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Direito das Coisas - Propriedade e Posse

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“Toda grande sociedade se fundamenta no 
direito da propriedade”
1
direito da propriedade”
VOLTAIRE
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das Coisas
Prof. Tiago Cação Vinhas
Plano da disciplina
I. Introdução
II. Posse
III. Propriedade
3
III. Propriedade
IV. Direito de Vizinhança
V. Condomínio
VI. Laje
VII. Direitos reais sobre coisa alheia
VIII.Direito real de aquisição
IX. Direitos reais de garantia
Avaliações
• Prova 1 (10,0 pontos)
• Prova 1,5 (10,0 pontos)
4
• Prova 1,5 (10,0 pontos)
• Prova 2 (10,0 pontos)
• Obs. 1: as provas serão realizadas sem consulta
• Obs. 2: P1,5 ocorrerá em 16/5
• Obs. 3: ausência na P1,5 acarreta a distribuição 
proporcional da nota entre P1 e P2
Bibliografia indicada
• PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito 
Civil IV - Direitos Reais, 23ª ed., Rio de Janeiro, 
Forense, 2015 
5
• RIZZARDO, Arnaldo, Direito das Coisas, 8ª ed., Rio de 
Janeiro, Forense, 2016
• RODRIGUES, Silvio, Direito Civil 5 - Direito das Coisas, 
28ª ed., São Paulo, Saraiva, 2003
• TARTUCE, Flávio, Direito Civil 4 - Direito das Coisas, 11ª 
ed., São Paulo, Método, 2016
• VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil V - Direitos Reais, 
15ª ed., São Paulo, Atlas, 2015
Qualquer dúvida...
6
• Podem mandar e-mail: tiagovinhas@usp.br
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das Coisas
Introdução
Introdução
Direitos 
8
Direitos 
patrimoniais
Direitos 
pessoais
Direitos reais
Introdução
“O direito das coisas é o conjunto 
9
“O direito das coisas é o conjunto 
da normas reguladoras das 
relações entre os homens, tendo 
em vista os bens corpóreos”
SILVIO RODRIGUES
Introdução
• Coisas extremamente abundantes não são 
incorporadas ao patrimônio das pessoas
10
incorporadas ao patrimônio das pessoas
• Coisas úteis e raras constituem bens e podem ser 
apropriadas
• Conflitos surgem entre as pessoas em 
decorrência dos bens sob seu domínio
Introdução
11
• Direitos Reais ou Direito das Coisas?
▫ Direitos reais = relações jurídicas estabelecidas 
entre pessoas e coisas
▫ Direito das coisas = ramo do Direito Civil
Introdução
12
• Como se configura a relação jurídica no Direito 
das Coisas?
Introdução
• Escola realista (clássica)
▫ Direito real é o poder da pessoa sobre a coisa
13
▫ Direito real é o poder da pessoa sobre a coisa
▫ Relação direta e sem intermediário
• Escola personalista
▫ Sujeito ativo mantém relação jurídica com a 
generalidade anônima dos indivíduos (“sujeito 
passivo universal”)
Conceito
“[Direito real] é o que afeta a coisa 
14
“[Direito real] é o que afeta a coisa 
direta e imediatamente, sob todos 
ou sob certos respeitos e a segue em 
poder de quem quer que a detenha”
LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA
Características do direito real
• Oponível erga omnes
15
• Oponível erga omnes
▫ Contra todos os membros da coletividade
• Acompanha a coisa e gera o direito de sequela
▫ Direitos reais aderem à coisa
Características do direito real
• Objeto sempre determinado
16
• Objeto sempre determinado
▫ Ao contrário do direito de crédito
• Coisa deve existir atualmente
▫ No direito de crédito pode haver futuridade
Características do direito real
• Exclusivo
17
▫ Não existem dois direitos reais, de igual conteúdo, 
sobre a mesma coisa
• Adquirível por usucapião
▫ Ao contrário dos direitos de crédito
Características do direito real
• Não se extingue por inércia do sujeito
18
▫ Extinção somente ocorre ao se constituir situação 
contrária em proveito de outro titular
• Gera privilégio creditício
▫ Preferência em relação aos credores quirografários
Características do direito real
• Pode ser abandonado por seu titular
19
• Pode ser abandonado por seu titular
▫ Faculdade que não se aplica aos direitos de crédito
• Suscetível de posse
▫ Domínio fático
Características do direito real
• Publicidade dos atos
“Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas 
móveis, quando constituídos, ou transmitidos por 
20
móveis, quando constituídos, ou transmitidos por 
atos entre vivos, só se adquirem com a tradição”
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis 
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, 
só se adquirem com o registro no Cartório de 
Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 
a 1.247), salvo os casos expressos neste Código”
Direitos reais no Código Civil
“Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
21
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; e
XIII - a laje”
Rol taxativo de direitos reais
• Taxatividade do rol ou tipicidade legal?
22
• Polêmica: podem as partes atribuir realidade a 
direitos resultantes de contratos?
▫ Sim – WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO E CIA.
� Fundamento: autonomia privada
▫ Não – SILVIO RODRIGUES E CIA.
� Fundamento: artigo 1.227 do Código Civil
Direitos reais e direitos pessoais
Direitos reais Direitos pessoais de cunho 
patrimonial
Relações jurídicas entre uma 
pessoa e uma coisa, e sujeito 
Relações jurídicas entre duas 
pessoas (credor e devedor)
23
pessoa e uma coisa, e sujeito 
passivo universal
pessoas (credor e devedor)
Princípio da publicidade Princípio da autonomia privada
Efeitos erga omnes Efeitos inter partes
Rol taxativo Rol exemplificativo
Direito de sequela – a coisa 
responde
Bens do devedor respondem
Caráter permanente Caráter transitório
Direitos reais e direitos pessoais
• Zona intermediária entre direitos reais e pessoais:
▫ Obrigações propter rem
24
▫ Obrigações propter rem
� “Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos 
débitos do alienante, em relação ao condomínio, 
inclusive multas e juros moratórios”
▫ Abuso do direito de propriedade
� “Art. 1.228. (...) § 2o São defesos os atos que não trazem 
ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e 
sejam animados pela intenção de prejudicar outrem”
Classificação dos direitos reais
• Quanto ao objeto sobre que recai:
▫ Sobre coisa própria
25
▫ Sobre coisa própria
� Direito real pleno = Propriedade
▫ Sobre coisa alheia
� Direitos reais limitados de fruição ou gozo
� Direitos reais de garantia
� Direitos reais de aquisição
Classificação dos direitos reais
26
• Quanto à finalidade:
▫ Direitos reais de gozo
▫ Direitos reais de garantia
Direito Civil IV – Direito das CoisasDireito Civil IV – Direito das Coisas
Da posse
Introdução
28
• Situações de fato aparentam situações de direito
• Consequência: ordenamento protege situações 
de fato
Introdução
• Qual a origem do termo?
▫ Pedes ponere = “pôr os pés”, fixar-se
▫ Sedes ponere, sedium positio = assentar-se
29
▫ Sedes ponere, sedium positio = assentar-se
▫ Possessio = poder
• Múltiplas utilizações
▫ Utilização de direitos, existência de estado de fato, 
investidura em cargo público, condição 
econômica...
Introdução
• Foco na situação de fato em que uma pessoa, 
30
• Foco na situação de fato em que uma pessoa, 
independentemente de ser ou não proprietária, 
exerce sobre uma coisa poderes ostensivos, 
conservando-a e defendendo-a
▫ Caso do proprietário, locatário, comodatário, 
usufrutuário, inventariante, síndico...
Posse e propriedade
• Propriedade
▫ Relação entre pessoa e coisa
▫ Fundada na vontade da lei
31
▫ Fundada na vontade da lei
▫ Implica poder jurídico e cria relação de direito
• Posse
▫ Relação entre pessoa e coisa
▫ Fundada na vontade do possuidor
▫ Cria relação de fato
▫ Pode ser a exteriorização do direito de propriedade
Posse e detenção
• Detentor 
32
• Detentor 
▫ Tem a coisa apenas em razão de:
� Situação de dependência econômica ou
� Vínculo de mera subordinação
▫ Exerce a posse em nome de outrem
Posse e detenção
• “Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, 
achando-se em relação dedependência para 
com outro, conserva a posse em nome deste e 
33
com outro, conserva a posse em nome deste e 
em cumprimento de ordens ou instruções suas”
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 493: “O 
detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no 
interesse do possuidor, exercer a autodefesa do 
bem sob seu poder”
Posse e detenção
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 301: “É 
34
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 301: “É 
possível a conversão da detenção em posse, 
desde que rompida a subordinação, na hipótese 
de exercício em nome próprio dos atos 
possessórios”
Posse, detenção e tença
• Posse é o exercício, em nome próprio, de um 
poder de domínio
35
poder de domínio
• Detenção é o exercício, em nome alheio, de um 
poder de domínio
• Tença é a situação material de apreensão física 
de um bem, sem consequência jurídica protetiva
Efeitos principais da posse
• Proteção possessória
▫ Por esforço direto
36
▫ Por esforço direto
▫ Por ações possessórias
• Possibilidade de gerar usucapião
▫ Posse mansa e pacífica por um espaço de tempo 
definido em lei
Teorias sobre a posse
• SAVIGNY - Teoria subjetiva
37
• SAVIGNY - Teoria subjetiva
▫ Posse tem dois elementos:
� Corpus – poder físico sobre a coisa
� Animus domini – propósito de ter a coisa como sua
▫ Problema: locatário, comodatário, depositário etc. 
não seriam donos
Teorias sobre a posse
• JHERING - Teoria objetiva
▫ Possuidor age como se fosse proprietário da coisa
▫ Posse = exteriorização da propriedade (corpus)
38
▫ Posse = exteriorização da propriedade (corpus)
▫ Síntese da teoria objetiva:
� Posse é condição de fato da utilização econômica da 
propriedade
� Direito de possuir faz parte do conteúdo do direito 
de propriedade
� Posse é meio de defesa da propriedade
� Posse é rota que leva à propriedade
Teorias sobre a posse
“Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele 
39
“Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele 
que tem de fato o exercício, pleno ou não, de 
algum dos poderes inerentes à propriedade”
• Qual a teoria adotada pelo Código Civil?
Teorias sobre a posse
• SALEILLES - Teoria sociológica
▫ PL nº 699/2011: “Art. 1.196. Considera-se 
40
▫ PL nº 699/2011: “Art. 1.196. Considera-se 
possuidor todo aquele que tem poder fático de 
ingerência sócio-econômica, absoluto ou relativo, 
direto ou indireto, sobre determinado bem da 
vida, que se manifesta através do exercício ou 
possibilidade de exercício inerente à propriedade 
ou outro direito real suscetível de posse”
▫ Função social da posse
Teorias sobre a posse
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 492: “A 
41
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 492: “A 
posse constitui direito autônomo em relação à 
propriedade e deve expressar o aproveitamento 
dos bens para o alcance de interesses 
existenciais, econômicos e sociais merecedores 
de tutela”
Natureza jurídica da posse
• SAVIGNY: 
▫ Posse é um fato, se considerada em si mesma, e 
um direito, se considerada nos efeitos que gera
42
um direito, se considerada nos efeitos que gera
• JHERING: 
▫ Posse é um direito, já que é um interesse 
juridicamente protegido
• BEVILÁQUA: 
▫ Posse é mero estado de fato, protegido pela lei em 
atenção à propriedade
Terminologia
• Ius possidendi
▫ Faculdade que uma pessoa titular de uma situação 
43
▫ Faculdade que uma pessoa titular de uma situação 
jurídica tem de exercer a posse sobre uma 
determinada coisa
• Ius possessionis
▫ Direito originado da situação jurídica da posse, e 
que independe da preexistência de uma relação
Classificações da posse
44
• Quanto à pessoa-coisa ou desdobramento:
▫ Posse direta ou imediata
▫ Posse indireta ou mediata
Classificações da posse
“Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a 
coisa em seu poder, temporariamente, em virtude 
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, 
45
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, 
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor 
direto defender a sua posse contra o indireto”
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 76: “O 
possuidor direto tem direito de defender a sua 
posse contra o indireto, e este, contra aquele”
Classificações da posse
• Quanto à presença de vícios:
46
• Quanto à presença de vícios:
▫ Posse justa - “nec vi, nec clam, nec precario”
▫ Posse injusta
� Posse violenta
� Posse clandestina
� Posse precária
Classificações da posse
“Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, 
clandestina ou precária”
47
clandestina ou precária”
• Consequência: mesmo injusta, trata-se de posse 
e pode ser defendida judicialmente contra 
terceiros
▫ Posse injusta é viciada inter partes, mas seu vício 
não gera efeitos erga omnes
Classificações da posse
• Princípio da continuidade do caráter da posse:
“Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-
se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
48
se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
adquirida”
“Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera 
permissão ou tolerância assim como não 
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violência 
ou a clandestinidade”
Classificações da posse
49
• Posse precária não pode ser convalidada?
▫ Não – Posição majoritária, fundada na lei
▫ Sim – Posição minoritária
Classificações da posse
• Quanto à boa-fé:
▫ Posse de boa-fé
50
� Posse de boa-fé real 
� Possuidor convicto de que se apoia em elementos 
objetivos tão evidentes que nenhuma dúvida pode ser 
suscitada quanto à legitimidade de sua aquisição
� Posse de boa-fé presumida
� Possuidor tem justo título
▫ Posse de má-fé
Classificações da posse
“Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor 
ignora o vício, ou o obstáculo que impede a 
51
ignora o vício, ou o obstáculo que impede a 
aquisição da coisa”
• Há diferença entre as classificações da posse 
quanto à presença de vícios e quanto à boa-fé?
▫ Critérios
▫ Efeitos
Classificações da posse
52
• Quanto à presença de título:
▫ Posse com título (civil) – gera ius possidendis
▫ Posse sem título (natural) – gera ius possessionis
Classificações da posse
53
• Quanto ao tempo:
▫ Posse nova – com até um ano
▫ Posse velha – com pelo menos um ano e dia
Classificações da posse
• Dispositivos que mencionavam o “ano e dia” 
54
• Dispositivos que mencionavam o “ano e dia” 
constavam no CC/1916 mas não foram 
reproduzidos no CC/2002
• CPC/1973 e CPC/2015 trazem a expressão nos 
dispositivos sobre ações possessórias
Classificações da posse
• Classificação quanto aos efeitos:
▫ Posse ad interdicta
55
▫ Posse ad interdicta
� Pode ser defendida pelas ações possessórias diretas 
ou interditos possessórios
▫ Posse ad usucapionem
� Prolonga-se por determinado lapso de tempo 
previsto na lei, admitindo-se a aquisição da 
propriedade pela usucapião
Efeitos da posse em geral
• TAPIA: 72 efeitos diferentes
56
• TAPIA: 72 efeitos diferentes
• SINTENIS: nenhum efeito
• RÁO: apenas interditos
• SAVIGNY: interditos e usucapião
• PLANIOL: vários efeitos
• CAIOMÁRIO: “a posse produz alguns efeitos”
Efeitos materiais da posse
• Frutos
57
• Frutos
• Benfeitorias
• Responsabilidades
• Usucapião
• Autodefesa
Percepção dos frutos e consequências
• Frutos:
▫ Quanto à origem:
� Naturais
58
� Naturais
� Industriais
� Civis ou rendimentos
▫ Quanto ao estado em que se encontram:
� Pendentes
� Percebidos
� Estantes
� Percipiendos
� Consumidos
Percepção dos frutos e consequências
“Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, 
enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
59
enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo 
em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, 
depois de deduzidas as despesas da produção e 
custeio; devem ser também restituídos os frutos 
colhidos com antecipação”
Percepção dos frutos e consequências
“Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-
se colhidos e percebidos, logo que são separados; os 
civis reputam-se percebidos dia por dia”60
civis reputam-se percebidos dia por dia”
“Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos 
os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, 
por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento 
em que se constituiu de má-fé; tem direito às 
despesas da produção e custeio”
Indenização e retenção de benfeitorias
61
• Benfeitorias:
▫ Necessárias
▫ Úteis
▫ Voluptuárias
Indenização e retenção de benfeitorias
“Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à 
indenização das benfeitorias necessárias e úteis, 
62
indenização das benfeitorias necessárias e úteis, 
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe 
forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de 
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e 
úteis”
Indenização e retenção de benfeitorias
• Três consequências para o possuidor de boa-fé:
▫ Deve ser indenizado por benfeitorias necessárias e 
63
▫ Deve ser indenizado por benfeitorias necessárias e 
úteis
▫ Tem direito de retenção sobre benfeitorias 
necessárias e úteis se não indenizado
▫ Tem direito ao levantamento das benfeitorias 
voluptuárias, se não forem pagas, e se não gerar 
prejuízo à coisa
Indenização e retenção de benfeitorias
“Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas 
somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o 
direito de retenção pela importância destas, nem o de 
64
direito de retenção pela importância destas, nem o de 
levantar as voluptuárias”
“Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as 
benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de 
optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao 
possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual”
Responsabilidades
“Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde 
pela perda ou deterioração da coisa, a que não 
65
pela perda ou deterioração da coisa, a que não 
der causa”
• Responsabilidade é subjetiva, englobando dolo e 
culpa
Responsabilidades
“Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela 
perda, ou deterioração da coisa, ainda que 
acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
66
acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
teriam dado, estando ela na posse do 
reivindicante”
• Responsabilidade é objetiva, e independe de 
culpa
Responsabilidades
“Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os 
67
“Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os 
danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao 
tempo da evicção ainda existirem”
• Compensação legal pela reciprocidade de dívidas
Direito à usucapião
• Modalidades de usucapião de bem imóvel:
▫ Usucapião ordinária
▫ Usucapião extraordinária
68
▫ Usucapião extraordinária
▫ Usucapião especial rural
▫ Usucapião especial urbana
▫ Usucapião indígena
▫ Usucapião coletiva
▫ Usucapião administrativa
• Modalidades de usucapião de bem móvel:
▫ Usucapião ordinária
▫ Usucapião extraordinária
Autodefesa
“Art. 1.210. (...) § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, 
poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, 
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de 
69
desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse”
• Fora ou antes da ação judicial, possuidor pode repelir o 
atentado à posse pela própria força
• Requisitos:
▫ Imediatismo
▫ Proporcionalidade
Autodefesa
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 495: “No 
desforço possessório, a expressão ‘contanto que 
70
desforço possessório, a expressão ‘contanto que 
o faça logo’ deve ser entendida restritivamente, 
apenas como a reação imediata ao fato do 
esbulho ou da turbação, cabendo ao possuidor 
recorrer à via jurisdicional nas demais 
hipóteses”
Efeitos processuais da posse
71
“Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser 
possuidora, manter-se-á provisoriamente a que 
tiver a coisa, se não estiver manifesto que a 
obteve de alguma das outras por modo vicioso”
Efeitos processuais da posse
• Interditos possessórios
72
▫ Possuidor pode propor demandas para se manter 
na posse ou para que lhe seja restituída a posse
▫ Três situações concretas:
� Ameaça à posse → ação de interdito proibitório
� Turbação → ação de manutenção de posse
� Esbulho → ação de reintegração de posse
Efeitos processuais da posse
“Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na 
posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, 
e segurado de violência iminente, se tiver justo receio 
73
e segurado de violência iminente, se tiver justo receio 
de ser molestado”
• Ameaça: possuidor tem direito à proteção da posse
• Turbação: possuidor tem direito à manutenção da 
posse
• Esbulho: possuidor tem direito à restituição da 
posse
Efeitos processuais da posse
Código de Processo Civil de 2015, “Art. 554. A 
propositura de uma ação possessória em vez de 
74
propositura de uma ação possessória em vez de 
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido 
e outorgue a proteção legal correspondente 
àquela cujos pressupostos estejam provados”
• Fungibilidade entre as medidas
• Princípio da instrumentalidade das formas
Efeitos processuais da posse
Código de Processo Civil de 2015, “Art. 558. Regem o 
procedimento de manutenção e de reintegração de posse 
as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for 
75
proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho 
afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será 
comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter 
possessório”
• Ação de força nova: cabe liminar
• Ação de forma velha: não cabe liminar
Efeitos processuais da posse
• Outras ações possessórias:
76
▫ Ação de nunciação ou embargo de obra nova
▫ Ação de dano infecto
▫ Embargos de terceiro
▫ Ação de imissão na posse
▫ Ação publiciana
Aquisição da posse
Código Civil de 2002, “Art. 1.204. Adquire-se a posse 
desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes 
77
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes 
inerentes à propriedade”
Código Civil de 1916, “Art. 493. Adquire-se a posse: 
I - Pela apreensão da coisa, ou pelo exercício do 
direito.
II - Pelo fato de se dispor da coisa, ou do direito.
III - Por qualquer dos modos de aquisição em geral”
Aquisição da posse
• Formas de aquisição:
▫ Originais
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� Apreensão de bem móvel
� Coisa sem dono (res nullius)
� Coisa abandonada (res derelicta)
▫ Derivadas
� Tradição real
� Tradição simbólica
� Tradição ficta
Aquisição da posse
“Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu 
representante;
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representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de 
ratificação”
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 77: “A 
posse das coisas móveis e imóveis também pode 
ser transmitida pelo constituto possessório”
Transmissão da posse
“Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou 
legatários do possuidor com os mesmos 
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legatários do possuidor com os mesmos 
caracteres”
• Princípio da continuidade do caráter da posse
• CAIOMÁRIO DA SILVA PEREIRA aponta como 
aquisição derivada da posse
Transmissão da posse
“Art. 1.207. O sucessor universal continua de 
direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor 
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direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor 
singular é facultado unir sua posse à do 
antecessor, para os efeitos legais”
• Sucessor universal = herança legítima
• Sucessor singular = compra e venda, doação, 
legado
Transmissão da posse
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 494: “A 
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V Jornada de Direito Civil - Enunciado 494: “A 
faculdade conferida ao sucessor singular de 
somar ou não o tempo da posse de seu antecessor 
não significa que, ao optar por nova contagem, 
estará livre do vício objetivo que maculava a 
posse anterior”
Transmissão da posse
“Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera 
permissão ou tolerância assim como não 
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permissão ou tolerância assim como não 
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou 
clandestinos, senão depois de cessar a violênciaou a clandestinidade”
• Princípio da continuidade do caráter da posse 
gera presunção relativa e não absoluta
Transmissão da posse
“Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até 
prova contrária, a das coisas móveis que nele 
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prova contrária, a das coisas móveis que nele 
estiverem”
• Princípio da gravitação jurídica: acessório segue 
o principal
• Presunção relativa, que pode ser afastada por 
previsão legal ou contratual
Perda da posse
“Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, 
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“Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, 
embora contra a vontade do possuidor, o poder 
sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196”
• Posse cessa quando cessam os atributos relativos 
à propriedade
Perda da posse
CC/1916, “Art. 520. Perde-se a posse das coisas:
I - Pelo abandono.
II - Pela tradição.
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II - Pela tradição.
III - Pela perda, ou destruição delas, ou por serem postas fora 
de comércio.
IV - Pela posse de outrem, ainda contra a vontade do 
possuidor, se este não foi manutenido, ou reintegrado em 
tempo competente.
V - Pelo constituto possessorio”
• Rol taxativo, ao contrário do CC/2002
Perda da posse
• CAIOMÁRIO DA SILVA PEREIRA - perde-se a posse:
▫ Perda da própria coisa
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▫ Destruição
▫ Posse de outrem
▫ Abandono
▫ Tradição
▫ Constituto possessório
▫ Coisa fora do comércio
Perda da posse
“Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para 
quem não presenciou o esbulho, quando, tendo 
notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, 
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notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, 
tentando recuperá-la, é violentamente repelido”
• Possuidor esbulhado só perde a posse se não toma 
as medidas necessárias
• Institutos da supressio e do venire contra factum
proprium
Composse
“Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem 
coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre 
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coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre 
ela atos possessórios, contanto que não excluam 
os dos outros compossuidores”
• Composse pode decorrer de contrato ou herança
Composse
• Classificação:
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• Classificação:
▫ Composse pro indiviso ou indivisível
� Cada compossuidor têm fração ideal da posse
▫ Composse pro diviso ou divisível
� Cada compossuidor sabe qual a sua parte
Composse
• Cessa a composse:
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▫ Pela divisão
� Amigável
� Judicial
▫ Pela posse exclusiva de um dos sócios que isole, 
sem oposição, uma parte dela

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