurança / militaristas / disciplinares / paranoicas. A 
descolonização, as lutas sociais, o imperativo democrático e as 
liberdades constituem a cultura de referência histórica do movimento 
altermundialista. 
O movimento altermundialista se vê diante da crise da globalização 
capitalista em sua fase neoliberal. Essa crise não é uma surpresa para 
o movimento; ela estava prevista e era anunciada há muito tempo. 
Três grandes questões determinam a evolução da situação em escala 
mundial e marcam os diferentes níveis de transformação social 
(mundial, por região, nacional e local): a crise ecológica mundial, que 
se tornou patente, a crise do neoliberalismo e a crise geopolítica com 
o fim da hegemonia dos Estados Unidos. 
A crise de hegemonia norte-americana aprofunda-se rapidamente. A 
evolução das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma 
à crise de hegemonia norte-americana são muito diferentes. A luta 
contra a pretensa guerra entre civilizações e contra a tão real guerra 
sem-fim constitui uma das prioridades do movimento 
altermundialista. A fase neoliberal parece ofegante. A nova crise 
financeira é particularmente grave. Não é a primeira crise financeira 
deste período (outras ocorreram no México, Brasil, Argentina etc.) 
nem é suficiente para sozinha caracterizar o esgotamento do 
neoliberalismo. 
A consequência das diferentes crises é mais singular. A crise 
financeira aumenta as incertezas a respeito dos rearranjos 
monetários. A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que 
o superendividamento exerce, bem como suas limitações como motor 
do crescimento. A crise energética e a climática revelam os limites do 
ecossistema planetário. A crise alimentar, de gravidade excepcional, 
pode pôr em xeque os equilíbrios mais fundamentais. 
O aprofundamento das desigualdades e das discriminações, em cada 
sociedade e entre os países, atinge um nível crítico e repercute na 
intensificação dos conflitos e das guerras e na crise de valores. 
(...) 
(Gustave Massiah. Le Monde Diplomatique Brasil, janeiro de 2009.) 
 
 
 
 
 
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“O movimento altermundialista se vê diante da crise da globalização 
capitalista em sua fase neoliberal. Essa crise não é uma surpresa para 
o movimento; ela estava prevista e era anunciada há muito tempo.” 
(trecho sublinhado no texto) 
 
Assinale a alternativa em que o termo, no trecho 
acima, não resgate um termo anterior. 
 
a) sua 
b) Essa 
c) movimento 
d) ela 
e) há 
 
Comentários 
Temos aqui outra questão do mecanismo coesivo de referenciação. 
É hora de ir ao texto e marcar as palavras das alternativas e verificar 
qual delas não retoma algum termo anterior. Já sabemos que, quando 
uma palavra tem como referente um termo anterior, é caso de 
anáfora. Atenção! Não se esqueça de que a questão solicita a 
palavra que NÃO retoma. Muito cuidado com esse tipo de 
comando. 
Vamos lá? 
Alternativa a: sua 
Quando vamos ao trecho do texto e fazemos uma análise de termos 
anteriores ao pronome possessivo sua, vemos que sua retoma o 
termo crise da globalização capitalista. 
Alternativa b: essa 
Ao examinarmos o trecho do texto, vemos que o pronome 
demonstrativo essa retoma o termo crise da globalização capitalista 
Alternativa c: movimento 
Ao se analisar o trecho do texto, percebemos que o substantivo 
movimento retoma o termo movimento altermundialista. 
Alternativa d: ela 
Ao examinarmos o trecho do texto, notamos que o pronome pessoal 
ela retoma o termo crise da globalização capitalista 
Alternativa e: há 
Ao lermos novamente o trecho do texto, notamos que o verbo há 
(haver) não retoma nenhum termo anteposto a ele. 
GABARITO: E 
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Questão 04 – (FCC) Analista Judiciário – TRT – 18ª 
Região/2013 
(Adaptada) 
 
Pintor e desenhista, Van Gogh compôs um dos mais renomados 
conjuntos de obras de arte do acervo da história das artes plásticas 
mundiais. 
Influenciou, direta ou indiretamente, a produção de sucessivas 
gerações de artistas, e, em razão da tragicidade de sua existência, 
tornou-se um modelo, uma espécie de paradigma de personalidade 
artística criadora. 
De vida interior intensa e conturbada, a ele foi impossível uma 
existência regular, dentro de padrões. Em sua atividade artística, 
tardia e extraordinariamente breve (quando morreu, contava apenas 
37 anos de idade), Van Gogh encontrou somente a frustração e a 
indiferença entre seus contemporâneos. Suas telas, se não eram 
destruídas ou vilipendiadas, eram guardadas em porões e depósitos 
como qualquer entulho. 
Triste ironia, considerando-se que hoje acompanhamos pelos 
noticiários internacionais os leilões de suas obras, arrematadas 
por colecionadores do mundo todo a preços vultosos. 
Dele, como artista, ou mesmo de sua obra, já não se de- ve falar, 
visto que ingressaram, indiscutivelmente, no rol dos inquestionáveis 
tesouros humanos. No entanto, no interior mesmo do mundo objetivo 
da cultura, ao qual sua pintura se integra, seu legado poderia ser 
utilizado, como modelo ou premissa, para a análise de inúmeras 
questões − sociais ou estéticas − que envolvem a arte 
contemporaneamente. 
 (Adaptado de João Werner. Ensaios sobre arte e estética. Formato ebook) 
 
Suas telas, se não eram destruídas ou vilipendiadas, eram 
guardadas... (trecho sublinhado no texto). 
Preservando- se o sentido original, o elemento sublinhado 
acima pode ser corretamente substituído por: 
 
a) embora 
b) como 
c) quando 
d) desde que 
e) caso 
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Comentários 
Esta questão aborda o assunto coesão sequencial. Quando 
estudamos a sequenciação, vimos o emprego dos operadores 
sequenciais. Esses conectivos são usados como mecanismo de 
coesão textual. Você se lembra da lista que coloquei lá na parte 
teórica? Ela divide esses operadores conforme seu valor 
semântico. Se você não estiver muito seguro sobre isso, sugiro que 
volte a esse tópico da aula e releia, com muito cuidado, toda a lista, 
pois facilita bastante a resolução de questões como esta. 
Esta questão solicita que você escolha o conectivo que pode substituir 
a conjunção (conectivo) se. Nesta hora, você precisa identificar o 
valor semântico do se e verificar, entre as alternativas, qual conectivo 
possui o mesmo valor, para que possa ser feita a substituição de 
forma correta. Observe que o comando exige que a substituição 
não acarrete prejuízo ao sentido original do texto. 
Ao fazermos uma análise do texto, verificamos que o operador se 
possui um valor temporal, ou seja, na época ou momento em que as 
suas telas não eram destruídas ou vilipendiadas, eram guardadas em 
porões e depósitos como qualquer entulho. 
Dessa forma, a alternativa correta é o conectivo quando, que 
também possui valor temporal e substitui corretamente o operador 
se. 
GABARITO: C 
 
Questão 05 – (FCC) Analista Judiciário TER-TO/2011 
(Adaptada) 
 
Cultura de paz, para mim, não é um objeto profissional, é um meio de 
vida. Aprendi muito cedo em casa, com a família, que a paz é a coisa 
mais importante do mundo. Sua cultura tem base em tolerância e 
solidariedade. Elarespeita os direitos individuais, assegura e sustenta 
a liberdade de opinião e se empenha em prevenir conflitos, 
resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas ameaças não 
militares para a paz e a segurança, como a exclusão, a pobreza 
extrema e a degradação ambiental. Está intrinsecamente ligada à 
prevenção e à resolução não violenta dos conflitos. A cultura da paz é 
uma iniciativa de longo prazo, que leva em conta os contextos 
histórico, político, econômico, cultural e social de cada sociedade. É 
um processo que tem um começo, mas nunca pode ter um fim. Sua 
elaboração e seu estabelecimento requerem profunda participação de 
todos, sendo o pano de fundo de qualquer mobilização a tolerância, a 
democracia e os direitos humanos. 
 
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Considerando o fragmento de texto acima, adaptado de 
entrevista concedida por Marlova J. Noleto à revista Planeta 
em março de 2011, julgue o item subsecutivo. 
 
No desenvolvimento do texto, o pronome “Ela” remete a “Sua 
cultura”, que, por sua vez, refere-se à cultura da paz. (expressões 
sublinhadas no texto) 
 
Comentários 
 
Novamente, uma questão de coesão textual - referenciação. 
É hora de ir ao texto e marcar as expressões dadas no comando. 
Sugiro que, para uma melhor análise dos mecanismos coesivos, você 
substitua os termos (mentalmente ou reescrevendo) para verificar se 
realmente um é referente do outro. 
Percebemos que o pronome pessoal ela (operador lógico) retoma a 
expressão sua cultura de forma a evitar a repetição, ou seja, temos o 
emprego da coesão gramatical. 
Ao examinar o texto, também percebemos que sua cultura se refere à 
expressão cultura da paz, pois a retoma de forma coerente. 
GABARITO: CERTA 
 
 
Questão 06 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – 
SSP(RJ)/2008 
 
(Adaptada) 
 
 
 
A respeito da tirinha acima, analise o item a seguir: 
 
No segundo quadrinho, o demonstrativo é catafórico. 
 
 
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Comentários 
 
Esta questão é típica da FGV, como já disse para vocês na parte 
teórica desta aula. Nela, pede-se para avaliar se o pronome este 
(segundo quadrinho) é catafórico. Veja que a FGV usa a nomenclatura 
do elemento coesivo. 
Portanto, é muito importante que, além do conceito, você saiba a 
nomenclatura de cada elemento coesivo estudado na parte teórica 
desta aula. No caso do segundo quadrinho, o pronome esta tem valor 
dêitico, uma vez que o recurso dêitico é um elemento linguístico que 
designa algo mostrando, e não conceituando. Ou seja, o elemento 
dêitico aponta por meio da linguagem. Ele não faz referência a algo 
que já foi registrado no texto (anáfora) ou algo que ainda será 
(catáfora). 
GABARITO: ERRADA 
 
Questão 07 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – 
Receita Federal/2014 
(Adaptada) 
 
No Brasil, a criação e a paulatina expansão das ouvidorias são 
consequência da centralidade dos direitos fundamentais e do princípio 
da dignidade da pessoa humana na Constituição de 1988, 
relacionando-se à democratização do Estado e da sociedade brasileira. 
Na administração pública, além de concretizar o direito constitucional 
de petição, fornecendo aos cidadãos um canal adequado para 
tratamento de reclamações, denúncias e sugestões, as ouvidorias 
ampliam a transparência de órgãos e entidades estatais, além de 
ensejar o contato do gestor público com problemas da população. De 
forma complementar, as ouvidorias públicas emergem como um 
importante instrumento de gestão participativa, aproximando o 
Estado da população, que pode sugerir correções de medidas 
governamentais e se informar do amplo portfólio de políticas públicas. 
Ademais, podem impedir a judicialização de pleitos ordinários, o que 
não é pouco, visto que os direitos podem ser efetivados com mais 
celeridade. 
(Adaptado de Paulo Otto von Sperling. Ouvidorias, eficiência e efetivação de 
direitos. Correio Braziliense, 18 mar. 2014.) 
 
No desenvolvimento da textualidade, ficam prejudicadas as 
relações de coesão e a coerência argumentativa ao retirar do 
texto: 
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a) o artigo em “a paulatina” 
b) o artigo na contração em “Na administração”, escrevendo apenas 
Em 
c) o artigo em “o direito” 
d) o artigo em “as ouvidorias” 
e) o artigo na contração em “da população”, escrevendo apenas de 
 
Comentários 
Nesta questão do último concurso de Auditor Fiscal da Receita 
Federal, a ESAF solicitou que o candidato analisasse o texto, de forma 
a verificar as relações de coesão e coerência. 
Aprendemos que a coerência estabelece um sentido para o texto 
e faz com que este tenha uma adequada relação com seu 
receptor. A coerência é a responsável pela continuidade dos 
sentidos no texto. 
Também estudamos que a coerência está totalmente ligada à 
coesão textual, uma vez que a coesão se refere às relações que se 
estabelecem entre os elementos que formam o texto, ou seja, a 
coesão é a responsável pela conexão e ligação entre as partes 
do texto por meio dos chamados mecanismos de coesão 
textual. A coesão também trata da relação entre as orações dentro 
do texto. Assim, quando se empregam corretamente os elementos 
linguísticos, geralmente, conseguimos um texto coerente. 
Desse modo, temos que examinar a retirada de determinadas 
palavras do texto e identificar se a ausência delas causa 
prejuízo à coerência e à coesão textuais. 
Vamos analisar as alternativas? 
Alternativa a: o artigo em “a paulatina” 
Se retirarmos o artigo a em a paulatina, estaremos prejudicando a 
coesão, porque, nesta sentença, temos dois termos que se conectam 
à expressão “das ouvidorias”, quais sejam, a criação e a paulatina 
expansão. No momento em que retiramos o artigo, ferimos o 
paralelismo entre esses dois termos e, portanto, prejudicamos a 
coesão. 
Alternativa b: o artigo na contração em “Na administração”, escrevendo 
apenas Em 
Neste caso, o artigo a é empregado como forma de se determinar a 
qual administração o texto se refere. Quando retiramos o artigo, a 
expressão administração pública passa a ter um sentido genérico, o 
que prejudica a coerência e a coesão. 
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Alternativa c: o artigo em “o direito” 
Nesta opção, o artigo o é empregado como forma de se determinar a 
qual direito o texto se refere. Percebemos, assim, que sua retirada 
prejudica a coerência e a coesão. Quando retiramos o artigo, a 
expressão direito constitucional de petição passa a ter um sentido 
genérico, o que prejudica a coerência e a coesão. 
Alternativa d: o artigo em “as ouvidorias” 
Nesta alternativa, vemos que o substantivo ouvidorias tem uma 
conotação genérica, em suas duas aparições. Desse modo, a retirada 
do artigo não afeta a coerência nem a coesão. Esta é a resposta. 
Alternativa e: o artigo na contração em “da população”, escrevendo 
apenas de 
Neste caso, o artigo a é empregado como forma de conexão entre o 
Estado e a população. Note que ambas as palavras (Estado e 
população) estão acompanhadas do artigo a. Dessa forma, se 
retirarmos o artigo a próximo à população também teríamos que 
retirar aquele que fica colado à palavra Estado, para que não 
houvesse prejuízo à coesão e à coerência. 
GABARITO: D 
 
Questão 08 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
(Adaptada) 
 
(Texto para as questões 08, 09 e10) 
 
Lição de bom senso 
 
O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom 
senso a polêmica gerada em torno do veto, pelo Conselho Nacional de 
Educação (CNE), de um livro do escritor Monteiro Lobato, sob o 
pretexto de que contém expressões racistas. A alternativa encontrada 
pelo ministro foi a de acrescentar um esclarecimento de que, em 
1933, quando a obra foi publicada pela primeira vez, o país tinha 
hábitos diferentes e algumas expressões não eram consideradas 
ofensivas, como ocorre hoje. É importante que esse tipo de decisão 
sirva ocorre hoje. É importante que esse tipo de decisão sirva posição 
a tentações apressadas de recorrer à censura. O caso mais recente de 
tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra 
Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo 
sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase 
oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de 
excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias 
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como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como 
o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a 
educação das relações étnico-raciais. 
Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o 
livro que esteve sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo 
contextualizado. Se a personagem Tia Nastácia chegou a ser 
associada a estereótipos hoje vistos como racistas, é importante que 
os educadores se preocupem em deixar claro para os alunos alguns 
aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato de o país ter 
evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos humanos. 
No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação 
a atos como o racismo. Isso não significa, porém, que seja preciso 
revolver o passado, muito menos sem levar em conta as 
circunstâncias da época. 
(Editorial Zero Hora, 18/10/2010.) 
 
A palavra animais (negritada no texto) estabelece ligações com 
espécies que estão em extinção. Qual a propriedade 
semântica dessa relação? 
 
 a) hiperonímia 
 b) sinonímia 
 c) homonímia 
 d) paronímia 
 e) antonímia 
 
Comentários 
Temos, novamente, uma questão que traz conceitos que estudamos 
nesta aula de mecanismos de coesão textual: hiperonímia e 
sinonímia. 
Também vimos, em uma questão comentada na parte teórica, as 
definições de paronímia, homonímia e antomínia. 
Vamos revisar a teoria? 
Sinonímia é a substituição feita por meio do uso de palavras ou 
expressões sinônimas. 
Hiperonímia é a substituição lexical feita por meio de palavras que 
possuem uma significação mais ampla (abrangente) do que a 
substituída. 
Antonímia é a substituição feita por meio de palavras de sentido 
contrário. 
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Homonímia é a designação geral para os casos em que vocábulos de 
significados diferentes têm a mesma grafia (os homônimos 
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos), 
com grafia diferente. Assim, as palavras homófonas (homofonia) 
são aquelas cuja pronúncia é igual, mas têm grafia e significado 
diferentes. 
Paronímia são palavras muito semelhantes, parecidas na grafia e na 
pronúncia, mas com significados diferentes. 
Depois de vistas as definições, vamos à questão? Precisamos 
identificar, entre as alternativas, aquela que traduz a propriedade 
semântica da relação que a palavra animais estabelece com espécies 
que estão em extinção. 
Alternativa a: hiperonímia 
Esta alternativa é a resposta da questão. Temos um exemplo de 
hiperonímia. Percebemos, assim, que animais possui uma 
significação mais ampla (abrangente) do que espécies em 
extinção. 
Alternativa b: sinonímia 
De acordo com o conceito visto acima, nota-se que não é a resposta. 
Alternativa c: homonímia 
Conforme a definição vista acima, percebemos que não é a resposta. 
Alternativa d: paronímia 
Mesmo caso das alternativas b e c. 
Alternativa e: antonímia 
Também não é a resposta da questão, consoante definições 
explanadas acima. 
GABARITO: A 
 
 
Questão 09 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
(Adaptada) 
 
Em A alternativa encontrada pelo ministro foi a de 
acrescentar (trecho sublinhado no texto), há uma elipse que faz 
referência à palavra: 
 
a) expressão 
b) elipse 
c) polêmica 
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d) encontrada 
e) alternativa 
 
Comentários 
Vamos, agora, ver esta questão que trata da substituição léxica (de 
palavras, vocábulos, expressões). Esse tipo de mecanismo coesivo é 
bastante útil, pois permite evitar a repetição não intencional e 
contribui para uma devida articulação do texto, e, consequentemente, 
para a manutenção de uma unidade semântica. 
Nesta questão, o mecanismo de substituição empregado foi a elipse. 
Que tal dar uma revisada na teoria? 
Elipse e Zeugma 
É um tipo de substituição por zero, na qual não há substituição, 
e sim uma ausência ou retirada do vocábulo. 
Elipse e zeugma possuem características semelhantes. Na elipse, 
existe a omissão de um termo não mencionado antes, mas de 
fácil identificação pelo contexto. Na zeugma, o termo ou expressão já 
foi anteriormente citado, ou seja, a segunda palavra fica 
logicamente subentendida em relação à primeira. 
Podemos considerar zeugma um tipo de elipse. Então, estará correto 
se a questão da prova trouxer qualquer um desses dois tipos de 
omissão e denominá-lo elipse, certo? 
De volta à questão, temos que analisar o trecho do texto e 
identificar qual palavra, entre as opções oferecidas, é o 
referente da elipse existente no trecho A alternativa 
encontrada pelo ministro foi a de acrescentar. Ao examinarmos 
esse trecho, percebemos que foi omitida uma palavra entre a e de, 
dessa maneira, vamos às alternativas e colocamos nesse “espaço” os 
vocábulos: expressão, elipse, polêmica, encontrada e alternativa. 
Com isso, percebemos que o substantivo alternativa é o que se 
encaixa e mantém o sentido original. 
Veja como ficaria a sentença: A alternativa encontrada pelo ministro 
foi a alternativa de acrescentar. 
A solução encontrada pelo relator para deixar o texto mais fluido e 
coeso foi a de omitir a palavra alternativa (elipse), a fim de evitar sua 
repetição. 
GABARITO: E 
 
 
 
 
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Questão 10 – (FCC) Defensor Público DPE-RS/2011 
(Adaptada) 
 
A palavra hoje (negritada no texto), no texto, refere-se 
deiticamente 
 
I. A 18/10/2010. 
II. Ao ano de 2010. 
III. Ao momento que abrange um período de tempo maior do que um 
dia. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
 a) I, apenas 
 b) II, apenas a 
 c) III, apenas 
 d) I, II e III 
 e) I e III, apenas 
 
Comentários 
 
Temos mais uma questão que requer do candidato o 
conhecimento dos mecanismos de coesão textual, além de sua 
nomenclatura. No caso desta questão, a banca solicita que o 
candidato analise três expressões e verifique a qual (ou quais) delas 
o advérbio hoje se refere deiticamente. 
Vamos relembrar o que é dêitico na coesão textual? 
Uma palavra tem valor dêitico ao designar algo mostrando, e não 
conceituando. Ou seja, o elemento dêitico aponta por meio da 
linguagem. Ele não faz referência a algo que já foi registrado no 
texto (anáfora) ou algo que ainda será (catáfora). 
Podemosdividir os dêiticos em espaciais, temporais e subjetivos. 
Nesta questão, temos, como exemplo, o dêitico temporal, que 
marca a localização temporal, o momento em que o redator se 
encontra. 
Ao se verificar o emprego do advérbio hoje no texto, 
percebemos que seu autor se refere ao momento atual 
(atualidade) e não à data ou ano em que ele o escreveu. 
Dessa forma, a única alternativa que se encaixa é a III - ao momento 
que abrange um período de tempo maior do que um dia. 
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GABARITO: C 
 
 
Questão 11 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em 
Gesso/2012 
(Adaptada) 
 
(Texto para as questões 11 e 12) 
 
Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e 
paramédicos para atendimento às vítimas de acidentes durante 24 
horas por dia. É o que propõe o Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela 
proposta, os postos que distam mais de vinte quilômetros de centros 
urbanos deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para prestar 
socorro. 
Segundo dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal, de 
janeiro a novembro de 2011, foram registrados mais de 170 mil 
acidentes nas rodovias federais do Brasil, sendo 57 mil com feridos e 
6 mil com vítimas fatais. O assessor nacional de comunicação da 
Polícia Rodoviária Federal lembrou que a presteza no atendimento, 
muitas vezes, faz a diferença entre a vida e a morte. “Nós sabemos 
que existe uma regra chamada ‘a hora de ouro’. Se uma vítima 
politraumatizada dá entrada em um hospital em até uma hora 16 
após o acidente, a chance de sobrevida aumenta em até 80%.” A 
Polícia Rodoviária Federal fiscaliza mais de 61 mil quilômetros de 
rodovias e estradas federais e conta com 400 postos de fiscalização e 
150 delegacias. 
Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações.) 
 
Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, 
julgue o item subsecutivo. 
Mantêm-se as informações originais do período ao se substituir a 
palavra “presteza” (palavra sublinhada no texto) por celeridade. 
Comentários 
Questão que envolve conhecimentos de semântica, pois trata-se de 
substituição de palavras por sinonímia. 
Este tipo de questão exige que você volte ao texto e substitua a 
palavra escrita lá, pela palavra constante no comando. Para tanto, 
você tem que examinar, além do significado das duas palavras, o 
contexto. Isso porque duas palavras podem até ser trocadas 
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entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis 
quando se leva em conta um determinado sentido do texto. 
Nesta questão, as duas palavras possuem sentidos equivalentes, 
porque o texto emprega a palavra presteza (ligeireza, agilidade) e o 
vocábulo proposto é celeridade (rapidez, velocidade). Ou seja, ambos 
os termos estão inseridos em um mesmo campo semântico e são 
perfeitamente permutáveis. 
GABARITO: CERTA 
 
 
Questão 12 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em 
Gesso/2012 
(Adaptada) 
 
Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, 
julgue o item subsecutivo. 
Após o período que se encerra ao final do primeiro parágrafo, seria 
coerente e coeso inserir o seguinte trecho, no mesmo parágrafo: “O 
presidente da ONG Trânsito Amigo considera importante o projeto, 
mas lembra que a Polícia Rodoviária Federal tem um déficit muito 
grande de agentes e viaturas. Para ele, o melhor seria investir em 
UTIs móveis.” 
Comentários 
Esta questão versa sobre coerência e coesão. Ela solicita que você 
verifique se é possível inserir um trecho após o primeiro parágrafo e, 
ainda assim, o texto continuar coerente e coeso. 
Vamos ver o primeiro parágrafo do texto com a proposta de inserção? 
Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e paramédicos 
para atendimento às vítimas de acidentes durante 24 horas por dia. É o que 
propõe o Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela proposta, os postos que distam 
mais de vinte quilômetros de centros urbanos deverão ter ambulâncias e 
pessoal treinado para prestar socorro. O presidente da ONG Trânsito 
Amigo considera importante o projeto, mas lembra que a Polícia 
Rodoviária Federal tem um déficit muito grande de agentes e 
viaturas. Para ele, o melhor seria investir em UTIs móveis. 
Em questões assim, você tem que verificar se a inserção do trecho 
proposto prejudica a continuidade de sentido do texto original. Deve 
ser verificada a ligação entre o contexto e as informações trazidas 
pelo novo trecho, de modo a identificar se a coerência é mantida. 
Também precisamos verificar se houve algum emprego incorreto dos 
mecanismos de coesão. 
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No caso em análise, vemos que as novas informações foram 
adicionadas de modo harmônico e conferiram fluência ao 
texto, sem alterar seu sentido. Observe a presença do 
substantivo projeto (sublinhado na transcrição acima): ele é 
um mecanismo de coesão importante, pois retoma algo dito 
anteriormente. 
Dessa maneira, o trecho sugerido tem conexão com o tema e o 
sentido do texto, então a inserção não afeta a coerência. Da mesma 
forma, a coesão também não foi prejudicada. 
GABARITO: CERTA 
 
 Questão 13 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em 
 Gesso/2012 
(Adaptada) 
(Texto para as questões 13, 14 e 15) 
 
Tramita na Câmara o Projeto de Lei n.º 3.596/2012, do Senado, que 
estabelece medidas para inibir erros de administração e uso 
equivocado de medicamentos. Pelo texto, a rotulagem e a embalagem 
dos produtos deverão ter características que possibilitem a sua 
imediata identificação. O autor da proposta observa que a medida 
poderia evitar equívocos semelhantes ao ocorrido, recentemente, no 
Centro de Terapia Intensiva do Hospital Felício Rocho, em Belo 
Horizonte, onde uma técnica de enfermagem trocou sedativo por 
ácido. “Entre outras causas, a utilização de rótulos e embalagens 
iguais ou semelhantes para produtos de composição diferente é fator 
que induz a equívocos, muitas 13 vezes fatais”, alerta. 
Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações). 
 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do 
texto, julgue o próximo item. 
O sentido original do período permanece inalterado se a palavra 
“administração” (palavra sublinhada no texto) for substituída pela 
palavra “gerenciamento”. 
Comentários 
Aqui, a banca solicita que o candidato analise a troca de uma palavra 
por outra, de forma a avaliar se há prejuízo para o sentido original do 
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texto. Temos, então, uma questão de sinonímia (substituição 
lexical), ou seja, de semântica. 
Dessa forma, vamos verificar os significados das palavras 
administração e gerenciamento. Além disso, você tem que verificar o 
contexto. Isso porque as duas palavras podem até ser trocadas 
entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis 
quando se leva em conta um determinado sentido do texto. 
Neste exercício, as duas palavras não possuem sentidos equivalentes, 
porque o texto emprega a palavra administração (no sentido de 
ministrar medicação e não no sentido de gerir um negócio) e o termo 
proposto é gerenciamento (no sentido de direção de uma organização, 
empresa). Desse modo, os dois vocábulos não estão inseridos em um 
mesmo campo semântico e não são perfeitamente permutáveis. Caso 
se substitua um termo pelo outro, o sentidooriginal do período ficará 
alterado. 
GABARITO: ERRADA 
 
Questão 14 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em 
Gesso/2012 
(Adaptada) 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do 
texto, julgue o próximo item. 
Pelos sentidos do texto, depreende-se que o pronome “sua” retoma, 
por coesão, o antecedente “dos produtos” (expressão sublinhada no 
texto). 
Comentários 
Temos uma questão de coesão gramatical. Esta se caracteriza pelo 
uso de mecanismos conhecidos como operadores lógicos da 
língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de 
sequenciação (coesão sequencial). 
No caso desta questão, o operador lógico usado como mecanismo 
coesivo foi o pronome possessivo sua. 
A banca solicita que o candidato avalie se o pronome “sua” retoma o 
antecedente “dos produtos”. Estudamos, na parte teórica, que, 
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é 
um elemento coesivo anafórico. Lembra-se disso? 
Vamos ao texto para observar o emprego do pronome sua: 
Pelo texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter 
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características que possibilitem a sua imediata identificação. 
Se reescrevermos o trecho acima, teremos: 
Pelo texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter 
características que possibilitem a imediata identificação dos produtos. 
Dessa forma, percebemos que o pronome sua retoma, por coesão 
(evita a repetição de palavras desnecessária), o antecedente dos 
produtos. 
GABARITO: CERTA 
 
Questão 15 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em 
Gesso/2012 
(Adaptada) 
Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do 
texto, julgue o próximo item. 
Prejudica-se a informação do período se a palavra “observa” (palavra 
sublinhada no texto) for substituída por qualquer uma das 
seguintes: lembra, afirma, pondera. 
Comentários 
Temos, aqui, uma questão de sinonímia (substituição lexical), ou 
seja, de semântica. 
Questões deste tipo exigem que você volte ao texto e substitua a 
palavra escrita lá, pelas palavras propostas no comando. Para isso, 
você tem que verificar, além do significado dos vocábulos, o contexto. 
Isso porque palavras podem até ser trocadas entre si em um 
âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis quando se leva 
em conta um determinado sentido do texto. 
Neste exercício, as três palavras possuem sentidos equivalentes, 
porque o texto emprega a palavra observa (no sentido de constatar) e 
os termos propostos são lembrar (no sentido de sugerir, advertir); 
afirmar (no sentido de manifestar, declarar) e ponderar (no sentido 
de expor, considerar). Desse modo, os três vocábulos estão inseridos 
em um mesmo campo semântico e são perfeitamente permutáveis. 
GABARITO: ERRADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 16 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
(Texto para questões 16, 17 e 18) 
 
Em meio à multidão de milhares de manifestantes, rapazes vestidos 
de preto e com a cabeça e o rosto cobertos por capuzes ou capacetes 
caminham dispersos, tentando manter-se incógnitos. A atitude muda 
quando encontram um alvo: um cordão de isolamento policial, uma 
vitrine ou uma agência bancária. Eles, então, agrupam-se e, armados 
com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov, quebram, 
incendeiam e agridem. Quando a polícia reage, os vândalos voltam a 
se misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na 
esperança de, com isso, provocar um tumulto e incitar outros 
manifestantes a entrar no confronto. É a tática do black bloc (bloco 
negro, em inglês), cujo uso se intensificou nos protestos de rua que 
dominaram a Europa este ano. Quase sempre, a minoria violenta é 
formada por anarquistas — que, de seus análogos do início do século 
XX, imitam os métodos violentos e o ódio ao capitalismo e ao Estado. 
Diogo Schelp. In: Veja, 22/12/2010 (com adaptações). 
 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos 
do texto acima, julgue o item seguinte. 
Os complementos elípticos das formas verbais “quebram”, 
“incendeiam” e “agridem” possuem o mesmo referente no texto. 
(palavras sublinhadas no texto) 
 
Comentários 
Outra vez a elipse – muito cobrada nas provas, não é mesmo? 
A elipse é um tipo de substituição de palavras por zero. Você se 
lembra disso? 
A banca questiona se os complementos elípticos dos três verbos 
(constantes do comando) possuem o mesmo referente. Assim, o 
complemento de cada termo é aquele que foi omitido para evitar 
repetição desnecessária (elipse). 
Antes de mais nada, vamos dar uma olhada no significado 
(semântica) desses verbos. Incendiar e quebrar possuem uma 
relação com coisas materiais; por sua vez, agredir se associa com 
pessoas. 
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De volta ao trecho do texto, percebemos, com esse raciocínio, que 
incendiar e quebrar se conectam com os referentes vitrine e agência 
bancária. De maneira diferente, agredir tem como referente a polícia 
GABARITO: ERRADA 
 
Questão 17 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos 
do texto acima, julgue o item seguinte. 
A palavra “análogos” (palavra sublinhada no texto) está sendo 
empregada com o sentido equivalente a antecessores. 
 
Comentários 
Outra questão de semântica, de substituição lexical por 
sinonímia. 
Este tipo de exercício é aquele que exige que você volte ao texto e 
substitua a palavra escrita lá, pela palavra proposta no enunciado. 
Para isso, você tem que verificar, além do significado das duas 
palavras, o contexto. Isso porque duas palavras podem até ser 
trocadas entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser 
cambiáveis quando se leva em conta um determinado sentido 
do texto. 
Nesta questão, as duas palavras não possuem sentidos equivalentes, 
porque o texto emprega a palavra análogos (correspondentes, 
semelhantes) e o termo proposto é antecessores (algo que antecede). 
Ou seja, uma coisa pode anteceder outra, mas não necessariamente, 
é semelhante a ela. 
GABARITO: ERRADA 
 
 
Questão 18 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011 
(Adaptada) 
No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos 
do texto acima, julgue o item seguinte. 
O elemento “que”, nas ocorrências sublinhadas no texto, possui a 
propriedade de retomar palavras ou expressões que o antecedem. 
 
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Comentários 
Temos uma questão de coesão gramatical. Esta se caracteriza pelo 
uso de mecanismos conhecidos como operadores lógicos da 
língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de 
sequenciação (coesão sequencial). 
Neste caso, vamos identificar se a palavra que está sendo usada como 
pronome relativo (operador lógico) com a finalidade de retomar 
palavras ou expressões que o antecedem. Já sabemos que isso é a 
denominada anáfora. 
Vamos rever? 
Elemento coesivo anafórico 
Quando um componente que já foi explicitado no texto é 
retomado, temos o que se conceitua como anáfora. Assim, 
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é 
um elemento coesivo anafórico. 
Também estudamos, na parte teórica, que o pronome que é muito 
usado em nossa língua e se caracteriza por ser um importante 
mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar substantivos e 
facilitar bastante o processocoesivo, o que evita repetições 
desnecessárias. 
De volta à questão, analisamos as três ocorrências e verificamos que 
o elemento que retoma os seguintes termos (antepostos) em negrito: 
 
• misturar à massa de gente que protesta pacificamente; 
• nos protestos de rua que dominaram a Europa este ano; 
• formada por anarquistas que... imitam os métodos violentos. 
GABARITO: CERTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caro aluno, 
Chegamos ao final da nossa Aula 01. 
Esta aula teve como objetivo expor conceitos sobre a coesão textual. 
Espero que tenha aproveitado a matéria e o aguardo no próximo 
encontro. 
Vou adorar acompanhar você durante sua preparação. 
Um grande abraço e bons estudos! 
 
Ludimila

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