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Histologia e Citologia Características Gerais: • Componente principal do esqueleto • Serve de suporte para os tecidos moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica, bem como no canal raquidiano. • Aloja e protege a medula óssea • Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. • Os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada • São capazes ainda de absorver toxinas e metais pesados, minimizando assim seus efeitos adversos em outros tecidos. • É um tipo especializado de tecido conjuntivo • Formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. - As células são: os osteócitos, que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz; os osteoblastos, que sintetizam a parte orgânica da matriz e localizam-se na sua periferia; e os osteoclastos, células gigantes, móveis e multínucleadas que reabsorvem o tecido ósseo, participando dos processos de remodelação dos ossos. • Os osso são revestidos por membrana conjuntiva que contém células ostrogênicas - Superficie externa: periósteo - Superficie interna: endósteo Osteócitos: • Os osteócitos são as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem canalículos - Canalículos: possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. - Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contatos por meio de junções comunicantes • Os osteócitos são células achatadas, que exibem pequena quantidade de retículo endoplasmático granuloso, complexo de Golgi pouco desenvolvido • Os osteócitos são essenciais para a manutenção da matriz óssea. Osteoblastos: • Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica (colágeno tipo 1, proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz óssea. • Sintetizam também osteonectina e osteocalcina. - Osteonectina facilita a deposição de cálcio e osteocalcina estimula a atividade dos osteoblastos. - Parte da osteocalcina produzida é transportada pelo sangue, atua tanto nos osteoblastos locais como nos localizados à distância. • Os osteoblastos são capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz • Quando em intensa atividade sintética, são cuboides. • Em estado pouco ativo, tornam-se achatados • Aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamado de osteócito. • A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canaliculos. • A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada, recebe o nome de osteoide. Osteoclastos: • São células móveis, multinucleadas e extensamente ramificadas • As ramificações são muito irregulares • Nas áreas de reabsorção de tecido ósseo encontram-se porções dilatadas dos osteoclastos, em depressões da matriz escadas pela atividade dos osteoclastos, as lacunas de Howship • Essas células se originam de precursores Mononucleados provenientes da medula óssea. que ao contato com o tecido ósseo, unem-se para formar os osteoclastos Multinucleados Gabrielle Peixoto Tecido Ósseo Histologia e Citologia Matriz Óssea: • A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. • Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio que formam cristais de hidroxiapatita • Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, uma camada de água e íons em volta do cristal. - Essa camada é denominada capa de hidratação, e facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial. • A parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas (95%) constituídas de colágeno do tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas. - As glicoproteínas do osso podem ter alguma participação na mineralização da matriz. • A associação de hidroxiapatita a fibras colágenas é responsável pela rigidez e resistência do tecido ósseo. Periósteo e Endósteo: • As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido conjuntivo, que constituem o endósteo e o periósteo, respectivamente • A camada mais superficial do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos. • As fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. • Funções: • O periósteo é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras. - As células osteoprogenitoras se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação das fraturas. • O endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas, que reveste as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Vollanann. • As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação do osso. Tipos de Tecido Ósseo: • Osso compacto: partes sem cavidades visíveis. • Osso esponjoso: partes com muitas cavidades intercomunicantes • Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta. • A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal medular. • Principalmente nos ossos longos, o osso compacto é chamado também de osso cortical. • Ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos em toda a sua periferia por uma camada compacta. • Ossos chatos duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso que, nesta localização, recebe o nome de díploe. • As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diálise dos ossos longos são ocupados pela medula óssea. Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia - No recém-nascido, toda a medula óssea tem cor vermelha, devido ao alto teor de hemácias, e é ativa na produção de células do sangue (medula óssea hematógena). - Pouco a pouco, com a idade, vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com diminuição da atividade hematógena (medula óssea amarela). • Histologicamente existem dois tipos de tecido ósseo: o imaturo ou primário; e o maduro, secundário ou lamelar • O tecido primário é o que aparece primeiro, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas, sendo temporário e substituído por tecido secundário. - No tecido ósseo primário, as fibras colágenas se dispõem irregularmente, sem orientação definida. - Porém no tecido ósseo secundário ou lamelar essas fibras se organizam em lamelas Tecido Ósseo Primário ou imaturo: • Em cada osso o primeiro tecido ósseo que aparece é do tipo primário (não lamelar), sendo substituído gradativamente por tecido ósseo lamelar ou secundário. • No adulto é pouco frequente • Apresenta fibras colágenas dispostas em varias direções sem organização definida, tem menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos do que o Secundário Tecido Ósseo Secundário ou maduro: • O tecido osseo secundario (Lamelar) é geralmente encontrado no adulto • Sua principal característica é conter fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas as outras - Ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os Sistemas de Havers • As lacunas que contem osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas • Ocorre frequentemente o acumulo de Substância Cimentante, que consiste em matriz mineralizada, mas com pouco colágeno • Na diáfise dos ossos, as lamelas ósseas se organizam, constituindo os Sistemasde Havers, os circunferenciais interno e externo e os intermediários. • Cada sistema de Havers é um cilindro longo. - No centro desse cilindro ósseo existe um canal revestido de endósteo, o canal de Havers, que contém vasos e nervos. - Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa de osso por meio de canais transversais ou oblíquos, os canais de Volkmann - Por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas. Os canais de Volkmann atravessam as lamelas ósseas Remodelação do Tecido Ósseo: • O tecido ósseo está em remodelação constante. • Como cada sistema é construído por deposição sucessiva de lamelas ósseas a partir da periferia para o interior do sistema, os sistemas mais jovens têm canais mais largos e as lamelas mais internas são as mais recentes. • Os sistemas circunferenciais interno e externo são constituídos por lamelas ósseas paralelas entre si • Entre os dois sistemas circunferenciais encontram-se inúmeros sistemas de Havers e grupos irregulares de lamelas • As lamelas intersticiais (sistemas intermediários), que provêm de restos de sistemas de Havers que foram destruídos durante o crescimento do osso Histogênese • O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação intramembranosa, que ocorre no interior de uma membrana conjuntiva, • Ou pelo processo de ossificação endocondral, o qual se inicia sobre um molde de cartilagem hialina, que gradualmente é destruído e substituído por tecido ósseo formado a partir de células do conjuntivo adjacente. Ossificação Intramembranosa: • A ossificação intramembranosa ocorre no interior de membranas de tecido conjuntivo. Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia • O processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. • Contribui também para o crescimento dos ossos curtos e para o aumento em espessura dos ossos longos. • O local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa chama-se centro de ossificação primária. • O processo tem início pela diferenciação de células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos, os quais sintetizam o osteoide (matriz ainda não mineralizada). que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos • A palpação do crânio dos recém-nascidos revela áreas moles (as fontanelas) onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo. • A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo. Ossificação Endocondral: • A ossificação endocondral tem início sobre uma peça de cartilagem hialina • Esse tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos consiste essencialmente em dois processos. • Primeiro, a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa sua mineralização e a morte dos condrócitos por apoptose. • Segundo, as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. - Essas células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz óssea • A formação dos ossos longos é um processo complexo. - O molde cartilaginoso apresenta uma parte média estreitada e as extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente, à diáfise e às epífises do futuro osso. • Forma-se, assim, tecido ósseo primário sobre os restos da cartilagem calcificada. - A cartilagem calcificada por ser basófila, enquanto o tecido ósseo depositado sobre ela é acidófilo. - O centro de ossifícação descrito, que aparece na parte média da diáfise, é chamado de centro primário. - Seu crescimento rápido, em sentido longitudinal, ocupa toda a diáfise, • Desde o início da formação do centro primário surgem osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no centro da cartilagem, aparecendo, o canal medular, que também cresce longitudinalmente à medida que a ossificação progride. • À medida que se forma o canal medular, células sanguíneas multipotentes (células-tronco) dão origem à medula óssea. - Elas se fixam do interior dos ossos, onde vão produzir todos os tipos de células do sangue, tanto na vida intrauterina como após o nascimento - Mais tarde, formam-se os centros secundários de ossificação, um em cada epífise, seu crescimento é radial. • A porção central do osso formado nos centros secundários (nas epífises) também contém medula óssea. • Quando o tecido ósseo ocupa as epífises, o tecido cartilaginoso torna-se reduzido a dois locais: - a cartilagem articular, que persistirá por toda a vida e não contribui para a formação de tecido ósseo - e a cartilagem de conjugação ou disco epifisário. Esta é constituída por um disco cartilaginoso que não foi penetrado pelo osso em expansão e que será responsável, pelo crescimento longitudinal do osso. - A cartilagem de conjugação fica entre o tecido ósseo das epífises e o da diáfise. - Seu desaparecimento por ossificação, aproximadamente aos 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos. • Na cartilagem de conjugação, distinguem-se as cinco zonas: Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia Zona de repouso: na qual existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: na qual os condrócitos dividem-se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas Zona de cartilagem hipertrófica: zona que apresenta condrócitos muito volumosos, com depósitos citoplasmáticos - Os condrócitos entram em apoptose Zona de cartilagem calcificada: zona em que ocorre a mineralização de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos Zona de ossificação: zona em que aparece tecido ósseo. - Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. - A s células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos. - Sobre esses restos de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea. - A matriz óssea calcifica-se e aprisiona osteoblastos, que se transformam em osteócitos. • A calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre as fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzido por proteoglicanos e glicoproteínas da matriz. • Existe ainda a participação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos osteoblastos. Crescimento dos Ossos: • O crescimento dos ossos consiste na formação de tecido ósseo novo, associada à reabsorção parcial de tecido já formado; deste modo, os ossos conseguem manter sua forma enquanto crescem. • Os ossos chatos crescem por formação do tecido ósseo pelo periósteo situado entre as suturas e na face externa do osso. • Havendo deficiência no crescimento do encéfalo, a caixa craniana será pequena. - Em contrapartida, nas crianças com hidrocefalia, por exemplo, cujo encéfalo é muito volumoso, a caixa craniana é também muito maior do que o normal • Nos adultos também existe remodelação dos ossos, um processo fisiológico que ocorre simultaneamente em diversas partes do esqueleto. - É muito mais lenta. • Nos ossos longos, as epífises aumentam de tamanho em razão do crescimento radial da cartilagem, acompanhado por ossificação endocondral. • A reabsorção interna aumenta o do canal medular. • Apesar da sua resistência às pressões e da sua rigidez, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas forças a que está submetido. Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia Plasticidade do Tecido Ósseo Alveolar: • As fraturas nos ossos longos de crianças: - Quando os dois pedaços do osso não são ajustados perfeitamente,o defeito é corrigido durante o crescimento da criança, pela remodelação do tecido ósseo com neoformação e reabsorção coordenadas de tal modo que a forma do osso é reconstituída com sucesso. Consolidação das fraturas: • Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. • Para que a reparação se inicie, o coágulo sanguíneo e os restos celulares e da matriz devem ser removidos pelos macrófagos. • O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com intensa proliferação, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras que constitui um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas • Nesse colar surge tecido ósseo primário ou imaturo, tanto pela ossificação endocondral, como também por ossificação intramembranosa. • Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo que envolve a extremidade dos ossos fraturados. - O calo ósseo é constituído por tecido ósseo imaturo que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado • As trações e pressões exercidas sobre o osso durante a reparação da fratura causam a remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo secundário ou lamelar. • Se essas trações e pressões forem idênticas às exercidas sobre o osso antes da fratura, a estrutura do osso voltará a ser a mesma que existia anteriormente. • Ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo, apesar de ser rígido, consolida-se sem a formação de cicatriz. Papel metabólico do Tecido Ósseo: • O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo • E funciona como uma reserva desse íon, cuja concentração no sangue (calcemia) deve ser mantida constante, para o funcionamento normal do organismo. • Há um intercambio contínuo entre o cálcio do plasma sanguíneo e o dos ossos. • O cálcio absorvido da alimentação e que faria aumentar a concentração sanguínea desse íon é depositado rapidamente no tecido ósseo. • E inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando sua concentração diminui no sangue • Existem dois mecanismos: • O primeiro é a simples transferência dos íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido intersticial, do qual o cálcio passa para o sangue. - Ocorre principalmente no osso esponjoso. - As lamelas ósseas mais jovens pouco calcificadas, que existem mesmo no osso adulto, são as que recebem e cedem Ca2+ com maior facilidade. - Essas lamelas são mais importantes na manutenção da calcemia do que as lamelas antigas, muito calcificadas e cujos papéis principais são de suporte e proteção. • O segundo mecanismo: é de ação mais lenta e se deve a ação do hormônio da paratireoide, ou paratormônio, sobre o tecido ósseo. - Este hormônio causa um aumento no número de osteoclastos e reabsorção da matriz óssea, com liberação de fosfato de cálcio e aumento da calcemia. - A concentração de fosfato não aumenta no sangue, porque o próprio paratormônio acelera a excreção renal de íons fosfato. - O paratormônio atua sobre receptores localizados nos osteoblastos. Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia - Em resposta a esse sinal, os osteoblastos deixam de sintetizar colágeno e iniciam a secreção do fator estimulador dos osteoclastos. • Outro hormônio, a calcitonina, produzido pelas células parafoliculares da tireoide, inibe a reabsorção da matriz e, portanto, a mobilização do cálcio. - A calcitonina tem um efeito inibidor sobre os osteoclastos. Importância do cálcio na alimentação: • Como a concentração de cálcio no sangue e nos tecidos deve ser mantida constante, a carência alimentar deste mineral causa descalcificação dos ossos, que se tornam mais transparentes aos raios X e predispostos a fraturas. • A descalcificação óssea pode também ser devida a uma produção excessiva de paratormônio (hiperparatireoidismo), o que provoca intensa reabsorção óssea, aumento de cálcio e fosfato no sangue, bem como deposição anormal de sais de cálcio em vários órgãos, principalmente nos rins e na parede das artérias. • O oposto ocorre na osteopetrose, doença causada por defeito nas funções dos osteoclastos, - A osteopetrose causa obliteração das cavidades que contêm medula óssea formadora de células do sangue, resultando em anemia e deficiência em leucócitos (glóbulos brancos), o que reduz a resistência dos pacientes às infecções. Efeitos de deficiências nutricionais: • A deficiência de cálcio leva a uma calcificação incompleta da matriz orgânica produzida. • A deficiência de cálcio pode decorrer da carência desse mineral nos alimentos - Ou da falta do pró-hormônio vitamina D, que é importante para a absorção dos íons de cálcio e fosfato pelo intestino delgado. • Na criança, a deficiência de cálcio causa o raquitismo. - Nesta doença a matriz óssea não se calcifica normalmente, de modo que as espículas ósseas formadas pelo disco epifisário se deformam, por não suportarem as pressões normais exercidas sobre elas pelo peso corporal e pela ação muscular. - Em consequência, os ossos não crescem normalmente e as extremidades dos ossos longos se deformam. • No adulto, a falta de cálcio leva à osteomalacia: - Que se caracteriza pela calcificação deficiente da matriz óssea neoformada e descalcificação parcial da matriz já calcificada, com a consequente fragilidade óssea. Hormônios que atuam nos Ossos: • Além do hormônio das paratireoides e da calcitonina produzida pela tireoide. • A parte anterior da hipófise produz o hormônio do crescimento (GH), que estimula o crescimento em geral, tendo efeito particularmente acentuado sobre a cartilagem epifisária. - Os efeitos desse hormônio não são diretos. - Ele estimula certos órgãos, principalmente o fígado, a sintetizar polipeptídios denominados somatomedinas, que têm efeito sobre o crescimento. - A falta desse hormônio durante o crescimento produz o nanismo hipofisário. - Sua produção excessiva, como ocorre em alguns tumores da hipófise, causa o gigantismo, em crianças, e a acromegalia, quando aparece em adultos. - No gigantismo há um desenvolvimento excessivo do comprimento dos ossos longos. No adulto, como o excesso de hormônio do crescimento atua quando já não existem mais as cartilagens epifisárias, os ossos não podem crescer em comprimento, mas crescem em espessura. • Os hormônios sexuais, tanto masculino (testosterona) como feminino (estrógenos) tem efeito sobre os ossos - De um modo geral, são estimuladores da formação de tecido ósseo. - Esses hormônios influem sobre o aparecimento e o desenvolvimento dos centros de ossificação. - A maturação sexual precoce, causada por tumores que secretam hormônios sexuais, retarda o crescimento corporal, pois, nestes casos, a cartilagem epifisária é substituída precocemente por tecido ósseo. • Baixa concentração de estrógenos é ainda a principal causa da osteoporose. - Nesta doença os ossos se tornam menos resistentes - Na osteoporose a concentração de cálcio na matriz orgânica é normal, mas a quantidade de tecido ósseo é menor, e o osso apresenta amplos canais de reabsorção. Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia - Ocorre principalmente em mulheres após a menopausa - Tal condição pode ser revertida com a suplementação de cálcio e vitamina D e principalmente por meio da reposição de estrógenos. • A deficiência no hormônio da tireoide (tiroxina) em crianças, causa o cretinismo, caracterizado por retardamento mental e nanismo. - Na deficiência do hormônio da tireoide ocorre diminuição na produção de hormônio do crescimento pela hipófise. • O sistema nervoso central participa da regulação da remodelação do tecido ósseo. - Esse mecanismo regulador envolve a participação do hormônio leptina, produzido pelo tecido adiposo, e pode ser a explicação para o fato de que osossos das pessoas obesas têm maior massa e maior concentração de sais de cálcio. Tumores dos Ossos: • Como os ossos contêm tecidos ósseo e cartilaginoso, tumores de células cartilaginosas também podem aparecer nos ossos. • Os benignos são chamados condromas, e os malignos, condrossarcomas. • Os tumores formados de células ósseas são os osteomas (osteoblastomas e osteoclastomas) e os osteossarcomas. - Os primeiros são benignos, mas os osteossarcomas são malignos. - Os osteossarcomas se caracterizam pela existência de osteoblastos pleomórficos (morfologia irregular e variada) e que se dividem por mitose com muita frequência, associados a osteoide por eles sintetizado. - A maioria dos casos de osteossarcoma ocorre em adolescentes ou adultos jovens. - Os locais mais frequentemente acometidos são a extremidade inferior do fêmur e as extremidades superiores da tíbia e do úmero. Articulações: • Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto por meio de estruturas formadas por tecidos conjuntivos, as articulações. • Classificadas em diartroses, que possibilitam grandes movimentos dos ossos, e sinartroses, nas quais não ocorrem movimentos ou, quando ocorrem, são muito limitados. • Há três tipos de sinartroses: as sinostoses, as sincondroses e as sindesmoses. • Nas sinostoses, que são totalmente desprovidas de movimentos, os ossos são unidos por tecido ósseo. - Encontram-se unindo os ossos chatos do crânio em idosos. - Em crianças e adultos jovens, a união desses ossos é realizada por tecido conjuntivo denso. • As sincondroses são articulações nas quais existem movimentos limitados, sendo as peças ósseas unidas por cartilagem hialina - Ex.: na articulação da primeira costela com o esterno • As sindesmoses são dotadas de algum movimento, e nelas o tecido que une os ossos é o conjuntivo denso. - Ex.: sínfise Rubiana e articulação tibiofibular inferior • As diartroses são as articulações dotadas de grande mobilidade; geralmente são as que unem os ossos longos. - Nas diartroses existe uma cápsula que liga as extremidades ósseas, delimitando uma cavidade fechada, a cavidade articular. - Esta cavidade contém um líquido incolor, transparente e viscoso, o líquido sinovial, que tem elevado teor de ácido hialurônico, sintetizado pelas células da camada sinovial. • O líquido sinovial é uma via transportadora de substâncias entre a cartilagem articular (avascular) e o sangue dos capilares da membrana sinovial. Nutrientes e O2 passam do sangue para a cartilagem articular • A resiliência da cartilagem é um eficiente amortecedor das pressões mecânicas intermitentes que são exercidas sobre a cartilagem articular • As cápsulas das diartroses têm estruturas diferentes, conforme a articulação considerada, sendo, em geral, constituídas por duas camadas, uma externa, a camada fibrosa, e uma interna, a camada ou membrana sinovial Gabrielle Peixoto Histologia e Citologia • O revestimento da camada sinovial é constituído por dois tipos celulares. - Um parece fibroblasto e o outro tem o aspecto e a atividade funcional semelhantes ao macrófago. - A camada fibrosa da cápsula articular é formada por tecido conjuntivo denso. Artrite Reumatoide: • É uma doença crônica autoimune, caracterizada por um processo inflamatório iniciado na membrana sinovial - Resultando em deformidade e destruição das estruturas articulares (cartilagens e ossos subjacentes) além de tendões e ligamentos justapostos à articulação. • Sintomas: manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. • Quando envolve outros órgãos (coração, pulmões, rins etc), a morbidade é maior. • A comete mais as mulheres do que os homens, e sua incidência aumenta coma idade. • Com a progressão da doença, os pacientes podem desenvolver incapacidade de executar atividades diárias e profissionais, sendo assim o diagnostico precoce e o inicio imediato do tratamento fundamentais para previnir ou impedir lesão articular permanente e irreversível. Gabrielle Peixoto
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