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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL DEISE BRODT RODRIGUES LUCAS DE OLIVEIRA HOFFMANN YASMIN OLIVEIRA MARTINS ESTUDO COMPARATIVO DOS ANCESTRAIS HOMINÍDEOS COM O Homo sapiens PORTO ALEGRE 2020 2 Sumário Introdução ................................................................................................................... 4 1. Sahelanthropus tchadensis ............................................................................... 5 Tabela comparativa 01 ................................................................................................ 6 2. Orrorin tuginensis .............................................................................................. 7 Tabela comparativa 02 ................................................................................................ 8 3. Ardipithecus kadabba ........................................................................................... 9 Tabela comparativa 03 .............................................................................................. 10 4. Ardipithecus ramidus ....................................................................................... 12 Tabela comparativa 04 .............................................................................................. 13 5. Australopithecus anamensis ............................................................................ 15 Tabela comparativa 05 .............................................................................................. 16 6. Australopithecus afarensis .............................................................................. 17 Tabela comparativa 06 .............................................................................................. 18 7. Australopithecus africanus .............................................................................. 20 Tabela comparativa 07 .............................................................................................. 21 8. Australopithecus garhi ..................................................................................... 23 Tabela comparativa 08 .............................................................................................. 24 9. Paranthropus aethiopicus ................................................................................ 25 Tabela comparativa 09 .............................................................................................. 26 10. Paranthropus boisei ..................................................................................... 27 Tabela comparativa 10 .............................................................................................. 28 11. Paranthropus robustus ................................................................................. 29 Tabela comparativa 11 .............................................................................................. 30 12. Homo habilis ................................................................................................ 32 Tabela comparativa 12 .............................................................................................. 33 3 13. Homo erectus ............................................................................................... 35 Tabela comparativa 13 .............................................................................................. 36 14. Homo ergaster ............................................................................................. 38 Tabela comparativa 14 .............................................................................................. 39 15. Homo heidelbergensis .................................................................................. 41 Tabela comparativa 15 .............................................................................................. 42 16. Homo floresiensis ......................................................................................... 43 Tabela comparativa 16 .............................................................................................. 44 17. Homo neanderthalensis ............................................................................... 46 Tabela comparativa 17 .............................................................................................. 47 18. Homo sapiens .............................................................................................. 49 Tabela comparativa 18 .............................................................................................. 50 Conclusão ................................................................................................................. 52 Referências ............................................................................................................... 55 4 Introdução O conhecimento sobre os ancestrais aumentou consideravelmente ao longo dos anos e estamos cada vez mais próximos de compreender a árvore genealógica hominídea, que faz parte também da árvore genealógica dos humanos modernos. A evolução gerou diferentes espécies, as quais sofreram mutações e se adaptaram ao novo habitat. Todas essas espécies são frutos de outra, sendo o ancestral comum entre humanos e chimpanzés. Apesar da incerteza de qual seria a espécie que dividiu a linhagem dos chimpanzés e humanos, usamos o bipedalismo para diferenciá-los. Analisando esqueletos fósseis, podemos identificar tal característica através da observação do forâmen Magnum. Nos seres bípedes, o forâmen Magnum está localizado embaixo do crânio, na porção central. Em seres como gorilas e chimpanzés, que só andam em duas pernas com pouca frequência, o forâmen Magnum está localizado um pouco mais atrás. Através destes estudos, até o momento, o provável ancestral da linhagem humana é o Sahelanthropus. Os hominídeos são classificados em dois gêneros: O primeiro é o Australopithecus, do latim australis, que significa “meridional” e pithecus, que significa “macaco”. O segundo é o gênero Homo, o qual pertencemos. Não se sabe se o Homo evoluiu do Australopithecus ou se ambos são gêneros independentes, ligados a um ancestral comum. Entretanto, tudo indica que os primeiros hominídeos viveram na África do Sul – Oriental. 5 1. Sahelanthropus tchadensis Considerado pelos descobridores o ancestral humano mais antigo conhecido após a divisão da linha humana da dos chimpanzés, estipula-se que essa espécie viveu entre 6 a 7 milhões de anos atrás na África Centro-Oeste (Chade). Pela falta de restos esqueléticos, não é possível determinar se foram bípedes. Sua alimentação era baseada em frutos e folhas e seu volume craniano podia variar entre 320 e 350 cm³. O nome do gênero é composto de duas palavras. Sahel é a área da África perto do sul do Saara, onde os fósseis foram encontrados e anthropus é baseado na palavra grega que significa “homem”. O epíteto específico thadensis refere-se ao Chade, país em que foi encontrado. Dessa maneira, tem como significado “homem do Sahel do Chade”. Figura 01: foto de Sahelanthropus tchadensis - modelo principal - macho adulto - em exibição no Hall of Human Origins no Museu de História Natural Smithsonian em Washington, DC - 2012-05- 17 (Imagem:Tim Evanson. Disponível em: <http://www.macroevolution.net/picture-of- sahelanthropus-tchadensis.html>. Acesso jul.de 2020.) 6 Tabela 01 Sahelanthropus tchadensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Base mais alongada, possui aparência semelhante a um macaco. Esplancnocrânio Dentes caninos menores, área nasal relativamente plana e grande fossa canina. Gradeado costalO gradeado costal é maior e mais largo do que o encontrado no Homo sapiens. Coluna vertebral A posição do forame magno indica que a coluna vertebral estava localizada na parte abaixo do crânio. - Posições diferentes, visto que a coluna vertebral do Homo sapiens está localizada na parte de trás do crânio. Ossos ilíacos Estrutura pélvica larga. - Além da diferença da largura, sua ligação do fêmur é mais evidente. Membros superiores Nenhum material pós-crânio foi encontrado. - Não se aplica. Membros inferiores Nenhum material pós-crânio foi encontrado. - Não se aplica. 7 2. Orrorin tuginensis O Orrorin tuginensis viveu há aproximadamente 6 milhões de anos na região de Tungen Hills (atual Quênia) nos locais Cheboit, Kapsomin, Kapcheberek e Aragai. Os vinte fósseis encontrados foram datados entre 6 e 5,8 milhões de anos atrás, sendo compostos por cinco indivíduos, incluindo um fêmur, que sugere que essa espécie praticava locomoção bípede. Além disso, seu braço sugeria habilidades de escalador e seus dentes e fragmentos da mandíbula inferior indicavam uma dieta parecida com a dos humanos modernos, pois os molares eram maiores e os caninos eram pequenos e primitivos, sugerindo que o O. tuginensis comia frutas, vegetais e carne. Seu peso era cerca de 40 kg e sua altura chegava a 1,2 m. Orrorin significa “homem original” no dialeto Tugen e tugenensis presta tributo a região onde foi encontrado. Figura 02: foto de Orrorin tuginensis. (Disponível em: <https://i.pinimg.com/236x/bb/03/96/bb03966f676ac26a71a1eb50d04d5bb9.jpg>. Acesso jul.de 2020.) 8 Tabela 02 Orrorin tuginensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Provavelmente do tamanho de um chimpanzé moderno, mas a falta de material craniano torna isso difícil de determinar. - Não se aplica. Esplancnocrânio Poucas informações. Apresentava uma anatomia dentária primitiva. - Os dentes apresentavam esmalte espesso e são relativamente pequenos, embora os caninos sejam relativamente grandes e pontiagudos em comparação com os humanos. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. Membros superiores Poucas informações. Apresentava um úmero largo, sugerindo um tamanho idêntico a um chimpanzé. - Poucas informações. Suas falanges eram curvadas, parecidas com as dos macacos. Membros inferiores Poucas informações. O fêmur era diferente do dos humanos modernos. Entretanto, a articulação do fêmur com a bacia é maior do que as encontradas nos macacos atuais. 9 3. Ardipithecus kadabba O Ardipithecus kadabba é uma espécie hominina inicial encontrada no vale do Médio Awash da Etiópia datada de 5,2 e 5,8 milhões de anos atrás. Apresentavam os primeiros sinais de bipedalismo e morfologia dentária dos hominídeos, a maior parte dos fósseis encontrados foram dentes e fragmentos da mandíbula. Os grandes molares posteriores e os incisivos mais estreitos (comparados aos chimpanzés) sugerem que a dieta incluía mais alimentos fibrosos do que apenas frutas e folhas. O nome é derivado do idioma local do Afar. Ardi significa “solo” ou “piso” e é combinado com a palavra grega latinizada pithecus, que significa “macaco”. O nome da espécie kadabba significa “ancestral mais antigo” na língua Afar. Figura 03: Reconstrução do Ardipithecus kadabba. (Ilustração feita por Oleg Osipov. Disponível em: <https://extinct-animals.fandom.com>. Acesso jul de 2020.) 10 Tabela 03 Ardipithecus kadabba Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentava o tamanho semelhante aos chimpanzés modernos. - Poucas informações para citar as diferenças evolutivas. Esplancnocrânio Fotos dos dentes caninos do A. kadabba, seu crânio não foi encontrado. - Apresentava algumas características dentárias primitivas, como esmalte dentário espesso e caninos relativamente grandes em comparação com os humanos. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Semelhante ao tamanho dos chimpanzés modernos. - Poucas informações para citar as diferenças evolutivas. Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. Membros superiores Apresentava ossos dos dedos relativamente grandes e com fortes articulações. - Os ossos do rádio e ulna eram mais curvados. Sua articulação do cotovelo permitia uma maior mobilidade, característica encontrada nos macacos atuais. Membros inferiores Fotos da falange proximal do Ardipithecus kadabba. - Poucas informações, apresentava sinais de bipedalismo devido a orientação do quarto dedo do pé, essa inclinação é também 11 encontrada no Homo sapiens. 12 4. Ardipithecus ramidus O Ardipithecus ramidus é um primata que viveu há aproximadamente entre 4,8 a 4,1 milhões de anos atrás durante o Plioceno, na região da atual Awash na Etiópia, que nesta época era arborizada e úmida entre palmeiras e figueiras. O desgaste dental indica uma alimentação menos abrasiva do que o A. afarensis, baseada em frutas e folhas mais macias, isentas de silício, que é comum em gramíneas e outras vegetações rasteiras. No solo, andavam sobre duas pernas a curtas distancias, como evidenciado pela forma de sua bacia, porém seu hálux era completamente oposto aos outros dedos e o arco muito plano, similar a outros macacos extintos e atuais, dificultavam longos passeios. Nas árvores não eram tão ágeis e rápidos como os chimpanzés, as mãos não tinham as adaptações necessárias para permitir a suspensão por longos períodos. Possuíam uma capacidade craniana de 300 a 360cm³. O nome é derivado do idioma Afar local. Ardi significa “chão” e pithecus é o grego latinizado para “macaco”. O nome ramid significa “raiz” na língua Afar. Figura 04: Representação gráfica do Ardipithecus ramidus. (Disponível em: <http://www.avph.com.br/jpg/ardipithecusramidus1.jpg>. Acesso jul de 2020.) 13 Tabela 04 Ardhipithecus ramidus Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Possuía uma capacidade craniana inferior. A base do crânio é curta da frente para trás. Esplancnocrânio A mandíbula exibe uma projeção frontal significativa em comparação com os humanos. Apresenta uma crista acima da órbita ocular mais aparente. Gradeado costal Poucas informações. Apresentava uma caixa torácica cilíndrica em comparação a encontrada no humano moderno. Coluna vertebral Poucas informações. Sua cabeça ficava exatamente acima da coluna cervical. Ossos ilíacos A forma das lâminas superiores (ílio) parece curta e larga como o - A parte inferior da pelve é grande e o ângulo da superfície 14 Australopithecus afarensis. isquiática não fica voltado para cima como acontece nos humanos. Essa característica primitiva sugere que esta espécie tinha músculos enormes nos membros posteriores para escalar e não andava. Membros superiores Apresentavam braços longos e poderosos. Os ossos dos dedos eram relativamente maiores e curvados. Membros inferiores Os ossos dos pés eram relativamente planos e sem arcos. A orientação de seu hálux era oposta aos outros metacarpos. 15 5. Australopithecus anamensis Os fósseis do Australopithecus anamensis foram recuperados de sedimentos em Kanapoi e Allia Bay, perto do Lago Turkana no Quêniae datados entre 3,8 e 4,2 milhões de anos atrás. Representam as primeiras evidências indiscutíveis de bipedalismo e além disso, a morfologia do seu crânio fornece um vestígio de mudanças evolutivas que simbolizam a transição entre espécies mais primitivas e mais derivadas. Seus dentes indicam que eram comedores de plantas, frutos e alimentos mais difíceis de mastigar, como nozes. Australopithecus é o nome do gênero ou grupo. É derivado da palavra latina Australo que significa “sul” e da palavra grega pithecus que significa “macaco”. Este nome de “macaco do sul” foi criado para outra espécie descoberta na África do Sul, mas o nome Australopithecus agora é compartilhado por várias espécies diferentes cujas similaridades os colocam no mesmo grupo. A palavra anamensis é baseada na palavra “anam” da língua Turkana usada na área em que foram descobertos fósseis para esta espécie. Anam significa “lago” e é uma referência ao antigo ambiente à beira do lago, uma vez habitado por essa espécie. Figura 05: Evolução: cientistas descobrem crânio de hominídeo da espécie Australopithecus anamensis (Museu de História Nacional de Cleveland/Reprodução. Disponível em:<https://exame.com/ciencia/pesquisadores-descobrem-cranio-de-38-milhoes-de-anos>. Acesso jul. 2020.) 16 Tabela 05 Australopithecus anamensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Houve o aumento da capacidade craniana. Esplancnocrânio Possuía os orifícios primitivos em forma oval, osso frontal inclinado e mandíbula semelhante aos chimpanzés. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Ossos ilíacos Sem informações - Não se aplica. Membros superiores Antebraços longos. Seus ossos do pulso sugerem que tinham uma capacidade limitada de girar o pulso. - Apresentava os ossos do rádio e da ulna relativamente maiores, semelhantes a um macaco. Membros inferiores Poucas informações. Possuía o osso da tíbia largo e esponjoso, característica típica de seres bípedes. - A extremidade do joelho da tíbia era semelhante ao humano, pois as superfícies superiores dos dois côndilos eram côncavas e semelhantes em tamanho. 17 6. Australopithecus afarensis Encontrados entre 3,85 e 2,95 milhões de anos atrás na África Oriental (Etiópia, Quênia, Tanzânia), esta espécie sobreviveu por mais de 900.000 anos, o que é mais de quatro vezes mais do que nossa própria espécie existe. Em 1970 Donald Johanson encontrou um joelho em Afar na Etiópia na região de Hadar. Foi efetuada uma sucessão de descobertas espetaculares incluindo uma articulação do joelho, o esqueleto famoso denominado Lucy e os restos de um grupo familiar, levando o A. afarensis a ocupar um lugar de destaque na árvore genealógica dos hominídeos. O tamanho de seu cérebro variava entre 380 a 550cm³, media cerca de 1,5m e apresentava uma alimentação onívora. O nome do gênero Australopithecus significa “macaco do sul”. A palavra afarensis vem do local onde a espécie foi encontrada. Figura 06: Representação do A. afarensis. (Disponível em: < http://www.avph.com.br/jpg/australopithecusafarensis3.jpg>. Acesso jul. 2020.) 18 Tabela 06 Australopithecus afarensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Houve o aumento da capacidade craniana e o arredondamento do osso occipital. O osso temporal era mais saliente. Esplancnocrânio Apresentava um crânio com características mais salientes, o osso zigomático mais aparente e os músculos da mandíbula eram muito grandes. Gradeado costal Arcos costais em formato cônico, indicando uma menor aptidão pulmonar, dificultando atividades como correr. Coluna vertebral Apresentava uma coluna mais curvada. A postura bípede foi indicada pela posição central do forâmen Magnum. 19 Ossos ilíacos Houve o arredondamento e suavização dos ossos do quadril, aumento do sacro e diminuição do canal de parto. Membros superiores Apesar de possuir postura bípede como um humano moderno, apresentavam braços longos e ossos curvos nas mãos. Membros inferiores Possuíam pernas relativamente curtas e ossos curvos dos pés. Seus ossos aparentavam ser mais espessos e os fêmures menos inclinados. 20 7. Australopithecus africanus Datados entre 3,2 e 2 milhões de anos, os fósseis do Australopithecus africanus foram encontrados na África do Sul. Sua morfologia é semelhante ao Au. afarensis, mas apresenta diferenças importantes no crânio (tamanho cerebral maior) e nos dentes (pós-caninos maiores). A análise dos padrões de desgaste dentário sugere que essa espécie tinha uma dieta que incluía frutas e folhas. A análise química dos dentes também sugere que alguma carne foi incluída na dieta, mas não em quantidades significativas. Eram bípedes, as fêmeas possuíam cerca de 110 cm de altura e os machos 135 cm. A sua capacidade craniana era de 440 cm³. A palavra Australopithecus significa "macaco do sul". É baseado em australo, um termo latino que significa “sul” e pithecus, uma expressão grega que significa 'macaco'. A palavra africanus significa “África” em latim e indica o continente onde essa espécie foi encontrada. Figura 07: Fêmea adulta Australopithecus africanus - modelo principal - Museu Smithsonian de História Natural (17/05/2012). 21 Tabela 07 Australopithecus africanus Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Portava algumas características parecidas com o H. sapiens, entretanto seu volume craniano era relativamente menor. Esplancnocrânio Face fortemente prognata, osso zigomático relativamente saliente e arcos superciliares mais evidentes. Gradeado costal Sua caixa torácica era maior e apresentava o formato triangular. Coluna vertebral A medula espinhal emergiu da parte central da base do crânio e não da parte de trás. Apresentava uma curva mais acentuada nas vertebras cervicais. Ossos ilíacos Houve o arredondamento dos ossos ilíacos e o aumento do canal de parto. Membros superiores Os ossos do braço do A. africanus 22 eram maiores e mais curvados. Seus membros superiores eram relativamente maiores do que os membros inferiores. Membros inferiores Ossos da perna mais curtos em relação aos do braço. - Houve aumento no comprimento dos ossos, de maneira que contribuiu para o equilíbrio e bipedalismo. 23 8. Australopithecus garhi A. garhi viveu cerca de 2,5 milhões de anos atrás. Embora semelhante a outros australopitecinos, exibia algumas características surpreendentes. Os fósseis são significativos, pois ajudam a preencher o período entre 2 e 3 milhões de anos atrás; uma época com um pobre registro fóssil humano. Todos os fósseis foram encontrados em locais em Middle Wash, Bouri, Etiópia. Provavelmente comia material vegetal e possivelmente um pouco de carne. Se os ossos de antílope encontrados no local foram abatidos por essa espécie, eles devem ter incluído quantidades significativas de carne em sua dieta. O nome do gênero ou grupo Australopithecus é derivado da palavra latina australo que significa “sul” e da palavra grega pithecus que significa “macaco”. O nome da espécie, garhi significa “surpresa” na língua Afar. Este nome foi escolhido porque os cientistas quedescobriram o crânio ficaram surpresos com algumas das características do crânio, em particular os enormes dentes posteriores. Figura 08: Representação do A. garhi. (Disponível <em: http://www.avph.com.br/jpg/australopithecusgarhi.jpg>. Acesso em jul. 2020). 24 Tabela 08 Australopithecus garhi Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresenta uma crista sagital para ancorar grandes músculos da mandíbula. Suas linhas temporais invadiam profundamente o osso frontal. Esplancnocrânio Tinha diastemas frequentemente presentes na mandíbula superior (característica primitiva), esmalte de dente grosso e face inferior é prognata. Gradeado costal Sem informações - Não se aplica Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Membros superiores Poucas informações. O comprimento do braço era relativamente longo. - A proporção do antebraço era similar com os macacos. Membros inferiores Seu fêmur era mais longo em comparação com outros espécimes de Australopithecus. - Poucas informações. O fêmur era mais similar ao dos humanos, pois seu tamanho era maior do que o encontrado nas outras espécies. 25 9. Paranthropus aethiopicus Fósseis atribuídos a Paranthropus aethiopicus foram descobertos em locais da África Oriental datados entre 2,3 e 2,7 milhões de anos atrás. Essa espécie ainda é um mistério para os paleoantropólogos, visto que pouquíssimos restos foram encontrados. Os poderosos dentes e mandíbulas dessas espécies sugerem que eles comeram grandes quantidades de vegetação resistente. Os padrões de desgaste dos dentes sugerem que alimentos duros como sementes, nozes e raízes foram incluídos na dieta. Eles podem ter comido um pouco de carne, mas apenas em quantidades desprezíveis. O seu volume craniano era cerca de 410 cm³. Paranthropus é baseado em palavras gregas, Para significa “ao lado” ou “próximo” e anthropus significa “homem”. Já a expressão aethiopicus quer dizer “Etiópia”, que foi o local onde os fósseis foram encontrados. Figura 09: Paranthropus aethiopicus enfrenta ilustração de Karen Carr Studio. (Disponível em: <https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/paranthropus-aethiopicus> Acesso jul.2020.) 26 Tabela 09 Paranthropus aethiopicus Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Crânio mais longo e com uma crista sagital muito desenvolvida no topo do crânio. Eplancnocrânio Apresentava uma saliência proeminente acima dos olhos e o rosto relativamente largo, os ossos malares mais dilatados. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. Membros superiores Seus ossos dos membros superiores eram extremamente alongados, que sugere um corpo longo. - Poucas informações, ossos do úmero e da ulna relativamente maiores. Membros inferiores Sem informações. - Não se aplica. 27 10. Paranthropus boisei O P. boisei foi datado entre 1,0 e 2,3 milhões de anos atrás e encontrado nos países da Etiópia, Quênia e Tanzânia, na África Oriental. Essas espécies viviam em regiões da África que eram dominadas por pastagens e bosques de savana aberta. Há evidências de que o meio ambiente estava se tornando mais seco após cerca de 1,5 milhão de anos atrás. O poderoso ranger de dentes e mandíbulas dessas espécies sugere que elas comiam grandes quantidades de vegetação resistente. Os padrões de desgaste dos dentes sugerem que alimentos duros como sementes, nozes e raízes foram incluídos na dieta. Eles podem ter comido alguma carne, mas apenas em quantidades insignificantes. Mediam entre 1,37m e 1,24, seu peso variava entre 49 e 34 kg. Paranthropus é baseado nas palavras gregas, para significa “ao lado” ou “próximo” e anthropus significa “homem”. O nome boisei é em homenagem a Charles Boise, que ajudou a financiar as expedições de caça de fósseis de Louis Leakey. Figura 10: Representação do P. boisei (Disponível <em: http://www.avph.com.br/jpg/paranthropusboisei.jpg>. Acesso jul. 2020. 28 Tabela 10 Paranthropus boisei Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentavam cristas sagitais no topo do crânio e cristas nucais. O processo mastoide era bem desenvolvido e sua face era ampla. Eplancnocrânio Seu osso frontal era plano e tinha uma saliência proeminente acima dos olhos. Sua face era curta e plana. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral O forame magno era curto e caracterizado pela forma de coração. - Poucas informações. O forame magno era menor em relação ao encontrado no H. sapiens sapiens Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. Membros superiores Poucas informações. Apresentava membros superiores longos. - O tamanho de seu braço era relativamente similar a um macaco. Membros inferiores Sem informações. - Não se aplica. 29 11. Paranthropus robustus Paranthropus robustus pertence a um grupo que representa um ramo lateral da árvore genealógica humana. Os Paranthropus são um grupo de três espécies que variam no tempo entre 1,6 e 1,2 milhões de anos atrás. P. robustus é conhecido da África do Sul, enquanto as outras duas espécies do grupo (P. Aethiopicus e P. boisei) são conhecidas da África Oriental. Os Paratrópicos como um grupo são claramente muito especializados, sendo caracterizados por adaptações cranianas para habilidades extremas de mastigação. Muito pouco se sabe sobre o esqueleto pós- craniano de P. robustus, porque poucos ossos fósseis podem ser atribuídos sem ambiguidade a essa espécie. O seu volume craniano era de aproximadamente 530cm³. O nome Paranthropus significa "ao lado do homem" e teve como objetivo destacar a interpretação que os membros desse grupo não eram diretamente ancestrais aos seres humanos modernos. Já o termo robustus refere-se apenas ao tamanho dos dentes e do rosto. Figura 11: Paranthropus robustus enfrenta ilustração de Karen Carr Studio. (Disponível em <https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/paranthropus-aethiopicus>. Acesso jul. 2020.) 30 Tabela 11 Paranthropus robustus Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentavam a base do crânio flexionada e os machos possuíam uma crista óssea no topo da caixa craniana, denominada crista sagital. Esplancnocrânio Os traços cranianos eram semelhantes a macacos, com uma testa plana e uma saliência proeminente acima dos olhos. Apresentava uma arcada zigomática grande e larga. Gradeado costal A caixa torácica tinha forma de um cone como as dos macacos, ao invés da forma de barril das caixas torácicas humanas. Coluna vertebral A medula espinhal passou pelo centro da base do crânio, indicando que foram bípedes. - Poucas informações para citar as diferenças evolutivas. Ossos ilíacos Pelve semelhante à do Australopithecus, pois era construída para andar sobre duas pernas, mas sem os 31 refinamentos para a marcha de passos humanos. Membros superiores Sua morfologia sugere um aperto de mão capaz de segurar ferramentas. Os braços eram maiores em relação as pernas. - Os ossos do braço eram relativamente maiores. Apresentavam amplas falanges distais dos dedos, característica encontradano Homo. Membros inferiores Apresentava o osso do fêmur mais inclinado e um longo colo femoral. Os ossos da tíbia e fíbula eram relativamente mais curtos. 32 12. Homo habilis Essa espécie viveu há aproximadamente 2,1 a 2,2 milhões de anos durante o Pleistoceno na África. Os fósseis foram encontrados nos países do Quênia e Tanzânia na África, em particular no Lago Turkana, Desfiladeiro Olduvai e Koobi Fora. O Homo habilis pode ter sido o primeiro de nossos ancestrais a fazer ferramentas de pedra. Isso representou uma mudança significativa nas capacidades mentais e uma mudança em direção a novas estratégias de sobrevivência. A análise química sugere que esta espécie era principalmente vegetariana, mas incluía alguma carne em sua dieta. Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. Este é o mesmo gênero ou nome de grupo dado aos humanos modernos e é usado para mostrar a estreita relação entre esta espécie e a nossa. A palavra habilis é baseada em uma palavra latina que significa “prático” ou “habilidoso”. Esta espécie é conhecida como “homem prático” porque ferramentas de pedra foram encontradas perto de seus restos fósseis e presume-se que esta espécie tenha desenvolvido a capacidade de transformar pedra em ferramentas. Figura 12: Representação do H. habilis. (Disponível em: <https://historymadeeveryday.files.wordpress.com/2013/09/homo_habilis_003.jpg>. Acesso jul. 2020). 33 Tabela 12 Homo habilis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentava uma caixa craniana menor. O orifício occipital era localizado mais centralmente em relação ao H. sapiens sapiens. Esplancnocrânio A mandíbula é relativamente prognata em relação a do homem moderno. Ainda há uma pequena saliência acima dos olhos e o osso frontal é parcialmente inclinado. Gradeado costal Sem informações - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Ossos ilíacos Como todos os bípedes, a pelve foi adaptada para permanecer nas duas pernas. Esse osso era pequeno, causando maior dificuldade no momento do parto. - Não se aplica. Poucas informações. Membros superiores Braços e antebraços mais longos. Os ossos dos dedos são ligeiramente curvos e de formato intermediário entre os ossos curvos dos dedos dos macacos quadrúpedes e os ossos dos dedos 34 retos dos humanos modernos. Membros inferiores Pernas relativamente curtas, mas apresentando um alongamento dos ossos em locais de fixação muscular. 35 13. Homo erectus Fósseis dessa espécie foram encontrados em toda África e no oeste e leste da Ásia. Outros restos, referidos por alguns pesquisadores a essa espécie, foram descobertos na Europa, até o norte da Inglaterra. Os fósseis mais antigos datam 1,8 milhões de anos atrás, enquanto os mais jovens datam cerca de 300 mil anos atrás. O Homo erectus é importante para o estudo da evolução humana, porque é a primeira espécie encontrada fora da África e apresenta muitas características anatômicas (especialmente o tamanho do cérebro e os aspectos do esqueleto pós-craniano) que refletem a evolução em direção ao padrão visto no Homo sapiens. Possuíam uma dieta baseada em grandes quantidades de carne suplementada com alimentos vegetais e seu volume craniano podia variar entre 850 e 1100cm³. Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem” e é nome do gênero ou grupo dessa espécie. A segunda palavra no nome científico desta espécie é erectus. Esse nome foi selecionado para indicar a capacidade de permanecer em pé e andar com uma postura ereta. Figura 13: Representação do Homo erectus no Museu Nacional de História Natural. (Disponível em: <https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the-national-museum-of- natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 36 Tabela 13 Homo erectus Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Seu crânio era grande e largo, com ângulos agudos no osso occipital, ao contrário da curva encontrada nos humanos modernos. Esplacnocrânio Apresentava o osso frontal baixo e inclinado, uma crista maciça na testa e uma abertura nasal larga e achatada. Gradeado costal Seu gradeado costal era semelhante ao dos humanos modernos, entretanto apresentava uma forma mais larga e em formato de barril. Coluna vertebral A lacuna na qual corre a medula espinhal é significativamente menor do que a do H. sapiens sapiens, indicando uma menor demanda de tráfego de sinal nervoso. Ossos ilíacos As suas lâminas ilíacas eram lateralmente alargadas, manifestava uma superfície auricular 37 relativamente pequena e posicionada inferiormente. Membros superiores Apresentava falanges mais curvadas e ossos mais robustos em comparação ao dos H. sapiens sapiens. Membros inferiores Os membros eram parecidos com os dos humanos modernos, embora os ossos fossem mais grossos, sugerindo um estilo de vida fisicamente exigente. 38 14. Homo ergaster O grupo principal dentro desta espécie viveu entre 1,5 e 1,9 milhão de anos atrás, embora algumas classificações incluam indivíduos adicionais que estendem seu alcance entre cerca de 700.000 e 2 milhões de anos atrás. Fósseis desta espécie foram encontrados na África e na Eurásia. Locais importantes incluem regiões ao redor do Lago Turkana e Lago Victoria, Koobi Fora, Nariokotome, Olorgesailie, Swartkrans e Dmanisi, Geórgia. O desenvolvimento de seu intestino menor e um cérebro maior exigiu alimentos mais nutritivos e isso sugere que eles podem ter incluído mais carne em suas dietas. No ambiente de savana seca, os tubérculos das plantas provavelmente teriam sido uma parte importante da dieta. Esses vegetais duros podem ter sido processados usando sua tecnologia aprimorada, pois seus dentes molares menores indicam que eles comeram alimentos que exigiam menos mastigação. Mediam entre 1,60m e 1,80m. Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. É o mesmo gênero ou nome de grupo dado aos humanos modernos, o que indica a estreita relação entre esta espécie e a nossa. A palavra ergaster é baseada em uma palavra grega que significa “trabalho”, então o nome Homo ergaster significa “trabalhador”. Este nome foi usado porque grandes ferramentas de pedra foram encontradas perto de alguns de seus fósseis. Representação do H. ergaster. (Disponível em: <http://www.avph.com.br/jpg/homoergaster.jpg> Acesso jul. 2020). 39 Tabela 14 Homo ergaster Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentava um rosto projetado para fora, mas em menor grau do que nos ancestrais anteriores. Ao contrário dos humanos modernos, o crânio tinha uma constrição pós- orbital moderada (entalhes atrás das órbitas). Esplacnocrânio A crista da sobrancelha em arco duplo distinto ficava acima dos olhos e um sulco relativamente distinto estava localizado entre a crista da sobrancelha e a testa. Gradeado costal A caixa torácica era como a dos humanos, em forma de barril, em vez de cone, como nas espécies anteriores. Apesar da semelhança, seu gradeado costal era mais largo. Coluna vertebral As vértebras da região do pescoço da coluna vertebral mostram que a medulaespinhal era mais fina do que nos humanos modernos. 40 Ossos ilíacos A pelve tinha o formato de um humano moderno e era relativamente estreita em comparação com espécies como o Australopithecus afarensis. Seu corpo foi alinhado verticalmente acima da pelve. Membros superiores Braços mais curtos que as pernas. - Poucas informações. Os braços eram menores que as pernas, o que se assemelha aos humanos modernos. Membros inferiores Ao contrário das espécies anteriores, as pernas eram muito mais longas do que os braços, então as proporções dos membros eram semelhantes às dos humanos modernos. - Os fêmures têm pescoços mais longos, provavelmente para compensar o que teria sido um pequeno canal de parto nas mulheres. 41 15. Homo heidelbergensis Datados entre 300,000 e 600,000 anos atrás, fósseis atribuídos a esta espécie foram encontrados espalhados pela Europa e África. Os achados africanos tendem a ser mais antigos que os da Europa. O Homo heidelbergensis caçava animais grandes em busca de alimento, embora os couros também possam ter sido úteis, especialmente em áreas mais frias. Os ossos fossilizados desses animais mostraram que animais grandes, incluindo rinocerontes, hipopótamos, ursos, cavalos e veados foram alvejados. Esses animais foram habilmente caçados e depois abatidos de maneira ordenada, o que sugere que essas pessoas estavam trabalhando em grupos cooperativos. O seu volume craniano era cerca de 1000cm³. O termo Homo heidelbergensis significa “Heidelberg Man". Homo, é a palavra latina para “humano” ou “homem” e heidelbergensis é a palavra latinizada para “Heidelberg”, a cidade na Alemanha onde o primeiro fóssil dessa espécie foi descoberto em 1907. Figura 15: Representação do Homo heidelbergensis no Museu Nacional de História Natural. (Disponível em: <https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the-national-museum- of-natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 42 Tabela 15 Homo heidelbergensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Houve o aumento da capacidade craniana e o arredondamento do osso occipital, visto que o do H. heidelbergensis é fortemente inclinado. Esplancnocrânio Apresentava o toro supraorbital extremamente robusto, dentes maiores do que os humanos modernos, abertura nasal relativamente larga e mandíbulas proeminentes. Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. Ossos ilíacos Sua anatomia pélvica é relativamente maior e notavelmente ampla, isso resulta em um diâmetro transversal muito amplo do canal de nascimento. Membros superiores Sem informações. - Não se aplica. Membros inferiores Os ossos eram extremamente longos e fortes. A espessura das tíbias e fíbulas indicam que essa espécie era fortemente construída. - Ossos mais densos que os do homem moderno, o que indica uma adaptação as condições tropicais. Além disso, seus membros inferiores eram relativamente curtos. 43 16. Homo floresiensis Os restos mortais datam de cerca de 100.000 a 60.000 anos, mas evidências arqueológicas (principalmente ferramentas de pedra associadas) sugerem que H. floresiensis viveu em Liang Bua de pelo menos 190.000 a 50.000 anos atrás. Essas datas o tornam um dos últimos seres humanos sobreviventes, juntamente com os neandertais, denisovanos e nossa própria espécie, H. sapiens. Todos os restos mortais vêm da caverna de Liang Bua, na ilha das Flores, na Indonésia. Flores fica no extremo leste da cadeia de ilhas da Indonésia. Esta espécie compartilhava a ilha com os elefantes pigmeus Stegodon, ratos gigantes e grandes lagartos como os dragões de Komodo. Evidências de marcas de corte nos ossos de Stegodon da caverna Liang Bua mostram que H. floresiensis estava pelo menos caçando e comendo este animal. O nome do gênero Homo é a palavra latina para “humano” ou “homem”. O nome da espécie floresiensis reconhece a ilha de Flores, na Indonésia, onde os restos mortais foram encontrados. Modelo do Homo floresiensis no Salão de Origens Humanas David H. Koch no Museu Nacional de História Natural Smithsonian. (Foto de Ryan Somma / Flickr). 44 Tabela 16 Homo floresiensis H. sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio A forma craniana é longa e baixa e mais próxima da do H. erectus do que do H. sapiens. Esplancnocrânio Apresentava uma testa pequena e uma face relativamente plana. As raízes pré-molares eram diferentes de H. sapiens. Gradeado costal Poucas informações. Apresentava uma caixa torácica definida e com cartilagens. - Não se aplica. Coluna vertebral Andavam totalmente eretos. - Estatura muito pequena de cerca de 1 metro, que é menor que a média para populações baixas de humanos, como pigmeus (que têm em média cerca de 1,4-1,5 m de altura). Ossos ilíacos Apresentavam uma pelve larga. - Lâminas primitivas de ílio alargadas na pelve, semelhantes aos australopitecíneos, e as fêmeas têm pelve mais larga do 45 que as fêmeas de H. sapiens. Membros superiores Braços muito longos. A forma da omoplata resultou no ombro sendo movido ligeiramente para a frente. - Ombros curvados conferem-lhe uma forma corporal diferente em comparação com H. sapiens. Ossos e articulações do braço e ombro sugerem que H. floresiensis era mais semelhante aos primeiros humanos do que aos humanos modernos. O osso trapézio tem forma piramidal, enquanto os humanos modernos têm um trapézio em forma de bota. Membros inferiores Várias características primitivas incluem um pé relativamente longo para o tamanho do corpo. Os ossos da perna largos em comparação com o comprimento. 46 17. Homo neanderthalensis Restos de Homo neanderthalensis foram encontrados por toda a Europa e também no oeste da Ásia. Os locais onde essa espécie é conhecida, que são predominantemente locais de cavernas, datam aproximadamente 300.000 e 28.000 anos atrás. Os neandertais construíram lareiras e foram capazes de controlar o fogo para aquecimento, cozimento e proteção. Também eram conhecidos por usar peles de animais, especialmente em áreas mais frias. Há evidências de que esse grupo se alimentava com quantidades significativas de carne suplementada com vegetação. Os machos tinham em média 168 centímetros de altura, enquanto as fêmeas eram um pouco mais baixas, com 156 centímetros. O seu volume craniano era de aproximadamente 1450 cm³. Homo, é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. A palavra neanderthalensis é baseada no local onde o primeiro grande espécime foi descoberto em 1856 - o vale de Neandro, na Alemanha. A palavra alemã para vale é “Tal”, embora em 1800 tenha sido escrita “Thal”. Homo neanderthalensis significa, portanto, "humano do vale dos Neandros". Figura 17: Representação do Homo neanderthalensis no Museu Nacional de História Natural. (Disponível em: <https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the- national-museum-of-natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 47 Tabela 17 Homo neanderthalensis Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio Apresentava uma caixa craniana mais longa e baixa. Possuía uma protuberância occipital, ao contrário do H. sapiens sapiens, que tem o osso occipital relativamente arredondado. Esplancnocrânio Frontal baixo, tórus supraorbitralcontínuo duplamente arqueado, abertura nasal muito larga e forame mandibular geralmente sob o segundo pré- molar. Gradeado costal Apresentava uma cavidade torácica mais grossa, ampla e saliente em formato de barril. Coluna vertebral Houve mudança de inclinação e ausência de curva lombar. O H. neanderthalensis possuía uma postura mais ereta pela maneira que a coluna vertebral se conectava à cavidade torácica. 48 Ossos ilíacos Pelve maior, algumas espécies apresentavam canal nasal, que é, em partes, semelhante ao dos humanos, porém adaptada a uma condição climática específica. Membros superiores Os ossos da ulna e do rádio eram relativamente mais curtos. Possuíam escápulas menores e mais arqueadas. Membros inferiores Os ossos da tíbia e fíbula eram relativamente mais curtos. Apresentavam grandes patelas e fêmur robustos e arqueados. 49 18. Homo sapiens Todas as pessoas que vivem hoje pertencem à espécie Homo sapiens. Nós evoluímos há relativamente pouco tempo, mas com cultura e tecnologia complexas fomos capazes de se espalhar pelo mundo e ocupar uma variedade de ambientes diferentes. Os fósseis dos primeiros membros de nossa espécie, o arcaico Homo sapiens, foram todos encontrados na África. Fósseis do moderno Homo sapiens foram encontrados na África e em muitos outros locais em grande parte do mundo. Os primeiros humanos modernos foram adaptados à vida nos trópicos, mas há 40.000 anos eles ocuparam uma variedade de ambientes nos continentes da África, Europa, Ásia e Austrália. Nos últimos 20.000 anos, os humanos também se espalharam pelas Américas. Hoje, nossa cultura e tecnologia nos permitem viver na maioria dos ambientes em nosso planeta, bem como em alguns fora do nosso planeta. Todos os Homo sapiens já foram caçadores-coletores que viviam de plantas e animais selvagens. Foi apenas há cerca de 11.000 anos que os humanos começaram a domesticar plantas e animais, embora os alimentos silvestres ainda fossem importantes na dieta. Nossa espécie tem uma dieta ampla e essencialmente onívora. Isso nos permitiu utilizar os recursos alimentares encontrados na ampla variedade de ambientes que habitamos. O nome que escolhemos para nós significa “ser humano sábio”. Homo é a palavra latina para “humano” ou “homem” e sapiens é derivado de uma palavra latina que significa “sábio” ou “astuto”. Representação do H. sapiens. (Disponível em: <https://nossaciencia.com.br/wp- content/uploads/2017/11/Homo-sapiens_14nov.jpg>. Acesso jul. 2020). 50 Tabela 18 Homo sapiens Homo sapiens sapiens Principais diferenças evolutivas Neurocrânio O Homo sapiens primitivo tinha cérebros ligeiramente maiores, com cerca de 1.500 centímetros cúbicos. Os crânios da espécie moderna têm uma base curta e uma caixa craniana alta. Esplancnocrânio Suas características primitivas incluem uma construção mais pesada e robusta, uma seção traseira angular em vez de arredondada e uma testa mais baixa e inclinada. Gradeado costal Caixa torácica com cartilagens e expansão. - Os ossos da espécie moderna são mais firmes e menos rígidos. Coluna vertebral Coluna vertebral completamente ereta. Os corpos apresentavam troncos curtos. - Os humanos modernos agora têm uma altura média de cerca de 160 centímetros nas mulheres e 175 centímetros nos homens. Ossos ilíacos A pelve é mais estreita de um lado para o outro e tem uma forma de tigela mais profunda da frente para trás do que a espécie humana anterior. - Pélvis totalmente diferente entre machos e fêmeas, e nas fêmeas ossos menos rígidos. 51 Membros superiores Apresentavam braços longos. Os ossos dos dedos das mãos são retos e sem a curvatura típica de nossos primeiros ancestrais australopitecinos. - Os ossos dos membros são mais finos e menos robustos do que as espécies humanas anteriores e indicam uma redução no tamanho dos músculos dos humanos anteriores. Membros inferiores As pernas são relativamente longas em comparação com os braços. - Corriam com perfeito equilíbrio, o formato do fêmur já é maior que a dos anteriores. 52 Conclusão Sobreviver neste planeta, para a espécie humana, não foi uma tarefa simples, já que, do ponto de vista corporal, o Homo sapiens sapiens é bastante frágil se compararmos com outras espécies. Seu potencial sensorial é bastante primitivo em relação ao olfato ou audição dos caninos, sua velocidade é baixa em relação à de um felino, sua força de preensão não se aproxima da de uma grande víbora. Quando se procura explicações para os fatos que propiciaram a sobrevivência da espécie humana, é comum encontrar hipóteses relacionadas à impressionante capacidade intelectual, fruto do seu complexo cérebro, à capacidade humana de comunicação e produção de linguagem, ou à sua capacidade manipulativa para construir abrigos, ferramentas, armas, utensílios (tecnologia). A resposta à subsistência do ser humano, para muitos, está nesta trilogia formada pela criatividade, linguagem e manipulação, porém o bipedalismo precedeu em cerca de cinco milhões de anos o aumento do cérebro. Ao andar sobre duas pernas, o corpo humano ficou livre da necessidade de respirar em sincronia com o passo, como acontece com os animais quadrúpedes, o que teria possibilitado aos pulmões modular a respiração de forma sútil, o que pode ter contribuído para evolução da fala. O bipedalismo alterou a estrutura e o funcionamento do corpo humano, os ossos do braço e os dedos das mãos encurtaram, os membros inferiores encompridaram, os ossos dos pés perderam a curva acentuada, o hálux abandonou a posição do polegar oponível, possibilitando um alinhamento para a sustentação da marcha. A coluna vertebral sofreu um alinhamento, ficando como uma pequena ponte suspensa (em que a cadeia de 24 vértebras que constitui a coluna, juntamente com a fusão do sacro e do cóccix na extremidade inferior) garante ao corpo uma sustentação flexível, porém firme. Alteração significativa ocorreu com a pelve humana que se modificou radicalmente para sustentar permanentemente o corpo, e com o centro da gravidade, cujo resultado fez com que um bípede fosse capaz de ficar em pé durante horas despendendo apenas 7% mais de energia nessa posição do que deitado. A modificação da faringe tornou-se maior nos bípedes e a medula espinhal engrossou para possibilitar um controle motor ainda melhor sobre a respiração. Sem ambas as alterações na anatomia do trato respiratório e nasal a fala não seria 53 possível. O bipedalismo deixou o humano exposto ao sol de maneira peculiar, já que o corpo é atingido apenas no topo da cabeça. Esse “ficar alto” criou um problema quanto à dissipação de calor, com maior necessidade de levar sangue para a cabeça, contrariando a força da gravidade. Para solucionar o problema, o plexo vertebral (vasta rede de capilarização) aumentou a velocidade do fluxo de sangue e sua capacidade de circular no corpo, possibilitando um pronto resfriamento do cérebro em rápida expansão. Ao longo de todas essas transformações, nos questionamos: Em que medida o bipedalismo contribuiu para a evolução dos hominídeos que tornou o H. sapiens sapiens o ser hegemônico do universo? O bipedalismo foi uma das primeiras adaptações apresentadas pelos hominídeos e existem algumas hipóteses de como a linhagem humana o desenvolveu. Uma delas diz que o bipedalismo foi desenvolvido após um grupo de nossos ancestrais começarem a habitar ambientes savânicos (áreas abertas cobertas de gramíneas).Enquanto algumas linhagens permaneceram nas florestas, onde poderiam utilizar as copas e galhos das árvores como abrigo e para encontrar alimento, as linhagens da savana não tinham muitas árvores para subir, logo, a posição ereta tornava mais fácil avistar predadores à distância. A outra hipótese relaciona o desenvolvimento do bipedalismo humano com o uso de ferramentas. Uma vez que uma espécie não se locomove sobre os quatros membros, os dois membros anteriores ficam livres para explorar o ambiente, auxiliando no uso de ferramentas e ainda na coleta de alimentos enquanto se movimentavam. Uma das características mais distintivas é nossas habilidades para caminhar ereto. Este tipo de locomoção é experimentado ocasionalmente por alguns grandes macacos, porém apoiados nas mãos. Analisando o esqueleto humano podemos verificar que nossa anatomia é projetada para isto e afetou diretamente a estrutura deste esqueleto, em que temos: O crânio acima da coluna vertebral com o forâmen magno (passagem pela qual a medula espinhal se liga ao cérebro) centrado na sua base. Humanos têm uma curva em “S” na coluna para apoiar o peso superior do corpo. A estrutura pélvica foi adaptada para suportar a tensão e peso associado ao bipedalismo, bem como a ligação do fêmur com o quadril, que também foi modificada para estes propósitos. 54 No entanto, há uma diferença entre se manter em posição bípede e caminhar por longos períodos de tempo nessa mesma posição. Para que seja possível utilizar o bipedalismo como forma de locomoção em tempo integral, é necessário que a anatomia óssea da espécie proporcione isso. Além disso, apesar das aves se locomoverem de forma bípede, a única linhagem que faz isso na posição completamente ereta é a humana. Existem várias diferenças anatômicas que nos ajudam a andar sobre os dois pés. O posicionamento da coluna e o número de vértebras lombares, que nos humanos é cinco e nos primatas são quatro. Essa vértebra adicional garante maior capacidade de movimentação dos membros inferiores. Outra adaptação é a presença de tecido muscular volumoso na região dos glúteos, que garante maior equilíbrio. Além disso, humanos apresentam o osso da pelve mais ampla e lateralizada em relação ao plano corpóreo do que os primatas não-humanos, o que garante maior inserção muscular, proporcionando maior equilíbrio e tônus ao caminhar. As vantagens da postura bípede são diversas, proporcionou aos hominídeos a ação de se defender de predadores de forma mais eficiente, alcançar maiores alturas para encontrar comida, maior capacidade para se proteger, garantindo assim, a reprodução e perpetuação da espécie. Ser bípede, ou seja, andar sobre duas pernas e possuir postura ereta é mais econômico em termos de energia. A postura ereta proporcionou maior desenvolvimento do cérebro, o que possibilitou a fala e através dela, a socialização entre indivíduos da espécie, com o cérebro maior e mais desenvolvido possibilitou a manipulação de ferramentas, permitiu o surgimento de uma potente tecnologia, a vida em sociedade, a especialização do trabalho, a criação do Estado, o surgimento da filosofia e da religião, possibilitando a fundação da cultura humana, que entre as bilhões de outras espécies animais da terra, se tornou a dominante. 55 Referências Sahelanthropus tchadensis. Australian museum, 2019. 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