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Choque Circulatório: Causas e Sintomas

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Condição de falência 
circulatória ameaçadora à 
vida devido à distribuição 
inadequada de oxigênio. 
Definido como um 
desequilíbrio entre a oferta 
e a demanda de oxigênio, 
produzindo assim, hipóxia 
celular e tecidual. 
choque 
Laís Saad | T9 
O choque circulatório caracteriza-se por um estado de hipoperfusão tecidual, ou seja, o 
fluxo sanguíneo encontra-se inadequado para suprir as necessidades celulares. Assim, o 
denominador comum de todos os tipos de choque é a redução da pressão de enchimento 
capilar (PEC). Há, portanto, um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio e 
nutrientes, e um acúmulo de produtos metabólicos de excreção celular (como o gás 
carbônico) pela insuficiência na sua remoção. É importante ressaltar que, apesar da redução 
da PEC, o choque circulatório não cursa necessariamente com hipotensão arterial e débito 
cardíaco diminuído. Essa confusão pode, muitas vezes, retardar o diagnóstico e, 
consequentemente, diminuir as chances de reversão do quadro. 
Em relação à pressão arterial, em algumas situações ela pode estar próxima aos níveis normais, ainda que o paciente encontre-
se em insuficiência circulatória devida à PEC reduzida. Paralelamente, pode ocorrer uma queda significativa da pressão arterial 
(até cerca de metade do valor normal) sem que a perfusão tecidual se comprometa, ou seja, sem que haja choque. Já o débito 
cardíaco pode encontrar-se normal ou até mesmo aumentado, dependendo da condição patológica subjacente. Há casos em 
que as necessidades metabólicas do organismo estão aumentadas a tal ponto que, mesmo com o débito cardíaco aumentado, 
não há um aporte suficiente de nutrientes para os tecidos. Ou ainda, o débito cardíaco pode encontrar-se normal, mas a 
perfusão tecidual não ocorrer de forma satisfatória, por alguma alteração nas trocas entre os capilares e as células. O choque, 
independentemente da causa, tem como resultado final a deterioração tecidual, caso não haja intervenção. Isso porque, quando 
o choque atinge um estado em que os mecanismos compensatórios do próprio organismo não são mais suficientes, o próprio 
choque gera mais choque, uma vez que a má perfusão compromete de forma geral os tecidos corporais, inclusive o sistema 
cardiovascular. Com o sistema cardiovascular comprometido, a perfusão se tornará cada vez mais insuficiente, formando um 
ciclo vicioso. Caso não haja intervenção neste momento, o choque se tornará irreversível, e a morte, inevitável. 
fisiopatologia 
classificacao 
 
HIPOVOLÊMICO 
É o choque ocasionado por uma redução no volume 
intravascular, o que reduz o débito cardíaco. Esse tipo de 
choque pode ser dividido em duas categorias. 
Hemorrágico: A perda de sangue resulta em uma redução no 
volume intravascular o que pode resultar em choque. Existem 
múltiplas causas para isso, dos quais o trauma (contuso ou 
penetrante) é o mais comum, seguido por hemorragia varicosa 
e sangramento intestinal inferior. 
Não hemorrágico: Ocorre pela diminuição do volume 
intravascular por perda de algum fluido que não seja sangue. 
Ou seja, mais comumente ocasionado pela perda de sódio ou 
de água, em vários sítios anatômicos, como: o trato 
gastrointestinal (diarreia, vômitos), pele (queimaduras, 
condições dermatológicas severas como a síndrome de 
Stevens-Johnson), perdas renais (uso excessivo de diuréticos, 
nefropatias) e outras. 
OBSTRUTIVO 
O choque obstrutivo é ocasionado, frequentemente, por 
causas extracardíacas, que levam à uma falência da bomba e 
é muito associado com um baixo débito cardíaco direito. As 
causas desse tipo de choque podem ser divididas em duas 
categorias. 
Pulmonar vascular: Muitas vezes o choque obstrutivo ocorre 
devido à falência ventricular direita que é resultado de duas 
condições principais, a embolia pulmonar e a hipertensão 
pulmonar. Nesse sentido, a falha do ventrículo é decorrente da 
alta pressão pulmonar, fazendo com que a sístole ventricular 
não vença essa pressão aumentada. Além disso, os pacientes 
com estenose grave ou com quadro agudo de obstrução da 
válvula pulmonar ou tricúspide também podem ser 
enquadrados nessa categoria. 
Mecânico: Os pacientes dessa categoria desenvolvem o choque 
devido ao distúrbio que leva à uma diminuição da pré-carga, 
ou seja, o retorno venoso é prejudicado e assim a bomba não 
tem “substrato” para bombear. São exemplos: pneumotórax, 
tamponamento cardíaco, cardiomiopatia restritiva e pericardite 
constritiva. 
CARDIOGÊNICO 
O choque cardiogênico é aquele causado por alguma alteração 
intracardíaca que leva a falência da bomba cardíaca, resultando 
em débito cardíaco reduzido. As causas podem ser divididas 
em 3 grandes grupos. 
Cardiomiopatia: Nesse grupo estão incluídos: infarto miocárdico 
(que envolve mais de 40% do miocárdio ventricular), infarto 
do miocárdio de qualquer tamanho quando acompanhado de 
isque- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
isquemia extensa devido a doença arterial coronariana, infarto 
ventricular direito severo, exacerbação da insuficiência 
cardíaca, miocárdio atordoado após uma parada cardíaca, 
depressão miocárdica devido a choque séptico ou neurogênico 
e miocardites. 
Arrítmica: As taquiarritmias e bradiarritmias, tanto atrial quanto 
ventricular podem induzir a hipotensão, contribuindo assim 
para os estados de choque. No entanto, quando o debito 
cardíaco é prejudicado deforma severa devido as arritmias, os 
pacientes podem apresentar o choque cardiogênico. 
Mecânica: As causas mecânicas incluem insuficiência severa 
das válvulas aórtica ou mitral e defeitos valvulares agudos 
devido a ruptura do músculo papilar ou das cordas tendíneas 
ou dissecção retrógrada da aorta ascendente no anel valvar 
aórtico ou um abscesso do anel aórtico. 
DISTRIBUTIVO 
É caracterizado por uma vasodilatação severa e pelos 
mecanismos/moléculas responsáveis por essa vasodilatação 
dependem da etiologia. 
Choque séptico: A sepse é definida como uma resposta 
desregulada do hospedeiro contra a infecção, que resulta em 
ameaça à vida e disfunção orgânica. É a causa mais comum de 
choque distributivo. O choque séptico está relacionado com 
uma alta taxa de mortalidade, cerca de 40 – 50% dos 
pacientes. 
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS): Uma 
síndrome clínica caracterizada por uma robusta resposta 
inflamatória, causada por um grande insulto corporal, que pode 
ser infeccioso ou não. 
 
Choque neurogênico: Os pacientes com uma lesão traumática 
no cérebro ou na medula espinal, apresentam uma interrupção 
nas vias autonômicas, o que leva à uma diminuição na 
resistência vascular e alteração no tônus vagal, sendo eles os 
responsáveis pelo choque distributivo ocasionado. 
Choque anafilático: O choque anafilático é mais comumente 
encontrado nos pacientes com reações alérgicas graves, 
mediadas pelo IgE, como a picadas de insetos, alimentos e 
drogas. Além dis-so, vale lembrar que o termo anafilaxia 
também se aplica aos casos de liberação direta de mediadores 
inflamatórios dos mastócitos e basófilos produzidos por vários 
gatilhos, como exercícios, látex ou idiopático. 
Choque induzido por drogas e toxinas: Algumas reações 
medicamentosas ou a toxinas podem estar associadas ao 
choque ou a síndrome do tipo SIRS-like, como por exemplo: 
overdose por narcóticos, mordidas de cobra, envenenamento 
por escorpião ou aranhas, reações transfusionais, 
envenenamento por metais pesados, etc. 
Choque endócrino: As crises addisonianas (falência da adrenal) 
e mixedema podem ser associadas com hipotensão e estados 
de choque. Nas situações de deficiência de mineralocorticoides,pode ocorrer uma vasodilatação devido a alterações no tônus 
vascular, e a deficiência de aldosterona pode mediar uma 
hipovolemia. 
CHOQUE COMBINADO 
Frequentemente a causa de choque é multifatorial. 
 
manifestacoes clinicas 
Quando o paciente apresentar hipotensão, taquicardia, oligúria, alteração no estado 
mental, taquipneia, pele fria, pegajosa, cianótica, aumento do tempo de enchimento 
capilar (TEC), acidose metabólica e hiperlactatemia. 
A hipotensão ocorre nos pacientes com choque podendo ser: 
? absoluta: quando a pressão sistólica é < 90mmHg e a pressão arterial média é < 65 
mmHg; 
? relativa: quando a pressão sistólica diminui > 40 mmHg; 
? ortostática: queda de > 20mmHg na pressão sistólica ou >10 mmHg na pressão 
diastólica com o paciente em pé; 
? profunda: vasopressor-dependente. 
abordagem inicial 
1. A via aérea deve ser estabilizada e o acesso venoso deve ser garantido, para que os pacientes possam ser tratados 
imediatamente com líquidos (cristaloides) para restaurar a perfusão tecidual. 
2. Os pacientes devem ser constantemente avaliados (monitoração) quanto à necessidade de alguma intervenção imediata ou 
precoce, para que as terapias salva-vidas possam ser instituídas prontamente. 
3. Depois de estabilizados os pacientes devem passar por uma “pesquisa” minuciosa, para que seja determinada a causa do 
choque. 
Nos casos em que os pacientes desenvolvam a síndrome da angústia respiratória ou estejam com instabilidade hemodinâmica, 
eles podem ser intubados, com exceção dos pacientes com suspeita de pneumotórax hipertensivo, os quais serão drenados. Vale 
lembrar que, na sequência de intubação rápida desses pacientes, devem ser evitadas as drogas que podem cursar com 
hipotensão, como propofol e midazolam. 
 
 
 
suporte hemodinamico 
No geral, o suporte hemodinâmico ao paciente com choque inespecífico é – fluidos intravenosos e vasopressores, com o intuito 
de manter a pressão arterial média em torno de 65 – 70mmHg. Inicialmente faz a utilização dos fluidos e quando eles não são 
efetivos administra-se os vasopressores. 
 
Fluidos intravenosos: São as medidas de primeira linha nos pacientes com hipotensão e choque indiferenciados. É preferível que 
a administração dos fluidos seja feita em bólus, como por exemplo 500 – 1000 mL, até que a pressão arterial e a perfusão 
tecidual sejam aceitáveis. Vale lembrar que o total de volume a ser infundido é determinado pela etiologia do choque, por 
exemplo: casos de choque cardiogênico, de maneira geral, necessitam de 500 – 1000mL, nos casos de choque hipovolêmico 
esse volume é maior, cerca de 3- 5 L, incluindo a necessidade de hemoderivados. O fluido ideal ainda é incerto, mas na maioria 
das vezes os cristaloides são os utilizados, como o Ringer Lactato e o Soro Fisiológico 0,9%, sendo preferível o Ringer. Aqueles 
pacientes com choque hemorrágico devem ser tratados, preferencialmente com produtos sanguíneos. 
 
Drogas vasoativas: São medicações que possuem efeitos vasculares periféricos, pulmonares e cardíacos, que possuem alta 
potência e possuem o efeito rápido e curto, sendo caracterizadas por possuir uma resposta dose dependente. São divididas em 
03 grupos: os vasopressores, inotrópicos e os vasodilatadores. 
 
Para o entendimento adequado de como essas drogas funcionam é necessário conhecer os possíveis receptores onde elas irão 
agir, são eles: adrenérgicos (alfa 1, alfa 2, beta 1 e beta 2) e o de vasopressina (V1). 
 
Alfa 1 – responsável pela vasoconstrição das artérias e veias, contração do músculo liso dos vasos e assim, aumento na 
resistência vascular periférica. 
Alfa 2 – responsável por “contrabalancear” os efeitos do alfa 1. Porém, possui poucos efeitos hemodinâmicos. 
Beta 1 – capaz de aumentar a frequência cardíaca e aumentar a contratilidade miocárdica. 
Beta 2 – atuam causando vasodilatação, diminuição da resistência vascular periférica e a nível pulmonar– broncodilatação. 
 
Os vasopressores – são drogas que atuam aumentando a resistência vascular periférica, por meio do aumento no tônus vascular. 
Noradrenalina – Droga que tem capacidade de agir nos receptores alfa 1 (principalmente) e também no beta 1. É a droga de 
escolha no choque distributivo. A sua dose varia de 0,01 – 3,0 mcg/kg/min. 
 
Vasopressina – É um análogo do ADH (hormônio antidiurético), age no receptor V1, tendo um potente efeito vasoconstritor e 
pode ser usada nos casos de choque refratário, associada com a noradrenalina. Sua dose varia de 0,01 – 0,06 UI/min. 
 
Adrenalina – Capaz de atuar nos receptores alfa 1, beta 1 e beta 2 (broncodilatação), sendo um importante vasoconstritor e 
também inotrópico. Devido a essa sua capacidade de atuar em receptores diferentes, é a droga escolhida nos casos de choque 
anafilático e de segunda linha no choque séptico. Sua dose varia de 1 – 10 mcg/min. 
 
Dobutamina – Droga inotrópica. Atua nos receptores beta 1 e beta 2, causando aumento na contratilidade cardíaca e também 
na frequência cardíaca, além de promover vasodilatação (no vaso sanguíneo). É a droga de escolha na disfunção miocárdica, 
como no choque cardiogênico. Sua dose varia de 2,5 – 20 mcg/kg/min.

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