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PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA NECESSÁRIOS E OBRIGATÓRIOS NA ODONTOLOGIA Amanda Britto Odontologia Unichristus. @HimeTiger • Acidentes não acontecem por acaso, mas sim por descaso. Para a segurança do cirurgião dentista, auxiliares, técnicos de laboratório e pacientes, uma série de condutas deve ser seguida para evitar os riscos físicos, ergonômicos, químicos ou biológicos em um consultório odontológico , garantindo que todos os pacientes possam ser tratados da melhor forma e sem discriminação. # Processo que elimina todos os microrganismos (esporos, bactérias, fungos e protozoários) por meios físicos ou químicos Esterilização 01 A s e g u ra n ça c o n si st e n a r e sp o n sa b il id a d e d e s a b e r e a g ir d a m a n e ir a c o rr e ta . Eliminação de microrganismos patogênicos de seres inanimados, sem atingir necessariamente os esporos Desinfecção 02 Eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênicas de um tecido vivo Anti-sepsia 03 São medidas adotadas para impedir que determinado local seja contaminado Assepsia 04 Remoção de sujeiras para redução de microrganismos presentes em superfícies. Procedimento que deve ser realizado antes da desinfecção e/ou esterilização Limpeza 05 Para controlar ou inibir os microrganismos em objetos de ambiente clínico a biossegurança tem como medidas obrigatórias: • EPI NO ARMÁRIO NÃO PROTEGE OPERÁRIO Precauções Universais representam um conjunto medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação de sangue, secreções e excreções, e contato com mucosas e pele não-íntegra, estas também conhecidas como precauções básicas. # ▪ Manejo adequado dos acidentes de trabalho que envolvam a exposição a sangue e fluídos ôrganicos A m b ie n te se g u ro , t ra b a lh a d o r sa u d á ve l. Uso de barreiras ou equipamentos de proteção individual Prevenção da exposição de sangue e fluídos corpóreos Prevenção de acidentes com instrumentos pérforo-cortantes Manejo adequado de procedimentos de descontaminação e do destino de dejetos e resíduos nos serviços da saúde. AS PRECAUÇÕES UNIVERSAIS INCLUEM: O cirurgião dentista está sujeito a uma série de problemas em sua prática diária. Sejam problemas posturais, problemas com a visão (Que é forçada frequentemente), exposição a vírus, bactérias, fungos, saliva, sangue, metais pesados, ácidos, luz do fotopolimerizador, laser de alta e baixa potência, materiais perfuro-cortantes, ruídos das canetas de alta e baixa rotação entre vários outros, e para evitar os riscos ou até diminuir seu potencial de estrago, o uso de EPI se faz de uso obrigatório . D e sc u id o é r is co , s e g u ra n ça é v id a . O b e d e ça à s e g u ra n ça e m e re ça c o n fi a n ça . ● Touca /Gorros Descartáveis: Várias pesquisas apontaram contaminações pelos cabelos dos dentistas e auxiliares. São formas de proteção da testa e cabelos contra respingos e perdigotos. ● Óculus Protetor:O uso de alta rotação para remoção de tecido dentário ou materiais de restauração são arremassadas com grande velocidade no rosto do profissional e auxiliar, é evidente que se não houver uma proteção entre a boca do paciente e o globo ocular do dentista, essas partículas poderão atingir a córnea, lesando- a e contaminando-a. Fora que o cirurgião dentista não possui controle sobre a tosse do paciente, por exemplo. O HIV pode ser transmitido pelo sangue, caso ela caia dentro do olho. Outra doença também preocupante é a Hepatite C que pode ser transmitida pela saliva do paciente. ● Protetor Auricular: O dentista tende a perder parte da audição por causa dos barulhos do consultório. Compressor, sugador, canetas de alta e baixa rotação. Tudo muito nocivo ao ouvido do profissional que usa estes aparelhos durante muitas horas. A perda auditiva é irreversível, além de termos problemas como zumbido, dores de cabeça e insônia. Apesar de não ser muito usado, é de uso necessário . ● Máscara Cirúrgica: Pela próximidade da boca com o paciente, existindo a possibilidade ao falar, lançar partículas de saliva, a máscara é uma importante fonte de proteção ao paciente, mas também protege o cirurgião dentista da ingestão ou inalação de aerossóis. EPI O le m a d o b e m e st a r é s e g u ra n ça e m p ri m e ir o l u g a r. ● Luvas de Procedimento ou Cirúrgicas: Sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não-íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros). ● Sapatos adequados: Proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante (centros cirúrgicos) e também para evitar ferimentos com materiais perfuro-cortante ● Avental tecido/descartável: Oferece proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, biológica e umidade proveniente de operações com uso de água, essencial para todo cirurgião dentista e auxiliares. O mais comum é em sua forma de tecido, porém tem sido questionado cada vez mais seu uso de forma descartável . EPI N ã o c o n fi e n a s o rt e , d e st in o o u a ca so . C o n fi e n a s e g u ra n ça . N a c o rr e n te d a s e g u ra n ça , o e lo m a is im p o rt a n te é v o cê . O jaleco é o maior meio de transporte de colônias bacterianas em meio clínico . Os locais de maior contaminação em um jaleco são: Bolsos, punhos e região da cintura, podendo ser associado o contato direto destes locais com o paciente e o contato indireto com superficies ambientais. A predominância do uso do Jaleco erroneamente são em locais abertos, como ruas e em locais fechados como lanchonetes, estabelecimentos comerciais. O uso do jaleco deve ser em ambiente clínico/cirúrgico . A forma de higienização do jaleco deve ser diariamente e não semanalmente. É a passagem de agente etiológico de doença, de um indivíduo para outro susceptível. No consultório odontológico, são quatro vias possíveis de infecção cruzada. • Do paciente para a equipe de profissionais odontológicos. • Da equipe de profissionais odontológicos para o paciente. • De paciente para paciente através da equipe de profissionais odontológicos. • De paciente para paciente, atráves de agentes como instrumentos, equipamentos e pisos. Infecção Cruzada Q u e m s e r e sp e it a e p ro m o ve a v id a , n ã o a ss u m e r is co s e m in im iz a o s a ci d e n te s. INFECÇÃO CRUZADA E Q U I P A M E N T O A M B I E N T E PACIENTE AUXILIAR P R O F I S S I O N A L U m a p e q u e n a o m is sã o p o d e le va r a u m g ra n d e a ci d e n te S e ja in te li g e n te , t ra b a lh e s e m a ci d e n te . • Contato direto – toque com saliva ou sangue • Infecção por gotículas / aerossol - olhos nariz e boca • Contato indireto – tocando instrumentos e/ou superfícies contaminados / acidentes com material perfurocortante Do paciente para a equipe de profissionais odontológicos. Os microorganismos da boca do paciente podem ser transmitido para a equipe odontológica por meio das seguintes vias: • Se não houver os procedimentos básicos de controle de infecção como uso de luvas e máscaras podendo levar patógenos aos pacientes através de contato com pele lesionada e gotículas através de tosse e/ou espirro sem EPIs. Essa propagação é muito improvável e pouco comum, felizmente, porém ocorre: Da equipe de profissionais odontológicos para o paciente. S ig a a r e ta d a s e g u ra n ça p a ra n ã o e n tr a r n a c u rv a d o a ci d e n te . • Esterilização de instrumentos • Insumos descartáveis • Barreiras de proteção • Higiene demãos • Luvas De paciente para paciente através da equipe de profissionais odontológicos. É uma transmissão que ocorre quando preceitos mínimos do controle de infecção são desrespeitados. São eles: • Canetas e instrumentais de uso odontológico • Equipamentos contaminados para a revisão e reparo . • Equipe odontológica transmitindo patógenos através das roupas e cabelos • Resíduos de saúde descartados inadequadamente Pela má higienização do ambiente e instrumentos, tais como: De paciente para paciente, atráves de agentes como instrumentos, equipamentos e pisos. T ra b a lh e c o m c o n fi a n ça e f a ça p a rt e d a s e g u ra n ça . As mãos constituem a principal via de transmissão de micro-organismos durante a assistência prestada aos pacientes, por isso devem ser higienizadas da maneira correta. • Segurança, uma conquista de todos. # É imprescindível a imunização dos profissionais da área da saúde, já que estão expostos, cotidianamente, indireta e/ou diretamente, a diferentes e diversos microrganismos, que podem gerar quadros de infecção, ocasionando, assim, consequências para as instituições, para esses profissionais e para os clientes. # S e g u ra n ça n o t ra b a lh o é a cr e d it a r n u m f u tu ro . ● Gripe (Influenza) ● Tétano e Difteria (dT adulto ou toxóide tetânico) ● Varicela ● Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral) ● Tuberculose (BCG) ● Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e Difteria) ● Hepatite A e B ● A portaria do MTE – Norma Regulamentadora 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de Saúde, no seu item 32.2.4.17 – Vacinação dos Trabalhadores ● Preconiza o seguinte: Para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional). ● Item 32.2.4.17.6 a vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. ● A norma refere-se a TODO trabalhador na área de saúde. Caso o mesmo se negue a tomar as vacinas, ele deve fazer uma declaração de próprio punho explicando os motivos. Esta declaração deve ficar com o empregador e serve como documentação legal. Vacinas Vacinas necessárias para a proteção do profissional ASB e TSB: Importante Sala de Esterilização Rotinas de limpeza/desinfecção Documentação necessária aos estabelecimentos de assistência odontológica Descarte de resíduos Manutenção geral e de equipamentos Aspectos relevantes da estrutura da clínica odontológica - exigências sanitárias S e g u ra n ça s e c o n q u is ta c o m c o n fi a n ça . Sala de Esterilização • Espaço físico suficiente para os procedimentos realizados, com piso e paredes revestidos de material lavável (4,8m² p/ área suja e 4,8m² p/ área suja) • Ventilação e iluminação natural ou artificial que permita conforto térmico • Janelas com telas para impedimento de entrada de insetos • Pia com cuba funda e acionamento automático • Bancada com espaço suficiente para pré-lavagem, lavagem, secagem, embalagem e realização do controle biológico da eficácia da esterilização. • Armário fechado ou gavetas para acondicionamento de instrumentais esterilizados • Toalheiro de papel, sabão líquido, escova de cerdas de nylon (não usar palha de aço ou esponjas). • Autoclave horizontal com registro no MS (Ministério da Saúde) • Incubadora para realização do controle biológico, indicadores biológicos e caderno para anotação dos resultados (semanal para clínica geral e diário para implantáveis) • Integradores químicos para controle químico da eficácia da esterilização e caderno para anotação dos resultados (1 por ciclo, no mínimo) • Equipamento de Proteção Individual (avental, máscara, luvas de borracha) • Materiais de consumo: verificar sempre a validade, integridade, embalagem, registro no Ministério da Saúde S e g u ra n ça e m t o d o lu g a r é a ci d e n te z e ro n o p la ca r. Rotinas de limpeza/desinfecção • Cadeiras, equipamentos e pontas devem ser limpos após cada paciente com álcool 70o e protegidos com barreiras de proteção física (papel filme) . • Bancadas e demais equipamentos devem ser limpos após o uso. • Limpezas terminais pelo menos uma vez por semana (janelas, portas, lavagem de pisos e paredes). • Sala de atendimento, sala de esterilização, banheiros devem ser limpos diariamente. • Produtos e materiais utilizados para limpeza e desinfecção com registro no Ministério da Saúde ou isenção do mesmo, dentro da validade. As almotolias (equipamentos utilizados para aplicação de líquidos diversos) devem ser identificadas com nome do produto e data de validade (de acordo com a indicação do fabricante do produto). • EPI (máscara, luvas de procedimento, luvas de borracha, gorro, óculos de proteção, avental). S e g u ra n ça é u m a c o is a m u it o s é ri a . F iq u e l ig a d o , v o cê f a z p a rt e d e la . Manutenção geral e de equipamentos • Deve ser realizada a manutenção preventiva de todos os equipamentos de acordo com o fabricante ou pelo menos a cada seis meses: • Autoclave (DEVE TER UM CONTRATO TERCEIRIZADO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA) • Ar condicionado (DEVE TER UM CONTRATO TERCEIRIZADO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA) • Compressor S e g u ra n ça é e st a r e m h a rm o n ia c o m o t ra b a lh o Descarte de resíduos • Deve ser acondicionado em local próprio, com acesso apenas para funcionários da empresa que arrecada os resíduos. • Manter o lixo contaminado até a retirada por empresa especializada em sacos brancos leitosos dentro de lixeira com tampa. • Perfuro cortante em caixa coletora para artigos perfuro cortantes • Químicos (revelador, fixador, restos de limalha e mercúrio) em recipientes de plástico rígido com tampa S a ú d e e s e g u ra n ça n o t ra b a lh o : d is p o si çã o e s a ti sf a çã o !. Documentação necessária aos estabelecimentos de assistência odontológica • Protocolo de CMVS ou renovação de CMVS • Cadastro regular em empresa de Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde credenciada pelos órgãos competentes • Comprovante de manutenção preventiva semestral da autoclave e aparelho de ar-condicionado • Comprovante de limpeza da caixa d’água (semestral) • Comprovante de controle de pragas urbanas (anual) • Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros • Laudo radiométrico e Controle de qualidade do aparelho de Raios X ( por aparelho de RX) • CROSP dos responsáveis técnicos e demais funcionários. • Manual de Rotinas e Procedimentos C O N C LU S IO N S É importante que o profissional de saúde saiba que terá contato com inúmeros tipos de produtos e materiais que apresentam características diversas entre si, capazes de gerar uma enorme quantidade de resíduos após cada procedimento. Em seu ambiente de trabalho, a Equipe de Saúde bucal terá contato com resíduos inertes e recicláveis. É obrigação de todo profissional de saúde, o conhecimento das normas vigentes e de sua correta aplicação. São muitas as responsabilidades pelo correto manuseio e adequada destinação para cada um desses resíduos. Do resultado desse conjunto de tarefas dependerá a integridade e a segurança de sua própria saúde pessoal, de seu grupo de trabalho, de parcelas da população e também do meio ambiente, que dá suporte a tudo que existe na Terra. Considerações Finais Fontes ● PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA http://periodicos.unitau.br/ojs/index.php/biociencias/article/view/60/38 ● HEPATITE C NA ODONTOLOGIA: RISCOS E CUIDADOS http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/436/331 ● AVALIAÇÃO DO LIMIAR AUDITIVO EM PROFISSIONAIS DE ODONTOLOGIA https://revistas.unoeste.br/index.php/cv/article/view/153 ● A imunização dos profissionais da área de saúde: uma reflexão necessária http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/155 ● Biossegurança e Segurança do Paciente –ABO - Dra. Lusiane Camilo Borges http://periodicos.unitau.br/ojs/index.php/biociencias/article/view/60/38 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/revistadaodontologia/article/view/436/331 https://revistas.unoeste.br/index.php/cv/article/view/153 http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/155
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