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1 Semiologia óssea Introdução. Tecido conjuntivo especializado com elevado componente de cálcio. Cerca de 206 ossos no corpo Aproximadamente 20 % da massa corporal Constituição: Carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e minerais (60-70%) Colágeno e água (25-30%) Tecido de metabolismo dinâmico O OSSO É UM TECIDO DINÂMICO QUE CRESCE ATÉ A IDADE ADULTA. APÓS A IDADE ADULTA, ESTÁ SOB CONSTANTE REMODELAMENTO SOFREM MODELAMENTO DADO UM ESTÍMULO APROPRIADO. Apesar de aparentemente estático, o tecido ósseo representa o produto de um equilíbrio bioquímico dinâmico que envolve reabsorção osteoclástica vascular e subsequente neoformação. Assim, a presença de um pequeno número de osteoclastos e deposição óssea por osteoblastos é um aspecto normal da histologia do tecido ósseo, que é formado por células e um material calcificado – a matriz óssea. Os osteócitos estão em lacunas no interior da matriz, os osteoblastos são as células produtoras dessa matriz e os osteoclastos são células gigantes multinucleadas implicadas nos processos de reabsorção e remodelação. Tecido ósseo. Equilíbrio Bioquímico Dinâmico. Ocorre ao mesmo tempo DEPOSIÇÃO e REABSORÇÃO. Osteogenitora (jovem): forma os osteoblastos. Osteoblastos: forma osteócito sintetiza a matriz mineralização. Osteócitos (maduras): mantém a matriz. Osteoclastos (gigantes multinucleadas): reabsorção remodelação desmineralização da matriz óssea. Equilíbrio osteoclásticos- osteoblástico Formação do osso pelos osteoblastos. Osso maduro: osteócitos. Remodelação óssea: osteoclastos. Se os OSTEOCLASTOS estiverem em desequilíbrio vai causar uma reabsorção acentuada. Logo, os osteoblastos não vai ter capacidade de formar igual os osteoclastos. Ao invés de formar um osso maduro vai formar um tecido fibroso/osso maduro: FORMAÇÃO RÁPIDA FISIOLÓGICA OU PATOLÓGICA. Tem mais osteoclasto do que osteoblastos e osteócito. A situação é complicada pelo fato de que a atividade osteoclástica intensificada não se distribui necessariamente por todo o esqueleto ou mesmo por um único osso. Isso porque a unidade funcional da atividade óssea é o chamado “osteon” que constitui um sistema de Havers completo, sendo importante entender que, individualmente, os “osteons” podem ser 2 envolvidos, por diferentes fases de atividade no ciclo de reabsorção e deposição. SISTEMA DE HAVERS é constituído por um cilindro longo, oco, às vezes bifurcado, que se distribui de forma paralela à diáfise e formado por quatro a 20 lamelas ósseas concêntricas. No centro está o canal de Havers que contém vasos, nervos e tecido conjuntivo frouxo. Esses canais se comunicam entre si, com a cavidade medular e a superfície externa do osso por canais transversais ou oblíquos denominados canais de Volkmann que não apresentam lamelas ósseas concêntricas e atravessam as outras. Agressão local ou sistêmica. Assim, agressão local pode resultar, inicialmente, em reabsorção óssea e, em consequência, produzir um quadro histopatológico dominado por células gigantes. Se a condição adversa persiste, a substituição do osso lamelar reabsorvido pode envolver uma combinação de osso imaturo pouco organizado e grande quantidade de tecido fibroso reparativo. “Algumas vezes, uma doença que afeta os ossos maxilomandibulares nada mais é do que uma alteração sistêmica que está envolvendo todos os ossos”. Mecanismo de crescimento ósseo. Todo o crescimento ósseo é uma mistura de dois processos básicos: DEPOSIÇÃO e REABSORÇÃO. Que são realizadas pelas áreas de crescimento, que pertencem aos tecidos moles que revestem o osso. Quando a quantidade de deposição é maior que a de reabsorção, ocorre o aumento do osso e seu deslocamento. Metabolismo ósseo. Composição óssea: Sais minerais inorgânicos: (70% do peso seco) Fosfato e carbonato de cálcio Cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)3] Outros Minerais (Mg, Na, K, F, Zn, Cl, SO4) Matriz Orgânica (30% do peso seco) Fibras de colágeno Substância básica (Líquido extracelular, Albumina, mucoproteína, ácido hialurônico, lipídios, etc...) Células Controle do metabolismo ósseo: Formação e Destruição Óssea Ingestão, absorção e excreção de cá lcio Principais Hormônios envolvidos: Paratormônio e Calcitonina (Hiperpartireoidismo) Demais Hormônios envolvidos: Hormônios Hipofisários (Nanismo, Gigantismo e Acromegalia) Hormônios Gonadotróficos Vitamina D 3 OSTEOBLASTOS: Formação do osso Aumentam a Fosfatase alcalina Reparação de fraturas. Vitamina D, Vit. C, Estrogênio, GH Responsáveis pela mineralização óssea OSTEOCLASTOS: Produtores de colágeno Reabsorção óssea - lise desmineralização Sensíveis ao Paratormônio (estímulo) Sensíveis à calcitonina (inibição). OSTEÓCITOS: Estado de repouso Estimulados por fatores hormonais Fósforo (P). Íon que está em segundo lugar depois do cálcio em abundância Integra a estrutura dos ossos e dentes dando maior solidez O Fósforo compete na absorção e fixação óssea com o Cálcio Hipofosfatemia: hiperparatireoidismo e alcoolismo crônico Hiperfosfatemia: hipoparatideoidismo, hipervitaminose D e fraturas ósseas Contida em carnes, peixes, ovos e leite Cálcio (CA) Mantém ossos e dentes saudáveis. Aproximadamente 50% do cálcio circulante encontra-se ligado à proteína sérica. A concentração depende de um balanço entre: Absorção intestinal; Liberação ou deposição óssea; Perda pela excreção urinária, fezes e suor. Fatores mais importantes na regulação da calcemia são: Vasta reserva óssea e Existência de um duplo sistema hormonal, controlando a média de reabsorção óssea Níveis acima de 10,5 mg já podem ser considerados patológicos. Aumento do paratornônio (PTH) O hormônio paratireoideo provoca um aumento do número de osteoclastos, e reabsorção da matriz óssea com liberação de cálcio, e a tireocalcitonina (secretada pelas células parafoliculares da tireoide) inibe a reabsorção da matriz, agindo, portanto, em direção oposta no controle do equilíbrio cálcio sanguíneo-ósseo. Aumento da calcitonina: Inibe a reabsorção da matriz óssea e Antagonista do PTH. HIPERCALCEMIA níveis séricos acima de 10,5mg/dL Hiperparatireoidismo primário: aumento da produção de PTH Hipervitaminose D: aumento da absorção intestinal de Ca++ Mieloma múltiplo, Doença de Hodgkin Tumores malignos ósseos-Metástases no esqueleto Outras neoplasias não ósseas HIPOCALCEMIA Níveis séricos abaixo de 8,8 mg/dL Hipoparatireoidismo Pseudo-hipoparatireoidismo: Resistência das células alvo ao PTH Insuficiência renal Deficiência de vitamina D: Nutricional, raquitismo - vitamina-D 4 CÁLCIO URINÁRIO: Urina de 24 horas reflete: Absorção intestinal; Reabsorção óssea; Filtração e a reabsorção tubular. Hipercalciúria: Cálculo renal, hiperparatireoidismo, baixo volume urinário Hipocalciúria: Deficiência de vitamina D, hipoparatireoidismo. Vitamina D. Cálcio e Fósforo: Estimula a absorção intestinal e Estimula a reabsorção renal Regula a liberação de PTH Aumenta a mobilização de Cálcio nos ossos. Paratormônio (PTH). “Secretado pela glândula paratireoide em resposta a hipocalcemia ou hipofosfatemia”. AÇÕES: Vitamina D: estimula absorção intestinal de cálcio Rins: aumenta excreção de Fosfato e diminui a excreção de Cálcio. Ossos: Aumenta a reabsorção óssea pelos osteoclástos. Induz o aumento da fosfatase alcalina, hipercalcemia e hipofosfatemia. Osteoclástico = Osteoblástico Calcitonina. “Secretada principalmente pelas células parafoliculares da tireóide em resposta aos níveis de cálcio plasmático”. Tem efeito oposto ao PTH. AÇÕES: Ossos: Inibe a reabsorção óssea osteoclásticaRins: Inibe a reabsorção de cálcio e fósforo pelos túbulos Resposta: Hipocalcemia Sérica Fosfatase alcalina. “Uma glicoproteína específica encontrada na superfície dos osteoblastos” Marcador bioquímico do metabolismo ósseo e fígado Substâncias que retratam a formação ou a reabsorção óssea. Os marcadores de formação (fosfatase alcalina óssea): São todos frutos da síntese osteoblástica e Marcador ósseo (Remodelamento ósseo)-Osteoporose, Doença de Paget. Osteomalácia. RODUZIDOS: OSSOS-FÍGADO –PLACENTA. As elevações no nível sérico da fosfatase alcalina podem ser sinais indicativos de doenças hepáticas ou de alterações fisiológicas e patológicas do metabolismo ósseo relacionadas com o aumento da atividade osteoblástica, constituindo assim, uma importante informação auxiliar que vem a contribuir para a indicação terapêutica adequada de cada paciente. VER FOTO PAG. 25 Exames solicitados para doenças ósseas. Dosagem de cálcio no sangue e urina Dosagem de fósforo no sangue e urina Dosagem de fosfatase alcalina no sangue Dosagem de proteínas totais no sangue Dosagem de creatinina no sangue (índice de filtragem tubular renal) 5 Osteoporose. “Redução concomitante do mineral e da matriz óssea com deterioração da microarquitetura do tecido ósseo” CLASSIFICAÇÃO: Primária: TIPO I Alta reabsorção óssea; Atividade osteoclástica acelerada; Osteoporose pós menopausa; Mulheres mais jovens, a partir dos 50 anos. TIPO II: Reabsorção óssea normal ou ligeiramente aumentada. Atividade osteoblástica diminuída (Formação óssea diminuída) Osteoporose senil ou de involução Mulheres mais idosas (a partir dos 70 anos) Homens Achados Laboratoriais: Cálcio: sangue (normal) e urina (aumentado) Fosfatase alcalina (elevada) Densitometria Óssea: Medição da Densidade Mineral Óssea (BDM) por análise computadorizada Osteomalácia e raquitismo. “Mineralização incompleta do tecido ósseo resultante de vários distúrbios no metabolismo do cálcio e fósforo”. DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D: Menor Ingestão - Absorção inadequada - Exposição inadequada a luz solar -Distúrbio no metabolismo - Doença hepática ou renal ACHADOS LABORATORIAIS: Aumento de fosfase alcalina - Hipocalcemia, Hipofosfatemia. Doença de paget. “OSTEÍTE DEFORMANTE” Distúrbio crônico de causa desconhecida Rápido comprometimento do remodelamento ósseo Crânio, Fêmur, pelve e vértebras Face leonina A doença pode afetar nossas articulações e causar fraturas e lesões ósseas. Dentre as variadas doenças ósseas presentes no mundo da medicina, encontramos uma bastante peculiar, chamada de doença de Paget. Trata-se de uma patologia que, geralmente, aparece em homens com mais de 40 anos. Apesar disso, a doença de Paget pode se manifestar em qualquer faixa etária. Doença de Paget é uma anomalia óssea crônica que provoca o crescimento anormal de determinadas partes de um osso. Deixando-o também mais fragilizado, o que aumenta as chances de ocorrência de alguma fratura ou lesão. A problema pode afetar qualquer osso, mas estudos indicam que há maior recorrência no crânio, fêmur, tíbia e coluna vertebral. Características Clínicas e Radiográficas: Reabsorção e deposição anormais do osso Distorção e enfraquecimento dos ossos afetados. A maioria dos casos afeta mais de um osso (poliostótica). Mais comum em idosos e osso “em flocos de algodão”. Dor óssea severa Achados Laboratoriais: Normais - Demais Elementos Elevados níveis Séricos - Fosfatase Alcalina VER Pag 34. 6 Hiperparatireoidismo. Doença decorrente da hiperfunção das glândulas da paratireoide, que produzem o PTH (paratormônio). Pode ser causada por: Tumor ou hiperplasia das paratireoides – PRIMÁRIO. Insuficiência renal ou estado nutricional – SECUNDÁRIO. Lembre-se: o PTH vai regular a concentração do Cálcio sérico. Características Clínicas e Radiográficas: Perda generalizada da lâmina dura que circunda o dente Diminuição na densidade trabecular e borramento do padrão trabecular normal Resultando um aspecto de “vidro fosco” Tumor marrom Achados laboratoriais: Aumento do PTH Lesões de crescimento rápido deslocam os dentes de sua posição normal (TU malignos) Lesões de crescimento lento produzem reabsorção radicular. Caracteristicas clínicas das doenças ósseas. Sinais e Sintomas clínicos: Presentes ou Ausentes Sintomatologia: Pobre - Desenvolve-se apenas em fases relativamente avançadas da doença. Comumente por aumento de volume e dor Sinal mais comumente encontrado: Expansão óssea com deformação ALTERAÇÕES DENTAIS: Mobilidade dental- Deslocamento dos dentes de sua posição original na arcada DOR: Sintoma tardio - Exceto: Casos de envolvimento de estruturas nervosas. Sensação de ardor ou prurido na área envolvida Doenças do complexo maxilomandibular. DIAGNÓSTICO: Exame clínico , exames radiográficos e exames laboratoriais Biópsia e Exame Histopatológico LESÕES RADIOLÚCIDAS INTRAÓSSEAS: 1. Punção Aspirativa por Agulha 2. Biópsia Eliminar a possibilidade de lesão vascular: Hemangioma Central - Cisto Ósseo Aneurismático - Fístulas Arteriovenosas. Cistos de grandes proporções:Presença de flutuação - Rompimento da cortical óssea ou de crepitação - Cortical delgada. Tumor marrom do hiperparatireoidismo. Características Clínicas e Radiográficas: Cor do espécime tecidual (varia) Vermelho escuro à marrom Hemorragia abundante Deposição de hemossiderina Tumor marrom é o estágio final do HPT- Primário ou secundário A lesão regride lentamente com o tratamento do HPT Lesão Osteolítica bem demarcada - Uni ou multilocular Excisão do Tumor - Casos de prejuízo da função do local acometido Achados laboratoriais: Aumentado: Cálcio sérico, creatinina, fosfatase alcalina e PTH Diminuído: Fósforo 7 Osteonecrose dos Maxilares Associada Uso de Bisfosfonatos. BIFOSFONATOS: Potente capacidade de inibir a reabsorção óssea São indicados no tratamento de desordens do metabolismo ósseo. Osteoporose; Mieloma múltiplo, metástase óssea do CA de mama, próstata e pulmão FARMACOCINÉTICA: Classificados de acordo com o tipo de radical: 1ª. Geração (não nitrogedados): clodronato, o etidronato e o tiludronato. 2ª. Geração (nitrogenados): alendronato, incandronato, ibandronato e pamidronato. 3ª. Geração (nitrogenados + potentes ): risedronato e ácido zoledrônico. Administração: via oral (alendronato) e via intravenosa (ácido zoledrônico) MECANISMO DE AÇÃO: Poderosos inibidores da reabsorção óssea Redução da atividade osteoclástica. OSTEOCLASTOS (superfície óssea): Diminuem a vida útil - Inibem o recrutamento e a atividade. Ligam-se a hidroxiapatita, presente na superfície mineral óssea Desequilíbrio no mecanismo de reabsorção: Supressão do turnover ósseo - Necrose - Regiões com intenso metabolismo (MAXILA E A MANDÍBULA). EFEITO ADVERSO: OSTEONECROSE DOS MAXILARES MANDÍBULA EM 65% MAXILA EM 26%; Maior risco desta condição está associado Bisfosfonatos de uso INTRAVENOSO Alguns casos de uso ORAL têm sido relatados. O risco existe e é difícil de ser avaliado Cada situação clínica deve ser analisada de maneira individualizada Destacando-se o papel da anamnese no início do atendimento CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Áreas de exposição óssea - Coloração branco-amarelada - Tecido mole circunjacente inflamado. TRATAMENTO: Colutórios com propriedades antimicrobianas - Uso de antibióticos - Debridamento do osso necrótico (características de cada estágio). ESTÁGIO 1: Assintomáticos -Exposição óssea - Sem evidência de infecção. ESTÁGIO 2: Exposição óssea -Infecção - Dor e eritema local - Com ou sem drenagem de secreção purulenta. ESTÁGIO 3:Exposição óssea - Infecção, fratura patológica - Fístula extraoral ou osteólise - Estendendo-se à região da borda inferior da mandíbula. DIAGNÓSTICO: Aspecto clínico da lesão- Anamnese (Uso de BISFOSFONATOS) Investigando: Tipo-Dose-Tempo de uso-Via de administração. TRATAMENTO (permanece um desafio) • Antes do uso do BIFOSFONATO :Prevenção Controle de cárie e doença periodontal
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