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ABORTAMENTO 
CONCEITO: 
- Término da gestação antes das 20 semanas, contadas a partir do 1º 
dia de menstruação ou fetos que tenham menos de 500 g (OMS) 
 INCIDÊNCIA: 
- 15- 20% das gestações terminam antes da viabilidade do produto 
conceptual. No entanto, sabe-se que a perda fetal pode ocorrer antes 
da implantação do blastocisto; não clivagem de óvulos fertilizados e 
outros em processo mais avançado não conseguem se implantar. Além 
disso, alguns podem implantar-se antes do próximo período menstrual, 
caracterizando como “gravidez oculta” 
ETIOLOGIA 
- Aborto não espontâneo 
- Aborto espontâneo: 
Na maioria dos casos, ocorre nas 12 primeiras semanas da gestação. 
As causas ligadas a esse problema são variáveis, dentre elas, a idade 
materna, destacando-se as anomalias cromossômicas. Dentro do 
abortamento espontâneo pode-se ressaltar: 
(a) Fatores fetais: anormalidades em diferentes estágios de 
organização, como no ovo (anembrionadas – “ovos cegos”), no 
embrião (degeneração) ou no feto. Detecção desses problemas é feita 
pela USG. As alterações cromossômicas estruturais são causas menos 
comuns de abortamento e só adquirem visibilidade nos casos de 
abortamento habitual. 
(b) Fatores maternos 
+ Doença sistêmica 
+ Infecções maternas: virais (rubéola, herpes simples e hepatites), 
bacterianos (Brucella, Chlamydia e Mycoplasma) e protozoários 
(Toxoplasma, Trypanossoma, Mycoplasma) 
+ Estado nutricional materno: não há conclusões definidas, esta causa 
está diretamente ligada à deficiência de ácido fólico. Além disso, o 
consumo de álcool, excesso de cafeína, tabagismo e drogas ilícitas 
podem prejudicar o desenvolvimento embrionário; 
+ Fatores imunológicos: causas autoimunes e aloimunes (a sua 
característica é a diferença genética entre indivíduos da mesma 
espécie, sendo notada em alguns casos, como o abortamento de 
repetição e a incompatibilidade do HLA, fazendo com que haja o 
aumento da atividades das células NK) 
+ Endocrinopatias: aumento da incidência de abortos em mulheres 
com hipotireoidismo, SOP, insuficiência do corpo lúteo (tratamento: 
reposição oral ou vaginal de progesterona) tireoidopatias e controle 
clínico inadequado a DM 
+ Síndrome do anticorpo antifosfolípide: trombofilia adquirida de fator 
imunológico, os fosfolípides fazem parte da composição da membrana 
celular e de mecanismos de transmissão de sinais celulares que 
regulam a divisão e a secreção celulares. Os anticorpos mais 
estudados são: anticardiolipina, anticoagulante lúpico, antiácido 
fosfatídico e entre outros. Diagnóstico: clínico e laboratorial (baixo 
índice de anticardiolipina está ligado ao sucesso gestacional). 
Tratamento: ainda em estudo. Os principais são: # drogas 
anticoagulantes (melhores resultados- heparina e AAS) ou # drogas 
que visem diminuir a produção de anticorpos (corticoesteroides e 
imunoglobulina humana); 
+ Trombofilias: adquiridas ou hereditárias; 
+ Malformações uterinas: causas anatômicas – anomalias na fusão dos 
ductos mullerianos (ex.: útero bicorno); síndrome de asherman e 
sinéquias uterinas # Diagnóstico: hiterossalpingografia e histeroscopia. 
Tratamento: lise de sinéquias por histeroscopia e, após isto, coloca-se 
o DIU para evitar o colabamento da parede anterior e posterior do 
útero; Miomas (ocupa a cavidade uterina, dificultando a implantação 
embrionária) com localização submucosa ou intramural → deciduação 
inadequada, aumentando a contratilidade uterina; 
+ Trauma 
+ Incompetência do istmo cervical: perda recorrente no 2º trimestre 
de gestação em consequência da insuficiência do sistema de oclusão 
uterino. Diagnóstico: anamnese, pois paciente não relata sintomas, já 
que a diltação cervical é indolor, não há sangramento, há protusão das 
membranas amnióticas e posterior rotura destas membranas, seguidas 
de expulsão fetal, às vezes com o feto vivo. Causas: traumáticas 
(curetagem, laceração visceral pós parto/abortamento e conização do 
colo uterino), alterações de colágeno ou em consequência da 
exposição uterina ao dietilestilbestrol (trata Carcinoma mamário 
metastático) 
# O diagnóstico de incompetência istmo cervical é realizado: 
histerossalpingografia (mulheres não gravidas, durante o período da 
fase lútea do ciclo menstrual – avalia-se a falta de resistência da vela 
de Hegar no colo uterino e a insuficiência do sistema oclusivo do canal 
cervical). USG transvaginal (durante a gravidez – não invasivo, avalia 
o comprimento do colo uterino, a forma do canal cervical e a presença 
de protusão das membranas ovulares); 
# Tratamento: circlagem cervical, preferencialmente pela via vaginal. 
Em casos de impossibilidade, pode-se realizar via abdominal ou ainda 
por laparoscopia 
# Técnicas: Shirodkar e McDonald (sutura circular próximo ao orifício 
interno do colo uterino. Sutura em bolsa com fio inabsorvível – 
removidos após 36 semanas de gestação ou a qualquer momento caso 
haja complicações - monofilamentar. Grávidas: USG de 1º trimestre 
antes do procedimento, para verificar se há malformações fetais e 
avaliar a medida da transluscência nucal, assegurando a vitalidade 
fetal. Recomenda-se abstinência sexual e o tratamento de infecções 
cervicovaginais antes do procedimento. Riscos: afrouxamento da 
sutura, TPP, corioamnionite) 
MECANISMO DE ABORTAMENTO 
- Varia de acordo com a idade gestacional. Nos casos de aborto 
espontâneo, observa-se: 
- 1ª semana – elimina a decídua parietal na qual o ovo está nidado, 
impossível reconhecer a olho nu. Embrião e anexos são expulsos 
misturados no sangue, sugerindo à paciente característica de 
menstruação atrasada e com maior volume que o habitual. 
- 2º mês – espera-se a eliminação completa da decídua, embrião e 
anexos, porém isso pode ocorrer de forma parcial, observando resto e 
coágulos, seguidos de sangramento persistente e intenso. 
- 3º mês – entre 8 e 12 semanas, pode ocorrer a eliminação completa 
de todo material embrionário e da decídua. Em alguns casos, pode 
ocorrer sangramento com maior intensidade pode haver retenção dos 
restos anexiais. 
CLASSIFICAÇÃO 
- Ameaça de abortamento: condição transitória, podendo progredir 
para o abortamento ou seguir a evolução da gestação; 
- Abortamento em curso: situação de dores abdominais em cólica se 
acentuando na frequência e na intensidade, podendo gerar hemorragia 
genital com a eliminação de coágulos, além disso, há o aparecimento 
de transformações cervicais que avançam até abrir o canal cervical, 
atingindo o orifício interno, porém o ovo se mantem no lugar de 
implantação da decídua 
- Abortamento iminente ou inevitável: dilatação cervical ampla e 
possibilidade de tocar ou visualizar o polo inferior do saco gestacional 
que se insinua pelo canal ou se exterioriza por meio do orifício externo 
do colo. Há também situações em que o orifício interno do colo 
permanece entreaberto e parte dos tecidos anexiais e embrionários 
fica retida junto à decídua uterina, classificando este quadro clínico 
como abortamento incompleto. 
- Aborto de repetição: 3 ou mais perdas gestacionais antes das 22 
semanas, com feto < 500g e <16.5 cm. É classificado como primário 
(nulíparas) e secundário (mulheres que já tiveram algum parto). Se há 
ou não infecção pode ser dito como infectado ou não infectado. Além 
disso, quando o produto conceptual está morto, chama-se 
abortamento retido (missed abortion) 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: as características dos sinais e 
sintomas variam segundo o momento evolutivo do processo de 
abortamento. A tríade clássica do quadro de abortamento é formada 
por: dor abdominal em cólica, hemorragia genital e eliminação 
de tecidos embrionários. 
Sabe-se que o sangramento vaginal no primeiro trimestre pode vir 
acompanhado de hemorragia fetomaterna e consequente 
isoimunização Rh em gestantes Rh negativas não sensibilizadas. Por 
isso, a importância de mulheres grávidas com hemorragia no 1 
trimestrerealizarem a tipagem sanguínea e o Coombs indireto. A 
tabela abaixo mostra os tipos de aborto e seu tratamento.

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