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Hemorragias da primeira metade da gravidez (aborto, gravidez ectópica, mola hidatiforme)

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Hemorragias da primeira metade da gravidez
Junyara Souza
2
1ª causa de morte materna no mundo → Atonia Uterina
Causas de morte materna no Brasil:
· 1ª: Pré-Eclâmpsia
· 2ª: Hemorragias
· 3ª: Infecções
Classificação:
Primeira Metade da Gravidez: 
· Abortamento
· Gravidez Ectópica
· Mola Hidatiforme
Segunda Metade da Gravidez: Placenta prévia, Descolamento Prematuro de Placenta, Rotura Uterina
ABORTAMENTO:
Interrupção da gestação < 22 semanas ou feto < 500 gramas; acima disso é trabalho de parto prematuro
· Abortamento precoce: ≤ 12ª semana
· Abortamento tardio: 13ª a 20ª semana
Aborto espontâneo (principal complicação do inicio da gestação) – ocorre sem nenhum tipo de intervenção externa, podendo ser causado por doenças da mãe ou anormalidades do feto. 
Aborto provocado – o provocado decorre de uma interrupção externa e intencional que acarreta na interrupção da gestação.
INCIDÊNCIA:
· Frequência diminui com o aumento da I.G.
· 70-80% dos casos ocorre até 12ª semanas
· Risco de aborto depois de 15 semanas: 0,6%
FATORES DE RISCO:
20-30% dos abortos são clínicos (paciente sabia da gravidez)
Estima-se que 20-30% são subclínicos (não sabia da gravidez)
ETIOLOGIA:
ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS:
· Mais frequente
· Trissomias
Os abortamentos esporádicos têm como principal causa as anormalidades cromossômicas que chegam a abranger 50-80% dos abortamentos esporádicos, sendo as aneuploidias aquelas que representam maior frequência seguidas das triploidias e tetraploidias. 
Dentre as aneuploidias, a trissomia autossômica possui 52% de frequência e 19% de síndrome de Turner. 
Desordens anatômicas:
Incompetência istmo-cervical
A incompetência istmo cervical diz respeito à incapacidade do colo uterino em reter o produto da concepção na ausência de sinais e sintomas de contração e/ou parto.
O quadro clínico é bastante característico já que ocorre dilatação cervical sem dor até 4-6 cm, feto morfologicamente normal e vivo. 
As perdas gestacionais costumam acontecer no 2º trimestre ou início do 3º, com perdas gestacionais cada vez mais precoces do que a anterior. [Relacionado a perdas mais tardias (semanas mais avançadas), e ao longo do tempo as perdas se tornam mais cedo na gestação].
Dentre as principais causas que levam a esta incompetência, costuma haver história de: trauma causado por conização, laceração cervical no parto, dilatação exagerada do colo em casos de interrupção provocada da gestação etc.
O tratamento é cirúrgico por meio da cerclagem do colo uterino, sendo a técnica de McDonald a mais simples e de escolha para tratamento. 
“Sutura em bolsa de tabaco”.
O procedimento é indicado para mulheres com histórico de perdas gestacionais com quadro clínico de incompetência istmo cervical, entre 12-16 semanas e que após ultrassonografia nota-se feto vivo e sem malformações.
Não se indica o procedimento antes das 12 semanas devido ao risco de abortamento por outras causas, assim como, também não está indicada a realização de cerclagem após as 16 semanas por conta do crescimento progressivo do útero que tornaria mais provável a dilatação do colo.
A remoção da cerclagem deve ser feita entre 36-37 semanas de gestação.
Miomas:
Miomas são nódulos benignos constituídos de músculo liso que se formam no útero.  Eles também são conhecidos como fibromas. 
Estima-se que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas. 
Eles podem se localizar dentro da cavidade uterina (miomas submucosos), dentro da parede uterina (miomas intramurais) ou na superfície do útero (miomas subserosos).
Pensa primeiro nas outras causas.
Grandes miomas!!!! Principalmente aqueles que atrapalhem o local da implatação do embrião, podem causar o abortamento.
Malformações uterinas:
As malformações uterinas, ou anomalias Müllerianas congênitas, correspondem a espectro de anormalidades causadas por fusão embriológica defeituosa ou falhas na recanalização dos ductos de Müller na formação de cavidade uterina normal.
· Agenesia: presença de cornos rudimentares ou nenhuma estrutura uterina. A associação com agenesia de terço superior de vagina denomina-se Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser.
· Defeitos de fusão lateral: são o tipo mais comum, sendo resultado de falha na formação de um ducto, na fusão destes ductos ou na reabsorção do septo entre eles. Dentre estes defeitos temos útero septado (parcial ou completo), útero arqueado, útero unicorno, útero bicorno,
· Defeitos de fusão vertical: são resultado da falha de fusão distal dos ductos Müllerianos com o seio urogenital ou defeitos na recanalização vaginal, resultando na formação de septos vaginais.
Sinéquias uterinas: 
· Aderências (pós infecção, pós curetagem)
· Síndrome de Asherman: é uma síndrome onde há adesão das paredes da cavidade uterina, mais frequentemente secundária a endometrite ou curetagem uterina também leva a infertilidade de causa uterina. A taxa de infertilidade nesse grupo parece ser de 50% e a taxa de abortamento de 40%.
Distopias uterinas:
DOENÇAS ENDÓCRINAS:
· Insuficiência lútea (a função do corpo lúteo é liberar progesterona e estrogênio, hormônios do ciclo menstrual. Estes hormônios são responsáveis pela manutenção das condições do endométrio para uma possível gravidez. Nessas condições, pode fazer progesterona para paciente)
· Doenças da tireóide
· Diabetes mellitus descompensada
DOENÇAS IMUNOLÓGICAS:
· Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo 
· Uma das principais e mais importantes causas de abortamento habitual, correspondendo entre 3-15%
· Ocorre alteração na regulação da homeostasia da coagulação sanguínea, tendo como principal mecanismo a autoimunidade.
INFECÇÕES:
· IST’s (clamídia, gonorreia, sífilis, HIV, herpes, zika)
· Rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose, vaginose bacteriana, listeriose.
Formas clínicas:
· Ameaça de abortamento
· Abortamento inevitável
· Abortamento completo
· Abortamento incompleto
· Abortamento infectado
· Abortamendo retido
· Abortamento habitual 
Ameaça de abortamento:
· 25% das gestações
· Há chance de reversão 
· Sangramento de pequena intensidade
· Dor; Colo uterino fechado
· Beta-hCG positivo e AUMENTANDO
· USG: embrião e BCF presentes. Pode haver área de descolamento ou não.
Conduta: Expectante; Repouso relativo; Abstinência sexual; Sintomáticos; Apoio psicológico; Hormônios?
ABORTAMENTO INEVITÁVEL:
· Sangramento intenso
· Dor
· Colo uterino aberto
· Beta-hCG positivo e DIMINUINDO
· USG: descolamento ovular com ou sem BCF positivo
· Tratamento: Esvaziamento Uterino (Misoprostol + curetagem)
ABORTAMENTO COMPLETO:
· Sangramento discreto ou ausente
· Mais comum até 8-10 semanas (porque a nidação ainda não foi tão intensa)
· Dor ausente
· Colo uterino fechado
· Beta-hCG decaindo ou negativo 
· USG: útero vazio/ coágulos
· Tratamento: expectante
ABORTAMENTO INCOMPLETO:
Esta forma clínica é a mais frequente, sendo decorrente da expulsão do feto, mas permanência da placenta ou restos placentários.
· Mais comum após 8-10 semanas (fica restos)
· Sangramento variável
· Dor em cólicas surgem na tentativa de expulsão do conteúdo intrauterino
· Colo fechado/aberto
· Beta-hCG negativo ou decaindo
· USG: restos ovulares
· Risco de infecção!!!
· Tratamento: esvaziamento uterino
FEBRASGO 2018: recomenda que a conduta em caso de < 12 semanas seja a realização de Misoprostol ou AMIU, se > 12 semanas orienta a realização da curetagem
ABORTAMENTO INFECTADO:
Tipos: 
I. Limitado ao endométrio
II. Acomete miométrio, paramétrios, anexos e peritôneo pélvico
III. Infecção generalizada: peritonite, choque séptico
Esse abortamento resulta da tentativa de esvaziar o útero com uso de instrumentos inadequados e técnicas inseguras, o que leva a infecções polimicrobianas compreendendo microrganismos da flora genital e intestinal. Com isso, a anamnese tem uma importância ainda maior por ser capaz de identificar o episódio causador. O sangramento costuma ter odor fétido e os demais sintomas variam de acordo com o grau e local de acometimento:
· Germes mais comuns: Anaeróbios; E.Coli; Bacterióides; Clostridium perfringens (muito agressivo)
· Sangramentovariável, às vezes fétido
· Colo amolecido e doloroso à palpação – Risco de Perfuração durante esvaziamento
· Beta-hCG negativo ou decaindo
Tratamento: 
· Estabilização hemodinâmica
· Ocitocina
· Antibioticoterapia:
· Clindamicina + gentamicina
· Drenagem de abscessos
· Infecção por Clostridium: esvaziamento imediato do útero
*SANAR
Em seguida, realiza-se curetagem para remoção do foco infeccioso. Porém, se as medidas acima não forem suficientes ou se houver suspeita de perfuração uterina/ abscesso pélvico/lesão de alça, deve-se proceder para laparotomia seguida de retirada do foco, inclusive histerectomia se for o caso. Recomenda-se profilaxia com antitetânica naqueles casos em que para indução do aborto foram utilizados instrumentos metálicos ou possivelmente suspeitos de levar à infecção com tétano.
ABORTAMENTO RETIDO:
Trata-se de um aborto em que o concepto permaneceu retido na cavidade uterina sem vitalidade. 
· Retenção do ovo por mais de 4 semanas
· Sangramento ausente
· Dor ausente
· Beta-hCG negativo ou decaindo
· USG: embrião presente e BCF ausente.
· Complicações importantes: 
· Distúrbios da coagulação (> 4 semanas) – hipofibrinoginemia 
· Infecções - raro
Tratamento:
· Misoprostol 
· Se o esvaziamento espontâneo não for conseguido com 48h realiza-se esvaziamento cirúrgico (curetagem)
· AMIU
OBS: No abortamento retido tardio (no 2º trimestre ou > 12 semanas), a melhor conduta é expulsão imediata do feto com uso de Misoprostol e, em seguida, complementação com curetagem uterina.
Abortamento habitual:
· 3 ou mais interrupções sucessivas da gravidez
· 1% das mulheres em idade reprodutiva
· Etiologia:
· Incompetência istmocervical
· Insuficiência luteínica
· Causas endócrinas/imunológicas/trombofílicas
· Infecções
· Álcool
· Malformações uterinas
· Causas inexplicáveis: 50% ou mais dos casos
LEMBRAR: RH NEGATIVO COM COOMBS INDIRETO NEGATIVO: IMUNOGLOBULINA ANTI-D; 
GRAVIDEZ ECTÓPICA:
Implantação do ovo fora da cavidade uterina. 
2-5% de todas as gestações
· Tubária: 95,0% (ampular é a dominante);
· Cornual: 2,5%;
· Abdominal: 1,7%;
· Ovariana: 0,7%;
· Cervical: 0,4%.
O aumento na incidência nos dias atuais pode estar relacionado ao aumento na prevalência dos fatores de risco e, principalmente, à melhora dos métodos diagnósticos, em especial a ultrassonografia (USG) transvaginal e a dosagem da fração beta da gonadotrofina coriônica humana (β-HCG), que identifica, casos de gravidez ectópica em regressão espontânea, anteriormente não diagnosticados.
Após a fertilização do ovo, do ponto de vista anatomopatológico, a gravidez ectópica pode ser do tipo primitiva quando a nidação ocorre e se estabelece em um único local ou pode ser secundária quando após a implantação do ovo fertilizado, o mesmo se desprende e continua seu desenvolvimento em outro local dentro ou até mesmo fora do aparelho genital. No caso da gravidez tubária, o ovo fertilizado pode se alocar em qualquer posição da tuba uterina, sendo a ampola o local mais frequente.
Qualquer situação que impeça a migração do embrião para a cavidade uterina. Normalmente o óvulo se implanta na fase de blastocisto – se implanta onde estiver nessa fase.
ETIOLOGIA:
Endossalpingite (DIPA):
A infecção ascende, infecta a trompa, causa edema e acumula líquido, aderências – obstrução total ou parcial.
as infecções pélvicas (principalmente por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae) são as principais causas de patologias nas tubas uterinas, levando a alterações da função tubária (como diminuição do número e no movimento dos cílios, aglutinação das dobras da mucosa – com estreitamento da luz tubária, formação de microdivertículos e destruição das fímbrias), obstrução tubária e/ou pela formação de aderências. 
Mulheres com histórico de DIP apresentam risco 2 a 7,5 vezes maior de gravidez ectópica.
Endometriose:
Aderências que dificultam a mobilidade do óvulo fecundado para a implantação no endométrio.
MALFORMAÇÕES TUBÁRIAS:
Malformações Uterinas/Mullerianas.
Pode aumentar o tempo de trajeto até o endométrio, e se o óvulo estiver em fase de blastocisto, ele se implatará em qualquer local.
GESTAÇÃO ECTÓPICA ANTERIOR
Se relaciona tanto com o fator que culminou na primeira gravidez ectópica, bem como com a escolha do tratamento utilizado na ocasião (a realização de salpingostomia, por exemplo, é fator de risco para gravidez ectópica recorrente).
Mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica têm de 6 a 8 vezes mais risco de desenvolver uma nova gravidez ectópica quando comparadas com outras mulheres grávidas.
DIU (?)
O DIU NÃO aumenta a chance de gravidez ectópica, mas quando a mulher engravida por falha do DIU, há maior chance dessa gravidez ser ectópica.
Na falha do DIU, o risco de gravidez ectópica é de 1:2 gestações para DIU de levonogestrel e 1:16 para DIU de cobre.
REPRODUÇÃO ASSISTIDA:
Não se sabe o mecanismo. Provavelmento erro da técnica.
CIRURGIAS TUBÁRIAS PRÉVIAS:
A realização de cirurgia tubária prévia, como salpingostomia, reanastomose, fimbrioplastia e lise de aderências, está relacionada com uma maior incidência de gravidez ectópica. Após esses tipos de intervenções cirúrgicas, a probabilidade da paciente desenvolver uma gestação ectópica é 4 a 5 vezes maior.
TRANSMIGRAÇÃO:
Gravidez ectópica com corpo lúteo contralateral presume ocorrência de transmigração do zigoto para a tuba uterina do lado oposto, o que pode ser responsável pela sua ocorrência – aumenta tempo de migração – blastocisto se implanta onde estiver.
QUADRO CLÍNICO:
Sintomas inespecíficos:
· Dor em baixo ventre, geralmente unilateral;
· Amenorréia;
· Sangramento vaginal (40% dos casos);
· Sintomas comuns de gravidez;
· Dor abdominal com irradiação para ombros – sinal clássico de irritação peritoneal por sangue ou pus – irritação do nervo frênico (Sinal de Laffon).
Diagnóstico laboratorial:
O diagnóstico nos casos de Ectópica Íntegra geralmente é realizado entre 5 e 12 semanas.
DOSAGEM SÉRICA DE β–HCG
Dosagem sérica de progesterona: pouco utilizada.
· 25 ng/ml exclui ectópica – sensibilidade 92,5%;
· Utilidade clínica limitada: maioria das ectópicas entre 10 E 25 ng/ml;
HEMOGRAMA:
· Mesmo hemorragia moderada – Hct/Hg podem ter apenas ligeira redução;
· Redução de Hct/Hg que acontece após várias horas deve ser muito valorizado;
· Leucocitose em torno de 50% em ectópicas (ATÉ 30.000/μl);
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO:
ESCOLHA: USG TRANSVAGINAL
Além do quadro clínico sugestivo, o diagnóstico de gravidez ectópica deve ser complementado com exames complementares como a ultrassonografia transvaginal (USTV) e com a dosagem do β-HCG.
CONSEGUE VISUALIZAR TÓPICA QUANDO β–HCG > 1.500 mUI/ml;
· Se estabilidade clínica – esperar β–HCG > 3.000 mUI/ml
· Endométrio trilaminar com β–HCG+: SUGESTIVO;
Pode ser observado em útero: saco pseudogestacional ou pseudosaco → acúmulo de líquido devido a descamação da decídua
Anel de fogo
· ANEXOS: saco vitelínico ou embrião extrauterino – confirma; apenas em 15 a 30%;
· Achado ultrassonográfico mais comum: qualquer massa anexial diferente de um simples cisto ovariano 
· Diagnóstico diferencial mais difícil: corpo lúteo (ambos com fluxo ao doppler);
· Líquido livre em fundo de saco: quando associado com massa anexial é muito sugestivo;
Corpo lúteo com anel de fogo = gravidez ectópica
CULDOCENTESE:
Aspira o fundo de Saco de Douglas. 
Raramente usada hoje, é a punção do fórnice vaginal posterior com utilização de agulha para obtenção de líquidos do fundo de saco (o qual é posterior ao útero) para culturas e testes de detecção de sangue de gestação ectópica rota ou cisto ovariano.
· Positivo: coágulos ou líquido sanguinolento que não coagula – hemoperitônio;
· Negativo: não exclui ectópica íntegra ou rôta;
· Sangue que coagula: vaso sanguíneo.
TRATAMENTO:
Medidas de suporte; hemotransfusão
Rh negativo com coombs indireto NEGATIVO: IMUNOGLOBULINA ANTI-D; → SEMPRE SEMPRE INDEPENDENTEMENTE DO TTO ESCOLHIDO!!!
Atualmente o tratamento pode ser realizado de 3 formas a depender da história clínica da paciente: expectante, medicamentoso e cirúrgico.medicamentoso:
· Opção para os casos de ectópicas iniciais, íntegras, com hCG baixo e declinante
· Sucesso em 50-70% dos casos, dependendo do nível de beta-HCG
· hCG < 175 – (96% de êxito)
· hCG: 175-1500 – (66% de êxito)
METROTEXATO (MTX):
· Antagonista do ácido fólico interfere na síntese do DNA e RNA
· Interfere na multiplicação celular
· Indicações: GE íntegras, sem sinais de hemorragia e com:
· Níveis séricos iniciais de βHCG <5.000mUI/ml;
· Ausência de atividade cardíaca embrionária; 
· Massa ectópica medindo 3,5cm ou menos. 
Antes de iniciar o MTX deve-se ter em mãos hemograma, coagulograma, testes de funções hepática e renal e ß-hCG quant.
APÓS TTO: O nível sérico de βHCG deve ser dosado até atingir 5mUI/ml. Se isso não ocorrer, pode-se repetir a dose ou indicar tratamento cirúrgico; 
Dor da separação: 65 a 75% das tratadas referem dor após inicio, geralmente leve e que cede com analgésicos;
· Insucesso: βHCG em platô ou ascendente ou ocorre rotura – cirúrgico;
· 5 a 14% acabam sendo operadas;
Tratamento cirúrgico:
· Laparotomia: GE rota
· Laparoscópico – escolha em pacientes estáveis hemodinamicamente;
Conservador: salpingostomia laparoscópica – deixa a troma, preserva função MAS há chance de outra gravidez ectópica
Radical: salpingectomia – menor chance de sangramento e de recidiva de gravidez ectópica rota.
Critérios para tratamento cirúrgico: 
· Gestante com sinais vitais instáveis ou sinais de hemoperitôneo; 
· Diagnóstico inconclusivo; 
· Gravidez ectópica avançada (βHCG >5.000mUI/ml, massa anexial > 3,5 cm, atividade cardíaca embrionária); 
· Seguimento difícil; 
· Contraindicação ao tratamento clínico. 
· Contraindica-se a via laparoscópica na presença de sinais de hipovolemia. 
Gravidez abdominal
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL:
Tumores placentários relacionados com a gravidez.
· BENIGNOS - Mola Hidatiforme
· Completa
· Incompleta
· MALIGNOS - Neoplasia Trofoblástica gestacional
· Mola invasiva
· Coriocarcinoma
· Tumor trofoblástico de sítio placentário
· Tumos trofoblástico epitelioide
MOLA HIDATIFORME:
Lesões caracterizadas por proliferação anormal do trofoblasto (o que forma a placenta);
Ocorrência de 1 a cada 10.000 gestações;
Elevação anormal dos níveis de HCG.
Macroscopia: Vesículas com líquido claro, semelhantes a “cachos de uva” ou “hidátides” (Patognomônico)
Microscopia: Proliferação trofoblástica; Degeneração hidrópica do estroma; Déficit de vascularização.
FATORES DE RISCO:
· Idade> 36 anos: 2X; 
 >40 anos: 10X;
· Intervalo interpartal curto
· Abortamento prévios (2X);
· Mola hidatiforme anterior
· Tabagismo
· Exposição a radiação ionizante
· Uso de ACO (2X);
MOLA COMPLETA:
AUSÊNCIA de feto e/ou âmnio
Degeneração hidrópica de TODAS as vilosidades corionais
Aspecto genético: É diplóide e todos os cromossomos tem origem paterna (um ovócito “vazio” é fertilizado por um espermatozoide, que duplica seus próprios cromossomos após a meiose, num evento chamado androgênese).
· Homozigótica (90%): 
· 46XX: androgênese
· Menor probabilidade de malignização
· Heterozigótica: 46XY ou 46XX
MAIOR RISCO de doença trofoblástica persistente
Malignização ocorre em até 20% das pacientes (a mola que mais tem chance de malignizar).
MOLA PARCIAL:
Menos frequente que a completa
Geralmente o cariótipo é a triploidia: 69XXY, 69XXX, 69XYY (2 genomas paternos e 1 materno). 10%: tetraploidia.
Degeneração hidrópica parcial de vilosidades coriais
Tecido fetal (mesmo que microscópico) ESTÁ PRESENTE.
Geralmente gestações são inviáveis
Manifestações clínicas das Molas:
· Sangramento vaginal: Intermitente, aumento gradual 
· Eliminações de vesículas: Mola completa (PATOGNOMÔNICO)
· Útero amolecido (risco de perfuração), indolor e aumentado(em relação a IG): “Útero em sanfona”
· Naúseas/vômitos
· Geralmente sem BCF
· Desenvolvimento precoce de Pré-eclâmpsia: 30% nos casos de mola completa
· Massas anexiais palpáveis: Cistos tecaluteínicos; Cd: expectante
· Hiperêmese gravídica(26%)
· Tireotoxicose (10%): hCG⋍TSH
Diagnóstico:
Clínica + USG + Laboratório
USG:
· “Tempestade de neve” 
· Cistos ovarianos tecaluteínicos
· Presença ou ausência de feto, âmnio e cordão
Dosagem de beta-hCG
· Níveis> 200.000mUI/ml: Mola completa
· Valor prognóstico e de acompanhamento
Histopatológico
CONDUTA:
Esvaziamento uterino:
· Vácuo-aspiração/AMIU
· Curetagem
· Histerectomia total
· Multíparas>40anos
· Sepse
· Tumor uterino grande
· Hemorragia intensa
Envio para análise histopatológica
Controlar complicações: 
· Exames laboratoriais e de imagem
· Anemia, hipertireoidismo, pré-eclâmpsia
Rx de tórax: Rastreio de metástases
TC e RNM de crânio, tórax e abdome: se alteração
LEMBRAR: RH NEGATIVO COM COOMBS INDIRETO NEGATIVO: IMUNOGLOBULINA ANTI-D; → após esvaziamento
Controle pós-molar:
Acompanhamento clínico
USG
· Invasão miometrial
· Involução cistos ovarianos
Rx de tórax
Anticoncepção
· ACO: evitar gravidez para fazer melhor o acompanhamento da cura da paciente.
· DIU: risco de perfuração uterina
Neoplasia trofoblástica gestacional:
Classificação
· Mola invasora (Corioadenoma destruens): 70 a 90%
· Coriocarcinoma: 10 a 30%
· Tumor trofoblástico do sítio placentário
· Tumor trofoblástico epitelioide (raro)
Mola invasora:
Normalmente sequela da mola hidatiforme
· Completa: 20% das molas completas malignizam
· Parcial: 2 a 4% das molas parciais malignizam
Manutenção da estrutura vilositária
Quadro clínico:
· Metrorragias persistentes
· Subinvolução uterina
· Infecções
DIAGNÓSTICO:
· Seguimento pós-molar
· Beta-hCG permanece elevado ou aumenta
· USG: Invasão miometrial
· Histopatológico
· Prognóstico
· Podem evoluir para coriocarcinoma
· Metástases: 4% ao diagnóstico
CORIOCARCINOMA:
Transformação maligna:
· Gravidez molar (50%)
· Abortamento (25%)
· Gravidez normal (22,5%)
· Gravidez ectópica (2,5%)
Quadro Clínico e Dx:
· Gravidez recente
· Útero aumentado
· Sangramento persistente
· Beta-hCG elevado
Prognóstico:
Metástases: Muito comum
· Pulmões: 80%
· Vagina: 30%
· Pelve: 20%
· Fígado: 10%
· Cérebro: 10%
Morte: Ins. Respiratória e Hemorragia cerebral
Muito sensível a QT (Cura)
Tumor trofoblástico do sítio placentário:
Muito raro
Composto do trofoblasto intermediário
· Não eleva o beta-hCG
· Aumento do Lactogênio placentário
Diagnóstico tardio após gestação anterior: Meses a anos
Muito agressivo
Pouca resposta a QT
TTO: Histerectomia+QT

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