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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS DE LARANJEIRAS DEPARTAMENTO DE DANÇA Profª Data: Aluno (a): ATIVIDADE AVALIATIVA HISTÓRIA DA DANÇA Ritual O Kuarup é um ritual de homenagem aos mortos, celebrado pelos povos indígenas da região do Xingu, no Brasil. Utilizam os troncos feitos da madeira “kuarup” para a representação concreta do espírito dos mortos, os troncos de madeira representam cada homenageado. Em sua origem o kuarup teria sido um rito destinado a trazer os mortos de novo à vida. Participam mais de 900 indígenas, além de outros convidados que vêm de outras comunidades e acampam nas proximidades da aldeia Kamayurá para receber as famílias que estão de luto. O ritual é sempre realizado após a morte dos parentes indígenas. Os troncos são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos, passam a noite toda acordados, chorando e rezando pelos seus familiares que se foram, e é assim, com rezas e muito choro, que se despede, pela última vez. Para o povo, o kuarup liberta o espírito do morto, que vai reviver em outra aldeia, antes do kuarup acreditasse que o espírito do morto fica preso à terra e só com a realização do ritual ele é libertado. Correlação - Pinturas Em relação à figura de Trois Frères, sua descrição de vestimenta indicava que seu corpo estava coberto por várias partes de animais. O traje é sem dúvidas elaborado e proposital indicando um possível ritual ou cerimônia. As partes de animais tornam-se acessórios de representação obrigatórios nos rituais Em meados do século XVIII é substituído pela maquiagem; que pode ser percebido em vários momentos no ritual Kuarup, nas celebrações. Nos preparativos os guerreiros pintam o corpo com ucurum (cor vermelha) e carvão resinoso (cor preta), alguns deles usam também vários enfeites. Nas lutas Huka Huka, disputada entre duplas de guerreiros de diferentes aldeias, ainda com os corpos pintados, cada guerreiro tem o objetivo de derrubar seu oponente segurando-o pela perna. Na manhã da festa é realizada a pintura dos troncos, a pintura é feita com tinta vermelha e preta simbolizando a tinta usada no corpo. - Divindade Protetora Conforme mencionado no início deste texto, a festa do Kuarup é uma comemoração fúnebre, tendo Maivotsin como herói mítico. O mito diz que Maivotsin, plantou doze toras de madeira e fez fogo diante de cada uma, e entoou um canto, evocando todos os protetores para que dessem vida a esses troncos. Isso está relacionado à história, pois na arqueologia nos mostra que os agrupamentos humanos tinham então sua divindade-totem, que pode ser vista no ritual como os protetores que dariam vida novamente aos troncos. Pode-se, portanto, identificar essas danças com atos rituais dirigidos à divindade protetora do lugar. Deve-se ressaltar que em qualquer parte do mundo e em qualquer época, inclusive a nossa, as danças são sagradas, através das quais os executantes pretendem colocar-se num estado em que acreditam estar em comunicação imediata com um “espírito”. - Preparo do Ritual Pode-se perceber no texto e no vídeo que não importa o momento, ou o motivo, a dança tinha um significado muito importante, por isso todo o cuidado no preparo para o ritual, pois para eles a dança era a forma de se expressar diante do evento seja; uma caçada, o plantio ou no caso do ritual indígena, uma homenagem ao familiar ou ao sagrado. Além de toda a preparação para a festa, as pescarias, o preparo dos alimentos e o dia a dia na aldeia, o programa registra também questões atuais do Xingu. Nas conversas com o cacique Aritana Yawalapiti e outras lideranças xinguanas, a preocupação com a formação dos jovens e com a cultura — o futuro e as tradições do Xingu. Para organizar todas as cerimônias que fazem parte do Kuarup, as aldeias levam até um ano de preparação. A celebração envolve praticamente todos os integrantes das comunidades, a começar pelas índias adolescentes que participam do rito que marca o início da vida adulta, e é justamente no Kuarup em que acontece o fim do período pelo qual elas precisam permanecer isoladas nas ocas de suas famílias, sem contato com a aldeia. Considerações finais Ao realizar os dois estudos, foi identificado o quão forte é a expressão da dança e o quanto é importante entendermos que a mesma acompanha o homem desde os primórdios, comprovado isso a partir dos documentos e registros encontrados nas cavernas e em sítios arqueológicos espalhados pelo mundo. Percebemos, assim, a importância de contextualização e a busca nos primórdios para entender e significar a dança, o conceito dela e dos movimentos, quando surgiu e o porquê dela em determinados momentos. Portanto, foi constatado que a dança é a forma mais significativa para se comunicar, utilizando-se dos movimentos como um veículo para expressar o respeito, o agradecimento e a importância de tal feito. Esses sentimentos estão ligados com a necessidade material do homem primitivo: necessidade de amparo, abrigo, alimento, defesa, conquista, procriação, saúde, comunicação e principalmente desvendar os mistérios do mundo à sua volta. Nos primórdios representava a iniciação de qualquer ato. Segundo o texto há milhares de anos, as mulheres dançavam para obter maior fecundação, na era paleolítica o homem dançava antes de ir para a caçada, no período neolítico que a dança era baseada na agricultura, dançavam antes de ir para guerra, a dança ao sagrado como ritual religioso, entre outros. Com o passar do tempo, a dança teve um profundo impacto na sociedade. Para socialização e divulgação cultural, que proporciona ao mundo conhecimento sobre a diversidade cultural de diferentes povos ao redor do mundo. Na escola, a dança faz parte da educação física, como disciplina, a dança incorpora vários cursos universitários relacionados com artes e humanidades. A dança é considerada a arte mais completa porque envolve música, drama, pintura, escultura e outros elementos artísticos, capazes de expressar as emoções mais simples e fortes, que vai além da beleza estética dos movimentos. O significado da dança foi além da expressão para ser artístico, podendo ser vista para aquisição de conhecimentos, uma opção de lazer, uma fonte de prazer, o desenvolvimento da criatividade e uma importante forma de comunicação, e ainda uma forma de manter a saúde física e mental. Referências: BOURCIER, Paul. História Da Dança No Ocidente. Disponível em: <PaulBourcier_compactado.pdf>. FUNAI, Comunicação. Kuarup - o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. Funai.gov.br. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/4990-kuarup-o-ritual-funebr e-que-expressa-a-riqueza-cultural-do-xingu?start=1#>. FUNAI, Comunicação. Ritual do Kuarup no Parque do Xingu reúne povos indígenas em homenagem a seus ancestrais. Funai.gov.br. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5542-rituais-do-kuarup-no-p arque-do-xingu-reune-povos-indigenas-em-homenagem-a-seus-ancestrais>. KUARUP PARTE I - PREPARATIVOS. Kuarup Parte I - Preparativos | Expedições -temporadas anteriores | TV Brasil | Cultura. TV Brasil. Disponível em: <https://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/episodio/kuarup-parte-i-preparativos>. MINDIO ESCOLA. O Kuarup é uma festa para celebrar a memória dos mortos - Museu do Índio. Museudoindio.gov.br. Disponível em: <http://www.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/968-o-kuarup-e-uma-fe sta-para-celebrar-a-memoria-dos-mortos#:~:text=Os%20troncos%20feitos%20da%2 0madeira,concreta%20do%20esp%C3%ADrito%20dos%20mortos.&text=O%20Kuar up%20%C3%A9%20um%20ritual,regi%C3%A3o%20do%20Xingu%2C%20no%20Br asil.&text=Os%20troncos%20feitos%20da%20madeira%20%E2%80%9Ckuarup%E2 %80%9D%20s%C3%A3o%20a%20representa%C3%A7%C3%A3o,concreta%20do %20esp%C3%ADrito%20dos%20mortos.>. YOLANDA, Santos. A FESTA DO KUARÜP ENTRE OS ÍNDIOS DO ALTOXINGU. Revista de Antropologia, v. 4, n. 2, p. 111–116, 1956. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/44114037?seq=1>.
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