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——— peelings químicos ——— [estética e acupuntura] Suas principais indicações são o tratamento de manchas, cicatrizes e rugas finas, poden- do ser realizados na face e em áreas corporais. Esse processo provoca a destruição controla- da não só de parte ou da totalidade da epider- me, como também de parte da derme, levando à esfoliação com remoção de lesões, seguida pela regeneração de novos tecidos. Inicialmente, os principais compostos a serem usados para processos de limpeza de pele por descamação foram o ácido salicílico, resorcina, ácido tricloroacético e fenol. Sendo o fenol desenvolvido na prática apenas após a Primeira Guerra Mundial na França. 1940: Primeira descrição sistêmica sobre o uso do fenol, ácido salicílico, resorcina e neve car- bônica para o tratamento de cicatrizes. Hoje em dia, o desenvolvimento mais re- cente é o uso de lipohidroxi-ácido (LHA). — classificação —— classificação —— classificação — PROFUNDIDADE: - muito superficiais: removem o extrato córneo − profundidade de 0,06mm; - superficiais: provocam esfoliação epidérmica − da camada granulosa até a basal (0,45mm); - médios: atingem a derme papilar (0,6mm); - profundos: atingem a derme reticular média (0,8mm). Quanto mais profundo, mais aparente o re- sultado. Quanto mais profundo, maior o risco e des- conforto após o procedimento. ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS: - características da pele: espessura da epi- derme, densidade de folículos, grau de foto- agressão, sexo (a pele masculina é mais oleo- sa, dificultando a penetração), fototipo (quanto mais baixo, maior a penetração), integridade da barreira epidérmica, preparo prévio, limpeza precedente à aplicação do agente esfoliante, procedimentos anteriores recentes e uso de isotretinoína oral; - agente químico: características físico-quími- cas, volume, concentração, veículo, tempo de exposição; - modo de aplicação: uso de cotonetes, pin- cel, dedos enluvados ou gaze, oclusão ou não da área tratada, pressão e fricção durante a aplicação, número de camadas e frequência do procedimento. A anamnese deve incluir histórico médico, grau de exposição ao sol, ocupação profissio- nal, antecedentes de herpes simples, tratamen- to com isotretinoína nos últimos seis meses, tendência para queloides e hiperpigmentação pós-inflamatória, medicamentos em uso, com- prometimento imunológico e tabagismo, o qual pode alterar a evolução dos procedimentos profundos, mas não é relevante nos superfici- ais. Para o peeling de fenol, é necessário pes- quisar doenças sistêmicas em geral e cardía- cas em particular. No exame dermatológico é preciso observar: fototipo, grau de fotoenvelhecimento, atividade sebácea (pele oleosa ou seca), presença de hi- perpigmentação pós-inflamatória, presença ou história queloide, infecção ou inflamação pree- xistente. O preparo prévio deve ser iniciado pelo me- nos duas semanas antes do procedimento, posto que reduz o tempo de cicatrização, permite penetração mais uniforme do agen- te e diminui o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória. AGENTES PARA PEELINGS MUITO SUPER- FICIAIS - Ácido glicólico 30%, um a dois minutos. - Jessner uma a três camadas. - Ácido salícilico 30%. - Resorcina de 20 a 30%, cinco a dez minutos. - Ácido tricloroacético 10% uma camada. - Ácido lático. - Ácido fítico. AGENTES PARA PEELINGS SUPERFICIAIS - Ácido retinoico 10%. - Ácido glicólico de 50 a 70%, de dois a 20 mi- nutos. - Ácido tricloroacético de 10 a 25%. - Resorcina de 40 a 50%, de dez a 20 minutos - Solução de Jessner de quatro a dez cama- das. - Ácido mandélico. - Ácido pirúvico. - Ácido tioglicólico. ——— peelings médios ——— Provocam descamação espessa e escura, de- mandando de sete a 15 dias para retorno à vi- da normal. São indicados para ceratoses (le- sões pré-cancerosas) e rugas mais pronuncia- das. AGENTES PARA PEELINGS MÉDIOS - Ácido glicólico 70% de três a 30 minutos. - Solução de Jessner + ácido tricloroacético 35%. - Ácido glicólico 70% + ácido tricloroacético 35%. - Ácido tricloroacético 35 a 50%. ——— peelings profundos ——— São procedimentos mais fortes e agressivos que os demais. Provocam a formação de mui- tas crostas espessas, e o póspeeling pode exi- gir o uso de curativos. A recuperação pode du- rar até três meses. Apresentam resultados sig- nificativos, com renovação importante da pe- le e diminuição de rugas profundas, como aquelas ao redor da boca e dos olhos. AGENTES PARA PEELINGS PROFUNDOS - Fenol - Solução de Baker ——— peelings combinados ——— - Associam dois tipos de fármacos na mesma sessão. - Aproveitam-se os melhores efeitos de cada substância, resultando em ação mais eficiente sem aprofundamento desnecessário. Pode-se combinar, por exemplo, solução de Jessner com ATA 35% ou ATA 10% com ácido retinoico de 5 a 10% ou ainda ácido glicólico 70% com resorcina, um sobre o outro. Pode-se utilizar peelings de média profundi- dade apenas nos locais em que o fotoenve- lhecimento se manifesta mais pronunciada- mente, utilizando-se, nas áreas em que o dano for menor, ácidos menos potentes. Dessa forma, os efeitos colaterais mais inten- sos ficam restritos aos locais em que foram uti- lizados os ácidos mais potentes, diminuindo o desconforto no período pós-peeling. ——— peelings químicos um a um ——— Peeling de ácido retinoico afinamento e compressão do extrato córneo; reversão de atipias em células epi- dérmicas; dispersão da melanina na epiderme; estimulação da deposição dérmica do colágeno; aumento da deposição de glicosami- noglicanos; aumento da neovascularização da derme. É indicado nos casos de fotoenvelheci- mento leve a moderado, melasma, acne, cicatrizes superficiais e hiperpigmenta- ção pós-inflamatória. Peeling de ácido glicólico Pouco recomendado para peelings médios ou profundos, sendo mais uti- lizados para os superficiais. A penetração pode variar conforme o pH da formulação. O ácido glicólico causa epidermólise em prazo que varia de três a sete mi- nutos, dependendo do tipo de pele. Não é absorvido, portanto não é tóxi- co. Necessita de neutralização com água ou bicarbonato de sódio 10%. É indicado para acne ativa, melas- ma e dermato-heliose leve Peeling de ácido lático Pode ser usado como agente de peeling no tratamento de melasma. Tem baixo custo e é produto de fácil uso. Peeling de ácido fítico O ácido fítico é um alfa-hidroxiácido que apresenta eficiência com baixo pH e que dispensa neutralização Não provoca sensação de queimadu- ra. A solução é aplicada na face e mantida até o dia seguinte. É agente muito seguro e efetivo para tratamento de melasma em pele es- cura Peeling de ácido pirúvico É indicado para tratamento de enve- lhecimento extrínseco, acne e cicatri- zes superficiais devido a suas propri- edades queratolíticas, antimicrobia- nas e antiseborreicas Habilidade para estimular a formação de novas fibras colágenas e elásti- cas. Recentemente um estudo em pacien- tes com pele tipo II e III de Fitzpatrick foi conduzido por Berardesca et al., que usaram nova formulação menos inflamatória (ácido pirúvico 50%) com significantes benefícios na tolerabili- dade, principalmente da ardência, durante a aplicação e no pós-peeling. Peeling de ácido salicílico Tem ação queratolítica, podendo pro- mover peelings muito superficiais ou superficiais. É indicado para fotoenvelhecimento leve a moderado, melasma e cicatri- zes superficiais de acne, sendo exce- lente agente para tratar quaisquer transtornos da pele escura. Recentemente um novo derivado do ácido salicílico foi introduzido com a adição de uma cadeia de lipídios, o li- po-hidroxiácido, que tem maior lipofi- lia em comparação ao ácido salicíli- co, promovendo mecanismo de ação mais específico e maior efei- to queratolítico. Peeling de ácido salicílico e mandélico Ideal para peles sensíveis, Os estudos de Garg et al. demons- tram que a combinação de ácidos sa- licílico e mandélico é mais efetiva no tratamento de acne ativa ehiperpig- mentação pós-acne do que o peeling tradicional de ácido glicólico, apre- sentando menos efeitos colaterais. Peeling de ácido tioglicólico Sua afinidade com o ferro é seme- lhante à da apoferritina, tendo a ca- pacidade de quelar o ferro da hemos- siderina, por apresentar o grupo tióli- co. Pode ser usado na abordagem da hi- percromia constitucional periocular e em depósitos de hemossiderina co- mo a dermatite ocre das pernas, mostrando-se excelente adjuvante terapêutico para a abordagem des- sas dermatoses. Peeling de ácido tranexâmico Tem sido utilizado com eficácia para reduzir hiperpigmentação em pacien- tes com melasma em aplicação do- miciliar. Peeling de resorcina A pasta, utilizada em concentrações de 40 a 60%, tem sua penetração aumentada segundo o tempo de ex- posição e a espessura da camada. As vantagens são a estabilidade e o baixo custo. Pode ser utilizada em peles mais es- curas, com tendência à hiperpigmen- tação. Indicação: acne, discromias, rugas fi- nas e hiperpigmentação pós inflamat- ória Peeling de Jessner O ácido salicílico é fotossensível, e o ácido láctico absorve a água exis- tente no ar, portanto a solução é sen- sivel à luz e ao ar. É peeling indicado para acne come- doniana, hiperpigmentação pós-infla- matória, melasma e fotoenvelheci- mento leve. Seu mecanismo de ação baseia-se na propriedade queratolítica do ácido salicílico e da resorcina e na ação de epidermólise do ácido láti- co. As complicações estão relacionadas à toxicidade sistêmica da resorcina e do ácido salicílico, e se baseiam na quantidade dessas substâncias ab- sorvidas, que varia com a extensão da área tratada e o número de cama- das aplicadas Peeling de ácido tricloroacético Essa substância permite a realização de peelings superficiais, médios e profundos. É interessante usar um ventilador so- bre a face da paciente, para tornar mais suportável a aplicação. Recomenda-se hidratação intensa e proteção solar durante toda a fase de descamação. O ATA precipita as proteínas da epiderme causando necrose por coagulação. É peeling muito versátil com excelen- te ação no rejuvenescimento e me- lhora de cicatrizes, tratamento de queratoses actínicas e melasma. Peeling de fenol Utilizado na concentração de 88% penetra a derme reticular superior, coagula a queratina e impede sua permeação para níveis mais profun- dos O óleo de cróton é proveniente da semente da planta Crotontiglium, componente que aumenta a capaci- dade queratocoagulante do fenol e a penetração cutânea por elevar a vas- cularização do local. É considerado resina, e sua bioativi- dade se deve aos grupos hidroxilas livres (OH), sendo altamente tóxico à pele, causando edema e eritema. Essa formulação produz peeling indi- cado para o tratamento das rugas profundas e das queratoses actínicas provocadas pelo fotoenvelhecimento severo, em qualquer região da face. É peeling muito doloroso devido à ação do fenol na derme reticular in- termediária, necessitando de seda- ção e analgésicos. É considerado extremamente efi- caz, devendo ser realizado exclusi- vamente por um médico. Peeling de fenol pontuado Trata-se de nova técnica, que visa di- minuir os possíveis efeitos colaterais e o tempo de recuperação. Os pontos podem ser distribuídos em linhas sobre as rugas estáticas da fa- ce, resultando em pontos esbranqui- çados, que evoluem para crostas e descamam em até dez dias. Não há necessidade de sedação ou anestesia, pois aplicado dessa forma é bastante suportável. ——— complicações ——— ALTERAÇÕES PIGMENTARES: hiperpig- mentação pós-inflamatória e hipopigmenta- ção; INFECÇÕES: bacterianas (Staphylococcus, Streptococcus, Pseudomonas), virais (her- pes simples) e fúngicas (cândida); Devem ser tratadas de forma agres- siva e adequada. CICATRIZES: são mais frequentes após peelings médios ou profundos. O preparo adequado, a escolha correta do agente e cuidados pós-operatórios podem ajudar na prevenção dessa complicação; REAÇÕES ALÉRGICAS; MILIA; ERUPÇÕES ACNEIFORMES; LINHAS DE DEMARCAÇÃO; MODIFICAÇÕES TEXTURAIS; ERITEMA PERSISTENTE: eritema persis- tente por mais de três semanas, é indicativo de cicatrização hipertrófica e deve ser trata- do com corticosteroides tópicos potentes TOXICIDADE: pode ocorrer com ácido sali- cílico, resorcina e fenol.
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