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Petição ação de cobrança(fictício)

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ª 
COMARCA DO JUIZADO CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA 
 
 
 
José, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº., inscrito 
no CPF/MF sob o nº, residente e domiciliado, Salvador /BA, CEP; endereço eletrônico, 
vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado ajuizar 
 
 
AÇÃO DE COBRANÇA 
 
 
em face de Paulo, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade 
RG nº., inscrito no CPF/MF sob o nº, residente e domiciliado, Salvador /BA, CEP; 
endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. 
 
I DOS FATOS 
 
Paulo, solicitou empréstimo de R$ 35.000,00 de José, que por sua vez concedeu 
o valor solicitado, já que sabia que Paulo estava empregado em renomada 
empresa hoteleira como gerente, possuindo conta corrente regular. Pactuaram 
que o valor seria devolvido no prazo de trinta dias. No último dia do prazo 
estipulado, José notificou extrajudicialmente Paulo para que este realizasse o 
pagamento. Contudo, devidamente notificado, Paulo afirmou que não poderia 
efetuá-lo por não possuir os recursos necessários. José sabe que Paulo não 
possui quaisquer bens em seu nome e não possui recursos em sua conta 
corrente. Uma semana após a notificação, José teve conhecimento de que, 
naquela mesma semana, Paulo perdoou dívidas de R$ 36.000,00 de Mário, seu 
credor, que, em conluio com Paulo, aceitou a remissão para fins de auxiliá-lo 
maliciosamente em seu intuito de esvaziar seu patrimônio e fugir ao 
compromisso assumido com José. 
 
II – DO MÉRITO 
 
Entrementes, houve um negócio jurídico celebrando entre as partes, conquanto 
não respeitado pelo requerido, qual seja, obrigação de pagar ao requerente. 
Devendo este inadimplemento ser considerado ato ilícito que traz ao 
demandante inúmeras consequências, estas que por sua vez, alheias a sua 
vontade pode haver dimensões desproporcionais. 
A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado 
Leonardo R. Bessa e Walter José F. de Moura que preleciona: 
Decorre do direito que o credor tem de reaver o pagamento da 
dívida pelo devedor, após o seu vencimento e desde que tenha ele 
cumprido com sua parte na obrigação. 
 
Conforme preconiza o Código Civil todos os danos devem ser reparados, senão 
vejamos: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por 
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano 
a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Nessa linha, devemos observar que o dano foi configurado a partir do momento 
que o Sr. Paulo não agiu de boa fé, evitando o pagamento ao demandante, não 
restando dúvidas que deve realizar o pagamento da obrigação e os danos 
cometidos. 
 
É notório que o requerido agiu dolosamente ao perdoar a dívida que o SR. Mário 
lhe devia, no valor de R$ 36.000,00, para que o terceiro (Mário) lhe ajudasse a 
não realizar o compromisso com o credor, acrescenta-se, ainda, que fazia parte 
do plano maléfico o esvaziamento do patrimônio do devedor, já sabendo que 
após ajuizada uma ação judicial, o possível patrimônio não poderia ser 
alcançado. 
Nesse passo, é de todo oportuno trazer à baila o entendimento do preclaro 
do mestre Pablo Stolze que obtempera: 
Negócio jurídico é a declaração de vontade, emitida em 
obediência aos seus pressupostos de existência, validade e 
eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo 
ordenamento jurídico pretendidos pelo agente. 
 
Lastimavelmente, Vossa Excelência estamos diante de um cenário de falta de 
boa-fé, ora com a dívida que o SR. Mário quitaria, o SR. Paulo poderia pagar a 
dívida adquirida com o Sr. José. Todavia, o devedor preferiu agir em meio a 
ilicitude dos atos, em nenhum momento é possível observar o Animus solvendi, 
como se já não bastasse ainda utilizando de manobras para tentar enganar nosso 
ordenamento jurídico, isto é uma afronta. 
 Conforme jurisprudência, observamos: 
APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATOS AGRÁRIOS. AÇÃO DE COBRANÇA. 
ARRENDAMENTO AGRÍCOLA. AUSÊNCIA DE PROVA DE FATO 
IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO 
AUTOR. APLICAÇÃO DA REGRA DO ARTIGO 373 DO CPC/15. NÃO 
CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. 
Cobrança referente aos contratos de arrendamento inadimplido 
parcialmente pelo arrendatário. O ônus de comprovar o 
pagamento de uma obrigação é do devedor, cabendo ao credor 
apenas a prova da existência da dívida, instrumentalizada por 
documento particular, consoante estabelece o artigo 320 do 
Código Civil. Isto porque, nas ações de cobrança a prova do 
adimplemento da obrigação constitui fato impeditivo, 
modificativo e extintivo do direito do autor, que, por sua vez, 
deverá amparar a lide com prova escorreita da contratação, ex 
vi legis, do artigo 373, incisos I e II, do CPC/15. Precedentes do 
colendo Superior Tribunal de Justiça e desta egrégia Corte. 
NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível 
Nº 70080145311, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de 
Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em 21/02/2019). 
 
 
Indiscutivelmente, se faz necessário aplicação lei, tendo em vista que a falta do 
compromisso do negócio jurídico celebrado não contempla o acordo, ademais a 
única alternativa é que ocorra o imediato pagamento do débito. 
 
 
III DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
 
Meritíssimo, o réu não pode ENRIQUECER SEM CAUSA, diante dos fatos 
indubitavelmente se questiona o enriquecimento indevido do devedor em 
desfavor do credor, devendo o prejuízo ser ressarcido. 
Nos termos do Código Civil: 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de 
outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a 
atualização dos valores monetários. 
 
Frisa-se, que o renomado Rodrigues Silvio fundamenta a importância de o 
ordenamento pátrio não permitir o enriquecimento indevido, não obstante 
deve-se prevalecer a boa-fé. 
In verbis: 
O repúdio ao enriquecimento indevido estriba-se no princípio 
maior da equidade, que não permite o ganho de um, em 
detrimento de outro, sem uma causa que o justifique. (...) A tese, 
hoje, preferida pela doutrina brasileira é a da admissão do 
princípio genérico de repulsa ao enriquecimento sem causa 
indevido. 
 
É iterativa, notória, a jurisprudência do TJ-SP: 
 
AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO - COBRANÇA DE CHEQUE 
DEVOLVIDO POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS - APELAÇÃO - 
ALEGAÇÕES GENÉRICAS DE QUE O CHEQUE FOI EMPRESTADO 
PARA AQUISIÇÃO DE MATERIAIS QUE NÃO AFASTAM A 
PRESUNÇÃO DO DÉBITO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO 
DESPROVIDO. (TJSP; Apelação 1019804-49.2015.8.26.0506; 
Relator (a): Maria Salete Corrêa Dias; Órgão Julgador: 20ª 
Câmara de Direito Privado; Foro de Ribeirão Preto - 8ª Vara Cível; 
Data do Julgamento: 05/03/2018; Data de Registro: 07/03/2018) 
 
A fortiori, conclui-se que havendo o descumprimento da obrigação, assim como, 
os danos gerados decorrente da ação de má fé, outrossim requisitar-se com 
presteza o pagamento da dívida no valor de R$35.000,00, mais o valor de R$ 
20.000,00 a título de perdas e danos, devidamente atualizados cumulados com 
juros de mora. 
 
IV– DAS PERDAS E DANOS 
 
Nessa vereda, diante dos fatos o nexo causal entre o dano e a conduta da parte ré 
caracterizado pela má-fé e o inadimplemento é existente, devendo ser indenizado o 
credor. 
A Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso X, assevera o direito a indenização pelo 
dano moral decorrente da violação à intimidade, à vida privada, à honra e imagem das 
pessoas. 
Da dicção do artigo 186 e 187 do Código Civil, extrai-se que:Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Além do artigo 402, do mesmo código: 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as 
perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele 
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
 
Versando sobre esse palpite tema, o mestre Pontes de Miranda, aduz: 
 
Sempre que há dano, isto é, desvantagem, no corpo, na psique, 
na vida, na saúde, na honra, no nome, no crédito, no bem estar, 
ou no patrimônio, nasce o Direito à indenização. 
 
Não obstante, Carvalho dos Santos ministra: 
 
Todo ato ilícito é danoso e cria para o agente a obrigação de 
reparar o dano causado. 
 
Anote-se, por fim que presentes os fatores, deve o réu indenizar em R$ 20.000.00, 
devido a reparação dos danos. 
 
V DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Prima facie, a responsabilidade civil estar ligada intrinsicamente a conduta do agente 
causador do dano, sendo devido a recuperação através da indenização. 
No entendimento do instituto devido a ação dolosa, a responsabilidade subjetiva é 
presente, devido escolha realizada pelo réu. A outro tanto, como já fora exposto o nexo 
de causalidade é predominante para a efetivação do dano. 
 
Segundo a jurisprudência: 
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. NEXO 
CAUSAL. Laudo pericial que comprovou a existência do dano e 
demonstrou o nexo causal entre as avarias do imóvel e a obra 
realizada pelas apelantes. Demonstrado o nexo causal, a 
recomposição do dano material é devida. Devido também o 
dano moral em razão dos transtornos causados aos autores. 
Recursos improvidos." (APL 0051181-61.2005.8.26.0100/SP, Rel. 
Des. Ronaldo Andrade, j. 26.06.2012, 3ª Câmara de Direito 
Público, DJ 13.07.2012)(25) 
 
Ante o exposto, é devido o requerimento e concessão dos danos ora solicitados. 
 
VI– DOS PEDIDOS 
 
 
a) A concessão da gratuidade de justiça, por não ter o autor 
condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do 
seu próprio sustento, nos termos do artigo 98 do Código Civil; 
 
b) A citação do réu, na pessoa de seu representante legal, para 
que, querendo, contestarem a ação; 
 
c) e) No mérito, sejam JULGADOS TOTALMENTE 
PROCEDENTES OS PEDIDOS, com o pagamento imediato da 
quantia devida R$ 36,000.00, acrescidas de juros e correção 
monetária; 
 
d) Condene-se ao pagamento das perdas e danos, em razão do 
inadimplemento no valor de R$ 20,000.00; 
 
e) A produção de todas as provas de direito; 
 
f) Condene-se ao pagamento dos honorários advocatícios, 
conforme o art.85, § 2, do Código de Processo Civil; 
 
g) Manifesta o há não realização de audiência conciliatória; 
 
h) Por fim, requer as intimações em nome exclusivamente do 
Advogado,OAB. 
 
Dá à causa o valor de R$ 56.000,00 (cinquenta e seis mil reais). 
 
Nestes termos, Pede 
deferimento. Salvador/BA, 
17 de Março de 2021. 
Advogado, nº da OAB.

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