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BIANCA ABREU-MD3 1 Objetivos 1. Descrever a influência das proteínas (aminoácidos, frações menores da proteína) na formação da urina (são reabsorvidas, secretadas, excretadas?) 1.1. Contextualizar com a creatina, bcaa, whey protein. 1.2. Citar os malefícios da dieta hiperproteica para a função renal. 1.3. O aumento da ingesta hídrica diminui as consequências negativas da suplementação? 2. Como ocorre a metabolização das excretas nitrogenadas (amônia, ácido úrico e ureia) 2.1. Explicar o ciclo da creatina 2.2. Qual a influência do exercício físico nas excretas nitrogenadas e na creatinina? 2.3. Qual a influência no debito urinário? 2.4. Explicar a fórmula de Cockcroft-gault e a depuração de creatinina e a sua influência na função renal. 3. Conceituar diurese. 3.1. Quais os tipos de diuréticos? 3.2. Descrever mecanismo de ação (seis classes) 3.3. Relacionar com a fisiologia urinária 3.4. Porque o hipertenso com a patologia Gota não pode ser medicado com hidroclorotiazida? 3.5. Citar as consequências do uso indiscriminado de diuréticos BIANCA ABREU-MD3 2 REABSORÇÃO DE PROTEÍNA A maior parte das Proteínas Plasmáticas são removidas nos Glomérulos Renais, entretanto, algumas proteínas menores e peptídeos podem passar através da Barreira de Filtração. A maioria das Proteínas Filtradas é, então, removida do Filtrado no Túbulo Proximal. Dessa forma, por serem grandes demais para passar por Transportadores e Canais, as proteínas dos ultrafiltrados, ao alcançar a luz do Túbulo, ligam-se ao Glicocálice que reveste a Membrana Plasmática das Invaginações. Em seguida, as Vesículas Endocitóticas contendo a Proteína ligada brotam das Invaginações e se fundem no Citoplasma Apical para formar os Endossomos Iniciais grandes contendo proteína. Esses Endossomos Iniciais são destinados a se tornar Lisossomos, e as proteínas que sofreram Endocitose são degradadas pelas Hidrolases Ácidas. Os Aminoácidos produzidos na Degradação Lisossômica são reciclados na circulação através do compartimento intercelular e do Tecido Conjuntivo Intersticial. • Aumento da TFG E do FPR A ingestão proteica, alimentar ou através de infusão endovenosa de aminoácidos, aumenta de forma aguda a taxa de filtração glomerular (TFG) e o fluxo sanguíneo renal em até 100% em relação ao nível basal. Estudos realizados concluíram que a TFG e o fluxo sanguíneo renal têm uma relação direta com a quantidade de proteínas na dieta e as proteínas do tipo animal parecem ser as que têm um efeito mais pronunciado a nível renal, seguidas pelas lactoproteínas e, finalmente, pelas proteínas do tipo vegetal. Isto pode ser explicado pelas diferenças na composição dos aminoácidos ingeridos ou na absorção intestinal e passagem pelo sistema porta. Uma ingestão proteica aumentada provavelmente induz uma lesão glomerular mediada hemodinamicamente pelo aumento da pressão e do fluxo intraglomerular. Isto leva a alterações patofisiológicas que, a longo prazo, causam lesão glomerular progressiva, especialmente em rins com patologia subjacente. Outra hipótese pela qual as dietas hiperproteicas podem ser deletéricas a nível renal é devido ao seu conteúdo dietetico excessivo de produtos finais de glicosilação avançada (AGE) que têm uma ação nefrotóxica direta, e o facto de um maior aporte de aminoácidos estimular a formação de AGEs in situ. A formação dos AGEs inicia-se com a ligação não enzimática da glicose com o grupo amina das proteínas e formam uma base Schiff instável. Através de um processo bioquímico lento, estes produtos são convertidos em glicoseproteína aduzida estável, mas, ainda sim reversível, conhecido como Amadori product. Um exemplo é a conhecida Hemoglobina glicosilada (Hbc) utilizada na mensuração da glicose. Nesse estágio, se houver uma diminuição dos níveis glicêmicos, o processo pode ser interrompido e não há a formação de AGEs; entretanto, na manutenção da hiperglicemia, os Amadori products tornam-se altamente estáveis e formam AGEs. BIANCA ABREU-MD3 3 A proteinúria ocorre mais frequentemente quando há dano aos glomérulos e/ou aos túbulos renais. A inflamação e/ou formação de cicatrizes nos glomérulos pode permitir que maiores quantidades de proteínas - e, por vezes, até hemácias (células vermelhas do sangue) - penetrem na urina. O dano aos túbulos pode impedir a reabsorção das proteínas. No geral, o estudo de pessoas com função renal normal ou diminuída apoia a afirmação de que uma dieta hiperproteica aumenta a excreção proteica urinária. A proteinúria se desenvolve, também, quando uma proteína específica está presente no sangue em quantidades extremamente aumentadas, impedindo que os túbulos a reabsorvam por completo. CREATINA: é uma substância Osmoticamente Ativa. Com isso, o aumento da Concentração Intracelular de Creatina pode induzir o fluxo de água para o interior das células, explicando em parte o aumento da massa corporal magra observado após o período de carga da suplementação de Creatina. A Creatina é sintetizada no corpo (no fígado, rins e pâncreas) e derivada de alimentos, como leite, carne vermelha e alguns peixes. Os adultos precisam sintetizar e ingerir uma quantidade total de aproximadamente 2 gramas de creatina diariamente para compensar a perda urinária de Creatinina, o produto de degradação da Creatina. Alguns estudos demonstraram melhora do desempenho, durante movimentos intensos, como, por exemplo, na corrida de curta distância. Outros estudos, no entanto, não encontraram o efeito de otimização do desempenho decorrente da suplementação de Creatina. A ingestão de Creatina adicional diminui a sua síntese, pelo próprio corpo, e não se sabe se a síntese natural se recupera após suplementação prolongada de creatina. Além disso, a suplementação abusiva de creatina causa Desidratação e pode provocar Disfunção Renal. Mais pesquisas são necessárias para determinar tanto a segurança, a longo prazo, quanto a eficácia da suplementação de creatina. BCAA (BRANCH CHAIN AMINO ACIDS) : constituídos de 3 aminoácidos (Valina, Isoleucina e Leucina) que são essenciais (provenientes da dieta). Estes são metabolizados nos Músculos e podem ser utilizados para produzir energia ou construir novas proteínas. Tem um papel importante na recuperação das Lesões Musculares formadas durante o treino (decorrentes dos Aminoácidos retirados para suprir a demanda de energia). Estimula a produção de Insulina, que propicia a absorção de Aminoácidos e outros nutrientes e permite maior entrada de Glicose nas Células. Além disso, atrasa a Fadiga Central. WHEY PROTEIN (PROTEÍNAS SOLÚVEIS DO SORO DO LEITE): as proteínas do soro são extraídas da porção aquosa do leite, gerada durante o processo de fabricação do queijo. Algumas de suas principais funções são: o Anabolismo Muscular, através da redução do Catabolismo Proteico, favorecendo assim o ganho de força muscular e reduzindo a perda de massa muscular durante a perda de peso; redução da gordura corporal; e melhora do desempenho muscular. EXCRETAS É A DESIGNAÇÃO BIOLÓGICA EMPREGADA AOS RESÍDUOS METABÓLICOS QUE PODEM SER TÓXICOS E QUE SÃO ELIMINADOS PARA PERMITIR UM ESTADO DE EQUILÍBRIO INTERNO (HOMEOSTASE) DO ORGANISMO • Excretas Nitrogenadas BIANCA ABREU-MD3 4 São substâncias tóxicas originadas do metabolismo dos aminoácidos. A amônia é a substância mais tóxica e o ácido úrico a menos tóxica. • Anidrido É todo o substrato que é originado a partir da desidratação de um ácido (creatina-fosfato) que por meio dessa reação dá origem a creatinina. Todos os componentes nitrogenados têm origem de um mesmo metabolismo: o metabolismo dos aminoácidos. Nesse sentido, é necessário explicá-lo primeiramente. Os Aminoácidos A origem dos aminoácidos do organismo é tanto da dieta como de proteínas endógenas, sendo essa última uma via de mão dupla, já que tanto as proteínas endógenas podemser degradas gerando aminoácidos, como os próprios aminoácidos podem se unir para formar as proteínas endógenas. O destino dos aminoácidos é bastante diversificado, podendo: • formar compostos nitrogenados não proteicos, como os nucleotídeos; • perder seus grupos aminos (através de uma transaminação e/ou desaminação) e formar aminoácidos de cadeia carbônica, como os ácidos graxos, glicose e glicogênio; • podem sofrer oxidação, gerando o ATP para fornecer energia aos tecidos humanos. Os aminoácidos são formados quimicamente por: • Grupamento carboxilato; • Hidrogênio; • Cadeia lateral – radical: que varia de acordo com o tipo de aminoácido; • Grupamento amina. Sendo que grupamento carboxilado, hidrogênio e a cadeia lateral formam a cadeia carbonada do aminoácido. Os grupos aminas, no organismo, possuem duas grandes funções: podem ser reutilizados para a síntese de novos aminoácidos, já que os mesmos vieram desses compostos; ou podem ser canalizados em um único produto final de excreção, a ureia. Obs.: Os animais terrestres necessitam de vias para a excreção de nitrogênio que minimizem a toxicidade da amônia e sua consequente desidratação, excretando o nitrogênio amínico na forma de ureia, sendo denominados ureotélicos. Desse modo, o ser humano é classificado como ureotélico pelo fato de que excreta maior quantidade de ureia comparado com outras excretas nitrogenadas. Sendo essa escolha de excretas uma resposta adaptativa. Assim, de forma resumida, temos que nos organismos ureotélicos, a amônia depositada na mitocôndria dos hepatócitos é convertida em ureia através do ciclo da ureia, sendo que a produção de ureia ocorre quase que exclusivamente no fígado e muito pouco nos rins, pois o destino da maior parte da amônia do organismo é canalizada para esse órgão. A ureia produzida pelo fígado cai na circulação sanguínea e chega até os rins, sendo excretada na urina. BIANCA ABREU-MD3 5 CICLO DA AMÔNIA METABOLISMO: a Amônia (NH3+) é uma substância bastante tóxica para o nosso organismo. A Amônia é sintetizada em muitos tecidos a partir do Metabolismo da Degradação de Nucleotídeos. A Amônia livre produzida nos tecidos extra-hepáticos se combina com o Glutamato, produzindo L-Glutamina, reação catalisada pela Enzima Glutamina-Sintase que ocorre em 2 etapas: 1. Inicialmente, o Glutamato e o ATP reagem para formar ADP e um Metabólito Intermediário y-Glutamil-Fosfato, que, por sua vez, reage com a NH4+ e forma a Glutamina + PO4-2 inorgânico; 2. A Glutamina é uma forma não tóxica da NH4+, a qual é transportada dos tecidos extra-hepáticos ao sangue e daí, ao Fígado e Rins. Ela está presente em elevadas concentrações no sangue. Ao chegar no Fígado, é conver-tida em Glutamato e NH4+ em uma reação catalisada pela Enzima Glutaminase. A Glutamina que excede as necessidades de biossíntese é transportada do sangue ao Intestino, ao Fígado e aos Rins para ser processada. Nesses órgãos, o Nitrogênio Amídico é liberado como íon Amônio na Mitocôndria, onde a Enzima Glutaminase converte a Glutamina em Glutamato e NH4+. O NH4+ do Intestino e dos Rins é transportado no sangue para o Fígado. No Fígado, a Amônia de todas essas fontes é utilizada na síntese da Ureia. Parte do Glutamato produzido na reação Glutaminase pode ser adicionalmente processada no Fígado pela Glutamato-Desidrogenase, liberando mais Amônia e produzindo esqueletos de carbono para utilização como combustível. Sendo que a maior parte do Glutamato entra em reações de Transaminação necessárias para biossíntese de aminoácidos e para outros processos. Correlação Clínica-Acidose Metabólica: há aumento do processamento de Glutamina pelos Rins. Nesse caso, nem todo o excesso de NH4+ (Amônio) produzido para a corrente sanguínea é convertido em Ureia, sendo, dessa forma, Excretado diretamente na Urina. No Rim, o Amônio forma sais com Ácidos Metabólicos, facilitando sua remoção na Urina. O HCO3- produzido pela Descarboxilação do α-Cetoglutarato no Ciclo do Ácido Cítrico também funciona como um Tampão no Plasma Sanguíneo. Em conjunto, esses mecanismos tendem a contrabalancear a Acidose. A Alanina desempenha um papel importante no Transporte dos Grupos Amino para o Fígado em uma forma não tóxica, por meio de uma via denominada Ciclo da Glicose-Alanina. No Tecido Muscular Estriado Esquelético e em alguns outros tecidos que Degradam Aminoácidos para o fornecimento de energia, os grupos amino são coletados na forma de Glutamato através de uma reação de Transaminação. O Glutamato pode ser, como visto anteriormente, convertido em Glutamina para o transporte ao Fígado e/ou pode transferir o grupo α-Amino para o Piruvato (produto da Glicólise Muscular), numa reação catalisada pela Enzima Alanina-Aminotransferase. No Citosol dos Hepatócitos, a Alanina-Aminotransferase transfere o grupo amino da Alanina para o α-Cetogluta- rato, formando o Piruvato e o Glutamato. Este último, por sua vez, entra na Mitocôndria, onde sofre uma reação catalisada pela Enzima Glutamato-Desidrogenase e libera NH4+ ou sofre Transaminação com o Oxaloacetato e forma Aspartato, um doador de Nitrogênio essencial para a síntese da Ureia. Obs.: a Amônia é altamente lipossolúvel isso faz com que ela cruze a Barreira Hematoencefálica de modo que qualquer condição que aumente os níveis de Amônia na circulação sanguínea também exporá o Cérebro a altas concentrações. Os danos causados incluem perdas de Neurônios, alterações na formação de Sinapses e deficiência geral no Metabolismo Energético Celular. Eliminação de altos níveis de Amônia: requer a Aminação Redutora do α-Cetoglutarato a Glutamato pela Glutamato- Desidrogenase e a conversão de Glutamato em Glutamina pela Glutamina-Sintetase. Ambas as enzi-mas estão em grandes concentrações no Cérebro. BIANCA ABREU-MD3 6 EXCREÇÃO: o NH4+ é produzido pela Glutamina nas Células do Túbulo Contorcido Proximal (processo conhecido como Amoniagênese) e sai da Célula Tubular através de sua Membrana Apical e entra no Fluido Tubular. Proporção significativa de Amônio Secretado pelo TCP é Reabsorvido na Alça Néfrica. O Ramo Ascendente Espesso é o local primário da Reabsorção de Amônio, com o NH4+ substituindo o K+ no Simportador Na+K+2Cl-. Essa NHA4+ Reabsorvido se acumula no Interstício Medular. A Secreção de Amônio nos Ductos Coletores ocorre de duas formas possíveis: 1. Difusão não Iônica e Sequestro Difusional: nesse mecanismo, o NH3+ se difunde do Interstício Medular ao Lúmen Tubular do Ducto Coletor, onde as Células Secretam H+, o que acidifica esse segmento (pH= 4,0 a 4,5). Consequentemente, o NH3+ se difunde do Interstício Medular ao lúmen do Ducto Coletor (Difusão não Iônica), onde é Protonado (próton (H+) liga-se a um átomo) em NH4+ pela acidez do Fluido Tubular. Como o Ducto Coletor é menos permeável ao NH4+ que ao NH3+, o NH4+ é retido no Lúmen Tubular (Sequestro Difusional) e eliminado do corpo na Urina. 2. O Segundo mecanismo envolve os Antiportadores NH4+H+, localizados nas Membranas Basolaterais e Apicais das Células do Ducto Coletor. A Secreção de H+ pelo Ducto Coletor é necessária para a Excreção de NH4+. Se por acaso a Secreção de H+ for inibida, o NH4+ Reabsorvido pelo Ramo Ascendente Espesso da Alça Néfrica não será Excretado na Urina. Ao invés disso, será devolvido à Circulação Sanguínea, onde será convertido em Ureia, pelo Fígado. BIANCA ABREU-MD3 7 A maior parte dos animais terrestres é ureotélica e excreta o nitrogênio amínico na forma de ureia; aves e répteis são uricotélicos, excretando o nitrogênio amínico como ácido úrico. As plantas reciclam praticamente todos os grupos amino, e a excreção de nitrogênio ocorre apenas em circunstâncias muito incomuns. Nos organismos ureotélicos, a amônia depositada na mitocôndria dos hepatócitos é convertida em ureia no ciclo da ureia. A produção de ureia ocorre quase exclusivamente no fígado, sendoo destino da maior parte da amônia canalizada para esse órgão. A ureia passa para a circulação sanguínea e chega aos rins, sendo excretada na urina. CICLO DA UREIA: a produção da Ureia está diretamente ligada à Oxidação dos Aminoácidos, os quais podem sofrer Degradação Oxidativa de 3 maneiras diferentes: (1) durante a Síntese e/ou Degradação fisiológica de Proteínas Celulares; (2) Dietas ricas em proteínas produzem um excedente que é catabolizado; e (3) durante o jejum prolongado ou Diabetes Mellitus, quando os Carboidratos estão inacessíveis ou não são utilizados adequadamente, as Proteínas Corporais são Hidrolisadas e seus aminoácidos são empregados como combus-tível. METABOLISMO: inicialmente, os Aminoácidos perdem seu grupo α-Amino para o átomo de Carbono α do α- Cetoglutarato, numa reação conhecida como Transaminação, mediada por enzimas chamadas Transamina-ses ou Aminotransferases (exemplos: Alanina e Aspartato Aminotransferase). Essa reação gera como produ-to o α- Cetoácido. Ao receber o grupamento amina, o α-Cetoglutarato forma a molécula de L-Glutamato. O Glutamato funciona como um doador de grupos amino para outras reações, e, até mesmo, para vias de Excreção Renal que levam à eliminação dos produtos nitrogenados oriundos do Catabolismo. Nos Hepatócitos, o Glutamato é transportado do Citosol ao interior das Mitocôndrias, onde sofre Desaminação Oxidativa, reação catalisada pela L-Glutamato Desidrogenase, uma enzima presente na Matriz Mitocondrial. Desse modo, o Glutamato perde seu grupo amino para, novamente, formar a molécula de α-Cetoglutarato. A ação combinada entre uma Transaminase + a L-Glutamato Desidrogenase é referida como Transdesaminação. A transferência de grupos amino necessita da presença de Piridoxal-Fosfato (PLP) como Cofator Enzimático. • A TRANSAMINAÇÃO consiste no seguinte processo: o Glutamato perde seu grupo amino para a molécula de Oxala-cetato, que, para receber o grupamento amino, deve perder uma ligação carbonila, e forma-se o Aspartato. A partir daí, a molécula de Aspartato recém-formada está pronta para participar do Ciclo da Ureia. Mas, para que o ciclo se inicie, uma segunda molécula de Glutamato deve sofrer Desaminação. • A DESAMINAÇÃO, por sua vez, consiste nas seguintes etapas: o Glutamato reage com o NADP ou NAD+ e uma molécula de H2O e, nessa reação, ocorre a liberação de NH4+ (NH3+ e H+) da molécula de Glutamato, enquanto que a molécula de H2O doa um H+ para o NADP ou NAD+, formando o NADPH ou NADH e o seu outro H+ é libera-do na Matriz Mitocondrial. Com a liberação de NH4+ (NH3+ e H+), a Amônia (NH3+) reage com o Gás Carbônico (CO2) e forma a molécula de Carbamoil Fosfato, reação esta catalisada pela enzima Carbamoil-Fosfato-Sintetase. Nesse processo, ocorre a quebra de duas moléculas de ATP em ADP, sendo que uma delas fornece o Fosfato necessário para compor a molécula de Carbamoil Fosfato; e o outro ATP fornece a energia necessária para que a reação aconteça. O Carbamoil-Fosfato agora, reage com uma molécula de Ornitina, formando a Citrulina, processo catalisado pela enzima Ornitinatranscarbamilase, e a energia necessária para que isto aconteça advém da perda do íon Fosfato pelo Carbamoil-Fosfato. A molécula de Citrulina recém-formada possui um grupo NH2 ligado a uma Carbonila (C=O), que se originou do Carbamoil-Fosfato, e o restante de sua cadeia carbônica veio da Ornitina. Ressalta-se que, até o momento, todas as reações ocorreram na Mitocôndria. A Citrulina migra ao Citoplasma e nele, reage com a molécula de Aspartato que veio do processo de Transamina-ção do Glutamato a partir da doação de um grupo amino para o Oxalacetato, que originou o Aspartato. Essa reação origina o Argininosuccinato, a qual é catalisada pela enzima Arginina-Succinato-Sintetase. Nesse processo ocorre a quebra do ATP em AMP e Pirofosfato (duas moléculas de Fosfato Inorgânico); como o ATP não foi, inicialmente, clivado em ADP, mas sim em AMP, a contabilidade energética dessa reação passa a ser maior, equivalente à de duas moléculas de ATP. BIANCA ABREU-MD3 8 Parte do Argininosuccinato é removida e forma a molécula de Furamato, a qual sai do Ciclo da Ureia e passa a ter outros destinos metabólicos, como por exemplo, a entrada no Ciclo de Krebs/Ciclo do Ácido Cítrico; e forma a molécula de Arginina, que permanece no Ciclo da Ureia. A Arginina então, a partir da enzima Arginino-Succinato- Liase, forma duas moléculas: Ureia (produto final dessa cascata) + Ornitina, a qual recomeça o ciclo ao reagir com o Carbamoil-Fosfato para formar a Citrulina. A Ureia, então, difunde-se ao sangue e é transportada até os Rins, onde vai ser Excretada na Urina. Curiosidade! O custo energético do Ciclo da Ureia pode ser reduzido a partir das interconexões deste com o Ciclo de Krebs, constituindo o processo de economia energética denominado “Bicicleta de Krebs”. O Furamato gerado pelo Ciclo da Ureia (a partir do Argininosuccinato) é convertido em Malato, o qual é transportado de volta para a Mitocôndria, onde, dentro da Matriz Mitocondrial, ocorre geração de NADH pela reação da enzima Metalodesidrogenase. Cada molécula de NADH pode gerar até 2,5 ATP durante a Respiração Mitocondrial, reduzindo em grandes quantidades o custo energético da síntese de Ureia. FILTRAÇÃO: é livremente Filtrada pelos Capilares Glomerulares e a quantidade de Ureia Filtrada é igual à de Ureia no Plasma. REABSORÇÃO/SECREÇÃO: podem ocorrer pelos mecanismos de Difusão Simples ou Difusão Facilitada. REABSORÇÃO: Túbulo Contorcido Proximal: 50% da Ureia Filtrada é Reabsorvida por Difusão Simples por meio das Junções Celulares Epiteliais (Via Paracelular). Devido à Reabsorção de água no TCP, a concentração de Ureia no Lúmen BIANCA ABREU-MD3 9 Tubular aumenta em relação à Ureia Sanguínea; cria-se, então, um gradiente favorável à Reabsorção Passiva de Ureia. Ao final do TCP, 50% da Ureia ainda permanece no Lúmen. Inicialmente, as concentrações de Ureia no Filtrado e no Líquido Extracelular são iguais. Entretanto, o Transporte Ativo de Na+ e de outros solutos para fora do Lúmen Tubular Proximal gera um gradiente de concentração. Quando o Na+ e outros solutos são Reabsorvidos no TCP, a transferência de partículas Osmoticamente Ativas torna o LEC mais concentrado do que o Filtrado que permaneceu no Lúmen Tubular. Em resposta ao gradiente osmótico, a água se move por Osmose através do epitélio, saindo do Lúmen Tubular e indo para o LEC. Quando a água é Reabsorvida, a Concentração de Ureia no Lúmen Tubular aumenta. Uma vez que o gradiente de concentração de Ureia existe, a ureia move-se do lúmen tubular para o LEC para ser Reabsorvida pelo Capilar Peritubular, sendo transportada através das células ou pela Via Paracelular. Obs.: a Reabsorção da Ureia no TCP está relacionada de forma inversa com o Fluxo da Urina. Assim, em condições de alto fluxo, cerca de 40% da Ureia da Urina é Reabsorvida, enquanto em casos de pouco fluxo (Desidratação e outros problemas Pré-Renais ou Pós-Renais) até 70% da Ureia pode ser Reabsorvida. Ramo Ascendente Espesso da Alça Néfrica/ Túbulo Contorcido Distal/ Ductos Coletores Corticais/ Ductos Coletores da Zona Externa Medular: todas essas estruturas são impermeáveis à Ureia, de modo que nenhum transporte de Ureia ocorra nesses segmentos para fora da estrutura tubular. Entretanto, nos Ductos Coletores da Zona Interna Medular, existem transportadores específicos para a Difusão Facilitada de Ureia (Transportador de Ureia 1, UT1) que são ativados pelo ADH. Dessa maneira, em presença de ADH, a Ureia é Reabsorvida pelo UT1 a favor de seu gradiente de concentração do lúmen para o Líquido Intersticial da Zona Interna da Medula Renal. Na presença do ADH, cerca de 60% da Ureia filtrada é Reabsorvida, deixando aproximadamente 40% para ser excretada na Urina. SECREÇÃO: Ramo Descendente Delgado da Alça Néfrica: a Ureiaé Secretada nessa região pois há uma alta concentração Dessa substância no Líquido Intersticial da Zona Interna da Medula, onde a Alça Néfrica está situada. O Ramo Descendente Delgado atravessa a Medula Interna Renal e a Ureia se difunde do Líquido Intersticial, onde está em maior concentração, ao Lúmen Tubular. A Difusão é facilitada pelo Transportador UT-A2. CICLO DO ÁCIDO ÚRICO: os Nucleotídeos possuem diversas funções no organismo humano, tais como: (1) formar o DNA (a partir da Desoxirribose) e o RNA (a partir da Ribose); (2) síntese de alguns sinalizadores celulares (AMPcíclico, ADP, AMP, ADP-Ribose, ADP-Ribose Cíclica); síntese de Transportadores de Intermediários BIANCA ABREU-MD3 10 Metabólicos Ativos, como o UDP-Glicose, UFDP-Diaglicerol, ADP-Ribose; (3) formação de diversas Coenzimas, como a Coenzima A, FAD, NAD e NADP; (4) fornece energia para as Vias Metabólicas a partir da formação de ATP. FONTES: os Nucleotídeos possuem 3 principais fontes: Endógenas (Metabolismo Celular e a síntese de Bases Nitrogenadas) e Exógena (alimentação). No processo de Degradação Celular, por exemplo, ocorre o reapro- veitamento das Bases Nitrogenadas Purínicas e Pirimídicas. A partir da dieta, ocorre a ingestão de DNA de outros seres vivos. Tanto a via do Metabolismo quanto a da dieta convergem para rotas de recuperação de Nucleotídeos que permitem a reutilização de Bases Púricas pré-formadas, constituindo a Via de Salvação das Purinas. METABOLISMO: o precursor da via se dá a partir da transformação da Glicose em Glicose-6-Fosfato pela quebra de uma molécula de ATP em ADP. A Ribose-6-Fosfato, por sua vez, sofre ação de uma enzima denominada PRPP- Sintase, a qual adiciona um Pirofosfato derivado da quebra de ATP em AMP à molécula de Ribose, formando o 5- Fosforibosil-1-Pirofosfato, denominado PRPP. O PRPP sofre, então, ação da Enzima Fosforibosil-Amidotransferase, que adiciona um grupo amina a partir da Glutamina presente no local de síntese (formando, assim, o Glutamato a partir da Glutamina), ocorrendo, também, a saída do Radical Pirofosfato. Essa reação origina a molécula de 5-Fosforibosilamina, a qual forma o IMP, AMP e GMP. O IMP, por sua vez, origina duas moléculas: 1. AMP: origina-se a partir do precursor Adenilsuccinato. A formação do último se dá pela Enzima Adenilosuc-cinato Sintetase, que quebra a molécula de Aspartato e GTP em GDP + PO4-2 inorgânico. A partir da formação do Adenilsuccinato, a ação da Enzima Adenilosuccinato Liase libera uma molécula de Furamato do Adenilsuccinato, formando o AMP; 2. GMP: origina-se a partir do precursor Xantina Monofosfato (XMP). O XMP é formado pela Enzima IMP-De- sidrogenase, o qual forma o GMP numa reação em que a Glutamina, reagindo com o ATP e a água doa seu grupo amino para o XMP e forma o Glutamato, AMP e Pirofosfato. O AMP, então, sofre uma Desaminação a partir da Enzima Desaminase e é convertido em IMP, o qual forma a molécula de Inosina. A Inosina, pela adição de um PO4-2 inorgânico e pela saída as Ribose-1-Fosfato, transforma-se em Hipoxantina, a qual, pela ação da Enzima Xantina-Oxidase, a qual catalisa uma reação de Oxidação, forma a Xantina, que também sofre ação da Xantina-Oxidase e forma uma molécula de Ácido Úrico. Obs.: o AMP também pode formar a Adenosina, numa reação que também se dá pela adição de uma molécula de água e pela remoção de um PO4-2. A Adenosina também sofre Desaminação e forma a molécula de Inosina. O GMP, a partir do XMP, também participa da formação do Ácido Úrico. A cascata se inicia quando o GMP é convertido em Guanosina pela adição de uma molécula de água e pela saída do PO4-2 inorgânico. A Guanosina, por sua vez, é transformada em Guanina pela adição de um PO4-2 inorgânico e pela saída da Ribose-1-Fosfato. Essa Guanina sofre uma Desaminação, reação esta catalisada pela Enzima Desaminase, que promove uma reação de Hidrólise com a saída simultânea do grupo amino da Guanina, formando a Xantina. A Xantina, dessa forma, sofre ação da Xantina- Oxidase, que, por meio de uma reação de Oxidação, forma o Ácido Úrico. *Correlação Clínica 1-Gota: é uma doença que resulta do Processo Inflamatório Doloroso derivado do acúmulo de Ácido Úrico nas Articulações, Tecidos Sinoviais, Ossos e Pele. É um problema hereditário que pode estar associado à Hiperatividade da Enzima PRPP-Sintetase. A doença pode ser reversível por meio da mudança de hábitos alimentares (redução da ingestão de carnes vermelhas) e tratamento medicamentoso, como o Alopurinol, um inibidor da Xantina Oxidase, uma enzima responsável pela conversão das Purinas em Ácido Úrico. FILTRAÇÃO: o Urato Plasmático (forma aniônica do Ácido Úrico) é livremente Filtrado no Glomérulo Renal. Cerca de 5% do Ácido Úrico circulante está ligado a proteínas, o que significa dizer que todo o restante poderá ser filtrado pelos Glomérulos Renais livre-mente. REABSORÇÃO/SECREÇÃO: BIANCA ABREU-MD3 11 Túbulo Contorcido Proximal: ocorrem três processos distintos: Porção Inicial do TCP: ocorre Reabsorção de 90 a 100% do que foi Filtrado. A Reabsorção de Urato pode ser mediada por um Cotransportador Urato-HCO3- presente na Membrana Apical das Células Tubulares, o qual opera em paralelo ao Transportador Na+H+. Segmento S2 do TCP: ocorre Secreção de Urato, proporcionando um retorno de 50% do que havia sido Reab- sorvido novamente ao Lúmen Tubular. A Secreção depende de um Transporte Ativo Secundário que envolve um Cotransportador de Na+ que permite a Excreção Renal de Ácido Úrico e também de fármacos, como a Aspirina, Antibióticos e Diuréticos. O número e a distribuição de Cargas Negativas parecem ser os principais determinan-tes do grau de ligação. Os compostos formados adentram a Célula Tubular através de um Cotransporte com o Na+ e, também, podem ser produzidos nessas Células, criando um gradiente favorável que servirá como um medidor nas Trocas Aniônicas. Nesse caso, foram identificados 3 Proteínas Transportadoras: o Transportador de Ânions Orgânicos (OAT), um transportador de Antiporte que troca dois ânions em uma troca eletricamente neutra; o Transportador de Urato (URAT1), que é um trocador de ânions com especificidade para o Urato; e o Transportador de Urato (UAT), um transportador de Urato Uniporte eletrogênico. Além disso, um gradiente elétrico favorável poderá propiciar um transporte por Difusão Facilitada de um ânion orgânico para o interior da luz tubular, permitindo, desta forma, a sua Secreção. Obs.: o Transportador de Ânions Orgânicos (OAT), que troca ânions em um processo eletricamente neutro (não específico), é um Transportador Ativo Indireto, que utiliza o movimento do Dicarboxilato a favor do seu gradiente de concentração para deslocar um Ânion Orgânico contra o seu gradiente, transferindo-o para o interior da célula. No passo final, uma vez que o ânion orgânico está concentrado no interior da Célula Tubular, ele pode ser facilmente transportado por Difusão Facilitada para o interior do Lúmen Tubular. Segmento S3 do TCP: ocorre a Reabsorção Pós-Secretória. A creatinina é um catabolito do metabolismo muscular da creatina-fosfato. A creatina encontra-se presente no músculo, cérebro e sangue, na forma livre e na forma de fosfocreatina. Pode também ser encontrada na urina em baixa concentração. A creatinina é o anidrido da creatina e é formada, em grande parte, no músculo, a partir da creatina-fosfato, por desidratação e ciclização, numa reação não enzimática, irreversível. A creatinina plasmática é derivada, praticamente na sua totalidade, do catabolismo da creatina presente no tecido muscular. A creatina é um metabólito utilizado para armazenar energia no músculo, na forma de fosfocreatina, e sua degradação para creatinina ocorre de maneira constante, ao redor de 2% do total de creatina diariamente. A concentração sanguínea de creatinina é proporcional à massa muscular. Por esse motivo, em situações deatrofia muscular e outras enfermidades relacionadas, ocorre diminuição do teor de creatinina plasmática. Ao mesmo tempo, em situações de exercício prolongado ou intenso, pode ser observado um aumento nos níveis plasmáticos de creatinina. A excreção de creatinina só se realiza por via renal, uma vez que ela não é reabsorvida nem reaproveitada pelo organismo. Por isso, os níveis de creatinina plasmáticos refletem a taxa de filtração glomerular, de forma que níveis altos de creatinina indicam uma deficiência na funcionalidade renal. Além disso, ela não é afetada pela dieta nem pelo catabolismo proteico e aumenta pouco em casos de desidratação ou falha cardíaca, a não ser em casos severos. Entretanto, aumenta de forma significativa e rápida na insuficiência renal. FONTES: é um composto orgânico derivado dos aminoácidos. Na Fibra Muscular Esquelética, onde é armazenada, a Creatina (aminoácido chamado Ácido alfa-Metil Guanidina-Acético) em sua forma Fosforilada, Creatina-Fosfato BIANCA ABREU-MD3 12 (CP) constitui uma reserva de energia para a rápida regeneração de Trifosfato de Adenosina (ATP) em exercícios de alta intensidade e curta duração. A Creatina Orgânica tem duas fontes: Endógena (a partir de 3 aminoácidos, sendo eles: Arginina, Glicina e Metionina) e Exógena (a partir da alimentação, especialmente a ingestão de carnes). METABOLISMO: este composto nitrogenado inicia seu ciclo de formação no Rim, em uma reação envolvendo dois aminoácidos: Arginina e Glicina. A reação é catalisada pela Enzima Transamidase. Posteriormente, a Creatina completa sua síntese pela adição de um grupo metil fornecido a partir da Metionina (S-Adenosilme-tionina), numa reação que, agora, ocorre no Fígado. Desse modo, é distribuída aos diversos tecidos. Seu destino principal é o Tecido Muscular Esquelético (95%) e o restante (5%) se distribuem entre os órgãos como Coração, Cérebro, Retina e Testículos. A síntese de Creatina se inicia com o processo de Transamidação, onde ocorre a transferência de um grupo Amidina da Arginina para a Glicina para formar o Guanidinoacetato e a Ornitina. A enzima que catalisa essa reação é a Transamidinase. A seguir, a enzima Metiltransferase promove a adição irreversível de um grupo metila da S- Adenosilmetionina ao Guanidinoacetato, formando a molécula de Creatina. A Enzima Creatinoqui-nase (CK) catalisa o ATP, formando fosfato de creatina e ADP. No músculo esquelético existe um equilíbrio reversível entre a Creatina e a Creatina-Fosfato: na condição de repouso, aproximadamente dois terços do conteúdo de Creatina está na forma Fosforilada (CP) e o restante fica na forma livre. A conversão de Fosfocreatina em Creatinina é uma reação não enzimática e irreversível, na qual participam as enzimas arginina: Glicina Amidinotransferase (AGAT), Guanidinoacetato Metiltransferase (GAMT) e Creatina- Quinase (CK). SECREÇÃO: ocorre de maneira diminuta nos Túbulos Contorcidos Proximais e Distais. A Creatinina é um Catabólito Muscular da Creatina-Fosfato. A formação ocorre, em grande parte, nos Músculos Esqueléticos. Ocorre uma Reação de Transaminação a partir da Arginina para a Glicina, formando o Ácido Guani- doacético (Glicociamina), processo que ocorre nos Rins. No Fígado, a Glicociamina sofre Metilação, sendo o aminoácido Metionina o doador dos grupos metila. • A taxa de produção da creatinina também está relacionada à massa muscular e à atividade muscular do indivíduo, bem como à ingestão da creatina oriunda da carne. “Os resultados obtidos, neste estudo, relatam, em nível preliminar, a influência da massa muscular e da atividade física nos níveis plasmáticos de creatinina. Considerando que nenhuma instrução relativa ao exame "creatinina no sangue" é fornecida pelos laboratórios clínicos aos clientes, é possível que um indivíduo pratique atividade física antes de se dirigir ao laboratório para realizar o referido exame e que apresente o resultado alterado (elevado), o que pode resultar em conclusões equivocadas quanto à condição renal do paciente. Cumpre ainda ressaltar que o clínico deve considerar a massa muscular do indivíduo, ao interpretar o resultado de creatinina plasmática, não se atendo apenas aos valores de referência estabelecidos.” BIANCA ABREU-MD3 13 • Durante o exercício físico, o aumento na produção de amônia é um efeito combinado tanto da desaminação das purinas nucleotídeos quanto do catabolismo dos aminoácidos. Os valores da concentração de amônia atingidos, durante o exercício físico, são extremamente elevados ao se comparar com os valores de repouso, podendo aumentar em até 100%. A avaliação da taxa de filtração glomerular é fundamental no diagnóstico e monitoramento dos pacientes com insuficiência renal aguda, no diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com doença renal crônica (DRC), na determinação de desfecho renal e cardiovascular, na adequação das doses dos medicamentos de eliminação renal e, também, no processo decisório sobre o início da terapia renal substitutiva. Seu valor normal depende de uma série de fatores, como, idade, do sexo e do tamanho do indivíduo, mas, normalmente, corresponde em torno de 120 ml/min. É importante ressaltar que, por dia, um rim funcionante normal filtra cerca de 170 litros de plasma nos glomérulos, sendo que, cerca de 168 litros retornam ao intravascular através do processo de reabsorção tubular. Os dois litros restantes são eliminados como urina, carreando uma série de substratos, por exemplo, escórias nitrogenadas derivados do metabolismo proteico (uréia, creatinina, etc). A depuração da creatinina em urina de 24 horas promove uma razoável estimativa da TFG, apresentando valor normal entre 91-130 ml/min. É o exame mais utilizado atualmente, pelo baixo custo e fácil acessibilidade, porém não preenche os critérios de um marcador ideal, uma vez que, apesar de não ser reabsorvida pelo túbulo, a creatinina é secretada no TCP, fazendo com que sua depuração superestime os valores da TFG. Como uma das principais desvantagens, pode-se citar a coleta em 24 horas. 𝑫𝑪𝑬 = 𝑼𝒙𝑽𝒙𝟏, 𝟕𝟑 𝑺𝒙𝑨 *Valores normais: ⎯ CRIANÇAS: 70-140 mL/min/1.73m2 ⎯ HOMENS: 85-130 mL/min/1.73m2 ⎯ MULHERES: 75-115 mL/min/1.73m2 ⎯ IDOSOS: após os 40 anos de idade, espera-se uma redução de aproximadamente 6,5 mL/min/1.73m2 a cada 10 anos. Outras maneiras para se detectar os altos valores do clearence de creatinina são por meio de fórmulas matemática. Nas últimas décadas, diversos trabalhos desenvolveram fórmulas para estimar esse valor. A mais utilizada em pacientes adultos, atualmente, é a de Cockcroft-Gault, por ser a mais fácil de memorizar e calcular: U = creatinina na urina (mg/dl); S = creatinina no sangue (mg/dl); V = volume-minuto; A = área da superfície corporal do paciente; 1,73 = área da superfície corporal média. BIANCA ABREU-MD3 14 Contudo, é importante conhecer suas limitações: • Ela superestima a TFG em pessoas extremamente obesas, já que parte considerável do peso desses indivíduos não é de massa muscular, e sim tecido adiposo (que não secreta creatinina); • Em pacientes desnutridos, idosos, crianças e gestantes, tem-se como esperado a apresentação de valores irreais devido às variações na proporção de massa muscular em relação ao peso corpóreo total. Por definição, os diuréticos são fármacos que aumentam a velocidade do fluxo de urina; entretanto, os diuréticos clinicamente úteis também aumentam a taxa de excreção do Na+ (natriurese) e de um ânion associado, em geral CI. O NaCl no organismo é o principal determinante do volume de líquido extracelular, e as aplicações clínicas dos diuréticos visam, em sua maioria, à redução do volume de líquido extracelular ao diminuir o conteúdo corporal total de NaCI. Os diuréticos não apenas alteram a excreção de Na+, como também podem modificar o processamentorenal de outros cátions (p. ex., K+, H+, Ca+ e Mg2+), ânions (p. ex., cia CI, HCO3 e H2PO4) e ácido úrico. Além disso, os diuréticos podem alterar indiretamente a hemodinâmica renal. Exemplo farmacológico: Acetazolamida. Atuam no TCP Atuam inibindo a anidrase carbônica tanto citoplasmática como tubular e assim, impedem a absorção adequada de HCO3- (BIC). Ou seja, aumentam a eliminação de BIC que é acompanhado de Na+, K+ e água. Resultado da urina: Maior PH -> Alcalinização da urina. Obs.: pode gerar uma acidose metabólica; não é muito utilizado como diurético (aumentando diurese) mas como tratamento de glaucoma (aumento de pressão intraocular), reduzindo a formação do humor aquoso. Exemplo farmacológico: Manitol. Atuam na alça néfrica→atuam em áreas néfricas que tem passagem livre de água, como: túbulo proximal, ramos descendentes da alça néfrica e ductos coletores. São substâncias farmacologicamente inertes filtradas no glomérulo, mas não reabsorvidas pelo néfron. Atuam aumentando a força osmótica no fluído tubular o que diminui consideravelmente a reações passiva de água e consequentemente um volume maior de líquido continua dentro do túbulo. Exemplos farmacológicos: Furosemida. Atuam na alça néfrica BIANCA ABREU-MD3 15 São os mais potentes; a eliminação de Na+ causada por ele é de cerca de 15-25% do Na+ filtrado. A literatura descreve sua ação em uma frase: “o fluxo urinário causado por ele é torrencial.” Atuam no ramo ascendentes espesso, inibindo o transportador de Na+/K+/2Cl- na membrana luminal, combinando-se com o sítio de ligação do Cl- . Aumentando a oferta de Na+ no néfron distal, causando perda de H+ e K+; além de perda de Ca2+ e Mg2+. Exemplo farmacológico: Hidroclorotiazida. Atuam no TCD Ligam-se ao sítio do Cl- no sistema de cotransporte tubular distal de Na+/Cl-, inibindo sua ação e causando natriurese (perda de íons sódio em excesso) e cloreto na urina. Exemplo farmacológico: Amilorida. Atuam no ducto coletor inibição do influxo de Na+ através do bloqueio dos canais iônicos da membrana luminal, não gerando força potencial o suficiente para que tenha a secreção de K+. Exemplo farmacológico: Espironolactona. Atuam no ducto coletor Competem com a aldosterona por seus receptores intracelular, assim inibindo a retenção de Na+ e a secreção de K+ em nível distal. RISCOS DO USO INDISCRIMINADO DE DIURÉTICOS Os diuréticos podem causar hipovolemia (diminuição do volume de sangue), hipocalemia, hiponatremia (nível baixo de sódio), alcalose ou acidose metabólica e hiperuricemia (níveis altos de ácido úrico no sangue). Cada um desses efeitos são riscos próprios a certos tipos de diuréticos e se apresentam com sintomatologias diferentes. Em geral, os sintomas que podem gerar são náuseas, vômitos, queda da pressão arterial, principalmente ao se levantar, taquicardia ou arritmia cardíaca, sede, xerostomia (boca seca), câimbras, fadiga muscular, sonolência, fraqueza e letargia, tontura, agitação, sensibilidade à luz, alterações na habilidade de concentração e de reação. 1 - Perda da termorregulação do corpo, podendo chegar até a provocar parada cardíaca. 2 - Perda de potássio e sódio: câimbras e alto risco de arritmias cardíacas e suas graves complicações. 3 - Quedas da pressão arterial com riscos cardiovasculares e suas consequências danosas para o funcionamento dos rins e do coração. 4 - Induzir o aparecimento de diabete melito. 5 - Aumento da fotossensibilidade da pele ao sol. 6 - Diminuição do desempenho aeróbico e força muscular. http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/820749/alcalose+como+ela+e.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/820804/acidose+o+que+e+importante+conhecer.htm http://www.abc.med.br/p/312980/o+que+e+acido+urico.htm http://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/325850/nauseas+e+vomitos+eles+te+incomodam.htm http://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/325850/nauseas+e+vomitos+eles+te+incomodam.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/567802/arritmia+cardiaca+conceito+causas+sintomas+diagnostico+tratamento+evolucao+e+possiveis+complicacoes.htm http://www.abc.med.br/p/saude-bucal/334895/boca+seca+ou+xerostomia+quais+sao+as+causas+o+que+fazer+para+melhorar.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/296750/caimbras+quais+sao+as+causas+e+como+evita+las.htm BIANCA ABREU-MD3 16
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