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Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 Patologias da tireoide: Conceitos: - Hipertireoidismo: excesso de função tireoidianas (hiperfunção). - Hipotireoidismo: diminuição da função tireoidiana (hipofunção). Hipertireoidismo: - Aumento sérico de hormônios circulantes livres T3 e T4, produzidos pela glândula tireoide. - Causas: ‣ Hiperplasia difusa associada à doença de Graves (85% dos casos). - Autoimune. ‣ Bócio multinodular hiperfuncionante. ‣ Adenoma hiperfuncionante (tóxico). - Tumor benignos. - Tóxico relacionado ao nível hormonal de T3 e T4, significa que é funcional em relação ao hormônio. - Características: T3 e T4 atuantes no aumento do metabolismo celular. Hipertireoidismo se apresenta no organismo com sintomas de aumento do metabolismo celular. ✓ Perda de peso. ✓ Ansiedade e irritabilidade. ✓ Mãos trêmulas. ✓ Enoftalmia. ✓ Pele avermelhada e macia. ✓ Intolerância ao calor. ✓ Sudorese intensa. ✓ Osteoporose. ✓ Trânsito do TGI acelerado. ✓ Quada de cabelo e/ou fraqueza no couro cabeludo. ✓ Fraqueza dos músculos (braços e coxas). ✓ Alterações cardíacas. - Doença de Graves: • Descrita em 1835: “palpitações contínua violentas e longas em mulheres”, associadas ao aumento da glândula tireoide. • Causa mais comum de hipertireoidismo endógeno. • Mediada imunologicamente (autoimune). • Tríade de achados clínicos: - Hipertireoidismo: decorrente de hiperfuncao da tireoide. - Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmo resultante. Catarina Alipio XXIIB Página 1 Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 • Leva a um processo inflamatório. - Dermopatia infiltrativa: mixedema pré-tibial. • Minoria dos pacientes. • Faixa etária: 20 a 40 anos. • Mulheres 10x mais acometidas. ❖ Patogênese: por ser uma doença mediada imunologicamente, há a perda de tolerância do organismo sobre receptores de tireotropina (TSH), que passa a ser visto como antígeno pelo nosso corpo. - Organismo passa a produzir Ac anti-receptor de tireotropina (TSH). - O receptor de TSH é o principal antígeno (localizado na tireóide). - Os Ac anti-receptor de TSH produzidos na resposta imunológica ligam-se ao receptor de TSH, o que leva ao estímulo da glândula tireoide. • Ac atua como agonista, estimulando a glândula: ✓ Aumento de secreção de T3 e T4. ✓ Aumento de mitose (aumento do epitélio). ✓ Aumento de vida celular. ❖ Microscopia: - Infiltração linfocitária perifolicular. - Hiperplasia folicular, infiltração linfocitária (multifocal) e raras centros terminativos linfóides (T). • Folículos com pouco colóide. Hipotireoidismo: - Qualquer desarranjo estrutural ou funcional que interfira na produção de níveis adequados do hormônio tiroideano. - Fontes primárias: hipotireoidismo endógeno. • Falta de consumo adequado de iodo (ingestão escassa). - Iodo necessário para metabolismo tireoidiano, comprometendo a glândula. • Tireoidite de Hashimoto (autoimune). • Falha nos receptores. • Ablação cirúrgica ou drogas anti-tireoidianas. - Fontes secundárias: • Patologia na hipófise ou no hipotálamo. - Regiões responsáveis em estimular a glândula. ❖ Características: sinais e sintomas relacionados à diminuição do metabolismo celular. ✓ Ganho de peso. ✓ Cansaço excessivo. ✓ Queda de cabelo. Catarina Alipio XXIIB Página 2 Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 ✓ Dores musculares. ✓ Memória diminuída. - Tireoidite de Hashimoto: • Causa mais comum de hipotireoidismo onde não há baixa deficiência na ingestão de iodo. • Doença mediada imunologicamente. ‣ 45 a 65 anos. ‣ Mulheres. ‣ Importante componente genético. • Interrupção na autotolerância do próprio tecido tireoideano e indução da autoimunidade tireoidiana. ❖ Microscopia: - Aumento não tamanho de alguns folículos, como forma de compensar. - Tireoidite subaguda granulomatosa: ou tireoidite de Quervains. • Inflamação dolorosa da região. ‣ Mulheres (3-5:1) entre 30 e 50 anos. • Pode ser secundária a um processo viral ou pós-viral. - Caxumba, sarampo… - Tende a regredir. - Ocorre com maior frequência no verão. • Focos de micro abcessos, seguido por granulosas e fibrose. Bócio difuso e multinodular: ❖ São situações semelhantes, em partes. ❖ Falta de ar, dificuldade de deglutição… ❖ Aumento da tireoide, com consequente aumento do volume cervical faríngeo. ❖ Manifestação mais comum das alterações tireoidianas. ❖ Síntese prejudicada dor hormônio tiroideano. • Se desenvolve, principalmente em situações de hipotireoidismo. ❖ Deficiência alimentar de iodo. ❖ Aumento compensatório nos níveis séricos de TSH (por Feedback: baixo T3 e T4, estimula a hipófise a liberar TSH). • Leva à consequente hipertrofia e hiperplasia da glândula como tentativa de compensar e manter a hemostasia: eutireoideo (níveis séricos normais de T3 e T4). - Bócio difuso (simples): • Aumento homogêneo, sem formação nodular. • Glândula aumenta como um todo. Catarina Alipio XXIIB Página 3 Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 • Folículos com muito material colóide (bócio colóide). • Bócio endêmico em regiões onde mais de 10% da população é a afetada por falta de iodo. ➡ Aumento de TSH e hiperestimulação da glândula sem produção de hormônio. • Microscopicamente: folículos aumentados repletos de colóide. - Bócio multinodular: • Sequenciais de eventos de hiperplasia (bócio difuso) e involução podem evoluir para fibrose (evolução do bócio difuso). • O bócio multinodular são áreas de hiperplasia com formações císticas e fibrose. • Bócio heterogêneo, com formações nodulares irregulares. - Forma traves fibrosas entre os folículos: forma os nódulos. • Trás maior desconforto e compressão venosa. ❖ Microscopicamente: folículo grandes, muito colóide, presença de traves de fibrose. Neoplasias da tireoide: - 1 a 10% da população adulta nos EUA. - Varia de de benignas e malignas. Variantes em seu comportamento. - Diagnóstico se baseia por diagnóstico de imagens, a ser uma ferramenta útil em diagnóstico inicial e acompanhamento. I. Adenomas: • Geralmente massas únicas e discretas. ‣ Adenomas tóxicos: funcionais, produzem T3 e T4 independente de TSH. Mutação no receptor do TSH que causa a hiperestimulação (Quentes). ‣ Adenomas não tóxicos ou não funcionais: não levam à produção aumentada de T3 e T4. • Quanto mais funcionais, mais atraem o iodo (diagnóstico). Catarina Alipio XXIIB Página 4 Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 ❖ Morfologia: - Folículos pequenos e geralmente sem colóide. - O tumor é delimitado por uma cápsula fibrosa, e o aspecto do tecido neoplásico é regular em todas as áreas. ❖ Microscopia: - Trave/ cápsula fibrosa que delimita o tumor. - Proliferação do componete epitelial da glândula. - Aumento em número de folículos. - Não há atípicas celulares, mitoses ou necroses. - Não há infiltração neoplásica da cápsula nem de vasos, o que é o único critério seguro para se diferenciar adengam de carcinoma. O tecido tireoidiano em volta do tumor mostra atrofia por compressão. II. Carcinomas: neoplasias malignas de origem epitelial. a. Carcinoma papilífero: - Neoplasia maligna mais comum da tireoide. - Pacientes jovens (25 a 50 anos). - Carcinoma mais comum relacionado à radiação ionizante exposta. - Maioria são nódulos assintomáticos. - Diagnóstico por palpação e observação da glândula. ❖ Manifestações clínicas: ✓ Aumento de linfonodos cervicais. ✓ Rouquidão. ✓ Tosse e disfagia em casos graves. - Prognóstico excelente com sobrevida de 95% após 20 anos. ❖ Microscopicamente: • Proliferação tente a formar papilas dentro dos folículos (eixos conjuntivo-vasculares ramificados). • Células costumam ser cubóides. • Característica principal nuclear: núcleo vazado (sem conteúdo). - Núcleos semelhantes ao olhos da órfã Annie. Catarina Alipio XXIIB Página5 Patologia 21/10 Professor Victor - ATD3 b. Carcinoma folicular: - 2º câncer mais comum (cerca de 10 - 20% dos casos). - Ocorre mais tardiamente que o papilífero (40-50 anos). - Maior incidência em regiões com baixo iodo (bócio predisponente?). - Lesões bem delimitadas (diferenciar adenoma pode ser complicado). ❖ Microscopia: proliferação de folículos com cápsula fibrosa. c. Carcinoma medular: - Mais frequente em pacientes de 40-60 anos. - Origem nas células C (produtoras de calcitonina). • Excesso de calcitonina, somatostaina ou serotonina. • Normocalcemia. - Tumores difusos ou em nódulos. - Células fusiformes ou poligonais com estroma amilóide. d. Anaplástico (pior prognóstico): - Tumor muito raro (5 a 10% dos casos). - Tumor sólido muito invasivo, com prognóstico ruim. • Sobrevida de 3 a 7 meses após diagnóstico. - Inicio silencioso, que quando há o diagnóstico, já possui muitas metástases. - Aumento rápido e doloroso. - Massa se consistência pétrea. - Não há tratamento terapêutico eficaz. Catarina Alipio XXIIB Página 6
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