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ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL 10-02-2021 [Direito ao Esquecimento]

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ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL – Pessoas e Bens – 10-02-2021
· A sociedade contemporânea vive o fenômeno das mídias digitais de forma intensa. Nelas, são veiculadas diariamente notícias verdadeiras e também fake news. Em algumas oportunidades, reconstroem fatos que causam traumas àqueles que viveram o evento ou que expõem em demasia ao público aquilo que se pretende privado. O mundo virtual é capaz de causar danos, riscos terminais à privacidade e à autonomia individual, emanados da ampla abertura da arena pública aos interesses privados [e também o inverso], e sua gradual mas incessante transformação numa espécie de teatro de variedades dedicado à diversão ligeira. BAUMAN, Z. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013 (adaptado). 
A partir das ideias apresentadas, redija um texto acerca do direito ao esquecimento na sociedade da informação, abordando, necessariamente, um fundamento jurídico que ampare o direito ao esquecimento.
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Direito ao esquecimento - atividade proposta em 10.02.2021
Acadêmico: Edson Luiz Bomfim Araujo
RA: 210295
Com o advento da internet, o Direito da Personalidade passou a ganhar volume jurídico. As novas tecnologias acentuaram o desenvolvimento humano e facilitaram muito nossa vida. A comunicação tornou-se imediata e também passou a dar eco à liberdade de expressão.
Contudo, os avanços dessas tecnologias também trouxeram um dilema para a sociedade e para o meio jurídico: a exposição demasiada do indivíduo nas ditas "mídias sociais".
Muitas pessoas se sentem confortáveis à frente de uma tela de computador ou qualquer outro dispositivo -- móvel ou não -- tendo-se a noção de que as "quatro paredes de concreto" que cercam o indivíduo no conforto de sua casa ou trabalho, na realidade estão diante de uma janela escancarada e um teto de vidro.
A interpretação doutrinária do Direito Civil confere o direito personalíssimo, normatizando o acesso irrestrito à informação e como já supramencionado, a cláusula pétrea Constitucional: a liberdade de expressão, desde que vedado o anonimato, onde é claro em nossa Carta Magna:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
Inc. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Inc. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
Inc. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Tais dispositivos Constitucionais são pormenorizados em legislação específica (Códigos Civil e Penal e, posteriormente, normatizados pelo Marco Civil da Internet (MCI) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Mas será que toda essa liberdade Constitucional é garantida de forma incisiva? Absolutamente, por isso a necessidade de o meio jurídico acompanhar a celeridade tecnológica irrefreável e adequar-se a esse crescimento, na medida em que o uso racional dos meios de informação em massa digitais possa se tornar uma realidade social.
O Direito ao Esquecimento surge para os meios digitais da asserção de se levar o Código Civil -- o que já é corriqueiro no mundo real -- para a esfera virtual. Não há como efetuar esta divisão, o Direito à Personalidade é aplicável perfeitamente entre bits e bytes flutuantes na Rede Mundial de Computadores que, em contraposição do que muitas pessoas pensam, não se trata de uma "terra sem domínio".
Por isso a necessidade de se normatizar a matéria. E a célula embrionária para se estabelecer calibre jurídico foi a Lei nº 12.965 de 2014, a qual prevê, em súmula, "princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil". Quatro anos mais tarde, em 2018, a "LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados" (Lei 13.709/18) foi promulgada, quando, de fato, passou a normatizar o tratamento do fluxo de dados na internet e responsabilzar a quem dela fizer mal uso e ilicitudes. 
Tal instrumento é totalmente flexível, tendo que conformar-se com os avanços tecnológicos, encontrando-se em complemento contínuo.
É o que aponta relatório do Conselho de Justiça Federal, em seu enunciado 531, onde os ministros proferiram a seguinte justificativa, ao efetivarem a concretização do direito ao esquecimento no ordenamento jurídico pátrio:
"Os danos provocados pelas novas tecnologias de informação vêm-se acumulando nos dias atuais. O direito ao esquecimento tem sua origem histórica no campo das condenações criminais. Surge como parcela importante do direito do ex-detento à ressocialização. Não atribui a ninguém o direito de apagar fatos ou reescrever a própria história, mas apenas assegura a possibilidade de discutir o uso que é dado aos fatos pretéritos, mais especificamente o modo e a finalidade com que são lembrados". (VI Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, 2013).
Ora, o Direito ao Esquecimento nos meios digitais gera maior poder ofensivo no que se refere à dignidade e honra do indivíduo. Uma postagem em rede social ofensiva ou uma foto íntima disponibilizada no intento de danificar a imagem de uma pessoa podem ser perfeitamente apagadas pelo infrator, mas não antes de outrem ter efetuado cópias para sua redistribuição, com interesses igualmente escusos, devendo todos responderem solidariamente com a autoria, ou seja, passam a ser co-autores infracionais.
O Direito ao Esquecimento é matéria controversa, pois entra em conflito com outro Direito vital: o Direito e acesso à informação. Mas como saber qual o momento em que uma lei deve sobrepor a outra? 
Como já demonstrado, os direitos substanciais estão alicerçados no esteio do brio humano, portanto são todos iguais, sem a verticalidade estrutural do Direito. Quando estes Direitos e garantias se confrontam, deverá um ratificar o outro, aquilo que juridicamente está elencado como senso jurídico, ou seja, o princípio da equidade jurídica.