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Sistema EndócrinoSistema Endócrino VISÃO GERAL DO SISTEMA A secreção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4 ) é controlada por fatores tróficos secretados tanto pelo hipotálamo como pela hipófise anterior. Adiminuição dos níveis de T3 e T4 estimula a liberação do hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e do hormônio estimulante da tireoide (TSH) da hipófise anterior, fazendo com que os níveis de T3 e T4 subam. Os níveis elevados de T3 e T4 , por sua vez, retroalimentam a supressão da secreção de ambas TRH e TSH. O TSH liga-se ao receptor de TSH no epitélio folicular da tireoide, o que provoca a ativação de proteínas G, sendo mediada pela síntese de AMPc e a liberação de hormônios da tireoide (T3 e T4 ). Alan Crisan Zocche t19 Dentro do sistema endócrino, é mais importante a tireoide, por ser mais prevalente e ser um órgão que é visível quando alterado. Mas dentro do sistema endócrino ainda há a hipófise, suprarrenais, pineal, pâncreas endócrino, paratireoide e a parte de testículo e ovário. O hipotálamo produz TRH (Hormônio Liberador de Tirotrofina) que vai induzir a hipófise a produzir TSH (Hormônio Tireoestimulante) que esse estimula a tireoide, através da célula folicular, a produzir T3 e T4, que são hormônios efetores em inúmeros sistemas. Sistema EndócrinoSistema Endócrino Começa no hipotálamo, tem a hipófise (glândula de menos de 1 g que esta dentro da sela turca) e depois a hipófise age na tireoide; A tireoide quando comparada aos componentes do sistema endócrino é a única que é palpável. OBS: a tireoide em sua anatomia normal não é visível, ela não é palpável, em outras palavras, ela só se torna visível ou palpável se estiver anormal; A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. É composta pelos lobos direito e esquerdo, um em cada lado da traqueia, conectados por um istmo, anteriormente a traqueia; Cerca de 50% das glândulas tireoides apresentam um pequeno terceiro lobo, chamado de lobo piramidal, que se estende superiormente a partir do istmo; Microscópicos sacos esféricos chamados de folículos da tireoide constituem grande parte da glândula tireoide; A parede de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares, cuja a maioria se estende até o lúmen do folículo; Há uma membrana basal para envolver cada folículo; Quando as células foliculares estão inativas, seu formato varia de cúbico a pavimentoso, porém, sob a influência do TSH, passam a secretar ativamente e seu formato varia de cúbico a colunas; As células foliculares produze dois hormônios: tiroxina, chamado de tetraiodotironina (T4) e o tri-iodotironina (T3), juntas são chamadas de hormônios da tireoide. Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células chamadas de células parafoliculares ou células C. elas produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. Hormônio calcitonina: promove a absorção de cálcio pelo sistema esquelético e inibe a reabsorção de osso pelos osteoclastos Alan Crisan Zocche t19 Na periferia, T3 e T4 interagem com o receptor do hormônio da tireoide (TR) para formar um complexo receptor de hormônios que se translocam para o núcleo e se ligam aos elementos de resposta da tireoide (TREs) em genes-alvo para iniciar a transcrição. TIREOIDE Sistema EndócrinoSistema Endócrino T3 eT4: atuam preferencialmente, nos sistemas cardiomuscular, nervoso, esquelético, digestivo e na pele. Função → controle da taxa metabólica basal daquele corpo; diferenciação de alguns tecidos; ∟ alcance máximo de função. Além disso, são cofatores em outros processos metabólicos; Ex.: são cofatores do GH, quando esse é o protagonista. Alan Crisan Zocche t19 lobo direito lobo esquerdoistmo Ectopia: tecido normal, em topografia (localização) anormal; Persistência do ducto tireoglosso: pode formar um cisto do ducto tireoglosso; Agenesia: ausência de formação da tireoide; Hipoplasia grave: tireoide muito pequena, ou seja, número de células muito reduzido. OBS Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 É uma evaginação do tecido epitelial da língua; Teste do pezinho: é possível verificar a deficiência de T3 e T4. Teste do pezinho: é possível verificar a deficiência de T3 e T4. O TRH é produzido no hipotálamo que vai estimular a tireotrofina (TSH) a estimular a tireoide a produzir T3(tri-iodo- tironina/hormônio ativo) e T4(tetra-iodo- tironina/tiroxina); E esses dois hormônios são armazenados dentro da tireoide, em forma de coloide e quando ele não está em ação efetora dentro da corrente sanguínea ele é chamado de tireoglobulina; T3 e T4 estão sempre juntos com proteínas pela corrente sanguínea, de maneira inativa, para que quando houver necessidade eles possam rapidamente serem liberados; Os hormônios tireoidianos atuam sobre as células estimulando fatores de crescimento, de multiplicação celular, ativam certas expressões gênicas; Influência: crescimento, maturação, metabolismo e diferenciação dos tecidos nervoso, cardíaco, muscular, gastrointestinal, esquelético FISIOLOGIA OBS Cretinismo: é uma síndrome clínica que acontece na infância associada a agenesia ou hipoplasia da tireoide, ou seja, é que um hipotireoidismo que surgiu na infância. Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 HIPOTIREOIDISMO É quando acontece uma disfunção tireoidiana, ou seja, ela produz menos T3 e T4; HIPERTIREOIDISMO É uma hiperfunção tireoidiana, ou seja, ela produz mais T3 e T4. OBS Não necessariamente um paciente que esteja com mais T3 e T4 na corrente sanguínea tem hipertireoidismo, pois o paciente pode estar apresentando apenas uma tireotoxicose ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS TIREOIDEANAS Agudos: começam e terminam de maneira muito rápida (alguns dias, pouca semana); Processo inflamatório da orofaringe; Subagudos: demoram algumas semanas, as vezes alguns meses para ter uma remissão completa; De Quervain (granulomatosa); Linfocítica (pós-parto); Crônica: que demoram meses, anos e que pode acompanhar o paciente por toda a vida. É muito comum que esse processos inflamatórios estejam associados a disfunção hormonal. DISFUNÇÃO HORMONAL Autoimune: é um tipo de tireoide crônica; Hashimoto; Doença de Graves; Outras: qualquer processo inflamatório, localizado ou sistêmico, pode agredir a tireoide; Sífilis, HIV, tuberculose, etc. HIPOTIREOIDISMO Classicamente o hipotireoidismo vai cursar com a redução da taxa metabólica; Sinais e sintomas: Sonolência; Dispneia aos pequenos esforços; Distúrbios do colesterol, aumento da quantidade de colesterol e triglicerídeos na corrente sanguínea; Tendência da redução da frequência cardíaca; Hipertensão com tendência a ser mais convergente (aumentando a sistólica e a diastólica); Pode apresentar também distúrbios da pele, ficando mais edemaciada, mais fria; Distúrbios do trato gastrointestinal, o tornando mais lento; Tende a ganhar peso. Sistema EndócrinoSistema Endócrino HIPERTIREOIDISMO Doença de Graves; Paciente vai apresentar um aumento da taxa metabólica; Sinais e sintomas: Olhos arregalados e atentos; Irritabilidade nervosa; Insônia; Pode ter tremor de extremidades; Aumento da frequência cardíaca; Aumento da força de contração; Pode apresentar maior apetite e não há ganho de peso; Pode apresentar perda de peso, sem um esclarecimento clínico; Pele seca; Tende a ter alopesia; Tende a ter aumento da pressão arterial divergente (aumenta mais a pressão sistólica que a diastólica); Frequência respiratória basal aumentada; Aumento do número de evacuações semanais; Alan Crisan Zocche t19 TIREOIDITE DE HASHIMOTO Caso de hipotireoidismo; Torna-se muito comum em locais onde há baixo nível de iodo; Auto anticorpos começam a agredir aqueles folículos tireoidianos e células foliculares, destruindo essas células; Essas células uma vez agredidas não exercem mais sua função de síntese nem de liberação de hormônios tireoidianos; Causa uma redução dos níveis de T3 e T4, estimulando o aumento de TSH e TRH que tentam estimular atireoide, ineficazmente. A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que resulta na destruição da glândula tireoide e na falência progressiva e gradual da tireoide; PATOGENIA: Sistema EndócrinoSistema Endócrino Aumento indolor da tireoide, geralmente associado a hipotireoidismo; Aumento da glândula é assimétrica e difusa, no geral; Ocasionalmente, os pacientes se queixam de “sensação de bolo na garganta”, disfagia ou sufocação; Pacientes com tireoidite de Hashimoto têm risco aumentado de desenvolver linfomas. CURSO CLÍNICO: Alan Crisan Zocche t19 Superfície de corte da tireoide mostrando aspecto lobulado e cor brancacenta. A lesão tem distribuição difusa na glândula, comprometendo inclusive o lobo piramidal. Intenso infiltrado linfocitário e folículos linfoides com centros germinativos bem desenvolvidos. Hipotrofia dos folículos tireoidianos e proliferação fibrosa. TIREOIDITE DE GRAVES Hipertireoidismo associado ao aumento difuso da glândula; Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmia resultante; Dermopatia infiltrativa localizada, algumas vezes chamada de mixedema pré-tibial, que está presente em uma minoria de pacientes. Também são auto anticorpos que começam a agredir as células foliculares; São auto anticorpos que se conectam ao receptor de TSH, impedindo que esses TSH atuem na tireoide e ele imita a função do É a causa mais comum de hipertireoidismo; TRÍADE CLÁSSICA: PATOGENIA: Sistema EndócrinoSistema Endócrino Então essa junção entre o auto anticorpo patogênico e o receptor de TSH na membrana da célula folicular > tem por objetivo imitar a função do TSH; Dessa forma, essa célula fica o tempo todo recebendo estímulo para produção de T3 e T4; Com isso, por feedback negativo ele acaba estimulando que a hipófise e o hipotálamo reduzam a produção de TSH e TRH Tríade clássica (hiperplasia difusa da tireoide, oftalmopatia e der5mopatia); O aumento difuso da tireoide está presente em todos os casos; O aumento da tireoide pode ser acompanhado pelo fluxo sanguíneo aumentado pela glândula hiperativa; A superatividade simpática produz um olhar fixo e arregalado, além da lentidão da pálpebra superior; Oxoftalmia é a projeção do globo ocular, podendo causar lesão de córnea; Dermopatia infiltrativa ou mixedema pré- tíbial, apresentasse como espessamento escamoso e um endurecimento, na pele que recobre as tíbias. CURSO CLÍNICO Alan Crisan Zocche t19 Há um aumento simétrico e difuso da glândula, com parênquima carnoso e vermelho-escuro. Os folículos são revestidos por um epitélio alto e colunar. As células epiteliais, aumentadas e amontoadas, projetam-se sobre a luz dos folículos. Essas células reabsorvem ativamente o coloide nos centros dos folículos, o que resulta na aparência recortada das bordas do coloide. NÃO CONFUNDIR à mixedema do hipotireoidismo é generalizado e o mixedema na doença de graves ele é localizado (pré-tibial). Sistema EndócrinoSistema Endócrino Bócio difuso não tóxico (simples); Bócio difuso tóxico; Bócio nodular; Bócio multinodular. Acontece porque há um infiltrado inflamatório que começa agredir a tireoide e consequentemente há um aumento do volume tireoidiano, logo a tireoide fica visível; Definição do bócio clássico: aumento do número de células foliculares (hiperplasia), e aumento do tamanho de células foliculares (hipertrofia). Alan Crisan Zocche t19 DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO TIREOIDIANO BÓCIO DIFUSO NÃO TÓXICO Esse bócio causa aumento da glândula inteira sem produzir nodularidade. Não tem nenhuma lesão localizada não tem um nódulo, a tireóide está toda hiperplasiada e toda hipertrofiada. BÓCIO MULTILOBULAR Os bócios multinodulares produzem os aumentos mais extremos da tireoide e são confundidos mais frequentemente com neoplasias do que qualquer outra forma de doença tireoidiana. Acreditasse que esse bócio apareça por causa das variações entre as células foliculares em suas respostas aos estímulos externos, como hormônios tróficos. Tireoide irregular e disfuncional é uma tireoide que provavelmente não produzira suficientemente T3 e T4, causando assim, vário clones estimulados a passar por hiperplasia e hipertrofia. Essa tireoide que é palpável e tem nódulos, normalmente é diagnóstico diferencial para um câncer. Morfologia macroscópica demonstrando uma glândula grosseiramente nodular, contendo áreas de fibrose e degeneração cística. Fotomicrografia de um nódulo hiperplásico, com o parênquima residual da tireoide comprimido na periferia. Observe a ausência de cápsula proeminente, característica distintiva das neoplasias foliculares Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 BÓCIO UNINODULAR Apenas um clone, apenas um foco só. Mais preocupante, pois um bócio faz diagnóstico diferencial com câncer, ou neoplasia benigna. Para dizer que é um bócio, é necessário exames de imagens, e anatomopatológicos. LESÕES NEOPLÁSICAS DA TIREÓIDE Definição de Neoplasia: é uma proliferação celular autônoma e anormal com perda ou redução de diferenciação. ADENOMA Os adenomas da tireoide são tipicamente massas solidarias, discretas e derivadas do epitélio folicular, razão pela qual são conhecidos como adenomas foliculares. Adenoma são neoplasias epiteliais benignas. PATOGENESE: As mutações somáticas da via de sinalização do receptor de TSH são encontradas nos adenomas tóxicos, assim como no bócio multinodular tóxico. Um nódulo bem circunscrito e solitário é visto. Fotomicrografia mostra folículos bem diferenciados que se assemelham ao parênquima tireoidiano normal. O marco de todos os adenomas foliculares é a presença de uma cápsula bem formada, completa e íntegra circundando o tumor. Sistema EndócrinoSistema Endócrino O carcinoma papilífero é a neoplasia maligna mais comum da tireoide, correspondendo a mais d 60% dos carcinomas tireoidianos; É de sua característica fazer papinhas; Apresenta importância familiar, pois quem já teve histórico desse carcinoma na família tem uma chance muito maior do que tem não teve; Comum em mulheres jovens; Alan Crisan Zocche t19 CARCINOMA Carcinoma papilífero (>85% dos casos); Carcinoma folicular (5% a 15% dos casos); Carcinoma medular (5% dos casos); Carcinoma anaplásico ( <5% dos casos). Os principais subtipos de carcinoma tireoidiano e suas frequências relativas são: A maioria dos carcinomas tireoidianos (menos o medular) deriva do epitélio folicular tireoidiano, e a maioria é formada por lesões bem definidas. CARCINOMA PAPILÍFERO CARCINOMA FOLÍCULAR Nodular, circunscrita e menos maligna; Difusa ou invasiva, que leva a aumento volumétrico irregular da tireoide. Tumor predomina no gênero feminino, na proporção de 3 a 4:1. Apresenta-se macroscopicamente em duas formas: 1. 2. Carcinoma papilífero da tireoide. O aspecto macroscópico do carcinoma papilífero, com estruturas papilares grosseiramente discerníveis Carcinoma folicular. Superfície de corte de um carcinoma folicular com substituição substancial do lobo da tireoide. O tumor tem coloração castanho-claro e contém pequenos focos de hemorragia Sistema EndócrinoSistema Endócrino Os carcinomas medulares da tireoide consistem em neoplasias neuroendócrinas derivadas de células parafoliculares ou células C, da tireoide. O tumor secreta calcitonina e, às vezes, outras substâncias, como prostaglandinas, ACTH, VIP (Peptídeo intestinal vasoativo) e serotonina, responsáveis por alterações clínicas, como diarreia (em cerca de 30% dos pacientes, induzida por calcitonina e/ou prostaglandinas), síndrome de Cushing (ocasionalmente, pela presença de ACTH) e síndrome carcinoide (pouco frequente, causada pela serotonina). A dosagem de calcitonina é importante no diagnóstico da neoplasia, para orientação quanto à existência de metástases e, principalmente, na avaliação do risco em familiares. Alan Crisan Zocche t19 CARCINOMA MEDULAR Carcinoma medular. Grupos de células de tamanhos variados, redondas, poliédricas ou fusiformes, com núcleos hipercromáticos e citoplasma eosinófilo, entremeadas por substância amiloide. CARCINOMAANAPLÁSICO Os carcinomas anaplásicos consistem em tumores indiferenciados do epitélio folicular tireoidiano. São agressivos, com taxa de mortalidade próxima de 100% O carcinoma anaplásico não depende do TSH, não capta iodo radioativo e geralmente é negativo para tireoglobulina. A neoplasia tem evolução rápida, crescimento invasivo para a tireoide e estruturas vizinhas e capacidade de metastatizar pelas vias linfática e hematogênica. PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA DA TIREÓIDE (PAAF): Nódulos com 1 cm ou mais. A punção é um procedimento feito principalmente para nódulos palpáveis, mas pode ser feita também através do auxílio de ultrassom ou ressonância em nódulos não palpáveis. Sistema EndócrinoSistema Endócrino É um procedimento feito com uma agulha e uma seringa, é feito a vácuo, não precisa de anestesia no caso da tireoide, demora 5min, não da ponto e se tiver uma boa qualidade de laboratório você tem o diagnóstico no mesmo dia. Vantagens: método diagnóstico de alta sensibilidade e alta especificidade. Agulha pequena o suficiente para alcançar o subcutâneo. Procedimento em que há aspiração de material, paciente sentado ou deitado com decúbito dorsal e cabeça levemente elevado. Afasta o esternocleidomastoideo, com os dedos firma aquele nódulo e com a sua mão faz a inserção da agulha, êmbolo puxado, faz a aspiração. Sem anestesia local, pois é um procedimento um pouco doloroso (colher sangue). Patologista coloca na lâmina, faz esfregaço, essa lâmina é enviada ao laboratório para ser corada - citopatologia - ramo que estuda a patologia no nível celular. Vê-se as células soltas no esfregaço. Cora-se com papanicolau e já está pronto para ser analisado ao patologista Conduta medica: primeira coisa a se fazer é uma investigação de lesões nodulares. Alan Crisan Zocche t19 Sistema EndócrinoSistema Endócrino O objetivo primordial da classificação é desenvolver uma terminologia uniforme para relatar os resultados da PAAF da tireoide. Um sistema amplamente utilizado e validado que serviu de inspiração para a proposta da tireoide foi o Sistema Bethesda utilizado na interpretação de citologia cervical, conhecido como Papanicolau. Os achados de uma punção de tireoide são classificados em 6 categorias por esse sistema. Cada categoria possui um risco implícito para câncer de tireoide (indo desde 0 a 3% na categoria benigna à virtualmente 100% na categoria maligna) Alan Crisan Zocche t19 CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA ESTADIAMENTO PATOLÓGICO DAS PRINCIPAIS NEOPLASIAS MALIGNAS DA TIREÓIDE: T. Indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas. O sistema de estadiamento utilizado para o câncer de tireoide é o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC), que utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: o próprio tumor, os linfonodos regionais ao redor do tumor e se o tumor se espalhou para outras partes do corpo. TNM é abreviatura de tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M): https://www.draugustoteixeira.com.br/puncao-de-tireoide/ Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 N. Descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais. M. Indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo, como pulmões ou fígado. SÍNDROMES DAS NEOPLASIAS ENDÓCRINAS MÚLTIPLAS (MEN) Doenças herdadas resultando em lesões proliferativas (hiperplasia, adenomas e carcinomas) de múltiplos órgãos endócrinos. Pacientes mais jovens; Vários órgãos endócrinos sincrônica (ao mesmo tempo – tumor na paratireoide e na hipófise) ou metacronicamente (tempo diferentes – tem tumor paratireoide e daqui 10 anos descobre câncer na hipófise); PARTICULARIDADES: Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 Um órgão: múltiplos focos neoplásicos Hiperplasia precede a neoplasia As células C parafoliculares dão origem ao tumor medular da tireoide → comum ter neoplasias na tireoide → distúrbios do crescimento com distúrbios de diferenciação; Mais agressivos e mais recorrentes (normalmente os pacientes morrem desses tumores). MEN-1 (Síndrome de Werner) 3 P(s): Paratireoide, Pâncreas e Pituitária (hipófise) Paratireoide: hiperparatireoidismo primário (hipercalcemia, nefrolitíase) é a MC mais comum da MEN-1 Pâncreas: tumores endócrinos funcionantes (benignos ou malignos), com hormônios peptídeos (hipoglicemia, úlceras pépticas) Pituitária: prolactinoma – crescimento mamário e produção de leite, tanto em homem quando em mulheres Outros: gastrinoma e tumores carcinóides duodenais, adenomas tireoidianos, adenomas adrenocorticais e lipomas Etiologia: mutação na linhagem germinativa no gene supressor de tumor MEN1. Feocromocitoma (tumor da medula da adrenal) CMT (carcinoma medular da tireoide): praticamente 100% associados a focos de hiperplasia das células C parafoliculares da tireoide Hiperplasia paratireoide Etiologia: mutação na linhagem germinativa no proto-oncogene RET do cromossomo 10q11.2 → indica tireoidectomia profilática MEN-2 MEN-2A (SÍNDROME DE SIPPLE) MEN-2B: CMT (+ agressivos que na MEN-2A) e feocromocitoma – tumor da medula - , neuromas (pele, boca, olhos, trato respiratório e TGI) e hábito marfanóide (paciente apresenta as estruturas do esqueleto axial muito alongadas e uma hiperextensão de articulações – distúrbio de colágeno – esteriótipo da síndrome de Marfan mas não possuem essa síndrome). Variante da MEN-2A (sem as outras lesões). CÂNCER TIREOIDIANO MEDULAR FAMILIAR (CTMF) Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 CONCEITOS CHAVES: A tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo em áreas do mundo onde os níveis de iodo na dieta são suficientes. A tireoidite de Hashimoto é uma tireoidite autoimune caracterizada por progressiva destruição do parênquima da tireoide, presença das células de Hürthle e infiltrados mononucleares (linfoplasmocitário), com centros germinativos e com ou sem fibrose extensa. A tireoidite linfocítica subaguda ocorre frequentemente após uma gestação (tireoidite pós-parto), em geral é indolor e se caracteriza por inflamação linfocitária na tireoide. É também um tipo de tiroidite autoimune. A tireoidite granulomatosa (de Quervain) é uma doença autolimitada, provavelmente secundária a uma infecção viral, caracterizando-se por dor e pela presença de uma inflamação granulomatosa na tireoide. TIREOIDITE A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo endógeno, caracterizando-se pela tríade de tireotoxicose, oftalmopatia e dermopatia. A doença de Graves é um distúrbio autoimune caracterizado pela ativação das células epiteliais por autoanticorpos contra o receptor de TSH que mimetiza a ação do TSH (imunoglobulinas estimuladoras da tireoide). A tireoide na doença de Graves é caracterizada por hipertrofia e hiperplasia difusa de folículos e infiltrados linfoides; deposição de glicosaminoglicanos e infiltrados linfocitários são responsáveis por oftalmopatia e dermopatia. Características laboratoriais incluem elevações em T3 e T4 livre sérico e diminuição de TSH sérico. DOENÇA DE GRAVES Sistema EndócrinoSistema Endócrino Alan Crisan Zocche t19 A maioria das neoplasias da tireoide se manifesta como nódulos tireoidianos solitários; apenas 1% de todos os nódulos da tireoide são neoplásicos. Adenomas foliculares são os tumores benignos mais comuns, enquanto o carcinoma papilífero é o tumor maligno mais frequente. Múltiplas vias genéticas estão envolvidas na carcinogênese da tireoide. Algumas das anomalias genéticas que são bastante únicas nos cânceres de tireoide incluem mutações ou fusões de genes PAX8/PPARG que ativam RAS ou PI-3K (em carcinomas foliculares), rearranjos cromossômicos envolvendo o oncogene RET ou mutações em BRAF (em carcinomas papilíferos), além de mutações de RET (em carcinomas medulares). Adenomas foliculares e carcinomas são compostos de células epiteliais foliculares bem diferenciadas; estas últimas são distinguidas por evidências de invasão capsular e/ou vascular. NEOPLASIAS DA GLÂNDULA TIREOIDE Carcinomas papilíferos sãoreconhecidos com base em características nucleares (núcleos similares a vidro fosco, pseudoinclusões), mesmo na ausência de papilas. Corpos psamomatosos são uma característica dos cânceres papilíferos; essas neoplasias frequentemente geram metástase por meio de vasos linfáticos, mas o prognóstico é excelente. Cogita-se que os carcinomas anaplásicos surgem por desdiferenciação das neoplasias mais diferenciadas. Trata-se de cânceres altamente agressivos e uniformemente letais. Os cânceres medulares são neoplasias que surgem a partir de células C parafoliculares e podem ocorrer tanto em configurações esporádicas (70%) quanto nas familiares (30%). A multicentricidade e a hiperplasia de células C são as características de casos familiares. Os depósitos amiloides são um achado histológico característico.
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