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PROVAS BBPM III

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1 
 
Quarta Prova de BBPM III 
Sistema Tegumentar 
- O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: 
glândulas sudoríparas, unhas, pêlo, glândulas sebáceas e 
músculos eretores dos pêlos. 
- O epitélio é um tecido avascular composto de células que 
cobrem as superfícies corporais externas e revestem as cavidades 
fechadas internas e os tubos corporais que se comunicam com o 
exterior. O epitélio também forma a porção secretora (parênquima) 
das glândulas e seus ductos. 
- A superficie basal das células epiteliais está presa a uma 
membrana basal subjacente, uma camada acelular, rica em 
proteína e polissacarídeo. 
- Classificação do epitélio: 
 - Simples: uma camada de célula. 
 - Estratificado: duas ou mais camadas de células. 
- Pavimentosas (escamosas): a largura da célula é maior que a 
altura. 
- Cúbicas: a largura, a profundidade e a altura são quase 
idênticas. 
- Colunares: a altura da célula excede a largura. 
- Classificações especiais do epitélio: 
- Epitélio pseudo-estratificado: parece estratificado, embora 
algumas células não alcancem a superficie livre; todas 
repousam sobre a membrana basal. Desta maneira, é 
realmente um epitélio simples. 
- Epitélio de transição (urotélio): reveste o trato urinário inferior. 
É um epitélio estratificado com características morfológicas 
específicas que permitem que se distenda. 
- O endotélio e o mesotélio são epitélios simples pavimentosos 
que revestem o sistema vascular e as cavidades corporais. 
- O domínio lateral das células epiteliais está em íntimo contato 
com os domínios laterais opostos das células vizinhas. 
- Junções de oclusão: representa o componente mais apical no 
complexo juncional entre as células epiteliais; as junções 
desempenham um papel essencial na passagem seletiva de 
substâncias de um lado do epitélio para o outro. 
- Junções de fixação: proporcionam as adesões laterais entre 
as células epiteliais, usando proteínas que se ligam no 
citoesqueleto das células adjacentes. 
- Zônula de adesão: interage com a rede de filamentos de 
actina dentro da célula. 
- Desmossomos: interage com os filamentos intermediários. 
- Junções comunicantes: permitem a passagem direta das 
moléculas de sinalização de uma célula para outra. 
Desenvolvimento da pele e seus anexos: 
- A pele é formada por duas camadas originadas da superfície do 
ectoderma e seu mesênquima subjacente: 
- A epiderme é o tecido epitelial de superfície, derivado 
do ectoderma cutâneo. 
- A derme é a camada mais profunda, constituída de 
tecido conjuntivo denso, não modelado, derivado do 
mesoderma. A rede de tecido conjuntivo embrionário ou 
mesênquima, derivado do mesoderma, forma o tecido 
conjuntivo da derme. 
- A hipoderme ou tecido celular subcutâneo está situado 
abaixo e em continuidade com a derme e não faz parte 
da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos 
subjacentes. É constituído de tecido conjuntivo frouxo 
com muitas células adiposas, formando o panículo 
adiposo. 
- Funções da pele: proteção do corpo contra a desidratação e 
atrito; recebe informações sensoriais sobre o ambiente e as envia 
para o SNC; colabora com a termorregulação do corpo; proteção 
contra os raios UV; apresenta células com funções imunitárias. 
- Epiderme: 
- É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. 
As células mais abundantes nesse epitélio são os queratinócitos. 
A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os melanócitos, 
as células de Langerhans e as de Merkel. 
- A pele é classificada em espessa ou delgada, com base na 
espessura da epiderme. 
- A pele espessa recobre as palmas das mãos e as plantas dos 
pés; ela não possui folículos pilosos, músculos eretores dos 
pêlos nem glândulas sebáceas, mas apresenta glândulas 
sudoríparas. 
- A pele delgada cobre a maior parte do restante do corpo; ela 
possui folículos pilosos, músculos eretores dos pêlos, glândulas 
sebáceas e glândulas sudoríparas. 
- Nas regiões espessas, a pele apresenta cinco camadas, da 
derme para a superfície – basal, espinhosa, granulosa, lúcida e 
córnea. 
- A camada basal é constituída por células prismáticas ou 
cuboides, basófilas, que repousam sobre a membrana basal 
que separa a epiderme da derme. A camada basal, rica em 
células-tronco (stem cells) da epiderme, é também chamada de 
germinativa. Apresenta intensa atividade mitótica, sendo 
responsável, junto com a camada espinhosa, pela constante 
2 
 
renovação da epiderme (em média, 15 a 30 dias para 
renovação completa). 
- A camada espinhosa é formada por células cuboides ou 
ligeiramente achatadas, de núcleo central, citoplasma com 
curtas expansões que contêm feixes de filamentos de queratina 
(tonofilamentos). Essas expansões citoplasmáticas se 
aproximam e se mantém unidas com as das células adjacentes 
por meio de desmossomos, o que confere a cada célula um 
aspecto espinhoso. Na camada espinhosa também existem 
células-tronco dos queratinócitos, e as mitoses ocorrem na 
camada basal e, em menor número, na camada espinhosa. 
- A camada granulosa tem apenas 3 a 5 fileiras de células 
poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de 
grânulos basófilos, chamados grânulos de querato-hialina, que 
não são envolvidos por membrana. As células da camada 
granulosa também possuem os chamados grânulos lamelares. 
Esses grânulos excretam material lipídico, contribuindo para a 
formação de uma barreira contra a penetração de substâncias 
e para tornar a pele impermeável à água, impedindo a 
desidratação do organismo. 
- A camada lúcida, mais evidente na pele espessa, é 
constituída por uma delgada camada de células achatadas, 
eosinofílicas e translúcidas, cujos núcleos e organelas 
citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e 
desapareceram. O citoplasma apresenta filamentos de 
queratina. Ainda apresenta desmossomos entre as células. 
- A camada córnea tem espessura muito variável e é 
constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O 
citoplasma dessas células apresenta-se repleto de queratina. 
- Na pele fina, a epiderme é mais simples, faltando 
frequentemente as camadas granulosa e lúcida e apresentando 
uma camada córnea muito reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- O primórdio da epiderme é a camada de células ectodérmicas 
superficiais. Estas células proliferam e formam uma camada de 
epitélio pavimentoso, a periderme, e uma camada basal 
(germinativa). As células da periderme sofrem queratinização e 
descamação contínuas, sendo substituídas por células originadas 
da camada basal. 
- As células peridérmicas descamadas formam parte de uma 
substância branca e gordurosa - vernix caseosa - que recobre a 
pele do feto. Posteriormente, a vernix contém sebo, a secreção 
das glândulas sebáceas da pele. Durante o período fetal, a vernix 
protege a pele em desenvolvimento da exposição constante ao 
líquido amniótico, que contém urina. Além disso, a vernix facilita o 
parto, em razão da sua constituição escorregadia. 
- A camada basal da epiderme origina o estrato germinativo, que 
produz novas células que são deslocadas para as camadas mais 
superficiais. Após 11 semanas, as células do estrato germinativo 
já formaram uma camada intermediária. 
- A substituição das células peridérmicas continua até 
aproximadamente a 21ª semana; a partir deste período, a 
periderme desaparece e forma-se o estrato córneo. 
- A proliferação das células no estrato germinativo também forma 
as cristas epidérmicas, que se estendem para dentro da derme em 
desenvolvimento. Estas cristas começama aparecer nos embriões 
com 10 semanas e estão completamente formadas em torno da 
17ª semana. As cristas epidérmicas produzem sulcos na superfície 
das palmas das mãos e das plantas dos pés, inclusive dos dedos. 
- As anomalias nos complementos cromossômicos afetam o 
desenvolvimento dos padrões das cristas; por exemplo, as 
crianças com síndrome de Down têm nas mãos e nos pés padrões 
característicos que são utilizados no diagnóstico. 
 
Corte de pele espessa 
de planta do pé 
humano. 
3 
 
 
- Ao final do período embrionário, células da crista neural migram 
para o mesênquima da derme em desenvolvimento e se 
diferenciam em melanoblastos. Mais tarde, estas células migram 
para a junção dermoepidérmica e se diferenciam em melanócitos. 
A diferenciação dos melanoblastos em melanócitos envolve a 
formação de grânulos de pigmento. 
- Na raça branca, os corpos celulares dos melanócitos estão 
comumente confinados às camadas basais da epiderme, mas 
seus processos dendríticos se estendem entre as células 
epidérmicas. Os melanócitos começam a produzir melanina antes 
do nascimento e a distribui para as células epidérmicas. Antes do 
nascimento, a formação do pigmento pode ser observada nas 
raças de pele escura; entretanto, existem poucas evidências de tal 
atividade nos fetos de pele clara. Quantidades aumentadas de 
melanina são produzidas em resposta à luz ultravioleta. O 
conteúdo relativo de melanina nos melanócitos é o responsável 
pelas variações de cor da pele. 
- A melanina é sintetizada nos melanócitos com a participação da 
enzima tirosinase. Em razão da ação dessa enzima, o aminoácido 
tirosina é transformado primeiro em 3,4-di-hidroxifenilalanina 
(dopa). A tirosinase também age na dopa, produzindo dopa-
quinona, que, após várias transformações, converte-se em 
melanina. A tirosinase fica armazenada dentro de vesículas 
chamadas de melanossomos, local onde se inicia a síntese da 
melanina. Inicialmente coexistem melanina e tirosinase nos 
melanossomos. Quando cessa a síntese de melanina, o 
melanossomo está repleto de melanina e perde sua atividade 
tirosinásica, recebendo, então, o nome de grânulo de melanina. 
- Depois de formados, os grânulos de melanina são injetados no 
citoplasma dos queratinócitos. Os grânulos de melanina se 
fundem com os lisossomos dos queratinócitos, e, por isso, as 
células mais superficiais da epiderme não têm melanina. Nas 
células epiteliais os grânulos de melanina localizam-se em posição 
supranuclear. Nessa localização, oferecem proteção máxima ao 
DNA contra os efeitos prejudiciais da radiação solar. 
- Células de Langerhans: localizam-se em toda a epiderme entre 
os queratinócitos, porém são mais frequentes na camada 
espinhosa. Elas são capazes de captar antígenos, processá-los e 
apresentá-los aos linfócitos T, participando da estimulação dessas 
células. 
- Células de Merkel: Essas células existem em maior quantidade 
na pele espessa da palma das mãos e da planta dos pés, 
especialmente nas pontas dos dedos. Se localizam na parte 
profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal e presas aos 
queratinócitos por meio de desmossomos. São mecanorreceptores 
(sensibilidade tátil). 
OBS: células de Langerhans e melanócitos possuem halos claros 
quando visualizadas no microscópio. Os melanócitos estão 
situados na camada basal, enquanto que as células de 
Langerhans estão na camada espinhosa. 
- Derme: 
- É o tecido conjuntivo em que se apoia a epiderme e une a pele 
ao tecido subcutâneo ou hipoderme. A derme apresenta 
espessura variável, com espessura máxima na planta do pé. Sua 
superfície externa é irregular, observando-se saliências, as papilas 
dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondentes da 
epiderme. 
- A derme é constituída por duas camadas, de limites pouco 
distintos: a papilar, superficial, e a reticular, mais profunda. 
- A camada papilar é delgada , constituída por tecido conjuntivo 
frouxo que forma as papilas dérmicas. Os pequenos vasos 
sanguíneos observados nessa camada são responsáveis pela 
nutrição e oxigenação da epiderme. 
- A camada reticular é mais espessa, constituída por tecido 
conjuntivo denso. 
- Ambas as camadas contêm muitas fibras do sistema elástico 
responsáveis, em parte, pela elasticidade da pele. Além dos 
vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são 
encontradas na derme as seguintes estruturas, derivadas da 
epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas. 
- A derme desenvolve-se a partir do mesênquima, derivado do 
mesoderma subjacente ao ectoderma da superfície. 
- Com 11 semanas, as células mesenquimais já começaram a 
produzir fibras do tecido conjuntivo, colágenas e elástica. 
- Quando as cristas epidérmicas se formam, a derme projeta-se 
em direção à epiderme, formando as papilas dérmicas, que se 
interdigitam com as cristas epidérmicas. 
- As alças capilares (tubos endoteliais) se desenvolvem em 
algumas destas criptas e nutrem a epiderme. Em outras cristas, 
formam-se terminações nervosas sensitivas. Os vasos sanguíneos 
da derme começam como estruturas simples, revestidas por 
endotélio, que se diferenciam a partir do mesênquima. A medida 
que a pele cresce, novos capilares se formam a partir dos vasos 
primitivos (angiogênese). Estes vasos simples, semelhantes a 
capilares, foram observados na derme ao final da quinta semana. 
4 
 
Ao final do primeiro trimestre, está formada a principal organização 
vascular da derme fetal. 
- Hipoderme: 
- É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira 
pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. É a camada 
responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas 
quais se apoia. Dependendo da região e do grau de nutrição do 
organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido 
adiposo que, quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo. 
- Glândulas da pele: dois tipos de glândulas, sebáceas e 
sudoríparas, derivam da epiderme e crescem para o interior da 
derme. 
- Glândulas sebáceas: A maioria das glândulas sebáceas 
desenvolve-se como brotos laterais das bainhas epiteliais dos 
folículos pilosos em desenvolvimento. Os brotos das 
glândulas crescem no tecido conjuntivo embrionário 
circundante, ramificando-se para formar os primórdios de 
vários alvéolos e seus duetos associados. As células centrais 
dos alvéolos se rompem, formando uma secreção oleosa - o 
sebo - que é liberada no folículo piloso e alcança a superfície 
da pele, onde se mistura com as células peridérmicas 
descamadas para formar a vernix caseosa. A glândula 
sebácea é do tipo acinosa. 
- Glândulas sudoríparas écrinas: encontradas em toda a 
superficie do corpo, exceto pelos lábios e por parte da 
genitália externa. Essas glândulas são tubulosas simples 
enoveladas, cujos ductos se abrem na superfície da pele. 
Nessas glândulas existem três tipos de células no segmento 
secretor, as células escuras, as células claras e as células 
mioepiteliais. As escuras são adjacentes ao lúmen e se 
caracterizam por abundância em grânulos secretores. As 
claras localizam-se entre as células escuras e as mioepiteliais 
e caracterizam-se por abundância em glicogênio. As células 
mioepiteliais, por sua vez, se limitam ao aspecto basal do 
segmento secretor. Essas glândulas se desenvolvem como 
invaginações epidérmicas que crescem no interior do 
mesênquima subjacente. A medida que o broto cresce, sua 
extremidade enovela-se, formando o primórdio da porção 
secretora da glândula. Durante seu desenvolvimento, a junção 
epitelial da glândula com a epiderme forma o primórdio do 
ducto. As células centraisdos ductos primordiais degeneram, 
formando uma luz. As células periféricas da porção secretora 
da glândula diferenciam-se em células secretoras e 
mioepiteliais. Acredita-se que as células mioepiteliais sejam 
células musculares lisas especializadas, que ajudam a expelir 
o suor das glândulas. As glândulas sudoríparas merócrinas 
começam a funcionar logo após o nascimento. 
- Glândulas sudoríparas apócrinas: distribuição limitada, na 
sua maioria, às regiões da axila, púbis períneo e aréolas dos 
mamilos. Há fortes indicações de que essas glândulas 
secretam pelo processo merócrinas, porém o nome de 
glândulas sudoríparas apócrinas tornou-se consagrado pelo 
uso. Estas glândulas formam-se de invaginações do estrato 
germinativo da epiderme que dão origem aos folículos pilosos. 
Em conseqüência disto, os ductos destas glândulas se abrem 
não na superfície da pele, como as glândulas sudoríparas 
comuns, mas na parte superior dos folículos pilosos acima 
das aberturas das glândulas sebáceas. Elas começam a 
secretar na puberdade. 
 
 
 
5 
 
- Desenvolvimento dos pêlos: 
- Os pêlos são estruturas delgadas e queratinizadas, que se 
desenvolvem a partir de uma invaginação de epiderme. A cor, o 
tamanho e a disposição deles variam de acordo com a cor da pele 
e a região do corpo. 
- Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, 
intercalando fases de repouso com fases de crescimento: Fase de 
crescimento ou ANÁGENA; fase de involução ou CATÁGENA; 
fase de desprendimento do pêlo ou TELÓGENA. 
- Os pêlos começam a se desenvolver no início do período fetal 
(da 9 à 12ª semana), mas só são facilmente identificados em torno 
da 20ª semana. 
- Os pêlos são reconhecíveis, em primeiro lugar, nas 
sobrancelhas, no lábio superior e no queixo. 
- Um folículo piloso começa como uma proliferação do estrato 
germinativo da epiderme e se estende para a derme subjacente. O 
broto do pêlo logo toma a forma de uma clava, formando o bulbo 
piloso. As células epiteliais deste bulbo constituem a matriz 
germinativa, que mais tarde produz o pêlo. O bulbo piloso 
(primórdio da raiz do pêlo) é logo invaginado por uma pequena 
papila do pêlo mesenquimal. As células periféricas do folículo 
piloso em desenvolvimento formam a bainha epitelial da raiz, e as 
células mesenquimais circundantes diferenciam-se na bainha 
dérmica da raiz. À medida que as células da matriz germinativa 
proliferam, elas são empurradas em direção à superfície, onde se 
queratinizam, formando a haste do pêlo. Ao final da 12ª semana, 
os pêlos já atingem a superfície da epiderme das sobrancelhas e 
do lábio superior. 
- Os melanoblastos migram para os bulbos pilosos e diferenciam-
se em melanócitos. Na matriz germinativa, a melanina produzida 
por estas células é transferida para as células formadoras do pêlo, 
várias semanas antes do nascimento. O conteúdo relativo da 
melanina é responsável pelas diferentes cores dos pêlos. 
- Os músculos eretores do pêlo, pequenos feixes de fibras 
musculares lisas, diferenciam-se do mesênquima que circunda o 
folículo piloso e se prendem à bainha dérmica da raiz dos folículos 
pilosos e à camada papilar da derme. Na axila e em certas partes 
da face, os músculos eretores dos pêlos são pouco desenvolvidos. 
Os pêlos que formam as sobrancelhas e os cílios não têm 
músculos eretores. 
 
 
6 
 
- Desenvolvimento das Unhas: 
- As unhas são placas de células queratinizadas localizadas na 
superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. 
- As unhas dos pés e das mãos começam a se desenvolver nas 
pontas dos dedos em torno de 10 semanas. O desenvolvimento 
das unhas dos dedos das mãos precede o das unhas dos pés em 
cerca de 4 semanas. 
- Os primórdios das unhas aparecem como áreas espessadas, ou 
campos de epiderme, na ponta de cada dedo. Mais tarde, estes 
campos das unhas migram para a superfície dorsal, levando sua 
inervação a partir da superfície ventral. Os campos das unhas são 
cercados lateral e proximalmente por pregas da epiderme, as 
pregas ungueais. Células da prega ungueal proximal crescem 
sobre o campo da unha e se tornam queratinizadas, formando a 
placa ungueal. Inicialmente, a unha em desenvolvimento é 
recoberta por camadas superficiais de epiderme, o eponíquio 
(cutícula). Este degenera mais tarde, deixando a unha exposta, 
com exceção da sua base, onde persiste como a cutícula. A pele 
abaixo da margem livre da unha é o hiponíquio. As unhas dos 
dedos das mãos atingem as pontas dos dedos em torno de 32 
semanas; as dos dedos dos pés atingem as pontas dos dedos em 
torno de 36 semanas. As unhas que não atingiram as pontas dos 
dedos até o nascimento indicam prematuridade. 
 
 
- Receptores sensoriais da pele: 
- Uma das funções mais importantes da pele, graças à sua grande 
extensão e à sua abundante inervação sensorial, é receber 
estímulos do meio ambiente. 
- Além das numerosas terminações nervosas livres localizadas na 
epiderme, folículos pilosos e glândulas, existem receptores 
encapsulados e não encapsulados na derme e na hipoderme, 
sendo mais frequentes nas papilas dérmicas. 
- As terminações nervosas livres são sensíveis ao toque e à 
pressão (receptores táteis), bem como a variações de 
temperatura, dor, coceira e outras sensações. 
- Os receptores encapsulados são os corpúsculos de Ruffini, 
Vater-Pacini, Meissner e Krause. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia do Telencéfalo 
- O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e 
esquerdo, e as estruturas inter-hemisféricas como o corpo caloso, 
o fórnix, o septo pelúcido, a comissura anterior e a lâmina terminal. 
- Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados 
pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por 
uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo caloso. 
- Os hemisférios cerebrais possuem cavidades, os ventrículos 
laterais direito e esquerdo, que comunicam com o III ventrículo 
pelos forames interventriculares. 
- Cada hemisfério possui três pólos: frontal, occipital e temporal; e 
três faces: face súperolateral, convexa; face medial, plana, e face 
inferior, ou base do cérebro, muito irregular. 
- Sulcos e giros: 
- A superfície do cérebro do homem e de vários animais apresenta 
depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros ou 
circunvoluções cerebrais. 
- Em cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes 
são o sulco lateral (de Sylvius) e o sulco central (de Rolando). 
- Sulco lateral: Inicia- se na base do cérebro lateralmente à 
substância perfurada anterior, como uma fenda profunda que, 
separando o lobo frontal do lobo temporal, dirige-se para a face 
súpero-lateral do cérebro, onde termina dividindo-se em três 
ramos: ascendente, anterior e posterior. 
- Sulco central: É um sulco profundo e geralmente contínuo, 
que percorre obliquamente a face súperolateral do hemisfério, 
7 
 
separando os lobos frontal e parietal. É ladeado por dois giros 
paralelos, um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro 
pós-central. 
- De modo geral, as áreas situadas adiante do sulco central 
relacionam-se com a motricidade, enquanto as situadas atrás 
deste sulco relacionam-se com a sensibilidade. 
- Os lobos cerebrais recebem sua denominação de acordo com os 
ossos do crânio, com os quais se relacionam. Assim, temos os 
lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, existe um 
quinto lobo, a insula, situado profundamente no sulco lateral e que 
não tem relação imediata com os ossos do crânio. 
- A divisão dos lobos não corresponde a uma divisão funcional, 
exceto pelo lobooccipital, que parece estar inteiramente 
relacionado à visão. 
 
Face súpero-lateral: 
- Lobo frontal: 
- Em sua superfície, possui três sulcos principais: 
 - sulco pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central. 
- sulco frontal superior: inicia-se geralmente na porção superior 
do sulco pré-central e tem direção aproximadamente 
perpendicular a ele; 
- sulco frontal inferior: partindo da porção inferior do sulco pré-
central, dirige-se para frente e para baixo. 
- Acima do sulco frontal superior localiza-se o giro frontal superior. 
Entre os sulcos frontal superior e frontal inferior está o giro frontal 
médio, e abaixo do sulco frontal inferior, o giro frontal inferior. 
- O giro frontal inferior é subdividido pelos ramos anterior e 
ascendente do sulco lateral em três partes: orbital, triangular e 
opercular. A primeira situa-se abaixo do ramo anterior, a segunda 
entre este ramo e o ramo ascendente, e a última entre o ramo 
ascendente e o sulco pré-central. O giro frontal inferior do 
hemisfério cerebral esquerdo é denominado giro de Broca, e aí se 
localiza, na maioria dos indivíduos, o centro cortical da palavra 
falada. 
 
- Lobo temporal: 
- Na face súpero-lateral do cérebro apresenta dois sulcos 
principais: 
- Sulco temporal superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e 
dirige-se para trás, paralelamente ao ramo posterior do sulco 
lateral, terminando no lobo parietal; 
- Sulco temporal inferior: paralelo ao sulco temporal superior, é 
geralmente formado por duas ou mais partes descontínuas. 
- Entre os sulcos lateral e temporal superior está o giro temporal 
superior, entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior 
situa-se o giro temporal médio; abaixo do sulco temporal inferior 
localiza-se o giro temporal inferior, que se limita com o sulco 
occipitotemporal, geralmente situado na face inferior do hemisfério 
cerebral. 
- Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece seu assoalho, 
que é parte do giro temporal superior. A porção posterior deste 
assoalho é atravessada por pequenos giros transversais, os giros 
temporais transversos, dos quais o mais evidente, o giro temporal 
transverso anterior, é importante, pois nele se localiza o centro 
cortical da audição. 
 
 
8 
 
- Lobo parietal: 
- Apresenta dois sulcos principais: 
- Sulco pós-central: quase paralelo ao sulco central, é 
frequentemente dividido em dois segmentos, que podem estar 
mais ou menos distantes um do outro. 
- Sulco intraparietal: muito variável e geralmente perpendicular 
ao pós-central, com o qual pode estar unido, estende-se para 
trás para terminar no lobo occipital. 
- Entre os sulcos central e pós-central fica o giro pós-central, onde 
se localiza uma das mais importantes áreas sensitivas do córtex, a 
área somestésica. O sulco intraparietal separa o lóbulo parietal 
superior do lóbulo parietal inferior. Neste último descrevem-se dois 
giros: o giro supramarginal, curvado em torno da extremidade do 
ramo posterior do sulco lateral, e o giro angular, curvado em torno 
da porção terminal e ascendente do sulco temporal superior. 
 
- Lobo occipital: centro cortical da visão. 
- É delimitado por uma linha imaginária que vai da incisura pré-
occipital até o sulco parieto-occipital. 
 
- Lobo da ínsula: 
- Afastando-se os lábios do sulco lateral, evidencia-se ampla fossa 
no fundo da qual está situada a insula, lobo cerebral que durante o 
desenvolvimento cresce menos que os demais, razão pela qual é 
pouco a pouco recoberto pelos lobos vizinhos, frontal, temporal e 
parietal. 
- Possui dois sulcos principais: 
 - Sulco central da ínsula 
 - Sulco circular da ínsula 
- O sulco central divide a ínsula em giros curtos e giros longos. 
 
Face medial: 
- Corpo caloso, fórnix e septo pelúcido: 
- O corpo caloso, a maior das comissuras interemisféricas, é 
formado por um grande número de fibras mielínicas que cruzam o 
plano sagital mediano e penetram de cada lado no centro branco 
medular do cérebro, unindo áreas simétricas do córtex cerebral de 
cada hemisfério. 
- Em corte sagital do cérebro aparece como uma lâmina branca 
arqueada dorsalmente o tronco do corpo caloso, que se dilata 
posteriormente no esplênio do corpo caloso e se flete 
anteriormente em direção à base do cérebro para consumir o 
joelho do corpo caloso. Este afila-se para formar o rostro do corpo 
caloso, que continua em até a comissura anterior, uma das 
comissuras inter-hemisféricas. 
- Emergindo abaixo do esplênio do corpo caloso e arqueando-se 
em direção à comissura anterior, está o fórnix, feixe complexo de 
fibras que, entretanto, não pode ser visto em toda a sua extensão 
em um corte sagital de cérebro. 
- É constituído por duas metades laterais e simétricas afastadas 
nas extremidades e unidas entre si no trajeto abaixo do corpo 
caloso. A porção intermédia em que as duas metades se unem 
constitui o corpo do fórnix; as extremidades que se afastam são, 
respectivamente, as colunas do fórnix, anteriores, e as pernas do 
fórnix, posteriores. As colunas do fórnix terminam no corpo 
mamilar correspondente, cruzando a parede lateral do III 
ventrículo. As pernas do fórnix divergem e penetram de cada lado 
no corno inferior do ventrículo lateral, onde se ligam ao 
hipocampo. No ponto em que as pernas do fórnix se separam, 
algumas fibras passam de um lado para o outro, formando a 
comissura do fórnix. 
9 
 
- Entre o corpo caloso e o fórnix estende-se o septo pelúcido, 
constituído por duas delgadas lâminas de tecido nervoso que 
delimitam uma cavidade muito estreita, a cavidade do septo 
pelúcido. O septo pelúcido separa os dois ventrículos laterais. 
 
- Lobo occipital: 
- Apresenta dois sulcos importantes na face medial do cérebro: 
- sulco calcarino — inicia-se abaixo do esplênio do corpo 
caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao pólo occipital. 
Nos lábios do sulco calcarino localiza-se o centro cortical da 
visão; 
- sulco parieto-occipital — muito profundo, separa o lobo 
occipital do parietal e encontra em ângulo agudo o sulco 
calcarino. 
- Entre o sulco parieto-occipital e o sulco calcarino, situa-se o 
cúneus, giro complexo, de forma triangular. Adiante do cúneus, 
por conseguinte já no lobo parietal, temos o pré-cúneus. Abaixo do 
sulco calcarino, situa-se o giro occipitotemporal medial, que 
continua anteriormente com o giro para-hipocampal, já no lobo 
temporal. 
 
- Lobo frontal e parietal: 
- Na face medial no cérebro existem dois sulcos que passam do 
lobo frontal para o parietal: 
- sulco do corpo caloso — começa abaixo do rostro do corpo 
caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo caloso, onde 
continua, já no lobo temporal, com o sulco do hipocampo. 
- sulco do cíngulo — tem curso paralelo ao sulco do corpo 
caloso, do qual é separado pelo giro do cíngulo. Termina 
posteriormente dando origem ao ramo marginal, que se curva 
em direção à margem superior do hemisfério. 
- Destacando-se do sulco do cíngulo em direção à margem 
superior do hemisfério, existe quase sempre o sulco paracentral, 
que delimita com o sulco do cíngulo e seu ramo marginal, o lóbulo 
paracentral. Nas partes anterior e posterior do lóbulo paracentral 
localizam-se, respectivamente, as áreas motora e sensitiva 
relacionadas com a perna e o pé. 
- Acima do corpo caloso temos o giro do cíngulo; mais acima 
temos, de trás para diante, o pré-cúneus, o lóbulo paracentral e a 
face medial do giro frontal superior. A região situada abaixo do 
rostro do corpo caloso e adiante da comissura anterior à lâmina 
terminal é a chamada área septal, um dos centrosdo prazer do 
cérebro. 
10 
 
Face inferior: 
- Pode ser dividida em duas partes: uma pertence ao lobo frontal e 
repousa sobre a fossa anterior do crânio; a outra, muito maior, 
pertence quase toda ao lobo temporal e repousa sobre a fossa 
média do crânio e a tenda do cerebelo. 
- Lobo temporal: 
- A face inferior do lobo temporal apresenta três sulcos principais 
de direção longitudinal e que são da borda lateral para a borda 
medial: 
 - sulco occipitotemporal 
 - sulco colateral 
 - sulco do hipocampo 
- O sulco occipitotemporal limita com o sulco temporal inferior o 
giro temporal inferior, que quase sempre forma borda lateral do 
hemisfério; medialmente, este sulco limita com o sulco colateral o 
giro occipitotemporal lateral. 
- O sulco colateral inicia-se próximo ao pólo occipital e se dirige 
para frente, delimitando com o sulco calcarino e o sulco do 
hipocampo, respectivamente, o giro occipitotemporal medial e o 
giro para-hipocampal, cuja porção anterior se curva em torno do 
sulco do hipocampo para formar o úncus. O sulco colateral pode 
ser contínuo com o sulco rinal, que separa a parte mais anterior do 
giro para-hipocampal do resto do lobo temporal. O sulco do 
hipocampo origina-se na região do esplênio do corpo caloso, onde 
continua com o sulco do corpo caloso e se dirige para o pólo 
temporal, onde termina separando o giro para hipocampal do 
úncus. 
- O giro para-hipocampal se liga posteriormente ao giro do cíngulo 
através de um giro estreito, o istmo do giro do cíngulo. Assim, 
úncus, giro para-hipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do 
cíngulo constituem uma formação contínua que circunda as 
estruturas inter-hemisféricas e que muitos consideram como um 
lobo independente, o lobo límbico, parte importante do sistema 
límbico, relacionado com o comportamento emocional e o controle 
do sistema nervoso autônomo. 
- Lobo frontal: 
- A face inferior do lobo frontal apresenta um único sulco 
importante, o sulco olfatório, profundo e de direção ântero-
posterior. Medialmente ao sulco olfatório, continuando 
dorsalmente como giro frontal superior, situa-se o giro reto. O 
resto da face inferior do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros 
muito irregulares, os sulcos e giros orbitários. 
- O bulbo olfatório é uma dilatação ovóide e achatada de 
substância cinzenta que continua posteriormente com o tracto 
olfatório, ambos alojados no sulco olfatório. O bulbo olfatório 
recebe os filamentos que constituem o nervo olfatório, I par 
craniano. Estes atravessam os pequenos orifícios que existem na 
lâmina crivosa do osso etmóide. Posteriormente, o tracto olfatório 
se bifurca formando as estrias olfatórias lateral e medial, que 
delimitam uma área triangular, o trígono olfatório. Atrás do trígono 
olfatório e adiante do tracto óptico localiza-se unia área contendo 
uma série de pequenos orifícios para a passagem de vasos, a 
substância perfurada anterior. 
 
11 
 
Ventrículos laterais: 
- Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de 
epêndima e contendo líquido cérebro-espinhal, os ventrículos 
laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo 
pelo respectivo forame interventricular. 
- Apresenta três cornos que correspondem aos três pólos do 
hemisfério. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e 
temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e 
inferior. Com exceção do corno inferior, todas as partes do 
ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja 
remoção expõe amplamente a cavidade ventricular. 
 
Organização interna dos hemisférios cerebrais: 
- Cada hemisfério possui uma camada superficial de substância 
cinzenta, o córtex cerebral, que reveste um centro de substância 
branca, o centro branco medular do cérebro, no interior do qual 
existem massas de substância cinzenta, os núcleos da base do 
cérebro. 
- Núcleos da base: 
- Núcleo caudado: É uma massa alongada e bastante volumosa 
de substância cinzenta, relacionada em toda a sua extensão com 
os ventrículos laterais. Em razão de sua forma fortemente 
arqueada, o núcleo caudado aparece seccionado duas vezes em 
determinados cortes horizontais ou frontais do cérebro. A cabeça 
do núcleo caudado funde-se com a parte anterior do núcleo 
lentiforme. 
- Núcleo lentiforme: Tem a forma e o tamanho aproximado de uma 
castanha-do-pará. Medialmente relaciona-se com a cápsula 
interna que o separa do núcleo caudado e do tálamo; lateralmente 
relaciona-se com o córtex da insula, do qual é separado por 
substância branca e pelo claustrum. O núcleo lentiforme é dividido 
em putâmen e globo pálido por uma fina lâmina de substância 
branca, a lâmina medular lateral. O putâmen situa-se lateralmente 
e é maior que o globo pálido, que se dispõe medialmente. Nas 
secções não coradas de cérebro, o globo pálido tem uma 
coloração mais clara que o putâmen (donde o nome) em virtude 
da presença de fibras mielínicas que o atravessam. O globo pálido 
é subdividido por outra lâmina de substância branca, a lâmina 
medular medial, em partes externa e interna. 
- Claustrum: E uma delgada calota de substância cinzenta situada 
entre o córtex da insula e o núcleo lentiforme. Separa-se daquele 
por uma fina lâmina branca, a cápsula extrema. Entre o claustrum 
e o núcleo lentiforme existe uma outra lâmina branca, a cápsula 
externa. 
- Corpo amigdaloide: E uma massa esferóide de substância 
cinzenta situada no pólo temporal do hemisfério cerebral, em 
relação com a cauda do núcleo caudado. O corpo amigdaloide faz 
parte do sistema límbico e é um importante centro regulador do 
comportamento sexual e da agressividade. 
- Núcleo accubens: Massa de substância cinzenta situada na zona 
de união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado. 
- Núcleo basal de Meynert: Macroscopicamente é de visualização 
difícil. Situa-se na base do cérebro, entre a substância perfurada 
anterior e o globo pálido. Contém neurônios grandes, ricos em 
acetilcolina. 
 
Córtex cerebral: 
- É a fina camada de substância cinzenta que reveste o centro 
branco medular do cérebro. 
- No córtex cerebral chegam impulsos provenientes de todas as 
vias da sensibilidade que aí se tornam conscientes e são 
interpretadas. Do córtex saem os impulsos nervosos que iniciam e 
comandam os movimentos voluntários e com ele estão 
relacionados os fenômenos psíquicos. 
- Citoarquitetura do córtex: 
- Existem neurônios, células neurogliais e fibras. 
12 
 
- Quanto à sua estrutura, distinguem-se dois tipos de córtex: 
isocórtex e alocórtex. No isocórtex, que corresponde à grande 
maioria das áreas corticais, existem seis camadas, o que não 
ocorre no alocórtex. 
- As fibras que saem ou entram no córtex passam 
necessariamente pelo centro branco medular. Elas podem ser de 
associação ou de projeção. 
- As fibras de associação ligam áreas diferentes do córtex 
cerebral, no mesmo hemisfério (intra-hemisféricas) ou no 
hemisfério situado do lado oposto (inter-hemisféricas). As fibras de 
projeção ligam o córtex a centros subcorticais, podendo ser 
aferentes ou eferentes. 
- Classificação estrutural do córtex: 
- A divisão mais aceita é a de Brodmann, que identificou 52 áreas 
designadas por números. Brodmann dividiu as áreas de acordo 
com os aspectos de sua estrutura, tais como a composição e 
característica das diversas camadas, espessura total e espessura 
das camadas, disposição e espessura das raias e estrias etc. 
- Classificação funcional do córtex: 
- Do ponto de vista funcional, as áreas corticais não são 
homogêneas. 
- As várias áreas funcionais do córtex foraminicialmente 
classificadas em dois grandes grupos: áreas de projeção e áreas 
de associação. As áreas de projeção são as que recebem ou dão 
origem a fibras relacionadas diretamente com a sensibilidade e 
com a motricidade. As demais áreas são consideradas de 
associação e, de modo geral, estão relacionadas a funções 
psíquicas complexas. Assim, lesões nas áreas de projeção podem 
causar paralisias ou alterações na sensibilidade, o que não 
acontece nas áreas de associação. Lesões dessas áreas, 
entretanto, podem causar alterações psíquicas. 
- As áreas de projeção podem ser divididas em dois grandes 
grupos, de função e estrutura diferentes: áreas sensitivas e áreas 
motoras. 
- As áreas ligadas diretamente à sensibilidade e à motricidade, ou 
seja, as áreas de projeção, são consideradas áreas primárias. As 
áreas de associação podem ser divididas em secundárias e 
terciárias. As primeiras são também chamadas de áreas 
unimodais, pois estão ainda relacionadas, embora indiretamente, 
com uma determinada modalidade sensorial ou com a 
motricidade. As conexões de uma determinada área de 
associação unimodal se fazem predominantemente com a área 
primária da mesma função. Assim, por exemplo, a área de 
associação unimodal visual recebe fibras predominantemente da 
área visual primária ou área de projeção visual. 
- Já as áreas terciárias são supramodais, ou seja, não se ocupam 
mais do processamento motor ou sensitivo, mas estão envolvidas 
com atividades psíquicas superiores como, por exemplo, a 
memória os processos simbólicos e o pensamento abstrato. 
Mantêm conexões com várias áreas unimodais ou com outras 
áreas supramodais, e sua lesão causa alterações psíquicas sem 
qualquer conotação motora ou sensitiva. 
- Áreas de projeção (áreas primárias): 
- Relacionam-se diretamente com a sensibilidade ou com a 
motricidade. 
- Existe uma só área primária motora, situada no lobo frontal, e 
várias áreas primárias sensitivas nos demais lobos. 
- Áreas sensitivas primárias: 
- Área somestésica: localizada no giro pós-central, recebe 
impulsos nervosos relacionados à temperatura, dor, pressão, 
tato e propriocepção consciente da metade oposta do corpo. 
- Área visual: Localizada nos lábios do sulco calcarino. Aí 
chegam as fibras originadas no corpo geniculado lateral. 
- Área auditiva: está situada no giro temporal transverso 
anterior. Nela chegam as fibras originadas do corpo geniculado 
medial. 
- Área vestibular: localiza-se no lobo parietal, em uma pequena 
região próxima ao território da área somestésica 
correspondente à face. Foi sugerido que a área vestibular do 
córtex seria importante para apreciação consciente da 
orientação no espaço. 
- Área olfatória: localizada na área situada na parte anterior do 
úncus e do giro para-hipocampal. 
- Área gustativa: se localiza na porção inferior do giro pós-
central, próxima à insula, cm uma região adjacente á parte da 
área somestésica correspondente á língua. 
- Área motora primária: 
 - Ocupa a parte posterior do giro pré-central. 
- Do ponto de vista citoarquitetural, é um caracterizado pela 
presença das células piramidais gigantes. Grande extensão da 
área correspondente â mão quando comparada com as áreas 
do tronco e membro inferior. As principais conexões aferentes 
da área motora são com o tálamo — através do qual recebe 
informações do cerebelo —, com a área somestésica e com as 
áreas pré-motora c motora suplementar. 
- Áreas de associação do córtex: são aquelas que não se 
relacionam diretamente com a motricidade ou com a sensibilidade. 
- Áreas de associação secundárias: são áreas são unimodais, 
ou seja, relacionam-se, ainda que indiretamente, com alguma 
modalidade de sensação ou com a motricidade, estando 
geralmente justapostas às áreas primárias correspondentes. 
Podem ser sensitivas ou motoras. 
 - Áreas de associação secundárias sensitivas: 
- Área somestésica secundária: lóbulo parietal superior, 
logo atrás da área somestésica primária. 
13 
 
- Área visual secundária: lobo occipital e estende-se para 
o lobo temporal. 
- Área auditiva secundária: lobo temporal, circundando a 
área auditiva primária. 
- As áreas secundárias recebem aferências principalmente 
das áreas primárias correspondentes e repassam as 
informações recebidas às outras áreas do córtex, em 
especial às áreas supramodais. 
- As áreas secundárias sensitivas, portanto, estão 
relacionadas com a interpretação das sensações recebidas, 
ou gnosia. Lesões nessas áreas causam as agnosias, nos 
quais há perda da capacidade de reconhecer objetos, 
apesar de as vias sensitivas e das áreas de projeção cortical 
estarem perfeitamente normais. Distinguem-se agnosias 
visuais, auditivas e somestésicas, estas últimas geralmente 
táteis. 
 - Áreas de associação secundárias motoras: 
- Adjacentes à área motora primária, existem áreas motoras 
secundárias com as quais ela se relaciona. Lesões dessas 
áreas ou de suas frequentemente causam apraxias, que são 
quadros clínicos correspondentes às agnosias a propósito 
das áreas sensitivas secundárias. Nas apraxias há 
incapacidade de executar determinados atos voluntários, 
sem que exista qualquer déficit motor. Nesse caso, a lesão 
está nas áreas corticais de associação relacionadas com o 
'planejamento' dos atos voluntários e não na execução 
desses atos. São consideradas áreas motoras secundárias 
ou áreas de associação motoras a área motora 
suplementar, a área pré-motora e a área de Broca. 
 - Áreas de associação terciárias: 
- As áreas terciárias ocupam o topo da hierarquia funcional 
no córtex cerebral. Elas são supramodais, ou seja, não se 
relacionam isoladamente com nenhuma modalidade 
sensorial. Recebem e integram as informações sensoriais já 
elaboradas por todas as áreas secundárias e são 
responsáveis também pela elaboração das diversas 
estratégias comportamentais. 
- É composta por três áreas: 
- Área pré-frontal: parte anterior não-motora do lobo 
frontal. Está envolvida com a escolha das opções e 
estratégias comportamentais mais adequadas à situação 
física e social do indivíduo, assim como a capacidade de 
alterá-las quando tais situações se modificam; 
manutenção da atenção; controle do comportamento 
emocional, função exercida juntamente com o 
hipotálamo e o sistema límbico. 
OBS: Esta região é a região extirpada nas 
lobotomias pré-frontais em pacientes depressivos. 
Também foi a região lesionada por Phineas Gage, 
que teve a sua personalidade modificada. 
- Área têmporoparietal: todo o lóbulo parietal inferior, ou 
seja, os giros supramarginal e angular. Situa-se pois 
entre as áreas secundárias auditiva, visual e 
somestésica. funcionando como centro que integra 
informações recebidas dessas três áreas. A área 
têmporoparietal é importante para percepção espacial, 
permitindo ao indivíduo determinar as relações entre os 
objetos no espaço extrapessoal. 
- OBS: Lesões nessa área vão gerar a síndrome da 
negligência. 
- Áreas límbicas: compreendem o giro do cíngulo, o giro 
para-hipocampal e o hipocampo. Essas áreas, 
relacionadas principalmente com a memória e o 
comportamento emocional, integram o sistema límbico. 
- Áreas relacionadas com a linguagem: 
- Admite-se a existência de apenas duas áreas corticais para a 
linguagem: uma anterior e outra posterior, ambas de 
associação. A área anterior da linguagem corresponde à área 
de Broca, está relacionada com a expressão da linguagem. A 
área posterior da linguagem situa-se na junção entre os lóbulos 
temporal e parietal e é denominada área de Wernicke, estando 
ela relacionada basicamente com a percepçãoda linguagem. 
- Lesões nessas áreas levam às afasias. 
- Assimetria das funções corticais: 
- Do ponto de vista funcional, os hemisférios não são simétricos. 
- A assimetria funcional dos hemisférios se manifesta apenas nas 
áreas de associação, uma vez que o funcionamento das áreas de 
projeção, tanto motoras quanto sensitivas é igual nos dois lados. 
Cerebelo 
- Localização: situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, 
contribuindo para a formação do tecto do quarto ventrículo. 
Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está 
separado do lobo occipital do cérebro por uma prega da dura-
máter denominada tenda do cerebelo. 
- Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior, à 
ponte e ao mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e 
superior, respectivamente. 
- Aspectos anatômicos: distingue-se no cerebelo uma porção 
ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, 
os hemisférios cerebelares. A superfície do cerebelo apresenta 
sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam 
lâminas finas denominadas folhas do cerebelo. Os sulcos mais 
pronunciados são chamados de fissuras do cerebelo, que irão 
delimitar os lóbulos. 
- Lóbulos e fissuras: a divisão em lóbulos não tem nenhum 
significado funcional e sua importância é apenas topográfica. Os 
lóbulos recebem denominações diferentes no vérmis e nos 
hemisférios. 
14 
 
 - Lobo Superior (anterior): 
Lóbulo Quadrangular (superior) 
- Lobo Inferior (posterior): 
- Lóbulo Simples (Quadrangular inferior) 
- Lóbulo Semilunar Superior 
- Lóbulo Semilunar Inferior 
- Lóbulo Biventre 
- Tonsilas 
- Lobo Flóculo-Nodular 
 
 
- Divisão ontogenética: a divisão puramente anatômica em vérmis 
e hemisférios é inadequada do ponto de vista funcional e clínico. 
Com isso, surgiram tentativas de se agrupar os lóbulos 
cerebelares em áreas maiores, os lobos, que tivessem significação 
funcional mais evidente. A primeira divisão proposta baseia-se 
principalmente na ontogênese do cerebelo e leva em conta o fato 
de que a primeira fissura que aparece durante o desenvolvimento 
do órgão é a póstero-lateral, que divide o lobo flóculo-nodular, 
formado do flóculo e do nódulo, do corpo do cerebelo, que é 
formado pelo resto do órgão. A seguir, aparece a fissura prima, 
que divide o corpo do cerebelo em lobo anterior e posterior. 
- Divisão filogenética: a existência de três fases na filogênese do 
cerebelo permite que este seja dividido em três partes. 
- Arquicerebelo: corresponde ao lobo flóculo-nodular e 
tem conexões vestibulares, sendo chamado também de 
cerebelo vestibular. Por isso, tem função na manutenção 
do equilíbrio. 
- Paleocerebelo: corresponde ao lobo anterior mais a 
pirâmide e a úvula. Ele surge, evolutivamente, após o 
arquicerebelo e está relacionado à propriocepção de 
músculos. Por isso, é importante para a regulação do 
tônus muscular e da postura. 
- Neocerebelo: corresponde ao resto do lobo posterior do 
cerebelo e é a parte que surge por último na evolução, 
se relacionando à função de movimentação mais 
delicada, que requer uma coordenação nervosa muito 
elaborada. 
 
- Citoarquitetura do córtex cerebelar: é basicamente a mesma em 
todas as folhas e lóbulos. Da superfície para o interior do órgão, 
distinguem-se as seguintes camadas: 
- Camada molecular: formada principalmente por fibras de 
direção paralela e contém dois tipos de neurônios, as células 
estreladas e as células em cesto. 
- Camada de células de Purkinje: as células de Purkinje são 
dotadas de dendritos que se ramificam na camada molecular e 
um axônio que sai em direção oposta, terminando nos núcleos 
centrais do cerebelo, onde exercem ação inibitória. Esses 
axônios constituem as únicas fibras eferentes do córtex do 
cerebelo. 
- Camada granular: é constituída principalmente pelas células 
granulares, células muito pequenas, cujo citoplasma é muito 
reduzido. Tais células, extremamente numerosas, têm vários 
dendritos e um axônio que atravessa a camada célula de 
Purkinje e, ao atingir a camada molecular, bifurca-se em T. 
Essas fibras estabelecem sinapses com os dendritos das 
células de Purkinje. 
- Conexões intrínsecas do cerebelo: as fibras que penetram no 
cerebelo se dirigem ao córtex e são de dois tipos: 
- Fibras musgosas: originam-se de três regiões principais: os 
núcleos vestibulares, a medula espinhal e os núcleos 
15 
 
pontinhos. Ao penetrar no cerebelo, são distribuídos em áreas 
específicas e emitem ramos colaterais que fazem sinapses 
excitatórias com os neurônios dos núcleos centrais. Em 
seguida, atingem a camada granular, onde se ramificam, 
terminando em sinapses excitatórias com um grande número 
de células granulares. 
- Fibras trepadeiras: 
originam-se no 
complexo olivar inferior e 
distribuem-se por todo o 
cerebelo. Tem essa 
denominação porque 
terminam enrolando-se 
em torno dos dendritos 
das células de Purkinje, 
sobre as quais exercem 
uma potente ação 
excitatória. 
- Núcleos centrais do cerebelo: 
 - Núcleo denteado 
 - Núcleo emboliforme + Núcleos globosos 
 - Núcleo fastigial 
 
 
- Organização longitudinal do cerebelo: uma nova organização do 
cerebelo foi proposta com base no estudo das conexões do córtex 
cerebelar com os núcleos centrais, sendo que as partes irão se 
orientar longitudinalmente e se dispõem no sentido médio-lateral. 
- Distinguem-se uma parte medial, ímpar, correspondendo ao 
vérmis e, de cada lado, uma zona intermédia para vermiana e 
uma zona lateral, correspondendo à maior parte dos 
hemisférios. 
- Não existe separação visível da zona intermédia com a zona 
lateral. 
- Os axônios das células de Purkinje da zona medial projetam-
se para o núcleo fastigial, os da zona intermédia para o núcleo 
interpósito e os da zona lateral para o núcleo denteado. 
- Conexões extrínsecas: Chegam ao cerebelo do homem milhões 
de fibras nervosas trazendo informações dos mais diversos 
setores do sistema nervoso, as quais são processadas pelo órgão, 
cuja resposta veiculada através de um complexo sistema de vias 
eferentes, vai influenciar os neurônios motores. Um princípio geral 
é que ao contrario do cérebro, o cerebelo influencia os neurônios 
motores de seu próprio lado. Para isso, tanto suas vias aferentes 
como eferentes, sofrem um duplo cruzamento. Esse fato tem 
importância clínica, pois a lesão de um hemisfério cerebelar 
oferece sintomatologia do mesmo lado. 
- Conexões aferentes de origem vestibular: essas fibras chegam 
ao cerebelo pelo fascículo vestíbulo-cerebelar, cujas fibras têm 
origem nos núcleos vestibulares e se distribuem principalmente 
para o arquicerebelo e em parte também à zona medial (vérmis). 
Trazem informações sobre a posição da cabeça para manutenção 
do equilíbrio corporal. 
- Conexões aferentes de origem medular: representadas 
principalmente pelos tractos espino-cerebelar anterior e espino-
cerebelar posterior, que penetram no cerebelo respectivamente 
pelos pedúnculos cerebelares superior e inferior e terminam no 
córtex do paleocerebelo. São responsáveis por trazer as 
informações proprioceptivas. Também influenciam os neurônios 
motores do grupo lateral, ou seja, a musculatura distal. 
- Conexões aferentes de origem pontina: as fibras pontinas, 
também chamadas de ponto-cerebelares, têm origem nos núcleos 
pontinhos, penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio, 
distribuindo-se principalmente ao córtex do neocerebelo. Fazem 
parte da via córtico-ponto-cerebelar através da qual chegam ao 
cerebelo informações oriundas do córtex de todos os loboscerebrais. Tem como funções o controle do tônus muscular, 
programação do movimento voluntário, correção do movimento em 
execução e aprendizagem motora. 
 
- Conexões eferentes: através dessas conexões, o cerebelo 
exerce influência sobre os neurônios motores da medula. 
Entretanto, ele não age diretamente sobre esses neurônios, mas 
sempre através de relés intermediários, situados em áreas do 
tronco encefálico, do tálamo ou das próprias áreas motoras do 
córtex cerebral. 
- Conexões eferentes da Zona Medial (vérmis): os axônios das 
células de Purkinje da zona medial fazem sinapse nos núcleos 
fastigiais, de onde sai o tracto fastigiobulbar com dois tipos de 
fibras: fastígio-vestibulares, que fazem sinapse com os núcleos 
vestibulares, e fastígio-reticulares, que terminam na formação 
reticular. Em ambos os casos, a influência do cerebelo se 
Núcleo 
interpósito 
16 
 
exerce sobre os neurônios motores do grupo medial da coluna 
anterior, os quais controlam a musculatura axial e proximal dos 
membros, no sentido de manter o equilíbrio e a postura. 
- Conexões eferentes da Zona intermédia: os axônios das 
células de Purkinje da zona intermédia fazem sinapse no 
núcleo interpósito, de onde saem fibras para o núcleo rubro e 
para o tálamo do lado oposto. A ação do núcleo interpósito se 
faz sobre os neurônios motores do grupo lateral da coluna 
anterior, que controlam os músculos distais dos membros 
responsáveis por movimentos delicados. 
- Conexões eferentes da Zona lateral: os axônios das células 
de Purkinje da zona lateral do cerebelo fazem sinapse no 
núcleo denteado, de onde os impulsos seguem para o tálamo 
do lado oposto e daí para as áreas motoras do córtex cerebral, 
(através da via dento-tálamo-cortical), onde se origina o tracto 
córtico-espinhal. Através desse trato, o núcleo denteado 
participa da atividade motora, agindo sobre a musculatura 
distal, responsável por movimentos delicados. Entretanto, o 
papel do núcleo denteado é diferente do exercido pelo núcleo 
interpósito. 
- Aspectos funcionais: as principais funções do cerebelo são: 
manutenção do equilíbrio e da postura, controle do tônus 
muscular, controle dos movimentos voluntários e aprendizagem 
motora. 
- Manutenção do equilíbrio e da postura: é feita basicamente 
pelo arquicerebelo e pela zona medial (vérmis), que promovem 
a contração adequada dos músculos axiais e proximais dos 
membros, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal. A 
influência do cerebelo é transmitida aos neurônios motores 
pelos tractos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal. 
- Controle do tônus muscular: os núcleos denteado e 
interpósito, especialmente, mantêm, mesmo na ausência de 
movimento, um certo nível de atividade espontânea. Essa 
atividade, agindo sobre os neurônios motores via tractos 
córtico-espinhal e rubro-espinhal, é importante para a 
manutenção do tônus. 
- Controle dos movimentos voluntários: o mecanismo através 
do qual o cerebelo controla o movimento envolve duas etapas: 
uma de planejamento do movimento, que está relacionado ao 
núcleo denteado, e outra de correção do movimento, que está 
relacionado ao núcleo interpósito. 
- Aprendizagem motora: quando executamos uma atividade 
motora várias vezes, ela passa a ser feita de maneira mais 
rápida e com menos erros. Admite-se que o cerebelo participa 
desse processo através das fibras olivo-cerebelares, que 
chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras e fazem 
sinapses diretamente com as células de Purkinje. 
- Lesões no cerebelo podem gerar os seguintes sintomas: 
- Incoordenação dos movimentos, também chamada de ataxia  
marcha atáxica. 
- Perda de equilíbrio: diante da dificuldade para se manter na 
posição ereta, o doente tende abrir as pernas para ampliar sua 
base de sustentação. 
- Diminuição do tônus da musculatura esquelética (hipotonia). 
- Síndromes cerebelares: 
- Síndrome do Arquicerebelo: ocorre com frequência em crianças 
menores de 10 anos e, em geral, é devida a tumores do teto do IV 
ventrículo, que comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo. 
Nesse caso, há perda do equilíbrio, e as crianças não conseguem 
se manter de pé. Não há alteração no tônus da musculatura e, por 
isso, quando elas se mantêm deitadas, a coordenação dos 
movimentos é praticamente normal. 
- Síndrome do Paleocerebelo: é consequência da degeneração do 
córtex do lobo anterior no alcoolismo crônico. Manifesta-se por 
perda do equilíbrio, o que leva o paciente a andar com a base 
alargada, e ataxia dos membros inferiores. 
- Síndrome do Neocerebelo: tem como sintoma fundamental uma 
incoordenação motora (ataxia), que pode ser testada por vários 
sinais, entre eles: 
- dismetria: execução defeituosa de movimentos que visam 
atingir um alvo, pois o indivíduo não consegue dosar 
exatamente a “quantidade” de movimento necessário para isso. 
O teste é feito pedindo ao paciente para colocar o dedo na 
ponta do nariz. 
- disdiadococinesia: dificuldade de fazer movimentos rápidos e 
alternados, como por exemplo, tocar rapidamente a ponta do 
polegar com os dedos indicador e médio, alternadamente. 
- nistagmo: movimentos oscilatórios rítmicos do bulbo ocular. 
- Irrigação do cerebelo: 
- As artérias vertebrais, ramos das subclávias, se unem para 
formar a artéria basilar. Esta artéria, primeiramente, origina a 
artéria cerebelar inferior anterior, que irriga a parte anterior da face 
inferior do cerebelo. Depois ela dará origem à artéria cerebelar 
superior, que irriga a parte superior do cerebelo. 
- As artérias vertebrais, antes de se unirem, originam as artérias 
cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e 
posterior do cerebelo, bem como a área lateral ao bulbo. 
Sistema locomotor: vias de controle 
- Movimentos e a organização básica do sistema motor: 
- Movimentos voluntários, involuntários e“automáticos”: alternância 
entre voluntariedade e involuntariedade. 
- Atos reflexos: movimentos involuntários e estereotipados em 
resposta a um estímulo sensorial. 
- Reações reflexas: reflexos mais complexos, que demandam a 
participação de muitos músculos. 
17 
 
- Movimentos posturais: mistura de movimentos voluntários e 
involuntários para controle da postura. 
Os músculos sob comando neural: 
- Os músculos funcionam estritamente sob comando neural: 
motoneurônios são os ordenadores diretamente ligados aos 
músculos. 
- Localizados na medula espinhal, mais especificamente no corno 
ventral, e alguns no tronco encefálico, nos nucleos motores dos 
nervos cranianos. 
- Cada fibra muscular é inervada por apenas um motoneurônio, 
um motoneurônio pode inervar várias fibras musculares e vários 
motoneurônios inervam um músculo. Esses motoneurônios 
responsáveis por inervar um mesmo musculo se localizam em 
posições adjacentes da medula espinhal, longitudinalmente  
mapa topográfico longitudinal de representação miotópica. 
 
 
Os neurônios motores inferiores no corno ventral da medula 
espinhal estão organizados de modo somatotópico: a porção mais 
medial do corno ventral contém conjunto de neurÕnios motores 
inferiores que inervam musculos axiais ou músculos proximais dos 
membros, enquanto as porções mais laterais contém neurônios 
motores inferiores que inervam musculos distais dos membros. 
- A unidade de comando: 
- Unidade motora: conjunto de um motoneurônio com todas as 
fibras musculares por ele inervada, podendo ser definida também 
como o menor elemento de um músculo sob controle neural. 
- Razão de inervação da unidade motora: Inverso do número de 
fibras musculares da unidade motora: 
• A razão ébaixa quando uma unidade motora possui 
uma grande quantidade de fibras musculares por ela 
inervada. Esse tipo de unidade motora corresponde a 
unidades motoras grandes, pois inervam muitas fibras 
musculares. (OBS: o inverso de um número muito 
grande tem como resultado um número muito pequeno). 
• A razão é alta quando uma unidade motora inerva 
poucas fibras musculares. Esse tipo de unidade motora 
corresponde a unidades motoras pequenas, pois 
inervam poucas fibras musculares (máximo: razão de 
1:1). 
- Razão de inervação do músculo: número de motoneurônios 
sobre fibras musculares de um músculo. 
• A razão é alta quando muitos motoneurônios inervam 
poucas fibras musculares. Quanto maior a quantidade de 
motoneurônios para inervar poucas fibras, maior é a 
fineza do movimento gerado pelo músculo. 
• A razão é baixa quando poucos motoneurônios 
inervam muitas fibras musculares. Quanto menor a 
quantidade de motoneurônios para inervar muitas fibras 
musculares, menor é a fineza do movimento, gerando 
movimentos grosseiros. 
 
 
 
- Unidades motoras: são classificadas quanto a velocidade de 
contração e resistência à fadiga. 
18 
 
O sistema muscular esquelético estriado é composto por fibras 
vermelhas e fibras brancas. As fibras vermelhas possuem 
mioglobina porque estão em um ambiente altamente 
vascularizado. Com isso, o acesso ao oxigênio é relativamente 
fácil e, em consequência disto, a disponibilidade de ATP também 
é. Essas fibras, então, conseguem manter a contração muscular 
por muito tempo, não entrando em fadiga. Para facilitar a troca de 
oxigênio com o sangue, as fibras possuem menor calibre e, por 
causa disso, a quantidade de áreas de interação da actina e 
miosina é menor, impossibilitando a existência de contrações 
musculares muito fortes. Já as fibras musculares brancas não 
possuem mioglobina. Elas possuem uma reserva de energia e, 
quando essa reserva se esgota, elas entram em fadiga muscular. 
Por outro lado, essas fibras são rápidas e mais largas e, por isso, 
podem exercer uma força maior de contração. 
– (L): Unidades lentas: compostas por fibras vermelhas. 
– (RF): unidades rápidas fatigáveis: compostas por fibras 
brancas. 
– (RRF): unidades rápidas resistentes à fadiga: 
compostas por fibras dos dois tipos. 
- Mecanorreceptores especializados na propriocepção: Enquanto 
que mecanorreceptores cutâneos fornecem informação derivada 
de estímulos externos, outra importante classe de receptores 
fornece informação acerca de forças mecânicas que são 
originárias do próprio corpo, em especial do sistema músculo-
esquelético. Esse são denominados proprioceptores. O propósito 
desses receptores é o fornecimento de informação detalhada e 
contínua acerca da posição dos membros e de outras partes do 
corpo no espaço. 
Tipos de proprioceptores: fusos musculares e órgãos tendinosos 
de golgi. 
- Fusos musculares: consistem em 4 a 8 fibras musculares 
intrafusais, cercadas por uma cápsula de tecido conjuntivo. 
As fibras intrafusais estão distribuidas entre as fibras comuns 
do músculo esquelético, em um arranjo paralelo. Os 
aferentes sensoriais (não contráteis) estão enrolados em 
torno da parte central do fuso, e, quando o músculo é 
distendido, a tensão aplicada às fibras intrafusais ativa de 
forma mecânica canais iônicos com portão nos terminais 
nervosos, disparando potenciais de ação. 
Obs: Quando o SNC envia sinais para a contração ou relaxamento 
de um músculo, concomitantemente o fuso também recebe essa 
informação. Nessa situação, o fuso não é ativado. O fuso só envia 
sinais para o SNC quando uma ação ocorre sem que o próprio 
SNC tenha comandado essa ação. Por exemplo, ao segurar um 
xícara vazia com o cotovelo em flexão, o músculo bíceps está 
sendo contraído com uma determinada força. Quando, nesta 
xícara, é colocado café de forma gradual, a força que o músculo 
bíceps precisa fazer para suportar esse novo peso é também um 
pouco maior. Antes disso ocorrer, acontece uma pequena 
distensão do músculo para baixo, já que a força por ele feita não é 
mais capaz de segurar a xícara na mesma posição. Essa 
distensão do músculo é detectada pelas fibras do fuso, que 
também são distendidas sem o comando do SNC, e isso 
imediatamente sinaliza para o SNC que a força necessária para 
manter o braço na mesma posição agora é maior. O SNC, então, 
gera mais potenciais de ação para ativar outras fibras musculares 
e suportar este maior peso. 
Existem dois tipos de fibras que inervam o 
fuso: as aferentes do tipo I, que possuem 
resposta de adaptação rápida a mudanças 
no comprimento muscular e as aferentes do 
grupo II, que produzem respostas contínuas 
a comprimentos musculares constantes. 
Acredita-se que as fibras I transmitam 
informação acerca da dinâmica dos 
membros – velocidade e direção dos 
movimentos – enquanto as II fornecem 
informação acerca da posição estática dos 
membros. 
 
- Órgãos tendinosos de Golgi: infomam ao sistema nervoso acerca 
de mudanças na tensão muscular. Essas estruturas encapsuladas 
são formadas por ramificações de aferentes do grupo Ib e estão 
distribuídos entre as fibras de colágeno que formam os tendões. 
Elas não possuem um nível basal de disparo e somente são 
ativadas quando a tensão sobre elas é aumentada. Isso ocorre em 
uma contração, por exemplo. Quanto maior a tensão, maior é a 
frequência de disparos de potenciais de ação. Outra característica 
do órgão tendinoso de golgi é que ele possui um alto limiar de 
ativação, ou seja, somente grandes tensões irão provocar disparos 
de potenciais de ação por essas estruturas. Elas, então, tem 
função protetora, sendo que irão avisar o SNC que a tensão é tão 
alta que pode provocar uma lesão. Quando disparados, a 
mensagem enviada do SNC para os músculos é a de relaxamento, 
para reduzir a tensão sobre o mesmo. 
 
 
 
19 
 
 
- Movimentos reflexos: Importante saber  Qual a parte sensorial 
do reflexo; Se a via do reflexo fica unilateral ou bilateral; quem são 
os músculos envolvidos; qual o movimento gerado. 
- Reflexo miotático: seu próprio nome já o define: vem de alguma 
coisa que está sendo percebida de forma tátil no músculo, ou seja, 
vem da percepção do fuso muscular. A maioria dos reflexos 
miotáticos são extensores para a manutenção da postura 
antigravitacional. Ocorre uma contração muscular contra um 
estiramento causado anteriormente. 
 
- Exemplo - Reflexo patelar: um martelo de reflexo estira 
de forma bastante rápida o tendão do músculo 
quadríceps. Essa ação leva ao aumento do número de 
disparos pelo fuso muscular, porque ele é estirado sem o 
comando do SNC e o SNC entende isso como uma 
perda postural. A informação chega à medula espinhal e 
se ramifica: uma parte vai até o cerebelo, que é 
responsável por controlar o equilibrio e outra parte vai 
para um motoneurônio que inerva o próprio músculo, 
levando a contração do músculo em questão. Há 
também a ativação de interneurônios inibitórios que irão 
inibir os neurônios antagonistas à ação, ou seja, os 
neurônios que fazem flexão do quadríceps  Princípio 
da inervação recíproca. 
 
- Reflexo miotático inverso: quando muita força é inserida contra 
a contração muscular, o órgão tendinoso de golgi é acionado afim 
de evitar lesões. A informação entra na medula espinhal e ativa 
interneurônios inibitórios que irão inibir a contração do próprio 
musculo de onde veio a contração. Há também a ativação de um 
interneurônio excitatório que irá ativar o músculo extensor. Com 
isso, além do relaxamento do músculo flexor, há também a 
contração do músculo extensor.- Reflexo flexor de retirada: é provocado pelo estímulo sensorial 
nociceptivo que atinge a extremidade do organismo. Por exemplo, 
ao encostarmos o dedo em uma superficie muito quente, o 
20 
 
primeiro reflexo que temos é o de retirada, e o membro é afastado 
da fonte de estímulo. O nociceptor envia axônios para a medula e 
de lá partem motoneurônios que irão comandar a flexão dos 
músculos da região atingida. Há também a inibição dos músculos 
extensores. 
 Os três reflexos falados anteriormente ativam respostas do 
mesmo lado do corpo (ipsilaterais). 
Reflexo extensor cruzado: da mesma forma que ocorre a flexão 
do membro ipsilateral ao estímulo nociceptivo no reflexo flexor de 
retirada, ocorre também a extensão do membro contralateral. No 
membro contralateral, os músculos extensores são excitados e os 
músculos flexores são inibidos. Esse reflexo é importante para 
aumentar o suporte postural durante o afastamento do membro 
afetado do estímulo doloroso. 
 
- A mesma circuitaria dos reflexos é utilizada para movimentos 
voluntários, sem a necessidade de estimulação sensorial para 
ocorrerem. Por exemplo, para se locomover, exatamente a mesma 
via do reflexo extensor cruzado é utilizada. 
- Além dos circuitos reflexos, existem também na medula espinhal, 
os circuitos geradores centrais de padrão, que são capazes de 
controlar completamente a sincronização temporal e a 
coordenação desses padrões complexos de movimento e ajustá-
los a circunstâncias variadas. Um exemplo disso é a locomoção: o 
movimento de um único membro durante a locomoção pode ser 
concebido como um ciclo que tem duas fases: uma fase postural, 
durante a qual o membro é estendido e colocado em contato com 
o chão para impelir os humanos ou outro bípedes para frente e 
uma fase de balanço, durante a qual o membro é flexionado para 
se afastar do solo e, então, levado à frente para iniciar a próxima 
fase de postura. Uma vez iniciado o movimento, ele é 
esteriotipado e repetitivo. No homem, esses centros geradores 
dependem do córtex, ou seja, apesar de termos uma via de 
controle motor que está situada inteiramente na medula, se houver 
lesão da parte que leva a informação ao córtex, essa via não 
consegue ser ativada. 
Sistema locomotor: Hierarquia de comando 
- Centros motores organizam-se em cadeias hierárquicas, uns 
controlando os outros. 
- Experimentos de secção em animais: em alguns animais houve a 
separação da medula espinhal do tronco encefálico (animais 
medulares) e em outros houve a separação do tronco encefálico 
do prosencéfalo, entre o mesencéfalo e o tálamo (animais 
descerebrados). Os animais medulares ainda tinham os reflexos 
mas não conseguiam realizar movimentos voluntários. Os animais 
descerebrados tinham o efeito de rigidez de descerebração, na 
qual os músculos extensores ficavam rígidos. Quando as raizes 
dorsais que levavam a informação tátil para manutenção postural 
eram seccionadas, havia redução da rigidez. Esses resultados 
levaram à conclusão de que o tronco encefálico é uma estrutura 
que mantém a postura. A função do córtex é a de regulação do 
tronco, para que a postura seja mantida na medida certa. 
- Centros ordenadores e vias descendentes: vias de controle 
motor 
- Vias que partem dos núcleos vestibulares: feixes vestíbulo-
espinhais: estão localizados no bulbo e fazem a manutenção da 
postura e do equilíbrio. 
- Vias que partem da formação reticular: feixes reticuloespinhais: 
ocupa todo o tronco encefálico e também são responsáveis por 
mecanismos posturais. 
- Vias que partem do núcleo rubro: feixe rubro-espinhal: 
localizados no interior do mesencéfalo e são reposáveis, junto com 
o córtex, de fazer o comando motor dos membros. 
- Vias que partem do colículo superior: feixe tecto-espinhal: 
localizados no tectum do mesencéfalo e fazem as reações de 
orientação sensório-motora da cabeça e dos olhos. 
- Vias que partem do córtex motor primário (M1) e outras áreas 
adjacentes e relacionadas: feixes córtico-espinhais: geram os 
movimentos voluntários. 
- Vias descendentes: sistemas lateral e medial de comando motor: 
- O sistema lateral de comando motor veicula comandos motores 
para a musculatura dos membros, produzindo geralmente 
movimentos voluntários finos. 
21 
 
- O sistema medial de comando motor veicula comandos motores 
para a musculatura axial, geralmente associada a movimentos 
posturais. 
 
- Regulação dos movimentos voluntários pelo córtex: 
- Áreas importantes que fazem a regulação: 
- Área motora primária (M1): situada no giro pré-central e 
faz o comando de movimentos voluntários. 
- Área motora suplementar (MS) e Área pré-motora 
(PM): situada rostralmente e dorsolateral a M1. É 
responsável por fazer o planejamento de movimentos 
voluntários. 
- Área motora cingulada (MC): está localizada na face 
medial do telencéfalo e faz movimentos de conotação 
emocional. 
Ex: o sorriso voluntário vem do córtex motor primário e o 
sorriso espontâneo vem da área motora cingulada. Isso 
quer dizer que há inervação da mesma musculatura por 
vias de controle diferentes. 
 
 
- Da mesma forma que as áreas que possuem mais receptores 
táteis tem maior representação cortical, as áreas que apresentam 
controle motor mais fino também possuem. 
 
- Um neurônio motor cortical pode inervar vários motoneurônios 
medulares: divergência. 
- Vários neurônios motores corticais podem inervar o mesmo 
motoneurônio medular: convergência. 
- Planejamento motor: 
- A área motora primária comanda movimentos mais simples, 
como fechar as mãos. 
- Movimentos complexos que envolvem sequência ordenada 
necessitam da ativação de outros córtices motores: A área motora 
suplementar e a área pré-motora fazem o plano de ação para ser 
executado pela área motora primária. 
- Exemplo do movimento dos dedos: tocar 
sequencialmente os dedos no polegar. 
- Apraxias: distúrbios motores que impedem a realização 
de movimentos sequenciais. 
- Diferentes aspectos do movimento estariam 
representados em MS e PM (trajetória, velocidade, 
localização, distância, etc). 
- A área motora cingulada planejaria movimentos com carga 
emocional; pouco desvendada. 
- Sinais que podem ser usados para avaliar a integridade das vias 
de comando: 
- Sinal de Babinski: em um adulto normal, quando há estimulação 
da região lateral da planta do pé, há também um reflexo de flexão 
dos dedos. Quando as vias não estão íntegras, o que ocorre é a 
extensão dos dedos do pé. 
22 
 
- Quando ocorre uma lesão nas regiões do córtex responsáveis 
pelas vias de controle motor, há uma rigidez dos membros 
inferiores acompanhada da flexão dos braços (decorticação). 
- Quando a lesão é mais profunda, atingindo também a parte 
talâmica e o diencéfalo como um todo, há uma rigidez dos 
membros inferiores acompanhada de extensão dos braços 
(decerebração). 
- Em resumo: 
 
Modulação do movimento pelo cerebelo 
- O cerebelo, assim como os núcleos da base, influencia os 
movimentos principalmente pela modificação dos padrões de 
atividade dos neurônios motores superiores. 
- Sua função básica é detectar a diferença ou erro entre um 
movimento intencional e o movimento real e, por meio de sua 
influência sobre os neurônios motores superiores, reduzir esse 
erro. Essas correções podem ser realizadas durante o movimento 
em curso ou também como forma de aprendizado motor quando a 
correção é armazenada. 
- Organização do cerebelo: 
- Os hemisférios cerebelares são subdivididos com base nas 
diferentes fontes de aferências. A maior subdivisão é o 
cerebrocerebelo (ou cerebelo cortical).