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Pedro se senta de costas para as meninas e diz: Pedro: Acho que não estou bem. Mãe: Qual é o seu nome, colega? Pedro: Sou Pedro Marques, igual meu pai, que Deus o tenha, faleceu, que seja perdoado (ele foi bem superficial), ficamos eu e meu irmão. Mas herdei o nome. Mãe: Você é herdeiro? Obrigada Deus! <Temos que colocar os negócios de morgado e maior-gado> Pedro: Quero casar, agradar ao Espírito Santo, com Inês, que me conquistou. Quero ser seu namorado. Você parece ser uma moça de bem, assim como eu. Sou um partidão. E olha o que eu trouce, peras, da minha pereira, para minha Pereira, estão madurinhas. Inês: E só? Onde estão as pérolas de presente? As penas para pôr no chapéu? Os enfeites do vestido? *Aff*, mas e as tais peras? Pedro: Espera...! Alguém comeu?! Tinha colocado dentro do meu chapéu e agora não tem mais nada, mas não perdi a viagem, pois eu as trazia de bom coração. Inês: Pelo menos tinha trazido algum presente. Pedro: Onde está sua mãe? Ela nos deixou a sós? Preciso ir, não conte a ninguém que vim aqui. Inês: O que você fez e por que não posso contar? Inês em pensamento: (Que galã atrevido). Pedro: Se já fosse casado não viria, sou um cara decente. Inês em pensamento: (Quão sem noção ele é! Todos procurando garotas solteiras e logo esse me aparece!) Pedro: Tenho que ir embora antes que a noite chegue. Inês: E não volte mais! Pedro: Lianor Vaz vem vindo, vamos ver o que ela vai falar. Inês: Pare de me disputar, eu não te quero, moleque. Vai procurar mulher lá em Cascais! Pedro: Não vou mais te perturbar, vou esperar até que você me queira. Pedro vai saindo e pensando: Pedro em pensamento: (E é assim que as mulheres são: o sujeito se esforça para agradá-las e toma um pé na bunda. Por Deus!) Ele se vira e questiona Inês: Pedro: A senhora vai ficar aí? Inês: Isso não te importa. Pedro: Você não tem uma lanterna nem nada? E se alguém vier e te encontrar sozinha a essa hora? Coisa boa não vai dar. Fiquem com Deus. Feche a porta e acenda as luzes. Nos vemos por aí. Pedro vai embora e Inês diz: Inês: Eu Conheço uma pessoa, que seguiu por esse caminho, se casou com um miserável, mais insensato que um judeu! E esse Pedro é igualzinho: chegou dizendo mil maravilhas e não vai cumprir nenhuma. Chega a Mãe e fala: Mãe: Pedro Marques já foi? Inês: Queria que ele ainda estivesse aqui? Mãe: Não gostou dele? Inês: Vai se ferrar! Eu já te falei um monte de vezes, mãe, eu só vou casar com um homem prudente e reservado! É isso que quero e não vou deixar de querer. Que seja feio, pobre e que não me dê valor, mas quero que seja prudente e reservado, fora isso, não preciso de mais nada. E que saiba tocar viola, ao menos uma musiquinha, mesmo que eu coma pão de pura farinha e cebola, até por que isso me afligiria? Mãe: Você sempre dançará? E ele sempre vai tocar? Se não tiver o que comer? A viola vai te alimentar? Inês: Me deixe em paz. Cada louco com sua loucura Mãe: Como às vezes isso machuca! E qual é a desses escudeiros? Inês: Eu te falei ontem: passaram por aqui Os Judeus Casamenteiros, estão vindo para cá agora, pedi para me arrumarem um pretendente.
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