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Estudo comparativo dos ancestrais hominídeos com o Homo sapiens

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 
 
DEISE BRODT RODRIGUES 
LUCAS DE OLIVEIRA HOFFMANN 
YASMIN OLIVEIRA MARTINS 
 
 
 
 
 
ESTUDO COMPARATIVO DOS ANCESTRAIS HOMINÍDEOS COM O Homo 
sapiens 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PORTO ALEGRE 
2020 
2 
 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................... 4 
1. Sahelanthropus tchadensis ............................................................................... 5 
Tabela comparativa 01 ................................................................................................ 6 
2. Orrorin tuginensis .............................................................................................. 7 
Tabela comparativa 02 ................................................................................................ 8 
3. Ardipithecus kadabba ........................................................................................... 9 
Tabela comparativa 03 .............................................................................................. 10 
4. Ardipithecus ramidus ....................................................................................... 12 
Tabela comparativa 04 .............................................................................................. 13 
5. Australopithecus anamensis ............................................................................ 15 
Tabela comparativa 05 .............................................................................................. 16 
6. Australopithecus afarensis .............................................................................. 17 
Tabela comparativa 06 .............................................................................................. 18 
7. Australopithecus africanus .............................................................................. 20 
Tabela comparativa 07 .............................................................................................. 21 
8. Australopithecus garhi ..................................................................................... 23 
Tabela comparativa 08 .............................................................................................. 24 
9. Paranthropus aethiopicus ................................................................................ 25 
Tabela comparativa 09 .............................................................................................. 26 
10. Paranthropus boisei ..................................................................................... 27 
Tabela comparativa 10 .............................................................................................. 28 
11. Paranthropus robustus ................................................................................. 29 
Tabela comparativa 11 .............................................................................................. 30 
12. Homo habilis ................................................................................................ 32 
Tabela comparativa 12 .............................................................................................. 33 
3 
 
13. Homo erectus ............................................................................................... 35 
Tabela comparativa 13 .............................................................................................. 36 
14. Homo ergaster ............................................................................................. 38 
Tabela comparativa 14 .............................................................................................. 39 
15. Homo heidelbergensis .................................................................................. 41 
Tabela comparativa 15 .............................................................................................. 42 
16. Homo floresiensis ......................................................................................... 43 
Tabela comparativa 16 .............................................................................................. 44 
17. Homo neanderthalensis ............................................................................... 46 
Tabela comparativa 17 .............................................................................................. 47 
18. Homo sapiens .............................................................................................. 49 
Tabela comparativa 18 .............................................................................................. 50 
Conclusão ................................................................................................................. 52 
Referências ............................................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Introdução 
 
 O conhecimento sobre os ancestrais aumentou consideravelmente ao longo dos 
anos e estamos cada vez mais próximos de compreender a árvore genealógica 
hominídea, que faz parte também da árvore genealógica dos humanos modernos. A 
evolução gerou diferentes espécies, as quais sofreram mutações e se adaptaram ao 
novo habitat. Todas essas espécies são frutos de outra, sendo o ancestral comum 
entre humanos e chimpanzés. Apesar da incerteza de qual seria a espécie que 
dividiu a linhagem dos chimpanzés e humanos, usamos o bipedalismo para 
diferenciá-los. Analisando esqueletos fósseis, podemos identificar tal característica 
através da observação do forâmen Magnum. Nos seres bípedes, o forâmen Magnum 
está localizado embaixo do crânio, na porção central. Em seres como gorilas e 
chimpanzés, que só andam em duas pernas com pouca frequência, o forâmen 
Magnum está localizado um pouco mais atrás. Através destes estudos, até o 
momento, o provável ancestral da linhagem humana é o Sahelanthropus. Os 
hominídeos são classificados em dois gêneros: O primeiro é o Australopithecus, do 
latim australis, que significa “meridional” e pithecus, que significa “macaco”. O 
segundo é o gênero Homo, o qual pertencemos. Não se sabe se o Homo evoluiu do 
Australopithecus ou se ambos são gêneros independentes, ligados a um ancestral 
comum. Entretanto, tudo indica que os primeiros hominídeos viveram na África do 
Sul – Oriental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Sahelanthropus tchadensis 
 Considerado pelos descobridores o ancestral humano mais antigo conhecido 
após a divisão da linha humana da dos chimpanzés, estipula-se que essa espécie 
viveu entre 6 a 7 milhões de anos atrás na África Centro-Oeste (Chade). Pela falta 
de restos esqueléticos, não é possível determinar se foram bípedes. Sua 
alimentação era baseada em frutos e folhas e seu volume craniano podia variar 
entre 320 e 350 cm³. 
 O nome do gênero é composto de duas palavras. Sahel é a área da África 
perto do sul do Saara, onde os fósseis foram encontrados e anthropus é baseado 
na palavra grega que significa “homem”. O epíteto específico thadensis refere-se 
ao Chade, país em que foi encontrado. Dessa maneira, tem como significado 
“homem do Sahel do Chade”. 
 
 
Figura 01: foto de Sahelanthropus tchadensis - modelo principal - macho adulto - em exibição no 
Hall of Human Origins no Museu de História Natural Smithsonian em Washington, DC - 2012-05-
17 (Imagem:Tim Evanson. Disponível em: <http://www.macroevolution.net/picture-of-
sahelanthropus-tchadensis.html>. Acesso jul.de 2020.) 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Tabela 01 
Sahelanthropus 
tchadensis 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
Base mais 
alongada, possui 
aparência 
semelhante a um 
macaco. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Dentes caninos 
menores, área 
nasal 
relativamente 
plana e grande 
fossa canina. 
 
 
Gradeado costalO gradeado costal 
é maior e mais 
largo do que o 
encontrado no 
Homo sapiens. 
 
 
Coluna vertebral 
A posição do 
forame magno 
indica que a coluna 
vertebral estava 
localizada na parte 
abaixo do crânio. 
- Posições 
diferentes, visto 
que a coluna 
vertebral do Homo 
sapiens está 
localizada na parte 
de trás do crânio. 
 
Ossos ilíacos 
Estrutura pélvica 
larga. 
- Além da diferença 
da largura, sua 
ligação do fêmur é 
mais evidente. 
Membros 
superiores 
Nenhum material 
pós-crânio foi 
encontrado. 
- Não se aplica. 
Membros 
inferiores 
Nenhum material 
pós-crânio foi 
encontrado. 
- Não se aplica. 
 
7 
 
2. Orrorin tuginensis 
 O Orrorin tuginensis viveu há aproximadamente 6 milhões de anos na região de 
Tungen Hills (atual Quênia) nos locais Cheboit, Kapsomin, Kapcheberek e Aragai. 
Os vinte fósseis encontrados foram datados entre 6 e 5,8 milhões de anos atrás, 
sendo compostos por cinco indivíduos, incluindo um fêmur, que sugere que essa 
espécie praticava locomoção bípede. Além disso, seu braço sugeria habilidades de 
escalador e seus dentes e fragmentos da mandíbula inferior indicavam uma dieta 
parecida com a dos humanos modernos, pois os molares eram maiores e os caninos 
eram pequenos e primitivos, sugerindo que o O. tuginensis comia frutas, vegetais e 
carne. Seu peso era cerca de 40 kg e sua altura chegava a 1,2 m. 
 Orrorin significa “homem original” no dialeto Tugen e tugenensis presta tributo a 
região onde foi encontrado. 
 
 
Figura 02: foto de Orrorin tuginensis. (Disponível em: 
<https://i.pinimg.com/236x/bb/03/96/bb03966f676ac26a71a1eb50d04d5bb9.jpg>. Acesso jul.de 
2020.) 
 
 
 
8 
 
Tabela 02 
Orrorin tuginensis Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
Provavelmente do 
tamanho de um 
chimpanzé 
moderno, mas a 
falta de material 
craniano torna isso 
difícil de 
determinar. 
- Não se aplica. 
 
 
 
 
Esplancnocrânio 
Poucas 
informações. 
Apresentava uma 
anatomia dentária 
primitiva. 
- Os dentes 
apresentavam 
esmalte espesso e 
são relativamente 
pequenos, embora 
os caninos sejam 
relativamente 
grandes e 
pontiagudos em 
comparação com 
os humanos. 
Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Membros 
superiores 
Poucas 
informações. 
Apresentava um 
úmero largo, 
sugerindo um 
tamanho idêntico a 
um chimpanzé. 
- Poucas 
informações. Suas 
falanges eram 
curvadas, 
parecidas com as 
dos macacos. 
 
 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Poucas 
informações. O 
fêmur era diferente 
do dos humanos 
modernos. 
Entretanto, a 
articulação do 
fêmur com a bacia 
é maior do que as 
encontradas nos 
macacos atuais. 
 
 
 
 
9 
 
3. Ardipithecus kadabba 
 O Ardipithecus kadabba é uma espécie hominina inicial encontrada no vale do 
Médio Awash da Etiópia datada de 5,2 e 5,8 milhões de anos atrás. Apresentavam os 
primeiros sinais de bipedalismo e morfologia dentária dos hominídeos, a maior parte 
dos fósseis encontrados foram dentes e fragmentos da mandíbula. Os grandes 
molares posteriores e os incisivos mais estreitos (comparados aos chimpanzés) 
sugerem que a dieta incluía mais alimentos fibrosos do que apenas frutas e folhas. 
 O nome é derivado do idioma local do Afar. Ardi significa “solo” ou “piso” e é 
combinado com a palavra grega latinizada pithecus, que significa “macaco”. O nome 
da espécie kadabba significa “ancestral mais antigo” na língua Afar. 
 
 
Figura 03: Reconstrução do Ardipithecus kadabba. (Ilustração feita por Oleg Osipov. Disponível em: 
<https://extinct-animals.fandom.com>. Acesso jul de 2020.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Tabela 03 
Ardipithecus 
kadabba 
 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
Neurocrânio 
Apresentava o 
tamanho 
semelhante aos 
chimpanzés 
modernos. 
 
- Poucas 
informações para 
citar as diferenças 
evolutivas. 
 
 
 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
Fotos dos dentes 
caninos do A. 
kadabba, seu 
crânio não foi 
encontrado. 
- Apresentava 
algumas 
características 
dentárias 
primitivas, como 
esmalte dentário 
espesso e caninos 
relativamente 
grandes em 
comparação com 
os humanos. 
Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Semelhante ao 
tamanho dos 
chimpanzés 
modernos. 
- Poucas 
informações para 
citar as diferenças 
evolutivas. 
Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. 
Membros 
superiores 
Apresentava ossos 
dos dedos 
relativamente 
grandes e com 
fortes articulações. 
- Os ossos do rádio 
e ulna eram mais 
curvados. Sua 
articulação do 
cotovelo permitia 
uma maior 
mobilidade, 
característica 
encontrada nos 
macacos atuais. 
Membros 
inferiores 
 
 
Fotos da falange 
proximal do 
Ardipithecus 
kadabba. 
- Poucas 
informações, 
apresentava sinais 
de bipedalismo 
devido a 
orientação do 
quarto dedo do pé, 
essa inclinação é 
também 
11 
 
encontrada no 
Homo sapiens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4. Ardipithecus ramidus 
 O Ardipithecus ramidus é um primata que viveu há aproximadamente entre 4,8 a 
4,1 milhões de anos atrás durante o Plioceno, na região da atual Awash na Etiópia, 
que nesta época era arborizada e úmida entre palmeiras e figueiras. O desgaste 
dental indica uma alimentação menos abrasiva do que o A. afarensis, baseada em 
frutas e folhas mais macias, isentas de silício, que é comum em gramíneas e outras 
vegetações rasteiras. No solo, andavam sobre duas pernas a curtas distancias, 
como evidenciado pela forma de sua bacia, porém seu hálux era completamente 
oposto aos outros dedos e o arco muito plano, similar a outros macacos extintos e 
atuais, dificultavam longos passeios. Nas árvores não eram tão ágeis e rápidos 
como os chimpanzés, as mãos não tinham as adaptações necessárias para permitir 
a suspensão por longos períodos. Possuíam uma capacidade craniana de 300 a 
360cm³. 
 O nome é derivado do idioma Afar local. Ardi significa “chão” e pithecus é o grego 
latinizado para “macaco”. O nome ramid significa “raiz” na língua Afar. 
 
 
Figura 04: Representação gráfica do Ardipithecus ramidus. (Disponível em: 
<http://www.avph.com.br/jpg/ardipithecusramidus1.jpg>. Acesso jul de 2020.) 
 
 
 
13 
 
Tabela 04 
Ardhipithecus 
ramidus 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Possuía uma 
capacidade 
craniana inferior. A 
base do crânio é 
curta da frente para 
trás. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
A mandíbula exibe 
uma projeção 
frontal significativa 
em comparação 
com os humanos. 
Apresenta uma 
crista acima da 
órbita ocular mais 
aparente. 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
Poucas 
informações. 
Apresentava uma 
caixa torácica 
cilíndrica em 
comparação a 
encontrada no 
humano moderno. 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
 
Poucas 
informações. Sua 
cabeça ficava 
exatamente acima 
da coluna cervical. 
Ossos ilíacos A forma das 
lâminas superiores 
(ílio) parece curta e 
larga como o 
- A parte inferior da 
pelve é grande e o 
ângulo da 
superfície 
14 
 
Australopithecus 
afarensis. 
 
isquiática não fica 
voltado para cima 
como acontece nos 
humanos. Essa 
característica 
primitiva sugere 
que esta espécie 
tinha músculos 
enormes nos 
membros 
posteriores para 
escalar e não 
andava. 
Membros 
superiores 
 
 
 
 
 
Apresentavam 
braços longos e 
poderosos. Os 
ossos dos dedos 
eram relativamente 
maiores e 
curvados. 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Os ossos dos pés 
eram relativamente 
planos e sem 
arcos. A orientação 
de seu hálux era 
oposta aos outros 
metacarpos. 
 
 
 
 
 
15 
 
5. Australopithecus anamensis 
 Os fósseis do Australopithecus anamensis foram recuperados de sedimentos em 
Kanapoi e Allia Bay, perto do Lago Turkana no Quêniae datados entre 3,8 e 4,2 
milhões de anos atrás. Representam as primeiras evidências indiscutíveis de 
bipedalismo e além disso, a morfologia do seu crânio fornece um vestígio de 
mudanças evolutivas que simbolizam a transição entre espécies mais primitivas e 
mais derivadas. Seus dentes indicam que eram comedores de plantas, frutos e 
alimentos mais difíceis de mastigar, como nozes. 
 Australopithecus é o nome do gênero ou grupo. É derivado da palavra latina 
Australo que significa “sul” e da palavra grega pithecus que significa “macaco”. Este 
nome de “macaco do sul” foi criado para outra espécie descoberta na África do Sul, 
mas o nome Australopithecus agora é compartilhado por várias espécies diferentes 
cujas similaridades os colocam no mesmo grupo. A palavra anamensis é baseada na 
palavra “anam” da língua Turkana usada na área em que foram descobertos fósseis 
para esta espécie. Anam significa “lago” e é uma referência ao antigo ambiente à beira 
do lago, uma vez habitado por essa espécie. 
 
 
 
Figura 05: Evolução: cientistas descobrem crânio de hominídeo da espécie Australopithecus 
anamensis (Museu de História Nacional de Cleveland/Reprodução. Disponível 
em:<https://exame.com/ciencia/pesquisadores-descobrem-cranio-de-38-milhoes-de-anos>. 
Acesso jul. 2020.) 
 
 
 
16 
 
Tabela 05 
Australopithecus 
anamensis 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Houve o aumento 
da capacidade 
craniana. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Possuía os 
orifícios 
primitivos em 
forma oval, osso 
frontal inclinado e 
mandíbula 
semelhante aos 
chimpanzés. 
Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
Ossos ilíacos Sem informações - Não se aplica. 
 
 
Membros 
superiores 
Antebraços 
longos. Seus 
ossos do pulso 
sugerem que 
tinham uma 
capacidade 
limitada de girar o 
pulso. 
- Apresentava os 
ossos do rádio e 
da ulna 
relativamente 
maiores, 
semelhantes a 
um macaco. 
 
 
Membros 
inferiores 
Poucas 
informações. 
Possuía o osso da 
tíbia largo e 
esponjoso, 
característica 
típica de seres 
bípedes. 
- A extremidade do 
joelho da tíbia era 
semelhante ao 
humano, pois as 
superfícies 
superiores dos 
dois côndilos 
eram côncavas e 
semelhantes em 
tamanho. 
 
 
17 
 
6. Australopithecus afarensis 
 Encontrados entre 3,85 e 2,95 milhões de anos atrás na África Oriental (Etiópia, 
Quênia, Tanzânia), esta espécie sobreviveu por mais de 900.000 anos, o que é mais 
de quatro vezes mais do que nossa própria espécie existe. Em 1970 Donald Johanson 
encontrou um joelho em Afar na Etiópia na região de Hadar. Foi efetuada uma 
sucessão de descobertas espetaculares incluindo uma articulação do joelho, o 
esqueleto famoso denominado Lucy e os restos de um grupo familiar, levando o A. 
afarensis a ocupar um lugar de destaque na árvore genealógica dos hominídeos. O 
tamanho de seu cérebro variava entre 380 a 550cm³, media cerca de 1,5m e 
apresentava uma alimentação onívora. 
 O nome do gênero Australopithecus significa “macaco do sul”. A palavra afarensis 
vem do local onde a espécie foi encontrada. 
 
 
Figura 06: Representação do A. afarensis. (Disponível em: < 
http://www.avph.com.br/jpg/australopithecusafarensis3.jpg>. Acesso jul. 2020.) 
 
 
 
 
 
18 
 
Tabela 06 
Australopithecus 
afarensis 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Houve o aumento 
da capacidade 
craniana e o 
arredondamento 
do osso occipital. 
O osso temporal 
era mais saliente. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentava um 
crânio com 
características 
mais salientes, o 
osso zigomático 
mais aparente e 
os músculos da 
mandíbula eram 
muito grandes. 
 
 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
 
Arcos costais em 
formato cônico, 
indicando uma 
menor aptidão 
pulmonar, 
dificultando 
atividades como 
correr. 
 
 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
coluna mais 
curvada. A 
postura bípede foi 
indicada pela 
posição central do 
forâmen Magnum. 
19 
 
 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
 
 
Houve o 
arredondamento 
e suavização dos 
ossos do quadril, 
aumento do sacro 
e diminuição do 
canal de parto. 
 
 
Membros 
superiores 
 
 
 
 
Apesar de possuir 
postura bípede 
como um humano 
moderno, 
apresentavam 
braços longos e 
ossos curvos nas 
mãos. 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
Possuíam pernas 
relativamente 
curtas e ossos 
curvos dos pés. 
Seus ossos 
aparentavam ser 
mais espessos e 
os fêmures menos 
inclinados. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
7. Australopithecus africanus 
 Datados entre 3,2 e 2 milhões de anos, os fósseis do Australopithecus africanus 
foram encontrados na África do Sul. Sua morfologia é semelhante ao Au. afarensis, 
mas apresenta diferenças importantes no crânio (tamanho cerebral maior) e nos 
dentes (pós-caninos maiores). A análise dos padrões de desgaste dentário sugere 
que essa espécie tinha uma dieta que incluía frutas e folhas. A análise química dos 
dentes também sugere que alguma carne foi incluída na dieta, mas não em 
quantidades significativas. Eram bípedes, as fêmeas possuíam cerca de 110 cm de 
altura e os machos 135 cm. A sua capacidade craniana era de 440 cm³. 
 A palavra Australopithecus significa "macaco do sul". É baseado em australo, um 
termo latino que significa “sul” e pithecus, uma expressão grega que significa 'macaco'. 
A palavra africanus significa “África” em latim e indica o continente onde essa espécie 
foi encontrada. 
 
 
Figura 07: Fêmea adulta Australopithecus africanus - modelo principal - Museu Smithsonian de História 
Natural (17/05/2012). 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Tabela 07 
Australopithecus 
africanus 
 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Portava algumas 
características 
parecidas com o 
H. sapiens, 
entretanto seu 
volume craniano 
era relativamente 
menor. 
 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Face fortemente 
prognata, osso 
zigomático 
relativamente 
saliente e arcos 
superciliares mais 
evidentes. 
 
 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
 
Sua caixa torácica 
era maior e 
apresentava o 
formato triangular. 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
 
A medula espinhal 
emergiu da parte 
central da base do 
crânio e não da 
parte de trás. 
Apresentava uma 
curva mais 
acentuada nas 
vertebras 
cervicais. 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
Houve o 
arredondamento 
dos ossos ilíacos e 
o aumento do 
canal de parto. 
Membros 
superiores 
 Os ossos do braço 
do A. africanus 
22 
 
 
 
 
 
eram maiores e 
mais curvados. 
Seus membros 
superiores eram 
relativamente 
maiores do que os 
membros 
inferiores. 
Membros 
inferiores 
Ossos da perna 
mais curtos em 
relação aos do 
braço. 
- Houve aumento no 
comprimento dos 
ossos, de maneira 
que contribuiu para 
o equilíbrio e 
bipedalismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
8. Australopithecus garhi 
 A. garhi viveu cerca de 2,5 milhões de anos atrás. Embora semelhante a outros 
australopitecinos, exibia algumas características surpreendentes. Os fósseis são 
significativos, pois ajudam a preencher o período entre 2 e 3 milhões de anos atrás; 
uma época com um pobre registro fóssil humano. Todos os fósseis foram encontrados 
em locais em Middle Wash, Bouri, Etiópia. Provavelmente comia material vegetal e 
possivelmente um pouco de carne. Se os ossos de antílope encontrados no local 
foram abatidos por essa espécie, eles devem ter incluído quantidades significativas 
de carne em sua dieta. 
 O nome do gênero ou grupo Australopithecus é derivado da palavra latina australo 
que significa “sul” e da palavra grega pithecus que significa “macaco”. O nome da 
espécie, garhi significa “surpresa” na língua Afar. Este nome foi escolhido porque os 
cientistas quedescobriram o crânio ficaram surpresos com algumas das 
características do crânio, em particular os enormes dentes posteriores. 
 
 
Figura 08: Representação do A. garhi. (Disponível <em: 
http://www.avph.com.br/jpg/australopithecusgarhi.jpg>. Acesso em jul. 2020). 
 
 
 
24 
 
Tabela 08 
Australopithecus 
garhi 
 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresenta uma 
crista sagital para 
ancorar grandes 
músculos da 
mandíbula. Suas 
linhas temporais 
invadiam 
profundamente o 
osso frontal. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Tinha diastemas 
frequentemente 
presentes na 
mandíbula superior 
(característica 
primitiva), esmalte 
de dente grosso e 
face inferior é 
prognata. 
Gradeado costal Sem informações - Não se aplica 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
 
Membros 
superiores 
Poucas 
informações. O 
comprimento do 
braço era 
relativamente 
longo. 
- A proporção do 
antebraço era 
similar com os 
macacos. 
 
 
Membros 
inferiores 
Seu fêmur era mais 
longo em 
comparação com 
outros espécimes 
de 
Australopithecus. 
- Poucas 
informações. O 
fêmur era mais 
similar ao dos 
humanos, pois seu 
tamanho era maior 
do que o 
encontrado nas 
outras espécies. 
 
 
 
25 
 
9. Paranthropus aethiopicus 
 Fósseis atribuídos a Paranthropus aethiopicus foram descobertos em locais da 
África Oriental datados entre 2,3 e 2,7 milhões de anos atrás. Essa espécie ainda é 
um mistério para os paleoantropólogos, visto que pouquíssimos restos foram 
encontrados. Os poderosos dentes e mandíbulas dessas espécies sugerem que eles 
comeram grandes quantidades de vegetação resistente. Os padrões de desgaste dos 
dentes sugerem que alimentos duros como sementes, nozes e raízes foram incluídos 
na dieta. Eles podem ter comido um pouco de carne, mas apenas em quantidades 
desprezíveis. O seu volume craniano era cerca de 410 cm³. 
 Paranthropus é baseado em palavras gregas, Para significa “ao lado” ou “próximo” 
e anthropus significa “homem”. Já a expressão aethiopicus quer dizer “Etiópia”, que 
foi o local onde os fósseis foram encontrados. 
 
 
Figura 09: Paranthropus aethiopicus enfrenta ilustração de Karen Carr Studio. (Disponível em: 
<https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/paranthropus-aethiopicus> Acesso 
jul.2020.) 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Tabela 09 
Paranthropus 
aethiopicus 
 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Crânio mais longo 
e com uma crista 
sagital muito 
desenvolvida no 
topo do crânio. 
 
 
Eplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
saliência 
proeminente acima 
dos olhos e o rosto 
relativamente 
largo, os ossos 
malares mais 
dilatados. 
Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Membros 
superiores 
Seus ossos dos 
membros 
superiores eram 
extremamente 
alongados, que 
sugere um corpo 
longo. 
- Poucas 
informações, 
ossos do úmero e 
da ulna 
relativamente 
maiores. 
Membros 
inferiores 
Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
10. Paranthropus boisei 
 O P. boisei foi datado entre 1,0 e 2,3 milhões de anos atrás e encontrado nos 
países da Etiópia, Quênia e Tanzânia, na África Oriental. Essas espécies viviam em 
regiões da África que eram dominadas por pastagens e bosques de savana aberta. 
Há evidências de que o meio ambiente estava se tornando mais seco após cerca de 
1,5 milhão de anos atrás. O poderoso ranger de dentes e mandíbulas dessas espécies 
sugere que elas comiam grandes quantidades de vegetação resistente. Os padrões 
de desgaste dos dentes sugerem que alimentos duros como sementes, nozes e raízes 
foram incluídos na dieta. Eles podem ter comido alguma carne, mas apenas em 
quantidades insignificantes. Mediam entre 1,37m e 1,24, seu peso variava entre 49 e 
34 kg. 
 Paranthropus é baseado nas palavras gregas, para significa “ao lado” ou “próximo” 
e anthropus significa “homem”. O nome boisei é em homenagem a Charles Boise, que 
ajudou a financiar as expedições de caça de fósseis de Louis Leakey. 
 
 
Figura 10: Representação do P. boisei (Disponível <em: 
http://www.avph.com.br/jpg/paranthropusboisei.jpg>. Acesso jul. 2020. 
 
 
 
28 
 
Tabela 10 
Paranthropus 
boisei 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentavam 
cristas sagitais no 
topo do crânio e 
cristas nucais. O 
processo mastoide 
era bem 
desenvolvido e sua 
face era ampla. 
 
 
Eplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Seu osso frontal 
era plano e tinha 
uma saliência 
proeminente acima 
dos olhos. Sua 
face era curta e 
plana. 
Gradeado costal 
 
Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Coluna vertebral 
O forame magno 
era curto e 
caracterizado pela 
forma de coração. 
- Poucas 
informações. O 
forame magno era 
menor em relação 
ao encontrado no 
H. sapiens sapiens 
Ossos ilíacos Sem informações. - Não se aplica. 
 
Membros 
superiores 
Poucas 
informações. 
Apresentava 
membros 
superiores longos. 
- O tamanho de seu 
braço era 
relativamente 
similar a um 
macaco. 
Membros 
inferiores 
Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
 
 
 
29 
 
11. Paranthropus robustus 
 Paranthropus robustus pertence a um grupo que representa um ramo lateral da 
árvore genealógica humana. Os Paranthropus são um grupo de três espécies que 
variam no tempo entre 1,6 e 1,2 milhões de anos atrás. P. robustus é conhecido da 
África do Sul, enquanto as outras duas espécies do grupo (P. Aethiopicus e P. boisei) 
são conhecidas da África Oriental. Os Paratrópicos como um grupo são claramente 
muito especializados, sendo caracterizados por adaptações cranianas para 
habilidades extremas de mastigação. Muito pouco se sabe sobre o esqueleto pós-
craniano de P. robustus, porque poucos ossos fósseis podem ser atribuídos sem 
ambiguidade a essa espécie. O seu volume craniano era de aproximadamente 
530cm³. 
 O nome Paranthropus significa "ao lado do homem" e teve como objetivo destacar 
a interpretação que os membros desse grupo não eram diretamente ancestrais aos 
seres humanos modernos. Já o termo robustus refere-se apenas ao tamanho dos 
dentes e do rosto. 
 
 
Figura 11: Paranthropus robustus enfrenta ilustração de Karen Carr Studio. (Disponível em 
<https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/paranthropus-aethiopicus>. Acesso jul. 
2020.) 
 
 
 
 
30 
 
Tabela 11 
Paranthropus 
robustus 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentavam a 
base do crânio 
flexionada e os 
machos possuíam 
uma crista óssea 
no topo da caixa 
craniana, 
denominada crista 
sagital. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
 
Os traços 
cranianos eram 
semelhantes a 
macacos, com uma 
testa plana e uma 
saliência 
proeminente acima 
dos olhos. 
Apresentava uma 
arcada zigomática 
grande e larga. 
Gradeado costal 
 
 
 
 
A caixa torácica 
tinha forma de um 
cone como as dos 
macacos, ao invés 
da forma de barril 
das caixas 
torácicas 
humanas. 
Coluna vertebral A medula espinhal 
passou pelo centro 
da base do crânio, 
indicando que 
foram bípedes. 
- Poucas 
informações para 
citar as diferenças 
evolutivas. 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
 
Pelve semelhante 
à do 
Australopithecus, 
pois era construída 
para andar sobre 
duas pernas, mas 
sem os 
31 
 
refinamentos para 
a marcha de 
passos humanos. 
 
 
Membros 
superiores 
Sua morfologia 
sugere um aperto 
de mão capaz de 
segurar 
ferramentas. Os 
braços eram 
maiores em 
relação as pernas. 
- Os ossos do braço 
eram relativamente 
maiores. 
Apresentavam 
amplas falanges 
distais dos dedos, 
característica 
encontradano 
Homo. 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Apresentava o 
osso do fêmur mais 
inclinado e um 
longo colo femoral. 
Os ossos da tíbia e 
fíbula eram 
relativamente mais 
curtos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
12. Homo habilis 
 Essa espécie viveu há aproximadamente 2,1 a 2,2 milhões de anos durante o 
Pleistoceno na África. Os fósseis foram encontrados nos países do Quênia e Tanzânia 
na África, em particular no Lago Turkana, Desfiladeiro Olduvai e Koobi Fora. O Homo 
habilis pode ter sido o primeiro de nossos ancestrais a fazer ferramentas de pedra. 
Isso representou uma mudança significativa nas capacidades mentais e uma 
mudança em direção a novas estratégias de sobrevivência. A análise química sugere 
que esta espécie era principalmente vegetariana, mas incluía alguma carne em sua 
dieta. 
 Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. Este é o mesmo 
gênero ou nome de grupo dado aos humanos modernos e é usado para mostrar a 
estreita relação entre esta espécie e a nossa. A palavra habilis é baseada em uma 
palavra latina que significa “prático” ou “habilidoso”. Esta espécie é conhecida como 
“homem prático” porque ferramentas de pedra foram encontradas perto de seus restos 
fósseis e presume-se que esta espécie tenha desenvolvido a capacidade de 
transformar pedra em ferramentas. 
 
 
Figura 12: Representação do H. habilis. (Disponível em: 
<https://historymadeeveryday.files.wordpress.com/2013/09/homo_habilis_003.jpg>. Acesso jul. 2020). 
 
 
33 
 
Tabela 12 
Homo habilis Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
caixa craniana 
menor. O orifício 
occipital era 
localizado mais 
centralmente em 
relação ao H. 
sapiens sapiens. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
A mandíbula é 
relativamente 
prognata em 
relação a do 
homem moderno. 
Ainda há uma 
pequena saliência 
acima dos olhos e 
o osso frontal é 
parcialmente 
inclinado. 
Gradeado costal Sem informações - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Ossos ilíacos 
Como todos os 
bípedes, a pelve foi 
adaptada para 
permanecer nas 
duas pernas. Esse 
osso era pequeno, 
causando maior 
dificuldade no 
momento do parto. 
- Não se aplica. 
Poucas 
informações. 
 
 
Membros 
superiores 
 
 
 
 
 
 
Braços e 
antebraços mais 
longos. Os ossos 
dos dedos são 
ligeiramente 
curvos e de 
formato 
intermediário entre 
os ossos curvos 
dos dedos dos 
macacos 
quadrúpedes e os 
ossos dos dedos 
34 
 
retos dos humanos 
modernos. 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Pernas 
relativamente 
curtas, mas 
apresentando um 
alongamento dos 
ossos em locais de 
fixação muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
13. Homo erectus 
 Fósseis dessa espécie foram encontrados em toda África e no oeste e leste da 
Ásia. Outros restos, referidos por alguns pesquisadores a essa espécie, foram 
descobertos na Europa, até o norte da Inglaterra. Os fósseis mais antigos datam 1,8 
milhões de anos atrás, enquanto os mais jovens datam cerca de 300 mil anos atrás. 
O Homo erectus é importante para o estudo da evolução humana, porque é a primeira 
espécie encontrada fora da África e apresenta muitas características anatômicas 
(especialmente o tamanho do cérebro e os aspectos do esqueleto pós-craniano) que 
refletem a evolução em direção ao padrão visto no Homo sapiens. Possuíam uma 
dieta baseada em grandes quantidades de carne suplementada com alimentos 
vegetais e seu volume craniano podia variar entre 850 e 1100cm³. 
 Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem” e é nome do 
gênero ou grupo dessa espécie. A segunda palavra no nome científico desta espécie 
é erectus. Esse nome foi selecionado para indicar a capacidade de permanecer em 
pé e andar com uma postura ereta. 
 
 
Figura 13: Representação do Homo erectus no Museu Nacional de História Natural. (Disponível em: 
<https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the-national-museum-of-
natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 
 
 
 
 
36 
 
Tabela 13 
Homo erectus Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Seu crânio era 
grande e largo, 
com ângulos 
agudos no osso 
occipital, ao 
contrário da curva 
encontrada nos 
humanos 
modernos. 
 
 
Esplacnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava o 
osso frontal baixo e 
inclinado, uma 
crista maciça na 
testa e uma 
abertura nasal 
larga e achatada. 
 
 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
 
Seu gradeado 
costal era 
semelhante ao dos 
humanos 
modernos, 
entretanto 
apresentava uma 
forma mais larga e 
em formato de 
barril. 
 
 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
 
 
A lacuna na qual 
corre a medula 
espinhal é 
significativamente 
menor do que a do 
H. sapiens 
sapiens, indicando 
uma menor 
demanda de 
tráfego de sinal 
nervoso. 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
As suas lâminas 
ilíacas eram 
lateralmente 
alargadas, 
manifestava uma 
superfície auricular 
37 
 
relativamente 
pequena e 
posicionada 
inferiormente. 
 
Membros 
superiores 
 
 
 
 
 
 
Apresentava 
falanges mais 
curvadas e ossos 
mais robustos em 
comparação ao 
dos H. sapiens 
sapiens. 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Os membros eram 
parecidos com os 
dos humanos 
modernos, embora 
os ossos fossem 
mais grossos, 
sugerindo um estilo 
de vida fisicamente 
exigente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
14. Homo ergaster 
 O grupo principal dentro desta espécie viveu entre 1,5 e 1,9 milhão de anos atrás, 
embora algumas classificações incluam indivíduos adicionais que estendem seu 
alcance entre cerca de 700.000 e 2 milhões de anos atrás. Fósseis desta espécie 
foram encontrados na África e na Eurásia. Locais importantes incluem regiões ao 
redor do Lago Turkana e Lago Victoria, Koobi Fora, Nariokotome, Olorgesailie, 
Swartkrans e Dmanisi, Geórgia. O desenvolvimento de seu intestino menor e um 
cérebro maior exigiu alimentos mais nutritivos e isso sugere que eles podem ter 
incluído mais carne em suas dietas. No ambiente de savana seca, os tubérculos das 
plantas provavelmente teriam sido uma parte importante da dieta. Esses vegetais 
duros podem ter sido processados usando sua tecnologia aprimorada, pois seus 
dentes molares menores indicam que eles comeram alimentos que exigiam menos 
mastigação. Mediam entre 1,60m e 1,80m. 
 Homo é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. É o mesmo gênero 
ou nome de grupo dado aos humanos modernos, o que indica a estreita relação entre 
esta espécie e a nossa. A palavra ergaster é baseada em uma palavra grega que 
significa “trabalho”, então o nome Homo ergaster significa “trabalhador”. Este nome 
foi usado porque grandes ferramentas de pedra foram encontradas perto de alguns 
de seus fósseis. 
 
 
Representação do H. ergaster. (Disponível em: <http://www.avph.com.br/jpg/homoergaster.jpg> 
Acesso jul. 2020). 
39 
 
Tabela 14 
Homo ergaster Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava um 
rosto projetado 
para fora, mas em 
menor grau do que 
nos ancestrais 
anteriores. Ao 
contrário dos 
humanos 
modernos, o crânio 
tinha uma 
constrição pós-
orbital moderada 
(entalhes atrás das 
órbitas). 
 
 
Esplacnocrânio 
 
 
 
 
 
 
A crista da 
sobrancelha em 
arco duplo distinto 
ficava acima dos 
olhos e um sulco 
relativamente 
distinto estava 
localizado entre a 
crista da 
sobrancelha e a 
testa. 
 
 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
 
A caixa torácica 
era como a dos 
humanos, em 
forma de barril, em 
vez de cone, como 
nas espécies 
anteriores. Apesar 
da semelhança, 
seu gradeado 
costal era mais 
largo. 
 
 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
As vértebras da 
região do pescoço 
da coluna vertebral 
mostram que a 
medulaespinhal 
era mais fina do 
que nos humanos 
modernos. 
40 
 
 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
 
 
A pelve tinha o 
formato de um 
humano moderno 
e era relativamente 
estreita em 
comparação com 
espécies como o 
Australopithecus 
afarensis. Seu 
corpo foi alinhado 
verticalmente 
acima da pelve. 
 
 
Membros 
superiores 
Braços mais curtos 
que as pernas. 
- Poucas 
informações. Os 
braços eram 
menores que as 
pernas, o que se 
assemelha aos 
humanos 
modernos. 
 
 
Membros 
inferiores 
Ao contrário das 
espécies 
anteriores, as 
pernas eram muito 
mais longas do que 
os braços, então as 
proporções dos 
membros eram 
semelhantes às 
dos humanos 
modernos. 
- Os fêmures têm 
pescoços mais 
longos, 
provavelmente 
para compensar o 
que teria sido um 
pequeno canal de 
parto nas 
mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
15. Homo heidelbergensis 
 Datados entre 300,000 e 600,000 anos atrás, fósseis atribuídos a esta espécie 
foram encontrados espalhados pela Europa e África. Os achados africanos tendem a 
ser mais antigos que os da Europa. O Homo heidelbergensis caçava animais grandes 
em busca de alimento, embora os couros também possam ter sido úteis, 
especialmente em áreas mais frias. Os ossos fossilizados desses animais mostraram 
que animais grandes, incluindo rinocerontes, hipopótamos, ursos, cavalos e veados 
foram alvejados. Esses animais foram habilmente caçados e depois abatidos de 
maneira ordenada, o que sugere que essas pessoas estavam trabalhando em grupos 
cooperativos. O seu volume craniano era cerca de 1000cm³. 
 O termo Homo heidelbergensis significa “Heidelberg Man". Homo, é a palavra 
latina para “humano” ou “homem” e heidelbergensis é a palavra latinizada para 
“Heidelberg”, a cidade na Alemanha onde o primeiro fóssil dessa espécie foi 
descoberto em 1907. 
 
 
Figura 15: Representação do Homo heidelbergensis no Museu Nacional de História Natural. (Disponível 
em: <https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the-national-museum-
of-natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 
 
 
 
 
42 
 
Tabela 15 
Homo 
heidelbergensis 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Houve o aumento 
da capacidade 
craniana e o 
arredondamento 
do osso occipital, 
visto que o do H. 
heidelbergensis é 
fortemente 
inclinado. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava o toro 
supraorbital 
extremamente 
robusto, dentes 
maiores do que os 
humanos 
modernos, 
abertura nasal 
relativamente larga 
e mandíbulas 
proeminentes. 
Gradeado costal Sem informações. - Não se aplica. 
Coluna vertebral Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
 
 
Sua anatomia 
pélvica é 
relativamente 
maior e 
notavelmente 
ampla, isso resulta 
em um diâmetro 
transversal muito 
amplo do canal de 
nascimento. 
Membros 
superiores 
Sem informações. - Não se aplica. 
 
 
Membros 
inferiores 
Os ossos eram 
extremamente 
longos e fortes. A 
espessura das 
tíbias e fíbulas 
indicam que essa 
espécie era 
fortemente 
construída. 
- Ossos mais 
densos que os do 
homem moderno, o 
que indica uma 
adaptação as 
condições 
tropicais. Além 
disso, seus 
membros inferiores 
eram relativamente 
curtos. 
43 
 
16. Homo floresiensis 
 Os restos mortais datam de cerca de 100.000 a 60.000 anos, mas evidências 
arqueológicas (principalmente ferramentas de pedra associadas) sugerem que H. 
floresiensis viveu em Liang Bua de pelo menos 190.000 a 50.000 anos atrás. Essas 
datas o tornam um dos últimos seres humanos sobreviventes, juntamente com os 
neandertais, denisovanos e nossa própria espécie, H. sapiens. Todos os restos 
mortais vêm da caverna de Liang Bua, na ilha das Flores, na Indonésia. Flores fica no 
extremo leste da cadeia de ilhas da Indonésia. Esta espécie compartilhava a ilha com 
os elefantes pigmeus Stegodon, ratos gigantes e grandes lagartos como os dragões 
de Komodo. Evidências de marcas de corte nos ossos de Stegodon da caverna Liang 
Bua mostram que H. floresiensis estava pelo menos caçando e comendo este animal. 
 O nome do gênero Homo é a palavra latina para “humano” ou “homem”. O nome 
da espécie floresiensis reconhece a ilha de Flores, na Indonésia, onde os restos 
mortais foram encontrados. 
 
 
Modelo do Homo floresiensis no Salão de Origens Humanas David H. Koch no Museu Nacional de 
História Natural Smithsonian. (Foto de Ryan Somma / Flickr). 
 
 
 
 
 
44 
 
Tabela 16 
Homo floresiensis H. sapiens sapiens Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
A forma craniana é 
longa e baixa e 
mais próxima da do 
H. erectus do que 
do H. sapiens. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
testa pequena e 
uma face 
relativamente 
plana. As raízes 
pré-molares eram 
diferentes de H. 
sapiens. 
 
 
Gradeado costal 
Poucas 
informações. 
Apresentava uma 
caixa torácica 
definida e com 
cartilagens. 
- Não se aplica. 
 
 
Coluna vertebral 
Andavam 
totalmente eretos. 
- Estatura muito 
pequena de cerca 
de 1 metro, que é 
menor que a média 
para populações 
baixas de 
humanos, como 
pigmeus (que têm 
em média cerca de 
1,4-1,5 m de 
altura). 
 
 
Ossos ilíacos 
Apresentavam 
uma pelve larga. 
- Lâminas primitivas 
de ílio alargadas na 
pelve, 
semelhantes aos 
australopitecíneos, 
e as fêmeas têm 
pelve mais larga do 
45 
 
que as fêmeas de 
H. sapiens. 
 
 
Membros 
superiores 
Braços muito 
longos. A forma da 
omoplata resultou 
no ombro sendo 
movido 
ligeiramente para a 
frente. 
- Ombros curvados 
conferem-lhe uma 
forma corporal 
diferente em 
comparação com 
H. sapiens. Ossos 
e articulações do 
braço e ombro 
sugerem que H. 
floresiensis era 
mais semelhante 
aos primeiros 
humanos do que 
aos humanos 
modernos. O osso 
trapézio tem forma 
piramidal, 
enquanto os 
humanos 
modernos têm um 
trapézio em forma 
de bota. 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Várias 
características 
primitivas incluem 
um pé 
relativamente 
longo para o 
tamanho do corpo. 
Os ossos da perna 
largos em 
comparação com o 
comprimento. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
17. Homo neanderthalensis 
 Restos de Homo neanderthalensis foram encontrados por toda a Europa e 
também no oeste da Ásia. Os locais onde essa espécie é conhecida, que são 
predominantemente locais de cavernas, datam aproximadamente 300.000 e 28.000 
anos atrás. Os neandertais construíram lareiras e foram capazes de controlar o fogo 
para aquecimento, cozimento e proteção. Também eram conhecidos por usar peles 
de animais, especialmente em áreas mais frias. Há evidências de que esse grupo se 
alimentava com quantidades significativas de carne suplementada com vegetação. Os 
machos tinham em média 168 centímetros de altura, enquanto as fêmeas eram um 
pouco mais baixas, com 156 centímetros. O seu volume craniano era de 
aproximadamente 1450 cm³. 
 Homo, é uma palavra latina que significa “humano” ou “homem”. A palavra 
neanderthalensis é baseada no local onde o primeiro grande espécime foi descoberto 
em 1856 - o vale de Neandro, na Alemanha. A palavra alemã para vale é “Tal”, embora 
em 1800 tenha sido escrita “Thal”. Homo neanderthalensis significa, portanto, 
"humano do vale dos Neandros". 
 
 
Figura 17: Representação do Homo neanderthalensis no Museu Nacional de História Natural. 
(Disponível em: <https://www.braincontour.com/2013/01/01/the-evolution-of-human-inside-the-
national-museum-of-natural-history-photos/>. Acesso jul. 2020.) 
 
 
47 
 
Tabela 17 
Homo 
neanderthalensis 
Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
caixa craniana 
mais longa e baixa. 
Possuía uma 
protuberância 
occipital, ao 
contrário do H. 
sapiens sapiens, 
que tem o osso 
occipital 
relativamente 
arredondado. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Frontal baixo, tórus 
supraorbitralcontínuo 
duplamente 
arqueado, abertura 
nasal muito larga e 
forame mandibular 
geralmente sob o 
segundo pré-
molar. 
 
 
Gradeado costal 
 
 
 
 
 
 
Apresentava uma 
cavidade torácica 
mais grossa, ampla 
e saliente em 
formato de barril. 
 
 
Coluna vertebral 
 
 
 
 
 
 
Houve mudança de 
inclinação e 
ausência de curva 
lombar. O H. 
neanderthalensis 
possuía uma 
postura mais ereta 
pela maneira que a 
coluna vertebral se 
conectava à 
cavidade torácica. 
48 
 
 
 
Ossos ilíacos 
 
 
 
 
 
 
Pelve maior, 
algumas espécies 
apresentavam 
canal nasal, que é, 
em partes, 
semelhante ao dos 
humanos, porém 
adaptada a uma 
condição climática 
específica. 
 
 
Membros 
superiores 
 
 
 
 
 
 
Os ossos da ulna e 
do rádio eram 
relativamente mais 
curtos. Possuíam 
escápulas 
menores e mais 
arqueadas. 
 
 
Membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
Os ossos da tíbia e 
fíbula eram 
relativamente mais 
curtos. 
Apresentavam 
grandes patelas e 
fêmur robustos e 
arqueados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
18. Homo sapiens 
 Todas as pessoas que vivem hoje pertencem à espécie Homo sapiens. Nós 
evoluímos há relativamente pouco tempo, mas com cultura e tecnologia complexas 
fomos capazes de se espalhar pelo mundo e ocupar uma variedade de ambientes 
diferentes. Os fósseis dos primeiros membros de nossa espécie, o arcaico Homo 
sapiens, foram todos encontrados na África. Fósseis do moderno Homo sapiens foram 
encontrados na África e em muitos outros locais em grande parte do mundo. Os 
primeiros humanos modernos foram adaptados à vida nos trópicos, mas há 40.000 
anos eles ocuparam uma variedade de ambientes nos continentes da África, Europa, 
Ásia e Austrália. Nos últimos 20.000 anos, os humanos também se espalharam pelas 
Américas. Hoje, nossa cultura e tecnologia nos permitem viver na maioria dos 
ambientes em nosso planeta, bem como em alguns fora do nosso planeta. Todos os 
Homo sapiens já foram caçadores-coletores que viviam de plantas e animais 
selvagens. Foi apenas há cerca de 11.000 anos que os humanos começaram a 
domesticar plantas e animais, embora os alimentos silvestres ainda fossem 
importantes na dieta. Nossa espécie tem uma dieta ampla e essencialmente onívora. 
Isso nos permitiu utilizar os recursos alimentares encontrados na ampla variedade de 
ambientes que habitamos. 
 O nome que escolhemos para nós significa “ser humano sábio”. Homo é a palavra 
latina para “humano” ou “homem” e sapiens é derivado de uma palavra latina que 
significa “sábio” ou “astuto”. 
 
 
Representação do H. sapiens. (Disponível em: <https://nossaciencia.com.br/wp-
content/uploads/2017/11/Homo-sapiens_14nov.jpg>. Acesso jul. 2020). 
 
50 
 
Tabela 18 
Homo sapiens Homo sapiens 
sapiens 
Principais 
diferenças 
evolutivas 
 
 
Neurocrânio 
 
 
 
 
 
 
O Homo sapiens 
primitivo tinha 
cérebros 
ligeiramente 
maiores, com 
cerca de 1.500 
centímetros 
cúbicos. Os 
crânios da espécie 
moderna têm uma 
base curta e uma 
caixa craniana alta. 
 
 
Esplancnocrânio 
 
 
 
 
 
 
Suas 
características 
primitivas incluem 
uma construção 
mais pesada e 
robusta, uma 
seção traseira 
angular em vez de 
arredondada e 
uma testa mais 
baixa e inclinada. 
 
Gradeado costal 
Caixa torácica com 
cartilagens e 
expansão. 
- Os ossos da 
espécie moderna 
são mais firmes e 
menos rígidos. 
 
 
 
Coluna vertebral 
Coluna vertebral 
completamente 
ereta. Os corpos 
apresentavam 
troncos curtos. 
- Os humanos 
modernos agora 
têm uma altura 
média de cerca de 
160 centímetros 
nas mulheres e 
175 centímetros 
nos homens. 
 
 
Ossos ilíacos 
A pelve é mais 
estreita de um lado 
para o outro e tem 
uma forma de 
tigela mais 
profunda da frente 
para trás do que a 
espécie humana 
anterior. 
- Pélvis totalmente 
diferente entre 
machos e fêmeas, 
e nas fêmeas 
ossos menos 
rígidos. 
51 
 
Membros 
superiores 
Apresentavam 
braços longos. Os 
ossos dos dedos 
das mãos são retos 
e sem a curvatura 
típica de nossos 
primeiros 
ancestrais 
australopitecinos. 
- Os ossos dos 
membros são mais 
finos e menos 
robustos do que as 
espécies humanas 
anteriores e 
indicam uma 
redução no 
tamanho dos 
músculos dos 
humanos 
anteriores. 
Membros 
inferiores 
As pernas são 
relativamente 
longas em 
comparação com 
os braços. 
- Corriam com 
perfeito equilíbrio, 
o formato do fêmur 
já é maior que a 
dos anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
Conclusão 
 Sobreviver neste planeta, para a espécie humana, não foi uma tarefa simples, já 
que, do ponto de vista corporal, o Homo sapiens sapiens é bastante frágil se 
compararmos com outras espécies. 
 Seu potencial sensorial é bastante primitivo em relação ao olfato ou audição dos 
caninos, sua velocidade é baixa em relação à de um felino, sua força de preensão não 
se aproxima da de uma grande víbora. Quando se procura explicações para os fatos 
que propiciaram a sobrevivência da espécie humana, é comum encontrar hipóteses 
relacionadas à impressionante capacidade intelectual, fruto do seu complexo cérebro, 
à capacidade humana de comunicação e produção de linguagem, ou à sua 
capacidade manipulativa para construir abrigos, ferramentas, armas, utensílios 
(tecnologia). 
 A resposta à subsistência do ser humano, para muitos, está nesta trilogia formada 
pela criatividade, linguagem e manipulação, porém o bipedalismo precedeu em cerca 
de cinco milhões de anos o aumento do cérebro. Ao andar sobre duas pernas, o corpo 
humano ficou livre da necessidade de respirar em sincronia com o passo, como 
acontece com os animais quadrúpedes, o que teria possibilitado aos pulmões modular 
a respiração de forma sútil, o que pode ter contribuído para evolução da fala. 
 O bipedalismo alterou a estrutura e o funcionamento do corpo humano, os ossos 
do braço e os dedos das mãos encurtaram, os membros inferiores encompridaram, 
os ossos dos pés perderam a curva acentuada, o hálux abandonou a posição do 
polegar oponível, possibilitando um alinhamento para a sustentação da marcha. A 
coluna vertebral sofreu um alinhamento, ficando como uma pequena ponte suspensa 
(em que a cadeia de 24 vértebras que constitui a coluna, juntamente com a fusão do 
sacro e do cóccix na extremidade inferior) garante ao corpo uma sustentação flexível, 
porém firme. Alteração significativa ocorreu com a pelve humana que se modificou 
radicalmente para sustentar permanentemente o corpo, e com o centro da gravidade, 
cujo resultado fez com que um bípede fosse capaz de ficar em pé durante horas 
despendendo apenas 7% mais de energia nessa posição do que deitado. 
 A modificação da faringe tornou-se maior nos bípedes e a medula espinhal 
engrossou para possibilitar um controle motor ainda melhor sobre a respiração. Sem 
ambas as alterações na anatomia do trato respiratório e nasal a fala não seria 
53 
 
possível. O bipedalismo deixou o humano exposto ao sol de maneira peculiar, já que 
o corpo é atingido apenas no topo da cabeça. Esse “ficar alto” criou um problema 
quanto à dissipação de calor, com maior necessidade de levar sangue para a cabeça, 
contrariando a força da gravidade. Para solucionar o problema, o plexo vertebral 
(vasta rede de capilarização) aumentou a velocidade do fluxo de sangue e sua 
capacidade de circular no corpo, possibilitando um pronto resfriamento do cérebro em 
rápida expansão. 
 Ao longo de todas essas transformações, nos questionamos: Em que medida o 
bipedalismo contribuiu para a evolução dos hominídeos que tornou o H. sapiens 
sapiens o ser hegemônico do universo? 
 O bipedalismo foi uma das primeiras adaptações apresentadas pelos hominídeos 
e existem algumas hipóteses de como a linhagem humana o desenvolveu. Uma delas 
diz que o bipedalismo foi desenvolvido após um grupo de nossos ancestrais 
começarem a habitar ambientes savânicos (áreas abertas cobertas de gramíneas).Enquanto algumas linhagens permaneceram nas florestas, onde poderiam utilizar as 
copas e galhos das árvores como abrigo e para encontrar alimento, as linhagens da 
savana não tinham muitas árvores para subir, logo, a posição ereta tornava mais fácil 
avistar predadores à distância. A outra hipótese relaciona o desenvolvimento do 
bipedalismo humano com o uso de ferramentas. Uma vez que uma espécie não se 
locomove sobre os quatros membros, os dois membros anteriores ficam livres para 
explorar o ambiente, auxiliando no uso de ferramentas e ainda na coleta de alimentos 
enquanto se movimentavam. 
 Uma das características mais distintivas é nossas habilidades para caminhar 
ereto. Este tipo de locomoção é experimentado ocasionalmente por alguns grandes 
macacos, porém apoiados nas mãos. Analisando o esqueleto humano podemos 
verificar que nossa anatomia é projetada para isto e afetou diretamente a estrutura 
deste esqueleto, em que temos: O crânio acima da coluna vertebral com o forâmen 
magno (passagem pela qual a medula espinhal se liga ao cérebro) centrado na sua 
base. Humanos têm uma curva em “S” na coluna para apoiar o peso superior do corpo. 
A estrutura pélvica foi adaptada para suportar a tensão e peso associado ao 
bipedalismo, bem como a ligação do fêmur com o quadril, que também foi modificada 
para estes propósitos. 
54 
 
 No entanto, há uma diferença entre se manter em posição bípede e caminhar por 
longos períodos de tempo nessa mesma posição. Para que seja possível utilizar o 
bipedalismo como forma de locomoção em tempo integral, é necessário que a 
anatomia óssea da espécie proporcione isso. Além disso, apesar das aves se 
locomoverem de forma bípede, a única linhagem que faz isso na posição 
completamente ereta é a humana. 
 Existem várias diferenças anatômicas que nos ajudam a andar sobre os dois pés. 
O posicionamento da coluna e o número de vértebras lombares, que nos humanos é 
cinco e nos primatas são quatro. Essa vértebra adicional garante maior capacidade 
de movimentação dos membros inferiores. Outra adaptação é a presença de tecido 
muscular volumoso na região dos glúteos, que garante maior equilíbrio. Além disso, 
humanos apresentam o osso da pelve mais ampla e lateralizada em relação ao plano 
corpóreo do que os primatas não-humanos, o que garante maior inserção muscular, 
proporcionando maior equilíbrio e tônus ao caminhar. 
 As vantagens da postura bípede são diversas, proporcionou aos hominídeos a 
ação de se defender de predadores de forma mais eficiente, alcançar maiores alturas 
para encontrar comida, maior capacidade para se proteger, garantindo assim, a 
reprodução e perpetuação da espécie. Ser bípede, ou seja, andar sobre duas pernas 
e possuir postura ereta é mais econômico em termos de energia. A postura ereta 
proporcionou maior desenvolvimento do cérebro, o que possibilitou a fala e através 
dela, a socialização entre indivíduos da espécie, com o cérebro maior e mais 
desenvolvido possibilitou a manipulação de ferramentas, permitiu o surgimento de 
uma potente tecnologia, a vida em sociedade, a especialização do trabalho, a criação 
do Estado, o surgimento da filosofia e da religião, possibilitando a fundação da cultura 
humana, que entre as bilhões de outras espécies animais da terra, se tornou a 
dominante. 
 
 
 
 
 
55 
 
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