Buscar

Peelings Químicos: Renovação e Rejuvenescimento da Pele

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RECURSOS ESTÉTICOS 
MANUAIS
Erica Ballestreri
 
Ácidos: peelings químicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar o processo de renovação celular.
  Definir e classificar os tipos de peelings químicos.
  Descrever produtos e protocolos utilizados em peelings químicos.
Introdução
A pele sofre um ciclo de constante renovação. Com o avançar da idade, 
ou por outros fatores, esse ciclo de renovação celular vai diminuindo, e o 
resultado são manchas, desidratação e rugas na pele. Para causar a desca-
mação e estimular a renovação celular, são utilizados na estética ácidos, 
empregados em formulações cosméticas. Esse é um dos procedimentos 
mais utilizados para melhorar a aparência da pele. Sua principal ação é 
provocar o refinamento da pele, retirando as camadas mais superficiais e 
contribuindo para a melhora da permeação cutânea, permitindo melhor 
ação dos princípios ativos que serão utilizados posteriormente.
Neste capítulo, você vai estudar os tipos e os mecanismo dos peelings 
químicos, sua profundidade, indicações e contraindicações, bem como 
protocolos de aplicação.
Peelings químicos
O peeling é um agente esfoliante que tem como objetivo causar a descamação 
da pele. O procedimento utiliza substâncias químicas ou instrumentos para 
realizar um processo abrasivo, ou seja, de desgaste das camadas da pele, 
removendo suas células mortas. Essas camadas se regeneram e recebem um 
novo aspecto, devido às novas células que foram estimuladas a se reproduzi-
rem. A palavra peeling vem do verbo inglês “to peel” e signifi ca “descascar”.
O peeling químico consiste na aplicação de um ou mais agentes ácidos na 
pele para provocar uma “destruição” controlada da epiderme e/ou parte da 
derme, com consequente regeneração dos tecidos. A descamação com o uso do 
ácido diminui a espessura da região tratada, baseada em fenômenos naturais 
de reparação como a retenção líquida, a migração de células e a formação de 
colágeno, aumentando a densidade das camadas internas da pele e atenuando 
sulcos, rugas e manchas.
Principais objetivos do peeling:
  Renovação celular: ocorre por meio da estimulação do crescimento 
epidérmico mediante remoção do estrato córneo, aumento da perme-
abilidade cutânea e hiperplasia dos queratinócitos.
  Redução de manchas: ocorre pela destruição das camadas superfi-
ciais da pele envelhecida, obtendo-se um tecido mais jovem e saudável 
com melhora da aparência estética, principalmente nas desordens de 
pigmentação e ceratoses actínicas. Há uma diminuição da quantidade 
de melanina depositada.
  Rejuvenescimento: ocorre pela indução de reação inflamatória nos 
tecidos mais profundos — a ativação de mediadores de inflamação induz 
à produção de colágeno novo na derme. Ocorre mitose dos fibrócitos.
Entre seus mecanismos de ação, destacam-se:
  diminuição da coesão entre células da epiderme;
  esfoliação química;
  estímulo da síntese de compostos da matriz;
  aumento da hidratação dermoepidérmica.
Os peelings são classificados em três grupos, de acordo com o nível de 
profundidade da necrose tecidual provocada pelo agente esfoliante. Para um 
melhor entendimento em relação à profundidade dos peelings, vamos relembrar 
as camadas da pele: 
  Epiderme: camada mais superficial, dividida em cinco estratos: camada 
basal ou germinativa, camada mais profunda da epiderme; camada 
espinhosa; camada granulosa; camada lúcida; e camada córnea, a mais 
superficial.
  Derme: camada localizada abaixo da epiderme, dividida em derme 
papilar e derme reticular; a derme reticular é a camada mais profunda.
Ácidos: peelings químicos2
Os peelings, portanto, são capazes de provocar reações que vão desde uma 
leve descamação até a necrose da derme, com remoção da pele em diferentes 
graus. Veja a Figura 1.
Classificação dos peelings quanto à profundidade
Os peelings podem ser classificados conforme a sua profundidade e os efeitos que 
atingem na pele. Sendo assim, se dividem em:
  Superficial ou epidérmico: atinge a camada basal da pele.
  Médio: atinge até a camada da derme papilar.
  Profundo: quando atinge a derme reticular.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Estes são os tipos de peeling, de acordo com a sua profundidade de ação 
na pele:
  Muito superficial: afina ou remove o estrato córneo e não cria lesão 
abaixo do estrato granuloso.
3Ácidos: peelings químicos
  Superficial: produz necrose de parte ou de toda a epiderme, em qual-
quer parte do estrato granuloso até a camada de células basais. A 
descamação costuma ser fina e clara, não alterando a rotina diária do 
paciente. 
  Médio: produz necrose da epiderme e de parte ou toda a derme 
papilar. Provoca descamação espessa e escura da pele, demorando de 
7 a 15 dias para o paciente retornar às atividades normais. Atinge em 
média 0,45 mm a 0,6 mm (dérmico papilar).
  Profundo: produz necrose da epiderme e da derme papilar, que se 
estende até a derme reticular. De uso exclusivamente médico, é um 
procedimento mais forte e mais agressivo. Provoca a formação de muitas 
crostas espessas. Indicado para peles muito envelhecidas. Atinge 0,6 
mm a 0,8 mm (dérmico reticular).
A penetração dos ácidos é dependente dos seguintes fatores:
  Pré-tratamento: para que seja feito o tratamento com peeling, o paciente 
tem que estar com a pele preparada. Esse preparo visa não só a uma 
melhor atuação do produto usado, mas também evita complicações. 
O pré-peeling deve ser iniciado de 7 a 15 dias antes do peeling, com 
o objetivo de reduzir a espessura da camada córnea, promover uma 
penetração mais uniforme do agente peeling, diminuir o risco de hi-
perpigmentação pós-inflamatória, reduzir a atividade melanocitária, 
reduzir o tempo de cicatrização e estabelecer uma rotina de cuidados 
diários. Tratamentos indicados de uso home care (em casa) são higieni-
zadores com alfa-hidroxiácidos (AHAs) ou beta-hidroxiácidos (BHAs), 
cosméticos com efeito clareador, filtros solares e águas hidratantes, 
todos adequados ao tipo de pele do paciente. 
  Peso molecular do ácido: quanto maior o peso molecular de um ácido, 
menor a penetração e, consequentemente, menos agressivo o peeling.
  pH e concentração do ácido: quanto maior a concentração do ácido 
(10, 20, 30%), maior seu poder irritativo. A concentração relaciona-se 
muito com o peso molecular e o tempo de aplicação. Um ácido com alto 
peso molecular a 10% se comporta de modo diferente de um ácido de 
baixo peso molecular também a 10%. Quanto menor seu pH, maior a 
chance de causar eritemas persistentes e lesões irritativas acentuadas.
  Tempo de contato com a pele: quanto maior o tempo de contato do 
ácido com a pele, maior o risco de lesões e sequelas indesejadas, como 
as hipercromias.
Ácidos: peelings químicos4
De forma geral, a intenção do peeling químico é acelerar o processo de 
renovação celular, eliminando as camadas mais superficiais e envelhecidas. 
No entanto, cada ácido tem uma característica e indicação específica. Além 
disso, o fototipo do paciente deve ser sempre considerado na escolha do ácido 
utilizado para condução do tratamento. Para isso podemos identificar o tipo 
de pele em relação ao fototipo, de acordo com a classificação de Fitzpatrick, 
que você pode ver no Quadro 1.
 Fonte: Adaptado de Suzuki et al. (2011). 
Fototipos Características
Sensibilidade 
ao sol
I – Branca Queima com facilidade, 
nunca bronzeia
Muito sensível
II – Branca Queima com facilidade, 
bronzeia pouco
Sensível
III – Morena clara Queima moderadamente, 
bronzeia moderadamente
Normal
IV – Morena moderada Queima pouco, bronzeia 
com facilidade
Normal
V – Morena escura Queima raramente, 
bronzeia bastante
Pouco sensível
VI – Negra Nunca queima, totalmente 
pigmentada
Insensível
 Quadro 1. Classificação dos fototipos de Fitzpatrick 
Principais indicações do peeling:
  rejuvenescimento;
  hiperceratoses;
  discromias;
  oleosidade e sequelas de acne;
  fotoenvelhecimento.Contraindicações, principalmente para peelings químicos de maior con-
centração e menor pH:
5Ácidos: peelings químicos
  pacientes que não possam/queiram evitar radiação UV; 
  lesões ativas de herpes-zóster; infecções virais e bacterianas; dermatoses 
inflamatórias (psoríase, dermatite atópica); 
  histórico de má cicatrização e formação de queloide; 
  peles sensíveis, irritadas, lesões abertas; 
  gravidez e lactação; 
  pacientes portadores do vírus HIV ou em tratamento de câncer; 
  eritema solar e depilação com uso de cera quente;
  displasias, neoplasias, lesão melanocítica não diagnosticada; 
  pacientes que não obedeçam instruções; 
  cautela com fumantes (cicatrização mais lenta);
  uso de imunossupressores e esteroides; problemas metabólicos (diabe-
tes), lúpus eritematoso; uso de corticoides; 
  pacientes que não estejam preparados psicologicamente: expectativas 
não realistas; 
  tratamentos faciais (cirúrgicos ou medicamentosos) de 6 a 24 meses 
antes; 
  dermoabrasão ou resurfacing com laser de CO2;
  presença de pigmentos (sobrancelhas e lábios); 
  alergia aos componentes (sempre testar antes de aplicar). 
Tipos de peelings químicos
Alfa-hidroxiácidos
Constituem um grupo de compostos orgânicos que possuem em comum a 
hidroxila na posição alfa. São derivados do leite (ácido lático), frutas cítricas 
(ácido maleico e cítrico), uva (ácido tartárico) e cana-de-açúcar (ácido glicólico), 
mas também podem ser de origem sintética.
Diferenciam-se pelo tamanho da molécula: o ácido glicólico tem menor 
molécula e, portanto, tem maior poder de penetração na pele. São eficientes 
no tratamento de rugas, desidratação, espessamento e pigmentação irregular 
da pele. Podem causar irritações e sensação de queimação, por penetrarem 
rapidamente na pele devido à sua pequena estrutura molecular.
Efeitos dos AHAs:
  incrementam a microcirculação dérmica; 
  estimulam o crescimento epidérmico; 
Ácidos: peelings químicos6
  descompactam os queratinócitos; 
  incrementam a substância da matriz intersticial; 
  aumentam o grau de retenção hídrica; 
  estimulam a produção de fibroblastos; 
  reorganizam as fibras colágenas; 
  reestruturam as fibras elásticas; 
  promovem alisamento da pele por esfoliação. 
Ácido glicólico
As principais fontes naturais de ácido glicólico são cana de açúcar, beterraba, 
uva, alcachofra e abacaxi. 
Indicado no tratamento dos sinais clínicos do fotoenvelhecimento, pele 
áspera, discromias, rugas e vincos, psoríase, acne, pele desidratada. Pode 
ser utilizado em fototipo I, II e III. Sua estrutura molecular é muito pequena, 
penetrando melhor e sendo mais eficaz — mas, por essa razão, é mais irritante.
O ácido glicólico é solúvel em água e satura-se a 80%, por isso o utilizamos 
em concentrações de até, no máximo, 70%. As concentrações normalmente 
utilizadas em consultório são entre 20 e 70% em pH de 1,8 a 3,5 ou 4,5. As 
concentrações utilizadas em casa, para preparo da pele, são entre 2 e 20% 
em pH acima de 3,5.
Ácido lático 
A principal fonte natural de ácido lático é a fermentação bacteriana da glicose, 
da lactose e da sacarose.
Indicado para peles sensíveis, com intolerância ao ácido glicólico. Faz parte 
do fator de hidratação natural da pele. Apresenta bom resultado para peles 
desidratadas e secas; melasma e hiperpigmentação incluindo a induzida por 
exposição ao sol; acne e cicatrizes de acne. 
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 10 e 
90% em pH de 3,8 a 4,0. As concentrações utilizadas em casa, para preparo 
da pele, são entre 2 e 10% em pH acima de 4,0.
Ácido mandélico
A principal fonte natural de ácido lático é a amêndoa amarga.
Indicado para todos os fototipos e em especial IV, V e VI, por possuir 
uma molécula grande e não causar irritação. Utilizado em hipercromias, acne 
7Ácidos: peelings químicos
ativa ou cicatricial; tratamento de pseudofoliculite; envelhecimento cutâneo; 
óstios dilatados; rugas e vincos. Possui atividade antibacteriana. Não causa 
descamação excessiva.
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 20 e 
50% em pH de 3,0 a 3,8. As concentrações utilizadas em casa, para preparo 
da pele, são entre 5 a 10% em pH acima de 3,5.
Beta-hidroxiácidos
São ácidos carboxílicos orgânicos que apresentam um grupamento hidroxila 
ligado à posição beta do grupamento carboxila. É um composto lipofílico que 
remove lipídeos, isso signifi ca que eles se dissolvem em gordura, o que os 
torna mais capazes de penetrar nos poros da pele, onde a queratina e o sebo 
estão armazenados. São queratolíticos e destroem a camada córnea da pele.
Os ingredientes mais comuns que encontramos nos BHAs são o salicilato, 
o salicilato de sódio, o ácido trópico e o extrato de salgueiro, porém o mais 
comum é o ácido salicílico. 
Ácido salicílico
O ácido salicílico é seguro em todos os tipos de pele e, por seus efeitos que-
ratolíticos e comedolíticos, torna-se o peeling ideal para peles com acne. 
Efi caz no clareamento de manchas em geral, principalmente as decorrentes 
do fotoenvelhecimento nas mãos, braços e costas, age na hidratação e regula 
a oleosidade. Também tem ação anti-infl amatória, por isso é muito utilizado 
para tratamentos de acne.
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 10 e 20% 
em pH 3,0 a 3,5. Deve ser mantido na pele por 3 a 5 min antes da neutralização.
Poli-hidroxiácidos
No caso dos poli-hidroxiácidos (PHAs), dois ou mais grupamentos de hidroxila 
encontram-se ligados a átomos de carbonos. Este grupo inclui as gluconolac-
tonas e o ácido lactobiônico.
Por serem moléculas grandes, penetram mais lentamente na pele, sem 
causar as sensações de desconforto e ardência, sendo indicados para pessoas 
com pele sensível. Além disto, os PHAs parecem apresentar outras vantagens 
sobre os AHAs, já que são moléculas altamente hidratantes, para as quais foram 
descritas atividades antioxidantes. Indicados para todos os fototipos de pele.
Ácidos: peelings químicos8
Gluconolactona 
É obtida pela oxidação da glicose do milho. Além disso, é o PHA mais utilizado 
na área da estética, promovendo efeito antienvelhecimento, ação hidratante 
e antioxidante. Melhora a luminosidade da pele, reduz rugas superfi ciais. É 
um componente natural da pele e é não toxico, tolerado em peles sensíveis, 
inclusive em áreas ao redor dos lábios e dos olhos. Indicado para todos os 
fototipos, rosácea, dermatite atópica, infecções fúngicas.
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 0,5 e 
15 % em pH 3,0 a 5,0. Pode ser deixado agindo na pele por 40 min.
Ácido lactobiônico
Obtido após a oxidação da lactose. É um ácido orgânico com a estrutura mo-
lecular semelhante à gluconolactona, muito utilizado como esfoliante químico 
em produtos cosméticos. Possui efeito antioxidante e umectante. Apresenta 
a função de reduzir o excesso de ferro na pele, impedindo o surgimento de 
radicais livres.
Possui poder hidratante e rejuvenescedor, pois atua retendo a umidade 
do ambiente e incorporando-a à pele. Eficaz no tratamento de acne e outras 
inflamações na epiderme, pois a galactose presente em sua fórmula confere 
poder cicatrizante.
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 2 e 
10%, em pH de estabilidade que varia entre 3,5 e 5,0 para peelings. 
Outros ácidos
Ácido azelaico
Ácido dicarboxílico saturado com propriedades terapêuticas na acne vulgar. 
Encontrado na farinha, cevada e malte. Indicado para hipercromias e peles 
seborreicas. Atua na normalização da queratinização folicular, antimicrobiano 
e bactericida.
Usado em cremes ou loção nas concentrações de 10 a 20%. O pH ideal 
deve ser abaixo de 4,5.
9Ácidos: peelings químicos
Ácido kójico
Produzido por fungos Aspergillus e Penicillium, do arroz. É inibidor de tiro-
sinase sendo que dessa forma age como despigmentante.
A tirosinase é uma enzima chave para a biossíntese de melanina. O início 
do processo de formação da melanina ocorre na transcriçãodo RNA, que irá 
dar origem à enzima tirosinase. Essa enzima é um catalisador importante, 
que, por meio de uma complexa cadeia de reações oxidativas, vai converter 
a L-tirosina presente na pele em L-Dopa e, em seguida, em melanina. A 
concentração usual é de 1 a 3%.
Ácido tranexâmico
Previne a pigmentação induzida por UV e produz clareamento da pele. O ácido 
tranexâmico impede a ação infl amatória e, consequentemente, a formação 
de melanina. 
Esse ácido bloqueia a conversão do plasminogênio (presente nas células 
basais epidérmicas) em plasmina por meio da inibição do ativador de plas-
minogênio, o qual é gerado pelos queratinócitos, e aumenta a atividade dos 
melanócitos. Inibindo a formação da plasmina, que reconhecidamente aumenta 
a formação de precursores melanogênicos e também a liberação de bFGF, que 
é um potente fator de crescimento de melanócitos, obtemos um clareamento. 
Portanto, o ácido tranexâmico inibe a síntese de melanina não pela atuação 
direta nos melanócitos, mas através da inibição dos ativadores dos melanócitos.
É indicado para olheiras, melasma, pós-escleroterapia e hipercromias de 
origem inflamatória. Apresentado em solução ou emulsão com concentração 
de 0,4 a 3%.
Ácido tioglicólico
Indicado para hipercromias decorrentes da insufi ciência venosa com depósito 
de hemossiderina e melanina. A hemossiderina é um pigmento derivado da 
hemoglobina, de cor amarelo-dourada a marrom, granular ou cristalina, forma 
na qual o ferro é estocado nas células. Os excessos de ferro fazem com que a 
hemossiderina se acumule dentro das células.
O ácido tioglicólico, ou ácido mercaptoacético, possui grande afinidade 
com o ferro iônico. A ação desse ácido é a quelação do ferro, então, ele é 
potencialmente útil nos casos de depósito de hemossiderina. 
Ácidos: peelings químicos10
O ácido tioglicólico à classe dos tioglicolatos, substâncias solubilizantes 
de depósitos hemossideróticos. Apresenta enxofre em sua composição, é 
altamente solúvel em água, álcool e éter, e facilmente oxidável. 
Ácido bem utilizado em olheiras e hipercromias. A concentração recomen-
dada é de 2 a 5% em olheiras e, para outras aplicações, 10 a 15%.
Ácido retinoico 
O ácido retinoico é um retinoide derivado da vitamina A, que causa a prolife-
ração epidérmica e a neocolagênese. Possui aspecto amarelado e sua aplicação 
deve ser homogênea em todo o rosto, permanecendo por 6 a 12 horas.
Ele penetra na pele atingindo somente sua camada superficial (peeling 
superficial). Proporciona uma leve esfoliação na pele e ativa a microcircu-
lação, estimulando a pele e promovendo os processos de neocolagênese e 
elastogênese (produção de novas fibras de colágeno e de elastina). O ácido 
retinoico também promove a aceleração da renovação celular, por esfoliar e 
descamar a pele, bem como a leve compactação e espessamento da camada 
córnea da pele. Reorganiza as fibras elásticas danificadas pela exposição solar 
e melhora a irrigação da pele.
Em consultório, o peeling com ácido retinoico é realizado em concentrações 
que variam entre 1 e 4%. As formas tópicas em home care (creme, gel, solução) 
geralmente são de 0,01%, 0,025%, 0,05% e 0,1%. Esse ácido é de uso médico.
Hidroquinona
A hidroquinona é um componente natural encontrado em muitas plantas, 
incluindo frutas, grãos (entre eles o café), chás, e produtos fermentados, como 
cerveja e vinho. Sua principal ação é pela inibição da tirosinase, pois impede 
a conversão da Dopa em melanina. Tem efeito citotóxico, ou seja, tóxico para 
os melanócitos.
As concentrações usuais da hidroquinona empregadas nas formulações são 
de 2 a 4%, consideradas menos tóxicas. Ela deve ser utilizada em um período 
não excedente a seis meses. Apresenta grande eficácia na melanose solar, efé-
lides e melasma. Também é indicada para hiperpigmentação pós-inflamatória.
No Japão, União Europeia e Austrália, o uso e a venda da hidroquinona 
foram proibidos por diversos casos de ocronose, manchas preto-azuladas que 
acometem as regiões da face, pescoço e costas. No Brasil, ainda é utilizada 
para o tratamento agudo de hipercromias. 
11Ácidos: peelings químicos
Arbutin
O arbutin é um β-glicosídeo da hidroquinona presente em várias plantas, 
sendo uma delas as folhas da uva-ursi (arctostaphylos uva-ursi). Ele que cla-
reia e promove tom uniforme em todos os tipos de pele, atuando no bloqueio 
da biossíntese epidermal da melanina, por inibir a oxidação enzimática da 
tirosina, a DOPA. 
Sua concentração não apresenta toxicidade e atua de forma semelhante à 
hidroquinona, inibindo a enzima tirosinase, mas não causa irritação. Desen-
volvido para minimizar os inconvenientes técnicos da hidroquinona, o arbutin 
possui alta estabilidade, proporcionando o clareamento de forma rápida e eficaz, 
minimizando manchas já existentes e reduzindo o grau de bronzeamento 
da pele após exposição UV, de forma mais segura e com mínimos efeitos 
colaterais e de toxicidade. 
A concentração indicada é de 1 a 3%, quando usado isoladamente, ou de 
0,5 a 1%, em associação com outros agentes despigmentantes.
Ácido pirúvico
Este peeling tem ação queratolítica, antimicrobiana e propriedades sebostáticas. 
Tem capacidade de estimular a produção de novo colágeno e a formação de 
fi bras elásticas.
As concentrações normalmente utilizadas em consultório são entre 40 
a 50% em água/etanol. As concentrações normalmente utilizadas em home 
care são de 8%. 
Pode apresentar intensa queimação e ardência na aplicação, leve escamação 
de 2 a 3 dias após, eritema e às vezes formação de crostas. Indicado para acne, 
cicatrizes superficiais, fotodano na pele e alterações pigmentares.
Fenol
Este peeling produz a coagulação das proteínas da pele. É considerado um 
agente químico que produz rejuvenescimento facial intenso, quando utilizado 
corretamente. 
Clinicamente, o fenol produz efeitos bacteriostáticos em concentrações 
mínimas de até 1%; acima dessa concentração, possui ação bactericida. A 
formulação para peeling mais conhecida que utiliza o fenol é a de Baker-
-Gordon (1962), em que o fenol é diluído em concentração que varia de 45 a 
55%. O fenol diluído na formulação atua como agente queratolítico, rompendo 
Ácidos: peelings químicos12
as pontes de enxofre da queratina e penetrando mais profundamente, sendo 
biotransformado pelo fígado e excretado pelos rins.
O peeling de fenol é recomendado nos seguintes casos: clareamento da 
pele, rugas, hiperpigmentação ou pigmentação heterogênea, tratamento da 
acne, cicatrizes, lentigos actínicos, queratoses solares e seborreicas.
O fenol promove um peeling profundo e é de uso exclusivamente médico.
Técnica de aplicação
Para realizarmos a aplicação do peeling, é necessário seguir alguns cuidados. 
A higienização da face deve ser realizada de modo a retirar as sujidades, com 
loção de limpeza e solução desengordurante. Após, é iniciada a aplicação do 
peeling, que deve seguir uma sequência de aplicação. 
A aplicação deve iniciar pelas regiões de maior sensibilidade e seguir para 
as regiões de menor sensibilidade, seguindo esta sequência:
1. Região frontal (testa).
2. Laterais da face (maçãs do rosto e bochechas). 
3. Região do queixo.
4. Área superior da boca. 
5. Nariz. 
É necessário deixar um limite em áreas como a comissura labial, o canto 
dos olhos e a aba do nariz, por serem regiões de grande sensibilidade. Essa 
técnica é realizada para evitar que o peeling permaneça mais tempo nas 
regiões mais sensíveis.
Dependendo do tipo de peeling, podem ser usados pincéis, torundas, co-
tonetes ou mesmo a mão enluvada para a aplicação. 
Possíveis complicações do peeling:
  eritema exagerado, edema; 
  acne;
13Ácidos: peelings químicos
  frost; 
  hiperpigmentação pós-peeling.
  hiperpigmentação pós-inflamatória.
  hipopigmentação;
  dermatite de contato ou alérgica;
  telangectasias, equimose;
  eritema persistente, lacrimejamento; 
  cicatrizes;
  alterações de textura da pele;
  infecção e irritação.
O frost é uma coagulação proteica deaparência branca, causada pela aplicação de 
peeling químico em peles sensibilizadas, ou quando o ácido utilizado encontra-se em 
uma concentração alta. Ele acontece quando o ácido penetra mais profundamente na 
pele, atingindo a junção dermoepidérmica. Quando ocorre, é necessário neutralizar 
o peeling imediatamente.
Aplicabilidade em protocolos diversos
Ácido salicílico 30%
Técnica de aplicação de ácido salicílico 30%:
1. Limpar a pele.
2. Aplicar a solução com gaze ou cotonete.
3. Deixar agir por 3 a 4 minutos — o álcool evapora e precipita o sal. 
4. Remover com água. Usar compressa fria para aliviar o ardor.
5. Aplicar pós-peeling e fotoproteção. 
Número de sessões: 4 a 6.
Intervalo: semanal.
Ácidos: peelings químicos14
Com a evaporação do álcool e a precipitação do sal, forma-se uma camada esbran-
quiçada sobre a pele. Não se preocupe, isso não é frost! É apenas um depósito de pó 
fino, efeito normal do processo. 
Gluconolactona 20%
Técnica de aplicação de gluconolactona 20%:
1. Limpar e desengordurar a pele. 
2. Tonificar a pele.
3. Aplicar o peeling com pincel.
4. Pode-se usar com iontoforese. 
5. Remover com água.
6. Aplicar pomada, pós-peeling e fotoproteção. 
Número de sessões: 4 a 6.
Intervalo: semanal.
Ácido lático 90%
Técnica de aplicação de ácido lático 90%:
1. Limpar e desengordurar a pele. 
2. Aplicar a solução com aplicadores de algodão, compressa de gaze ou 
pincel. 
3. O tempo da aplicação pode variar entre alguns segundos e de 1 a 3 
minutos, dependendo das características individuais do paciente. Re-
avaliar para reaplicação, que pode ser feita várias vezes. 
4. Remover completamente com água. 
5. Aplicar pomada, pós-peeling imediato e fotoproteção. 
Número de sessões: 4 a 6.
Intervalo: 15 dias.
15Ácidos: peelings químicos
Ácido glicólico 50% e ácido kójico 10%
Técnica de aplicação de ácido glicólico 50% e ácido kójico 10%:
1. Limpar a pele com sabonete do mesmo ácido. 
2. Aplicar rápida e uniformemente com pincel ou torunda (1 a 3, 3 a 5 
min, aumentando com as sessões).
3. Manter o tempo, sempre observando o eritema e a queixa de quei-
mação pelo paciente — apresenta frost, que deve ser imediatamente 
neutralizado.
4. Neutralizar com água. 
5. Aplicar pós-peeling e fotoproteção. 
6. pH 2,5.
Número de sessões: 4 a 6.
Intervalo: 15 dias.
Indicação: clareador e rejuvenescimento.
Soluções químicas são cuidadosamente aplicadas na pele para melhorar a 
textura, removendo camadas exteriores danificadas. São diversos os produtos 
químicos usados, e cada um tem uma finalidade diferente. Dessa maneira, o 
profissional deverá estar habilitado para determinar qual o tipo de peeling será 
aplicado, de acordo com o tipo de pele e as necessidades específicas do cliente.
1. Sobre os principais objetivos da 
aplicação do peeling químico, 
assinale a alternativa correta.
a) Estimula o crescimento 
epidérmico mediante a 
remoção do estrato córneo, 
o que chamamos de turn 
over ou renovação celular.
b) Transforma o sebo da 
pele em sabão por um 
processo eletroquímico 
denominado saponificação. 
c) Auxilia na produção de 
colágeno, sem que provoque 
a desepitelização da pele.
d) O calor ocasionado 
alcança os tecidos mais 
profundos, provocando 
a contração das fibras 
Ácidos: peelings químicos16
colágenas e proporcionando 
um efeito “lifting”.
e) Ameniza as linhas de expressão 
(rugas) decorrentes da contração 
muscular, através da paralização 
dos músculos faciais.
2. Os peelings são classificados em 
grupos de acordo com o nível 
de profundidade da necrose 
tecidual provocada pelo agente 
esfoliante. A respeito disso, 
assinale a alternativa correta.
a) São 5 os graus de profundidade 
dos peelings químicos, 
segundo a ANVISA.
b) O peeling profundo atinge 
a derme reticular.
c) O peeling médio atinge até 
a camada basal da pele.
d) O peeling superficial atinge até 
a camada da derme papilar.
e) O pH, concentração e peso 
molecular dos ácidos não 
interferem na profundidade 
da penetração dos ácidos.
3. Paciente do sexo feminino, 22 anos, 
com pele lipídica com acne ativa e 
cicatrizes faciais do tipo deprimidas, 
distensíveis e superficiais, sem 
tratamento estético dermatológico 
anterior. Qual o tipo de peeling 
mais indicado para esse caso?
a) Ácido mandélico.
b) Ácido lático.
c) Ácido lactobiônico.
d) Gluconolactona.
e) Ácido salicílico.
4. Assinale a alternativa que 
corresponde ao composto obtido 
pela oxidação da glicose do milho, 
que possui ação hidratante e 
antioxidante, sendo tolerado em 
peles sensíveis, inclusive em áreas 
ao redor dos lábios e dos olhos.
a) Gluconolactona.
b) Ácido azelaico.
c) Ácido tranexâmico.
d) Arbutin.
e) Ácido salicílico.
5. Imagine uma cliente de 50 anos, do 
sexo feminino, cozinheira, fototipo V 
segundo Fitzpatrick, com melasma 
epidérmico nas laterais da face 
bilateralmente e região frontal. 
Qual o melhor despigmentante 
que ela poderia utilizar em casa?
a) Ácido salicílico. 
b) Ácido kójico.
c) Ácido mandélico.
d) Ácido tioglicólico.
e) Ácido glicólico.
17Ácidos: peelings químicos
SUZUKI, H. S. et al. Comparação do fototipo entre caucasianos e orientais. Surgical & 
Cosmetic Dermatology, v. 3, n. 3, p. 193-196, 2011.
Leituras recomendadas
BORGES, F. S. Dermato funcinal: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. 
ed. São Paulo: Phorte, 2010.
MAIO, M. Tratado de medicina estética. São Paulo: Roca, 2011. 3 v.
PIMENTEL, A. S. Peeling, máscara e acne: seus tipos e passo a passo do tratamento 
estético. São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2008.
PINTO, B. de S.; ROSA, S. F. da; SILVA, D. da. Peelings químicos faciais utilizados em protocolos 
estéticos. [2011]. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/bruna%20pinto,%20
samanta%20da%20rosa.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018.
SOUZA, T. de J. F. et al. Proposta de melhoria do processo de uma fábrica de polpas por 
meio da metodologia de análise e solução de problemas. In: ENCONTRO NACIONAL 
DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza: [s.n.], 2015.
Referência
Ácidos: peelings químicos18
http://siaibib01.univali.br/pdf/bruna%20pinto
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

Continue navegando