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SEMIOLOGIA Semiologia Geriátrica Envelhecimento o O número de indivíduos com idade acima de 60 anos mais do que dobrou nos últimos 50 anos. Projeções recentes indicam que, em 2020, esse segmento poderá ser responsável por aproximadamente 13% da população brasileira. o A prevalência de doenças crônicas neste grupo tende a aumentar. A inter-relação entre saúde bucal e saúde geral é mais pronunciada e importante entre idosos, pois doenças na boca podem aumentar os riscos para a saúde geral. o A saúde bucal na terceira idade é um fator indispensável para o envelhecimento saudável com qualidade de vida. A perda dos dentes não é sinônimo de envelhecimento, mas resultado de vários fatores, tais como a falta de cuidados, ou de medidas preventivas a serem adotadas pelo indivíduo ou pelo cirurgião-dentista no curso da vida. o As modificações no aparelho mastigatório ocorrem durante o processo de envelhecimento saudável, podendo ser agravadas em função das doenças associadas. São várias as alterações fisiológicas e patológicas decorrentes do envelhecimento. Estrutura dentofacial influência no envelhecimento do rosto o Ocorre declínio do volume dos maxilares associado a perda dos dentes • Com a perda dos dentes, a reabsorção do rebordo residual ocorre de forma crônica e progressiva, alterando a configuração do rebordo, comprometendo a estabilidade da prótese total. A reabsorção está associada a fatores como sexo, idade, tempo que está edêntulo, nutrição, excesso de carga e compressão, hábitos parafuncionais, instabilidade oclusal e má adaptação da prótese. o Os tecidos moles inferiores da face e do pescoço não têm apoio suficiente, contribuindo para a flacidez da pele, aumentando a projeção do queixo e fazendo com que o rosto fique com aspecto envelhecido. o A força da mastigação diminui com a idade. Torna-se evidente o decréscimo da potência muscular, principalmente dos músculos massetéricos. o Sinais do envelhecimento: • Rugas e sulcos • Perda de volume labial e suporte nasal • Mal posicionamento ou ausência de dentes o Estrutura macroscópica: densidade Alterações fisiológicas do sistema estomatognático durante o envelhecimento o Todos os tecidos que compõem o sistema estomatognático são passíveis de sofrer alterações durante o envelhecimento – mucosas, língua, glândulas salivares, dentes, gengiva, articulação SEMIOLOGIA temporomandibular (ATM), músculos da mastigação. Todos passam por mudanças fisiológicas. o A mucosa dos idosos torna-se mais fina, lisa, mais friável, sujeita a injúrias e sua cicatrização é mais lenta. o Diminuição da sensibilidade gustativa pode ser observada, devido à redução do número de papilas gustativas com o envelhecimento. A língua se apresenta mais lisa e com frequência pode apresentar alterações no sentido do paladar. • Perda anterior e posterior: perda da percepção doce e salgado • Sabores AMARGO e AZEDO permanecem por mais tempo o Com o envelhecimento ocorrem modificações nas glândulas salivares, evoluindo com diminuição no volume da secreção salivar e da proteção dos tecidos bucais, dificultando mastigação, fonação e digestão. o O esmalte, com o aumento da concentração de nitrogênio e flúor em sua camada superficial, torna-se menos permeável e mais friável. Sua superfície torna- se mais lisa, de coloração mais escura pela perda de translucidez, podendo apresentar trincas e manchas. Os dentes podem apresentar coloração extrínseca associada à alimentação ou tabagismo. A atrição é frequentemente encontrada em pessoas idosas e está relacionada com a mastigação, ocorrendo diminuição da altura das cúspides dos dentes, tornando a superfície oclusal mais plana, influenciada por fatores como dieta, fator ocupacional, atrição ou bruxismo. o Estruturas mais afetadas com a senescência • Na dentina, ocorre deposição contínua de tecido mineralizado, formando a dentina secundária e consequente obliteração gradual dos túbulos dentinários. • Na polpa dentária, ocorre diminuição do volume pulpar devido à deposição continuada de dentina secundária, podendo chegar à obliteração dos canais radiculares, dificultando procedimentos endodônticos. Pode-se observar ainda a formação de cálculos pulpares. • O espaço do ligamento periodontal diminui, enquanto que no cemento ocorre aumento gradual da espessura, que triplica com o envelhecimento. A deposição de cemento é mais pronunciada no terço apical da raiz. • O periodonto, gengivas, ossos, cemento e fibras periodontais talvez sejam as estruturas mais afetadas com a senescência. Durante o envelhecimento a gengiva sofre uma migração apical, com diminuição dos rebordos alveolares em altura e espessura, que, por sua vez, pode levar à exposição da raiz do dente, aumentando o espaço interdental e dando a sensação de aumento no tamanho dos dentes. Edentulismo o Com a perda dos dentes, a reabsorção do rebordo residual ocorre de forma crônica e progressiva, alterando a configuração do rebordo, comprometendo a estabilidade da prótese total. A reabsorção está associada a fatores como sexo, idade, tempo que está edêntulo, nutrição, excesso de carga e compressão, hábitos parafuncionais, instabilidade oclusal e má adaptação da prótese o Retenção da prótese x implantes dentários • A perda dentária, ou o uso de próteses inadequadas implicam em impactos negativos na qualidade de vida. o O elevado índice de edentulismo, geralmente causado pela cárie dentária e ou doença periodontal, é resultante de diferentes fatores iatrogênicos, biológicos, comportamentais e psicossociais ao longo da vida. o Decorrente de reabsorção severa dos rebordos alveolares, muitas vezes o forame mentual ou forame incisivo passa a situar-se próximo ao rebordo residual e até mesmo sobre ele, podendo desencadear dor em forma de choque, referido na literatura como dor neuropática o A Síndrome da Combinação, descrita por Kelly em 1972, apresenta-se: • Conjunto de características marcantes que ocorrem quando uma maxila desdentada se opõe a dentes anteriores inferiores naturais; • Esta condição clinica é mais comumente encontrada em pacientes que fazem uso de prótese total superior por longo período. o Ainda, decorrente da reabsorção da crista alveolar inferior, por vezes nos deparamos com um aumento SEMIOLOGIA da glândula submandibular, cobrindo o rebordo residual e fazendo aparente “alargamento” da língua. Em verdade, a situação decorre da perda dos dentes e reabsorção do rebordo, passando a impressão de que a glândula e a língua estão aumentadas, dificultando muitas vezes a estabilidade de próteses inferiores. Cárie dentária e radicular o Entre os fatores de risco adicionais da cárie nesta população, estão os associados à diminuição do fluxo salivar, higiene bucal inadequada, não utilização do fio dental, uso frequente do açúcar, presença de próteses, aumento da recessão gengival, principalmente para as cáries radiculares, diminuição da coordenação motora e acuidade visual. • Extrações dentárias entre os idosos o Raiz residual com foco de infecção pode agravar a saúde de pacientes idosos, especialmente com saúde comprometida. Estudos mostraram que os microrganismos bucais podem provocar, direta ou indiretamente, complicações sistêmicas. o Lesões não cariosas são achados comuns em idosos e apresentam-se em formas de abrasão, abfração, atrição e erosão dental, a perda da superfície dos dentes é resultado de combinação de vários fatores • Atrição ✓ Dieta ✓ fator ocupacional ✓ mastigação: • diminuição da altura das cúspides dos dentes; • superfície oclusal mais plana. Doença periodontalo É uma das principais causas de perda de dentes em pessoas idosas, especialmente quando associadas a fatores de risco como tabagismo, etilismo e/ou doenças sistêmicas. o A mobilidade dentária é um fator frequente na dentição do paciente de terceira idade o O acúmulo do biofilme dentário, a deficiência da escovação dos dentes e das próteses, e a presença de saburra lingual denotam a dificuldade de higiene desses pacientes. o A higiene bucal tornar-se mais difícil, especialmente pela diminuição nas capacidades cognitiva e destreza manual, principalmente em idosos com artrose ou lesões motoras em membros superiores, naqueles em que há perda de mobilidade, independência ou em idosos hospitalizados • AVC: sequelas musculares, rigidez nas partes do corpo afetadas, comprometimento da coordenação motora, da fala, da mastigação e da deglutição Candidíase bucal o Entre os fatores predisponentes estão o uso de próteses, mudanças de hábitos alimentares, tabagismo, etilismo, higiene bucal precária, hipossalivação, uso de algumas medicações, imunossupressão e AIDS, radioterapia, quimioterapia e doenças sistêmicas, como a diabetes mellitus. o A candidíase eritematosa (atrófica) é a mais comum, incidindo em 60% dos casos. o Estomatite protética é uma reação inflamatória e/ou hiperplásica caracterizada por eritemas localizados na mucosa, que mantêm contato direto com uma prótese removível o Nas comissuras labiais, a queilite angular é uma dermatose comum, de origem multifatorial, caracterizada por inflamação, fissuração e maceração das comissuras da boca o Outra lesão que pode surgir associada ao uso de prótese é a hiperplasia fibrosa inflamatória, uma lesão proliferativa não neoplásica, de crescimento lento, frequentemente observada em pacientes idosos usuários de próteses mucossuportadas, sem retenção ou mal adaptadas. o Varicoses sublinguais: consistem em veias anormalmente dilatadas ou tortuosas que se apresentam como múltiplas lesões papulares, purpúreo-azuladadas, situadas na superfície ventral ou na borda lateral da língua. Usualmente são assintomáticas e ocorrem em dois terços da população acima de 60 anos de idade. Hipossalivação e xerostomia o Hipossalivação é a efetiva diminuição da quantidade de saliva, que é influenciada diretamente pela grande quantidade de fármacos consumida pelos idosos. A hipofunção das glândulas salivares, que se traduz na alteração qualitativa e/ou quantitativa da saliva, pode ser o resultado de terapêuticas farmacológicas, bem como de doenças sistêmicas. SEMIOLOGIA o Xerostomia é a sensação subjetiva de boca seca e tem prevalência crescente com a idade, afetando cerca de 30% de idosos. Boca seca tem consequências para a saúde e afeta a qualidade de vida. As glândulas salivares, com o avançar da idade, podem atrofiar, passando a não funcionar adequadamente e, com isso, fabricando um volume insuficiente de saliva Halitose o Mais de 90% dos casos de halitose têm origem a partir da cavidade bucal. o Entre as causas mais comuns no idoso, destacam-se: redução do fluxo salivar, atrofia das glândulas salivares, perda dos dentes, dificuldades de mastigação, estresse, mudanças de hábitos alimentares, alimentos mais condimentados, desidratação, efeito colateral de algumas medicações, além de patologias, destacando-se: insuficiência hepática, abscesso pulmonar e diabetes mellitus tipo 2. Língua saburrosa o A presença de saburra lingual aumenta a halitose e a higiene da língua é fundamental para se eliminar o mau hálito. o Língua saburrosa caracteriza-se pelo depósito, na língua, de microrganismos e resíduos alimentares, com coloração esbranquiçada. o “Em pacientes DIABÉTICOS, temos liberação de ácido graxo na corrente sanguínea que, por ser volátil, é fétido, e escapa na expiração, comprometendo o hálito, conhecido caracteristicamente como HÁLITO CETÔNICO”
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