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Introdução/Sintomatologia Defeito na síntese de DNA Assincronia da maturação do núcleo em relação ao citoplasma: Isso significa que a célula precussora hematopoética, mesmo não tendo as substâncias necessárias para formação do DNA, devido a carência de vitamina B12 e ácido fólico, ela continua seu processo de maturação até chegar na hemácia. Consequência: o citoplasma fica grande demais em relação ao núcleo. VCM aumentado Percussores eritropoiéticos grandes – megaloblásticos Eritropoiese ineficaz Causas principais: Deficiência de vitamina B12 Deficiência de folatos o Essas substâncias são necessárias para a formação das bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). É possível observar a importância da vitamina B12 na síntese de DNA. A vitamina B12 participa da conversão da homocisteína em metionina. Na ausência de vitamina B12, ocorre o acúmulo de homocisteína da célula, algo que é tóxico para o organismo, principalmente para o sistema nervoso, especificamente para a bainha de mielina dos neurônios. Na anemia megaloblástica, também há sintomas neurológicos, como dores nas pernas. O maior indicativo de anemia megaloblástica na microscopia são hemácias macrocíticas e hipersegmentação neutrofílica. Alimentos ricos em ácido fólico: Fígado Legumes Vegetais folhosos Amendoim Milho Alimentos ricos em vitamina B12: Carnes, principalmente. Leite e derivados Absorção de vitamina B12 Uma das maiores causas de anemia megaloblástica não é exatamente a falha dietética, e sim uma deficiência na absorção de vitamina B12. Qualquer falha no mecanismo de absorção de vitamina B12 no intestino acarretará em deficiência desse nutriente. Uma das falhas mais comuns é a não produção de fator intrínseco. Outra, é a produção insuficiente de ácido clorídrico no estômago. Causas da má absorção de vitamina B12: Prejuízo na liberação do alimento: o Acloridria: produção inadequada de ácido clorídrico pelo estomago. o Gastrectomia parcial Produção inadequada de fator intrínseco: o Anemia perniciosa (doença autoimune): presença de um anticorpo anti-fator intrínseco. Nesse caso, o individuo tem uma falha na absorção de vitamina B12 porque há um anticorpo que se liga ao fator intrínseco no lugar da vitamina B12, impedindo que esta se ligue. Como a vitamina não consegue se ligar, ela acaba sendo perdida nas fezes. o Gastrectomia parcial o Ausência congênita do fator intrinseco Desordens do íleo terminal: o Ressecção intestinal o Ileíte regional (Doença de Crohn) o Neoplasias e distúrbios granulomatosos - Tuberculose - Sarcoidose - Amiloidose Competição pela cobalamina: o Síndrome da alça cega (hiperproliferação bacteriana). o Diphyllobothrium latum (tênia do peixe) Drogas: o Colchicina o Neomicina Deficiência de folato: Ingesta inadequada: o Alcoólatras: pacientes que deixam de se alimentar por causa do álcool e também por causas das lesões que essa substância causa no TGI o Adolescentes: maus hábitos alimentares Aumento das necessidades: o Gravidez o Hemólise o Doenças esfoliativas da pele o Neoplasias malignas o Hemodiálise Má absorção: o Doença celíaca o Espru tropical o Drogas: fenitoína/ACOs Inibidores da Di-hidrofolato redutase: o Metrotrexato o Pirimetamina o Pentamidina o Trimetoprim Caso o hemograma do paciente tenha como resultado um anemia macrocítica, é necessário verificar o diagnóstico de anemia megaloblástica. É necessário dosar a vitamina B12 e os folatos e dependendo dos resultados, investigar a causa da deficiência de tais componentes. O uso de alimentos industrializados altera a microbiota intestinal, dificultando a absorção de nutrientes. Consequências da deficiência de vitamina B12 Hiperhomocisteinemia: A vitamina B12 participa da conversão da homocisteína em metionina. Como não há vitamina B12 suficiente para essa conversão, ocorre o acúmulo de homocisteína, acarrentando: o Lesão do endotélio dos vasos sanguíneos, que leva a uma trombose/aterosclerose. Elevação do metilmalonato + não formação adequada de metionina: Má formação da bainha de mielina, presente nos axônios dos neurônios >> manifestações neurológicas. Diagnóstico VCM > 100 RDW aumentado Leucopenia e trompocitopenia (podem estar associadas) Reticulocitopenia Hipersegmentação neutrofílica Deficiência de folatos com níveis abaixo de 2ng/mL Deficiência de Vitamina B12 com níveis abaixo de 200pg/mL Homocisteína elevada (deficiência de B12 e folatos). Ácido metilmalônico (apenas deficiência de B12). Anti-fator intrínseco e anti-célula parietal > presentes na anemia perniciosa. Tratamento Reposição de folatos (via oral) e de vitamina B12 (intramuscular) Tratamento oral: 5mg diários de ácido fólico (Folin) abre um apetite voraz, e há melhora clínica e hematológica imediatas. Nunca se trata um paciente com carência presuntiva de ácido fólico sem antes dosar a vitamina B12 (ou administrá-la simultaneamente), para excluir a carência dupla. O tratamento com ácido fólico em pacientes com deficiência de vitamina B12 pode desencadear ou piorar o dano neurológico ocasionado pela falta desta. No caso de intoxicação por drogas antifólicas, que inibem as enzimas de conversão à forma ativa, o tratamento deve ser feito com ácido folínico (Leucovorin), oral ou injetável, 15mg/dia. Resposta ao tratamento: Normalização de LDH e de bilirrubina em dois dias Atenção com hipocalemia Pico reticulocitário em 5 ou 8 dias Normalização de homocisteína e de metilmalonato em 5 a 10 dias Desaparecimento da hipersegmentação neutrofílica em 10 ou 14 dias Regressão da anemia em um/dois meses Anormalidades neurológicas podem começar a melhorar após três meses, com máximo de resposta de seis/doze meses.
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