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Sempre Foi Voce ( LIVRO 2)

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Família De La Costa – Spin Off de Para Sempre Em Seus
Braços – Livro 02
Sempre Foi Você
May P. Neves
Copyright © 2021 May P Neves
Todos os direitos reservados
 
Sinopse
Giovanna Fabrinni, engravidou aos 21 anos porém seu namorado não quis saber dela nem da
criança. Se não fosse por sua família, Giovanna não saberia o que fazer. Sempre sonhou em ser mãe,
casar com o amor da sua vida e ter sua agência de fotos. Ser mãe e ter agência de fotos, ela já
realizou. Mas e o amor da sua vida? Ela iria assumir o que sentia pelo melhor amigo do seu irmão? E
se fosse rejeitada novamente, como foi pelo pai do seu filho?
Gabriel Salvatore, delegado da polícia federal, melhor amigo de Lorenzo Fabrinni, é
apaixonado pela irmã do amigo porém por ela ser mais nova e irmã do seu melhor amigo, nunca se
declarou. Quando Giovanna engravidou do namorado e ambos foram rejeitados, Gabriel jurou que
cuidaria dos dois, mesmo que nos bastidores. O que Gabriel não sabia é que o sentimento era
recíproco.
Agora Gabriel tomaria o que era dele e nunca mais soltaria.
Sumário
Capítulo 01 – Gabriel 
Capítulo 02 – Gabriel 
Capítulo 03 – Giovanna
Capítulo 04 – Giovanna
Capítulo 05 – Gabriel
Capítulo 06 – Giovanna
Capítulo 07 – Gabriel
Capítulo 08 – Giovanna
Capítulo 09 – Gabriel
Capítulo 10 – Gabriel
Capítulo 11 – Gabriel
Capítulo 12 – Gabriel
Capítulo 13 – Giovanna
Capítulo 14 – Gabriel
Capítulo 15 – Gabriel
Capítulo 16 – Giovanna
Capítulo 17 – Gabriel
Capítulo 18 – Giovanna
Capítulo 19 – Gabriel
Capítulo 20 – Giovanna
Capítulo 21 - Gabriel
Capítulo 22 – Giovanna
Capítulo 23 – Giovanna
Capítulo 24 – Gabriel
Capítulo 25 – Gabriel
Capítulo 26 – Giovanna
Capítulo 27 – Giovanna
Capítulo 28 – Gabriel
Capítulo 29 – Giovanna
Capítulo 30 – Gabriel
Capítulo 31 – Giovanna
Capítulo 32 – Gabriel
Epílogo
Capítulo 01
 
Meu nome é Gabriel Salvatore, tenho 34 anos e sou delegado da Polícia Federal. Meus pais
morreram pouco tempo depois de eu me formar na faculdade e por ser filho único, hoje sou sozinho.
Na faculdade conheci o Lorenzo Fabrinni, Júlio Espinosa e Giovanni Bonatti. Júlio e Giovanni
fizeram contabilidade e eu e o Lorenzo Direito.
Quando começamos a frequentar a casa um do outro, conheci a irmã do Lorenzo Fabrinni, a
Giovanna. Na época ela era uma criança porém na festa de 18 anos dela, eu me encantei, na verdade,
eu me apaixonei. Eu estava com 27 anos. Quando vi onde meus pensamentos estavam me levando, me
policiei. Afinal, Giovanna era a irmã do Lorenzo, meu melhor amigo.
No aniversário de 21 anos dela, ela apresentou um namorado à família e aquilo foi como uma
facada no meu coração. Mas o que eu poderia fazer? Apenas sorrir e desejar felicidades à ela. Não
fui com a cara do menino e na época achei que era ciúmes da minha parte e não me atentei. Até que a
Gio falou que estava grávida. Aquele dia eu chorei sozinho na minha casa e bebi demais.
A mulher que eu amava estava grávida de outro. Mas como ela saberia que eu a amava se eu
nunca falei para ela? Então eu iria seguir a minha vida e ela a dela. Porém não foi isso o que
aconteceu. Quando ela contou ao desgraçado que estava grávida, ele disse que era impossível, que
não era dele e que mesmo que fosse, nunca quis filho.
Me doeu saber que a Giovanna não teria o pai do filho dela na gestação dela e mais ainda que a
criança não teria a figura paterna mas do jeito que eu conhecia a família Fabrinni, desamparada ela
não ficaria. E prometi a mim mesmo, que se dependesse de mim, Gio nunca ficaria sozinha e eu seria
o pai que aquela criança precisaria, mesmo que nos bastidores.
A gestação em si foi tranquila. Ela estava radiante que iria ser mãe. Eu curti cada momento
daquela gravidez, como se o menino fosse meu. Então uma semana antes do nascimento, ela quis
saber o que eu achava do nome Gustavo. Quando eu falei que achava lindo, ela disse que seria esse e
perguntou se eu queria ser padrinho. Não pensei duas vezes antes de aceitar pois seria mais um
pretexto para estar perto deles dois.
Na semana seguinte, quando estava na delegacia, me ligaram falando que a Gio estava entrando
em trabalho de parto. Larguei tudo na delegacia e fui para o hospital. Quando eu cheguei e ela me
pediu com os olhos cheios de lágrimas se eu poderia assistir o parto junto com ela pois eu era
padrinho e o melhor amigo dela, foi o momento mais feliz e triste. Feliz porque veria meu menino
nascer e triste por ela falar que eu era o melhor amigo dela.
Fomos para o centro cirúrgico e quando eu ouvi o choro do Gustavo, eu comecei a chorar junto.
Eu quem cortei o cordão umbilical, eu quem o segurei primeiro, eu estava me sentindo pai mas nunca
falaria a última parte para alguém.
Quando eu coloquei ele no colo dela, tiraram uma foto nossa e eu tenho aquela foto na mesa do
meu trabalho. Sempre será a minha foto preferida. E quando ela sussurrou um obrigada, aquilo
acabou comigo pois eu queria ouvir um eu te amo.
Desde o nascimento do Gustavo já se passou um ano e meio. E nesse tempo inteiro, eu sempre
estive ao lado dela, mesmo como amigo da Gio. Até que mês passado quando estávamos no quarto
do Gustavo, quase beijei ela e ela estava correspondendo mas alguém nos gritou e nos separamos.
Fico com isso na minha cabeça até hoje. O que teria acontecido? Ela teria retribuído o meu
beijo ou me afastado? Ela falaria que me amava ou que somos apenas amigos? Não sei e nunca
saberei pois agora parece que ela me evita.
Todos os meus amigos na delegacia sabem o que eu sinto pela Gio e como me sinto em relação
ao Gustavo. Afinal, eu tenho uma foto deles na minha mesa. O Júlio e o Giovanni também sabem e
acredito que o Lorenzo desconfie. É nítido que eu trato a Gio diferente. Eu a idolatro. Nenhum
relacionamento meu dava certo e eu percebi que não dava certo porque não era a Giovanna.
Eu sonho em ter a minha família. Quero casar, ter um lar com direito à filhos e cachorros mas
nada disso terá sentido se não for com a Gio. Ela é a mulher da minha vida e eu preciso que ela saiba
disso, antes que alguém tente tirá-la de mim porque ela é minha, só não sabe disso ainda.
Giovanna Fabrinni
Meu nome é Giovanna e vocês saberão um pouco sobre a minha história. Tenho 23 anos, sou
dona de uma agência de fotografia e mãe do Gustavo. Vocês devem estar pensando: e quem é o pai?
Poderia falar o nome do biológico mas aquilo não merece ser chamado de pai, quem merece esse
título é o Gabriel.
Já estava para terminar com o João quando descobri que estava grávida. Foi o momento mais
aterrorizante e mais feliz que eu já vivenciei. Quando fui contar ao João que estava grávida, primeiro
ele duvidou se era dele e depois disse que mesmo que fosse, ele nunca quis filho. Aquilo me doeu
tanto mas não por mim, e sim pela criança que estava carregando.
Falar que a minha família ficou brava e que meu pai e irmão queriam matar o João é eufemismo.
No dia que contei da minha gravidez, vi o olhar do Gabriel, era de felicidade e dor. E foi naquele dia
que eu desconfiei que ele tinha algum sentimento por mim.
O motivo de eu querer terminar o meu namoro com o João era porque eu percebi que estava
apaixonada pelo Gabriel. O Gabriel é o cara mais doce que eu conheço. Toda vez que estamos juntos
e ele é chamado para algum plantão na delegacia, eu me desespero pois eu o amo e ele é o pai do
meu filho.
O amor que um tem pelo o outro é lindo. É só o Gustavo ouvir a voz do Gabriel que ele se agita
e dá risada. No momento do parto, quem estava comigo era o Gabriel. O primeiro a pegar o Gustavo
e cortar o cordão umbilical foi o Gabriel. Quando o Gabriel o pegou no colo, o choro cessou.
Eu queria tanto falar para o Gabriel que eu o amo mas não sei como fazer. Quando ele está
perto, meu coração acelera, minhas mãos começam a ficarem suadas, minhas pernas parecem que vão
derreter.
Mês passado estava com o Gabriel no quarto do Gustavo e quase nos beijamos mas alguém nos
chamou e nos afastamos, quer dizer, eu me afastei. Será que ele achou que eu não queria? Eu sou
muito burra. Masjá decidi que eu vou me declarar para o Gabriel e se ele não me quiser, irei
conquista-lo.
Toda segunda-feira jantamos na casa dos meus pais. Lorenzo com a Cecília, minha sobrinha,
Beatriz, minha irmã e os amigos do meu irmão, Giovanni, Júlio e o meu Gabriel. O que significa que
hoje eu o verei e só de pensar na possibilidade dele não ir, meu coração dói.
Todas às vezes que ele não vai em lugar que era pra ele ter ido, eu fico pensando se ele está
com outra que teve coragem de se declarar para ele ou se ele ficou ferido em algum operação ou até
mesmo se ele morreu.
Vocês devem estar achando que eu sou exagerada pensando em morte mas é porque há um ano
atrás, quando o Gustavo estava com meses, Gabriel sofreu uma emboscada e tomou um tiro. Ficou
dois dias na UTI e foram os piores dias da minha vida. Saber que a pessoa que você ama está em
uma cama e você não pode fazer nada, é se sentir totalmente impotente.
Eu lembro de ter esperado notícias dele uma madrugada inteira. O meu irmão, o Júlio e o
Giovanni estavam desesperados com medo do melhor amigo morrer. Minha mãe havia ficado com o
Gustavo e com a Cecília para nós ficarmos com ele no hospital pois ele não tem irmãos nem pais.
Foi nesse dia que eu tive certeza absoluta que eu era e ainda sou totalmente apaixonada pelo Gabriel.
Agora chegou a hora dele saber que ele tem uma mulher e que essa mulher o ama loucamente.
Capítulo 02
Toda segunda-feira virou rotina irmos para a casa dos pais do Lorenzo jantar. Dona Bárbara e o Sr.
Diogo me ajudaram muito depois que meus pais morreram. A minha família hoje é a família Fabrinni
e o Júlio e o Giovanni.
Chego na casa dos pais do Lorenzo e vejo que ela ainda não chegou. Toco a campainha e quem
atende é a Giovanna. Ela está linda. Na verdade ela é linda mas hoje parece que ela está mais feliz.
- Oi, Gab! – Me dá um abraço e me sinto em casa – Como você está? E o trabalho?
- Oi, Gio! Estou bem e você? O trabalho está a mesma correria de sempre e parece que vai
chegar um caso grande e eu serei o responsável.
- Estou bem também. Toma cuidado, por favor. – A preocupação dela faz meu coração acelerar.
- Sempre tomo cuidado. Não se preocupe. – Dou um beijo na testa dela e ela me abraça.
- Vamos entrar porque tem um pequeno morrendo de saudades. – Saiu rindo. Depois da
gestação, a Gio ficou mais linda ainda. Ficou mais radiante e com mais curvas.
Entro e vou até o meu pequeno. Ele está a coisa mais linda do mundo e cada sorriso que ele se
dirige para eu, como esse de agora, meu coração transborda de amor por esse menino.
- Oi, pessoal. Já cumprimento vocês, antes tenho um serzinho aqui para dar a minha atenção –
Todos dão risada – Oi, meu menino. Como você está? – Ele faz carinho no meu cabelo e eu me
derreto por ele. Fico mais um pouco com ele e vou cumprimentar a Bia, o Júlio, a Dona Bárbara e o
Sr. Diogo. Passados uns minutos, o Lorenzo chega com a furação da Cecília.
- Vovó, vovô, tenho uma nova tia. – A Cecília entra igual um furacão na casa.
- Como assim uma nova tia? – Giovanna já olhou na direção do Lorenzo, como se quisesse
descobrir algo.
- É a amiga do papai e eu falei pra ela namorar com ele. – Por essa eu não esperava. Eu e o
Júlio estávamos segurando a risada, a Giovanna com a expressão chocada, os pais dele um
sorrisinho e a Beatriz com um sorriso diabólico. Desde que o meu amigo perdeu a esposa, nunca
mais se relacionou com ninguém pois ele se culpa pelo ocorrido.
- E então, maninho? Não tem nada para contar? – Beatriz já veio com a pergunta que todos
queriam fazer.
- Ela é a minha estagiária, a Marina De La Costa. Ela é uma menina muito inteligente, meiga,
independente e simpática. A Cecília ficou o dia inteiro do lado dela, pois agora ela quer ser igual a
Marina, quando crescer. – Acho que ela será mais que uma estagiária – Vocês me perguntam e ficam
em silêncio?
- Meu amigo, primeiramente, não sei como aqueles brutamontes dos irmãos dela deixaram ela
trabalhar na área criminal. Segundo, já está tão íntimo que chama ela de Marina? E, terceiro e mais
importante, como conseguiu descrever ela tão bem? – Júlio perguntou com um sorrisinho debochado
e eu tive que me segurar para não rir.
- A Cecília chamou ela para almoçar, então fomos nós três e no caminho para o restaurante a
Cecília perguntou se ela tinha filha e namorado, quando ela disse que não, ela falou que ela poderia
namorar comigo. Não sei como não bati o carro. E no final do expediente, chamei a Marina para ir na
cafeteria para me desculpar e justo quando nós demos a mão, os irmãos dela chegaram. – Lorenzo vai
se explicando.
- Como assim, você estava de mãos dadas com a Marina? – Giovanna perguntou chocada.
- Ela estava contando o porquê dos irmãos serem contra ela ir para a área criminal e ela estava
triste. Quer saber, não importa o porquê. Acabou o assunto sobre a Srta. De La Costa.
- Agora ela é Srta. De La Costa? Isso é só o começo, escuta o que eu estou dizendo. – Giovanna
perguntou rindo.
- Será que eu terei uma nora? Já era tempo. – Dona Bárbara solta do nada e Seu Diogo dá risada.
Assim que o jantar acabou, cada um foi para sua casa e quando entrei na minha, mesmo amando a
minha casa, senti falta daquele barulho que estava até agora. Barulho de conversas, risadas e choro
de bebê. Muito do meu casa lembra Gio pois ela me ajudou a decorar.
Subi para o meu quarto e fui tomar banho pois havia ido direto do trabalho para lá. Estava
exausto e estava percebendo que meu corpo estava começando a pedir arrego. Ficar madrugadas
acordado, não era nenhum um pouco fácil.
A semana passou super rápida e com ela, veio sábado. Lorenzo tinha chamado eu e o Júlio para
irmos numa balada no Itaim. A balada do nosso amigo, Giovanni. Parece que a nossa Excelência
estava começando a ter problemas na vida amorosa.
Como somos amigos do Giovanni, não precisamos esperar aquela fila quilométrica, entramos
direto. Fomos para o camarote. O que eu gosto de ficar no camarote é porque nós conseguimos ver
tudo mas ninguém consegue ver o que acontece aqui dentro.
- E aí, como vocês estão? Desapareceram. – Giovanni pergunta.
- Nós trabalhamos, né? Palhaço. – Júlio respondeu rindo. Sempre falava que o Giovanni não
trabalha porque tinha uma balada.
- E você, excelência? Está calado por que? – Giovanni já está com um sorrisinho.
- Esse silêncio, meu caro, tem nome e sobrenome. Marina De La Costa. –Eu disse rindo.
- A Marina? Você está louco? – Giovanni estava rindo horrores e a cara do Lorenzo indicava que
ele não estava entendo nada.
- Nós nos beijamos e a Beatriz pegou. E por que eu estaria louco? – Lorenzo pergunta e todos
olhamos para ele.
- Os irmãos dela não deixa ninguém chegar perto, principalmente depois do que aconteceu no
último estágio dela. – Giovanni relata o que o outro estagiário tentou e que os irmãos chegaram na
hora.
- Filho da puta. – Lorenzo fala entredentes.
- Bom, vocês são adultos e sabem o que fazem. A Beatriz não fez nada quando pegou vocês?
Porque aquela ali não dá um ponto sem nó. – Giovanni fala rindo.
- Ela ia me chamar para almoçar e acabou chamando a Marina. Estão se falando todos os dias.
Hoje elas vão sair juntas e já me está dando um medo pois a Giovanna também vai estar e aquelas
duas, só por Deus. – Eu não conseguia parar de dar risada com o que o Lorenzo fala.
- Eu não acredito que a Beatriz desistiu de te chamar. Cara, ela é um ícone. – Júlio está se
contorcendo de rir. E acabamos que todos caímos na risada.
- O que está acontecendo ali na entrada? – Eu pergunto e vamos os quatro para o vidro e eu quase
não acredito no que estou vendo.
- O que a Beatriz, a Giovanna e a Marina estão fazendo aqui? Elas são o motivo do caos na
entrada. Olha isso. – Lorenzo fala exasperado.
A Gio estava linda. Linda não, perfeita. Estava com um cropped branco e uma saia branca
que delineava todo o seu corpo. Não culpo todos por estarem olhando. Realmente estão lindas mas a
minha Gio, está perfeita.
- Isso é coisa da diaba da sua irmã, Beatriz. – Júlio fala rindo.
- Mas que elas estão gatas, isso não podemosnegar. – Eu falo para provocar o Lorenzo.
- Abre a boca mais uma vez e eu te quebro. – Lorenzo fala puto.
- Por que você não chama elas para ficarem aqui? Assim nenhum engraçadinho chega nelas e
ficamos todos aqui. – Eu falo pelas três, obviamente mas é pensando em ninguém chegar perto da
minha Gio.
- Vamos lá os quatro e chamamos elas. – Lorenzo fala e saímos atrás dele.
Giovanna Fabrinni
Viemos eu, a Bia e a Mari para a balada e estamos esperando os irmãos da Mari, umas amigas
dela e a prima. Essa balada é de um dos melhores amigos do meu irmão e se ele souber que nós três
estamos aqui, ele morre.
- É hoje que eu passo o rodo aqui. – Eu falo rindo – Amo meu filho mas preciso me divertir de
vez em quando. – Já que não está acontecendo nada entre eu e o gab, posso me divertir por enquanto.
- Isso mesmo, maninha. Essa bacurinha precisa ser usada urgentemente. – Beatriz fala e eu e a
Marina não nos aguentamos.
- Bacurinha, Beatriz? Puta merda, você é um ícone. – Marina fala gargalhando.
- Se eu não chegar causando, obviamente que não sou eu. – Bia fala orgulhosa dela mesmo. Essa
minha irmã realmente é um ícone.
Estamos descendo a escada quando olhamos para frente e damos de cara com o meu irmão, o
Júlio, o Giovanni e com o Gabriel. O Gabriel está lindo. Deveria ser proibido ele andar por aí. O
olhar que ele me deu, me incendiou toda.
- Lorenzo? – Nós três gritamos ao mesmo tempo.
- Vocês vieram sozinhas? – Ele pergunta para nós três mas com o olhar fixo na Marina.
- Sim, e estamos esperando mais sete pessoas. – Bia fala com um sorriso diabólico no rosto para
irritar o Lorenzo.
- E quem seriam essas 7 pessoas, Beatriz? – Lorenzo olha fuzilando a minha irmã.
- Agora você olha pra mim? Já saiu do encanto? – Todos nós caímos na gargalhada com a
pergunta da minha irmã – E respondendo a sua pergunta, são os irmãos da Marina, a prima dela e
mais três amigas. Posso saber o seu interesse em quem vem ou não com a gente?
- Você está linda, Gio. – O Gab se dirige a palavra à mim pela primeira vez.
- Obrigada, Gab. Você também. – Lorenzo olha para o meu ser como se fosse morrer – O que foi,
Lorenzo? Isso tudo é carência? – E dou risada dele.
- Vamos para o camarote e lá vocês discutem o que quiserem. Aliás, eu sou o Giovanni e aquele
babaca que está rindo, é o Júlio. Prazer. – Giovanni fala para Marina, que é nova no grupo.
- Prazer. – E com isso subimos os sete para o camarote.
- Por que você não falou comigo e eu pedia para o Giovanni separar um camarote aqui na The
Maison para você, Beatriz? Ou viriam conosco. – Lorenzo pergunta para Bia.
- Porque, meu caro irmão, você surtaria com o que está se passando na nossa mente e eu reservei
o camarote mas como já estou nesse com você, ficamos aqui mesmo. – A Bia dá um sorrisinho – Só
que daqui a pouco chegarão mais sete.
Marina sai para atender o celular e eu fico vendo o embate entre meus irmãos e percebo que o
Gab não tirou os olhos de mim.
- Gente, meus irmãos e a minha prima chegaram e acabaram encontrando as meninas e já estão
subindo. Estão tirando foto ali encima. – Percebi que a Bia sorriu e sei que era por conta do irmão
mais velho da Marina, o Filipe.
- Marina, fala que não são aqueles ali porque eu estou em choque com a beleza da sua família. –
Bia fala e com isso, todos fomos para o vidro.
- Aqueles quatro que estão tirando foto são os meus irmãos e a minha prima. – Fala com um
sorriso no rosto.
- Marina, você precisa me apresentar a sua prima. Acho que eu me apaixonei. – Júlio soltou do
nada e todos caíram o riso.
- Pode deixar que eu apresento. – A Marina falou secando as lágrima que derramou de tanto rir –
E aquelas três ali, são as minhas amigas. Olívia, Sofia e Carol.
- Quem é aquela de vestido? – Giovanni falou hipnotizado.
- É a Carol. A Olívia é a de verde e a Sofia, aquela de preto. Por que? – Marina vai falando
quem é quem.
- Acho que quem se apaixonou fui eu. Puta merda. – Giovanni fala passando a mão no cabelo.
Pelo que estou vendo, eu não sou a única apaixonada.
A porta do camarote abre e as quatro menina vão para cima da Marina e os irmãos estão parados
na porta, observando a cena.
- Pode ir me contando tudo sobre o Dr. Fabrinni ou eu te mato. Falaram na faculdade que ele é
super gato. – Segurei meu riso com a expressão da Marina – Que foi que você está calada? Ele foi
grosso com você? Eu juro por Deus, eu mato aquele homem ou eu peço para os meus queridos primos
matarem ele. – Adorei a Lara.
- Lara, você pode falar diretamente isso pra ele, ou não, porque ele já escutou. – Filipe fala
rindo.
- Abram um buraco, pelo o amor de Deus. Por que você não me falou antes? – Ela fala
desesperada para a Marina.
- E você deixou eu falar, doida? – Marina fala rindo da cara da amiga.
- Prazer, Lorenzo. Fica tranquila, ninguém vai precisar me matar. – Meu irmão fala segurando o
riso.
- Menina, eu te adorei. Sou sua nova fã. – A Bia vai até ela, me arrastando junto – Aliás, meu
nome é Beatriz e o dela Giovanna, somos irmãs do babacão do Lorenzo.
- Gente, esses são os meus irmãos e essas as minhas amigas, Carol, Olívia e Sofia. – A Carol
focou no Giovanni. Bom, pelo menos é recíproco.
- Vamos dançar, meu povo? Essa música é sensacional e eu não vim para ficar sentada. – Beatriz
fala empurrando todas nós e os homens ficaram no camarote.
- Marina do céu! Que homem é aquele que me cumprimentou, que estava de jeans e... – Marina
cortou a Carol porque já sabia de quem estava falando.
- O nome dele é Giovanni e o interesse é recíproco. – Quando a Marina fala isso, tenho a
impressão de que ela vai ter um sincope.
- Ainda bem porque eu não vim toda arrumada e depilada à toa. – Carol fala na lata e eu vejo que
ela é tão louca quanto a minha irmã.
- E você, amiga? – Olívia fala olhando pra Marina – Eu vi a troca de olhares entre você e o
Lorenzo. Com todo respeito, Bia e Gio, mas ele é o famoso homão da porra.
- Eu super apoio você com o meu irmão. – Eu falo para a Marina mas em nenhum momento eu
paro de dançar – Você é um amor de pessoa e pelo o que eu soube, encantou a minha sobrinha
também.
- Pronto, amiga. Caso resolvido. Queria eu que seu irmão olhasse para mim do mesmo jeito que o
Lorenzo te olhou. – A Sofia fala para a Mari e abaixa a cabeça.
- O Miguel te olha sim, Sofi. Você que ainda não percebeu e ele é um panaca que nunca falou
nada. – Parece que todos estão com problemas na vida amorosa.
Antes mesmo dela responder qualquer coisa, um grupo chegou nos cercando e tentamos sair deles
mas não conseguíamos. Até que eu resolvi dar uma cotovelada mas não ia adiantar nada pois eles
estavam bêbados.
- Olha, você está me machucando e eu já falei que eu não quero nada, então por favor.
- Agora a loirinha não quer nada? Você acha que eu e os meus amigos não vimos vocês se
insinuando para nós? – Um cara fala me cercando.
- Olha, estávamos apenas dançando entre amigas. Me solta.
Gabriel Salvatore
Assim que as meninas desceram, cada um sentou em um lugar e pedimos as bebidas. Mas a todo
momento nós estávamos de olho nelas. Principalmente eu. Não queria perder a Gio de vista.
- Lorenzo, eu sei que nós somos super ciumentos com a minha irmã mas eu vi o jeito que você
olha pra ela e o jeito que ela olha pra você. Por que você não fala com ela? – Filipe fala sério
olhando para o Lorenzo e antes dele responder, o Miguel se intromete.
- O que aconteceu com você e o que fizeram com o meu irmão? Mas ele está certo, desde o dia
que ela pisou na sua sala, ela está aérea e mais feliz. – Miguel fala rindo e termina sério.
- Eu não sei. Eu perco a capacidade de fala perto da Marina. E eu tenho 34 anos e uma filha. A
Marina é nova. – Meu amigo fala de cabeça baixo e já vejo que ele está apaixonado pela Marina.
- Não começa com isso não, Lorenzo. A Marina é uma ótima menina. Bastam conversarem e
tentarem. – Falo sério olhando para ele pois sei que está se boicotando.
- Posso dizer o mesmo para você. E não me faça essa cara pois eu sei que você não é apaixonado
apenas pelo meu sobrinho e sim pela minha irmã também. – Quando elefala isso, sei que ele já sabe
de tudo.
Quando íamos continuar a conversa, escutamos um grito e era o da Beatriz. No que levantamos e
fomos para o vidro, o que eu vi, me deixou cego de raiva, desesperado e em pânico. Lorenzo desceu
correndo e eu fui logo atrás.
Quando eu avistei a Gio tentando se soltar e aquele babaca a apertando, não pensei duas vezes e
fui para cima dela. Quanto mais ele falava dela, mais eu socava.
- Isso é para nunca mais mexer com a minha mulher, entendeu?
- Ela estava dançando com aquelas amigas dela e olhando para nós. – Ele fala embolado.
- Não é porque ela estava dançando que quer dizer que estava dançando para você. – Olhei bem
para ele e disse – escuta bem o que eu vou te dizer, nunca mais mexa com uma mulher quando ela
dizer não. Me entendeu? – Falou que sim e foi embora com os outros covardes.
- Gio, você está bem? Ele te machucou? – Perguntei vendo que ela estava em choque.
- Me tira daqui, Gab. Me leva para sua casa. – Meu coração acelerou.
- Claro, minha pequena. Vamos sair daqui. – Fomos até o carro e vi que ela estava com frio.
Coloquei meu paletó nela e ela entrou no carro – Gio? Você está bem mesmo?
- Estou. Só fiquei assustada com o que aconteceu – Me deu um sorrisinho tímido – Vamos parar
no MC Donald’s? Não comi nada.
- O de sempre? – Já sabia o que ela comia e bebia em cada restaurante. No MC Donald’s era o
quarteirão, batata frita, nuggets com molho runch, guaraná e a tortinha de maçã. Já o meu, a única
coisa que mudava era que o meu lanche era o chicken.
- O de sempre. – Colocou uma música e começou a cantar.
Pegamos o nosso pedido e fomos direto para a minha casa. Estar com ela na minha casa era quase
perfeito. Só não era totalmente porque o nosso pequeno não estava conosco.
- Fique à vontade, Gio. Minha casa é a sua casa. – E o que eu falei era a mais pura verdade. Ela
não sabia mas um dia iria morar comigo.
- Eu amo a sua casa. É tudo tão clean e a sua decoradora é ótima. – Falou rindo pois estava
falando dela mesmo.
- Realmente ela é ótima. Também é uma mãe excelente, linda, meiga e quer que eu continue? –
Falei com toda a coragem que apareceu.
- Gab, não fala isso que eu acredito. – Aquele filha da puta quebrou a autoestima dela mas eu iria
reverter isso.
- É para acreditar. Cada palavra que eu disser é verdadeira. Nunca precisará duvidar de mim. –
Fui chegando mais perto e ela intercalava entre os meus olhos e a minha boca.
- Gab, por favor. – Eu sabia o que ela queria mas eu precisava que ela pedisse com todas as
letras.
- Por favor o que, Gio? Me fala, meu anjo. – Peço com a boca no ouvido dela.
- Me beija. Agora. – Com esse pedido, eu ataquei.
Capítulo 03
Quando o babaca estava me encurralando, não imaginei que o Gab desceria daquele jeito para me
defender e ainda me chamar de mulher dele. Eu realmente estava em choque porém não saberia te
dizer se foi do Gabriel me chamando de mulher dele, do cara me encurralando ou dos dois.
Eu pedi para vir para a casa dele porque teríamos como conversar e eu não precisaria ficar
sozinha como eu ficaria se fosse para a minha casa pois o Gustavo está com os meus pais. E quando
ele começou me elogiar e chegar mais perto, eu praticamente implorei para ele me beijar. Não
deixaria o Gabriel escapar.
Assim que eu termino de falar para ele me beijar, ele vem para cima de mim e beija com tudo.
Me pegando no colo, me coloca na bancada que tem na cozinha e passeia as mãos pelo meu corpo e
eu vou abrindo a camisa dele.
- Você não sabe há quanto tempo eu espero por esse momento, minha pequena. – Eu sorrio porque
ele não é o único.
Ele me para um pouco e eu acho que ele se arrependeu. Porque ele encosta a testa na minha mas
não é arrependimento e sim uma luta interna. Conheço muito bem o Gabriel.
- Gab, fala comigo. O que acontece? Você não quer mais?
- Claro que quero. Não é nada disso que você está imaginando. – Respira fundo – Mas estamos
aqui e você acabou de passar por um situação chata. Se você quiser esperar, está tudo bem.
- Gab, eu já esperei muito tempo. Não será um incidente que irá me parar. – Dou um sorriso para
ele, o incentivando.
Ele me beija mas dessa vez é um beijo devagar. Ele me pega no colo e sobe em direção ao
quarto. Quando chegamos no quarto e ele me coloca na cama, me bate a insegurança. A última vez
que eu estive com alguém foi com o imprestável do pai do Gustavo.
- O que foi, Gio? Fiz alguma coisa que você não gostou?
- A última vez que eu estive com alguém foi com o babaca do genitor do Gustavo e depois da
gestação meu corpo mudou.
- Vamos devagar, tudo bem? E Gio, nunca se envergonhe e se esconda. Não de mim. – Ele vai
tirando a minha roupa e beijando o meu corpo inteiro.
Ele termina de tirar a calça e a cueca e minha Virgem Santinha! Eu vou ser rasgada, certeza. Dou
um sorriso e ele sorri de volta. Homem convencido. Sabe o poder que tem nas mulheres.
- Admirando a vista, Gio? – Fala colocando a camisinha.
- Com certeza. – Gabriel cobre meu corpo com o dele e se posiciona na minha entrada.
- Você é perfeita, Gio. – Falando isso entrando em mim.
- Vai me deixar mal acostumada.
- Esse é o meu propósito. – Termina de entrar em mim – Nós somos a melhor combinação que
tem. Percebe? – E começa se movimentar.
- Mais forte, Gab. Por favor.
O que começou calmo, se tornou rápido e desesperador. Comecei a sentir uma contração no meu
ventre e sabia que já estava chegando no ápice mas só gozaria com o Gabriel.
- Gio, eu vou gozar. Vem comigo. – Pediu e me beijou.
Nós dois gozamos juntos e um gritando o nome do outro. Foi o melhor sexo da minha vida. O
cuidado e o carinho que o Gabriel teve comigo, ninguém teve. Estava com a cabeça no peito dele
quando lembrei que ele falou que faz tempo que ele queria me beijar.
- Gab, o que você quis dizer que eu não sabia o quanto você esperava por isso. – Ele tentou
desviar o olhar.
- Na sua festa de 18 anos, quando eu coloquei os olhos em você, quis te beijar mas então lembrei
que tinha 27 anos, praticamente 10 anos mais velho e seu irmão iria me quebrar no meio. – Ele disse
o final rindo – E quando você fez 21, você estava com o babaca, então segui minha vida.
- Infelizmente há coisas que não podemos voltar atrás e mudar.
- Não gostaria que você mudasse nada pois não teria o Gustavo. – Falou do Gustavo de forma
carinhosa.
- Tem razão. – Subi nele e ficamos a noite praticamente em claro.
Gabriel Salvatore
Acordo e sinto o corpo da Gio praticamente encima do meu e adoro essa sensação. Essa foi a
noite mais feliz da minha vida. Quer dizer, a segunda mais feliz. A primeira foi o nascimento do
Gustavo.
Pego o celular para ver se tem algo da delegacia e tem 5 chamadas perdidas e 10 mensagens da
Heloísa me xingando e perguntando onde caralhos eu estava. Helô trabalha comigo na Polícia e ela é
uma das melhores agentes que eu conheço. Tenho ela como uma irmã mais nova.
Vou tomar um banho e fazer minha higiene para poder me trocar e ir para a Polícia. São raras às
vezes que eu tenho que ir de sábado e domingo mas quando tenho que ir, é porque a coisa é séria.
Assim que saio do closet, vejo a Gio com uma camisa minha sentada na cama.
- Bom dia, Gab! Onde você vai esse horário de terno? – Vejo o vinco no meio da testa dela.
- Bom dia, Gio! – Dou um beijo nela – A Helô me mandou umas 10 mensagens me ligando porque
precisam de mim na delegacia. – Vi a cara que ela fez quando eu citei a Helô. A Gio tem ciúmes da
Helô? Ela sabe que a Helô é lesbica?
- Entendi. Que sorrisinho debochado é esse? – Ela pergunta levantando da cama.
- Por acaso você está com ciúmes da Helô? – Ela para no meio do caminho – Ela é lésbica. É
mais fácil ela se apaixonar por você do que por mim. – Falei rindo.
- Babaca. Você me deixa na casa dos meus pais? – Gio pede se trocando.
- Claro! É caminho. Só não consigo descer.
Pego minhas coisas enquanto a Gio se troca e vamos para o carro. Fico pensando que não havia
tido uma noite tão boa há anos. E não falo só na questão do sexo. Falo do conjunto todo em si. A Gio
é divertida, engraçada, meiga, conversa de tudoe ainda tem o melhor sexo.
- Obrigada por ontem, Gab. – Giovanna me tira dos meus pensamentos.
- Sobre o que você está agradecendo exatamente?
- Sobre tudo, desde me ajudar com aquele babaca da balada até a noite que passamos juntos. –
Parei o carro na casa dos pais dela e ela me deu um beijo – Você vem jantar amanhã?
- Venho sim. – Dei mais um beijo nela e fui para a delegacia.
Chego na delegacia e vejo carros de alguns agentes da minha equipe. O que é que tenha
acontecido, é sério. Preciso inventar alguma desculpa ou o meu chefe vai comer meu coro. Assim que
chego na minha sala vejo que todos estão lá.
- Desculpa, tive imprevistos.
- E que imprevistos seriam esse, Dr. Salvatore? – Meu chefe pergunta e quando eu vou responder,
ele já me corta rindo – Deixa eu adivinhar. Tem o sobrenome Fabrinni? – Dr. Saulo, meu chefe fala
rindo.
- É óbvio chefinho e deve ter sido boa noite. – Todos caem na risada. Essa Heloisa é um perigo
para a sociedade.
- Tá, se já cuidaram da minha vida, podemos ir ao que interessa? – Vejo o Saulo mudar a postura
imediatamente.
- Lembra que estávamos na cola de uma organização achando que era apenas tráfico de armas e
drogas? – Concordamos e ele prosseguiu – Eles estão envolvido com tráfico humano.
Quando o Saulo nos entregou as foto, agradeci mentalmente por não ter tomado café da manhã.
Como uma pessoa podia fazer isso com outro ser humano? Essas meninas tem família. Isso me
revolta.
- Quero todos vocês nesse caso. O Estado já abriu o processo pois agora tem provas concretas. E
vamos conseguir pegá-los. Afinal, essa é a melhor equipe.
Assim que o Gabriel me deixa na casa dos meus pais, os seguranças reconhecem e abrem os
portões. Quando entro na sala já vejo o meu pequeno e o meu coração se enche de alegria. Minha
irmã está falando alguma palhaçada e ele está gargalhando.
- A noite foi boa, bonitona. – Bia já vem correndo até mim – Pode me contando tudo o que rolou
entre você e o Gab.
- Primeiro, bom dia! Segundo, vou ver meu filhote e terceiro, não vou contar nada. Só precisa
saber que foi a melhor noite da minha vida.
- Fico feliz por você, irmã. Você merece e Gabriel é um homem sensacional. – Bia sempre foi fã
do Gabriel.
- Nós vamos ou não vamos para a casa do seu irmão? Bom dia, filha. – Mamãe fala.
- Bom dia, mãe! Só vou me trocar.
Cecília foi falando de casa até a casa do meu irmão. Não parava de falar da Marina. Ela estava
apaixonada pela Marina. Quando chegamos, quem atendeu a porta foi a Marina. Ficamos
conversando um tempo, até que meu irmão resolveu aparecer.
- Bom dia, família! – Dá um beijo em cada um de nós – Aconteceu alguma coisa?
- Oi, papai! A tia Marina dormiu aqui? – A Marina arregalou os olhos e eu vi que o meu irmão
estava segurando o riso.
- Sim, filhota. Tem algum problema? – Não sei nem o porquê de ter perguntado. Ela não para de
falar da Marina.
- Não, papai. Fiquei feliz. Assim a tia Marina pode me colocar pra dormir. – Isso me corta o
coração. A Cecília tem carência materna. Mesmo tendo eu, a Bia e a minha mãe. Não é a mesma
coisa.
- Claro, minha princesa. Quando eu estiver aqui, coloco você pra dormir. – Meu irmão solta um
obrigado sussurrado em direção da Marina – Depois você me mostra seu quarto?
- Sim, titia. Meu papai que montou para mim. Ele falou que é um quarto de princesa para uma
princesa. – Foi falando e sentando no colo da Marina.
- O que vocês acham de irmos tomar café na padaria? – Meu irmão fala.
- A tia Marina vai?
- Eu vou. Já estou até pronta. – Marina fala animada. Vejo que o carinho é mútuo.
- Papai, a tia Marina pode me trocar? Eu já tomei banho. – Cecília pergunta com um sorriso no
rosto.
- Claro, filha. – Não sei quem tem um sorriso maior: meu irmão ou a Cecília.
- Então vamos lá. – Marina levantou com a Cecília no colo – Já voltamos pessoal.
- Então, vai ficar olhando com essa cara de idiota para a Marina até quando? – Beatriz falou
rindo. Tão delicada quanto um coice de cavalo.
- Nossa, filha. Não fala assim com o seu irmão. – Minha mãe fala segurando o riso.
- Querida, você queria falar exatamente isso mas sua filha foi mais rápida. – Meu pai, fala
segurando o riso mas acaba falhando miseravelmente.
- Ela dormiu aqui? – Eu pergunto já sabendo a resposta..
- Dormiu. Depois que aconteceu tudo aquilo na balado ontem, nós viemos pra cá.
- Eu não acredito que aquela xexelenta não me contou que vocês dois tiveram uma noite super
quente. – Beatriz fala com uma indignação.
- Não teve noite super quente. A Marina não estava bem. Jamais iria me aproveitar dela naquela
situação. E agora, me esquecem. Vamos focar em vocês duas. A Senhorita Beatriz estava com o
Filipe?
- Quem é Filipe? – Meu pai pergunta, arrumando a postura. Ele super incentiva eu e a Bia a
sairmos mas sempre com ciúmes. Esse Sr. Diogo Não tem jeito.
- Estão falando do meu irmão? – Marina e Cecília chegam arrumadas para ir tomar café.
- Então, deixa eu ver se eu entendi bem. A Marina está com o seu irmão e você está com o irmão
da Marina? Tem mais algum casal que se formou que eu preciso saber? – Dona Bárbara fala num tom
brincalhão.
- Sim, mãe. Gabriel e Giovanna, Júlio e a prima da Marina e o Giovanni com a amiga da Marina.
Foi uma noite e tanto. – Meu irmão fala debochado.
- Devo dizer que realmente foi uma noite agitada. Vamos fazer um almoço com os De La Costa, lá
em casa. – Papai fala e meus irmãos perdem a fala.
- Gostou, papai? A tia Marina que escolheu a minha roupa. Nós duas vamos de vermelho,
combinando. – Cecília fala toda contente.
- Vocês estão lindas. O papai vai tomar banho e já vem. E vocês, me esperem para descermos
todos juntos. – Meu irmão foi tomar banho e ficamos na sala.
- Tia, o que você vai comer ou você vai fazer igual o papai que decide na hora?
- Eu vou escolher na hora também. Não sei onde vamos, então não sei o que tem. – Marina fala
acariciando o cabelo da minha sobrinha.
- Então também vou escolher na hora, igual você. – Saiu para brincar.
- Obrigada, querida. – Minha mãe fala para a Marina e vejo a confusão no rosto dela. Na
verdade, nem eu entendi.
- Desculpa, mas não entendi.
- Meu filho não tem esse brilho no olhar faz tempo. Na verdade, ele nunca teve esse brilho no
olhar, nem mesmo com a Eliza. – Dona Bárbara dá uma pausa e continua – Caso as coisas fiquem
feias no trabalho, o Lorenzo entrará em desespero e você já sabe o motivo. Não pule fora do barco
caso ele tente te afastar.
- Fica tranquila, Dona Bárbara. – Marina tranquiliza a minha mãe.
- Sabia que você seria minha cunhada. – Beatriz falou sorrindo.
- Mesmo se não fosse por conta minha e do Lorenzo, seria por conta de você e do meu irmão. –
Minha irmã arregalou os olhos e eu ri.
- Você está brava comigo? – Minha irmã fica preocupada.
- Por conta do Filipe? Eu não. Já estava na hora. A ex namorada dele traiu ele e ele resolveu
virar da vida mas eu sei que o sonho dele é construir uma família. – Marina olhou para a Bia com
uma expressão divertida – E com você, ele terá menos tempo para encher meu saco.
- Mas nós só ficamos ontem. – Minha irmã tenta se defender.
- Beatriz, me poupe, né. Eu vi o jeito que vocês se encaram na terça-feira e desde então você
desembestou de falar dele.
- Irmã, não dê expectativas e nem crie, vai aos poucos. Assim você não quebra a cara. – Falo
passando a mão no cabelo do Gustavo, que está dormindo no meu colo.
- Gio, você sabe que o Gabriel é apaixonado por você e pelo Gustavo e você também é por ele.
Não fique com medo por conta do babaca do seu ex. Ele que saiu perdendo. – A Bia fala com um
misto de raiva e carinho.
- Isso mesmo, filha. Fora que o Gabriel é um bom homem. – Senhor Diogo fala e eu admiro ainda
mais o meu pai.
- Então por que ele nunca falou nada? – Falo cabisbaixa. Mesmo passando a noite juntos, ele não
disse nada.
- Porque ele estava dividido entre a amizade do seu irmão e o amor por você. É complicado estar
no lugar do Gabriel. – Minha mãe fala e ela tem razão.
- Ontem eu conversei com ele, na verdade tentei, pois começou a confusão e descemos
desesperados atrás de vocês.Meu irmão chega na sala soltando essa bomba.
- Como assim você conversou com ele? – Pergunto em completo choque.
- Na verdade, os irmãos da Marina vieram falar para eu ir falar com ela e o Gabriel também
incentivou. Foi quando eu incentivei ele também. – Ele veio até onde eu estou sentada e me deu um
beijo na testa – Você merece ser feliz com um bom homem. E se vocês se amam, por que eu ficarei
entre vocês? Nunca.
- Eu te amo, irmão. – Falo com a voz embargada. A Marina é uma mulher de sorte em ter o meu
irmão.
- Bom, já podemos ir ou vamos ficar falando da vida amorosa dos outros? – Lorenzo brinca.
- Vamos, papai. Hoje eu vou decidir na hora, igual você e a tia Marina. – Cecília saiu pulando.
- Então, vamos? – Lorenzo enlaçou a cintura de Marina e seguimos para o elevador.
- Vocês não querem nos acompanhar, mesmo? – Lorenzo pergunta reforçando o convite. Se eu
soubesse a palhaçada que aconteceria, teria ido.
- Não, querida. Terá mais momentos. – Minha mãe fala. Nos despedimos e cada um foi para o seu
carro.
- Mas já chegaram? Não deveriam estar tomando a café da manhã de vocês? – Minha irmã
pergunta sem entender nada e meus pais já me olharam.
Estava no quarto do Gustavo, quando a Cecília entrou meio cabisbaixa falando que meu irmão
estava me chamando. Estranhei eles já estarem aqui.
- Agora você pode nos explicar o que está acontecendo? E cadê a Marina? – A Bia pergunta
quando eu entro na sala.
- A Katia apareceu, ignorou totalmente a Marina e a Cecília e quando me perguntou o que elas
eram minhas, eu não soube o que falar à respeito da Marina. – Lorenzo fala desesperado e perdido.
- Você não fez isso. O que você falou? – Já fui perguntando na lata.
- Ele não falou. Acertei, meu filho? – Minha mãe é muito rápida.
- Exatamente. Ela se intrometeu e falou que era minha amiga e que já estava de saída. – Ele
abaixou a cabeça envergonhado – O pior foi que a Cecília pediu pra ir junto com voz de choro e a
Marina estava numa luta interna.
- Quando eu achei que você não poderia ser mais babaca, descubro que estava enganada quanto à
isso. – Beatriz fala andando de um lado para o outro – Se você não sabe o que ela é pra você, deixe o
caminho livre pra quem saiba.
- O que você está insinuando? Tem outro na vida da Marina? – Lorenzo falou com os olhos
arregalado e eu fiquei com dó do meu irmão.
- Para de pensar se tem ou não alguém, idiota. Não tem ninguém mas não será difícil aparecer
alguém pois a Marina é uma menina sensacional. – Beatriz fala defendendo a amiga.
- Filho, se você já sabe qual é o papel dela na sua vida, mesmo que seja em pouco tempo, por
que não pede ela em namoro? – Meu pai me perguntou e meu irmão ficou estático.
- Mas não é muito cedo? E se ela não quiser? Se achar que eu não sou o que ela quer? – Lorenzo
estava parecendo que nunca teve uma namorada.
- Não confia no seu taco, bonitão? – Beatriz pergunta sorrindo. Essa minha irmã não perde tempo
em provocar.
- Claro que confio, sua palhaça mas o que eu faço e como?
- Vamos consertar a burrada que você fez, irmãozinho. – Falo enlaçando o braço no dele –
Homens são tão burros, que às vezes eu me assusto.
Capítulo 04
 
Hoje é segunda-feira e começo da semana na agência, sempre é uma loucura. Principalmente porque
no final de semana teve festa de casamento, aniversário, chá de bebê e entre outras festas.
A parte da manhã foi tranquila e por volta de 12:30 fui almoçar. Hoje eu trouxe o meu pequeno.
Eu montei um canto na minha sala para ele quando fosse necessário e hoje ele não ia para a escolinha
pois iriam detetizar. Então, resolvi trazer o meu pequeno para ficar comigo.
Na volta do almoço, fui para a minha sala e me assustei quando eu vi o Ricardo, irmão do traste
do meu ex. Será que ia falar que o João queria ver o filho? O que ele queria a essa altura do
campeonato.
- Ricardo?
- Gi, quanto tempo. Posso falar com você? – Ele pergunta receoso e eu não estou entendendo
nada.
- Claro. Senta, por favor. – Coloco o meu pequeno no bercinho dele e volto para a minha mesa,
onde o Ricardo está – Pode falar.
- Primeiramente, eu gostaria de pedir desculpas pelo o que o meu irmão fez. Nem eu nem meus
pais sabíamos do Gustavo. Foi em uma das discussões que ele soltou sobre o Gustavo. E segundo,
gostaríamos de ter contato com o Gustavo. – Confesso que não esperava isso.
- Olha, Ricardo, pode ter contato, afinal vocês são família. Mas quero dizer que meu filho já tem
um pai, entendeu? Não é porque o seu irmão fez que ele é pai. Não, ele não tem direito à esse posto.
- Concordo totalmente com você. Meus pais falaram um monte para ele e ele saiu de casa. – Ele
para um pouco – Você pode ir algum dia desses jantar lá em casa para os meus pais conhecerem o
neto?
- Podemos combinar sim. – Conversamos mais um tempo e quando ele estava indo embora, o
Gustavo acordou.
- Ele é a sua cara. – O Ricardo pega o Gustavo no colo em choque pela semelhança.
- Realmente. Não tem como falar que não é meu filho. – Fomos para fora da agência pois ele já
estava de saída.
- Obrigada por deixar nós termos contato com o Gustavo. – Ricardo fala emocionado e eu sorrio
para ele.
- Vocês não têm nada a ver com o que o seu irmão fez. Jamais proibiria. Inclusive, se um dia, seu
irmão quiser conhecer o filho. Não irei proibir.
- Você está certa, Gio. Obrigada mais uma vez. – Dá um beijo no Gu e vai embora. Quando olho
para o outro lado da rua, tenho a sensação de estar sendo observada mas logo passa.
Gabriel Salvatore
- Agora você pode me falar o que realmente aconteceu de sábado para domingo? – Helô entra na
minha sala sem bater e senta no sofá.
- Bom dia para a senhora também. E não, não posso.
- Por favor, me conta. Minha vida está parada demais. Preciso de emoções. – Helô fala
melodramaticamente.
- Ta bom, senhora fofoqueira. – Conto tudo o que aconteceu e quando termino, ela tem um sorriso
no rosto.
- Você merece essa felicidade, meu amigo. E ela também ama você, só que é mais cautelosa,
entende? – Helô fala em relação ao que aconteceu com ela.
- Eu sei, Helô.
- Por que você não vai lá na agência dela e vai conversar? Assim, vocês esclarecem tudo e volta
com novidades.
- Você está certa. – Vou até ela e dou um beijo na testa – Se você gostasse de homem, quem sabe
poderíamos nos apaixonar. – Falo enchendo o saco dela.
- Credo! Você pode ser gostoso mas não tem o que eu gosto. – Saio dando risada. Ela é uma
figura.
Assim que eu chego na rua da agência da Gio, minha mão vai ficando molhada de suor pois eu sei
que será uma conversa onde irei me abrir totalmente e isso é muito foda. Assim que vou descer do
carro, vejo ela saindo com um cara e com o meu menino.
O meu pequeno está no colo dele e a Gio sorrindo. Aquilo foi uma facada. Sinto a mesma facada
de anos atrás e com isso, lágrimas descem. Eu não acredito que mais uma vez, eu fui deixado de lado.
Com isso eu saio e deixo os três para trás. Está decidido, a partir de hoje, irei focar em mim e na
minha vida. Ontem nós estávamos juntos e hoje, ela está com ele. Ou será que ela ficou apenas
comigo por conta do sexo? Que ódio de mim.
- Ué, mas já? Ela não estava lá? – Helô pergunta confusa e o Lucas levanta a cabeça na minha
direção.
- O que aconteceu meu amigo?
- O que aconteceu? Aconteceu que eu cheguei lá e ela estava sorrindo para outro, apenas isso. E
meu menino estava no colo dele.
- Gabriel, você nem sabe quem era o cara. Não coloca coisa onde não tem. A Giovanna não é
mulher de estar com duas pessoas ao mesmo tempo. – Helô fala em defesa da Gio.
- Cara, a Helô está certa. É a sua Gio. Lembra disso. – Lucas fala me olhando.
- Vamos esquecer isso. Temos uma organização para prender. – Com isso nos perdemos nos
milhares papeis que tínhamos.
Por volta das 19:00, já estávamos indo embora e eu lembrei que era segunda-feira e segunda-
feira é dia de jantar na casa dos Fabrinni. O que significa que eu encontraria com a Giovanna. Era
isso, iria, ficaria um pouco, daria um beijo no Gu e iria para minha casa. E comesse pensamento, fui
para o jantar.
Chegando, eu cumprimenteitodos e quando cheguei na Giovanna, travei. A minha vontade era de
abraçar e beijar mas ao mesmo me policiei ao lembrar da cena de hoje cedo.
- Oi, Gio. – Dei um beijo na testa dela e ela não entendeu nada.
- Oi, Gab! Está tudo bem?
- Está sim. Estou cansado, apenas isso. – Dei o melhor sorriso que pude. Fiquei um pouco com o
Gu e fui ficar com os meninos. Conversamos um pouco e o Lorenzo chegou com a Marina.
- Agora é oficialmente minha cunhada? – Bia e Gio já vieram correndo pra cima da Marina, a
abraçando.
- Sim, Dona Beatriz! – Marina falou rindo e vi o sorriso das irmãs.
- Ótimo porque nós ficamos muito bravas com aquele babaca. – Gio falou olhando para o
Lorenzo e eu quis rir. Baixinha daquele jeito, querendo fazer cara brava.
- Então temos um soldado abatido aqui? É isso mesmo? – Júlio soltou dando risada.
- Quem diria que eu iria ver a Excelência namorando? – Giovanni fala e os pais dele aparecem
com a Cecília no colo e ela coloca as mãos na boca. Todos ficam tensos.
- É verdade, papai? Você está namorando a tia Marina? – Ninguém falou nada, então a Marina
resolveu interferir.
- Sim, boneca. Tem algum problema? – Marina estava tentando se manter calma mas estava tão
nervosa quanto o Lorenzo.
- Agora você pode ir nas minhas apresentações da escola e me colocar pra dormir. – Falou com
os olhinhos cheios de lágrimas e aquilo me emocionou – Eu te amo, tia Marina. – E abraçou a Marina
tão forte que a derrubou no chão. Ainda estávamos em choque, confesso.
- Claro que eu vou nas suas apresentações e quando estiver na sua casa, colocarei você pra
dormir. – Marina disse ajeitando ela no colo.
- Você conta historinha para eu dormir? – Falou cheia de expectativa.
- Claro que eu conto. – Elas entraram numa conversa só delas nós, a Bia e Gio fomos até o
Lorenzo.
- Pensa bem se for fazer merda novamente porque aquilo ali é uma conexão única. – Gio falou
ameaçadoramente.
- E eu não quero ver minha sobrinha triste e nem perder a amizade da Marina. Fora isso, estou
muito feliz por vocês irmãozinho. – Beatriz fala e sai com a Giovanna.
- Quem te viu quem te vê, Vossa Excelência. –Falo sorrindo.
- E você a minha irmã? – Ele fala e eu acabo abaixando a cabeça.
- Acho que a sua irmã tem alguém. Fui até a agência para falar com ela e ela estava sorrindo para
um cara, junto do Gustavo.
- Você lembra como ele é? – Ele me descreve e realmente não lembro de nenhum amigo dela com
aquela descrição – Sinto muito, Gabriel. Mas se eu fosse você, lutava por ela. E se não for ninguém
importante?
- Realmente, o Lorenzo está certo. – Júlio fala – E vocês se amam. Daria uma ótima família.
- Vocês estão certos. Vou falar com ela depois.
Giovanna Fabrinni
- Gio? O que está acontecendo? – Marina me pergunta.
- Não é nada, fica tranquila. Hoje é dia de comemorar você e meu irmão e não para falar de mim.
– Dou o meu melhor sorriso mas não chegava aos olhos.
- Pode parar de palhaçada, Giovanna. O que está acontecendo? – Beatriz sempre tão delicada.
- O Gabriel mudou comigo. Sábado eu fui para a casa dele depois da confusão e nos beijamos e
hoje ele está mais distante e por incrível que pareça, está com um olhar triste.
- E você não sabe o motivo e nem foi perguntar?
- Eu sei o motivo, minha filha. – Olhei para a minha mãe na hora – Estava vindo para cá quando
passei por eles e escutei o Gabriel falando que foi hoje na agência falar com você e viu você com o
Gustavo com um homem e você parecia feliz perto dele. – Dona Bárbara fala me olhando.
- Você tá tirando com a minha cara, Giovanna. Só pode. – Bia fala com decepção – Aquele cara
ali, o Gabriel, te ama, idolatra e o mesmo com o Gustavo e é reciproco e você está saindo com
outro?
- Vocês entenderam tudo errado. Puta merda. – Falo desesperada – Aquele cara, era o Ricardo, o
tio do Gustavo. Ele me procurou porque descobriu o que o infeliz do irmão dele fez comigo e que
não quis saber do filho e veio me procurar perguntando se a família podia ter contato com o Gustavo.
- Então ele entendeu errado. Se bem que se eu chego e vejo o Lorenzo sorrindo com a Cecília
para outra pessoa que eu nem conheço, também imaginaria coisas. – Não deu pra terminarmos a
conversa porque o Gabriel chegou se despedindo.
- Meninas, eu já preciso ir. Estão precisando de mim na delegacia.
- Mas você nem comeu, meu filho. – Dona Bárbara fala carinhosa e preocupada com o Gabriel.
- Está tudo bem. Como algo depois do plantão. Mas antes... – Parou e olhou para mim e meu
coração acelera – Posso dar um beijo no meu menino? – O jeito que ele perguntou, me fez suspirar.
- Claro que pode. Vamos lá ver o nosso pequeno. – Todos ficamos em choque, inclusive o
Gabriel, pois falei do Gustavo como NOSSO. E ele era.
- Gabriel, posso falar com você? – Falei enquanto ele observava o quarto do Gustavo. Nós
adorávamos o quarto que meus pais fizeram para o meu pequeno. Ele olhou no relógio e eu não sabia
se era pra ver se estava com tempo ou para me evitar.
- Claro. Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado.
- Aconteceu. Você entendeu tudo errado. – Ele pende a cabeça para o lado, confuso com o que
estou falando – Aquele cara da agência era o tio do Gustavo. Ele foi lá porque descobriu do Gustavo
e queria ter contato. Você entendeu tudo errado e... – A frase morreu pois ele atacou a minha boca.
- Eu pensei que você estava com ele. Me desculpa. – Fala envergonhado.
- Eu também pensaria a mesma coisa. Vamos ver nosso pequeno?
Mesmo o Gustavo dormindo, ele ficou um pouco no quarto e eu fiquei observando a cena.
Gostaria de ver aquilo todos os dias. Gostaria de ter nós três juntos como família. E se dependesse
de mim, veria muitas vezes mas não na casa dos meus pais, e sim, na nossa casa.
Gabriel que se prepare, pois quando ele menos perceber, vai estar morando junto comigo. Só não
sabia que iríamos morar juntos por conta do trabalho dele.
- Tchau, minha gente. Depois nos falamos. – Gabriel se despediu novamente.
- Cuidado, meu filho. Está chovendo. – Meu pau falou dando um abraço no Gabriel.
- E não esqueça de comer. – Dona Bárbara falou reforçando o que já havia falado.
- Volta para nós, Gabriel. – Falei quando o Gabriel estava de costas. Ele parou e voltou, me deu
um beijo e um no Gustavo que estava no meu colo.
- Sempre. – E saiu. O que mais me preocupava não era a chuva e sim o trabalho dele.
- Que ótimo, minha irmã e meu irmão desencalharam e eu continuo aqui. Preciso sair para usar
minha bacurinha. – Bia fala na maior tranquilidade e eu dou risada.
- E o meu irmão? Não deu em nada? – Marina fala e a expressão dela muda na hora.
- Eu acabei indo pra casa do seu irmão no sábado e acabamos fazendo o sexo mais quente que eu
já fiz nessa vida. – Minha irmã só não esperava que o Lorenzo ia escutar.
- Você o que? – Lorenzo fala com uma cara aterrorizada, enquanto os meninos estão rindo da cara
dele.
- Você achou o que? Que eu sou intocada e sempre seria?
Essa família é muito maluca mas não trocaria por nada.
Gabriel Salvatore
Vou para a Polícia com um sorriso no rosto e uma felicidade maior do que posso expressar.
Realmente eu entendi tudo errado. A Gio não tinha ninguém. Na verdade tinha, eu. Quando ela falou
pra eu voltar para eles, meu coração errou uma batida. Pode falar que eu estou sendo piegas mas
estou nem aí.
Chegando na Polícia, tenho uma sensação de que algo ruim está para acontecer. Vejo o carro do
Lucas, da Helô e de outros da minha equipe e estranho isso. O que está acontecendo que não dava
para falar pelo celular.
- Já sentiram minha falta? – Quando falei isso e vi que todos ficaram quietos me olhando,
inclusive a Helô, vi que era sério.
- Gab, senta porque precisamos conversar. – Saulo falou e eu sentei – Ligaram para a Helô
falando que ela tinha que parar de investigar sobre o tráfico humano.
- Como assim? Por que você não me ligou? – Pergunto pra Helô que estava com lágrimas nos
olhos.
- Ela não te ligou porque ameaçou você. – No que o Lucas ia terminar de falar, o meu celular
tocou e era um número desconhecido. Saulo pediu para colocar no viva voz.
- Alô?
-Dr. Salvatore?
- Tenta rastrear. – Sussurrei para o Ítalo que estava na sala conosco. – Sim, sou eu.
- Você é o delegado responsável, para de mexer onde não foi chamado. Sua amiga já está
avisada.
- E por que eu iria parar?
- Porque eu sei que você tem uma mulher e um filho. Acertei? – Meu sangue gelo na hora – Pelo
seu silêncio, acertei. Ela é muito jovem e bonita. Loira, por volta de 20 anos? No máximo 25? –
Fala e sei que é para me provocar.
- Se chegar perto deles, você vai saber do que eu sou capaz, entendeu?
- Nos vemos por aí. – Falando isso, desligou.
- Eles estão falando dos nossos familiares para nos parar. Se você quiser que eu passe para outro
delegado, eu passo. – Saulo falou.
- Não, eu serei o responsável. Ele mexeu com as pessoas que eu amo e isso não vai ficar assim. –
Agora era pessoal.
Capítulo 05
 
Entro em casa desesperado. Se acontecer algo com a Giovanna e com o Gustavo, eu mato a pessoa.
Aquela ligação me tirou do eixo. Eu precisava avisar toda a família Fabrinni, principalmente o
Lorenzo. Iria pedir para a Gio morar um tempo comigo. Não iria sossegar com ela morando sozinha
com o Gustavo.
Recebi uma mensagem do Lorenzo, no grupo que temos no whats com todos, para irmos jantar
amanhã a noite na casa dos pais da Marina e que era urgente, todos precisavam ir. Parecia algo
grave. O Lorenzo não mandaria uma mensagem assim se não fosse grave. Irei aproveitar e avisar
obre o que aconteceu. Do mesmo jeito que falou da Gio e do Gu, podem falar dos demais também.
Tomo um banho e deito na cama. Não consigo pegar no sono. Quem são essas pessoas? Como
nunca foram pegas antes? Por que não conseguimos um rosto? Nem que seja dos capangas. Mas isso
seria questão de tempo, eu não iria descansar enquanto não colocasse as mãos naqueles desgraçados.
Depois de muito pensar, consegui dormir. Pouco, mas consegui dormir. Acordo antes mesmo do
despertador tocar. Quando estou pronto para ir embora, recebo uma mensagem da Gio se eu iria hoje
à noite e quando vou responder, toca o meu celular. Meu coração acelerou pensando ser novamente
eles mas era a Helô.
- Oi, Helô.
- A bela adormecida acordou? – Fala irônica.
- O que você quer, Heloísa? Te conheço.
- Ai, Credo! Não dá nem para descontrair. Bom, consegui identificar uns capangas. Os que
pegam as meninas nos portos. – Helô solta a bomba.
- Estou saindo de casa e já já chego. Você ainda está em casa? – Como a Helô mora no caminho,
poderia busca-la.
- Não, estou aqui na Polícia, já. Estou te esperando.
Vou o caminho inteiro pensando no que a Helô disse. Se temos rostos, podemos pedir ao juiz
responsável um mandado de prisão e tentar arrancar alguma coisa deles. Claro que terá que ser tudo
muito bem organizado. Não podemos errar em absolutamente nada. Chego no estacionamento e antes
de descer olho para os lado para ver se alguém está me seguindo ou não.
- Bom dia, bela ador... – Olhei para a Helô – Já entendi que hoje você não está para brincadeira.
Vamos ao que interessa.
Helô abre a tele do computador e quatro rostos aparecem. Como ela conseguiu esses rostos, não
quero nem saber. Um em especial me chama atenção. É um menino, deve ter uns 18 anos no máximo e
eu não vejo maldade nele. O que ele estaria fazendo ali? Será que ele era obrigado a fazer aquilo?
Talvez se conseguíssemos falar com ele, ele entregaria tudo. Claro, se realmente ele estivesse sendo
obrigado.
Passei o dia inteiro vendo aqueles rostos e fotos de meninas sendo colocadas em vãs pretas. Com
certeza, sendo levadas ao lugar onde ficariam. Quando estava para ir embora, já havia até avisado o
Lorenzo que estava saindo, Helô deu um grito.
- É isso. Eu sabia. – eu e o Lucas fomos até ela.
- O que você sabia, doida? – Lucas fala rindo.
- Eu entendi tudo sobre o tráfico humano. Perceberam que só tem meninas? – Concordamos com
ela – É para fazer leilões.
- Não sei se eu fico feliz por termo descoberto ou se fico triste pelas meninas. Elas foram tiradas
de suas famílias. – Lucas fala.
- Desgraçados. São apenas meninas. Agora entendi o porquê eles querem que paremos as
investigações. Vocês sabem o quanto eles vão perder se forem presos? São bilhões e não milhões.
- Se eles acham que vamos para, meu amigo, não poderiam estar mais enganados.
- Peçam o mandado e enviem ao juiz responsável. Depois verei quem é e passo para atualizar ele
ou ela, à respeito dos leilões.
Fui embora com aquilo na cabeça. Tráfico de armas e drogas já é ruim pois acabam com milhares
de famílias. Agora tráfico humano e ainda para leiloá-las? Isso já é demais até para eles mesmos.
Mas isso estava para acabar. E nós conseguiríamos prendê-los. Ou eu não me chamo, Gabriel
Salvatore.
Giovanna Fabrinni
Chegamos na casa da Marina para o jantar que meu irmão pediu para todos estarem. Tenho
certeza que tem algo com aquela ligação que a Marina recebeu na casa dos meus pais. A Marina
havia ficado branca quando atendeu e meu irmão ficou transtornado depois que foi até ela.
Subo para o quarto onde estão todas as meninas e vejo que a Bia e a Carol estão disputando
sobre quem é a melhor tia. Beatriz é um sarro e juntou com a Carol, pronto.
- Bia, a tia mais legal sou eu e ponto. – Falo entrando no quarto – Mari, você sabe se o Gabriel
vem? Todos já chegaram. – Pergunto em expectativa.
- Ele falou para o Lorenzo que vinha. Inclusive, ele também precisava falar conosco. – Marina
fala pensativa.
- Tia Marina, terminei. – Cecília me grita do banheiro.
- Vai lá, mãe do ano. – Olívia disse rindo.
- Fica calma, Gio. Ele vai vir. – Bia fala perto de mim quando a Marina sai atrás da Cecília.
Cecília volta e eu e as meninas descemos para esperar a Marina. Cecília ficou esperando meu
irmão e a Marina na cama. Meu coração estava acelerado, queria ver o Gabriel novamente, pois
agora não éramos só amigos. Se bem que nem eu sabíamos o que éramos.
Passou um tempinho e os três desceram. Vi que o meu irmão estava procurando o Gabriel com os
olhos. Será que havia acontecido alguma coisa? Porque o horário combinado já tinha passado. E se
tinha uma pessoa que odeia atrasos, essa pessoa é o Gabriel. Vejo que o Giovanni e o Júlio também
olham na direção do meu irmão.
- Oi, vovó Bárbara. Sabia que agora eu tenho mais uma vovó e mais um vovô? – Meus pais
abriram um sorriso para a Cecília – E mais tias e tios?
- Que legal, meu amor. – Minha mãe fala achando graça.
- Cadê o Gabriel? Ele já saiu do trabalho há mais de uma hora e meia. – Giovanni pergunta
preocupado para o meu irmão e os meninos também.
- Se ele não aparecer em meia hora, ligo para a polícia e coloco atrás dele. – Lorenzo terminou
de falar e a campainha tocou.
- Oi, a Senhora deve ser a Dona Laura. Muito prazer. – Ele fala sem graça e a aparência dele é de
cansado.
- Oi, meu filho. Sou sim. Entra, por favor. Fique à vontade. – Dona Laura fala educadamente.
Gabriel cumprimenta todos e eu vejo que ele está nervoso com alguma coisa. Ele me dá um beijo
e pega o Gustavo no colo e o abraça como se ele fosse sumir a qualquer momento e ninguém entende
nada. Inclusive eu.
- Vou ficar com as crianças na sala de cinema. – Dona Silvia, a governanta, percebendo o clima,
chama a Cecília e pega o Gustavo.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? O motivo do jantar e o motivo do Gabriel
estar desse jeito. – Falo alterada percebendo que tem alguma coisa errada.
- Posso começar? – Gabriel pergunta encostado na parede.
- Pode. Depois falamos sobre o que precisamos. – Marina fala
- Lorenzo, sabe o caso que você e a Marina estão cuidando? O de tráfico humano? – Meu irmão
balança a cabeça indicando que sim – Então vocês sabem que está com a Polícia Federal há um
tempo. – Quando ele cita a Federal, sei que ele está no meio.
- Não me fala que o delegado do caso é você. – Meu irmão pergunta entendendo tudo.
- Sim, e depois que eu saí da casa dos seus pais ontem, meu celular tocou e alguém falando para
eu travar o caso e queimar tudo que temos ou quem sofreria as consequências seria a minha família.
E mandou foto de vocês, da Gio e do Gustavo. – Passa a mão nocabelo e eu vou até ele.
- Ligaram para a Marina também. Esse é o motivo do jantar. Montar estratégias de segurança. E
eu sei que ligaram para a Marina para me atacar.
- É bom eu não ficar de frente com nenhuma dessas pessoas, ou eu meto uma bala na cabeça de
cada um. – Para o Gabriel falar assim, é que o caso é muito sério e que ele está muito bravo.
- Ninguém vai meter bala em ninguém. Vamos agir racionalmente. – Meu pai fala.
- O Diogo está certo. Eu sei o sentimento de quando mexem com a nossa família. Mas vamos
pensar cautelosamente. – Sr. Roberto fala. Ele era desembargador, então obviamente que iriam mexer
com a família.
- Gio, por favor, venha você e o Gustavo ficarem na minha casa. Eu não vou sossegar de saber
que vocês dois estão sozinhos em casa. – Gabriel me pede e eu não penso duas vezes.
- Tudo bem. Nós vamos. – Eu não sei quem ficou mais em choque: meus pais, a minha irmã, o
Lorenzo, os meninos ou próprio Gabriel.
Ficamos conversando por volta de até às 21:00 e fomos jantar. Os meninos, juntamente com o
meu pai e o Sr. Roberto decidiram tudo sobre os carros, quem vai fazer a segurança de quem. Mas a
todo momento, estava preocupada com o Gabriel. Se antes eu já ficava preocupada com ele por ser
da Polícia, agora com esse caso, eu não vou dormir enquanto ela não pisar dentro de casa.
- Eu se eu for passar um tempo com o meu irmão? – Sofia soltou e a cara do Miguel, era de
assombro, só não entendi qual era o problema – Assim vocês não precisam se preocupar com a
minha segurança e eu volto quando tudo se resolver.
- Como assim? Você está pensando em ir para a França? – Miguel pergunta num tom desesperado
e começo a entender tudo. Ela estaria longe dele.
- Sim. Pode ser que nada aconteça comigo porém para evitar isso, vocês teriam que colocar mais
seguranças comigo porque eu sou sozinha e eu não quero que gastem comigo. Eu posso pagar. – Ela
fala olhando para as amigas.
- Pronto. Você não vai ficar na sua casa sozinha. Você vem ficar um tempo comigo. – Miguel fala
e nós olhamos para ele.
- O que está acontecendo hoje, meu Brasil? Todo mundo indo morar com todo mundo? – Carol
fala indignada e eu dou risada.
- Quem disse que eu vou morar com alguém, Carol? – Sofia disse rindo e o Miguel dá um sorriso
de lado.
- Com a determinação do Sr. Miguel De La Costa ali, já está mais do que decidido, minha cara
amiga. - Olívia diz rindo.
- Bom, se já está tudo decidido, vamos jantar? – Marina interfere.
- Vamos, cunhadinha. Estou morrendo de fome. – Bia fala já levantando para pegar a comida – Só
precisa chamar a Dona Silvia e a Cecília.
Comemos na maior tranquilidade que conseguimos pois mesmo com as risadas e brincadeiras
durante o jantar. Havia o medo de algo acontecer. Precisava conversar com o Gabriel. Quando
estávamos indo para os carros, o Gabriel me parou.
- Eu vou te seguindo até a sua casa, pegamos algumas roupas para você aos poucos vamos
pegando mais.
- Tudo bem. Também preciso pegar as coisas para o Gu.
- Não precisa. – Olho confusa para ele – Eu montei um quarto para ele em casa.
- Você está falando sério? – Ele coça a cabeça e balança a cabeça – Se você não gostar podemos
trocar. Comprei roupas também. O armário está cheio. Só precisa comprar fraldas, lenços e o que
mais você achar necessário.
- Eu sei que deveria falar isso em um outro momento, mais romântico de preferência mas não vou
esperar mais. – Ele me olha e eu tomo a coragem – Eu te amo.
Quando eu termino de falar, ele vem e me beija. Pela primeira vez eu tive coragem de falar o que
eu sentia. Se ele vai retribuir ou não, já não sei. Se ele vai querer que eu more apenas um tempo e
depois volte para minha casa, também não sei mas irei aproveitar cada momento.
- Eu também te amo, Gio. Você não sabe o quanto eu ansiava escutar isso. – Fala e eu tenho
vontade de chorar.
- Vamos pegar as coisas? Todos já foram. – Falo contra a boca dele rindo.
- Vamos. E Gio, mais uma vez, eu te amo. – Meu coração acelerou. Entrei no carro e fomos para a
minha casa.
Fiz duas malas com as minhas roupas, coisas de higiene e tudo o que precisava. E por ser tarde e
não ter que parar em farmácia, peguei as fraldas, mamadeiras, talco, lenços e o bichinho preferido
dele.
Fomos também nos dois carros. Eu e o Gu no meu e o Gabriel no dele. Deixaria meu carro na
casa dele pois como moraria lá, se precisasse sair, não dependeria de ninguém. Quem diria que eu
iria morar com o Gabriel. Mesmo que não seja em um momento agradável, cheio de tensão, fico feliz.
Gabriel Salvatore
Quando a Gio aceitou a morar comigo eu tive dois sentimentos: choque, por achar que ela ia
negar e felicidade, pois o que seria o tempo da investigação, poderia virar para sempre. E era isso,
uma vez que ela entrar naquela casa, ela não irá mais sair. Terei minha mulher e filho comigo.
Assim que chegamos em casa, ela foi tirar o Gustavo da cadeirinha que estava dormindo e eu fui
tirar as malas. Será que ela gostaria do quarto que montei para o nosso menino? Eu fiz tudo com tanto
carinho.
- O que você tanto pensa? Posso ver fumacinha daqui. – Gio fala passando a mão no meu cabelo.
- Se você não gostar do quarto que eu fiz para o nosso pequeno. Pode mexer no que quiser. Na
casa inteira.
- Eu sei que eu vou amar. – Me deu um beijo e foi entrando. Era tudo muito natural entre nós.
Porque era o certo.
Fui levar as malas dela para o meu quarto e iria leva-la para ver o quarto do nosso menino.
Quando a arquiteta foi dando as dicas, eu amei. Sabia que iria ficar lindo e como a Gio gosta, mais
claro. Ficou espetacular.
- O quarto é aquele ali. – Apontei para a porta ao lado da do meu quarto, que agora era nosso.
- Meu Deus! Gab, o quarto é lindo. – Olhou pra mim – Quando? Como?
- Uma amiga que é arquiteta me ajudou. No sábado já estava pronto mas nós estávamos um pouco
ocupados. – Demos risada.
- Nós podemos conversar? – Gio falou colocando o Gustavo no berço.
- Claro. Pode ser no quarto? Eu estou exausto.
- Pode sim. Por que você comprou uma casa tão grande, Gab? – Fiquei em dúvida se eu falava ou
não.
- Porque eu sempre quis ter uma família grande e depois que meus pais morreram, esse desejo se
tornou mais forte. – Gio me olhou – Sempre quis crianças e cachorro em casa.
- Bom, uma criança você já tem aqui. Falta o cachorro. E eu espero que seja comigo porque
agora não tem mais volta. – Quando ela falou aquilo, tudo entrou em curto circuito.
- Você está dizendo que...
- Exatamente isso que você entendeu. Se você quiser, eu moro com você e não apenas por conta
do caso que você está na Polícia. Quando eu descobri que estava grávida, estava para terminar com o
João. – Ela me fitou tão profundamente – O motivo de eu terminar com ele, era porque eu vi que eu
estava apaixonada por você.
- Gio, quando você contou que estava grávida, foi como se eu tivesse tomado uma facada mas eu
fiquei super feliz ao mesmo tempo. Entende? – Ela balançou a cabeça – E quando você falou que o
babaca do João não queria saber do Gustavo, eu já o considerei meu. Já amava você bem antes.
- Nós perdemos mais de dois anos. Vamos recuperar tudo o que poderíamos ter vivido. – Meu
beijou – E sobre o caso, não irá acontecer nada com a gente.
- Sabia que tirando a preocupação por causa desses desgraçados, eu sou o homem mais feliz?
- Você é? Por que? – Falou me provocando. Ela sabia o motivo.
- Porque a mulher que eu amo e o meu filho estão debaixo do mesmo teto que eu.
- Eu acho tão lindo quando você chama o Gustavo de filho. – Falou emocionada e sorrindo.
- Eu não sei explicar, Gio. Desde o momento em que eu peguei ele no colo. Pareceu que um raio
me atingiu. Você me entende?
- Entendo completamente. Porque foi assim que eu me senti. E ele é o seu filho. Só não tem o
mesmo sangue mas isso não te torna menos pai.
- Obrigada por compartilha ele comigo. – Olhei para ela em dúvida se perguntava o que queria –
Quando você disse de morar comigo, você estava falando sério?
- Estava mas se você achar que estamos indo rápido demais ou que não é isso o que quer,
terminando o caso, voltopara a minha casa. – Gio fala com a voz embargada.
- No momento em que você passou por aquela porta, já era definitivo. Eu amo vocês.
- Mas eu só fico se você me prometer que irá voltar para nós todos os dias. – Eu sei o medo que
a Gio tem e entendo completamente.
- Claro que eu voltarei. Inclusive, estava pensando de depois que terminar esse caso, montar
alguma coisa com os meninos.
- Eu acho maravilhoso. – Ela olhou entre eu e o closet – Onde eu posso colocar minhas roupas?
- Como eu só ocupei um lado do Closet, pode pegar o outro lado para você.
- Ai que demais! Eu vou dividir o closet com alguém. – Saiu pulando – E com alguém que eu amo
e me ama de volta. – Ela falou a última parte baixo para eu não escutar mas escutei.
- Você quer ajuda? – Entrei no closet e ela estava parada.
- Eu não tinha visto o closet, está lindo. – Falou com um sorriso no rosto – Amanhã podemos
pegar o resto das roupas na minha casa?
- Claro. Agora eu vou tomar um banho para poder dormir, caso não precise de mim.
- Eu já vou também. – Veio pulando até mim – Eu te amo.
- Eu também te amo, meu amor. – Ela sorriu. Acho que nunca vou me acostumar a ouvir esse “eu
te amo”. Esperei tanto tempo e achando que não era correspondido e agora tendo os dois morando
comigo e ela se declarando, era praticamente um sonho. E não ligo em ser piegas.
Enfim eu estava montando a família que eu sempre quis e com a mulher que eu amo.
Capítulo 06
Acordo e estou praticamente encima do Gabriel. Ele nem se mexe. Deve estar tão cansado por conta
do trabalho e preocupado e eu não sei como ajudar. Resolvo levantar para ir fazer o café da manhã
para nós três.
Estou preparando o café da manhã quando toca a campainha. Vejo o Gabriel descendo com a
arma no cós da calça. Não sei o motivo de não terem interfonado para liberarem a pessoa. Deve ser
por isso que o Gabriel desceu.
- Não saia da cozinha, ok? – Gabriel fala olhando para mim.
- Claro, fica tranquilo.
Ele vai até a porta e quando ele abre, aparece uma mulher lindíssima. Deve ser um pouco mais
velha que eu e por estar com a arma na cintura, deve ser da equipe dele. Confesso que estou com
ciúmes. Que mulher é essa?
- Quando ia me contar, seu idiota? – Fala empurrando ele e vindo na minha direção com um
sorriso no rosto.
- Espera aí, sua maluca. – Gabriel grita para a mulher.
- Fica quieto aí. Prazer, eu sou a Heloísa. Trabalho com o babacão ali. – Aponta para o Gabriel -
Fica tranquila, é mais fácil eu me apaixonar por você do que por ele. Se bem que eu descobri que eu
sou bissexual. – Fala e dá uma piscadinha.
- Prazer, eu sou a Giovanna.
- Ah, minha querida. Eu sei muito bem quem é você. – Olho confusa para ela – Sou da equipe
daquele babacão há três anos. E há três anos ele fala de você e há dois anos ele tem uma fotografia
de vocês na mesa dele. – Ela fala rindo.
- Você é muito fofoqueira. Sua mãe não ensinou que é feio fazer fofoca? – Gabriel fala vindo na
minha direção.
- Não, não me ensinou que é feio porque ela fofoca comigo. – Puta merda. Ela é hilária.
- Gabriel, eu adorei a Helô. – Olho para ela – Posso te chamar assim?
- Claro que pode. Você é minha cunhada. – Piscou para mim.
- Querem que eu suba para conversarem?
- Não, pode ficar, meu amor.
- Calma aí. É real vocês dois? Eu falei de cunhada para ver se você percebia que ele é
apaixonado por você. – Helô pergunta segurando um sorriso.
- Bom, se ele quiser, é real. Já vem até com um pacotinho.
- Vou pegar um cachorro para vocês. Aliás, podem me dar sobrinhos.
- Meu Jesus! – Gabriel foi pegar o suco.
- Vou pegar o pequeno para você conhecer. Já venho.
Subi para pegar o Gu e dar um banho nele. Enrolei um pouco para dar tempo deles conversarem e
desci. Ela estava com uma cara de choro e me deixou preocupada. Não era a mesma mulher que eu
deixei aqui.
- Está tudo bem, Helô?
- Não, não está. Preferia quando eu só gostava de ficar com mulher. – Ela fala e toma o suco dela.
- Eu conheço o babaca? – Gabriel pergunta.
- Primeiro, ele não é babaca. Segundo, ele é seu amigo. Terceiro, ele é o Lucas. – O Gabriel só
faltou derrubar o copo.
- Como assim? O Lucas Devenport? O nosso amigo? – Gabriel pergunta atordoado.
- Tem outro Lucas que é amigo de nós dois? – Ela abaixa a cabeça – Ele ia sair ontem e me
chamou. Fomos para um barzinho e bebemos além da conta e ele falou que é e sempre foi apaixonado
por mim.
- Então todas as vezes que falávamos da mulher que nem ligava para ele e ele a defendia, era
sobre você. – Gabriel fala como se tudo agora fizesse sentido.
- E você, Helô? Gosta dele? – Eu pergunto pois não sei nada sobre eles dois.
- Pensei que não, só que semana passada quando eu vi ele com uma mulher, fiquei morrendo de
ciúmes mas pensei que era por conta da nossa amizade. – Ela fala chorosa.
- Mas não é. Acertei?
- Sim. Ele sabe que você é bissexual ou ele acha que você é lésbica? – O Gabriel pergunta.
- Uns meses atrás eu conversei com ele e falei que era bi mas nunca tinha tido muito interesse por
homem. Se bem que o Lucas não é qualquer homem.
- Me mostra uma foto dele.
- Giovanna Fabrinni! Para que você quer ver a foto do Lucas? – Gabriel pergunta com ciúmes.
- Como diz a minha querida irmã Beatriz: você não confia no seu taco?
- Confio. E sua irmã é uma bruxa. Só para constar. – Gabriel começa a rir.
- Vamos deixar minha vida amorosa de lado. Vamos ao que interessa. Conseguiu falar com o juiz?
– Já entendi que é sobre o caso do tráfico.
- O juiz no caso é meu irmão e ele está igual um louco porque também foi ameaçado.
- Eu fui também. Aquele dia na polícia eu não falei mas tiraram uma foto minha e do Lucas e
também o ameaçaram. Não posso deixar nada acontecer com ele. Me entende? – Helô fala
preocupada.
- Por que você não conversa com ele?
- O que eu vou falar? – Helô me pergunta.
- A verdade? Que você gosta dele. – Gabriel fala.
- Ou você vai deixar outra mulher chegar antes de você? – Pergunto para provocar.
- Nenhuma mulher vai chegar perto dele. – Ela fala decidida e eu sei que ela vai falar com ele. –
Bom, cadê o pequeno? – Fui até o sofá pegá-lo pois havia colocado ele para ver desenho.
- Que criança mais linda. Vem com a titia Helô.
- Já separei as frutas para ele. Vou subir para tomar banho e me trocar. – Gabriel fala dando um
beijo em mim. – Você espera, Helô?
- Claro. Vou ficar aqui com esse fofo e a Gio. – Helô me olha. – Atrapalhei algo?
- Claro que não. Nós vamos pegar o resto das roupas na minha casa.
- Fico muito feliz por vocês. O Gabriel sempre foi apaixonado por você.
- Nós conversamos ontem. Quando descobri que estava grávida do Gustavo, estava indo terminar
com o João por conta do Gabriel mas nada saiu como o planejado.
- Se você tivesse falado dos seus sentimentos por ele desde o começo, ele ficaria com você. –
Helô fala.
- Eu não sabia disso na época e estava muito perdida. Mas querendo ou não, ele sempre esteve
comigo.
- Já aviso, no casamento, quero ser madrinha. – O Gabriel desceu e pegou o Gustavo para que eu
pudesse tomar banho.
- Já venho. Vou tomar um banho e já desço.
- Eu já vou. Fiquei de passar na minha mãe. Foi um prazer te conhecer, Gio. Tchau, Gab. Até
segunda. – Helô foi embora e eu subi.
Gabriel Salvatore
Assim que a Helô subiu, sentei no sofá com o Gustavo. Aquele cheirinho de bebê era tão gostoso.
Toda vez que o Gustavo estava no meu colo, me sentia o homem mais feliz. Ele é um menino espoleta
mas carinhoso e risonho.
- Filho, o que você está vendo? – Ontem quando a Gio falou que eu era pai do Gu, me senti
realizado pois era assim mesmo que eu me sentia.
- Pintadinha. – Nem tudo ele consegue falar ainda. Algumas coisas saem embolado mas para uma
criança que tem menos de dois anos, ele fala bastante.
Pensando na idade dele, lembro que daqui 6 meses é aniversário dele e eu vou conversar com a
Gio para fazermos uma festinha para ele aqui em casa. Enquanto passa o desenho, ele assiste
concentrado. Uns trinta minutos depois, a Gio desce pronta para sairmos. Nunca vou me acostumar
com a beleza dela.
- Estou pronta. Vamos?
- Sim, mama. Colo. – Estendeu

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