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1 República de Angola Ministério da Educação Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos Instituto Nacional de Petróleos “Processo De Envasamento Do GLP” (Trabalho Realizado Durante o Estágio Curricular na SonaGás) Local: Benguela, Instalação de Gás do Lobito Ano Letivo: 2019 Curso: Manutenção Industrial e Instrumentação Lobito, aos 22 de Julho de 2019 2 República de Angola Ministério da Educação Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos Instituto Nacional de Petróleos “Processo De Envasamento Do GLP” Elementos do grupo Agnelo João Baptista Calei - Man. Industrial Ivanny Jetro Ndemby Kaley - Instru. Industrial Elias Manuel Tito João - Man. Industrial Docente Epígrafe 3 «A competividade de um país não começa nas indústrias ou nos laboratórios de engenharia. Ela começa na sala de aulas. » (By: Agnelo João Baptista Calei) 4 Agradecimentos Agradecemos à Deus pelo dom vida, pelas oportunidades, por guiar nossos caminhos e escolhas, e pela belíssima formação que está nos proporcionando. Aos nossos pais, por toda confiança depositada em nós nestes anos de formação, aos nossos familiares por toda confiança, amor, amizade e lealdade nesse percurso. Aos nossos supervisor e monitor Eng. Manuel dos Santos e Albano Mortágua (I.G.L.O) pela paciência de nos transmitir os seus conhecimentos e a toda equipe de trabalhadores da SonaGás do Lobito, aos nossos professores por toda força e incentivo durante os 3 anos de formação em especial aos nossos coordenadores professor Tchiyemba Muana Kapenda Felix (INP) e professor Francisco Gomes (INP) e agradecer também ao professor Jaime pelo empenho e dedicação durante o período de estágio curricular. E também queremos agradecer à todo coletivo de estudantes e professores do Instituto Nacional De Petróleos (INP) que nos acompanharam durante estes 4 anos de formação, aos nossos colegas, amigos e irmãos. E a todos aqueles inúmeros outros a qual não citamos no momento, mas que contribuíram, direta ou indiretamente, para que nós tivéssemos força, esperança, capacidade e equilíbrio para chegar até aqui. O NOSSO MUITO OBRIGADO 5 Dedicatória Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em nossas vidas, autor dos nossos destinos, nosso guia, socorro presente na hora da angústia, aos nossos professores, familiares, colegas e amigos pelos incentivos e pelos apoios constantes. E a todos nossos irmãos dos cursos de Instrumentação Industrial e Manutenção Industrial, e por último e não menos importante ao INP-Instituto Nacional De Petróleos. 6 Resumo O GLP (Gás Liquefeito De Petróleo) é sem dúvida um dos combustíveis mais utilizados no mundo. Utilizado em larga escala para cocção de alimentos, este apresenta ainda inúmeras utilidades na indústria, agropecuária e no agronegócio. O GLP é produzido nas refinarias e após a produção ele é transportado até as distribuidoras aonde será envasado em recipientes de diferentes capacidades sendo o 13kg o mais utilizado. Depois de envasado ele será transportado para as revendedoras onde será comercializado para o consumidor final. Conhecer os equipamentos necessários e utilizados nesse processo é de grande importância para os técnicos deste ramo. Palavras Chaves- GLP, Produção, Manutenção, Segurança, Perigos e Riscos. 7 Índice de figuras Fig.1- Pontão ou zona de descarga………………………………..……...pág. Nº 3 Fig. 2- Esfera………………………………………………………...……….pág. Nº 4 Fig.3- Sala de bombas…………………………………………...………….pág. Nº 5 Fig.3.1- Acoplamento de motor \ bomba……………………..……………pág. Nº 5 Fig.3.2- Zona de carregamento de camiões………………..…………….pág. Nº 6 Fig.4- Lavadora…………………………………………...………..………...pág. Nº 9 Fig.5- Sensor Ótico…………………………………………..……………..pág. Nº 10 Fig.5.1- Sensores de entrada e saída.................................................. pág. Nº 11 Fig.5.2- Módulo de entrada.…………………………………………........pág. Nº 12 Fig.6- Carrossel………….………………………………………………….pág. Nº 12 Fig.6.1- Balança universal….……………………………………………...pág. Nº 13 Fig.6.2- Balança de enchimento automática…………………………….pág. Nº 14 Fig.6.3-Balança de enchimento automática para as garrafas de 45kg.pág. Nº 15 Fig.6.4- Balança manual…………………………………………………...pág. Nº 16 Fig.6.5-Cabeça de enchimento automática –AFC……...............……...pág. Nº 17 Fig.6.6- Cabeça de enchimento – SAC………………………..…………pág. Nº 18 Fig.6.7- Cabeça de enchimento – MFC………………………………….pág. Nº 18 Fig.7- CUC…………………………..………………………………………pág. Nº 19 Fig.8- Rede CUC…………………………………………………………...pág. Nº 20 Fig.8.1- Fonte Alimentação..……......…………………………………….pág. Nº 21 Fig.8.2- Anel Deslizante....………......…………………………………….pág. Nº 21 Fig.8.3- Caixa de conexão....……......…………………………………….pág. Nº 21 8 Fig.8.4- Ligação T….....…………………………………………………….pág. Nº 22 Fig.8.5- Cabo Ethernet………………………………...……..……………pág. Nº 23 Fig.8.6- Ligação com a célula de carga..…………………..…………….pág. Nº 23 Fig.8.7- Controlo de dados em uma sala de controle….……………….pág. Nº 23 Fig.8.8- CUCs conectados em outros módulos..……..…………...…….pág. Nº 23 Fig.9- Módulo de saída das garrafas……………..………………………pág. Nº 24 Fig.9.1- Sensores de leitura numérica das balanças………...…………pág. Nº 24 Fig.9.2- Balança de controle…....…………………………………………pág. Nº 25 Fig.9.3- Expulsor…………......…………………………………………….pág. Nº 26 Fig.10- Detector de vazamento……...……………………………………pág. Nº 26 Fig.11- Testador de válvula…………..……………………………………pág. Nº 27 Fig.12- Módulo de transvasamento………….……………………………pág. Nº 28 Fig.13- Retificadora..………………………..……………………………...pág. Nº 28 9 Glossário de termos técnicos • Cocção- é o processo de aplicação de calor, modificando os alimentos; modificações químicas do alimentos. • Mercaptano- aditivo adicionado para alertar, de um possível vazamento de gás. • Estocagem- ato ou efeito de estocar ou fazer estoque, armazenamento • Envasamento- ação de envasar, enchimento. • Granel- Mercadoria que é transportada sem embalagem e em grandes quantidades • Comissionamento- é o processo de assegurar que os sistemas e componentes de uma unidade industrial operados e mantidos de acordo com as necessidades do proprietário. • Tara- é a parte do peso da embalagem, invólucro ou veículo que contém um produto. • Módulo- é a parte do sistema responsável por uma tarefa bem definida. • Balança- é um instrumento que mede a massa de um corpo • Torque-é o agente dinâmico da rotação • Infravermelho-sinal vermelho do espectro da luz visível • Fototransistor- é um transístor bipolar com uma capa transparente que permite que a luz possa atingir a base coletora de junção. • Parâmetros-característica variável que permite definir ou comparar algo • Fluxograma- é um diagrama que descreve um processo, sistema ou algoritmo de computador. • Interface- é o nome dado para o modo como ocorre a comunicação entre duas partes distintas que não podem se conectar diretamente. • Bifurcar- separar, abrir em dois ramos. • Retificar- corrigir, emendar, tornar exato. • Integridade-qualidade ou estado do que é íntegro ou completo. • Polarização-é uma propriedade de ondas eletromagnéticas. • Purgar- é o processo de expurgar, expelir, expulsar ou eliminar algo. • Empanque- peças mecânicas que têm finalidade evitar derrames de fluido. • Antiestático- que ou o que impede ou limita a formação da eletricidade estática. 10 • Drenagem- é o ato de escoar as águas por meio de tubos, túneis etc. • Retenção- ato ou efeito de reter, detenção, reserva. • Negligência- é o termo que designa a falta de cuidado. Índice Geral Elementos do Grupo 11 Epígrafe AgradecimentosDedicatória Resumo Lista de figuras Glossário de termos técnicos Introdução e Objetivos…….…………………………..................pág. Nº1 e 2 Capítulo I- Zona de Descarga……………………………..…………pág. Nº 3 1.1- Esfera……………………………………...………...…….….......pág. Nº 4 1.2- Sala de Bombas…………………………………......…...……...pág. Nº 5 Motor Eléctrico…………………………………………….….......pág. Nº 5 e 6 1.3- Zona de Carregamento de Camiões …………………………..pág. Nº 6 Capítulo II- Zona de Envasamento………………………….....…….pág. Nº 7 2.1-Sistema de transportadores de corrente……………...….…….pág. Nº 8 2.2-Lavadora………………….....…………………………….……….pág. Nº 8 2.3- CUC (Crisplant Universal Control).……..........……..……pág. Nº 9 e 10 2.4- Sistema CUC…………..……………………………….…pág. Nº 10 à 13 2.5- Módulo de entrada do Carrossel……………………..….pág. Nº 13 à 16 2.6- Carrossel………………………………………………...…pág. Nº 16 à 22 2.7- Módulo de Saída do Carrossel………………..…..….…pág. Nº 23 e 25 2.8- Detector de Vazamento…………………………….....……….pág. Nº 26 2.9- Testador de Válvula………………….......………………...…..pág. Nº 27 2.10- Módulo de Transvasamento e Retificadora …........…pág. Nº 28 e 29 12 Capítulo III………………………………………………….……....…pág. Nº 30 3.1- Segurança na Instalação…......………………………….pág. Nº 30 à 32 3.2- Manutenções………………………………………....……pág. Nº 33 à 36 Possíveis Melhorias………………………………………..………...pág. Nº 37 Conclusão………………………………………………...…...……...pág. Nº 38 Referências Bibliográficas………………………...………...………pág. Nº 40 13 INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS O “gás de cozinha”, como é conhecido popularmente o gás liquefeito de petróleo (GLP) por causa de sua utilização principalmente na confecção de alimentos, é uma das frações mais leves do petróleo e a sua queima é muito limpa, com baixíssima emissão de poluentes. Por causa dessas características ele é utilizado em ambientes fechados, como na cozinha de sua casa, ou em aplicações industriais sensíveis à poluentes, como na fabricação de vidros cerâmica e alimentos. O GLP, quimicamente, é uma mistura de gases condensáveis (podem passar para o estado líquido) que estão presentes no gás natural ou dissolvidos no petróleo, a sua principal fonte de obtenção. Tanto o propano quanto o butano são extremamente fáceis de serem condensados. Na botija de gás, estes gases estão na fase líquida em virtude da pressão em torno de 6 a 8 atm, a que são submetidos em seu processo de envasamento. O gás de cozinha é geralmente associado ao desprendimento de um forte odor, entretanto, “uma característica marcante do GLP é não possuir cor nem cheiro próprio. No entanto, por motivo de segurança, uma substância do grupo Mercaptan é adicionada ao GLP ainda nas refinarias. Ela produz o cheiro característico quando há um vazamento de gás. O GLP não é uma substância tóxica, porém se inalado em grande quantidade produz efeito anestésico”. Essa substância possui a finalidade de avisar aos nossos sentidos que há um vazamento do GLP, o que pode ser fatal se inalado. Para que seja possível a aquisição do produto final é necessário que se cumpra as seguintes etapas: • Aquisição e estocagem do GLP; • Lavagem e análise dos recipientes; • Envasamento do GLP nos recipientes; • Distribuição. Para a armazenagem do GLP são utilizados recipientes de aço, de variadas capacidades volumétricas e formatos. Em sua fabricação, esses materiais passam 14 por repetidos testes de resistência, nos quais está sua capacidade mecânica de suportar pressões de até 15 atm. Dessa forma, busca-se a prevenção de eventuais possibilidades de rompimento mecânico ou manuseio inadequado em seu processo de envasamento ou utilização doméstica. Ainda com base no processo de envasamento, todos os recipientes que contém o GLP são enchidos até 85% de sua capacidade máxima, sendo que o restante de seu volume é utilizado na vaporização dos produtos, que ocorre com trocas de calor entre a parede do recipiente e as amostras no estado gasoso. Desta forma, quanto maior for a temperatura externa do recipiente, maior será também a velocidade de vaporização dos gases contidos em seu interior. Com este trabalho pretendemos ilustrar como é feito o enchimento das nossas garrafas de gás e esclarecer algumas dúvidas existentes sobre as garrafas, o gás e como é este processo. Com o processo de envasamento, decidimos escolher este tema porque que achamos que há muita dúvida concernente há como é feito o enchimento do GLP, e o porquê das garrafas surgirem muitas vezes danificadas, com excesso ou falta de gás e quais máquinas são utilizadas neste processo, e também procurar apresentar algumas melhorias dos problemas que fomos constatando ao longo da nossa estádia na Instalação de Gás do Lobito (I.G.L.O). O presente trabalho está estruturado em 3 capítulos, dos quais o primeiro para contextualizar o conteúdo mostrando como é feito o transporte do GLP, descarga e distribuição e também faz a apresentação dos reservatórios e das bombas de distribuição presentes na instalação; o segundo aborda sobre a zona de envasamento (placa de enchimento), os equipamentos e materiais utilizados e mostra também detalhadamente a descrição dos mesmos; o terceiro e último finalmente mostra as precauções e normas de segurança a serem tomadas na instalação bem como as manutenções que são realizadas em cada equipamento pertencentes na instalação, e traz as conclusões, recomendações de possíveis melhorias na instalação. 15 I Capítulo Em uma análise preliminar, percebe-se que a comercialização do GLP tem início com a venda pelo produtor ou importador do produto a granel para as companhias envasadoras, por meio de armazenadores ou não. As companhias envasadoras, por sua vez, podem revender o produto para clientes de dois tipos de segmentos: A granel (geralmente para indústrias) e doméstico (para comércios, residências e instituições), sendo que, neste último, o gás é comercializado principalmente por meio de revendas e está engarrafado em cilindros ou botijas. Todo o processo começa com a extração do petróleo e do gás natural. Após o processo o gás é direcionado por dutos a terminais de estocagem. A partir de então, o GLP entra na cadeia produtiva. As empresas compram o GLP e o recebem por meio de dutos. Em outros casos, o produto pode chegar por meio de carretas (camiões transportadores do GLP), navios ou mesmo ferrovias. Nessa hora, entra em cena a nossa força de trabalho. No centro operacional (empresa), o GLP é direcionado as áreas de granel ou envasado para que seja feita sua distribuição, que pode ser direta ao consumidor ou a revendedores. E agora é que começa a nossa parte, o navio chega até ao pontão que é o local aonde eles fazem a descarga do nosso produto (GLP) para os nossos reservatórios (esferas), o navio tem a capacidade de 4400m. Figure 1 Pontão ou zona de descarga 16 1.1- Esfera Definição- São reservatórios concebidos para o armazenamento do GPL em grande escala, que pode ser transportado por via marítima (barcos ou dutos) e terrestre (camiões ou dutos). Características- Existem 2 esferas em funcionamento na I.G.L.O., cada uma com a capacidade de 2200m³. Durante a descarga não se deve encher as esferas no seu todo. Enche-se somente 85% e os outros 15% serão ocupados pela parte gasosa que terá no reservatório, devido as trocas de calor entre as paredes da esfera e o meio ambiente. Nesse caso as esferas irão conter somente 1870m³ de GLP. Figure 2 Esfera Nela são medidos vários parâmetros, nomeadamente, a pressão e temperatura, dentro e fora da esfera, e nível somente para o interior. Os métodos de medição de nível utilizados são a medição por bóia. No cimo da esfera, temos um medidor de pressão analógico e dois transmissores eletrônicos cegos (Rosemount Tank Gauding). Os transmissores levam o sinal até aos indicadores na parte inferior da esfera,que facilitam a leitura dos dados. Cada esfera contém duas válvulas de relief, para o caso de pressão excedente à 17.66 bar. A proteção contra incêndios é feita a partir dos springers (chuveiros) que são os aros vermelhos a volta da esfera e tiram a água do reservatório, bombeada pelas bombas submersíveis para arrefecer a esfera em caso de temperaturas elevadas, normalmente acima dos 50ºC e em alguns casos, fazer a sua limpeza e teste dos springers. 17 1.2- Sala de bombas Figure 3 Sala de bombas A sala ou casa de bombas é constituída por 2 bombas (há apenas uma em uso) e dois compressores que fazem o bombeamento do fluido liquido (GLP) para as garrafas ou para as carretas. Estas bombas foram concebidas para uso com GLP. Elas são acopladas a motores eléctricos para serviço contínuo disponibilizada em 6 andares de compressão distintos, cada um com possibilidade de ter até oito andares de compressão, permitem usufruir de uma vasta gama de pressões, capacidades e condições para trasfega de líquidos. Figure 3.1 Acoplamento de motor\bomba Motor Eléctrico - é qualquer dispositivo que transforma energia eléctrica em energia mecânica, ou seja, quando conectado a uma fonte de energia e acionado ele gera energia mecânica que é transferida para outra máquina. Neste caso o nosso é um motor a prova de explosão e são amplamente utilizados na indústria, porém requerem cuidados especiais nas fases de instalação, comissionamento, operação e manutenção. Para garantir o funcionamento seguro nas áreas classificadas desses equipamentos, devem ser feitas inspeções periódicas por 18 profissionais devidamente capacitados, bem como, quando necessário, manutenção e reparos adequados. 1.3- Zona de Carregamento de Camiões Segue-se a área de enchimento dos camiões, que também é feita pelos operadores da sala de bomba. Os camiões param na área para carga ou descarga a granel. E além de existir motores e compressores na sala de bomba também temos bombas na placa de enchimento e compressores nos navios. Figure 3.2 Zona de carregamento de camiões 19 Capitulo II A zona de envasamento (Placa de enchimento), é o local aonde realiza-se o maior trabalho que é o de encher as garrafas. Na placa, encontramos várias máquinas que ajudam no nosso processo como: a lavadora, os carrosséis 1, 2 e 3, as balanças, dentre outros que iremos abordar aqui. O processo começa na zona de descarga, aonde os camiões chegam e descarregam as suas garrafas para enchimento no sistema de transportador de corrente que fazem o seu transporte até a lavadora para melhorar a leitura dos valores de tara das garrafas de gás. A lavadora retira todas as impurezas que as garrafas trazem como terra, plásticos, pedaços de roupas, etc. As garrafas são transportadas nessa linha para o posto de codificação de tara. Todos os dados (tipos de garrafas, peso líquido da garrafa, valor da tara) são registados no CUC, pronto para uso nos postos de enchimento do sistema de carrossel. As garrafas são conduzidas para o carrossel, uma garrafa em cada posto de enchimento (balança). Todas as garrafas são cheias e pesadas no carrossel. Caso as garrafas ou as suas válvulas estejam danificadas ou no caso de falha de leitura da tara, as garrafas são enviadas para enchimento manual ou para retificadora. Depois do enchimento, as garrafas são ejetadas do carrossel pelo módulo de saída ou para primeiro módulo de processo, neste caso a balança de controlo de peso que, caso haja falta ou excesso de peso, ela envia as garrafas para uma linha de separação. As garrafas são testadas quanto à vazamentos por um outro módulo de processo, neste caso um detector de vazamento e transferidos para a unidade de teste de válvula. Cada módulo de processo tem uma linha de separação para garrafas com vazamento, excesso ou falta de peso. Depois do último módulo de processo, as garrafas são transferidas à linha de transportadores de corrente de saída em direção aos camiões para carregamento. 20 2.1- Sistema de Transportador de Corrente As correntes são movidas pelas redutoras, que são um sistema de aumento de torque por engrenagens. A redutora é acoplada à um motor elétrico trifásico. O motor faz girar a redutora, e consequentemente as correntes. A conexão entre o motor e a redutora é feita por um acoplamento de engrenagem que consiste em uma peça de ligação de eixos (composta por dentes internos dos cubos protegidos pela capa externa) rotativos, responsável pela regulação de desalinhamentos inevitáveis, sejam eles angulares, radiais ou mesmo axiais. Utiliza-se os acoplamentos de engrenagem porque estes podem apresentar um aumento de vida útil dos equipamentos, já que a peça absorve fricções e vibrações que possam gerar desgaste precoce dos equipamentos. Este tipo de acoplamento permite ainda fazer o trabalho tanto horizontal como vertical no equipamento. Este sistema pode ser usado tanto a seco como lubrificado com água e potassol (sabão liquido). Quando estão em funcionamento sem lubrificação, as correntes gastam, por causa da fricção entre elas e as linhas de transporte, que pode resultar em mau funcionamento das correntes, gasto das engrenagens, outros problemas e posteriormente, uma manutenção corretiva. 2.2- Lavadora Utiliza-se para fazer a lavagem das garrafas para que as mesmas não levem impurezas no processo e essas impurezas podem danificar algo ou mesmo interferir em algum dos sensores. A lavadora tem lado da lavagem e da secagem. No lado da lavagem ela usa a água aquecida por vapores vindo de uma caldeira. Figure 4 Lavadora 21 2.3- CUC (Crisplant Universal Control) É um controlador intrinsecamente seguro compreendendo: • 16 entradas e saídas digitais (mais uma entrada adicional para botoneira); • 1 interface de série para carregamento do módulo da célula ou interface de série para módulo E/S (I/O) ampliado (+ 16 entradas); • 1 interface de série para comunicação; • Visor de cristal líquido (LCD) (4 linhas com 20 caracteres alfanuméricos em cada linha); • Teclado de membrana selado com 16 teclas (12 teclas para codificação e 4 teclas de função); • 1 botoneira para arranque/paragem do processo; • 1 interface de série para programação. Figure 7 CUC O CUC foi projetado para ser instalado em áreas potencialmente perigosas (butano/propano) e integrado no processo atual (máquina). O CUC controla todo o processo e proporciona muitas funcionalidades como controlo do módulo de entrada 22 de garrafas, balança de enchimento no carrossel ou no pavimento, balança de ajustamento (balança de enchimento ̸ evacuação ̸ verificação combinada), detector de fugas de gás, balança de verificação com célula de carga, contador (soma) de garrafas, unidade de transvasamento e a paletizadora. O CUC tem os dados de todas as garrafas e o controle total do sistema caso haja algum tipo e avaria nos CUCs de entrada e de saída o sistema para e não haverá nem entrada nem saída das garrafas. 2.4- Sistema CUC A rede de PLC (Sistema CUC) começa no CUC de entrada. Nele são introduzidos os parâmetros que vão controlar o número de garrafas que entram, o braço radial hidráulico de entrada. O número de garrafas admitido na linha de entrada é programado segundo o comprimento do trajecto até ao carrossel. Na admissão, também encontra se um separador com um sensor de fim de curso pneumático que separa a garrafa pronta a entrar, das que estão atrás para que se evite erros na entrada como a inserção de 2 garrafas ao mesmo tempo. Depois do processo de entrada, vem o carrossel, com 24 balanças de enchimento automáticas, cada uma com a função de nelas estarem montados a célula de carga, um CUC, as cabeças de enchimento automáticas e os automatismos para o enchimento automático da garrafa. Figure 8 Rede CUC A alimentação e a recolhade dados desses CUCs, tais como os das balanças de enchimento estacionárias, vêm da fonte de alimentação CPI-Ex. Estas caixas têm uma alimentação da rede de 85-264 VAC (Volts Alternate Current), 50-60 Hz 23 (Hertz), um canal de ligação ao computador (comunicação de dados), 2 canais de ligação a rede CUC intrinsecamente segura e ligação à terra de protecção. Nos carrosséis, a comunicação com os CUCs e transportada directamente da fonte de alimentação CPI-Ex para um anel deslizante que se encontra no centro do carrossel. Figure 8.1 Fonte de alimentação Figura 8.2 Anel Deslizante Os anéis deslizantes (slip rings) são dispositivos electromecânicos concebidos para a transferência de potência e sinais eléctricos de uma estrutura estacionária para uma rotativa. Compostos por grafite ou metal de contacto estacionário (escovas), com borrachas no diâmetro exterior de um anel de metal rotativo. Enquanto o anel de metal gira, a corrente eléctrica ou sinal é conduzido através da escova estacionária para o anel de metal realizando assim a conexão. Figure 8.3 Caixa de conexão Depois do anel, o sinal chega a caixa de conexão (Connection Box). Como a conexão do anel deslizante não e acessível para ser direccionada directamente as 24 conexões T, a caixa de conexão é implementada como intermediário que facilita a conexão. O cabo que traz o sinal liga directamente aos bornes, dentro da caixa de conexão, e a mesma possui duas portas de ligação Ethernet. Figure 8.4 Ligação T A seguir, vem as ligações T (T-connection) tem a função de bifurcar os sinais de comunicação e alimentação para que uma linha de saída ligue a um CUC e a outra continue a distribuir facilitando a conexão, que é feita por cabo Ethernet. Figure 8.5 Cabo Ethernet Nos CUCs das balanças de enchimento automáticas, são colocados os dados do tipo de garrafa a encher, tara, o range de tara, compensações, quantidade a encher, velocidade de envasamento, entre outros. Os dados são recebidos através caixa de ligação da célula de carga, em baixo da balança, que traz os dados da célula e a alimentação vem das conexões T. O CUC processa os dados, comanda a cabeça de enchimento AFC e é capaz de enviar os dados em tempo real a uma sala de controlo. Pode também registar os dados na mesma. 25 Figure 8.6 Ligação com a célula de carga Figura 8.7 Controlo de dados em uma sala de controle A outra saída da fonte de alimentação a ligada a uma caixa de conexão, e posteriormente aos CUCs de introdução das botijas, de extracção das botijas, de detector de fugas e as balanças de enchimento estacionárias. Figure 8.8 CUCs conectados em outros módulos 2.5- Módulo de entrada do carrossel Este módulo trabalha em sincronia com o carrossel, a saída e os módulos de processo, visto que estão todos conectados e em sincronia por intermédio do CUC. A entrada é projetada para uma transferência suave de garrafas do transportador de corrente a um posto de enchimento no carrossel. Este módulo esta composto da seguinte maneira: • 1 CUC- designado como CUC de entrada; • 1 Contador- admite um número desejado de botijas na linha de entrada; • 1 Separador- separa a botija pronta a entrar das que vem a seguir, para a prevenção de erros no braço hidráulico radial; 26 • 1 Braço hidráulico radial- e comandado uma eletroválvula controlada pelo CUC de entrada para realizar a admissão da botija ao posto de enchimento; • 6 Sensores óticos; • 1 Motor Hidráulico- para fazer girar o braço hidráulico radial e mover o separador. Um PLC controla o fluxo de garrafas a entrada do carrossel por meio de uma série de sensores óticos. Os sensores óticos são basicamente compostos por um LED (Light Dependent Diode) de infravermelhos, funcionando como emissor, e foto- transístores, funcionando como receptores. Figure 5 Sensor ótico Eles funcionam de acordo com os parâmetros distância e tempo de viagem do sinal infravermelho. Ajusta-se um range da distância do objeto ao sensor. Se o objeto (botija) estiver perto o suficiente para ser detectado, o sinal emitido pelo LED bate na sua superfície e é refletido para o receptor. Este processo será reconhecido para CUC como “Existência de botija no posto de enchimento”. O outro sensor ótico comunica com um refletor acoplado ao atuador (cilindro no qual está montado a cabeça de enchimento automática). Com o movimento de carrossel, os postos de enchimentos não tem posições fixas. Este sensor permite ao CUC de entrada, saber qual o posto vai passar pelo ponto do trajeto que possibilita a admissão da botija. Com ação do atuador no posto, no qual também está acoplado a cabeça de enchimento, o refletor move-se. Se estiver em baixo, a abastecer a botija, sensor não irá detectar o refletor. Traduzindo:” Não há posto de abastecimento”. 27 Então, o braço hidráulico radial de admissão atua quando: • Não há existência de botijas no posto de enchimento em questão; • O refletor estiver no ponto superior para poder comunicar com sensor ótico; A entrada e a saída de garrafas do carrossel contêm sensores para detectar se as garrafas já saíram ou já entraram, se ainda não estão cheias ou se há congestionamento na via das garrafas. Figure 5.1 Sensores de entrada e saída Não havendo garrafas suficientes o sistema diminui a velocidade, ajustando-a ao fluxo real de garrafas. Se uma garrafa ficar travada no módulo de entrada, o acoplamento de segurança embutido desengata o braço radial do módulo de entrada e para o sistema. O operador ali pode remover o fácil e seguramente e re-engatar o braço radial do módulo de entrada, girando manualmente o braço radial até que ele automaticamente re-engate. O sistema agora está pronto para um reset e nova partida. Esta característica evita danos ao equipamento por uma garrafa travada e torna a sua remoção muito segura para o operador assim como a nova partida do sistema. 28 Figure 5.2 Módulo de entrada 2.6- Carrossel O sistema consiste de um número de postos individuais de enchimento, um sistema de braços paralelos, um carrossel interno e um sistema de célula de carga. O número de postos de enchimento num sistema de carrossel depende da capacidade desejada e o tempo enchimento das garrafas a serem cheias. Os carrosséis podem ser equipados com 6, 8, 24, 30 e 72 postos de enchimento. O diâmetro da carrossel varia de 4.900 mm, que são os de 30 postos de encimento, até 11.200 mm que é o de 72 postos de enchimento. Figure 6 Carrossel Cada posto de enchimento individual é equipado com uma cabeça de enchimento inteiramente automática. Cada garrafa é transferida do transportador de 29 corrente ao posto de enchimento no carrossel pela braço radial de entrada. O braço radial de entrada guia a garrafa suavemente e garante que seja colocada corretamente no posto de enchimento. Quando a garrafa for liberada pelo braço radial de entrada, a cabeça de enchimento automática conecta-se à válvuva da garrafa. A combinação dessas duas ações sincronizadas elimina a necessidade de dispositivos de centragem. Os processos de enchimento são controlados por um total balanças individuais: balança de enchimento universal, balança de enchimento automática, balança de enchimento automática para garrafas de 45 Kg e a balança manual. Figure 6.1 Balança de enchimento automática Está balança é usada no carrossel para o enchimento das garrafas automáticamente para evitar os esforços de estar sempre a ir centralizar as cabeças nas valvulas . A- CUC B- Unidade de controlo pnéumatica C- Cabeça de Enchimento Automática AFC D- Balança Inferior com Cassete E- Válvula de paragem de gás F- Conjunto de condutas de gás e ar 30 G- Coluna H- Unidade de Suspensão da Cabeça de Enchimento J- Unidade de centragemFigure 6.2 Balança universal Normalmente utilizadas para encher as garrafas com danos ou aquelas que precisem de encaixe das cabeças manualmente. Ela é constituida por: A- CUC B- Unidade de controlo pnéumatica C- Cabeça de Enchimento semiautomática do tipo SAC D- Balança Inferior com Cassete E- Válvula de paragem de gás F- Conjunto de condutas de gás e ar G- Coluna H- Unidade de Suspensão da Cabeça de Enchimento 31 Figure 6.3 Balança de enchimento automática para as garrafas de 45 kg Esta balança é utilizada para encher as garrafas mais altas (45kg) e é utilizada normalmente no carrossel com 6 balanças, está é constituída por duas unidades de centragem das garrafas e uma coluna alta. 32 Figure 6.4 Balança manual A balança manual é utilizada sempre que uma garrafa entrou no sistema do carrossel e não foi cheia. É enviada à zona de separação para o enchimento manual. Esta balança também pode-se usar tanto para colocar o GLP que falta como para tirar o GLP em excesso. A função básica do sistema de enchimento é medir a taxa de fluxo efetivo (gramas por segundo) no primeiro estágio do processo de enchimento. A taxa de fluxo depende de vários fatores tais como a restrição da válvula do botijão, a pressão de enchimento, a pressão do cilindro, etc. A taxa de fluxo varia de maneira significativa entre as garrafas. Baseando-se na taxa de fluxo da garrafa controlada pelo CUC, é possível predizer o tempo de enchimento remanescente para alcançar o volume líquido objetivado de gás a ser colocado. Portanto, é extremamente importante medir com precisão da taxa de fluxo para encher precisamente a garrafa. 33 Existem três tipos de cabeças de enchimento. Para as balanças automáticas utilizam-se as cabeças do tipo AFC, para as balanças manuais e semiautomáticas utilizam-se as cabeças do tipo SAC e para as máquinas de ajuste de peso, ou seja, para aquelas garrafas que têm excesso de GLP, utilizam-se as cabeças do tipo MFC. Figure 6.5 Cabeça de enchimento automática -AFC Constituída por: acoplamento reto, de cotovelo, invólucro de cilindro estabilizador, anel de distância, anel externo, tampa, eixo de válvula, válvula de deslize, junta, molas, pino, pistão, guia para a cabeça e O-ring. 34 Figure 6.6 Cabeça de enchimento-SAC Esta é a cabeça mais simples de se entender, constituída por junta, conexão do eixo da válvula, placa de válvula para bico de enchimento, mola de pressão e conexão parafusada em linha reta. Figure 6.7 Cabeça de enchimento-MFC Constituído por suspenção, suporte de parafuso, pino divisor, bico de graxa, arruela de pressão, parafuso pontiagudo, tampa da válvula mola de pressão guia de válvula e anel de bloqueio. 35 2.7- Módulo de saída das garrafas Este módulo opera em sincronia com o carrossel, o módulo de entrada e os módulos de processo visto estarem todos conectados. O módulo de saída é projetado para uma transferência suave das garrafas dos postos de enchimento do carrossel ao primeiro módulo de processo, sem que as garrafas parem em algum momento. Este módulo esta constituído da seguinte maneira: • 1 CUC- designado como CUC de saída; • 8 sensores óticos; • 1 braço de extração linear pneumático (cilindro pneumático); • 1 balança de controle de peso. Figure 9 Modulo de saída das garrafas Assim como no módulo de entrada, a saída é fundamentalmente controlada por 2 sensores óticos. O primeiro detecta a presença de botija no posto de enchimento e o segundo detecta a posição do refletor, este a indicar que a botija não está a ser cheia, seja por já ter acabado ou por um erro, que tenha interrompido o processo. O CUC de saída consegue identificar as falhas de cada posto, no que se refere ao envasamento, fazendo a leitura das chapas de reconhecimento. Quando uma botija é cheia e está pronta para a remoção, o posto de abastecimento passa pelos sensores de leitura das chapas, comunicando ao CUC de saída, de qual posto irá sair a botija. 36 Figure 9.1 Sensores de leitura numérica das balanças Existem 4 sensores óticos localizados debaixo do carrossel que servem para reconhecer qual posto de abastecimento recebeu ou extraiu qual garrafa. Como as únicas conexões que o carrossel tem com o CUC de entrada não são diretas, ou seja, são apenas sensores óticos a relatar o que está a acontecer no carrossel, precisa se de saber, em caso de erro ou apenas registro, qual posto está a abastecer qual garrafa. Para isso são utilizadas chapas de reconhecimento (código de barras), debaixo cada posto de abastecimento, para que o CUC de entrada consiga identificar qual posto admitiu qual garrafa. Esta leitura é normalmente mais relevante para o módulo de saída, sendo que para o módulo de entrada, serve apenas para testes de reconhecimento. Depois de sair do carrossel, as garrafas passam pela balança de controle de peso e se as garrafas tiverem o peso estabelecido continuam o processo, caso não elas são separadas para ajuste. 37 Figure 9.2 Balança de controle Entretanto as garrafas cheias incorretamente registradas pela balança de controle são separadas em direção a uma balança de ajuste de peso, onde se corrige garrafas com falta ou excesso de peso e em seguida, são transferidos ao detector de vazamento in-line. Figure 9.3 Expulsor 38 2.8- Detector De Vazamento Este é um equipamento pequeno com a função de localizar fugas na válvula da botija. Figure 10 Detector de vazamento Caso haja um vazamento a garrafa é separada para evacuação e troca ou conserto de válvula. As garrafas que passam o teste de vazamento no módulo de processo são transferidos diretamente ao próximo módulo de processo. 39 2.9- Testador de válvula Figure 11 Testador de válvula Este módulo é um equipamento pequeno, a seguir ao detector de vazamento, aonde a cabeça desce sobre a válvula da garrafa iniciando-se automaticamente o processo de teste de válvula. A válvula sendo defeituosa, a garrafa é separada do processo para evacuação e a troca de válvula ou reparo. As garrafas que passam no teste são enviadas para a área de carregamento. Durante o processo, as garrafas que foram cheias em excesso vão para a área de transvasamento. 40 2.10- Módulo De Transvasamento e Retificadora Figure 12 Módulo de transvasamento É aqui aonde faz-se a retirada do GLP em excesso. Este equipamento contém dois reservatórios para armazenamento do GLP e envio até a esfera. Ele tem um compressor para ajudar na sucção da gás da garrafa até ao reservatório e este processo dura no máximo 10 min. E no caso das garrafas que vêm danificadas e em más condições estas vão para a retificadora aonde podemos fazer a reparação das mesmas. Figure 13 Retificadora 41 A máquina do lado esquerdo foi concebida para retificar a parte superior das garrafas, e a do lado direito para retificar a parte inferior das garrafas. No caso de troca das válvulas das garrafas, as mesmas são presas ali e usam-se as ferramentas para retirar a válvula. 42 Capítulo III 3.1- Segurança na Instalação Sabendo que a nossa IGLO (Instalação de Gás do Lobito) é uma área de alto risco aonde podem acontecer acidentes fatais, não podíamos ficar sem falar das normas de segurança. O principal e mais fatal acidente seria uma explosão, e é o que mais preocupa. Uma explosão é uma reação química súbita de uma substância combustível com o oxigénio, onde é libertada uma grande quantidade de energia. As substâncias combustíveis podem estar presentes sob a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras. Uma explosão só pode ocorrer quando três fatores estiverem presentes ao mesmo tempo (e em determinadas proporções). Que são o oxigênio, fonte de ignição e o combustívelque nesse caso é o gás. O GLP pode trazer riscos à saúde dos trabalhadores, à população e ao meio ambiente. Então, a prevenção de qualquer tipo de dano ocasionado por estes riscos é um fator primordial de qualquer empresa. Sabe-se que o principal perigo do GLP está associado às características de inflamabilidade , no entanto, por ser um gás à temperatura ambiente pode atuar como asfixiante simples. O contato com o liquido pode causar queimaduras e a inalação de vapores em altas concentrações pode ocasionar tontura, dificuldades respiratórias e até a perca de consciência. Deve-se levar em consideração qualquer hipótese de acidente dentro de uma unidade de engarrafamento, por exemplo, um incêndio, que em poucos minutos pode elevar a temperatura dos materiais da instalação acima da temperatura de autoignição do gás que, caso haja extinção do fogo seguida de um vazamento de gás, pode ocorrer uma explosão muito grande. Porém são várias as técnicas utilizadas para se identificar e analisar os riscos de acidentes: • Análise preliminar de perigos (APP) ou (APR); • Análise de modos de falha e efeitos (AMFE); • Análise de árvore de falhas (AAF); • Análise de procedimentos; • Análise de energia; • Análise de riscos e operabilidade (HAZOP); • Diagrama de causa e efeito; 43 • Fluxograma. Todas essas técnicas são muito importantes para uma análise completa do ambiente e de todos os materiais envolvidos no processo de engarrafamento. Porém, nas unidades de engarrafamento de GLP, a análise preliminar de perigo é suficiente, pois consiste em identificar todos os perigos envolvidos na realização de uma atividade. As demais técnicas são mais sofisticadas e requerem grandes custos para as empresas, o que, muitas vezes, as tornam inviáveis no processo. Nas condições normais de uso, os recipientes de GLP não explodem. O recipiente pode explodir se permanecer em contato direto com altas temperaturas por período prolongado. Esse fenômeno é chamado de BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion), sigla em inglês para a explosão de fase vapor devido à expansão do líquido em ebulição. Existem as áreas ATEX que são os locais ou ambientes sujeitos a probabilidade de existência de misturas explosivas pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis misturadas com ar. Figure 14 Sinalização das áreas e equipamentos ATEX De modo a garantir a efetiva proteção e segurança dos trabalhadores, os aparelhos e sistemas de proteção devem: • Ser mantidos em condições de funcionamento eficaz, independentemente do resto das instalações, nas situações em que um corte de energia possa originar perigos adicionais; 44 • Poder ser desligados manualmente por trabalhadores devidamente qualificados, sem comprometer a sua segurança, se estiverem incorporados em processos automáticos que se afastem das condições de funcionamento previstas. A prevenção da formação de atmosferas explosivas deve ser efetuada através de medidas técnicas e organizativas apropriadas à natureza das operações, tendo em conta os princípios de prevenção consagrados no regime aplicável em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho, sendo da responsabilidade do empregador. Se a natureza da atividade não permitir evitar a formação de atmosferas explosivas, as medidas técnicas organizativas devem ser no sentido de evitar a ignição dessas explosões e de atenuar os efeitos prejudiciais das mesmas, de forma a proteger a vida, a integridade física e a saúde dos trabalhadores. Estas medidas devem ser revistas com a periodicidade máxima de um ano ou sempre que ocorram alterações. Deve se ter muito cuidado durante as operações na instalação, não deve haver nenhum tipo de chama ou qualquer coisa que possa completar os três fatores para ter uma explosão e nem deve haver contato ferro com ferro, sob o risco de originar fagulhas A falta de manutenção preventiva e preditiva é uma das principais causas de acidentes em clientes, e nas bases de envasamento de gás GLP, a manutenção e a instalação adequada evitam casos como possíveis explosões e até mesmo a morte de pessoas. A análise periódica das peças serve para prevenir o desgaste natural que ocasiona danos aos equipamentos, além de garantir a segurança do ambiente em que está instalado. É preciso ter um plano de manutenção, estando atento ao cumprimento dos prazos das manutenções. É importante também para a segurança dos usuários, que a instalação de gás tenha avaliação de um profissional, pois o vazamento de gás pode ser silencioso mas extremamente perigoso. 45 3.2- Manutenção Depois de conhecermos a instalação vamos agora falar das manutenções feitas, porque sem manutenções, a instalação só funcionaria durante um dia ou algumas hora devido à erros prováveis. Ao executar uma determinada manutenção devemos ter em conta um conjunto de regras a cumprir para evitarmos um possível acidente, sendo estas regras, fáceis de executar. A manutenção é a ação de manter, sustentar, consertar ou conservar alguma coisa. A manutenção tem o intuito de reparar ou repor algo que está estragado ou que não funciona corretamente, consertando, para que volte a desenvolver a função requerida inicialmente. As manutenções mais usadas na instalação são as preventivas e corretivas. As preventivas são realizadas com o intuito de prevenir o surgimento de avarias. Este modelo de manutenção serve como precaução, para que não haja surpresas desagradáveis ou acidentes que possam pôr em risco as vidas humanas. As corretivas consistem no conserto da máquina ou equipamento, substituindo a peça avariada por outra que faça com que o sistema volte a funcionar corretamente, corrigindo o problema. Antes de se executar qualquer tipo de manutenção deve-se estar devidamente equipado com todos os EPIs necessários tais como: capacete, botas com biqueira de aço, fato-macaco, óculos de proteção, máscara, luvas e os abafadores. Em caso de um trabalho de soldadura deve-se ter: protetor facial, máscara com filtro, avental de couro, manga de couro, máscara de proteção com lentes graduadas, bota de couro, perneiras, óculos de proteção, luvas de couro, etc. O programa de manutenção é mensal. Por dia são feitas 7 manutenções preventivas e durante essas também são feitas as corretivas que vão surgindo. Começando pela fonte de alimentação da instalação, um gerador de 440 KVA que aguenta a instalação completa, são feitas nele a inspeção geral, checagem do aquecedor de refrigerante, checagem do óleo, checagem de combustível e tubulação de ar por dia. Por semana são feitas inspeções no filtro de ar, carregador 46 de bateria, o dreno do filtro de combustível. E mensalmente analisa-se unidade de tensão da correia e verificação da bateria. No pontão são feitas as análises e troca dos flexíveis transportadores de gás que já não estão em boas condições. Nas esferas, são analisados normalmente os springuers, os cabos eléctricos e o quadro eléctrico e de dados da esfera. A manutenção de compressores, feita periodicamente, garante um bom funcionamento do equipamento e boa durabilidade. Um compressor é um equipamento industrial que aumenta a pressão de um fluído em estado gasoso, apresentando-se em diferentes modelos, como compressores rotativos, de parafusos duplos ou simples, herméticos, semi-herméticos , de palheta, entre outros. Eles trabalham comprimindo o ar, puxando o ar da atmosfera, e diminuem seu volume ao mesmo tempo, aumentando a pressão, num processo que libera energia. Os compressores têm dois componentes: um mecanismo de compressão e uma fonte de energia para o mecanismo de compressão. A energia para a compressão pode ser tomada a partir de um gás, um motor elétrico ou uma arrancada de força. Os pistões, palhetas e impulsores são os responsáveis pela compressão, convertendo a energia mecânica em pneumática.A manutenção de compressores de ar industriais são disponíveis em três modelos: Os compressores alternativos, compressores rotativos e compressores centrífugos. Os compressores de ar alternativo criam compressão de ar com pistões. Os de parafusos rotativos e centrífugos são configurados como compressores lubrificados. Eles fornecem o ar para sistemas de purificação do ar, sistemas de bloqueio de ar e sistemas de controle de temperatura. Nos compressores, primeiro faz-se a limpeza de todas as aberturas de admissão, a verificação das mangueiras, a purga do tanque (retirar toda humidade do tanque). Nos motores Eex, devem ser apresentadas tabelas para nortear a inspeção em equipamentos Ex. Ações mais específicas de manutenção ao longo da vida útil do equipamento devem ser baseadas no manual do fabricante incluindo a manutenção periódica que deve compreender o acompanhamento das características eléctricas, 47 como o valor da resistência de isolamento e do índice de polarização. Também são necessárias inspeções visuais, para identificar eventuais danos físicos, limpeza, sinais de corrosão devido à condensação do ar ou outros agentes agressivos. Mesmo que o motor fique longos períodos fora de uso, é importante acompanhar parâmetros como temperatura ambiente e humidade relativa do ar para prevenir danos quando for necessário colocá-los em funcionamento. Nas bombas, faz-se a verificação antes de arrancar a bomba de GPL para certificar-se de que a admissão da bomba não tem fase gasosa. Caso contrário, deve-se purgar a linha até ter fase líquida. A presença da fase gasosa na bomba reduz a capacidade da bomba, reduz o tempo de empanque, reduz a capacidade máxima de pressão, e aumenta o nível de ruído. Verificar se ocorrem ruídos de funcionamento e vibrações fora do normal, verificação de fugas, limpeza do equipamento, verificar o estado dos cabos de alimentação eléctrica e os respectivos bocins, verificar a ligação a terra e verificar o estado do acoplamento motor\bomba. Nas correntes transportadoras que fazem o transporte das garrafas de gás, fazem-se as manutenções preventiva, que é a lubrificação com água e potassol (sabão) e corretiva, que se processa quando rebentam uma das correntes, algo que acontece frequentemente ou quando há desgaste na via da corrente. Na lavadora, fazem-se manutenções corretiva, que é a lavagem das tubagens que fazem o transporte de água para lavar as garrafas, e preventiva que consiste verificação dos filtros da lavadora, o retiro do lixo acumulado e o dreno da água com os resíduos das garrafas. Quanto às balanças, deve-se fazer as inspeções gerais para verificar se existem obstruções, danos e componentes desapertados. Na limpeza do equipamento, utilizar um fluxo de ar de baixa pressão, pano sem fiapos ou material anti-estático para proceder à limpeza, remover as poeiras e sujidades acumuladas no equipamento. Fazer a verificação de fugas, ver se existem sinais de fugas nas ligações em linhas de GLP e pneumáticas e depois verificar se o sistema funciona bem e não apresenta sinais de fugas. Fazer a verificação de desgastes e danos, verificar todos os componentes móveis para detecção de desgaste ou danos, verificar qualquer componente com desgaste ou dano antes de iniciar a operação. Fazer a limpeza do filtro de ar, fazer a drenagem da água condensada a partir do 48 ponto de drenagem, verificar o elemento de filtragem. Substituir os elementos de filtragem contaminados antes de iniciar o funcionamento. Durante o funcionamento coloca-se água para evitar o atrito na entrada das garrafas na balança de enchimento e a colocação desta água vai causando corrosão e danificando o material. Então faz-se a limpeza e pintura das garrafas danificadas. Nas cabeças de enchimento, faz-se a lubrificação que é a aplicação de gotas de óleo no eixo, a verificação da suavidade do movimentado pela mola e também algumas gotas através da entrada de ar para evitar a colagem dos pistões. Verificar todas as peças móveis para constatar se há desgaste ou não, e em caso de fugas nas ligações, estas devem ser bem apertadas ou substituídas. Depois da manutenção da cabeça de enchimento podem ocorrer algumas falhas então faz-se o teste. As possíveis falhas são: as cabeças de enchimento terem fugas de gás durante o enchimento, a pressão de ar é insuficiente ou a ligação da cabeça de enchimento não é efetuada de forma correta. Todos os dias faz-se o teste nos CUCs para ver se a balança está a funcionar como deve e se não há nenhuma falha, verifica-se também se as cabeças estão na posição correta e se não há fugas. Analisa-se também o funcionamento do carrossel, as correias, se estão gastas e também as borrachas, se estão danificadas. E caso as correias estejam danificadas os dados aparecem no CUC. E também deve-se ver se os sensores estão a fazer bem a leitura das balanças caso não tenha que se fazer a limpeza dos sensores e das placas da balança. Verifica-se também os tubos de ar, e se não há rachas neles. 49 Possíveis Melhorias Depois de uma análise na instalação, conseguimos analisar algumas operações e equipamentos que podem ser melhorados ou corrigidos. Durante o processo de enchimento há muita fuga de gás, porém, possa até parecer que é pouco ou que não faz diferença nenhuma mas é um gasto enorme se for somada o número de vezes que ocorre essa fuga por dia e multiplicar por meses ou anos, então achamos que como não tem como criar um sistema de retenção ou algo para evitar esse problema devem-se comprar sempre novas cabeças de enchimento para substituir as antigas porque um dos maiores danos que acontece é a danificação do bico de enchimento. 50 Conclusão Dessa forma percebemos que as instalações responsáveis pelo envasamento do GLP apresentam um enorme perigo quando não se cumpre com todas as normas de segurança, pois nela está um produto explosivo que por qualquer negligência coloca em perigo a vida de muitas pessoas. E que os equipamentos e os seus devidos cuidados proporcionam mais produtividade, desenvolvimento e satisfação por parte do consumidor. Em vista dos argumentos apresentados, um alerta para os utilizadores das garrafas de gás, devem sempre analisar as garrafas se possuem as borrachas, as mangueiras utilizadas têm um tempo de validade elas podem ser usadas, mas depois de um tempo devem ser trocadas porque elas podem começar a rachar ou os roedores podem acelerar este processo. 51 Referência Bibliográfica htt:̸̸̸ ̸ www.sindigás.com.br htt:̸̸̸ ̸ www.cbm.pi.gov.br htt:̸̸̸ ̸ www.wikipédia.com http://www.sindigás.com.br/ http://www.cbm.pi.gov.br/ http://www.wikipédia.com/
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