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TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO TUTORIA 4 – É SANGUE, E AGORA? MÓDULO 2 Lucas, residente de Ginecologia, estava muito impressionado em seu primeiro dia como residente, pois em um único dia, havia atendido 3 pacientes com diferentes histórias e idades, ambas com sangramento vaginal. Resolveu compartilhar com colega também residente, os casos das pacientes para poderem discutir sobre as diferentes e possíveis causas de sangramento vaginal. O primeiro caso foi de Alice, 19 anos G1P0, IG 12 semanas, admitida no pronto socorro com história de sangramento vaginal vermelho vivo, iniciado pela manhã. Ao Exame abdome flácido, colo pérvio, sangramento moderado. O ultrassom evidenciou endométrio heterogêneo espessado, sugestivo de restos ovulares. Sendo indicado curetagem uterina para resolução do caso. O segundo caso foi de Géssica, 22 anos, G2P1A0, com Idade Gestacional de 36 semanas ao exame físico: BCF 130bpm; DU 5 D 30”/10’; FC materna 120bpm; PA 90X50; ao toque: colo pérvio, sangramento em dedo de luva. Diante disso foi realizado uma cesariana de emergência e a paciente foi encaminhada á UTI. O terceiro e mais complexo caso foi de Marta, 47 anos, com sangramento vaginal de inicio indeterminado (a paciente não soube especificar quando foi o inicio do sangramento), havendo piora há 15 dias. Negava presença de coágulos no sangramento ou associação de dor ou febre. Fazia uso de Anticoncepcional Injetável (ACI) mensal, o qual suspendeu por conta própria. Iniciou em seguida o uso de Ciclo 21 de forma contínua, por conta própria, por cerca de 6 meses. Nesse período os sangramentos tiveram início. Após consulta na UBS suspendeu o uso de Ciclo 21 e iniciou uso de ACI trimestral, seguido se piora do sangramento. Após consulta com ginecologista o ACI trimestral foi suspenso, com início do uso de Desogestrel, com diminuição do sangramento, porém sem que cessasse. Paciente G11P8NA3. Não soube relatar motivos dos abortos. Último exame de citologia oncótica há 6 meses sem alterações. Negava tabagismo, etilismo e prática de atividade física. Diabética e hipertensa. O exame ginecológico evidenciou períneo íntegro. O exame especular mostrou parede vaginal íntegra. Colo uterino estava centralizado com sangramento ativo em pouca quantidade pelo orifício externo. O teste de Schiller foi negativo. A ultrassonografia transvaginal mostrou dados ecográficos sugestivos de Leiomiomatose Uterina. Volume uterino de 224,32 cm³. Miométrio de textura heterogênea. Múltiplas imagens nodulares de localização intramural e submucosa corporal posterior medindo 1,78×1,40cm. Ovários de aspecto ecográfico normal. TERMOS DESCONHECIDOS: ▪ Curetagem: A curetagem uterina é um procedimento médico executado em unidade hospitalar, sob anestesia geral ou locorregional, que objetiva retirar material placentário ou endometrial da cavidade uterina por um instrumento denominado cureta. Tem como função principal limpar os restos do abortamento. ▪ Desogestrel: fármaco usado em contraceptivos hormonais de 3ª geração. Se trata de uma forma sintética do hormônio progesterona ▪ Leiomiomatose uterina: A leiomiomatose intravenosa é uma doença rara, associada a leiomiomas uterinos. Consiste na proliferação benigna de células de músculo liso no plexo venoso uterino. Pode progredir invadindo o sistema de drenagem venosa pélvico e abdominal até atingir as cavidades direitas do coração e as artérias pulmonares. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: sangramento uterino anormal TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ABORTAMENTO ▪ OMS: interrupção da gestação com menos de 20 semanas ou com produto da concepção (embrião ou feto) pesando menos de 500g. ▪ MINISTÉRIO DA SAÚDE: interrupção da gravidez até a 20ª ou 22ª semana e com o produto da concepção pesando menos que 500g. ▪ ABORTO -> é o produto da concepção eliminado no processo de abortamento. CL ASSIFICAÇÃO ▪ QUANRO A INTENÇÃO: o Abortamento espontâneo: quando ocorre sem ação deliberada de qualquer natureza. o Abortamento induzido (provocado): quando a interrupção da gestação é resultado de uma interferência intencional. ▪ QUANTO A CRONOLOGIA: o Abortamento precoce: se a perda gestacional corre até as 12 semanas. o Abortamento tardio: se ocorrer entre 12 e 20 semanas de gestação. ETIOLOGIA A L TERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ▪ A maioria dos abortamentos ocorrem nas primeiras 12 semanas de gravidez -> 50 a 80% possuem anomalias cromossômicas. ▪ Abortamento habitual -> de 3 a 5% dos casais apresentam alterações cromossômicas. ▪ A alteração cromossômica mais frequentemente encontrada é a translocação balanceada. A L TERAÇÕES ENDÓCRINAS ▪ DEFEITOS DA FASE LÚTEA: implantação em endométrio não preparado + produção deficiente de progesterona pelo corpo lúteo -> abortamento habitual e espontâneo. ▪ DIABETES MELLITUS: a taxa de abortamento está aumentada em mulheres com diabetes mellitus tipo 1 não controladas no início da gravidez. ▪ SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: causa abortamentos devido a maior resistência à insulina + elevação do hormônio luteinizante. INFECÇÕES ▪ As infecções maternas, bacterianas ou virais -> causam abortamento por lesões decídua da placenta, membranas ovulares e do produto conceptual. CAUSAS UTERINAS ▪ SINÉQUIAS INTRAUTERINAS (SÍNDROME DE ASHERMAN): as aderências intrauterinas (geralmente secundárias) depois de curetagens pós-abortamento ocular -> interferem na implantação ocular. ▪ MIOMAS: a relação com o abortamento leva em consideração a localização e o tamanho. o Miomas intramurais e submucosos -> distorcem a cavidade uterina. ▪ INCOPETÊNCIA CERVICAL: é a perda fetal recorrente no segundo trimestre da gravidez por causa da insuficiência do sistema de oclusão do colo uterino. o Tratamento: cerclagem. OBJETIVO 1 COMPREENDER AS CAUSAS MAIS COMUNS DE SANGRAMENTO NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ MALFORMAÇÕES UTERINAS: defeitos da fusão dos ductos de Muller -> útero unicórnio, didelfo, septado, bicorno e arqueado. DROGAS E AGENTES NOCIVOS ▪ TABAGISMO: mulheres que fumam mais e 10 cigarros por dia possuem um risco maior de abortamento pois leva a vasoconstrição e danos placentários. ▪ ALCCOL: o consumo de álcool tem efeito teratogênico. ▪ CAFEÍNA: mulheres que consomem pelo menos 500mg por dia tem maior risco de abortamento. TRAUMA ▪ Queda ou trauma abdominal -> o produto conceptual pode sofrer trauma direto ou sofrer consequência na função do estado hemodinâmico materno. FORMAS CLÍNICAS DE ABORTAMENTO AMEAÇA DE ABORTAMENTO ▪ É o sangramento vaginal em pequena quantidade -> acompanha ou não dor em cólica na região hipogástrica. ▪ No exame ginecológico: o colo encontra-se fechado e o tamanho do útero compatível com o atraso menstrual. ▪ Exame ultrassonográfico: evidencia atividade cardíaca do produto conceptual ou, se a idade gestacional for inferior a 6 semanas, a presença de saco gestacional regular denota boa evolução da gestação. ▪ A presença de hematoma subcoriônico: observada à ultrassonografia entre 4 e 40% dos casos de ameaça de abortamento. ▪ PROGESTERONA: tem papel importante na manutenção da gravidez -> induz alterações secretoras no endométrio durante a segunda fase. A BORTAMENTO EM CURSO ▪ É um sangramento moderado ou intenso + dor abdominal em cólica de forte intensidade. ▪ Dependendo da intensidade da hemorragia, pode-se evidenciar anemia, taquicardia e hipotensão arterial. ▪ Exame Especular -> observa-se sangramento ativo que vem do canal cervical, geralmente com presença de restos dos produtos da concepção. o O orifício o interno do colo uterino encontra-se dilatado no exame de toque vaginal. ▪ Na Ultrassonografia -> evidencia o descolamento ovular com sacogestacional em posição baixa e dilatação cervical. ABORTAMENTO COMPL ETO: ▪ ocorre no primeiro trimestre da gravidez, nas 10 semanas iniciais, é comum a expulsão completa dos produtos da concepção. ▪ Logo após -> útero se contrai e o sangramento + diminuição da intensidade das cólicas. ▪ O orifício interno do colo uterino tende a fechar-se em poucas horas. ▪ Ao exame ultrassonográfico, pode não haver evidência de conteúdo uterino; algumas vezes, porém, observa-se mínima quantidade de conteúdo heterogêneo e líquido. A BORTAMENTO INCOMPL ETO ▪ Mais frequente após as 10 semanas de gravidez. ▪ Ocorre a eliminação parcial dos produtos da concepção. ▪ O sangramento vaginal persiste e, por vezes, torna-se intermitente. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ O volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional e, no exame de toque, o orifício interno do colo uterino geralmente se encontra pérvio; ▪ A ultrassonografia, observa-se a presença de conteúdo intrauterino de aspecto amorfo e heterogêneo, com presença ou não de líquido. A BORTO RETIDO/GESTAÇÃO ANEMBRIONADA ABORTO RETIDO ▪ É ocorrência de morte embrionária ou fetal antes de 20 semanas de gravidez + à retenção do produto conceptual por período prolongado de tempo, por vezes dias ou semanas. ▪ Geralmente, as pacientes relatam cessação dos sintomas assoados à gravidez (náuseas, vômitos, ingurgitamento mamário). ▪ Pode ocorrer sangramento vaginal, na maioria das vezes em pequena quantidade, de forma semelhante ao observado nos casos de ameaça de abortamento. ▪ O volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional e o colo uterino encontra-se fechado ao exame de toque. GESTAÇÃO ANEMBRIONADA ▪ É reabsorção do embrião antes da confirmação ultrassonográfica ou o desenvolvimento deste não chega a ocorrer. ▪ Os principais critérios, por meio de ultrassonografia transvaginal, são: não visualização de embrião com diâmetro interno médio do saco gestacional maior ou igual a 25 mm. ▪ Outros sinais de gestação inicial não evolutiva à ultrassonografia transvaginal são: o Ausência de embrião com atividade cardíaca após 2 semanas de ultrassonografia transvaginal que evidenciou saco gestacional sem vesícula vitelínica. o Ausência de embrião com atividade de cardíaca após 11 dias de ultrassonografia transvaginal que visualizou saco gestacional com vesícula vitelínica. ABORTAMENTO HABITUAL ▪ Pode ser chamado de recorrente tbm -> a ocorrência consecutiva de três ou mais abortamentos espontâneos. ▪ CAUSAS: genéticas, anatômicas, endócrinas, infecciosas e imunológicas. A BORTAMENTO INFECTADO ▪ Está ligado a ilegalidade -> quando realizado a interrupção da gestação em condições inadequadas. ▪ As bactérias envolvidas no abortamento infectado são aeróbias e anaeróbias: o Estreptococos beta-hemolíticos -> Enterococcus spp, Escherichia coli, Peptostreptococcus spp, Bacteroides fragilis e Clostridium spp. ▪ A infecção se inicia no útero (no endométrio) e pode se espalhar para os anexos (anexite), peritônio pélvico (pelviperitonite), cavidade peritoneal (peritonite generalizada) e, ainda, disseminar-se por via hematogênica (sepse). QUADRO CL ÍNICO: ▪ Depende do grau de comprometimento da paciente. ▪ Endomiometrite -> hipertermia, sangramento vaginal discreto (pode ser acompanhado de saída de material purulento oriundo do canal cervical), dores abdominais em cólica e útero doloroso à palpação. o No toque vaginal, o colo uterino apresenta-se geralmente pérvio e doloroso à mobilização. o No exame especular, observa-se saída de material purulento proveniente do canal cervical e podem estar presentes lacerações cervicais denunciadoras de abortamento provocado de forma clandestina. o Nos casos mais graves, a paciente pode apresentar peritonite generalizada, sepse, insuficiência renal e coagulopatia. ▪ O tratamento cirúrgico está indicado nas seguintes condições: lesões encontradas. A presença de perfuração uterina com infecção, em regra, é indicação de histerectomia. o A demonstração de restos ovulares pela ultrassonografia impõe a necessidade de esvaziamento uterino por meio de curetagem ou aspiração manual intrauterina. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO o Nos casos de laceração cervical, pratica-se a sutura do colo uterino e faz-se revisão dos fórnices e das paredes. o A histerectomia será indicada nas formas disseminadas ou nas localizadas refratárias ao tratamento clínico. Deve ser realizada, sempre que as condições técnicas permitirem, de forma total e, se necessário, radical, com retirada dos anexos e paramétrios caso estejam comprometidos. GRAVIDEZ ECTÓPICA DEFINIÇÃO E EPIDEMIOL OGIA ▪ Denomina-se gravidez ectópica toda gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorra fora da superfície endometrial da cavidade uterina. ▪ Este termo é mais abrangente que gravidez extrauterina, pois inclui a gravidez cervical, intersticial e a gravidez em cicatriz de cesárea. ▪ A gravidez ectópica está entre as patologias que compõe a síndrome hemorrágica do 1º trimestre da gestação, junto com o abortamento e a doença trofoblástica gestacional. ▪ Devido à sua crescente incidência e altas taxas de morbidade e mortalidade, essa patologia possui uma importância significativa na saúde pública. Estima-se que a incidência de gravidez ectópica seja de 2% das gestações diagnosticadas. ▪ O aumento na incidência nos dias atuais pode estar relacionado ao aumento na prevalência dos fatores de risco e, principalmente, à melhora dos métodos diagnósticos, em especial a ultrassonografia (USG) transvaginal e a dosagem da fração beta da gonadotrofina coriônica humana (β-HCG), que identifica, casos de gravidez ectópica em regressão espontânea, anteriormente não diagnosticados. ▪ Esta patologia corresponde 6-13% das mortes relacionadas ao período gestacional e é a principal causa de morte materna no 1º trimestre, além disso, possui uma taxa de recorrência de 15% e, nas mulheres que tiveram 2 ou mais episódios prévios de gravidez ectópica a taxa de recorrência sobe para 25%. ▪ Após a fertilização do ovo, do ponto de vista anatomopatológico, a gravidez ectópica pode ser do tipo primitiva quando a nidação ocorre e se estabelece em um único local ou pode ser secundária quando após a implantação do ovo fertilizado, o mesmo se desprende e continua seu desenvolvimento em outro local dentro ou até mesmo fora do aparelho genital. ▪ No caso da gravidez tubária, o ovo fertilizado pode se alocar em qualquer posição da tuba uterina, sendo a ampola o local mais frequente. FISIOPATOL OGIA E FATORES DE RISCO ▪ A gravidez ectópica geralmente está relacionada a situações que causam lesão tubária e/ou alteração no transporte ovular. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ A principal etiologia de gestações fora da cavidade endometrial é a deficiência na motilidade tubária, já que se as tubas apresentam movimentação prejudicada, após a fecundação não há direcionamento correto do concepto para a cavidade endometrial. ▪ Dentre os fatores de risco o principal é a gravidez ectópica prévia que se relaciona tanto com o fator que culminou na primeira gravidez ectópica, bem como com a escolha do tratamento utilizado na ocasião (a realização de salpingostomia, por exemplo, é fator de risco para gravidez ectópica recorrente). ▪ Mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica têm de 6 a 8 vezes mais risco de desenvolver uma nova gravidez ectópica quando comparadas com outras mulheres grávidas. ▪ A doença inflamatória pélvica (DIP) também é um outro importante fator de risco, pois as infecçõespélvicas (principalmente por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae) são as principais causas de patologias nas tubas uterinas, levando a alterações da função tubária (como diminuição do número e no movimento dos cílios, aglutinação das dobras da mucosa – com estreitamento da luz tubária, formação de microdivertículos e destruição das fímbrias), obstrução tubária e/ou pela formação de aderências. ▪ Mulheres com histórico de DIP apresentam risco 2 a 7,5 vezes maior de gravidez ectópica. A realização de cirurgia tubária prévia, como salpingostomia, reanastomose, fimbrioplastia e lise de aderências, está relacionada com uma maior incidência de gravidez ectópica. ▪ Após esses tipos de intervenções cirúrgicas, a probabilidade da paciente desenvolver uma gestação ectópica é 4 a 5 vezes maior. O dispositivo intrauterino (DIU) e o uso de progestágenos também são considerados fatores de risco para gravidez ectópica. Na falha do DIU, o risco de gravidez ectópica é de 1:2 gestações para DIU de levonogestrel e 1:16 para DIU de cobre. ▪ Pacientes que foram submetidas a procedimentos relacionados à reprodução assistida, apresentam risco de desenvolver uma gravidez ectópica em 2 a 8% dos casos. ▪ Nos casos de anticoncepção de emergência, vários estudos demonstraram uma relação entre o levonorgestrel e um aumento na probabilidade de gravidez ectópica, possivelmente pela alteração na motilidade tubária. ▪ O tabagismo é um outro fator de risco relevante, representando um aumento de 2 a 3 vezes no risco de gravidez ectópica e, se utilizado na gestação atual, esse o risco pode chegar até 4 vezes em uma gestação futura. Alguns estudos relacionam o uso de nicotina com alterações na atividade ciliar e na motilidade tubária. ▪ Dor abdominal, sangramento vaginal e atraso ou irregularidade menstrual são considerados a tríade clássica de sinais e sintomas que compõem o quadro clínico da gravidez ectópica. ▪ Apesar de se apresentarem simultaneamente em 50 a 60% dos casos, pelo menos um deles está presente em quase todas as ocorrências. O quadro agudo representa 30% dos casos e está relacionado com os casos em que há rotura tubária. ▪ Pode ocorrer em qualquer localização da tuba uterina, porém, as roturas estão mais relacionadas com gestações ístmicas. A rotura pode ser espontânea ou ocorrer após algum trauma relacionado a coito ou exame bimanual. ▪ A rotura está fortemente associada a hemorragias intraperitoneais, dor aguda e intensa na fossa ilíaca ou hipogástrio e choque. ▪ O sangramento vaginal está presente na maioria dos casos e é, em geral, escasso e escurecido, podendo ser contínuo ou intermitente. A paciente pode apresentar náuseas, vômitos e sinais de descompensação hemodinâmica. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Alguns sinais clínicos (sugestivos de irritação peritoneal) estão presentes no quadro agudo, são eles: o Sinal de Laffon: dor referida na escápula, em decorrência da irritação do nervo frênico. o Sinal de Cullen: equimoses em região periumbilical devido a hemorragia retroperitoneal. o Sinal de Blumberg: dor à descompressão súbita na palpação abdominal. o Sinal de Proust: fundo de saco abaulado (devido ao acúmulo de sangue) e doloroso ao toque vaginal. ▪ O quadro subagudo costuma ocorrer em 70% dos casos e costuma ser decorrente de um comprometimento ampular. ▪ Nestes casos, não há a rotura da tuba uterina e os sinais e sintomas da tríade clássica costumam ser de menor intensidade. Em geral, estes casos evoluem para abortamento tubário. DIAGNÓSTICO TRATA MENTO DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL ▪ Representa um amplo espectro de condições caracterizadas por proliferação anormal do tecido trofoblástico e diferentes potencialidades para invasão local e metástases, variando desde mola hidatiforme parcial não complicada até coriocarcinoma metastático. ▪ Mola hidatiforme é um tumor benigno que se desenvolve no útero como resultado de uma gestação não viável. MANIFESTAÇÕES CL ÍNICAS: SEGUNDO AS FORMAS CL ÍNICO -PATOL ÓGICAS ▪ Mola Hidatiforme Completa: há hiperplasia difusa do trofoblasto, todas as vilosidades estão alteradas e exibem dilatação hidrópica repleta de fluido. Não há desenvolvimento de feto ou anexos e o risco de progressão para formas malignas é de 20%. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Mola Hidatiforme Parcial: há hiperplasia focal do trofoblasto, com edema focal e fibrose do estroma. Neste caso, existe feto geralmente malformado (cariótipo triploide) e o risco de progressão para formas malignas é de 5%. ▪ Mola Invasora: forma persistente da mola hidatiforme. ▪ Coriocarcinoma: forma maligna de DTG, com grande potencial para metástase, mesmo na ausência de doença em útero ou pelve. DESCOLAMENTO DA PLACENTA ▪ É a separação da placenta implantada no corpo ou fundo uterino antes da expulsão fetal em gestação de 20 semanas ou mais. ▪ Esta enfermidade se associa a maior incidência de coagulopatia, hemotransfusão, histerectomia e infecção puerperal. O hematoma proveniente da rotura de vasos da decídua materna disseca a interface decídua – placenta, levando ao descolamento prejuízo das trocas de gases e nutrientes e comprometimento fetal progressivo. ▪ Os principais fatores de risco associados a esta doença são: hipertensão, idade materna avançada, multiparidade, uso de cocaína, tabagismo, trauma, corioamniorrexe, trombofilias, leiomiomas, antecedente de DPPNI (descolamento prematuro de placenta normalmente inserida) e uso indevido de drogas ocitócicas. MANIFESTAÇÕES CL ÍNICAS : ▪ Quadro clínico clássico do DPPNI é caracterizado por forte dor abdominal de início súbito, constante, concomitante a aumento do tônus uterino (hipertonia uterina ou taquissistolia) e sangramento genital em quantidade variável (20% dos casos apresentam hematoma retroplacentário, sem sangramento externo). ▪ O aumento da contratilidade uterina é resultado da irritação das fibras musculares por sangue. Quanto maior a pressão intrauterina e a dimensão do coágulo retroplacentário, maior o risco do útero de Couvelaire, representado por um útero com miométrio infiltrado por sangue, com desorganização de sua estrutura e consequente atonia puerperal. ▪ No DPPNI ainda é comum a ocorrência de comprometimento fetal representado por desacelerações a frequência cardíaca fetal ou óbito. ▪ Além destes achados obstétricos, podem ser encontrados sinais e sintomas de perda volêmica e de coagulopatia (petéquias, equimoses, hematomas, gengivorragia, epistaxe, hematúria e/ou sangramento por incisões e punções). PL ACENTA PRÉVIA : ▪ É aquela que se insere no segmento uterino inferior e se posiciona a frente da apresentação fetal, recobrindo ou muito próxima do orifício interno (OI) do colo uterino. ▪ A incidência da PP vem aumentando como consequência do aumento das taxas de cesáreas. ▪ Outros fatores de risco associados a esta condição são: idade materna avançada, multiparidade, gestação múltipla, curetagens e outras cirurgias uterinas e leiomiomas. ▪ A possível complicação associada à PP é a histerectomia puerperal consequente a hemorragia puerperal e acretismo placentário. MANIFESTAÇÕES CL ÍNICAS : ▪ São secundárias à migração placentária, contrações e dilatação cervical e se caracterizam por sangramento genital intermitente, imotivado, recorrente e de volume variável; dor ausente (80%) ou associada a contrações (20%); útero normotenso ou com contrações periódicas. ▪ Como a área de placenta descolada geralmente é pequena, o comprometimento hemodinâmico materno e fetal é infrequente, assim como a ocorrência de coagulopatia. ▪ Apenas 10% das pacientes atingem o termoda gestação sem sintomas. ▪ De acordo com a proximidade da placenta ao OI, a PP pode ser classificada em: o PP CENTRO TOTAL: a placenta recobre completamente o OI; o PP CENTRO PARCIAL: a placenta recobre o OI parcialmente; o PP MARGINAL: a borda placentária coincide com borda do OI; o PP LATERAL: a borda placentária dista até 2,0 cm do OI. OBJETIVO 2 COMPREENDER AS CAUSAS MAIS COMUNS DE SANGRAMENTO DE SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Devido à migração placentária, uma placenta só poderá ser denominada prévia após a 28ª semana de gestação. ▪ Este fenômeno é secundário ao crescimento proporcionalmente maior do segmento inferior em relação ao corpo do útero, a atrofia por vascularização deficiente da região de implantação placentária e a descolamentos da borda e necrose da placenta. ▪ Placentas inseridas no segmento uterino inferior, diagnosticadas antes de 28 semanas, recebem o nome de placentas de inserção baixa. PP podem ainda estar anormalmente aderidas ao útero, em uma condição chamada acretismo placentário. ▪ Uma placenta é acreta quando invade a camada basal da decídua, increta quando invade o miométrio e percreta quando vai além do miométrio até serosa uterina ou outros órgãos. ROTURA UTERINA ▪ Consiste na perda de continuidade completa ou incompleta da parede uterina, podendo ocorrer antes ou durante o trabalho de parto. É um indicador da qualidade da assistência obstétrica prestada por um serviço. ▪ A incidência da rotura uterina é maior em países em desenvolvimento, onde existem altas taxas de cesárea, multiparidade e uso iatrogênico e sem monitorização adequada de agentes ocitócicos no trabalho de parto. ▪ Outros fatores de risco importantes são: a existência de cicatrizes de cirurgias uterinas prévias (além da cesárea), desproporção céfalo-pélvica não diagnosticada devido à falta do partograma e os traumas uterinos. MANIFESTAÇÕES CL ÍNICAS ▪ são precedidas pelo quadro clínico de iminência de rotura uterina, na grande maioria dos casos, fato este que facilita sua prevenção. São sinais e sintomas de eminência: ▪ Presença de contrações subentrantes intensas e excessivamente dolorosas; ▪ Presença do sinal de Bandl: anel transverso próximo à cicatriz umbilical que separa o corpo do segmento inferior do útero; ▪ Presença do sinal de Frommel: retesamento (enrijecimento) dos ligamentos redondos, que podem ser palpados nas fossas ilíacas da paciente. ▪ A dor apresentada pela paciente passa por diversos estágios a depender do momento considerado. ▪ No momento da rotura uterina, a dor abdominal que antes era significativa e agravada pelas contrações uterinas, sofre aumento abrupto e torna-se lancinante (pontadas) no hipogástrio, sendo seguida por acalmia dolorosa transitória. ▪ A seguir, ocorre retorno de dor contínua relacionada à irritação peritoneal. Sangramento genital poderá ocorrer e sua intensidade dependerá da extensão da rotura e dos vasos atingidos, assim como sinais e sintomas de hipovolemia. ▪ Outros sinais que sucedem a rotura são a paralisação do trabalho de parto, a subida da apresentação fetal no canal de parto, a palpação de massas abdominais (feto na cavidade abdominal) e, menos frequentemente crepitação subcutânea (Sinal de Clark). ▪ Comprometimento da vitalidade fetal é frequente, havendo elevada morbimortalidade perinatal caso o diagnóstico seja postergado. TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ O sangramento uterino anormal é definido como sangramento – agudo ou crônico – proveniente do corpo uterino, com anormalidade – seja na sua regularidade, no volume, na frequência ou duração, em mulheres não-grávidas. ▪ Tem grande importância pela sua frequência e por afetar negativamente aspectos físicos, emocionais, sexuais e profissionais, piorando a qualidade de vida das mulheres. ▪ O sangramento uterino anormal afeta 30% das mulheres em idade reprodutiva, atingindo até 50% daquelas na perimenopausa. É mais rara em crianças, mas pode ocorrer. ▪ Ao se deparar com um sangramento uterino anormal, é necessário primeiramente excluir a gravidez – por meio do exame beta-HCG. ▪ No contexto de emergência, no qual uma paciente chega com sangramento agudo e intenso, com hipovolemia e anemia, é necessário – antes de partir em busca do diagnóstico etiológico – estabilizá-la hemodinamicamente com o uso de soluções coloide e cristaloide, estancar o sangramento e, se necessário, realizar transfusão. ▪ As condutas iniciais serão feitas pensando na abordagem inicial ao paciente grave. Indicam-se, para a diminuição do sangramento agudo: estrogênio endovenoso (não disponível em nosso meio), contraceptivo oral combinado monofásico em multidoses, progestagênio oral em multidoses e ácido tranexâmico (Ex.: Trexacont). ▪ Já em contexto ambulatorial, excluída a gravidez, iremos partir para uma investigação etiológica mais detalhada. Foi criada em 2011, pela FIGO (do francês, Fédération Internacionale de Gynécologie et d’Obstétrique) uma classificação para o SUA: CAUSAS ESTRUTURAIS: ▪ Pólipo; ▪ Adenomiose; ▪ Leiomioma; ▪ Malignas; CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS: ▪ Coagulopatia; ▪ Ovulatória; ▪ Endometrial; ▪ Iatrogênica; ▪ Não classificada. ▪ Como o diagnóstico de SUA é de exclusão, a história, exame físico e exames complementares são feitos no sentido de afastar outras causas de sangramento transvaginal. ▪ História clínica minuciosa: contato sexual sem proteção contraceptiva; uso de: contraceptivos orais irregularmente, DIU, medicamentos com tropismo para SNC; exercícios físicos extenuantes; sangramento excessivo anterior, a pequenos ferimentos ou exodontias; doenças hepáticas ou renais pré-existentes. ▪ Exame físico geral: pontos hemorrágicos na epiderme; edema de MMII e/ou palpebral; exoftalmia, fácies de Cushing; visceromegalias e outras condições relacionadas a patologia pregressas. ▪ Exame ginecológico: inspeção da genitália: o Sangramento advindo de lesões externas da genitália (lembrar a possibilidade de abuso sexual), da uretra, ou mesmo doença hemorroidária; o Exame especular: poderá demonstrar colo hiperemiado, sangrante ou gravídico; o Toque: pode detectar útero com características gravídicas, pressupor abortamento em curso. Massa anexial sem história compatível com gravidez imporá rastreio de neoplasia benigna ou maligna. Paciente com hímen íntegro, quando necessário serão submetidas ao toque retal uni digital e/ou colpovirgoscopia. ▪ Exames subsidiários: deverão ser solicitados: hemograma completo, coagulograma, sumário de urina e US pélvica. Poderão ser solicitadas as dosagens de prolactina basal, FSH, LH, T3, T4 e TSH. A endoscopia (histeroscopia ou laparoscopia) poderá ser útil em casos selecionados, porém não é exame obrigatório. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL : ▪ Gestação e problemas relacionados a ela, tais como abortamento e gravidez ectópica; OBJETIVO 3 COMPREENDER SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E SUAS REPERCUSSÕES TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO ▪ Coagulopatia: 20% das adolescentes com hemorragia uterina têm um defeito na coagulação. A manifestação mais precoce de alterações da coagulação sanguínea poderá ser evidenciada pelo sangramento genital anormal, o qual pode estar relacionado à deficiência de plaquetas, leucemias, púrpura, doença de Von Willebrand, deficiência de protrombina e outros fatores de coagulação; ▪ Mal-formações do aparelho genital, traumatismos genitais, presença de corpo estranho; ▪ DIP – Doença Inflamatória Pélvica; ▪ Tumores uterinos, sarcoma botrióide e tumores anexiais; ▪ Hipo ou hipertireoidismo; ▪ Insuficiênciarenal ou hepática. AS PRINCIPAIS REPERCUSSÕES DO SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL SÃO: ▪ Anemia; ▪ Dor/Dismenorreia; ▪ Limitação para atividades; ▪ Absenteísmo (trabalho e escola); ▪ Procedimentos cirúrgicos; ▪ Piora de qualidade de vida; ▪ Influência sobre aspectos psicológicos; ▪ Influência sobre aspectos sociais. ▪ O objetivo do tratamento é a redução do fluxo menstrual, reduzindo morbidade e melhorando a qualidade de vida. O tratamento por meio da terapêutica farmacológica ou medicamentosa é considerado a 1ª linha a ser seguida, sempre que possível. TRATAMENTO DE LESÕES ESTRUTURAIS ▪ PÓLIPOS: a polipectomia histeroscópica é a 1ª opção de tratamento. Enquanto pequenos pólipos (< 0,5 cm) podem ser removidos ambulatorialmente, pólipos maiores podem ser removidos em bloco (ressecando-se a base da lesão de implantação) ou em fragmentos. ▪ MIOMA: o tratamento farmacológico é a 1ª opção antes da cirurgia, tendo como opções as mesmas do tratamento do SUA não estrutural. Caso não haja resposta, indica-se a cirurgia, que pode ser realizada via histeroscopia, laparoscopia ou laparotomia, a depender das características do tumor – em número, localização, tamanho e considerando se há desejo de concepção – e da paciente. ▪ ADENOMIOSE: é geralmente tratada por meio de histerectomia. No entanto, estudos têm apontado possível eficácia em relação à melhora de sintomas com abordagem farmacológica hormonal – as mesmas opções do SUA de causa não-estrutural. TRATAMENTO DE LESÕES NÃO ESTRUTURAIS ▪ ESTROGÊNIO E PROGESTAGÊNIO COMBINADOS: geralmente, os contraceptivos combinados monofásicos são usados em esquemas cíclicos, com pausas – podendo, no entanto, ser utilizados continuamente. Várias formulações estão disponíveis. o Além disso, regimes contínuos se mostraram superiores na capacidade de reduzir sangramento do que regimes cíclicos. o A limitação dessa alternativa é se houver desejo de gravidez, já que esse medicamento inibe a ovulação. Suas contraindicações incluem HAS, enxaqueca com aura, fumantes > 35 anos, trombofílicas etc. ▪ PROGESTAGÊNIO ISOLADO SISTÊMICO: os progestagênios promovem atrofia endometrial e atuam contra a inflamação. Há diferentes formulações: contínuo, cíclico, por via oral, injetável e intrauterina. O principal efeito colateral, que atua como limitante, é o sangramento inesperado. ▪ PROGESTAGÊNIO ORAL CÍCLICO OU CONTÍNUO: seu uso clínico não é uma boa opção para o tratamento do SUA, apresentando resultados inferiores a diversas outras opções terapêuticas. o Sua indicação fica para o SUA por disfunção ovulatória. Já o seu uso contínuo tem se mostrado eficaz e benéfico para redução do sangramento, gerando atrofia endometrial e diminuindo a ação do estrogênio sobre a proliferação do endométrio. OBJETIVO 4 CITAR TRATAMENTO DO SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL TUTORIA 4 – MÓDULO 2 MILENA BAVARESCO o É uma opção tanto para mulheres anovulatórias como para aquelas com sangramento de causa endometrial. ▪ PROGESTAGÊNIO INJETÁVEL: não há evidência robusta demonstrando benefício desse medicamento para o SUA, mas 24% das mulheres podem ter amenorreia com seu uso. Efeitos colaterais podem limitar sua tolerância, incluindo sangramento irregulares, ganho ponderal e cefaleia. ▪ SISTEMA INTRAUTERINO LIBERADOR DE LEVONORGESTREL (SIU-LING): é considerado mais efetivo para o tratamento do SUA do que os contraceptivos orais. Promove redução substancial no volume do sangramento e tem melhor aceitação, devido ao tratamento prolongado e menor ocorrência de efeitos adversos. o Não é recomendado se a cavidade uterina estiver irregular, por risco de expulsão. Seu efeito colateral mais comum é o sangramento inesperado nos primeiros 3 meses de uso. ▪ ANTI-FIBRINOLÍTICOS: mulheres com fluxo menstrual aumentado podem ter ativação do sistema fibrinolítico na menstruação, gerando degradação do coágulo formado para conter o sangramento. Logo, medicamentos que inibem a fibrinólise contribuem para redução do sangramento. O ácido tranexâmico é frequentemente indicado, sendo usado de 3 a 4x por dia. ▪ ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS: esses medicamentos inibem a ciclo-oxigenase. O aumento da inflamação endometrial se associa a maior fluxo hemorrágico e menstrual, o que explica o uso de anti- inflamatórios para conter o SUA. o O mais estudado é o ácido mefenâmico, com redução de 25% a 50% do volume de sangramento. Os efeitos colaterais mais frequentes são os gastrintestinais, não sendo indicados em mulheres com histórico de úlcera. TRATAMENTOS CIRÚRGICOS ▪ ABLAÇÃO ENDOMETRIAL: constitui uma medida menos invasiva que a histerectomia, consistindo em um procedimento que destrói o endométrio até sua camada basal, impedindo sua regeneração. o Seus melhores resultados se mostram em úteros com histerometria inferior a 10cm. Atualmente, há duas classificações: 1ª geração, que ocorre por via histeroscópica; e 2ª geração, que é feita com balões térmicos. o Há vários métodos de destruição do endométrio: laser, vaporização, crioablação, balão térmico etc. A ablação por histeroscopia permite ainda o estudo anatomopatológico. ▪ HISTERECTOMIA: é o último tratamento que se pensa em fazer no SUA de causa não estrutural. É idealmente apenas realizado em pacientes que não possuem desejo de futura concepção. No mais, é um tratamento que apresenta alto índice de satisfação devido ao fato de curar o sangramento uterino definitivamente.
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