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Para Sempre Em Seus Bracos (LIVRO 1)

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Família De La Costa – Livro 01
Para Sempre Em Seus Braços
May P. Neves
Copyright © 2021 May P. Neves
Todos os direitos reservados
Sinopse
Marina De La Costa, 21 anos, a mais novas dos quatro irmãos, a
princesinha da família. Quem vê a menina rodeada de amigos e da família,
não imagina o quanto ela sonha com um amor verdadeiro e com uma carreira
brilhante na área criminal. O único problema é: o medo de entregar o coração
e alguém machucá-lo.
Lorenzo Fabrinni, um juiz de 34 anos, viúvo, com uma filha encantadora
de 5 anos, que jurou não amar, pois havia perdido o seu amor. Um pai
excelente, ótimo profissional, justo, amigo, leal e protetor. Lorenzo achava
que estava preparado para tudo, só não contou com a entrada de uma
estagiária que iria abalar todas as suas estruturas e que iria se ver tão protetor
em relação à ela.
Ela está preparada para entregar seu coração ? E Ele estará preparado
para passar por cima de tudo por ela?
Sumário
Capítulo 01 – Marina
Capítulo 02 – Lorenzo
Capítulo 03 – Marina
Capítulo 04 – Lorenzo
Capítulo 05 – Marina
Capítulo 06 – Marina
Capítulo 07 – Lorenzo
Capítulo 08 – Marina
Capítulo 09 – Marina
Capítulo 10 – Lorenzo
Capítulo 11 – Lorenzo
Capítulo 12 – Marina
Capítulo 13 – Marina
Capítulo 14 – Marina
Capítulo 15 – Marina
Capítulo 16 – Lorenzo
Capítulo 17 – Marina
Capítulo 18 – Lorenzo
Capítulo 19 – Lorenzo
Capítulo 20 – Marina
Capítulo 21 – Lorenzo
Capítulo 22 – Lorenzo
Capítulo 23 – Marina
Capítulo 24 – Marina
Capítulo 25 – Lorenzo
Capítulo 26 – Lorenzo
Capítulo 27 – Marina
Capítulo 28 – Lorenzo
Capítulo 29 – Marina
Capítulo 30 – Lorenzo
Capítulo 31 – Marina
Capítulo 32 – Lorenzo
Capítulo 33 – Marina
Capítulo 34 – Marina
Capítulo 35 – Marina
Capítulo 36 – Lorenzo
Capítulo 37 – Marina
Epílogo
Capítulo 01
Somos em quatro irmãos, eu, Guilherme, Miguel e Filipe. Eu sou a mais
nova e por isso eles acham, apenas ACHAM que mandam em mim. Meus
pais já desistiram de falar com os meus irmãos e explicarem que eu tenho que
sair para me divertir e conhecer pessoas novas e não ficar dentro de casa,
esperando o príncipe encantado aparecer. Minha mão é uma figura e o meu
pai apenas entra nas loucuras dela. Eu sou completamente apaixonada pela
minha família.
Eu faço faculdade de Direito, tenho 21 anos, amo ler, amo sair com os
meus amigos de final de semana. Desde que entrei na faculdade, meus irmão
tentam me convencer de não entrar para a área criminal e todo o blá blá blá
deles pois eu sou a princesa da família. O que eles não sabem é que eu vou
ser estagiária de um juiz da área criminal, o Dr. Lorenzo Fabrinni.
Eu tenho o sonho de conhecer alguém, viver aquele amor arrebatador,
casar, ter filhos, uma carreira brilhante e viver minha vida. Porém, no
momento, preciso focar no meu trabalho e nos meus estudos e aproveitar a
minha juventude.
Amanhã será o meu primeiro dia no fórum e só os meus pais sabem
disso e se não contar para os meus irmão, eles terão um infarto, no mínimo.
Por isso, meus pais chamaram todos os filhos para um jantar em família, pois
precisa contar uma novidade. O que eles não sabem é que quem dará a
notícia, sou eu.
- Mãe? Pai? Mari? Chegamos – Guilherme já entra chamando por todos
nós.
- Aqui na sala de estar, meus filhos – Papai informa. E no momento que
eles entram na sala, meu coração está super acelerado.
- E aí, pai? Qual a novidade? Está tudo bem com vocês? – Filipe fala
todo preocupado.
- Vamos jantar primeiro e depois anunciamos a novidade. E filho, fica
tranquilo, estamos todos ótimos.
- E você, princesa? Está bem? Faculdade? – Os três vêm me abraçar.
- Está tudo bem sim. Estava com saudades.
Fomos todos para a sala de jantar e permaneci calada o jantar inteiro, só
conversei quando citaram meu nome. Percebi o olhar de Miguel em mim o
jantar inteiro, pois eu não calo a boca. E se antes eu já estava nervosa, agora?
estou apavorada com a reação deles.
- Mari? Por que você está calada o jantar inteiro? Miguel pergunta e a
mesa fica em um silêncio e todos olhando para mim.
- Então, na verdade quem quer contar uma novidade sou eu e não o
papai ou a mamãe.
- Não vai me falar que você conheceu alguém, se apaixonou e se
casaram escondido? – Filipe, o engraçadinho, solteiro invicto mas que sonha
em se casar e ter filhos, solta e todos me olham com apreensão e ansiedade ao
mesmo tempo.
- Não, Filipe. Não conheci ninguém, não me apaixonei e muito menos
casei e sim, arrumei um emprego.
- Sério, pequena? Onde? Quando? Em que escritório? – Miguel vem me
abraçar.
- Então, recebi a resposta semana passada, começo amanhã como
estagiária no fórum.
- Parabéns, minha princesa. Estou muito feliz por você. Em qual área?
Cível, Trabalho ou Família? – Guilherme pergunta
- Vou trabalhar com o Dr. Lorenzo Fabrinni, na 2ª Vara Criminal.
- Você só pode estar brincando conosco, né Marina? E vocês,
concordam com essa palhaçada da minha irmã no meio do crime? – Filipe já
fala gritando e eu sabia que eles iriam surtar.
- Primeiramente, você nos respeita, Filipe. Segundo, quem tem que
escolher com o que ela vai trabalhar e onde, é apenas a sua irmã. E terceiro e
mais importante, não criei filho para um gritar com o outro. – Minha mãe,
Dona Laura, interfere.
- Mãe, o que o Filipe está falando é apenas por conta da nossa
preocupação com ela. – Miguel se pronuncia.
- Exato, mãe. Não estamos falando por mal. – Guilherme, que até então
não havia se expressado, comenta.
- Se não estão falando por mal, então aceitem que amanhã eu começo o
trabalho. Se me apoiarem, ficarei extremamente feliz, caso contrário, apenas
lidem e não se intrometam no meu sonho. Mãe e pai, muito obrigada mas
estou cansada, estou subindo para dormir.
Eu sabia que meus irmão iriam surtar pois uma amiga deles sumiu
durante um caso envolvendo tráfico, mas que iriam fazer um show e não me
apoiar, não me passou pela minha cabeça. Por isso irei me esforçar e mostrar
à eles que não quer dizer que eu vá ser sequestrada, morrer ou desaparecer
por conta do meu trabalho. E sendo bem sincera, eles que lutem.
Estava tão distraída que não vi que os três estavam encostados na minha
porta, enquanto eu tirava a maquiagem.
- Podemos entrar, Mari? - Guilherme perguntou receoso.
- Se for para gritar ou tentar fazer eu desistir, não, não podem.
- Não vamos fazer nem um nem outro, e viemos nos desculpar. - Miguel
falou arrependido
- Eu realmente entendo vocês porém é um estágio, ela era a juíza do caso.
Eu só queria que me apoiassem. Se vieram aqui para se desculparem, estão
desculpados. Eu amo vocês.
- Também te amamos, pequena. E por isso, desejamos um ótimo começo
de trabalho amanhã. - Filipe disse me abraçando.
- Se vocês quiserem sair para jantar amanhã, vocês podem me pegar no
fórum depois que saírem do fórum.
- Ótima ideia, Mari. Só peço que se algum engraçadinho vier para cima
de você igual no outro emprego, me avisa, porque eu vou imediatamente. –
Miguel começou sorridente e terminou de cara fechada.
- Agora descansa porque amanhã vai ser longo o dia, boneca. Se cuida,
por favor. Amamos você. Até amanhã. – Guilherme disse me dando um beijo
e logo depois recebi um beijo do Filipe e eles foram embora.
No outro escritório em que eu comecei a estagiar, fiquei apenas 1 mês,
pois teve um engraçadinho que não recebeu muito bem a minha recusa e me
encurralou quando estava saindo do escritório. O que ele não esperava, é que
os meus irmãos estavam me esperando para me levarem para casa e viram
tudo.
Aquilo foi um desastre total, fomos até parar na delegacia e não apenas
porque o idiota tentou me agarrar e sim porque meus irmão bateram tanto no
menino, que ele parou no hospital. Depois disso saí do escritório e foi quando
eu vi a vaga de estágio no fórum.
Eu tinha certeza que esse trabalho iria trazer coisas boas para mim, novos
aprendizados, ensinamentos, mudar a visão do mundo e futuramente ser uma
ótima profissional, assim como os meus irmãos.
O que eu não sabia, era que eu não precisaria me preocupar com a minha
segurança e sim com o meu coração.
Capítulo 02
 
Acordo para mais umdia de trabalho e já sinto um corpinho na minha cama.
Instantaneamente um sorriso brota no meu rosto. A minha pequena Cecília
veio para a minha cama. Cecília anda muito carente ultimamente e não por eu
ser um pai ausente, muito pelo contrário. A carência dela, é carência materna.
Todos os dias ela me pergunta se eu estou namorando ou se irei casar e
quando falo que não, os olhos dela que anteriormente estavam cheios de
expectativas, vão para o chão. A Cecília está com 5 anos. A minha filha é o
meu motivo para levantar da cama todos os dias, principalmente depois que a
minha esposa faleceu por conta do meu trabalho há 3 anos. Hoje, eu não
brinco mais com segurança, pois antes, achava que eu era o super herói delas
mas não sou, sou um simples mortal.
A Cecília é a cópia fiel da mãe. Cabelo claro, olhos azuis, meiga e alegre.
Minha filha encanta todos com a meiguisse dela. Ontem quando eu vi os
olhinhos dela cheios de lágrimas porque a melhor amiga dela ia ganhar um
irmãozinho, aquilo me matou ainda mais pois além de não ter uma mãe, não
tem irmãos.
- Papai, a tia Giovanna disse que hoje eu vou no seu trabalho. É verdade?
- Giovanna é minha irmã porém hoje não pode ficar com elas, como havia
prometido, pois meu sobrinho ficou doente.
- Sim, filha. Você vai ficar na sala do papai. Vamos tomar café?
- Vamos papai. A Tia Giovanna também disse que uma moça vai
trabalhar com você. Será que ela é legal?
- Não sei, querida mas aposto que ela vai adorar te conhecer.
- Oi, meu menino! Já fiz o café e arrumei tudo para a pequena passar o
dia no escritório. - Dona Luíza responde me dando um susto. Dona Luíza é
minha segunda mãe. Sempre trabalhou na família e quando me casei, veio
comigo.
- Oi, minha deusa. Não precisava se preocupar, eu ia arrumar mas
obrigada.
Assim que termino o banho e tomo o café com as minhas filhas, coloco as
duas no carro e vamos para o fórum. Dois carros de seguranças me
acompanham desde que minha esposa morreu. Não irei errar duas vezes.
Chegando no fórum, vamos direto para a minha sala, onde já tem um
cantinho para as meninas e chamo minha secretária, pois parece que terá uma
nova estagiária comigo. Colocaram uma mesa na minha sala, pois assim fica
mais fácil de ajudá-la e quando precisar de algo, já estaria aqui. E assim que
escuto bater na porta, peço para entrar.
- Dr. Fabrinni, licença, me pediram para entrar. - Assim que eu olho para
a dona dessa voz doce, eu paraliso.
- Bom dia, Srta.? - Acabou a minha capacidade de falar. A beleza dessa
menina é algo surreal e eu esperava muito que ela não fosse minha estagiária,
porque eu iria ter um infarto sem nem ter chego aos 40.
- Me desculpe, Srta. De La Costa, ou apenas Marina. Sou sua nova
estagiária. - E sorriu de lado.
- Uau! - Até então, tinha esquecido da minha filha e quando olhei pra
ela, entrei em pânico pois os olhos dela eram de pura admiração.
- Oi, princesa, tudo bem? Qual seu nome? - Ela perguntou docemente
para Cecília que estava tão abestalhada quanto eu.
- Meu nome é Cecília. Você quer brincar comigo? - Marina olhou o
relógio, olhou pra mim e olhou para a Cecília sem saber o que falar pois
estava prestes a estar em horários de trabalho e era o primeiro dia.
- Filha, depois do almoço, caso a Srta. De La Costa puder e quiser
brincar um pouquinho com você, ela pode.
- Mas é claro que eu quero! Enquanto eu trabalho, por que você não
coloca sua mesa ao meu lado e trabalhamos juntas. - Marina perguntou pra
Cecília, que respondeu imediatamente com brilho nos olhos.
- Ok, vou fazer um desenho pra gente, enquanto você trabalha com a
Minha Excelência - Cecília saiu dando uma risadinha gostosa. 
- Desculpa, Srta. De La Costa. Se a minha filha lhe incomodar, me fala
pois você veio trabalhar e aprender.
- Fica tranquilo, Dr. Fabrinni, eu amo crianças e sinto falta pois na
minha família não tem criança. Não será incômodo algum.
- Então, vou começar te explicando o que eu quero que faça e aos
poucos você vai se acostumando e pegando o ritmo.
Quando olhei para a Srta. De La Costa, nossos olhares acabaram se
cruzando e meu peito esquentou de um jeito bom. Aquele menina tem um ar
de inocência e bondade, que dá vontade de proteger de tudo e de todos.
Nisso, a Cecília entra igual um furacão.
- Voltei, tia Marina! Peguei lápis de cor porque eu vou trabalhar com
você, né papai ? Quando crescer, quero ser igual a tia Marina.
Eu precisava urgentemente sair para beber com os meus amigos porque
mulher nenhuma mexeu desse jeito comigo em questão de minutos e ainda
por cima, encantou a minha filha tão rápido. Se as minhas irmãs verem o jeito
que a Cecília está olhando para a Marina e o jeito que eu, um homem de 34
anos que no momento mais parece um palhaço, estou olhando para a Marina,
estariam rindo da situação.
Agora o que eu preciso explicar para a minha mente, coração, e bem,
para as minhas partes íntimas, é que além dela ser minha estagiária, ela deve
ter no máximo uns 20 anos e que ela nunca olharia para um homem mais
velho e ainda por cima, com uma filha. Também não poderia colocar ela em
risco com a minha profissão.
Mas eu vi que eu também a afetei e olhar o jeito que ela fala com a
Cecília e a paciência, me encantou ainda mais porque a minha filha é a
pessoa mais importante para mim. E pelo visto, Marina De La Costa, não
encantou apenas eu, e sim a minha filha também.
Eu teria um infarto, certeza.
Capítulo 03
 
Assim que entrei no escritório do Dr. Lorenzo Fabrinni, eu estaquei no lugar
porque nunca havia visto homem tão lindo como ele. Quando eu olhei para
ele, parecia que tudo em volta sumiu. Meu coração errou algumas batidas.
Ele deveria ter pelo menos 1,85 de altura, forte, alto, moreno, cheio de
tatuagem e com um sorriso lindo. Com certeza onde ele vai, arranca suspiros.
E eu estava tão imersa à beleza dele que não tinha percebido que tínhamos
companhia.
Quando eu escutei aquele voz doce e infantil e pus os olhos naquela
menina, meu coração se aqueceu de um jeito que nunca havia acontecido
antes. Ela ficou me olhando tão admirada e com os olhos brilhantes e com
expectativas, só não sabia qual era a sua expectativa.
A Cecília é uma criança doce e muito linda. Acho que nunca vi criança
tão linda quanto ela. Ela era o oposto do seu pai, era loira, bem branquinha,
dos olhos azuis, delicada, enquanto seu pai é moreno de olhos castanhos,
provavelmente parecida com a mão e essa constatação me fez voltar para o
mundo real. Um homem como Lorenzo Fabrinni, certamente era casado e não
usava aliança por conta do trabalho.
Enquanto ia para a minha mesa, a Cecília já estava preparando tudo para
passar o dia do meu lado. Pedi licença para ir pegar um copo de água pois eu
precisava respirar um pouco. Aconteceu muita coisa em poucos minutos e eu
tinha certeza que aquilo era só o começo.
Assim que voltei para a minha mesa, comecei a trabalhar e cada hora que
eu via os processos que estavam chegando para o Dr. Fabrinni, ficava mais
enojada ainda com a sociedade mas era só olhar para o lado, que tinha um
anjinho. Estava tão imersa ao trabalho que não percebi que estava chegando a
hora do almoço.
- Tia Marina, você quer almoçar com a gente? – Nesse momento eu vi o
Dr. Fabrinni arregalar os olhos e então entendi que ele não queria minha
presença e abaixei a cabeça, porém magoada.
- Meu amor, a tia vai comer aqui no escritório mesmo.
- Mas tia, você vai comer sozinha. Papai, fala para a titia comer com a
gente. – A Cecília falou de um jeito tão doce, que eu vi todas as barreiras dele
caírem.
- Srta. De La Costa, por favor, venha conosco. De qualquer maneira você
precisa comer, então venha.
- Então, tudo bem. Só vou pegar minha bolsa e poderemos ir.
E assim saímos os três em direção ao carro dele. Chegando no carro, era
uma Pajero Sport, e não sabia se ia na frente ou atrás, então decidi arriscar ir
na frente. O caminho do fórum até o restaurante, só escutava a voz da Cecília
cantando as músicas infantis e rindo sozinha e isso fez um sorriso
involuntário surgir no canto da minha boca.
- Tia Marina? – Percebia incerteza na voz dela.
- Oi, princesa.
- Você tem namorado ou filhinha? – Se eu tivesse bebendo alguma coisa,
tenho certeza que teria engasgado.
- Não, não namoro e nem tenho filha. – Foi quando eu vi os olhos dela
brilharem.
- Ah, então você pode namorar meu papai. Ele também não tem
namorado faz um tempão. Desde que a minha mamãe foi para o céu. – Foi
então que eu entendi o porquê de estar sem aliança. E depois dessa, não sabia
o que responder.
- Filha, o papai já disse que tem que tomar cuidado com as coisas que fala
e a Srta. De La Costa é minha, minha... – Ele não sabia o que falar, então
resolvi entrar na conversa.
- Sou amiga do seu papai.
- Ah – Falou desanimada e então percebi que ela tinha uma carência
materna – Você tem irmão ou irmã? Sempre quis ter. Minha amiga vai ter um
irmãozinho. – Falou com os olhinhos cheios de lágrimas.
- Tenho três irmãos, o Guilherme, o Miguel e o Filipe. Eu sou a mais
nova deles. – Falei querendo mudar de assunto pois estava quebrando o meu
coração e eu jurei para eu mesma que sempre iria proteger aquele menina que
me encantou.
- Um dia eu posso conhecer seus irmãos? – Eu olhei para o Dr. Fabrinni,
pedindo socorro pois temos que tomar cuidado com que falamos para as
crianças.
- Claro, filha. Um dia eu combino com a Srta. De La Costa para você
conhecer os irmãos dela.
Logo em seguida, mudamos de assunto e a Cecília não fez mais perguntas
e voltou a cantar as suas musiquinhas. Chegamos no restaurante, pedimos
nosso almoço e voltamos para o escritório, só que dessa vez com uma
pequena morrendo de sono e não a tagarela da ida.
Assim que chegamos no escritório, o Dr. Fabrinni colocou a Cecília no
sofá porque estava dormindo e cada um voltou aos seus afazeres. Fiquei o dia
inteiro pensando como a esposa do Dr. Fabrinni havia falecido mas não seria
eu a entrar nesse assunto que não me pertence, sou apenas a estagiária e hoje
foi apenas um almoço porque a Cecília está aqui e pediu.
No final do expediente, o Dr. Fabrinni me chamou e eu gelei. Será que
tinha feito algo errado em meu primeiro dia de trabalho? Ou será que foi por
conta do almoço? Espero que não porque eu recusei o almoço.
- Dr. Fabrinni, queria conversar comigo?
- Vamos tomar um café. E por favor, apenas Lorenzo. – Pediu com um
sorriso, que minhas amigas, era de derreter qualquer calcinha.
- Claro, desde que me chame apenas de Marina. – Desci até a cafeteria em
silêncio e pensando o que ele queria conversar comigo.
- Eu te chamei para falar sobre a Cecília. – Foi nesse momento que eu
congelei. – Calma, Marina, está tudo bem.
- Eu fiz algo que você, quer dizer, o Senhor não gostou em relação à
Cecília? – Já não conseguia nem raciocinar mais.
- Primeiramente, me chame de você, vou me sentir um idoso. Segundo,
em relação à Cecília, eu queria me desculpar. - Acho que ele viu a minha cara
de dúvida e meu silêncio, que continuou. – A Cecília perdeu a mãe com dois
anos e...
- Lorenzo, não precisa me contar se é algo que te incomode. A Cecília é
uma criança e crianças falam muitas coisas.
- Está tudo bem, Marina. Ainda tem a saudade mas já superei. – Deu uma
parada e continuou – Como estava falando, ela perdeu a mãe com dois anos
por motivos relacionados ao meu trabalho e desde então a carência materna
dela só vem aumentado, principalmente quando algum colega na escola fala
sobre a mãe, ou fala que vai ter irmão e coisas parecidas. Então se ela falar
alguma coisa que lhe incomode, por favor pode falar comigo.
- Eu entendo, Lorenzo, quer dizer, não entendo porque não perdi minha
mãe mas posso imaginar a falta que faz na vida de uma criança. Ela não falou
nada demais, e se é pelo namoro que ela falou, está tudo bem. Posso ser nova,
mas consigo diferenciar as coisas.
- A Eliza, mãe da Cecília, morreu por conta de um caso grande que eu
estava e não tinha seguranças o suficiente. Estou lhe falando isso porque eu
sei que você percebeu os seguranças no restaurante e nos seguindo do fórum
até o restaurante.
- Percebi pois também já andei com seguranças. – Vi a cara de
interrogação que ele fez e por isso continuei – Meus irmãos são advogado na
área criminal também e há uns dois anos mais ou menos, eles estavam em um
caso, onde a juíza desapareceu e estavam chegando nos meus irmãos. Meus
pais fizeram um esquema gigantesco de segurança. Isso era um dos motivos
que meus irmãos não queriam que eu viesse estagiar aqui. Eles nunca
superaram pois eram amigos.
- Eu sinto muito, Marina. Agora sei de onde conheço o seu sobrenome.
Eu soube desse caso e entendo os seus irmãos. Eu ficaria desesperado caso
algo acontecesse com as minhas irmãs ou com a Cecília. – E nisso, o Lorenzo
pegou na minha mão e meu coração acelerou. Parecia que o mundo tinha
parado. Até eu escutar três vozes que eu reconheceria de qualquer lugar que
estivesse.
- Marina? – Sim, se vocês pensaram nos meus irmãos, acertaram. Os três
estavam de braços cruzados e eu não sabia qual cara era mais engraçada.
- Ah, oi. – Soltei imediatamente as nossas mãos. – Esse é o Lorenzo, quer
dizer, o Dr. Fabrinni.
- Boa noite, sou o Filipe e esses são os meus irmãos Guilherme e Miguel.
– Filipe cumprimentou o Lorenzo com uma cara de quem tinha chupado
limão e isso tudo tinha um nome: ciúmes.
- Prazer, Doutores. A Srta. De La Costa comentou sobre vocês. Vocês
têm uma irmão muito inteligente, esforçada e bondosa. – Meu coração
aqueceu com aquelas palavras. Já os meus irmão, diria que eles poderiam ter
um infarto a qualquer momento.
- Está pronta, boneca? – Falei que sim e já peguei minha bolsa. – Muito
prazer, Excelência.
- Por favor, apenas Lorenzo. E o prazer, foi meu. Até amanhã, Marina.
- Até amanhã, Lorenzo. Dê um beijo na Cecília por mim. – No mesmo
instante senti alguém agarrando as minhas pernas e quando vi, era a própria.
- Quem são eles, tia Marina? – Perguntou com os olhinhos arregalados.
- Princesa, esses são os meus irmãos, que você queria conhecer. – No
mesmo instante, vi os meus irmãos se derreterem pela garotinha.
- Oi, posso chamar vocês de tios? Vocês também vão almoçar comigo,
com o papai e com a tia Marina? Ia ser bem legal.
- Oi, querida. Então quer dizer que vocês almoçaram juntos? – Filipe
perguntou já quase caindo pra trás e o Miguel, mesmo com ciúmes estava se
divertindo com a situação. – E sim, pode nos chamar de tios.
- Legal, papai. Agora tenho mais três tios. Tchau, tia Marina. – Me deu
um abraço e saiu com o pai e nós seguimos para o carro.
Eu sabia que assim que entrássemos no carro, iriam vir perguntas e mais
perguntas e eu não estava com paciência depois de um dia longo como o de
hoje, com tantas emoções, sentimentos e descobertas, tanto no campo
emocional quanto no profissional.
- Tá bom, já ficaram muito tempo em silêncio. Podem falar alguma coisa,
e por favor, me levem pra casa. – Pedi já sem um pingo de paciência.
- Posso saber o motivo de você estar toda brava e ainda achar que tem
razão? – Filipe falou um pouco mais alto e bravo e meus olhos encheram de
lágrimas. – Você estava mesmo de mãos dadas com um cara que é
comprometido, pai de uma menina e mais velho que seus irmãos? – Isso foi o
fim pra mim. As lágrimas vieram forte.
- Eu poderia imaginar um negócio desse de qualquer ser humano, menos
de um dos meus irmãos. Primeiramente, sim, ele é mais velho e é pai de uma
menina. Segundo, ele não é casado, é viúvo há três anos. Terceiro, nunca
mais duvide da minha índole. Perdi a fome, vamos para casa, por favor.
- Princesa, me desculpa. Eu não sabia. É que eu pensei... – Cortei ele
imediatamente.
- Exatamente, você pensou e em nenhum momento pensou em me
perguntar. Estou cansada e dor de cabeça, depois conversamos. Boa noite
para vocês três. – Saí do carro e os três vieram atrás.
Assim que entramos em casa, Seu Roberto, meu pai, já percebeu que
havia coisa errada e já logo perguntando o que aconteceu e quando contei
tudo, os três estavam calados, só recebendo o olhar reprovador do meu pai.
- Estou decepcionado com os três. E antes de fazer essas caras, estou
falando dos três pela cena na cafeteriae você, Filipe, falar o que falou pra sua
irmã, foi a cota. Não aceitar o emprego, até tento entender, agora duvidar da
índole dela, é inaceitável. Caso não tenham mais nada para falar, podem ir
para a casa de vocês e pensem nas última atitudes, inclusive as machistas.
- Nos perdoa, boneca, por favor. Não gosto de ficar brigado com você. –
Guilherme falou realmente arrependido e envergonhado.
- Perdoados. Boa noite, amanhã trabalho. – Saí e deixei eles lá embaixo
com cara de tacho e isso é para eles aprenderem.
Depois de tomar um banho, fui deitar e fiquei pensando nas últimas
horas, principalmente com as pessoas com quem eu as dividi. E não estou
falando dos babacas dos meus irmão, e sim do Lorenzo e da minha
princesinha, Cecília. E com isso, acabei dormindo.
Capítulo 04
Dizer que os irmãos da Marina não gostaram de nos ver de mãos dadas é um
eufemismo. Eles pareciam que iam enfartar quando viram que quem estava
de mãos dadas comigo era a irmã deles. Mais ainda, o Filipe, parece que de
todos, ele é o mais ciumento. E eu vi, o quão sem graça a Marina ficou e que
ela não gostou nem um pouco da atitude deles.
Eu acho que pela primeira vez na vida, eu agradeci mentalmente a minha
filha por chegar correndo no meio da conversa para mudar o rumo, pois a
Marina não estava gostando do tom que fora usado com ela e eu entendo,
pois ela não estava fazendo nada demais. Vi como eles ficaram encantados
com a Cecília.
Agora sabendo que o sobrenome dela é o mesmo que o daqueles
advogados que foram perseguidos há anos atrás, soube a importância do
sobrenome dela. O pai era um desembargador muito influente, hoje
aposentado e a mãe, a Dona Laura, uma arquiteta renomada.
A Marina é uma menina inteligente, bonita, meiga e determinada. Assim
que a Marina saiu da cafeteria com os irmãos, saímos da cafeteria também e
foi em direção ao carro, percebi que a Cecília estava quieta demais.
- Filha, por que a senhorita está quietinha?
- Papai, o senhor ficou bravo comigo por pedir para a tia Marina namorar
com você? Eu achei ela tão linda e até parece um pouco comigo.
- Filha, eu não fiquei bravo, mas não pode sair falando isso para todos,
entendeu?
- Então pra tia Marina pode? – Me olhou com esperança e eu não sabia o
que responder, então fiquei em silêncio e dei um sorriso à ela.
Estávamos indo para a casa dos meus pais. Toda segunda-feira eu, minhas
irmãs e meus três amigos, o Júlio, Giovanni e o Gabriel, vamos para a casa
dos meus pais para jantar. Já virou um ritual, sairmos do trabalho e vir direto
para cá, principalmente por conta da Cecília.
Como já tenho a chave da casa deles e o controle da casa, apenas entrei e
estacionei. Assim que cheguei, já senti o cheiro da comida que a minha mãe
faz. Mesmo a minha família tendo dinheiro, sempre fomos humildes e minha
mãe sempre gostou de cozinhar.
- Vovó, vovô, tenho uma nova tia. – A Cecília entrou igual um furacão na
casa dos meus pais.
- Como assim uma nova tia? – Giovanna já me deu um olhar como se
quisesse descobrir algo.
- É a amiga do papai e eu falei pra ela namorar com ele. – Como eu fui o
último a chegar, todos olharam pra mim e a expressão de cada um era uma. O
Júlio e o Gabriel estavam segurando a risada, a Giovanna com a expressão
chocada, meus pais com um sorrisinho e a minha irmã mais nova, a Beatriz,
com um sorriso diabólico.
- E então, maninho? Não tem nada para contar? – Beatriz já veio com a
pergunta que todos queriam fazer.
- Ela é a minha estagiária, a Marina De La Costa. Ela é uma menina
muito inteligente, meiga, independente e simpática. A Cecília ficou o dia
inteiro do lado dela, pois agora ela quer ser igual a Marina, quando crescer. –
Assim que eu terminei, o silêncio reinou. – Vocês me perguntam e ficam em
silêncio?
- Meu amigo, primeiramente, não sei como aqueles brutamontes dos
irmãos dela deixaram ela trabalhar na área criminal. Segundo, já está tão
íntimo que chama ela de Marina? E, terceiro e mais importante, como
conseguiu descrever ela tão bem? – Júlio perguntou com um sorrisinho
debochado.
- A Cecília chamou ela para almoçar, então fomos nós três e no caminho
para o restaurante a Cecília perguntou se ela tinha filha e namorado, quando
ela disse que não, ela falou que ela poderia namorar comigo. Não sei como
não bati o carro. E no final do expediente, chamei a Marina para ir na
cafeteria para me desculpar e justo quando nós demos a mão, os irmãos dela
chegaram.
- Como assim, você estava de mãos dadas com a Marina? – Giovanna
perguntou chocada.
- Ela estava contando o porquê dos irmãos serem contra ela ir para a área
criminal e ela estava triste. Quer saber, não importa o porquê. Acabou o
assunto sobre a Srta. De La Costa.
- Agora ela é Srta. De La Costa? Isso é só o começo, escuta o que eu
estou dizendo. – Giovanna comentou.
- Será que eu terei uma nora? Já era tempo. – Fiquei em choque com o
que a minha mãe disse. Meu pai apenas riu.
Depois disso fomos jantar. Comemos, conversamos e rimos, e depois
cada um foi para sua casa. A Cecília já tinha dado por encerrado a noite antes
mesmo da sobremesa.
Chegando em casa, coloquei a Cecília na cama dela e eu fiquei uns
minutos a observando e percebendo que ela já não é mais aquela bebezinha e
que além da carência materna dela, há a carência por não ter irmãos.
∞∞∞
 
Chegando no escritório, dei de cara com a Marina sentada na mesa dela
tirando uma foto com o copo do Starbucks e fiquei observando. Ela tem um
ar de menina e mulher ao mesmo tempo. Tem aquele sorriso que encanta
todos e uma alegria gostosa de se ver.
Percebi que ela trouxe uma flor para a mesa dela e alguns porta-retratos
estão organizados em volta do computador. Também está cheio de marca-
texto, post it, caneta, lápis e os livros da faculdade. Gosto de ver o quão
esforçada é. Sem perceber, já havia um sorriso no meu rosto. Assim que eu
arrumei a postura, ela percebeu que não estava mais sozinha e ficou
vermelha.
- Lorenzo, bom dia! Desculpa estar tirando foto, a minha mãe tinha
pedido e...
- Bom dia, Marina! Não precisa se desculpar por tirar a foto. – Ela deu
um sorriso tímido e eu me senti bem em saber que aquele sorriso era pra
mim.
- E como está a Cecília? Foi para a escola? – Mais uma vez aquela
sensação gostosa cresceu em meu peito ao ouvir ela perguntar da minha filha.
- Está ótima, dormiu a noite inteira. Antes de chegar, deixei ela na escola.
Chegou algum caso novo?
- Bom, chegou apenas um, porém não mexi em nada. Achei melhor
esperar você chegar para depois eu ver. – Ela falou olhando para baixo e eu
queria que ela falasse olhando para mim.
- Pega a sua cadeira e vamos analisar juntos. – A cara de choque dela foi
engraçada. O que eu não estava esperando, era o abraço, acompanhado
daquele sorriso que ilumina o lugar inteiro. Eu me vi inspirando o cheiro dela
e me afastei.
- Desculpa, é que eu fiquei um pouco animada, quer dizer, um pouco não,
muito animada. Tá bom, vou calar a minha boca. – E deu uma gargalhada
gostosa.
Pegou a cadeira dela e sentou do meu lado. Achei que seria fácil ficar ao
lado dela mas não estava sendo. Aquela garota estava mexendo comigo.
Quando comecei a ler o caso, era sobre tráfico de pessoas, ou seja, era um
caso complicado e eu precisaria ficar atento com a minha família e com a
Marina, pois ela irá me acompanhar.
- Como alguém pode fazer uma coisa dessa? Não consigo entender. É
revoltante. Espero que tenha provas o suficiente para deixá-los apodrecendo
na cadeia por um tempo. – Falou sem respirar.
- Nós vamos conseguir. – Ela se assustou com o “nós”. – Achou que
ficaria de fora? Que só iria analisar? Não, você vai acompanhar cada
momento comigo mas para isso, preciso te pedir uma coisa.
- Claro, pode pedir qualquer coisa. – Nesse momento a minha cabeça
pensou inúmeras coisas, menos em relação ao processo. Só nas possibilidades
de beijar e com certeza, deixá-la nua encima da minha mesa.
- Eu quero um equipe da minha segurança com você. Não só durante o
expediente e, sim, 24 hora por dia. De segunda a segunda. – Não poderia e
não iria falhar novamente.- Tudo bem, sem problemas. Se você acha melhor. Quem sou eu para
discutir isso com você? Assim, meus irmãos ficam até mais desencanados. –
Fiquei curioso com essa última fala dela.
- Eles ainda não aceitaram o seu estágio por conta daquela história que
me contou ontem?
- Eles ficam apavorados e eu até entendo mas me deixar numa bolha e
ainda usar a desculpa do dinheiro que a minha família tem, me deixa louca.
Fora os surtos deles. – Com isso, ela abaixou a cabeça e o olhar tinha um
certo de mágoa com decepção.
- Aconteceu alguma coisa?
- Meu irmão, o Filipe, surtou ontem quando viu as nossas mãos juntas.
Falou que não acreditava que eu estava com um homem casado e mais velho.
Eu nunca estaria com alguém casado e ele sabe muito bem disso e ainda por
cima, duvidou da minha índole. – Percebi que ela não falou que não se
relacionaria com alguém mais velho. – E ainda por cima, por que um homem
como você, que pode ter a mulher que quiser, olharia para mim?
- Primeiramente, seu irmão errou feio em duvidar de você sem ao menos
perguntar. Segundo, eu vejo muito motivos para eu enxergar você. – Ela me
olhou com um brilho nos olhos e aquele brilho era de pura excitação e isso
me incentivou a falar e também despertou meu amigo dentro das calças. –
Além da sua beleza, você é inteligente, bondosa, gentil, carinhosa, engraçada
e sorridente.
Ela primeiro corou, ficando ainda mais linda, e depois levantou e eu
levantei junto, não pensando duas vezes. Puxei ela para perto e a beijei e foi o
beijo mais calmo e arrebatador que eu já experimentei. Só não contava que a
minha irmã ia chegar justamente nesse momento e nos pegar nessa situação.
Marina De La Costa
Assim que escutamos barulho, nos soltamos e tinha uma mulher
lindíssima para na parte, com um sorriso no rosto. Ela deve ter a minha idade
e por um momento me peguei pensando se ela não era alguma namorada. Ai
meu Deus, e se fosse uma namorada?
- Fica tranquila, eu não sou namorada dele. Meu nome é Beatriz e eu sou
irmã dele. E você deve ser a Marina, certo? Cara, você é linda. – Meu poder
de raciocinar parou totalmente.
- Beatriz, você não deveria bater na porta? – Lorenzo perguntou
- E você não deveria estar trabalhando? – Beatriz retrucou.
- Eu vou dar licença para vocês conversarem.
- Não, não vá. Eu vim chamar esse ogro para almoçar comigo mas mudei
totalmente de ideia. Almoça comigo? Seria super legal. Assim podemos nos
conhecer melhor e se você quiser, podemos ser amigas. – A Beatriz me pediu
de um jeito tão doce, que eu não consegui negar.
- Tudo bem, então. Só me falar o horário e o lugar e eu vou. É claro, se
não houver nenhum problema para você, Lorenzo.
- Pode ir, Marina. Se você não for, ela vai ficar me infernizando e vindo
todos os dias aqui, até você aceitar o convite dela. – Ele me deu um sorriso.
- Eu passo pra te pegar aqui 12:30 e nós podemos ir em algum restaurante
aqui na Vila Madalena, que é próximo do fórum. – Beatriz sugeriu.
- Bom, nós temos trabalho a fazer, e acredito que a mocinha também,
tenha né? – Lorenzo falou, já levando a Beatriz na direção da porta.
- Claro, maninho. Te vejo a noite na casa da mamãe com a Cecília.
Tchau, Mari! Até daqui a pouco. – E do mesmo jeito que ela entrou, saiu.
Eu fiquei parada no meio da sala, sem reação e morrendo de vergonha,
até que o Lorenzo chegou bem perto e levantou meu rosto.
- Marina, não quero que você fique com vergonha de nada pois não
fizemos nada de errado e sim, a minha irmã, que deveria ter batido na porta. –
E deu um sorriso lindo que me aqueceu por inteira.
- Tudo bem. Não tem problema mesmo eu ir almoçar com a sua irmã? –
Perguntei receosa.
- Nenhum. Só espero que depois você não peça demissão ou para trocar
de vara. – E deu uma risada e eu acompanhei – Agora vamos colocar algumas
pessoas na cadeia.
O tempo passou tão rápido, que eu nem percebi que já havia dado o
horário do almoço. Seja o que Deus quiser.
Capítulo 05
 
Assim que deu 12:30, desci para ir de encontro com a Beatriz. Ainda estava
anestesiada com os acontecimentos dessas últimas 24 horas. Conhecei a filha
de Lorenzo e me encantei por ela, não só por ela, pelo pai também. Briguei
com os meus irmãos, eu e o Lorenzo nos beijamos, a irmã dele pegou e agora
estou indo almoçar com ela.
Saindo do fórum, eu dou de cara com o meu irmão segurando um buquê
de rosas enorme e as mulheres quase quebrando o pescoço para o admirarem.
Realmente, os meus irmão são lindos e isso é algo incontestável. Assim que
ele me vê, ele ajeita postura e vem caminhado até mim.
- Oi, princesa. Tudo bem? – Me cumprimenta sem graça. – Trouxe esse
buquê para você. Espero que goste e não jogue fora. E se quiser gritar
comigo, está no seu direito.
- Oi, irmãozinho. Vem aqui, me dá um abraço. – Recebo um dos
melhores abraços do mundo – O que você está fazendo aqui?
- Vim te pedir perdão pelo o que eu falei e por ser tão cabeça dura em
relação ao estágio. Eu só não posso deixar nada acontecer com você.
Consegue me entender? – Ele pergunta olhando para mim.
- Eu entendo, só quero que confie em mim. E se isso te tranquiliza, agora
vou ter uma equipe de segurança atrás de mim 24 horas por dia, de segunda a
segunda. – No momento em que eu termino de falar, vejo meu irmão ficar
pálido e sem entender nada sobre o que eu estou falando.
- O que está acontecendo que eu não estou sabendo? – Ele pergunta
desesperado, como se eu fosse sumir a qualquer momento da sua frente.
- Nós pegamos um caso que envolve tráfico de pessoas e o Lorenzo achou
melhor colocar uma equipe de segurança para mim.
- Fico mais tranquilo em partes. Só peço que se acontecer alguma coisa
diferente do habitual, me telefone imediatamente. Eu preciso voltar para o
escritório. – No que ele termina de falar, a Beatriz se aproxima e ela olha para
o meu irmão fixamente e eu consigo ver que esse olhar é recíproco.
- Oi, Mari! Atrapalho? – Pergunta sem graça.
- Claro que não, Bia! Esse é o meu irmão, Filipe, e essa é a irmã do
Lorenzo, Beatriz.
- Prazer. – Os dois falam juntos.
- Bom, é isso. Nos vemos mais tarde, Mari? Eu te amo e se cuida. – Me
deu um beijo e antes de sair, se virou e olhou para a Bia – Prazer, Bia! Fiquei
encantado.
- Minha amiga, que homem é aquele? Minha senhora das calcinhas
molhadas. – Eu não aguentei e caí na risada – Você ri? Eu perdi a minha
capacidade de fala e sabe quando isso aconteceu? Nunca.
- Sempre tem a primeira vez. Esse é o meu irmão mais velho. – Falo
limpando as lágrimas que derramei de tanto rir.
- Calma aí, tem mais? Assim eu vou enfartar antes dos 25. Um homem
desse na rua é um perigo alheio. – Bia ainda chocada com o meu irmão. E
tenho certeza que ele está tão abalado quanto.
- Ainda tem o Miguel e o Gabriel. E digo o mesmo sobre o seu irmão, o
Lorenzo na rua ou em qualquer lugar deveria ser considerado um crime. – Só
depois que eu me dou conta do que eu falei mas já era tarde demais, pois a
Bia estava com um sorriso de orelha à orelha.
- Que meu irmão é lindo, isso eu tenho que concordar. Gostei muito de
você e você devolveu um brilho n o olhar do meu irmão que há muito tempo
eu não via. – Bia comenta.
- Imagina, Bia. Conheço seu irmão há 24 horas.
- Já foi o suficiente para se beijarem e se encantarem um pelo outro. Fora
que a minha sobrinha está apaixonada por você. E tempo não é problema, por
exemplo, conheci o seu irmão agora e se ele me pedisse em casamento agora,
pode ter toda a certeza que eu aceitaria. – Deu um sorriso diabólico quando
paramos no estacionamento do restaurante.
- Depois podemos combinar de sair e eu chamo meu irmão. – Vi um
brilho no olhar da Bia – E sobre o seu irmão, não sei. Vamos com calma e,
por favor, não comenta com ninguém sobre o beijo. Até porque eu acho que
seu irmão só me beijou porque ficou com dó do meu comentário.
- Primeiro, eu conheço o meu irmão e ele nunca ficaria com alguém por
pena. Ele odeia o sentimento de pena. Segundo, se um beijo daquele foi de
pena, que o seu irmão tenha pena de mim.
Beatriz é uma mulher muito engraçada. O almoço foi muito engraçado e
em diversosmomentos, ela comentou da família e o jeito que ela falou dos
sobrinhos, foi lindo. Sentia falta de criança na família.
- Prontinho, entregue. – A Bia se virou para mim – Espero que possamos
ser amigas, gostei muito de você. Eu e a minha irmã vamos sair no final de
semana. Você quer ir conosco?
- Também gostei muito de você. Quero sim. Faz tempo que não saio.
Obrigada pelo almoço. – Dei um abraço nela e vi que ficou surpresa.
Peguei minhas flores e fui para a minha sala. Estava vazia, Lorenzo não
devi ter voltado do almoço. Então sentei e comecei a mexer no processo que
recebemos pela manhã e tudo o que eu vi, embrulhou o meu estômago.
- Já voltou? – Quase caí da cadeira com o susto que eu tomei.
- Não vi que estava aí. Cheguei agora. – Percebi o olhar de Lorenzo no
buquê e eu vi um misto de decepção. Será que ele achava que era de
namorado? Mas eu já havia falado que não tinha namorado.
- Meu irmão que me deu esse buquê, como pedido de desculpas, quando
estava saindo do fórum.
Lorenzo Fabrinni
Quando entrei no escritório e vi aquele buquê de rosas vermelhas no sofá,
sabia que era da Marina, só não esperava que ela tinha alguém e senti um
ciúmes insano do homem que entregou e decepção por ela ter mentido. Mas
quando ela falou que foi o irmão dela, um alívio percorreu o meu corpo.
- Entendi. Como foi o almoço com a doida da minha irmã? – Tive até
medo de fazer essa pergunta pois conheço bem a peça que é a minha irmã.
- Foi muito legal. – Deu um sorriso enorme – Ela me chamou pra sair. –
Parou um pouco pensativa – Tem algum problema se eu for?
- Nenhum. Vocês são novas, têm que sair. – O que é que eu estava
fazendo? Incentivando ela sair para baladas com a minha irmã?
- Falou o velho. – E deu uma risada – Desculpa.
- Já estou nos meus 34 anos e com uma filha, ou seja, 13 anos mais velho
que você. Sim, eu estou velho.
- Agora me mostra o que estava fazendo.
E assim passamos a tarde, discutindo e lendo sobre o processo. Isso não
estava me cheirando bem, pois uma organização dessa, não ter aprontado
quando o seu esquema foi descoberto. Era o que estava me preocupando e
dessa vez, a Marina estava junto. Não posso perder mais ninguém por conta
da minha profissão.
Já era 20:00 quando encerramos. Já tinha passado o horário mas nem
tínhamos percebido. Só vimos o horários quando o celular da Marina tocou e
era o irmão dela atrás dela, pois já era pra ela ter chego em casa.
- Já vou descer, Miguel. Só vou pegar minhas coisas. E por favor,
precisamos passar numa farmácia urgentemente. Tchau. – Marina foi
arrumando as coisas e pegando a bolsa – Preciso ir, não tinha percebido o
horário. Tudo bem?
- Claro, já passou o seu horário. Também já vou descer. Tem uma
pequena me esperando em casa. – Falei com um sorriso no rosto ao me
lembrar de Cecília – Amanhã você terá uma equipe de segurança à sua
disposição.
- Muito obrigada, Lorenzo. Dê um beijo na pequena por mim. Até
amanhã.
Assim que cheguei em casa, já vi a Cecília em pé me esperando. Essa
menina era tudo para mim. Chegar em casa e receber esse sorriso e abraço,
não tinha preço. Percebi que ela estava procurando alguma coisa ou alguém.
- Oi, filha. Não vai me dar um abraço e um beijo? – Veio correndo para
os meus braços e olhou para trás.
- Papai, a tia Marina veio com você? – Agora estava compreendendo
tudo.
- Não, filha! Mas ela pediu para eu te dar um beijo. – O sorriso dela se
iluminou.
- Que legal papai. Ela gosta de mim.
- Vamos dormir? Já está tarde para a mocinha estar acordada.
- Claro, papai.
A semana passou rápido e trabalhar com a Marina, passava ainda mais
rápido. Não voltamos no assunto do beijo mas nem por isso a minha vontade
de provar novamente dos lábios dela.
Hoje era sábado e eu combinei de sair com o Júlio e o Gabriel em uma
balada no Itaim. Cecília iria ficar com os meus pais para eu poder sair um
pouco. Assim que eu deixei ela na casa dos meus pais, segui direto para a
balada.
Como nós somos amigos do dono, entramos direto e fomos para o
camarote. De onde estávamos, conseguíamos ver todos porém ninguém
conseguia nos ver. Estava lotado. O nosso amigo Giovanni, dono da balado,
se juntou a nós.
- E aí, como vocês estão? Desapareceram. – Giovanni pergunta.
- Nós trabalhamos, né? Palhaço. – Júlio respondeu rindo.
- E você, excelência? Está calado por que? – Giovanni já está com um
sorrisinho.
- Esse silêncio, meu caro, tem nome e sobrenome. Marina De La Costa. –
Gabriel, aquele boca aberta já soltou.
- A Marina? Você está louco? – Giovanni estava rindo horrores e eu não
estava entendo nada.
- Nós nos beijamos e a Beatriz pegou. E por que eu estaria louco?
- Os irmãos dela não deixa ninguém chegar perto, principalmente depois
do que aconteceu no último estágio dela. – Giovanni relata o que o outro
estagiário tentou e que os irmãos chegaram na hora.
- Filho da puta.
- Bom, vocês são adultos e sabem o que fazem. A Beatriz não fez nada
quando pegou vocês? Porque aquela ali não dá um ponto sem nó. – Giovanni
fala rindo.
- Ela ia me chamar para almoçar e acabou chamando a Marina. Estão se
falando todos os dias. Hoje elas vão sair juntas e já me está dando um medo
pois a Giovanna também vai estar e aquelas duas, só por Deus.
- Eu não acredito que a Beatriz desistiu de te chamar. Cara, ela é um
ícone. – Júlio está se contorcendo de rir. E acabamos que todos caímos na
risada.
- O que está acontecendo ali na entrada? – Gabriel pergunta e vamos os
quatro para o vidro e eu tenho certeza que eu vou enfartar.
- O que a Beatriz, a Giovanna e a Marina estão fazendo aqui? Elas são o
motivo do caos na entrada. Olha isso.
A Marina estava linda. Estava com uma calça jeans que marcava
certinho o seu corpo e um top, cropped, sei lá o nome daquilo, brilhante e
com o cabelo solto. Ela estava linda. Na verdade, elas estavam lindas.
Obviamente que ela iriam causar.
- Isso é coisa da diaba da sua irmã, Beatriz. – Júlio fala rindo.
- Mas que elas estão gatas, isso não podemos negar. – Gabriel fala.
- Abre a boca mais uma vez e eu te quebro.
- Por que você não chama elas para ficarem aqui? Assim nenhum
engraçadinho chega nelas e ficamos todos aqui. – Gabriel fala mas eu sei que
o interesse dele é na minha irmã, Giovanna. Ele pensa que eu não vi o
carinho pelo meu sobrinho e a paixão pela minha irmã.
- Vamos lá os quatro e chamamos elas. – Já vi que a noite vai ser longa.
Capítulo 06
 
Viemos eu, a Bia e a Gio em uma balada aqui no Itaim. Está lotada.
Chamamos também os meus irmãos, minha prima Lara e minha três amigas,
Carol, Sofia e Olívia. As meninas já temos a resposta que ela virão. Meus
irmãos falaram que se não saíssem tão tarde do escritório, viriam.
- É hoje que eu passo o rodo aqui. – Giovanna fala rindo – Amo meu filho
mas preciso me divertir de vez em quando.
- Isso mesmo, maninha. Essa bacurinha precisa ser usada urgentemente. –
Beatriz fala e eu não me aguento.
- Bacurinha, Beatriz? Puta merda, você é um ícone. – Quando eu levanto
a cabeça, vejo que tem um grupo nos comendo pelos olhos e de sorrisinhos.
- Se eu não chegar causando, obviamente que não sou eu. – Bia fala
orgulhosa dela mesmo.
Descemos a escada e quando olhamos pra frente, tem um muro formado
por quatro homens e um deles, é o que habita nos meus sonhos desde
segunda-feira. Se vocês pensaram no Lorenzo, pensaram certo. Com ele,
haviam mais três homens que puta que me pariu, de onde saíram esses
homens?
- Lorenzo? – Nós três gritamos ao mesmo tempo.
- Vocês vieram sozinhas? – Ele pergunta para nós três mas com o olhar
fixo em mim.
- Sim, e estamos esperando mais sete pessoas. – Bia fala com um sorriso
diabólico no rosto.
- E quem seriam essas 7 pessoa, Beatriz? – Lorenzo olha fuzilando ela.
- Agora você olha pra mim? Já saiu do encanto? – Escutamos a risada de
todos – E respondendo a sua pergunta, são os irmãos da Marina, a prima dela
e mais três amigas. Posso saber o seu interesse em quem vem ou não com a
gente?
- Você está linda, Gio. – Um deles fala para a Gio e ela cora. Certeza que
os dois se gostam, o olhar dos dois estãobrilhando.
- Obrigada, Gab. Você também. – Lorenzo olha para a Giovanna como se
fosse morrer – O que foi, Lorenzo? Isso tudo é carência? – E dá risada na
cara dele. Que família doida.
- Vamos para o camarote e lá vocês discutem o que quiserem. Aliás, eu
sou o Giovanni e aquele babaca que está rindo, é o Júlio. Prazer.
- Prazer. – E com isso subimos os sete para o camarote.
- Por que você não falou comigo e eu pedia para o Giovanni separar um
camarote aqui na The Maison para você, Beatriz? Ou viriam conosco. –
Lorenzo pergunta para Bia
- Porque, meu caro irmão, você surtaria com o que está se passando na
nossa mente e eu reservei o camarote mas como já estou nesse com você,
ficamos aqui mesmo. – A Bia dá um sorrisinho – Só que daqui a pouco
chegarão mais sete.
Pedi licença e fui atender o celular e era meu irmão falando que já
entraria na The Maison e estaria subindo para o camarote e que acabou
encontrando na entrada com as meninas e elas só vão tirar uma foto e irão
subir.
- Gente, meus irmãos e a minha prima chegaram e acabaram encontrando
as meninas e já estão subindo. Estão tirando foto ali encima. – Percebi que a
Bia sorriu e sei que era por conta do meu irmão.
- Marina, fala que não são aqueles ali porque eu estou em choque com a
beleza da sua família. – Com isso, todos fomos para o vidro.
- Aqueles quatro que estão tirando foto são os meus irmãos e a minha
prima.
- Marina, você precisa me apresentar a sua prima. Acho que eu me
apaixonei. – Júlio soltou do nada e todos caíram o riso.
- Pode deixar que eu apresento. – Falei secando as lágrima que derramei
rindo – E aquelas três ali, são as minhas amigas. Olívia, Sofia e Carol.
- Quem é aquela de vestido? – Giovanni falou hipnotizado.
- É a Carol. A Olívia é a de verde e a Sofia, aquela de preto. Por que?
- Acho que quem se apaixonou fui eu. Puta merda. – Giovanni fala
passando a mão no cabelo. Estou achando que essa noite será super
interessante.
A porta do camarote abre e as quatro doidas vêm pra cima de mim. Os
meus irmãos estão parados na porta, observando a cena.
- Pode ir me contando tudo sobre o Dr. Fabrinni ou eu te mato. Falaram
na faculdade que ele é super gato. – Eu arregalei os olhos mas a Lara
continuou falando – Que foi que você está calada? Ele foi grosso com você?
Eu juro por Deus, eu mato aquele homem ou eu peço para os meus queridos
primos matarem ele.
- Lara, você pode falar diretamente isso pra ele, ou não, porque ele já
escutou. – Filipe fala rindo.
- Abram um buraco, pelo o amor de Deus. Por que você não me falou
antes? – Ela fala desesperada.
- E você deixou eu falar, doida?
- Prazer, Lorenzo. Fica tranquila, ninguém vai precisar me matar. –
Lorenzo fala segurando o riso.
- Menina, eu te adorei. Sou sua nova fã. – A Bia vai até ela, arrastando a
Gio junto – Aliás, meu nome é Beatriz e o dela Giovanna, somos irmãs do
babacão do Lorenzo.
- Gente, esses são os meus irmãos e essas as minhas amigas, Carol, Olívia
e Sofia. – O olhar da Carol para o Giovanni foi chamas pura.
- Vamos dançar, meu povo? Essa música é sensacional e eu não vim para
ficar sentada. – Beatriz fala empurrando todas nós e os homens ficaram no
camarote.
- Marina do céu! Que homem é aquele que me cumprimentou, que estava
de jeans e... – Cortei a Carol porque já sabia de quem estava falando.
- O nome dele é Giovanni e o interesse é recíproco.
- Ainda bem porque eu não vim toda arrumada e depilada à toa. – Carol
fala na lata.
- E você, amiga? – Olívia fala olhando pra mim – Eu vi a troca de olhares
entre você e o Lorenzo. Com todo respeito, Bia e Gio, mas ele é o famoso
homão da porra.
- Eu super apoio você com o meu irmão. – A Gio fala pra mim e continua
dançando – Você é um amor de pessoa e pelo o que eu soube, encantou a
minha sobrinha também.
- Pronto, amiga. Caso resolvido. Queria eu que seu irmão olhasse para
mim do mesmo jeito que o Lorenzo te olhou. – A Sofia fala e abaixa a
cabeça.
- O Miguel te olha sim, Sofi. Você que ainda não percebeu e ele é um
panaca que nunca falou nada. – Vi os olhos dela se arregalarem e nascer um
brilho de esperança e expectativa.
Antes mesmo dela responder qualquer coisa, um grupo chegou nos
cercando e tentamos sair deles mas não conseguíamos. Até que eu resolvi
tentar conversar, mesmo sabendo que não adiantaria nada pois eles estavam
bêbados.
- Por favor, me solta. Está me machucando. – Falei com a voz embargada.
- Nós vimos vocês se insinuando para nós e agora pede pra soltar? – E me
chacoalhou e eu perdi o equilíbrio, ficando tonta. Depois disso, só vi aquelas
sete muralhas descendo e vindo na nossa direção.
Lorenzo Fabrinni
Assim que as meninas desceram, cada um sentou em um lugar e pedimos
as bebidas. Mas a todo momento nós estávamos de olho nelas. Querendo ou
não, elas estão distraídas pois estão dançando e conversando e é nesse
momento de distração que sempre acontece algo.
- Lorenzo, eu sei que nós somos super ciumentos com a minha irmã mas
eu vi o jeito que você olha pra ela e o jeito que ela olha pra você. Por que
você não fala com ela? – Filipe fala sério para mim e antes mesmo de eu
responder, o Miguel se intromete.
- O que aconteceu com você e o que fizeram com o meu irmão? Mas ele
está certo, desde o dia que ela pisou na sua sala, ela está aérea e mais feliz. –
Miguel fala rindo e termina sério.
- Eu não sei. Eu perco a capacidade de fala perto da Marina. E eu tenho
34 anos e uma filha. A Marina é nova. – Falo de cabeça baixa.
- Não começa com isso não, Lorenzo. A Marina é uma ótima menina.
Bastam conversarem e tentarem. - Gabriel fala me olhando sério.
- Posso dizer o mesmo para você. E não me faça essa cara pois eu sei que
você não é apaixonado apenas pelo meu sobrinho e sim pela minha irmã
também.
Quando íamos continuar a conversa, escutamos um grito e eu
reconheceria esse grito de longe, que era o da Beatriz. No que levantamos e
fomos para o vidro, o que vimos me deixou puto, desesperado e em pânico,
pois nada poderia acontecer com elas, principalmente comigo tão perto.
Nem esperei nenhum deles. Saí correndo pela escada e quando estava no
final da escada, vi a Marina indo para o chão. Isso tirou o meu último fio de
racionalidade que eu tinha. Eu fui direto para o babaca que estava com as
mãos na minha Marina e dei um soco no nariz do desgraçado.
- Me empurra. Ou você só é homem para empurrar mulher? – Já estava no
meu limite.
- Elas estavam se insinuando para nós. – Isso foi o auge e eu soquei
novamente até sentir braços me puxando.
- Isso é para nunca mais chegar nas mulheres dos outros. Entendeu?
Eles foram embora e como eu vi que cada um estava com uma das
meninas, fui até a Marina que estava sendo ajudada pelo Filipe e pela minha
irmã.
- Ei, princesa. Você está bem? – E no impulso, abracei e dei um beijo no
topo da cabeça dela. Comecei a ficar preocupado com o silêncio dela.
- Não, sim, quer dizer, não sei. Estou com uma dor de cabeça do inferno.
Quero ir embora. Você pode me levar? – O meu lado homem das cavernas se
agitou pois ela pediu para mim. Não pediu para os irmãos.
- Claro que posso te levar. Os meninos levam as meninas. Certo?
- Podem ir. Nós nos encarregamos delas. – Giovanni fala olhando para a
Carol.
As meninas foram se despedir dela e os irmãos dela vieram até mim.
- Cuida da minha irmã e não nos faça nos arrepender por confiar a minha
irmã em você. Certo? – Guilherme falou num tom de ameaça.
- Pode ficar tranquilo. – Falando isso, peguei a Marina e fomos para o
carro.
- Princesa, você quer ir para a sua casa ou quer passar a noite na minha
casa? A Cecília só virá pela manhã.
- Pode ser na sua casa. Se eu chegar nesse estado em casa, meus pais vão
me questionar e ficarão super preocupados. Só estou assustada e com dor de
cabeça. – E colocou a mão na minha perna. Uma corrente de eletricidade
passou e eu soube que ela também sentiu.
Fui direto para o meu apartamento. Morava na coberta em um dos prédios
do Itaim, em São Paulo. Minha casa ficava perto da The Maison. Estava
preocupado com a Marina, como ela estava me vendo depoisdaquela cena?
Eu não sou agressivo mas perdi a cabeça.
- Mari? Desculpa por ter presenciado aquela cena, eu não sou assim mas
quando eu vi ele com as mãos em você. Não consegui ficar calmo.
- Eu não esperaria outra reação de vocês. Obrigada por me ajudar,
Lorenzo. Acho que quando tiver em apuros, já sei quem chamar. – Deu uma
risadinha baixa e reclamou de dor de cabeça.
Assim que chegamos, pela primeira vez, não sabia o que fazer com uma
mulher. Cedia minha cama? Dormia com ela? Dormia no mesmo quarto mas
no chão? Não sabia o que fazer. Deixaria ela escolher e aceitaria de bom
grado.
- Vamos comer alguma coisa e depois dormimos?
- Eu posso tomar um banho? E você pode me emprestar uma roupa? –
Perguntou tímida.
- Claro. Por que não vai tomando banho enquanto eu faço alguma coisa
pra gente comer?
- Cuidado, que fazendo tudo isso, corro o risco de me apaixonar por você.
– Quando ela se deu conta do que falou, eu já estava na frente dela e a puxei
para mim.
- O risco é recíproco, princesa. – Ela levantou os olhos e depois desceu
para minha boca e me olhou novamente.
Eu ataquei a boca dela com uma fome e desespero e ela correspondeu da
mesma maneira. A coloquei encima da bancada da cozinha e aprofundei o
beijo. Meu pau estava dolorido mas eu caí em si do que ela passou essa noite
e eu não faria isso com ela, colocar as minhas necessidades e desejos acima
dela. Não faria hoje, pois depois desse beijo, essa mulher seria minha e eu
deixaria isso bem claro.
- Por que você parou? – Ela me olhou confusa.
- Não quero que aconteça alguma coisa hoje, depois do que você passou.
Ainda teremos tempo porque a partir de agora, não tem volta. – Ela me deu
um selinho seguido de um sorriso e foi descer da bancada para ir tomar
banho. Mostrei o quarto e separei uma roupa.
Enquanto ela estava no banho, fiquei pensando em como a minha vida
deu uma volta 360° em menos de uma semana. Conheci a Marina e o que era
pra ser apenas uma relação profissional, se tornou pessoa. Ela me encantou
no momento em que passou pela porta daquele escritório. E não apenas à
mim, encantou a minha filha também. Eu acho que nunca senti nada parecido
com o que sinto quando estou perto da Marina, nem mesmo com a Eliza.
Tinha terminado de fazer a comida e fui chama-la e assim que eu entrei,
precisei de todo o meu autocontrole. Ela estava na minha cama, só de
camiseta e sem maquiagem. Ela seria o motivo do meu infarto.
- Vamos comer? – Engoli seco quando ela olhou pra mim.
- Ah, claro. Tinha pedido para a Lara trazer uma roupa para mim.
Também já avisei meus irmãos e eles vão falar com os meus pais que eu vou
dormir na sua casa.
Fomos para a cozinha e eu percebi que ela estava inquieta, queria falar
alguma coisa mas estava sem coragem. Será que ela se arrependeu?
- Mari, pode falar o que você quiser.
- Você tem certeza de que você quer isso? Digo, nós dois? – Perguntou
incerta.
- Eu tenho. Você não tem? – Olhei pra ela, para ela perceber que estava
falando sério – Quem deveria perguntar sobre certeza, sou eu. Você ainda
tem mais um ano de faculdade, eu tenho uma filha e sou 13 anos mais velho.
– Agora quem estava inseguro era eu e não ela.
- Em relação à Cecília, eu sou apaixonada por ela. Sobre você ser mais
velho, isso é apenas um detalhe. – Ela desviou o olhar e depois voltou a olhar
para mim – Lorenzo, eu namorei apenas uma vez e não tive coragem de ter
relações sexuais. Eu sou inexperiente, se você não quiser nada, eu entendo
completamente.
Ela achava que ser virgem era um problema? Eu quase sorri quando
entendi que ela nunca teve relação pois eu seria o seu primeiro e por mim,
seria o último também. Ela já era minha e era bom eu deixar isso bem claro.
- Meu bem, olha pra mim. – Quando ela olhou e eu vi os olhos dela me
fitando com expectativa mas ao mesmo tempo com um pouco de medo – Ser
virgem não é problema e vamos no seu tempo, em relação à tudo.
- Obrigada! – Me deu um beijo e me abraçou, encostando a cabeça no
meu peito – Vamos comer?
- A Lara chegou com a sua roupa, eu vou descer porque se seu irmão ver
você só com a minha camiseta, ele morre. Enquanto isso, você pode ir
servindo?
- Claro.
Chegando no térreo, não era a Lara e o Filipe e sim a Lara e o Júlio.
Realmente essa noite está sendo surpreendente. Minha irmã com o Gabriel, o
Júlio e a Lara, eu e a Marina, o Filipe e a... Calma aí
- Cadê o Filipe?
- Oi pra você também, meu caro amigo. Como a Marina está? – Júlio
perguntou
- Ela está bem e obrigada por trazerem uma roupa para ela. Repetindo,
cadê o Filipe?
- Oras, isso é óbvio. Ele está com a Beatriz. E você, se magoar a minha
prima, eu faço picadinhos de você, entendeu? – Deu pra perceber que a Lara
era protetora em relação à prima.
- Sim, senhora. Não irei magoá-la. Agora podem ir.
Subi e a mesa já estava colocada. Me pareceu tudo certo, faltando apenas
a Cecília. Porém, eu precisava ir devagar com as coisas.
- Vamos comer?
- Sim. Meu irmão veio com a Lara? – A Marina sabia de alguma coisa.
- Não, ele está com a minha irmã. – Vi um sorriso surgir – Você está
sabendo de alguma coisa?
- Sua irmã quase morreu quando viu meu irmão e o meu irmão ficou todo
abalado, ou seja, prevejo um casal. – O jantar foi regado de conversa e
risadas.
- Vamos dormir, amanhã lavamos a louça. – Peguei ela e joguei no meu
ombro e ela foi gritando e rindo.
- Você é louco? Eu sou pesada. – Continuou rindo e eu dei um tapa na
bunda dela. É muita tentação.
- Sim, eu sou louco. E nunca mais repita que você é pesada ou eu vou ser
obrigado a dar outro tapa nessa bunda.
- Então acho que preciso falar mais vezes. – Nesse momento, meu pau
latejou e eu vi que ia ser a noite mais longa da minha vida.
- Boa noite, meu amor. – Se acomodou no meu peito e eu sorri da forma
como ela me chamou.
- Boa noite, minha princesa.
Capítulo 07
Acordo e não sinto a Marina junto a mim. Quando chego no corredor escuto
vozes e a cena que eu vejo faz meu coração acelerar. Estão as minha irmãs,
meu sobrinho dormindo, meus pais, minha filha e a Marina na sala
conversando. O olhar da Cecília para a Marina era de adoração.
- Bom dia, família! – Dou um beijo em cada – Aconteceu alguma coisa?
- Oi, papai! A tia Marina dormiu aqui? – A Marina arregalou os olhos e
eu tive que segurar o riso.
- Sim, filhota. Tem algum problema? – Não tinha pensado que a minha
filha poderia não gostar de uma mulher dentro de casa.
- Não, papai. Fiquei feliz. Assim a tia Marina pode me colocar pra
dormir. – Fala com tanta expectativa que eu não sei nem o que falar.
- Claro, minha princesa. Quando eu estiver aqui, coloco você pra dormir.
– Sussurro um obrigado – Depois você me mostra seu quarto?
- Sim, titia. Meu papai que montou para mim. Ele falou que é um quarto
de princesa para uma princesa. – Foi falando e sentando no colo da Marina.
- O que vocês acham de irmos tomar café na padaria?
- A tia Marina vai?
- Eu vou. Já estou até pronta.
- Papai, a tia Marina pode me trocar? Eu já tomei banho. – Cecília
pergunta com um sorriso no rosto.
- Claro, filha.
- Então vamos lá. – Marina levantou com a Cecília no colo – Já voltamos
pessoal.
Enquanto elas saem, vou acompanhando com o meu olhar. Elas se viram
no primeiro dia de trabalho da Marina e na sexta-feira quando a Cecília saiu
da escola e foi para o fórum mas o carinho que uma tem pela outra é
impressionante.
- Então, vai ficar olhando com essa cara de idiota para a Marina até
quando? – Beatriz falou rindo.
- Nossa, filha. Não fala assim com o seu irmão. – Dona Bárbara fala
segurando o riso.
- Querida, você queria falar exatamente isso mas sua filha foi mais rápida.
– Meu pai, o Senhor Diogo, fala segurando o riso.
- Ela dormiu aqui? – Gio pergunta já sabendo a resposta.
- Dormiu. Depois que aconteceu tudo aquilo na balado ontem, nós viemos
pra cá.
- Eu não acredito que aquela xexelenta não me contou que vocês dois
tiveram uma noite super quente. – Beatriz fala com uma indignação.
- Não teve noite super quente. A Marina não estava bem. Jamais iria me
aproveitar dela naquela situação. E agora, meesquecem. Vamos focar em
vocês duas. A Senhorita Beatriz estava com o Filipe?
- Quem é Filipe? – Meu pai pergunta, arrumando a postura. Ele super
incentiva as minha irmãs mas ele morre de ciúmes.
- Estão falando do meu irmão? – Elas chegam arrumadas para ir tomar
café.
- Então, deixa eu ver se eu entendi bem. A Marina está com o seu irmão e
você está com o irmão da Marina? Tem mais algum casal que se formou que
eu preciso saber? – Dona Bárbara fala num tom brincalhão.
- Sim, mãe. Gabriel e Giovanna, Júlio e a prima da Marina e o Giovanni
com a amiga da Marina. Foi uma noite e tanto.
- Devo dizer que realmente foi uma noite agitada. Vamos fazer um
almoço com os De La Costa, lá em casa. – Papai fala e eu e a Beatriz
perdemos a fala.
- Gostou, papai? A tia Marina que escolheu a minha roupa. Nós duas
vamos de vermelho, combinando. – Fala toda contente.
- Vocês estão lindas. O papai vai tomar banho e já vem. E vocês, me
esperem para descermos todos juntos.
Marina De La Costa
É a terceira vez que eu estou com a Cecília e parece que cada vez que eu
vejo essa menina, mais eu quero protege-la, dar carinho e cuidar. O que eu
não posso esquecer é que não posso criar muita expectativa pois eu nem sei o
que eu tenho com o Lorenzo e muito menos dar expectativas para uma
criança. Não é justo com ela.
- Tia, o que você vai comer ou você vai fazer igual o papai que decide na
hora?
- Eu vou escolher na hora também. Não sei onde vamos, então não sei o
que tem.
- Então também vou escolher na hora, igual você. – Saiu para brincar.
- Obrigada, querida. – Olhei confusa para a Dona Bárbara.
- Desculpa, mas não entendi.
- Meu filho não tem esse brilho no olhar faz tempo. Na verdade, ele
nunca teve esse brilho no olhar, nem mesmo com a Eliza. – Dona Bárbara dá
uma pausa e continua – Caso as coisas fiquem feias no trabalho, o Lorenzo
entrará em desespero e você já sabe o motivo. Não pule fora do barco caso
ele tente te afastar.
- Fica tranquila, Dona Bárbara.
- Sabia que você seria minha cunhada. – Beatriz falou sorrindo.
- Mesmo se não fosse por conta minha e do Lorenzo, seria por conta de
você e do meu irmão. – Ela me olhou com os olhos arregalados.
- Você está brava comigo?
- Por conta do Filipe? Eu não. Já estava na hora. A ex namorada dele traiu
ele e ele resolveu virar da vida mas eu sei que o sonho dele é construir uma
família. – Olhei pra ela – E com você, ele terá menos tempo para encher meu
saco.
- Mas nós só ficamos ontem.
- Beatriz, me poupe, né. Eu vi o jeito que vocês se encaram na terça-feira
e desde então você desembestou de falar dele.
- Irmã, não dê expectativas e nem crie, vai aos poucos. Assim você não
quebra a cara. – Gio falou passando a mão na cabecinha do filho, Gustavo,
que estava dormindo em seu colo.
- Gio, você sabe que o Gabriel é apaixonado por você e pelo Gustavo e
você também é por ele. Não fique com medo por conta do babaca do seu ex.
Ele que saiu perdendo.
- Isso mesmo, filha. Fora que o Gabriel é um bom homem. – Senhor
Diogo fala.
- Então por que ele nunca falou nada? – Gio fala cabisbaixa.
- Porque ele estava dividido entre a amizade do seu irmão e o amor por
você. É complicado estar no lugar do Gabriel. – Dona Bárbara fala para a
filha.
- Ontem eu conversei com ele, na verdade tentei, pois começou a
confusão e descemos desesperados atrás de vocês. – Lorenzo chega na sala
entrando no assunto e eu quase engasgo, tamanha é a beleza desse homem.
- Como assim você conversou com ele? – Gio pergunta em choque.
- Na verdade, os irmãos da Marina vieram falar para eu ir falar com ela e
o Gabriel também incentivou. Foi quando eu incentivei ele também. – Ele foi
até a irmã e deu beijo na testa – Você merece ser feliz com um bom homem.
E se vocês se amam, por que eu ficarei entre vocês? Nunca.
- Eu te amo, irmão. – Gio fala com os olhos cheios de lágrimas.
- Bom, já podemos ir ou vamos ficar falando da vida amorosa dos outros?
– Lorenzo brinca.
- Vamos, papai. Hoje eu vou decidir na hora, igual você e a tia Marina. –
Cecília saiu pulando.
- Então, vamos? – Lorenzo enlaçou a minha cintura e fomos em direção
ao elevador.
- Vocês não querem nos acompanhar, mesmo?
- Não, querida. Terá mais momentos. – Nos despedimos e cada um foi
para o seu carro.
- Onde você quer ir? Tem uma cafeteria aqui perto muito boa, pode ser? –
Lorenzo sugeriu.
- Pode ser, mas depois eu preciso ir para casa. Tenho algumas coisas da
faculdade.
- Claro, eu deixo você em casa. Ou você não quer que eu te leve por conta
dos seus pais e irmãos? - Perguntou incerto.
- Não tem problema algum você me deixar. – Sorri tentando passar mais
segurança à ele.
- Hoje a tia Marina não vai dormir em casa? – Cecília perguntou triste.
- Hoje não, princesa. Amanhã a tia tem que acordar cedo para estudar e
depois trabalhar.
- Tudo bem, então. Mas você vai voltar, né? – Olhei para o Lorenzo, pois
não poderia impor minha presença, sendo que nem namorados somos.
- Claro que ela vai voltar, filha.
- Eba.
- Tia, posso tirar uma foto sua? Você tirou uma minha. – Cecília
perguntou toda alegre. E eu prometi para eu mesma que se depender de mim,
ela sempre terá um sorriso.
- Claro que pode. E depois podemos tirar uma foto do papai também. O
que você acha?
- Acho super legal. Faz uma carinha engraçada para o papai tirar a foto. –
Não pude deixar de rir do seu jeito de falar.
- Ficou linda, meu amor. – Foi a primeira vez que ele me chamou assim.
E a nossa bolha estava perfeita, até que veio uma mulher cumprimentar o
Lorenzo e eu não me senti bem na presença dela.
- Lorenzo? Lorenzo Fabrinni? – Ela foi chegando mais perto e a Cecília
veio para o meu colo.
- Sim. Katia? Quanto tempo. – Vi que o Lorenzo ficou sem graça.
- Eu sinto muito sobre a sua esposa, fiquei sabendo. A nossa profissão é
perigosa mesmo. E quem são essas duas? Filhas? Irmãs? – Perguntou me
olhando de cima a baixo.
- Sim, nossa profissão é perigosa. Já superei a morte da Eliza. – Ele me
olhou e sorriu - A pequena, Cecília, é minha filha e a Marina é minha,
minha... – Quando eu vi que ele não sabia o que falar, foi um balde de água
fria na minha cara e resolvi me intrometer.
- Sou uma amiga. Se me permitem, preciso ir embora. – Falei com a voz
falhando e droga, não queria que isso acontecesse.
- Tia Mari, me leva com você? Por favor? – Aquilo me cortou o coração
mas eu precisava pensar.
- Meu amor, eu combino com o seu pai alguma coisa durante a semana
porque a titia precisa estudar. – A cara de pânico do Lorenzo até me deu um
pouco de dó mas eu precisava sair dali. – Tchau, Katia. Até amanhã,
Lorenzo. Me dê um beijo, pequena.
- Tchau, tia Mari! Eu te amo. – Aquilo foi o que eu precisava para chorar.
- A tia também te ama.
- Mari, eu te levo, me espera. – Lorenzo falou já se levantando.
- Não precisa, nos vemos amanhã no trabalho. – E saí.
Lorenzo Fabrinni
- Acho que ela estava triste, sei lá, não entendo essas meninas de hoje em
dia. – A Katia falou e eu fiquei me sentindo culpado.
- Não deveria ter ignorado ela daquele jeito e “aquela menina” tem nome
e é Marina. – Levantei indo em direção ao caixa, com a Cecília no colo.
- Desculpa ter atrapalhado o café da manhã de vocês. Espero que
possamos conversar novamente. Até mais. – E saiu.
A nossa manhã estava perfeita e eu consegui estragar. Primeiro foi
quando eu não disse o que a Marina era minha. Eu não sabia se eu falava
mulher, namorada, amiga ou sei lá o que. E quando eu vi que ela ficou
magoada, já entendi a o que eu deveria responder. E ver a cena dela com a
Cecília, ela tendo que ir antes do tempo, me deu vontade de me bater.
Quando chegamos no carro, a Cecília estava com cara de choro e eu sabia
muito bem o porquê e o causador disso fui eu. Eu preciso consertar isso
urgentemente, antes que as minhas duas meninas fiquem tristes comigo.
- Papai, a tia Mari foi embora porque eu falei alguma coisa? – Cecília
falou com voz de choro.
- Não, filha. Ela precisava estudar, igual você.
- Entendi. Depois eu posso ligar para ela, pai?
- Claro, filha. Agora vamos pra casa dos seus avós.Fiquei o caminho inteiro pensando como reverter a situação e não
conseguia encontrar uma solução mas com certeza minhas irmãs iriam me
ajudar. E fui para a casa dos meus pais determinado a concertar a minha
cagada.
- Mas já chegaram? Não deveriam estar tomando a café da manhã de
vocês? – Minha irmã pergunta sem entender nada e meus pais já me olharam.
- Filha, por que você não vai chamar a tia Giovanna e fica um pouco com
o seu priminho?
- Ta bom, papai. – Saiu sem nem me dar um beijo e cabisbaixa.
- Agora você pode nos explicar o que está acontecendo? E cadê a Marina?
– A Bia pergunta quando a Giovanna já está entrando na sala de estar.
- A Katia apareceu, ignorou totalmente a Marina e a Cecília e quando me
perguntou o que elas eram minhas, eu não soube o que falar à respeito da
Marina.
- Você não fez isso. O que você falou? – A Giovanna já está me
fuzilando.
- Ele não falou. Acertei, meu filho? – Dona Bárbara é uma pessoa muito
esperta e já entendeu tudo.
- Exatamente. Ela se intrometeu e falou que era minha amiga e que já
estava de saída. – Abaixei a cabeça envergonhado – O pior foi que a Cecília
pediu pra ir junto com voz de choro e a Marina estava numa luta interna.
- Quando eu achei que você não poderia ser mais babaca, descubro que
estava enganada quanto à isso. – Beatriz fala andando de um lado para o
outro – Se você não sabe o que ela é pra você, deixe o caminho livre pra
quem saiba.
- O que você está insinuando? Tem outro na vida da Marina? – Isso me
deu um frio na espinha. Saber que tem a possibilidade de ter alguém que
saberia nomear o que ela é para ela.
- Para de pensar se tem ou não alguém, idiota. Não tem ninguém mas não
será difícil aparecer alguém pois a Marina é uma menina sensacional. –
beatriz fala defendendo a amiga.
- Filho, se você já sabe qual é o papel dela na sua vida, mesmo que seja
em pouco tempo, por que não pede ela em namoro? – Meu pai me perguntou
e eu estaquei.
- Mas não é muito cedo? E se ela não quiser? Se achar que eu não sou o
que ela quer?
- Não confia no seu taco, bonitão? – Beatriz pergunta sorrindo.
- Claro que confio, sua palhaça mas o que eu faço e como?
- Vamos consertar a burrada que você fez, irmãozinho. – Gio fala
enlaçando o braço no meu – Homens são tão burros, que às vezes eu me
assusto.
Marina De La Costa
Chego em casa com cara de choro e vou direto para o meu quarto. Pensei
que meus irmãos não tinham me visto mas assim que me viro pra fechar a
porta, eles estão na porta junto com a minha prima, Lara.
- O que aconteceu, prima? – Lara pergunta docemente e eu começo a
chorar.
- Eu sou uma idiota. Eu achei o que? Que estava vivendo num conto de
fadas onde a princesa é resgatada pelo príncipe, se apaixonam e vivem felizes
para sempre? – Falo rindo e chorando. Vejo que os quatro estão calados.
- Quer contar o que aconteceu ou eu vou ter que arrancar do Lorenzo? –
Filipe fala – Isso é culpa minha. Não devia ter incentivado.
- Não é culpa de nenhum de vocês e sim, exclusivamente minha. – Conto
tudo o que aconteceu. Sobre a chegada da Katia, sobre o Lorenzo não saber o
que responder e sobre a Cecília.
- Vamos por parte, filha. – Não havia reparado que meus pais estavam na
porta – Primeiro, essa Katia fez de propósito, não deixava nenhum de vocês
falarem. Segundo, se vocês apenas se beijaram e não teve pedido de namoro
nem nada, realmente não tem como vocês saberem o que são. E por último,
cuidado, Cecília é uma criança carente de mãe e ama você e parece que é
recíproco. – Minha mãe fala com um sorriso doce.
- Você está certa, mãe. Ambos erramos mas tenho motivos.
- Depois do almoço podemos fazer uma sessão cinema. O que acham? –
Meu pai diz e eu tenho certeza que é pra me animar.
- Eu topo. – A Lara para e suspira, olhando para os meus pais – Eu posso
ficar com um dos quartos durante um tempo? Até arrumar o meu cantinho.
- Claro que pode, minha filha. Não devia ter saído daqui de casa. - Meus
pais abraçam a Lara – Sei que você sente falta dos seus pais e que tem
dinheiro para o resto da sua vida porém família é família. Fica conosco. Já é
uma filha para nós mesmo. – Tenho muito orgulho dos meus pais.
O dia foi tranquilo. Almoçamos em meio à risadas e conversas, depois
assistimos Como Eu Era Antes De Você na sala de cinema e agora estou indo
para o meu quarto pois amanhã tenho faculdade pela manhã e trabalho a
tarde.
Olho no celular e nenhuma mensagem do Lorenzo. Acho que o que eu
achei que poderia começar, já está acabado. De qualquer jeito, amanhã irei
conversar com ele, como dois adultos e se for pra ser, será. Tem uma criança
no meio e não posso e nem quero fazê-la sofrer. E com esse pensamento,
acabo dormindo.
Capítulo 08
 
O despertador toca no último volume e a minha vontade é de tacar na
parede. Esse barulho deveria ser proibido para acordar alguém. Levanto e vou
tomar meu banho. Percebi que hoje estou mais lenta que o normal e com
certeza deve ser devido ao remédio de ansiedade e de enxaqueca que eu
tomei antes de dormir.
Já trocada e maquiada, pego meus livros, bolsa e celular e desço para
tomar café. Está apenas os meus irmãos e a Lara na mesa. Estranho meus pais
não estarem sentados para tomar café conosco.
- Cadê o papai e a mamãe?
- Receberam uma ligação e saíram após terminarem a ligação. E não, não
estou gostando nenhum pouco disso. – Filipe fala.
- Espero que não seja nada relacionado à algum caso que o papai já teve
ou em relação à algum dos nossos casos. – Miguel fala pensativo.
- Vamos esperar eles voltarem e assim perguntamos. – Guilherme,
sempre sensato.
- E você, Mari? Está com uma cara horrível. – Lara fala e eu jogo um
pedaço do pão na cara dela e a infame ainda dá risada.
- Tomei o meu remédio de enxaqueca junto com o meu da ansiedade e
acho que deu ruim. Mas se não melhorar, eu ligo para a minha médica.
- Qualquer coisa me liga que um de nós iremos te buscar. – Guilherme diz
com uma voz preocupada – E pode deixar que nós te levamos e buscamos
hoje.
- Muito obrigada. Vocês são os melhores irmãos.
Terminando o café, seguimos para o carro e eles foram me deixar na
faculdade. Esse era o meu último ano no curso de Direito. Semana passada
era a semana dos calouros, então teve como eu trabalhar tempo integral mas a
partir de hoje, irei apenas pela parte da tarde, o que significa, menos tempo
com o Lorenzo.
Chegando na faculdade, me despeço dos meu irmão e de longe já vejo a
Sofia, a Carol e a Olívia. A Sofia e a Carol cursam Direito comigo e a Olívia
cursa Administração. E junto delas há um grupo de meninos que eu nunca
tinha visto.
- Oi, gente! Vocês estão bem? – Cumprimento todos e quando vou
cumprimentar os meninos, um deles me dá um olhar tão intenso que eu fiquei
incomodada.
- Oi, Mari! Estou bem, quer dizer, estou ótima. Muito obrigada por me
apresentar o Giovanni. Aquele um homem é um Deus e quando eu digo um
Deus, quero dizer em todos os sentidos. – Carol desembestou de falar sobre o
Giovanni, ou seja, mais um casal formado e eu aqui, sem ninguém.
- Amiga, calma, respira e depois você conta absolutamente tudo para a
Mari. – Sofi diz toda meiga – E você, Dona Marina? O que aconteceu entre
você e o Lorenzo?
- Gente, vamos conversar depois sozinhas. Deixa eu apresentar os
meninos. – Olívia me leva até eles e começa a apresentar um por um – Esse é
o Otávio, Rubinho, Vicente e Antony.
Então descobri o nome do menino que me olhou como se eu fosse um
pedaço de carne, o nome é Otávio. E pelo o que eu entendi, eles mudaram de
turno por conta de emprego e caíram na minha sala. Depois das devidas
apresentações, eu segui para o meu campus com a Carol e a Sofi e a Olívia
foi para o campus de Administração. E os meninos nos seguiram.
A primeira aula era de Medicina Legal e eu não conseguia me concentrar
no que o professor estava falando. Sabia que era sobre como seriam as aulas
dele, quais dias mas fora isso, mais nada. Uma vontade imensa de dormir e
dor de cabeça.
- Está tudo bem, Marina? Se quiser ir embora, posso te passar as
anotações sobre como vai ser o curso e o que ele

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