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PROVA TEÓRICA 1 - Bases Biológicas da Prática Médica III

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AVALIAÇÃO TEÓRICA I 
 
Bases Biológicas da Prática Médica III (BBPM3) - 2021.1 
 
ORIENTAÇÕES: 
● Sua avaliação contém quatorze (14) questões. Verifique se está completa. 
● Não se esqueça de colocar seu nome e RGA no cabeçalho da avaliação. 
● Faça download dessa prova antes de começar a responder às questões. 
● Se possível entregue suas respostas dentro dos quadros coloridos que possui o R de Resposta ou que 
esteja colorido para inserção de sua resposta.. 
● Leia atentamente a orientação de devolução de prova que foi enviada para o Classroom e siga-a 
corretamente. 
● A avaliação terá duração de 4h, com início às 13:15h (fuso MS) e término às 17:25h (fuso MS). 
● Atente-se para não perder o prazo de devolução no sistema Classroom, pois teremos tolerância de 5 minutos 
sem desconto do valor total da avaliação. 
● Caso sua avaliação seja entregue entre 5 - 15 minutos de atraso, sua prova terá desconto de 10% do 
valor total. 
● Caso sua avaliação seja entregue após 15 minutos de atraso, ela não será corrigida. 
● Caso tenha problema no processo de devolução de sua avaliação ou qualquer outro imprevisto, entre em 
contato com o coordenador do eixo. Boa Prova!! 
 
 Nome: TABITHA RAISA KISELAR AGUILERA RGA: 2020.0744.042-0 
 
CASO CLÍNICO 01 
MCB, 27 anos, encontrado desacordado por familiares e encaminhado à unidade de emergência. Foi admitido 
na UTI com história de ingestão de Carbamato Aldicarbe (chumbinho) após briga familiar. Na admissão: 
rebaixado (Glasgow: 3/15), broncoespasmo e sialorreia intensa (babando muito). Na UTI, Tc: 36,5 ºC 
(afebril) apresentava pupilas puntiformes (miose) não fotorreagentes; ECG de emergência: bradicardia 
sinusal; FC: de 33 bpm; PA: 135 / 83 mmHg, sem uso de drogas vasoativas; AP: roncos e sibilos inspiratórios 
e expiratórios generalizado. Após aspiração de vias aéreas foi percebido abundante secreção clara. Sinais 
de diminuição de esvaziamento gástrico e boa diurese por sonda vesical. Mantido em dieta zero, com 
lavagem gástrica e iniciado suporte com antídoto específico administrado em bomba de infusão contínua. 
Reavaliado após 36 h apresentava pupilas médias, isocóricas (normais) e fotoreagentes, porém permanecia 
sonolento. Após 4 dias retomado nível de consciência, revertido a bradicardia (FC de 89 bpm) e melhora do 
broncoespasmo foi realizado desmame com sucesso e retirado o tratamento indicado. Paciente foi admitido na 
enfermaria no 6º dia de internação. 
Exames laboratoriais: Hemoglobina 17 g/dL (13,5 a 18 g/dL); Hematócrito 46% (40 a 50%); Leucócitos 
(12.700/L 4.500 a 11.000/L); Plaquetas 160.000/L (150.000 a 450.000/L); Ureia 47 mg/dL (10,0 a 50,0 mg/dL); 
Creatinina 0,9 mg/dL (0,7 a 1,2 mg/dL); Sódio 148 mEq/L (135 a 145 mEq/L); Potássio 4,7 mEq/L (3,5 a 5,5 
mEq/L); Colinesterase 79 U/L (5.500 a 13.400 U/L). 
 
 
Questão 01 [Farmacologia] O paciente em questão sofreu uma intoxicação por agente anticolinesterásico. 
Correlacione o mecanismo de ação do agente tóxico com as respostas fisiológicas observadas. (Máximo: 10 
linhas) 
 
R: O alvo farmacológico do agente é a enzima colinesterase (AChE), tendo a inibição da mesma como 
mecanismo de ação. Ao inibir AChE, gera-se um efeito parassimpatomimético indireto, causando aumento das 
concentrações de acetilcolina (ACh) nos tecidos, ativando exacerbadamente os receptores muscarínicos e 
nicotínicos. Vale lembrar que a inibição da enzima é irreversível, por isso, enquanto não houver síntese de novas 
enzimas, não haverá degradação suficiente de ACh e os sintomas continuarão a ser apresentados. ACh liberada 
por n. pré ganglionares ativam os receptores N2 dos gg autonômicos aumentando também a liberação de ACh 
fibras pós ganglionares do parassimpático que superativam: receptores M3 das gll salivares causando a 
sialorreia, receptores M3 do esfíncter pupilar causando a miose, receptores M2 do coração causando 
bradicardia, receptores M3 do músculo detrusor da bexiga aumentando a diurese, receptores M3 do pulmão 
aumentando secreções tranqueobrônquicas e causando broncoconstrição, levando a broncoespamos. 
 
Questão 02 [Anatomia] Sobre os sintomas “pupilas puntiformes (miose) não fotorreagentes e sialorréia” e a 
anatomia e embriologia do Sistema Nervoso Autônomo. Responda V (verdadeiro) e F (falsa): 
 
(F) Os sintomas indicam ação da divisão simpática do Sistema Nervoso Autônomo, sobre sua anatomia, 
podemos compreender que o destino das fibras pós ganglionares são: partem por intermédio de um nervo 
espinal - este ramo é chamado de ramo comunicante cinzento ou podem ser nervos independentes ligando 
diretamente a víscera ou ainda, podem seguir através de uma artéria. 
(F) A inervação simpática da cabeça se dá pelas fibras pós-ganglionares do nervo vago, que seguem via artéria 
carótida até as células alvo. 
(V) Com respeito a localização dos neurônios pré e pós-ganglionar do sistema simpático, podemos definir que: 
o neurônio pré-ganglionar está na coluna intermediolateral da medula espinal, o neurônio pós-ganglionar está 
na cadeia de gânglios paravertebrais ou ainda em gânglios pré-vertebrais próximos de grandes vasos 
sanguíneos. 
(V) Os sintomas indicam ação da divisão parassimpática do Sistema Nervoso Autônomo, sobre sua anatomia, 
é correto dizer que o neurônio pré-ganglionar está localizado em alguns núcleos dos nervos cranianos no tronco 
encefálico, como também no segmento sacral da medula espinal. 
(V) São formações embriológicas das células da crista neural: g. espinal, g. do tronco simpático, g. celíaco, g. 
renal, plexo no trato intestinal, g. renal, gl. suprarrenal, medula suprarrenal e melanócito. 
 
Questão 03 [Anatomia] Sobre a anatomia da parede torácica, responda a alternativa correta: caso fosse 
necessário uma intervenção cirúrgica na parede torácica da paciente, como por exemplo passar um dreno de 
tórax pelo espaço intercostal, com quais formações anatômicas o cirurgião deverá se preocupar? Assinale a 
questão correta. 
 
A. Com a posição da veia, artéria e nervo intercostal, esses elementos passam no sulco costal que se 
localiza na borda superior de cada costela, enquanto que seus ramos colaterais passam na borda inferior 
da costela subjacente entre os músculos intercostais íntimo e interno. 
 
 
B. Com a posição da veia, artéria e nervo intercostal, esses elementos passam no sulco costal que se 
localiza na borda inferior da costela, enquanto que seus ramos colaterais passam na borda superior da 
costela subjacente entre os músculos intercostais íntimo e interno. 
 
C. Com a posição da veia e artéria intercostal, esses elementos passam no sulco costal que se localiza na 
borda inferior da costela, enquanto que seus ramos colaterais passam na borda superior da costela 
subjacente entre os músculos intercostais externo e interno. 
 
D. Com a posição da veia, artéria e nervo intercostal colateral, esses elementos passam no sulco costal 
que se localiza na borda central da costela, enquanto que seus ramos colaterais passam na borda 
superior da costela subjacente entre os músculos intercostais médio e interno. 
 
 
Questão 04 [Fisiologia] O paciente do caso, após ingestão de Carbamato Aldicarbe, sofreu uma série de 
alterações em funções vegetativas. Com relação ao sistema nervoso autônomo, assinale V para verdadeiro e 
F para falsa nas seguintes afirmações: 
(V) Em caso de queda na temperatura ambiente, em que são necessários mecanismos de retenção de calor 
ativam-se vias simpáticas, levando a vasoconstrição periférica e aumento do metabolismo de glicose para 
produção de calor. 
(F) As respostas sensoriais advindas do ambiente podem modular a resposta do sistema nervoso autônomo 
através de estímulos no hipotálamo. A resposta ao estresse caracteriza-se pela ativação parassimpática 
modificando as funções viscerais, como diminuição da frequência cardíaca, constrição dos vasos sanguíneos, 
diminuição da frequência respiratória e aumento dasalivação e da secreção da insulina. 
(F) A ação do sistema simpático, no músculo detrusor da bexiga, promove contração, porém, no esfíncter uretral 
interno, a ação da noradrenalina, provoca relaxamento. 
(F) A ativação do receptor colinérgico M2, está associada à diminuição de AMPc e inibição de canais de Ca++ e 
K+ por meio da estimulação da proteína Gi. 
(F) A ativação de receptores colinérgicos M1, M3 e M5, acoplados à proteína Gs, induzem a ativação da 
fosfolipase C, que promove a hidrólise de fosfoinositídeos e a produção de segundos mensageiros (DAG e Ip3); 
M2 e M4, acoplados à proteína Gi, quando ativados inibe a atividade da adenilato ciclase e reduz os níveis 
intracelulares de AMPc. 
Questão 05 [Fisiologia] MCB foi submetido a ECG de emergência que evidenciou bradicardia sinusal (FC: 33 
bpm). Explique o efeito cronotrópico negativo observado. 
A ativação parassimpática gera o efeito cronotrópico negativo. O sistema nervoso parassimpático causa 
hiperpolarização da célula cardíaca que já possui, fisiologicamente, uma despolarização lenta. A bradicardia é 
gerada pelo aumento das correntes funny (If), que gera influxo de sódio e efluxo de potássio, além de correntes 
de cálcio do tipo lentas. Sendo assim, a depolarização lenta somada à hiperpolarização culminam na diminuição 
da frequência cardíaca e, consequentemente, a bradicardia sinusal apresentada. 
 
Questão 06 [Fisiologia] Além do efeito cronotrópico negativo, poderiam ser observados os efeitos lusitrópico, 
inotrópico e dromotrópico negativos. Explique como ocorrem cada um desses efeitos. 
Efeito lusitrópico negativo: diminuição da velocidade de relaxamento muscular devido à diminuição da 
recaptação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático – íons cálcios ficam dispersos no citoplasma da célula 
cardíaca, impedindo relaxamento muscular para que um próximo ciclo aconteça. 
Efeito inotrópico negativo: diminuição da força de contração cardíaca. Ativação parassimpática diminui o 
influxo do cálcio, diminuindo a disponibilidade deste íon para a contração muscular e sensibilização de 
rianodina. Como a contração é dependente direta da disponibilidade de cálcio, menos cálcio disponível gera 
uma menor força de contração 
Efeito dromotrópico negativo: diminuição da frequência cardíaca pela ativação de canais de potássio 
dependentes de acetilcolina, levando a uma hiperpolarização celular, diminuindo o potencial diastólico 
máximo com uma maior saída de potássio por uma maior quantidade de tempo. 
 
CASO CLÍNICO 02 
 
A.M., sexo feminino, 70 anos de idade com história de crises convulsivas recorrentes, sem alterações em 
exames neurológicos. A paciente possuía história de filhos com aumento do intervalo QTc (intervalo QT 
corrigido). Após um episódio de parada cardiorrespiratória por 5 minutos, foi identificado ritmo de fibrilação 
ventricular pela equipe da emergência. Foi realizada desfibrilação e levada ao hospital. O ECG demonstrou 
ritmo sinusal, 50 bpm e intervalo QTc de 475 ms. Holter (24h) registrou intervalo QTc de até 525 ms com 
torsades de pointes autolimitado. Foi diagnosticada com síndrome do QT longo (SQTL) congênita. Iniciou 
tratamento apropriado, além de prevenção com cardioversor desfibrilador implantável (CDI). 
 
Questão 07 [Farmacologia] O tratamento farmacológico da SQTL varia de acordo com o tipo e mutações 
envolvidas. Ibutilida é um bloqueador de canais de potássio e pode ser contra-indicada em pacientes com 
prolongamento do intervalo QT. Explique porque a ibutilida é contra-indicada, neste caso. (Máximo 10 linhas) 
R: Bloqueadores de canais de potássio podem causar despolarização precoce, caracterizando a 
manifestação de Torsades de Pointes. Com o bloqueio de canais, a corrente de potássio hiperpolarizante 
diminui, o que acarreta o prolongamento da repolarização das células e aumento do período refratário, o que 
pode propiciar o desencadeamento das pós-despolarização. Assim, como a paciente do caso já apresenta 
uma repolarização lenta, demonstrada pela síndrome do QT longo, o prolongamento ainda maior da 
repolarização pode aumentar as chances de ocorrer arritmias graves. Sendo assim, a administração de 
ibutilida torna-se contra-indicada nesse caso. 
 
 
Questão 08 [Embrio/histologia] Em relação à câmara cardíaca afetada pela condição de A.M., descreva seu 
processo de septação (incluindo as etapas de septação e a importância destas etapas, assim como se existe 
alguma estrutura importante para a circulação fetal neste local). 
 
R: O tubo cardíaco inicialmente é único e dividido em seio venoso, átrio primário, ventrículo primitivo, bulbo 
cardíaco e trato de saída. Esse tubo sofre um dobramento e septação. Referente à câmara cardíaca afetada 
 
pela condição da paciente, deve-se citar, primeiramente, a septação atrioventricular, que separa a átrios e 
ventrículos, sendo importante e necessária etapa para a separação sistêmica e pulmonar. Além disso, o septo 
atrioventricular (AV) serve de “guia” para a formação de outros septos. A formação dessa estrutura é gerada 
a partir da formação de coxins endocárdicos, dorsal e ventralmente, e ao redor do canal atrioventricular – há 
a fusão desses coxins e com isso, a formação do septoatrioventricular. A septação interventricular (IV) é 
dependente do trato de saída, onde estarão localizados a aorta ascendente e o tronco pulmonar. Por isso, é 
importante que o correto posicionamento desse septo para que haja correta ligação do ventrículo esquerdo 
com a aorta ascendente e do tronco pulmonar com o ventrículo direito. A septação IV acontece de forma 
espiralada e isso viabiliza a correta posição dos grandes vasos. O septo IV é muscular e cresce em direção 
ao septo AV, formando o forame IV. Na oitava semana de desenvolvimento, há obliteração desse forame 
quando o septo aorticopulmonar estiver completo. Logo, o ventrículo estará completamente septado com a 
formação do septo ventricular membranoso, formado pelo septo IV, septo do trato de saída e septo AV. 
Estruturas importantes para a circulação fetal são o ducto venoso (responsável pelo desvio do sangue 
oxigenado proveniente da veia umbilical diretamente para o coração, sem que ele passe pelos capilares 
hepáticos), o forame oval (responsável pela comunicação atrial e passagem de AD para AE) e o ducto 
arterioso (que promove o retorno do sangue que segue para o pulmão de volta par a circulação sistêmica). 
Porém, cabe ressaltar que nenhuma dessas estruturas são encontradas no ventrículo, tendo sua localização 
nas câmaras atriais. 
 
 
Questão 09 [Histologia] Descreva a histologia das células responsáveis pela condução do impulso elétrico na 
região do coração afetada pela condição da paciente. 
 
R: Descrição histológica das células de Purkinje: no feixe atrioventricular, em sua porção mais distal, as 
células diferenciam-se, ficam maiores e recebem o nome de células de Purkinje. Elas estão localizadas na 
camada subendocárdica do coração, possuem um ou dois núcleos centrais, citoplasma rico em mitocôndrias 
e glicogênio. As miofibrilas nessas células são escassas, por isso, em conjunto com a alta concentração de 
glicogênia, tornam-se pouco coradas em preparados histológicos convencionais. 
 
Questão 10 [Fisiologia] A SQTL é uma doença cardíaca caracterizada por um intervalo QT prolongado, 
indicando retardo na repolarização do potencial de ação ventricular, levando ao aumento no risco de ocorrência 
de Torsades de Pointes. Considerando os potenciais de ação cardíaco, descreva como são classificados, quais 
são suas fases e principais correntes envolvidas? 
R: Os potenciais de ação (PA) cardíacos se diferem para as células miocárdicas contráteis e para as células 
miocárdicas autoexcitáveis. 
Para as células miocárdicas contráteis (potencial cardíaco rápido): 
 
FASE 0 – Despolarização: o PA entra na célula pelas junções comunicantes; abrem-se canais de Na+ (influxo 
do íon despolariza rapidamente a célulaque atinge cerca de +20mV antes do fechamento dos canais; há 
também o início da abertura dos canais lentos de cálcio (CaL) 
FASE 1 – Repolarização inicial: fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais transitórios de K+; a 
célula é repolarizada conforme o efluxo de potássio 
FASE 2 – Platô: repolarização inicial é breve; PA se achata formando um platô devido a diminuição da 
permeabilidade de K+ e aumento da permeabilidade ao Ca+2 (CaL que foram abertos lentamente pela 
despolarização da fase 0); Ca+2 entra na célula e alguns canais rápidos de K+ se fecham → a combinação do 
aumento da concentração de cálcio e o diminuição do efluxo de potássio criam o platô 
FASE 3 – Repolarização rápida: platô termina quando os canais de cálcio se fecham e aumenta a 
permeabilidade ao potássio mais uma vez; canais lentos (retardados, chamados Ks e Kr) de potássio são 
ativados pela despolarização e são abertos lentamente 
FASE 4 – Potencial de membrana em repouso: consequente ao efluxo de potássio, potencial de membrana 
em repouso é de -90mV 
Para as células miocárdicas autoexcitáveis (potencial cardíaco lento): o potencial de membrana dessas 
células é instável - inicia em -60mV e lentamente ascende em direção ao limiar (este é o chamando potencial 
marca-passo). A instabilidade da membrana é causada pela presença dos canais de corrente If, que são 
permeáveis aos cátions sódio e potássio. Há formação das correntes If em potenciais de membrana negativos, 
onde o influxo de Na+ é maior que o efluxo de K+. A carga resultante positiva despolariza lentamente a célula 
autoexcitável e torna o potencial de membrana mais positivo e, então, há o fechamento dos canais 
responsáveis pelas correntes If e abertura dos canais de cálcio do tipo T. Com isso, há um influxo de cálcio 
que continua a despolarização, aproximando a célula do limiar de despolarização. Ao atingir esse limiar, CaL 
se abrem causando um rápido influxo de cálcio causando a fase de despolarização rápida. Pico do PA é 
atingido, canais de cálcio se fecham e canais retardados de potássio, Kr e Ks, começam a se abrir (corrente 
de potássio dependente de ACh também pode ser ativada), causando o efluxo de potássio e repolarização. 
Nota-se que esse tipo de PA não possui nem a fase 1 nem a fase 2 descritas acima para as células miocárdicas 
contráteis, ou seja, ao atingir o pico de PA, após a despolarização, elas já vão diretamente para a fase 3, de 
repolarização. 
 
 
CLÍNICO 03 
 
A paciente S.E.M., 3 anos de idade, foi levada ao hospital pelos pais com apneia, hipoglicemia grave com baixa 
produção de corpos cetônicos e evidência laboratorial de defeito no metabolismo oxidativo mitocondrial. Para o 
tratamento foi considerada a administração intravenosa de glicose e, a longo prazo, foi adotado o manejo 
dietético evitando jejum prolongado e mantendo a ingestão adequada de calorias. 
 
Questão 11 [Bioquímica] Qual o distúrbio metabólico mais prevalente apresentado pela paciente? Comente 
sobre a importância da manutenção de substratos energéticos para o coração com base nos sintomas 
apresentados no caso. 
 
 
R: A via metabólica comprometida é a da beta-oxidação, com provável deficiência na enzima MCAD. Destaca-
se que a beta-oxidação é a principal via metabólica usada pelo coração já que no músculo cardíaco encontra-
se a isoforma da hexoquinase com menor afinidade a glicose se em comparação com a hexoquinase 
hepática. Além disso, vale ressaltar que a quebra de ácidos graxos é mais rentável energeticamente, pois a 
cauda hidrocarbonada fornece mais moléculas de acetil-CoA e coenzimas direto para o ciclo do ácido cítrico 
e cadeia respiratória. A beta-oxidação mitocondrial de ácidos graxos também é a principal fonte para síntese 
de ATP, principalmente quando em jejum prolongado. O defeito na metabolização de ácidos graxos de cadeia 
média ocasiona o acúmulo dos mesmos e de seus derivados. A síntese diminuída de corpos cetônicos 
durante o jejum é uma característica da deficiência de MCAD, fazendo com que aumente a importância da 
glicose sanguínea como fonte de energia celular, ocasionando hipoglicemia hipocetótica nos pacientes. Outra 
consequência da não utilização dos ácidos graxos de cadeia média na síntese de corpos cetônicos é o 
acúmulo de acetil-CoA nas mitocôndrias. Esse acúmulo causa a inibição das enzimas piruvato desidrogenase 
e alfa-cetoglutarato desidrogenase, que utilizam a coenzima A como substrato. Assim, ocorre a diminuição 
da conversão do piruvato em aceil-CoA e a diminuição do ciclo do ácido cítrico, visto que a síntese do citrato 
e a conversão do alfa-cetoglutarato também estão diminuídas. Com baixa produção de acetil-CoA, há 
diminuição na síntese de citrato que é precursor do malato, substância necessária para a produção de glicose, 
via gliconeogênese, e precursor do principal regulador inibitório da enzima responsável pela entrada de 
ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria.. Portanto, a deficiência de MCAD também provoca diminuição 
da gliconeogênese e um aumento da entrada de ácido graxo de cadeia longa na mitocôndria, o que agrava 
a hipoglicemia e pode provocar o acúmulo de derivados de acil-CoA graxo nos pacientes. Associado a esse 
processo, também dá-se a redução da ureagênese, levando à hiperamonemia. Assim, conclui-se que a 
deficiência de MCAD acarreta uma descompensação metabólica aguda, gerando lipotoxicidade importante 
que atinge funcional e estruturalmente órgãos como o coração, rins e músculo esquelético, pois a sobrecarga 
metabólica faz com que o fígado acabe não suprindo outras vias metabólicas importantes. Em casos de 
grande descompensação hepática, o paciente pode evoluir para quadro de encefalopatia hepática com danos 
neurológicos importantes. Deve-se também pontuar que outra hipótese para comprometimento da via é a 
deficiência de carnitina, que compromete o transporte de ácido graxo para a mitocôndria. 
 
 
Questão 12 [Genética] Pensando na possibilidade de alguma cromossomopatia como causa para este caso, 
foi solicitado análise do cariótipo de banda G da criança. O resultado foi normal e a imagem consta abaixo, 
porém qual o significado dos cariótipos dos Pacientes A, B e C? Obs. Ao lado de cada conjunto de cromossomo, 
existe a representação esquemática de um cromossomo para auxiliar na identificação das bandas, no tamanho 
e tipo de cromossomo 
 
 
Paciente S.E.M Cariótipo: 46, XY Paciente A R: Síndrome de Patau (47XY +13) 
 
 
 
Paciente B R: Síndrome de Edwards (47XX +18) Paciente C R: Síndrome de Down por 
translocação robertsoniana no 
cromossomo 21 
 
Questão 13 [Imunologia] A) Os antígenos de peptídeos gerados no compartimento citosólico ligam-se a 
moléculas de MHC ____ para apresentação às células T ____. Os antígenos peptídicos gerados em vesículas 
ligam-se a moléculas MHC ____para apresentação às células T_____. 
 
A) Classe I; CD4+; Classe II; CD8+ 
B) Classe II; CD4+; Classe I; CD8+ 
C) Classe I; CD8+; Classe II; CD4+ 
D) Classe II; CD4+; Classe II; CD4+ 
E) Classe I; CD8+; Classe I; CD8+ 
 
 
B) O 
transportador associado com a apresentação de antígeno (TAP) ____ que os peptídeos atravessarem a 
bicamada de membrana do retículo endoplasmático e ligar-se no sulco de ligação vazio das moléculas 
MHC____ que são sintetizadas no retículo endoplasmático. 
 
A) Permite; Classe I 
B) Permite; Classe II 
C) Não permite; Classe II 
D) Não permite; Classe I 
E) Permite; Classe I e II 
 
Questão 14 [Imunologia] Explique a via de ativação de citocinas do tipo I e II pela via JAK-STAT e como, e 
porque a mesma pode ser modulada terapeuticamente. (Máximo 7 linhas) 
 
R: Início pela ligação da citocina com receptores do tipo I e II de citocinas. Ela envolve sequencialmente a 
ativação de JAK associadas a receptores, fosforilação de tirosina mediada por JAK das caudas citoplasmáticas 
dos receptores de citocinas, ancoragem de STAT para as cadeias fosforiladas de receptores,fosforilação de 
tirosina mediada por JAK dos STAT associados, dimerização e translocação nuclear dos STAT e ligação de 
STAT às regiões regulatórias de genes-alvo, causando a ativação da transcrição desses genes. A inibição de 
JAK resulta no bloqueio da sinalização envolvida na ativação, proliferação e função de linfócitos implicados na 
modulação da resposta imune, o que demonstra a modulação terapêutica da via.

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