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30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 Fisiopatologia do ovário: - Doenças de ovário: extremamente comuns. Ovário: histologia. - Formado amendoado. - 3cm de comprimento, 1,5cm de largura e 1cm de espessura. - Dividido em: • Córtex: periférico. - Presença dos folículos ovarianos em diferentes fases de maturação. Presença também de fibroblastos. • Maioria em estado de repouso (quiescentes). 1. Folículo primordial (formado na embriogênese). 2. Folículo primário. 3. Folículo secundário (antral). 4. Folículo maduro (terciário, pré-ovulatório ou de Graaf) - sofrem atresia na grande maioria. - Recoberto por epitélio germinativo (cubóide simples) e que por vezes, dependendo da idade, pode encontrar epitélio estra3ficado. - Todo epitélio de superPcie é sustentado pela túnica albugínea (conjun3vo denso). - Estroma adjacente ao folículo: no córtex. • Teca interna: camada intermediária. - Células poliédrica. - Síntese de esteróides (colesterol) - aspecto vacuolizado. • Teca externa: - Células semelhantes ao estroma ovariano. • Medula: central. Cistos não neoplásicos e funcionais: - Lesões mais comuns encontrados nos ovários (cistos funcionais ou benignos). - Cistos não neoplásicos: crescimento e proliferação em número de cistos. - São condições consideradas normais (fisiológicas às mulheres). - Inflamações intrínsecas (Oofotrite): condição rara, mas importante, pois estão relacionadas à doenças autoimunes do ovário, associado à quadro de infer3lidade por presença desse processo inflamatório. ‣ Cistos foliculares e lúteos: ✓ Muito comuns. - Considerados variantes da fisiologia normal da mulher. ➡ Cistos foliculares: origem. - Oriundos dos folículos de Gaaf íntegros ou folículos que se romperam e selaram imediatamente, que ficam confinados no ovário. Catarina Alipio XXIIB Página 1 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 ➡ Cistos lúteos: origem. - Originados a par=r dos corpos lúteos, liberados nos ciclos menstruais, dos folículos que ovularam. ✓ Únicos ou múl=plos (maioria). ✓ Pequenos (1-1,5 cm de maior diâmetro) preenchidos por líquido seroso claro. ✓ Pode a_ngir até 5cm, sendo palpáveis e causando dor pélvica. ✓ Podem romper causando sangramento intraperitonial e sintomas peritoneais (abdome agudo). Doença do ovário policístico: - Doença ovariana policís_ca ou Síndrome de Stein- Leventhal. - Numerosos cistos foliculares de 0,5-1,5cm no maior diâmetro, promovendo um aumento de volume do órgão em até 2x o tamanho normal. - Acomete 5% das mulheres em idade reprodu=va. ➡ Morfologia/ macroscopia: • Ovário com aumento de volume, coloração acizentada e sua superPcie lisa, apesar de irregular, mas lisa. • Cistos/ cavidades estão presentes no córtex que se torna espessado. ➡ Microscopia/ histologia: • Córtex superficial fibró=co e espessado. • Teca hiperplásica (principalmente teca interna —> alterações hormonais, com hiperprodução). • Ausência de corpo lúteo no ovário. - Consequências: ✓ Aumento de produção hormonal: androgênicos, estrogênios e LH. ✓ Diminuição da concentração do FSH. - Não leva a mulher ao processo de maturação dos folículos. - Pode estar relacionado à infer_lidade ou dificuldade para engravidar. - Consequências associadas à: ‣ Oligomenorréia (escassa ou infrequente). ‣ Anovulação persistente. ‣ Hirsu_smo (pilosidade excessiva). ‣ Pode estar associado à obesidade e à resistência à DM2. - Promove alterações endócrinas do pâncreas. Hipertecose estromal: ou hiperplasia estromal cor_cal. - Comum na pós menopausa. - Pode ocorrer em jovens com doença policís_ca do ovário, por conta das alterações hormonais. - Promove aumento uniforme do tamanho do ovário (até 7cm). - Comumente é bilateral. ➡ Microscopia/ histologia: • Ninhos diferenciados de células com citoplasma vacuolizado, pois são células Catarina Alipio XXIIB Página 2 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 referentes à presença de colesterol. - Ninhos = derivados da teca (interna e externa) de folículos atrésicos, que ficaram persistente no córtex desse ovário. - Células alongadas, semelhantes à fibroblastos da teca externa e células com citoplasma vacuolizado (colesterol), derivadas da teca interna. - Clinicamente, tudo isso, repercute em hiperandrogenismo. • Virilização da paciente. Tumores ovarianos: - 2ª neoplasia ginecológica mais comum, só perde para o câncer de colo de útero. • 7ª causa de câncer. - 6.650 novos casos em 2020. • 6,18 para cada 100 mil mulheres. • Por não ter um métodos de rastreamento eficaz. - Diagnós_co tardio. • Sem método de rastreamento. • 80% dos casos quando diagnos_cados, já apresentam metástases. - Caracterís_cas dis_ntas: decorrente das células de origem. • Benignos (80%): 20 a 45 anos de idade. - Tendem a ser assintomá=cos. - Diagnos_cados em exame abdominal ou pélvico ou durante cirurgias. • Malignos: 45-65 anos de idade. - Geralmente dissemina para fora do ovário. - Maioria dos sintomas leves enquanto pequenos. ✓ Dor. ✓ Dor abdominal. ✓ Distensão abdominal. ✓ Dor pélvica. ✓ Sintomas do TU e TGI. - Decorrente de compressão ou invasão tumoral. - Diarreia, nauseas, vômitos… ✓ Sangramento. - Classificação quanto à origem (OMS): • Epitélio superficial (95%). • Células germina_vas. • Estroma do ovário (hormônios). Tumores do epitélio de superfície (Mülleriano): ❖ Maioria das neoplasias primárias de ovário (90%). ❖ Epitélio de superPcie fica aprisionado no córtex. • Decorrente de múl_plas ovulações e cicatrizes. ❖ Células epiteliais que se proliferam na região do córtex. ❖ Classificação baseada na diferenciação e extensão da proliferação do epitélio. ❖ O risco de malignidade aumenta, com o aumento da proliferação de conteúdo sólido. Catarina Alipio XXIIB Página 3 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 ➡ Benignos: • Baixa proliferação epitelial no córtex. • Áreas cís_cas (cistoadenomas). • Áreas cís_cas e fibró_cas (cistoadenofibromas ou cistadenomas). • Áreas fibrosas (adenofibromas). ➡ Limítrofes (borderlines): • Baixo potencial de malignidade. • Proliferação celular moderada. - Dependo dessa moderação, pode levar à malignização. • Pode apresentar componente cís_co. ➡ Malignos: • Proliferação acentuada. • Componete sólido (carcinomas). • Componete cís_co (cistoadenocarcinomas). - Fatores de risco: ‣ Nuliparidade. ‣ Histórico familiar (5-10%). ‣ Mutações em genes supressores de tumor (BRCA1 e BRCA2). ‣ Uso prolongado de contracep_vo oral reduz o risco. - Existem 3 =pos histológicos: I. Tumores serosos: 30% de todos tumores ovarianos. • Mais comuns do epitélio ovariano. ‣ 60% —> benignos e acometem mulheres entre 30-40 anos. ‣ 15% —> borderlines. ‣ 25% —> malignos e acometem mulheres de 45-65 anos. • Fatores de risco: ✓ Nuliparidade. ✓ Mutações gênicas de BRCA1 (20%) e BRCA2 (60%) em mulheres > 70 anos de idade. ✓ História familiar. ✓ Disgenesia gonadal. ❖ Carcinomas serosos - malignos: - Bem diferenciado (carcinoma de baixo grau de malignidade). • Mutação também nos genes KRAS e BRAF. • Originados de tumores limítrofes serosos. • Sem invasão do estroma (não são invasivos). • Podem comprometer o peritônio. - Moderademente a pouco diferenciado (carcinoma de alto grau de malignidade). • Mutações também em genes BRCA e p53. • Metástases para linfonodos regionais. • Metástase linfá=ca distante ou hematogênica para sí_os distantes (mais raras). Catarina Alipio XXIIB Página 4 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 ➡ Macroscopia/ morfologia: - Estruturas cís=cas grandes (30-40cm de diâmetro) preenchidas com líquido seroso, e muitas vezes associadas à projeções papilíferas intracís=cas (formado pelo componente sólido). - 25% são bilaterais. - Superdcie irregular e nodular (comum nas malignas). - Formação de cavidades cís_cas em seu interior.➡ Microscopia/ histologia: - Neoplasia/ cavidade cís_ca reves=da por células epiteliais altas, colunares (epitélio colunar simples ciliado - epitélio tubário). - Podem apresentar ou não cílios (não é regra). - Copos de psammoma: concreções calcificadas laminadas concentricamente. Mais encontrados em tumores bem diferenciados. II. Tumores mucinosos: 25% das neoplasias que acometem o ovário. • Semelhantes ao tumores serosos, levam à formação de componente sólido e cavidade cís=ca. • Epitélio de reves=mento é secretor de mucina (células colunares altas SEM cílios). • Raros em meninas jovens, antes da puberdade ou após a menopausa. • Menor probabilidade de malignizacão (10%). • Portanto, são tumores na maioria das vezes benignos. ➡ Macroscopia/ morfologia: - Massas cís_cas com conteúdo mucinoso. - Maior quan_dade de cavidades e de tamanhos menores. - Maior propensão a ser maior e mul=cís=cos. - Geralmente unilaterais. • Mas podem ser bilaterais. ➡ Microscopia/ histologia: - Células colunares altas sem presença de cílios. - Arquitetura complexa: áreas sólidas (cistadenocarcinoma), estra_ficação celular formando cavidade, perda de arquitetura glandular e necrose. - A_pia citológica e invasão estromal. III. Tumores endometrióides: • São geralmente malignos (20%). - Carcinoma endometrióide (maioria). • Quando benigno (menos frequente): cistadenofibromas. • 15% dos carcinomas endometrióides estão associados à endometriose. • 30% acompanhados por carcinoma de endométrio. ➡ Macroscopia/ morfologia: Catarina Alipio XXIIB Página 5 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 - Podem ser sólidos ou cís_cos. - Uni ou bilaterais. - Formação de glândulas tubulares (semelhante ao endométrio). - Projeções papilares ausentes. - Aproximadamente 11cm. Tumores raros de epitélio superficial: I. Adenocarcinoma de células claras: • Células epiteliais grandes com citoplasmas claros abundantes semelhantes ao endométrio gestacional hipersecretor. • Associados a endometriose ou carcinoma endometrióide do ovário. ‣ Podem ser sólidos ou cís_cos: - Quando sólidos —> células claras organizadas em lâminas ou túbulos/ cordões. - Quando cís3co —> formação de cavidades cís=cas reves_do por células com caracterís_cas neoplásicas. • Tendem a ser mais agressivos e metastá3cos. II. Cistadenofibroma: ‣ Aumento de proliferação de um estroma fibroso subjacente a um epitélio colunar de reves=mento. ‣ Podem ser compostos por epitélio mucinoso, seroso endometrióide e de transição. ‣ Podem apresentar processos papilares simples (sem ramificação). • Benignos. • Malignos. • Mul_loculares. III. Tumor de Brenner: • Adenofibromas raros compostos por vinhos de células quelelmbram o epitélio transicional da bexiga, por exemplo. - Ninhos são cís_co e reves_dos por células colunares produtoras de muco. • Costumam ser unilaterais. • Sólidos. • Aumentam o volume dos ovário (1 a 20 cm de crescimento). Catarina Alipio XXIIB Página 6 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 Tumores de células germinativas: - Representam 15% de todos os tumores de ovários. - Se originam de uma transformação neoplásica das células germina3vas, fazendo com que elas tenham aspecto maduro ou embrionário (mul=potencial). I. Teratomas císticos benignos (mais comuns): • Ocorrem em mulheres nas duas primeiras décadas d vida. - Mulheres jovens no período reprodu_vo. - Geralmente unilaterais. - Podem induzir a infer=lidade. - Quanto mais jovem, maior probabilidade de malignidade. - São propensos a sofrer torção (10-15%). - Presença de tecidos maduros de morfologia normal, derivados das 3 camadas das células embrionárias (ectoderme, endoderme e mesoderma): • Reves_mento epidérmico de pele com pelo. • Dentes, focos de osso ou car_lagem. • Epitélio brônquico Tumores do estroma (derivados de células do cordão sexual): I. Tumor de células da granulosa - teca interna e externa: • Proliferação, em graus variados, de células da camada granulosa. - Sólido, em cordões (coronal) ou folicular. - Pode encontrar, em pequeno número, proliferação das células da teca. Catarina Alipio XXIIB Página 7 30/09/2020 Professora Carolina - ATD2 • Corpúsculos de Call-Exner: disposição das células da granulosa em volta dos óvulos. - Lembra os folículos quiescentes. - Similares à glândulas com conteúdo esosinoPlico. • Clinicamente: ✓ Podem produzir grande quan_dade de estrógenos. ✓ Pode haver secreção de andróginos em vez de estrógenos, levando ao virilismo. • Pode malignizar (alto risco). II. Fibrotecomas: • Pouco frequentes. • Originados da proliferação de fibroblastos da teca externa e teca interna. • Comum em idosas. • Aspectos fasciculados e são tumores sólidos. • Coloração amarelada. • 90% unilaterais. ➡ Histologia: - Células fusiformes, semelhantes à fibroblastos. - Deposição de colágeno. - Citoplasma claro e rico em lipídeos. - Feixes de fibroblastos e colágeno. III. Tumor de células de Sertoli-Leydig: • Mais comum entre 25-30 anos, mas pode acometer qualquer idade. • Aumento da testosterona. • Tumor que se assemelha bastante às células dos tes_culos. • Por ter uma semelhança com as células dos tesIculos, forma uma massa sólida com aumento da produção de testosterona nas mulheres, repercu_ndo clinicamente em virilização, anovulação, oligomenorreia e amenorreia. ➡ Microscopia/histologia: - Proliferação de células, formando estruturas semelhantes à túbulos, formado pelas células de Serytolli-Leydig. - Entremeadas por estroma ovariano (fibroblastos). - Células com citoplasma abundante, eosinoPlico ou claro e vacuolizado. Catarina Alipio XXIIB Página 8
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