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1 Resumo capítulo 38 Guyton. Circulação Pulmonar I- Anatomia Fisiológica do Sistema Circulatório: a) Vasos Pulmonares: A artéria pulmonar deixa o ápice do ventrículo direito e divide-se em ramos principais direito e esquerdo, que suprem os dois pulmões. Seus ramos são curtos e possuem diâmetros maiores do que suas correspondentes na circulação sistêmica. Isto, combinado ao fato de que os vasos são finos e distensíveis, dá à árvore pulmonar uma grande complacência, permitindo que acomodem o volume sistólico do ventrículo direito. As veias pulmonares também são curtas e esvaziam-se imediatamente seu sangue efluente no átrio esquerdo, que é bombeado pelo ventrículo esquerdo para toda a circulação sistêmica; b) Vasos Brônquicos: Pequenas artérias brônquicas se originam na circulação sistêmica e suprem os tecidos de suporte dos pulmões, incluindo o tecido conjuntivo, septos e grandes e pequenos brônquios. Este sangue é drenado para as veias pulmonares e entra no átrio esquerdo, em vez de voltar para o átrio direito. Portanto, o fluxo para o átrio esquerdo e o débito de ventrículo esquerdo são discretamente maiores que o débito do ventrículo direito. c) Vasos Linfáticos: Estão presentes em todo o tecido de suporte do pulmão, começando nos espaços de tecido conjuntivo que circundam os bronquíolos terminais, cursando para o hilo do pulmão e, deste ponto, principalmente para o ducto linfático torácico direito. Partículas que penetram nos alvéolos são parcialmente removidas por estes canais, além de proteínas plasmáticas que escapam dos capilares pulmonares, ajudando a prevenir um edema pulmonar. II- Volume Sanguíneo dos Pulmões: Sob várias condições fisiológicas e patológicas, a quantidade de sangue nos pulmões pode variar em grande escala. Por exemplo, quando uma pessoa sopra o ar com força, aumentando a pressão dentro dos pulmões, certa quantidade de sangue é expelida da circulação pulmonar para a sistêmica. Além disso, a perda de sangue na circulação sistêmica por uma hemorragia pode ser parcialmente compensada pelo desvio automático do sangue dos pulmões para os vasos sistêmicos. Por estas razões o pulmão é considerado um reservatório de sangue. III- O Fluxo de Sangue nos Pulmões: O fluxo sanguíneo através dos pulmões é essencialmente igual ao débito cardíaco, portanto fatores que controlam o débito cardíaco também controlam o fluxo pulmonar. Sob a maioria das condições, os vasos pulmonares atuam como tubos distensíveis passivos, aumentando ou diminuindo seu calibre de acordo com alterações na pressão. Para que ocorra uma aeração adequada do sangue, é importante que este seja distribuído para os alvéolos mais bem oxigenados. Este fenômeno é obtido através do controle automático da distribuição do fluxo sanguíneo. Tal mecanismo ocorre quando a concentração de oxigênio no ar alveolar cai abaixo de 70% do normal, fazendo com que os vasos adjacentes se contraiam, aumentando a resistência vascular. Isto é o oposto ao observado nos vasos sistêmicos, que se dilatam ao invés de se contrair quando em baixa de oxigênio. Este efeito gerado pela hipoxia tem uma importante função: distribuir o fluxo sanguíneo para onde ele for mais eficiente, ou seja, se alguns alvéolos estão mal ventilados e suas concentraçãoes de oxigênio estão em baixa, os vasos adjacentes se contraem, fazendo com que o sangue flua para outras áreas dos pulmões mais bem areadas, gerando o controle automático da distribuição do sangue. 2 IV- Efeito dos Gradientes de Pressão Hidrostática: A pressão hidrostática apresenta valores diferentes de acordo com a área do pulmão. Ou seja, quando mais inferior, maior a pressão, e vice-versa. Tais diferenças de pressão possuem efeitos profundos sobre o fluxo de sangue através das diferentes áreas dos pulmões. Para melhor explicar essas diferenças, geralmente se descreve o pulmão como sendo dividido em três zonas, como explicado a seguir. 1) Zonas 1, 2 e 3 de Fluxo Sanguíneo Pulmonar: Os capilares nas paredes alveolares são distendidos pela pressão arterial dentro deles, mas, simultaneamente, eles são comprimidos pela pressão do ar alveolar sobre suas paredes externas. Portanto, toda vez que a pressão do ar alveolar for maior que a pressão capilar pulmonar, os capilares se fecham e o fluxo sanguíneo é interrompido. a) Zona 1: Ausência de fluxo sanguíneo durantes todas as partes do ciclo cardíaco, pois a pressão alveolar é maior que a pressão arterial em todas as fases do ciclo cardíaco; b) Zona 2: Fluxo sanguíneo intermitente, pois a pressão sistólica é maior que a alveolar, porém a diastólica é menor, ocluindo o vaso; c) Zona 3: Fluxo sanguíneo contínuo, porque a pressão capilar pulmonar permanece maior que a alveolar durante todo o ciclo cardíaco. Normalmente, os pulmões só apresentam zonas de fluxo sanguíneo 2 e 3 – zona 2 nos ápices pulmonares e zona 3 em todas as áreas inferiores. A zona 1 só ocorre em condições anormais: ou quando a pressão arterial é muito baixa, ou quando a alveolar é muito alta para permitir o fluxo. O motivo do fluxo sanguíneo pulmonar aumentar durante o exercício, é que as pressões pulmonares se elevam suficientemente para converter os ápices pulmonares de um padrão zona 2 para um padrão de fluxo zona 3.
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