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Fisiologia da Glândula Tireoide

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Fisiologia da Glândula Tireoide
Northon Evangelho ATM 2024/01
Anatomia da Glândula Tireoide
GARDNER; SHOBACK, 2013 
Glândula tireoide localiza – se anterior à cartilagem cricoide. É composta por lobo direito, istmo e lobo esquerdo. 
O lobo piramidal pode estar presente em algumas pessoas.
GARDNER; SHOBACK, 2013 
Corte axial mostrando as relações da glândula tireoide com outros órgãos e estruturas neurovasculares.
Repare as glândulas paratireoides posteriores à glândula tireoide.
Vascularização da glândula tireoide. 
Aqui podemos ver a proximidade do nervo vago com a glândula. Por isso, existe risco de lesão desse nervo em tireoidectomia. 
GARDNER; SHOBACK, 2013 
A glândula se desenvolve no foramen cecum da língua no 22° dia de gestação.
Origina- se do endoderma do assoalho faríngeo
48° dia migra para região cervical.
Fica no nível de C5 e C7
Constituintes: Lobo direito e esquerdo; istmo. São estruturas palpáveis na maioria das pessoas.
Embriologia da Glândula Tireoide
Histologia da Glândula Tireoide
Folículos tireoidianos compostos por coloides. São nos coloides que os hormônios são armazenados
C cell: Célula C ou célula parafolicular que tem a função de produzir calcitonina. Localizam – se no interstício.
Disponível em: http://carloseduardopinheiro.blogspot.com/2014/09/fluor-e-sintese-de-hormonios.html Acesso em maio 2021.
Iodo e tireoglobulina (TG)
Tireoglobulina é uma molécula produzida dentro da glândula. Essa molécula contém no seu interior os aminoácidos tirosina. 
Iodo reage com o aminoácido tirosina da tireoglobulina para formar T4 e T3.
Tirosina reage com 1 iodo=Monoiodotirosina
Tirosina reage com 2 iodo=Diiodotirosina
Tirosina reage com 3 iodos=Triodotironina
Tirosina reage com 4 iodos=Tetraiodotironina ou tiroxina
Logo, deficiência de iodo = hipotireoidismo
Quantidade recomendada: 150ug por dia ou 1mg/semana 
Formação dos hormônios tireoidianos
4 Etapas:
Captação de iodo
Iodização
Organificação
Secreção
GUYTON, 2011
Disponível em: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fbioc126%2Fpdf-hormnios-mecanismo-regulao&psig=AOvVaw1QKlZzK8Q29V0X7cpgNp2B&ust=1620511081029000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCLjGra7IuPACFQAAAAAdAAAAABAS. Acesso maio 2921
Concentração Hormonal
93% de T4 e 7% de T3 – proporção das secreções tireoidianas para o sangue
Nos tecidos, T4 converte – se em T3
No sangue, 99% do T4 está ligado a proteínas transportadoras: TBG (Globulina ligadora da Tiroxina), Transtisteretina e Albumina
Os hormônios tireoidianos tem ação genômica, isto é, ligam – se no núcleo das células para ativar transcrição e tradução.
Regulação da função tireoidiana
Passo a passo:
Hipotálamo secreta TRH (Hormônio liberador de tireotropina) que irá estimular a hipófise
Hipófise secreta TSH (Hormônio tireoestimulante) que irá estimular a glândula tireoide
Glândula tireoide secreta os hormônios tireoidianos: T3 (triiodotironina) e T4 (Tetraiodotironina ou Tiroxina).
Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.endocrinopediatria.com.br%2FFeed-back.htm&psig=AOvVaw1g6NtoI9qgt6_thV9A1REl&ust=1620511342492000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCLDbnKrJuPACFQAAAAAdAAAAABA8>. Acesso maior 2021
TRH (Hormônio liberador de tireotropina 
Secretado pelo hipotálamo nos núcleos paraventriculares onde estão os neurônios parvocelulares.
Piroglutamil histidil prolinamida: São os três aminoácidos que formam o TRH.
Age na hipófise pelo sistema de segundo mensageiro da fosfolipase.
Isso estimula a síntese, secreção e glicosilação de TSH pela adenohipófise.
OBS: Glicosilar significa ligar carboidrato na molécula. É isso que torna essa molécula ativa.
OBS 2: Somatostatina e dopamina inibe TRH. Estão nos núcleos supraquiasmáticos e retroquiasmáticos
Obs 3: Frio aumenta liberação de TRH
TSH (Hormônio tireoestimulante)
Liga – se a receptores de TSH na glândula e atua por meio do AMPC.
É secretado em pulsos. Obedece um ritmo circadiano.
Funções do TSH
 Aumento da proteólise da TG – mais importante
 Estimula bomba Na/I
 Aumenta organificação da tirosina
 Hipertrofia as células tireóideas
 Multiplica as células tireóideas 
Obs: Podemos dosar seus níveis no sangue.
 
Reguladores do TSH
Somatostatina, dopamina, serotonina e epinefrina – Diminuem os pulsos de TSH
Esteroides sexuais – Estimulam TSH. Principalmente E2 (17beta estradiol).
Glicocorticoides inibem TSH
Leptina aumenta TSH
Mecanismo de ação dos Hormônios tireoidianos
Como vimos, os hormônios tireoidianos ligam – se a proteínas plasmáticas no sangue (principal delas é a TBG);
Essas proteínas seguram os hormônios e impedem sua rápida difusão para os tecidos;
Assim, essas proteínas “soltam” os hormônios aos poucos para os tecidos conforme a necessidade metabólica;
Ao entrar nas células, o T4 é convertido em T3 pela enzima deiodinase;
Obs: Deiodinase: enzima que retira iodo da molécula.
 O T3 liga – se ao núcleo das células e induz transcrição, tradução e síntese proteica de moléculas importantes para o metabolismo
Obs 2: Repare mais uma vez que os hormônios tireoidianos tem ação sistêmico, ou seja, agem em todos os tecidos do corpo para controlar suas atividades
Obs 3: Repare que os hormônios tireoidianos agem no NÚCLEO da célula. Por isso, fala – se em ação genômica (age no gene).
Mecanismo de ação dos Hormônios tireoidianos
GUYTON, 2011
Funções dos hormônios Tireóideos
Aumentam atividade metabólica celular
Estimulam o crescimento e maturação cerebral no feto. Falta: cretinismo
Promovem lipólise e reduzem colesterol plasmática
Promovem glicólise 
Aumentam taxa metabólica basal
No coração: Controle do débito cardíaco e frequência cardíaca
Aumentam taxa respiratória – hiperventilação
Aumentam motilidade gastrointestinal
Aumentam atividade SNC
Aumentam reabsorção óssea
Correlação Clínica – Doenças da Glândula Tireoide
Hipotireoidismo
Tireotoxicose (condição na qual há excesso de hormônios tireoidianos na corrente sanguínea 
Nódulos de tireoide
Câncer de tireoide
Tireoidites
OBS: Hipertireoidismo é diferente de tireotoxicose
Hipertireoidismo: Superprodução de hormônios pela glândula, ou seja, a glândula está hiperativa
Tireotoxicose: Liberação exagerada de hormônios tireoidianos para a corrente sanguínea. Em geral, secundária à inflamação da glândula. Como a glândula inflama há aumento da permeabilidade entre os coloides e os capilares e os hormônios “vazam” para o sangue.
Assim, todo hipertireoidismo gera tireotoxicose, mas nem toda tireotoxicose é resultado de um hipertireoidismo
Hipotireoidismo
Cansaço
Depressão
Queda de cabelo
Pele seca e áspera
Perda dos supercílios
Ganho discreto de peso (às custas de retenção hídrica)
Fácies de Hipotireoidismo
Bradicardia
Hipertensão arterial convergente
Edema mixedematoso
Constipação
Atividade Mental lenta
Dislipidemia
Infertilidade
Diminuição de libido
Disfunção erétil
Emergência Médica: Coma mixedematoso
Fácies de Hipotireoidismo
Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fennyviana%2Fhiper-e-hipotireoidismo&psig=AOvVaw2rdL0VQL-KFajbb0YkHkyp&ust=1620511883517000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCKD836vLuPACFQAAAAAdAAAAABAD>. Acesso maio 2021.
Hipertireoidismo
Agitação motora
Tremor de extremidades
Ansiedade
Diarreia
Perda de peso
Taquicardia, Insuficiência cardíaca, fibrilação atrial
Cansaço
Sudorese excessiva
Insônia
Oftalmopatia (no caso da Doença de Graves)
Infertilidade e distúrbios menstruais
Emergência Médica: Crise Tireotóxica ou Tempestade Tireóidea
OBS: Hipertireoidismo é diferente de tireotoxicose
Hipertireoidismo: Superprodução de hormônios pela glândula, ou seja, a glândula está hiperativa
Tireotoxicose: Liberação exagerada de hormônios tireoidianos para a corrente sanguínea. Em geral, secundária à inflamação da glândula. Como a glândula inflama há aumento da permeabilidade entre os coloides e os capilares e os hormônios “vazam” para o sangue.
Fácies de Hipertireoidismo
Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fslideplayer.com.br%2Fslide%2F7365215%2F&psig=AOvVaw2DJv5xfaI8vNCjdC0AyFEq&ust=1620512078500000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCIib5YjMuPACFQAAAAAdAAAAABAD>.Acesso em maio 2021.
Correlação Clínica – Interpretação laboratorial
TSH alto com T4 livre baixo = Hipotireoidismo Primário
TSH baixo com T4 livre alto= Hipertireoidismo Primário
TSH alto com T4 livre normal = Hipotireoidismo subclínico Primário
Correlação Clínica – Interpretação laboratorial
TSH baixo com T4 livre baixo = Hipotireoidismo Secundário
TSH alto com T4 livre alto= Hipertireoidismo Secundário (Muito raro)
TSH baixo com T4 livre normal = Hipotireoidismo subclínico Primário 
Referências
GARDNER, D.; SHOBACK, D. Endocrinologia Básica e Clínica de Greenspan. 9° ed. San Francisco: editora AMGH, 2013.
GUYTON, A. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Missipi: Elsevier, 2011.

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