Buscar

Texto 15

Prévia do material em texto

Texto 15 
1) Quivy, Raymond e LucVan Campenhoud (2003), “Objetivos e Procedimento”,Manual 
deinvestigaçao em Ciências sociais, Lisboa, Gradiva, pp 15-28 
2) As ciências sociais não são aprofundadas ao acaso, para que o investigador encontre as respostas 
que procura, é essencial que seja capaz de conceber e de pôr em prática um método de trabalho, 
este necessita de ser reinventado a cada trabalho. Quando um investigador sente dificuldades, no 
seu trabalho, maiotariamente é devido a metodológica. Esta obra foi concebida para ajudar todos 
os que se desejam formar em investigação social, como o objetivo de compreender e interpretar os 
fenómenos da vida coletiva com que se confrontam. 
No plano didático esta obra é utilizável, é recomendado ao investigador uma primeira leitura 
integral antes de iniciar os trabalhos de aplicação, de modo que a coerência global do procedimento 
seja bem aprendida e as sugestões sejam aplicadas de forma flexível, critica e inventiva. 
A segunda precaução insere-se no sentido que esta obra convida ao recuso critico, de modo que o 
leitor seja regularmente levado a refletir sobre o sentido do seu trabalho à medida que vai 
progredindo. Parte-se do princípio que o leitor segue ou seguiu uma formação teórica. Uma 
investigação social não é mais que uma sucessão de métodos e técnicas estereotipadas que bastaria 
aplicar tal e qual se apresentam numa ordem imutável. A escolha, a elaboração e a organização dos 
processos de trabalho variam com cada investigação especifica tratando -se assim de uma terceira 
precaução a obra esta elaborada com base em numerosos exemplos reais. Como última precaução 
esta obra apresenta-se como um manual de formação, construído em função de uma ideia de 
progressão e aprendizagem. É muito difícil mesmo para um investigador profissional produzir 
conhecimento realmente novo que o faça progredir na sua disciplina. Com o trabalho de 
investigação aprendemos a compreender melhor os significados de um acontecimento, a refletir 
sobre as implicações de uma decisão política entre outras. Nas ciências socias deve-se proteger de 
dois tipos de situações: um cientista ingénuo que consiste em crer na possibilidade de estabelecer 
verdades absolutas e de adotar um rigor análogo, ou inversamente um ceptismo que negaria a 
própria possibilidade de conhecimento científico. 
No início de uma investigação o cenário é quase sempre idêntico. Desejamos que o trabalho seja útil 
e resulte em proposições concretas. Existem três atitudes, defeitos, que o investigador não deve de 
forma alguma fazer: a gula livresca ou estatística e a fuga para a frente; A passagem as hipóteses; A 
ênfase que obscurece; 
Os problemas do conhecimento científico põem-se da mesma maneira para os fenómenos sociais e 
para os naturais, em ambos há hipóteses teóricas que devem ser confirmadas por dados de 
observações ou experimentação. Um processo é uma forma de progredir em direção a um objetivo. 
Expor o procedimento científico consiste em descrever os princípios fundamentais e por em prática 
em qualquer trabalho de investigação. Os métodos são a formalização particulares do 
procedimento. O objetivo do manual é o de apresentar estes princípios do procedimento científico 
em ciências sociais sob a forma de setes etapas a percorrer. Esta sete etapas estão englobadas nos 
três atos do processo. 
4 ) A gula livresca ou estatística que consiste em “encher a cabeça” com um grande quantidade de 
informação procurando assim o objetivo e o tema do trabalho, esta atitude conduz ao desalento 
devido a abundancia de informação. Será necessário voltar a traz e refletir, a fuga para a frente não 
só é inútil como também prejudicial, devemos sempre procurar tomar o caminho mais curto e 
simples, nunca iniciando um trabalho sem antes refletir sobre o que se procura. 
 A passagem a hipótese consiste precisamente em precipitar-se sobre a recolha dos dados antes de 
ter formulado hipóteses de investigação. Só é possível escolher uma técnica de pesquisa, quando se 
tem uma ideia da natureza dos dados a recolher o que implica que se comece por definir bem o 
projeto. 
 A ênfase que obscurece é o terceiro e último defeito, é frequente nos investigadores principiantes, 
os seus projetos são dominados pela ambição desmedida e pela confusão. Uma característica de 
uma boa investigação é a autenticidade. 
A rutura consiste precisamente em romper com os conceitos as falsas evidencias, que somente nos 
dão a ilusão de compreendermos as coisas. A rutura é o primeiro ato constitutivo do procedimento 
científico, (ato I- A rutura). Esta rutura só pode ser efetuada a partir de um sistema conceptual 
organizado suscetível de exprimir a logica que o investigador supõe estar na base do fenómeno. É 
graças a esta teoria que ele pode erguer as proposições explicativas do fenómeno a estudar e prever 
qual o plano de pesquisa a definir, as operações a aplicar e as consequências que devem esperar-se 
no termo da observação (ato II- A construção). Sem esta construção teoria não haveria 
experimentação valida. As proposições devem ser o produto de um trabalho racional. Uma 
proposição só tem direto ao estatuto científico na medida em que pode ser verificada pelos factos, 
(ato III- A verificação). 
 Os três atos do procedimento científico não são independentes uns dos outros, constituem-se 
mutuamente. No desenvolvimento concreto de uma investigação, os 3 atos são realizados ao longo 
de uma sucessão de operações, que são reagrupadas em 7 etapas, estas etapas estão na realidade 
em permanente interação.

Continue navegando