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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO O R G A N I Z A D O R A FÁTIMA BAYMA DE OLIVEIRA A BUSCA DE UMA VISÃO AMPLA E ESTRUTURADA TIC2-00.indd iTIC2-00.indd i 27/3/2007 17:46:4027/3/2007 17:46:40 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DIREITOS REPROGRÁFICOS TIC2-00.indd iiiTIC2-00.indd iii 27/3/2007 17:46:4027/3/2007 17:46:40 © 2007 by Pearson Education do Brasil Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Pearson Education do Brasil. Gerente editorial: Roger Trimer Consultor editorial: Eraldo Montenegro Editora sênior: Sabrina Cairo Editora de texto: Eugênia Pessotti Preparação: Hebe Ester Lucas Revisão: Maria Luiza Favret Capa: Marcelo Françozo Editoração Eletrônica: Figurativa Arte e Projeto Editorial 2007 Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à Pearson Education do Brasil Ltda., uma empresa do grupo Pearson Education Av. Ermano Marchetti, 1435 CEP: 05038-001 – São Paulo – SP, Brasil Tel.: (11) 2178-8686 Fax: (11) 3611-0444 e-mail: vendas@pearsoned.com Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tecnologia da informação e da comunicação: a busca de uma visão ampla e estruturada / Fátima Bayama de Oliveira (org.). -- São Paulo: Pearson Prentice Hall: Fundação Getulio Vargas, 2007. Vários autores. Bibliografia. ISBN 978-85-7605-079-7 (Pearson Prentice Hall) 1. Administração de empresas 2. Comunicação e tecnologia 3. Negócios 4. Tecnologia – Aspectos sociais 5. Tecnologia da informação I. Oliveira, Fátima Bayama de. II. Título. 06-9666 CDD-658.4038 Índices para catálogo sistemático: 1. Negócios : Aplicação da tecnologia da informação e da comunicação: Administração de empresas 658.4038 2. Tecnologia da informação e da comunicação: Aplicação aos negócios: Administração de empresas 658.4038 TIC2-00.indd ivTIC2-00.indd iv 2/4/2007 17:34:032/4/2007 17:34:03 Sumário Apresentação .................................................................. xi Prefácio .......................................................................... xv CAPÍTULO 1 Utilização de TI nas empresas brasileiras ..................... 1 Governança de TI em benefíciodos negócios .....................................................2 Fábio Faria Novos caminhos para os sistemas de recuperação de informações na Web ... 9 Renato Rocha Souza • Sistemas de recuperação de informações ... 9 • Recuperação de documentos em SRIS ... 11 • Interfaces cognitivas ... 14 • Personalização ... 14 • Análises estruturais ... 15 • Análise de links, análise de utilização e análise de autoridades ... 15 • Marcação semântica dos dados na origem ... 15 • Exploração da semântica intrínseca dos dados ... 16 • Conclusão ... 16 Retorno dos investimentos em TI — uma visão crítica ....................................18 Luiz Antonio Joia • Os desafios na avaliação do retorno de investimentos em TI ... 19 • Algumas saídas para o problema ... 21 • Observações finais ... 23 Padrões de governança em tecnologia da informação auxiliando na implantação do processo de governança corporativa ................................25 Fátima Bayma de Oliveira, Ilda Maria de Paiva Almeida Spritzer, Patrícia de Aquino Mendes • Governança em tecnologia da informação ... 28 • Processos de suporte a serviços em TI ... 31 • Processos de entrega de serviços em TI ... 33 • Conclusão ... 36 CAPÍTULO 2 Aspectos estruturais da TI ............................................ 39 Alinhamento estratégico da TI com o desempenho empresarial ....................40 Alberto Luiz Albertin, Rosa Maria de Moura Albertin TIC2-00.indd vTIC2-00.indd v 2/4/2007 16:54:072/4/2007 16:54:07 Tecnologia da informação e da comunicaçãovi • Uso de tecnologia de informação ... 40 • Conclusão ... 44 Aumentando a efetividade do uso da informação na tomada de decisão empresarial .......................................................................................47 Jorge Luiz Cordeiro Paulo • O valor proporcionado pela informação ... 49 • Retornando à questão do alinhamento ... 51 • Resumindo ... 52 CAPÍTULO 3 Governança em TI .......................................................... 54 Afinal, o que é governança em TI? .....................................................................55 Elvizio Trigo Vanzo • O alinhamento da TI e a gestão do projeto ... 57 • Considerações finais ... 57 Governança de TI — por uma fundamentação ..................................................59 Sérgio Alexandre Simões • Macrocontexto da governança de TI ... 60 • Conclusão ... 63 CAPÍTULO 4 A importância da TI na transparência e no controle social ......................... 64 Programa de Governo Eletrônico de Minas Gerais ..........................................65 Renata Vilhena, Marconi Laia • Planejamento estratégico em Minas: o projeto estruturador Choque de Gestão ... 65 • Projeto estruturador Choque de Gestão – pessoas, qualidade e inovação na administração pública ... 67 • Acordo de resultados (AR) e avaliação de desempenho institucional (ADI) ... 67 • Termo de Parceria ... 68 • Choque de Gestão e a política de governo eletrônico no Estado de Minas Gerais ... 69 • Transparência e efetividade ... 70 A contribuição do Tesouro para a transparência das contas públicas e o controle social ............................................................75 Adriano Pereira de Paula CAPÍTULO 5 TI & convergência de negócios nas comunicações ... 79 Uma visão histórica da comercialização no setor de telecomunicações .......80 Salomão Wajnberg • Convergência das telecomunicações e da tecnologia da informação ... 81 • Hardware e software ... 82 • O cenário atual das telecomunicações ... 83 TIC2-00.indd viTIC2-00.indd vi 2/4/2007 16:54:072/4/2007 16:54:07 Sumário vii • Acesso em banda larga para o wireless ... 86 • Redes óticas ... 86 • Convergência de TV multimídia ... 87 • Convergência multimídia ... 87 • Aplicações futuras ... 88 • Maturidade do sistema ... 88 • O Brasil rumo à convergência ... 89 • Empresas verticais e horizontais ... 89 • Riscos tecnológicos ... 90 A migração de redes de comunicações empresariais (PABX) para a tecnologia VoIP ............................................................................92 Carlos Alberto Cardoso • Conclusão ... 94 Abordando a TV digital ........................................................................................95 Thierry Martin CAPÍTULO 6 Decisões estratégicas ................................................... 99 Alinhamento estratégico ...................................................................................100 Luiz Guilherme Dias Implementação de software livre no Exército brasileiro ................................106 Carlos Pereira Gil • Mudança organizacional ... 107 • A implementação ... 107 • Migração e implantação ... 109 • Indicadores de desempenho ... 110 • O futuro ... 111 A contribuição do Banco do Brasil ..................................................................112 Ulisses de Souza Penna Fronteiras da Internet: criação de valor integrando informações ........................................................116 Andre Kischinevsky, Eduardo Augusto de Andrade Ramos, Silvio José Nunes Maia dos Reis • Sites mencionados ... 121 CAPÍTULO 7 Contribuições mercadológicas .................................. 122 O mercado de reserva de domínios no Brasil e no mundo ............................123 Ricardo Vaz Monteiro • Estatísticas do mercado de domínios ... 128 BI e inteligência artificial ...................................................................................130Rubens Nascimento Melo Implementação de sistemas integrados de gestão — experiência da Petrobras Distribuidora ...........................................................135 Sérgio Murilo da Silva Santos TIC2-00.indd viiTIC2-00.indd vii 2/4/2007 16:54:072/4/2007 16:54:07 Tecnologia da informação e da comunicaçãoviii • Histórico do projeto na BR ... 136 • Estratégias / desafios a serem superados ... 136 • Metodologia ... 137 • Implantação ... 138 • Benefícios atingidos com a implantação (resumo): ... 139 • Durante a implantação ... 141 • Durante o processo de estabilização ... 142 • Conclusão ... 142 • Mensagem final ... 142 Apreciando o crescimento do governo eletrônico .........................................144 Roberto Wajnsztok de Oliveira CAPÍTULO 8 Segurança da informação ........................................... 147 Segurança da informação e cybercrimes nas organizações .........................148 Osvaldo Catsumi Imamura • A modernização do processo eleitoral brasileiro ... 148 • O sistema eleitoral ... 148 • A infra-estrutura da Justiça Eleitoral ... 149 • Fator humano ... 153 • Conclusão ... 155 Adequando a segurança da informação aos requisitos do negócio .................................................................................157 Luiz Guelman • Requisitos do negócio ... 157 • Plano de segurança da informação ... 158 • Conclusão ... 160 • Recomendações finais ... 160 Segurança da informação — uma abordagem globalizante ..........................162 Marcelo Lemos Fernandes • Contexto atual da segurança da informação ... 162 • Transparência para segurança da informação ... 164 • Governança de TI e segurança da informação ... 164 • Gerenciando projetos de segurança da informação ... 165 • Segurança da informação é uma cultura ... 166 • Segurança da informação na vida pessoal ... 167 • Conclusão ... 168 Referenciando a certificação digital .................................................................169 Igor Ramos Rocha CAPÍTULO 9 A modernização da gestão pública e o e-government no Brasil ........................................ 171 A modernização da gestão pública no Estado de São Paulo ........................172 Roberto Meizi Agune • Vantagens do modelo integrado de gestão ... 173 TIC2-00.indd viiiTIC2-00.indd viii 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Sumário ix • Estratégias para valorização da TIC em um modelo integrado de gestão ... 174 • Programa de capacitação ... 175 • Banco de práticas inovadoras ... 175 • Grupos de apoio a processos de mudança ... 176 • A tecnologia a serviço do governo ... 177 Governança eletrônica no setor público: o caso da institucionalização do programa de e-governo no Brasil .............179 Alexandre Fernandes Barbosa, Maria Alexandra Cunha, Solon Lemos Pinto • Introdução ... 179 • Governança, governança corporativa, governo eletrônico, governança eletrônica e governança de TIC ... 180 • Arranjo institucional e aspectos legais da governança eletrônica ... 184 • Institucionalização do e-governo e a legitimidade da governança eletrônica ... 185 • Institucionalização do programa de e-governo no Brasil ... 186 • Conclusão ... 190 Modernização da gestão pública no Estado do Rio de Janeiro ....................196 Tereza Cristina Porto Xavier A experiência do Pnage .....................................................................................205 Sheila Maria Reis Ribeiro • Premissas que orientaram a formulação do Pnage ... 205 • Arranjo de execução, diagnóstico e componentes do programa ... 208 • Considerações finais ... 209 Qualidade de serviço em governo eletrônico .................................................211 Eduardo Moreira da Costa • Introdução ... 211 • Nível I – Folheto eletrônico ... 212 • Nível II – Serviço de informação ... 214 • Nível III – Serviço simplificado ... 216 • Nível IV – Serviço transacional ... 218 • Nível V – Serviço transacional com pagamento ... 219 • Nível VI – Serviço integrado com outros órgãos ... 220 • Nível VII – Serviço completo ... 221 • Conclusão ... 222 AR: arquitetura referencial ................................................................................224 Ednylton Maria Franzosi, Valério Falcão • Em que se baseia a AR? ... 225 • O que são sistemas estruturadores? SGAs? Sistemas corporativos? ... 225 • O que são sistemas gestores de serviço? E sistemas clientes? ... 225 • Componentes da AR ... 226 • Catalogação e solicitação de acesso a XML Schemas e serviços ... 228 • Indicador de interoperação dos sistemas informatizados de governo ... 228 • Expectativas do uso de um padrão de arquitetura ... 229 TIC2-00.indd ixTIC2-00.indd ix 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Tecnologia da informação e da comunicaçãox CAPÍTULO 10 Programas nacionais de inclusão digital .................. 231 O modelo do Banco do Brasil ...........................................................................232 Rosana Melo • Mobilização comunitária, capacitação e formação de parcerias ... 234 • Capilaridade e acompanhamento ... 235 • O software livre ... 235 • Novas frentes de atuação ... 236 • Responsabilidade ... 237 Inclusão digital das micro e pequenas empresas ...........................................238 Paulo César Rezende de Carvalho Alvim • Contextualizando as MPEs brasileiras ... 238 • A realidade de TIC nas MPEs ... 239 • O que o Sebrae vem fazendo ... 240 • O desafio a perseguir ... 241 CAPÍTULO 11 Fronteiras do mundo digital ....................................... 242 A Web 2.0 no Yahoo ............................................................................................243 René de Paula Jr. • Web 2.0, para nós, é isso ... 244 Subjetividade e relacionamentos na era da Internet ......................................247 Aurea Maria Lowenkron • Relações virtuais: precursores ... 247 • O virtual, segundo Pierre Lévy ... 248 • Novas formas de sociabilidade ... 249 • Para concluir ... 251 Responsabilidade social nas empresas e gestão cidadã: a experiência da Cyberlynxx .............................................................................254 André Corrêa de Mello, Fátima Bayma de Oliveira • Do fordismo ao pós-fordismo ... 255 • O fordismo ... 255 • Evolução técnico-científica ... 257 • A globalização da economia ... 257 • A valorização da cidadania e a ação comunicativa ... 258 • Responsabilidade social: origem e evolução ... 261 • Em busca de um modelo de gestão participativa: a empresa Cyberlynxx ... 264 • Considerações finais ... 268 TIC2-00.indd xTIC2-00.indd x 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Manter o caráter competitivo de um empreendimento significa promover, perma-nentemente, as condições propiciadoras da neutralização das ameaças e do apro- veitamento das oportunidades. Por meio de uma gestão criativa e inovadora, podem-se combinar os sinais vindos do ambiente externo com a capacidade de produzir do motor interno, oferecendo como produto os diferenciais necessários à conquista dos melhores resultados. Manter as ações de gestão devidamente atreladas à modernidade tecnológica repre- senta a garantia de decisões (rápidas) eficientes e objetivas. Nesse contexto, a existência das tecnologias da informação e da comunicação representa um suporte indispensável quando consideramos as estratégias de desenvolvimento dos negócios. Compreendê-las de maneira extensiva é fator de sobrevivência. Mais uma vez a Fundação Getulio Vargas, na pessoa de seu presidente, Carlos Ivan Simonsen Leal, age proativamente, fazendo do II Seminário Nacional de Tecnologia da Informação e da Comunicação Aplicada à Gestão dos Negócios e Programas Sociais um espaço estrategicamente apropriado para que as questões mais relevantes possam ser expostas e discutidas. Destaca-se a experiência dos profissionais da Escola Brasileira de Administração Pública e deEmpresas (Ebape), permitindo que durante três dias o seminário acontecesse como planejado. Procurou-se preservar o modelo organizacional já consagrado. Também nesse seminário, os encontros orais, após gravação seguida de transcodifi- cação, geraram os textos que integram este livro. Para permitir uma compreensão imediata da estrutura lógica que suporta a organização da obra, destacamos seus principais objetivos: • evidenciar aspectos que beneficiem os negócios quando da incorporação das tec- nologias de informação (TI); • promover o necessário alinhamento da TI com o desempenho empresarial; • demonstrar as verdadeiras possibilidades de contribuição na TI, nos diversos as- pectos dos programas sociais; • destacar aspectos estratégicos relacionados com a aplicação de TI; Apresentação TIC2-00.indd xiTIC2-00.indd xi 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Tecnologia da informação e da comunicaçãoxii • conhecer elementos de destaque na modernização da gestão pública quando do emprego de TI; • vivenciar situações concretas promovidas por entidades de reconhecimento nacio- nal. Este livro está dividido em onze capítulos, nos quais se acham inseridos os artigos de cada orador. Cada capítulo define uma combinação temática entre os artigos que o compõem. O Capítulo 1 — Utilização de TI nas empresas brasileiras — reúne reflexões comprometidas com a contribuição de TI para a obtenção de melhores resultados. Nesse capítulo estão as contribuições de Fábio Faria, Renato Rocha Souza, Luiz Antonio Joia, Fátima Bayma de Oliveira, Ilda Maria de Paiva Almeida Spritzer e Patrícia de Aquino Mendes. O Capítulo 2 — Aspectos estruturais da TI — aborda elementos de apoio à gestão empresarial. Esse capítulo apresenta as contribuições de Alberto Luiz Albertin, Rosa Maria de Moura Albertin e Jorge Luiz Cordeiro Paulo. O Capítulo 3 — Governança em TI — reúne visões preocupadas em garantir o verdadeiro significado da ação. Nesse capítulo estão os textos de Elvizio Trigo Vanzo e Sérgio Alexandre Simões. O Capítulo 4 — A importância da TI na transparência e no controle social — apre- senta situações concretas de realização, justificando as preocupações do título. Reúne as contribuições de Renata Vilhena, Marconi Laia e Adriano Pereira de Paula. O Capítulo 5 — TI & convergência de negócios nas comunicações — apresenta, por meio de especialistas, tendências e transformações conseqüentes da evolução tecno- lógica, a partir das contribuições de Salomão Wajnberg, Calos Alberto Cardoso e Thierry Martin. O Capítulo 6 — Decisões estratégicas — registra um conjunto de ações que eviden- ciam o conteúdo estratégico das decisões. Nesse capítulo estão os textos de Luiz Guilherme Dias, Carlos Pereira Gil, Ulisses de Souza Penna, André Kischinevsky, Eduardo Augusto de Andrade Ramos e Silvio José Nunes Maia dos Reis. O Capítulo 7 — Contribuições mercadológicas — reúne visões e experiências re- lacionadas com o mercado, a partir das contribuições de Ricardo Vaz Monteiro, Rubens Nascimento Melo, Sérgio Murilo da Silva Santos e Roberto Wajnsztok de Oliveira. O Capítulo 8 — Segurança da informação — oferece uma múltipla visão de as- pectos comprometidos com a garantia da segurança. Nesse capítulo estão identificadas as contribuições de Osvaldo Catsumi Imamura, Luiz Guelman, Marcelo Lemos Fernandes e Igor Rocha. O Capítulo 9 — A modernização da gestão pública e o e-government no Brasil — apresenta exemplos concretos descritos pelos articulistas. Nesse capítulo estão os tra- TIC2-00.indd xiiTIC2-00.indd xii 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Apresentação xiii balhos de Roberto Meizi Agune, Alexandre Fernandes Barbosa, Maria Alexandra Cunha, Solon Lemos Pinto, Tereza Cristina Porto Xavier, Sheila Maria Reis Ribeiro, Eduardo Moreira da Costa, Ednylton Maria Franzosi e Valério Falcão. O Capítulo 10 — Programas nacionais de inclusão digital — testemunha a exis- tência de realizações bem-sucedidas. Apresenta as contribuições de Rosana Melo e Paulo César Rezende de Carvalho Alvim. O Capítulo 11 — Fronteiras do mundo digital — aborda aspectos relacionados com os desafios da modernidade neste novo mundo. Esse capítulo reúne as visões de René de Paula Jr., Aurea Maria Lowenkron, André Corrêa de Mello e Fátima Bayma de Oliveira. Cabe destacar a ajuda incansável de Fernanda dos Santos, Jane Lacerda Leopoldino e Marcelo Souza dos Santos, garantindo elevada eficiência na condução dos processos administrativos. A realização do seminário e a edição deste livro contaram com a valiosa contri- buição de importantes organizações, para as quais dedicamos todo o nosso reconheci- mento. Agradecemos a: Faperj, Sebrae, Senac Nacional, Petrobras, Philips do Brasil, PrincewaterhouseCoopers e Divulgar. Agradecemos ainda a todos que contribuíram de uma forma ou de outra para tornar esta obra uma realidade. Finalmente, cabe-nos a esperança de estar colaborando para o desenvolvimento de um pensar mais estratégico no uso das tecnologias que emergem. Fátima Bayma E-mail: fbayma@fgv.br TIC2-00.indd xiiiTIC2-00.indd xiii 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 TIC2-00.indd xivTIC2-00.indd xiv 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Prefácio Na segunda metade do século XX testemunhou-se uma revolução nos métodos de computação, organização de dados e comunicação, a partir do desenvolvimento dos sistemas eletrônicos e da introdução dos transistores e, em seguida, dos microcircuitos. Como marco inicial, podemos considerar a construção, nos EUA, do primeiro computador eletrônico em 1946 — o Eniac. A interligação dos computadores de centros universitários deu-se quase 25 anos depois, com a implantação pelo Departamento da Defesa dos EUA, da então chamada Arpanet em 1969, que foi a precursora da Internet, a qual, em 1983, passou a interligar computadores de órgãos universitários e de governo. A partir do início dos anos 1990 foi implantada a Internet comercial americana. No Brasil, sob a liderança e coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico — CNPq —, iniciou-se, já em 1987 a interligação dos compu- tadores de centros de pesquisa em 14 capitais de estados, estabelecendo-se, em 1989, a Rede Nacional de Pesquisas, ainda de caráter acadêmico. Seu sucesso foi tão grande que 6 anos após, em 1995, implantou-se a Internet co- mercial que se espalhou rapidamente por todo o país. Dois fatos relevantes ainda devem ser lembrados: o estabelecimento da World Wide Web — WWW — no início dos anos 90 e a consolidação dos mecanismos de busca de sites, com a criação da Google em 1998. Assim, inicia-se o século XXI com um mundo diferente, dispondo de um sistema notavelmente abrangente e eficiente de comunicação e processamento de dados, onde já se misturam as tecnologias de telefonia, televisão e informática, por meio do que hoje se denomina Tecnologia da Informação e da Comunicação — TIC. Não creio ser exagerado ao afirmar que estamos presenciando uma das mais amplas revoluções tecnológicas já ocorridas, ao trazer para o mercado de trabalho um imenso contingente de pessoas antes marginalizadas, com implicações sociais tão intensas que se torna difícil mensurar. Certamente as TIC já estão alterando as estruturas organizacionais das empresas, e mesmo das nações, e é fundamental que essas estruturas se adaptem, a curto prazo, a essa nova ordenação. A FGV, sempre atenta às novas correntes de inovação na administração, estabeleceu um núcleo de pesquisas na área em questão, que vem atuando intensamente, tendo promo- TIC2-00.indd xvTIC2-00.indd xv 27/3/2007 17:46:4127/3/2007 17:46:41 Tecnologia da informação e da comunicaçãoxvi vido agora o Segundo Seminário Nacional de Tecnologia da Informação e da Comunicação Aplicada à Gestão dos Negócios e Programas Sociais. A partir desse encontro, ocorrido nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2006, utilizando o conteúdo das palestras apresentadas por seleto grupo de especialistas e colecionadas graçasà dedicação e eficiência da professora Fátima Bayma, a FGV pode agora divulgar uma competente análise dos últimos desenvolvimentos em TIC e sua implicação na ad- ministração, quer das empresas, quer do próprio governo. Lindolpho de Carvalho Dias Membro do Conselho Diretor da FGV TIC2-00.indd xviTIC2-00.indd xvi 27/3/2007 17:46:4227/3/2007 17:46:42 Capítulo 1 Governança de TI em benefício dos negócios Fábio Faria Novos caminhos para os sistemas de recuperação de informações na Web Renato Rocha Souza Retorno dos investimentos em TI – uma visão crítica Luiz Antonio Joia Padrões de governança em tecnologia da informação auxiliando na implantação do processo de governança corporativa Fátima Bayma de Oliveira Ilda Maria de Paiva Almeida Spritzer Patrícia de Aquino Mendes Utilização de TI nas empresas brasileiras TIC2-01.indd 1TIC2-01.indd 1 27/3/2007 17:33:1327/3/2007 17:33:13 Para consolidar o papel estratégico da área de tecnologia da informação (TI) e sua efetiva contribuição nas organizações, é essencial incorporar diferenciais competitivos nos processos de negócios, em total sintonia com a visão e as diretrizes estratégicas cor- porativas. Nesse contexto, o modelo de governança de TI adotado deve estar estruturado tanto com foco na própria organização de TI como no relacionamento e na prestação de serviços aos usuários da área. As atividades que envolvem soluções suportadas por TI tornam-se cada vez mais imprescindíveis nos diversos segmentos de mercado, influen- ciando positivamente no sucesso e na rentabilidade dos negócios. De forma geral, as principais expectativas dos executivos de negócios em relação às iniciativas de TI são as seguintes: aumento da produtividade e da eficácia operacional; redução de riscos e de custos nas operações; qualificação, otimização e integração dos processos de negócio; garantia e disponibilização de informações consistentes, atualizadas e que permitam suportar as decisões. Atualmente, é muito comum que a própria área de TI manifeste o desejo de rever suas práticas com o objetivo de tornar a gestão tecnológica mais eficiente e, principalmente, mais próxima das necessidades das organizações. Para isso, as áreas de TI avaliam for- mas de estruturar seus modelos de governança, de maneira a adequar-se plenamente às tendências e às demandas estratégicas de negócio, revisando papéis, responsabilidades, processos e procedimentos, assim como o portfólio de produtos e serviços, para que tenham completa aderência aos requisitos de competitividade exigidos nos mercados em que atuam. A eficácia em governança de TI poderá ser atingida se toda a organização, e não apenas a alta liderança, perceber a importância da área na transformação das empresas. Governança de TI em benefício dos negócios Fábio Faria TIC2-01.indd 2TIC2-01.indd 2 27/3/2007 17:33:1327/3/2007 17:33:13 Utilização de TI nas empresas brasileiras 3 Para que esse sentimento seja internalizado, é fundamental que os profissionais de TI estejam abertos a rever suas funções e passem a interagir com os usuários com o devido conhecimento do negócio, orientando-os adequadamente e utilizando uma linguagem acessível, ou seja, evitando termos técnicos incompreensíveis para eles. Partindo desse pressuposto, as equipes de TI passam a demandar profissionais que possuam perfis e características específicas para atuar nesse novo cenário, e dos quais se requer algumas competências fundamentais como: Liderança: capacidade de inspirar, influenciar e entusiasmar pessoas. Empreendedorismo: iniciativa para inovar e implementar mudanças. Negociação: habilidade para levar as partes ao entendimento. Autodesenvolvimento: ações voltadas ao desenvolvimento pessoal e profissional. Capacidade de identificar e suprir demandas de TI: sensibilidade para visualizar, identificar e atender aos requerimentos das áreas clientes. Visão estratégica do negócio: capacidade de analisar contextos internos/externos e ten- dências, compatibilizando objetivos estratégicos com as necessidades de mercado. Visão sistêmica: visualizar e compreender a inter-relação entre as áreas e os processos, possibilitando sinergia de ações e potencialização de recursos. Gestão de projetos: foco e assertividade da concepção à efetiva implementação. Gestão de recursos humanos e financeiros: capacidade para gerenciar os recursos disponíveis em conformidade com as premissas e práticas estabelecidas. Uma das formas de estabelecer um padrão de governança que atenda e alinhe os objeti- vos de TI aos objetivos estratégicos das organizações é o modelo Cobit. Em conformidade com esse modelo, podemos focar a estratégia e a gestão de TI em três grandes blocos: Pessoas: foco em competências. Tecnologia & Serviços: infra-estrutura tecnológica escalável, flexível e compatível com as tendências dos negócios. Processos & Informações: qualificação, otimização e integração de processos e in- formações. O padrão Cobit (Control Objective for Information and Related Technology) é mantido por um órgão internacional denominado Isaca (Information Systems Audit and Control Association), presente em mais de uma centena de países. Este modelo pressupõe o uso das melhores práticas e indicadores para a gestão de TI, cuja essência é composta por quatro grandes grupos de gerenciamento e controle chamados domínios. Para esses domínios temos associados 34 objetos de controle (ver Tabela 1.1), que por sua vez possuem check- lists daquilo que é mais importante considerar em cada controle sem especificar a forma de fazê-lo, mas sim deixando a cargo das empresas utilizar as suas melhores práticas. TIC2-01.indd 3TIC2-01.indd 3 27/3/2007 17:33:1327/3/2007 17:33:13 Tecnologia da informação e da comunicação4 Tabela 1.1 Os domínios Cobit e os objetos de controle Domínios Objetos de controle Planejamento e organização PO1 Definição de plano estratégico de TI PO2 Definição de arquitetura de informação PO3 Determinação de direcionamento tecnológico PO4 Definição da organização de TI e relacionamentos PO5 Gerenciamento do investimento de TI PO6 Comunicação de objetivos e direcionamento PO7 Gerenciamento de recursos humanos PO8 Assegurar compliance com órgãos externos PO9 Avaliação de riscos PO10 Gerenciamento de projetos PO11 Gerenciamento da qualidade Aquisição e implementação AI1 Identificar soluções AI2 Aquisição e manutenção de sistemas aplicativos AI3 Aquisição e manutenção da arquitetura tecnológica AI4 Desenvolvimento e manutenção de procedimentos de TI AI5 Instalação e homologação de sistemas AI6 Gerenciamento de mudanças Entrega e suporte DS1 Definição de níveis de serviço DS2 Gerenciamento de serviços de terceiros DS3 Gerenciamento de desempenho e capacidade DS4 Assegurar continuidade dos serviços DS5 Assegurar segurança dos sistemas DS6 Identificar e atribuir custos DS7 Treinamento de usuários DS8 Assessorar os clientes internos de TI DS9 Gerenciamento das configurações DS10 Gerenciamento de problemas e incidentes DS11 Gerenciamento de dados DS12 Gerenciamento dos recursos (físicos) DS13 Gerenciamento de operações Monitoração M1 Monitoração de processos M2 Avaliação da adequação dos controles internos M3 Obtenção de avaliação independente M4 Disponibilização para auditoria independente TIC2-01.indd 4TIC2-01.indd 4 27/3/2007 17:33:1327/3/2007 17:33:13 Utilização de TI nas empresas brasileiras 5 Para cada objeto de controle é possível realizar auditorias, nas quais se mensura o nível de maturidade em que a empresa/área de TI está posicionada. Os níveis de controle são medidos por meio de indicadores de 0 a 5. Nível 0 Não-existente: não há gerenciamento do processo. Nível 1 Inicial: o processo é desorganizado. Nível 2 Repetitivo: o processo segue um padrão regular. Nível 3 Definido: o processo é documentado e comunicado. Nível 4 Gerenciado: o processo é gerenciado e monitorado. Nível 5 Otimizado: o processo é acompanhado e automatizado. No modelode governança Cobit estão inseridas práticas como a PMI/PMBOK (Project Management Body Knowledge do Project Management Institute) — Gestão de Projetos —, a ITIL (Information Technology Infrastructure Library) — Gestão de Serviços —, a CMM (Capability Maturity Model) — Gestão de Desenvolvimento de Software — e a BS7799 (Gestão de Segurança), além de indicadores de disponibilidade de serviços críticos, bem como de desempenho, os quais utilizam como premissa os benchmarkings de mercado. Um dos caminhos para tornar o processo de governança mais claro e transparente para toda a organização é a aplicação da metodologia do Project Management Institute (PMI/PMBOK), que contém cinco fases distintas: Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento do projeto. No gerenciamento de projetos de TI não são definidas apenas as fases de implementação, mas também as responsabilidades em cada atividade, permitindo, assim, que a coordenação do serviço prestado por TI seja compartilhada e monitorada em conjunto com a área solicitante. Outra mudança observada nas empresas que estão em busca da eficácia na gover- nança em TI é a aplicação do conceito de Balanced Scorecard (BSC), que possibilita a definição e a utilização de indicadores de desempenho vinculados às estratégias de negócios corporativos. Dessa forma, é possível acompanhar como a área tecnológica está contribuindo quantitativa e qualitativamente dentro da organização e em comparação com o mercado. O BSC foi criado para entender como as organizações criam valor na era da informação, medindo o desempenho sob quatro diferentes perspectivas: financeira, clien- tes, processos internos, aprendizado e crescimento. Enquanto as perspectivas financeiras e de mercado explicitam o resultado desejado da aplicação da estratégia, a perspectiva de processos internos busca como tornar isso possível, por meio de processos críticos que têm maior impacto sobre a estratégia. A perspectiva de aprendizado e crescimento foca ativos intangíveis, os quais devem suportar a atividade de criação de valor: capital humano (atividades), capital informacional (sistemas) e capital organizacional (clima e cultura). Alinhar atividades e objetivos nessas quatro perspectivas é a chave para a criação de valor. Todas as perspectivas encontram-se inter-relacionadas numa estrutura de causa e efeito, como mostra a Figura 1.1. TIC2-01.indd 5TIC2-01.indd 5 27/3/2007 17:33:1327/3/2007 17:33:13 Tecnologia da informação e da comunicação6 Para refletir a contribuição de TI no negócio e mensurá-la efetivamente, pode-se utilizar, por exemplo, o conceito elaborado por professores da FGV-Eaesp em 2003, que propõe gerar vínculos entre os indicadores de TI e os indicadores estratégicos de negócio, facilitando o entendimento e a visibilidade das organizações sobre o valor agregado de TI nos diferentes processos. A Figura 1.2 ilustra esse conceito. Portanto, para que o modelo de governança tenha sustentação e credibilidade nas empresas, as áreas de TI devem estar atentas e alinhadas permanentemente nos seguintes aspectos: soluções tecnológicas assegurando a máxima aderência às demandas dos negócios, detalhadas no plano estratégico corporativo; matriz de papéis e responsabilidades para a TI e para as áreas de negócios envolvidas nos principais projetos e soluções tecnológicas; metodologia para gestão de projetos, garantindo a identificação das necessidades e a efetiva gestão das atividades e custos; padronização e maximização de recursos, soluções e serviços de TI; nível de serviço formalizado e indicadores previamente estabelecidos; foco em simplificação e inovação nos processos de negócios; dados e informações consistentes, atualizados e de fácil acesso; infra-estrutura de TI compatível com as necessidades de negócios; contingências para infra-estrutura tecnológica e sistemas; plano de continuidade de negócios para os processos críticos; usuários treinados, certificados e reciclados para o uso eficiente dos recursos de TI, bem como documentação e suporte adequados; conscientização, desenvolvimento e qualificação do pessoal de TI nos processos de negócios; avaliação sistemática do desempenho de TI e do nível de satisfação dos usuários. Figura 1.1 Estrutura de causa e efeito. CAUSA EFEITO FINANCEIRO CLIENTES PROCESSOSINTERNOS APRENDIZADO E CRESCIMENTO CAUSA EFEITO CAUSA EFEITO TIC2-01.indd 6TIC2-01.indd 6 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Utilização de TI nas empresas brasileiras 7 Ao estabelecer essas práticas de governança, é preciso comunicar e internalizar um modelo de relacionamento consistente, confiável e transparente com todas as áreas e de- partamentos corporativos, revisando-as freqüentemente para ajustá-las a uma estrutura de trabalho que alinhe definitivamente a estrutura de TI às expectativas das áreas de negócios, tornando os processos mais eficientes e eficazes. Como resultado dessas iniciativas, a expectativa é de que ocorram os seguintes impactos positivos nas organizações: melhor uso das competências e práticas de TI; redução de custos, investimentos e riscos nas atividades de TI; priorização e gerenciamento adequado das demandas das áreas de negócios; rapidez e qualidade na replicação e no suporte de sistemas e tecnologias; maior foco e priorização na melhoria de processos e informações; melhor gerenciamento dos níveis de acordo de serviços; maior capacitação das pessoas de TI em processos e negócios. VARIÁVEIS: • Mercadológicas • Tecnológicas • Organizacionais • Outras Benefícios do uso de tecnologia da informação Processo Custo Produtividade Qualidade Flexibilidade Inovação Infra- estrutura Custo Produtividade Qualidade Flexibilidade Inovação Financeiro Cliente Processosinternos Aprendizado e crescimento Desempenho empresarial Fatores críticos de sucesso Figura 1.2 Gerando vínculo. Fonte: ALBERTIN, A. L. e MOURA, R. M. Enfoque gerencial dos benefícios e desafios da tecnologia de informação para o desempenho empresarial. FGV-Eaesp, 2003. MÉTRICAS: • Vínculo com desempenho empresarial • Indicadores diretos e indiretos TIC2-01.indd 7TIC2-01.indd 7 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Tecnologia da informação e da comunicação8 A excelência em governança de TI presume, portanto, um plano de trabalho estru- turado, com etapas muito bem definidas, que organizem e priorizem as atividades de acordo com as demandas de negócios da companhia. Ao organizar os processos internos e definir um modelo de relacionamento com clientes, a área de TI estará cumprindo seu verdadeiro papel: o de viabilizar projetos e serviços que, de fato, agreguem valor ao negócio da empresa. BREVE CURRÍCULO Fábio Faria Diretor corporativo de TI na Votorantim Industrial, com 28 anos de experiência na área, formação em Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas (Fasp), MBA Executivo Internacional (USP), MBA Supply Chain (PUC) e diversos cursos de especialização na FGV. TIC2-01.indd 8TIC2-01.indd 8 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Novos caminhos para os sistemas de recuperação de informações na Web Renato Rocha Souza Os sistemas de informação e de comunicação hoje permeiam e mesmo viabilizam virtualmente todas as atividades humanas, e não mais podemos conceber a socie- dade sem sua acentuada imbricação com as tecnologias de informação que nela surgem e que a modificam. Acompanhando o desenvolvimento dessas tecnologias, os repositórios de informações que são produzidos no desempenho das inúmeras atividades humanas vêm migrando para o ambiente on-line, cada vez mais em formatos digitais, acessíveis por meio de redes e sistemas de computadores. Temos assistido em paralelo à criação desses espaços (a Internet e a Web, as intranets empresariais, os portais corporativos, as bibliotecas digitais etc.), que representam ferramentas e sistemas de recuperação de in- formações, para suprir a necessidade de recuperar as informações criadas continuamenteem ritmos vertiginosos. SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÕES A dificuldade de conceituação do que seja um sistema de recuperação de informa- ções advém, a princípio, da ambigüidade dos conceitos de sistema e de informação em si (Araújo, 1994). No contexto deste artigo, consideramos que sistemas de recuperação de informações (SRIs) organizam e viabilizam o acesso aos itens de informação, de- sempenhando as atividades de representação das informações contidas nos documentos, usualmente por meio dos processos de indexação e descrição dos documentos; arma- zenamento e gestão física e/ou lógica desses documentos e de suas representações; e recuperação das informações representadas e dos próprios documentos armazenados, de forma a satisfazer as necessidades de informação dos usuários. Para isso é necessário que haja uma interface na qual os usuários possam descrever suas necessidades e questões, e por meio da qual possam também examinar os documentos atinentes recuperados e/ou suas representações. TIC2-01.indd 9TIC2-01.indd 9 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Tecnologia da informação e da comunicação10 A recuperação de informações traz dificuldades intrínsecas ao conceito de ‘informa- ção’, como a dificuldade de determinação da real necessidade do usuário e do seu melhor atendimento com os documentos que fazem parte do acervo do sistema (Foskett, 1997, p. 5). A associação entre os registros e seus conteúdos informativos é vaga, e isso pode acarretar problemas nas respostas a questões específicas, como baixas taxas de revocação1 e precisão2. Um sistema de recuperação de informações deve buscar boa relação entre os índices de revocação e precisão para oferecer, em resposta a determinada consulta, referências ao maior número possível de documentos atinentes, ordenados por critérios de relevância, e o menor número possível de documentos pouco ou não atinentes, de acordo com as necessidades de informação dos usuários. Dentre os diversos diagramas que descrevem o processo de recuperação de informa- ções em sistemas, escolhemos o proposto por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (1999), apre- sentado na Figura 1.3, que enfatiza o processo da forma como é realizado nos sistemas automatizados. 1 A revocação, ou “recall”, ou mesmo “abrangência”, é a razão do número de documentos atinentes recuperados sobre o total de documentos atinentes disponíveis na base de dados. Ela mede o sucesso do SRI em recuperar documentos pertinentes. 2 Razão do número de documentos atinentes recuperados sobre o total de documentos recuperados. A precisão mede o sucesso do SRI em não recuperar documentos que não sejam relevantes de acordo com a necessidade de informação. Figura 1.3 O processo de recuperação de informações. Fonte: adaptado de Baeza-Yates e Ribeiro-Neto, 1999, p. 10. Interface com o usuário Operações no texto Operações de query Indexação Gerenciador do banco de dados Busca nos índices Ranking (ordenação) Índice Necessidades do usuário Texto Texto Visão lógica Visão lógica Arquivo invertido query Feedback do usuário Documentos recuperados Documentos ordenados Banco de dados de textos TIC2-01.indd 10TIC2-01.indd 10 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Utilização de TI nas empresas brasileiras 11 A Figura 1.3 explicita as atividades de representação (operações no texto, indexação e criação do índice), armazenamento e gestão (dos documentos presentes no acervo do banco de dados de textos e do índice), e a recuperação, que se inicia por meio da análise da necessidade do usuário e redunda na apresentação de um conjunto ordenado de documen- tos, possivelmente proporcionando a ele feedback sobre os documentos apresentados. A representação dos documentos é necessária, pois a busca na totalidade dos termos presentes geraria alta revocação e baixa precisão. E a qualidade dessa representação — problema central na recuperação — é que garante boas taxas de precisão e de revocação. RECUPERAÇÃO DE DOCUMENTOS EM SRIS Um dos problemas centrais da recuperação de informações em SRIs é a identificação de quais são os documentos relevantes e quais devem ser descartados. Essa tarefa de “es- colha”, em sistemas automatizados, é executada por algum tipo de algoritmo que, baseado em heurísticas previamente definidas, decide quais são os documentos relevantes a serem recuperados e os ordena a partir dos critérios estabelecidos (Baeza-Yates e Ribeiro-Neto, 1999, p. 19). Quando a indexação é realizada manualmente — ou melhor, intelectualmente — por seres humanos, cabe a estes descobrir conceitos que sirvam de termos-índices para serem vasculhados durante as consultas (queries) de usuários. Na indexação automática, existem dezenas de estratégias para a correta ponderação do valor dos documentos, de acordo com uma explicitação de necessidade de informação. Alguns dos modelos propostos e atualmente utilizados em algoritmos de recuperação de informações são exemplificados na Figura 1.4, proposta por Baeza-Yates e Ribeiro- Neto (1999, p. 20). Esta figura ilustra 15 modelos de recuperação de informações, que serão detalhados de acordo com a forma como são apresentados pelos autores. Nos SRI, há usualmente uma interface pela qual o usuário traduz sua necessidade de informações em forma de questões ou palavras-chave, ou mesmo examina os documentos na busca daquelas que são pertinentes. Essas ações são consideradas papel do usuário. Os dois modos de buscar informações são classificados em modelos de recuperação e modelos de navegação. Nestes últimos, o usuário não propõe uma questão (query) ou ne- cessidade de informação ao sistema. Em vez disso, navega pelos documentos — que não foram necessariamente indexados antes — buscando informações de interesse. A busca em estruturas de arquivos ligados em rede é usualmente executada por meio de navegação do tipo hipertextual. Quando o acervo de documentos sofre poucas alterações enquanto novas queries são submetidas ao sistema, chama-se o modo de operação de ‘recuperação ad hoc’. Quando as queries se mantêm relativamente estáticas enquanto novos docu- mentos são adicionados, chama-se a esse modo de operação de filtragem (filtering). Esta acontece usualmente em processos de monitoração de fontes de informação, enquanto a recuperação ad hoc representa as buscas usuais em SRIs. TIC2-01.indd 11TIC2-01.indd 11 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Tecnologia da informação e da comunicação12 Os modelos de recuperação se dividem em clássicos e estruturados. Nos modelos clássicos, cada documento é descrito por um conjunto de palavras-chave — também chamadas de termos de indexação — que buscam representar o assunto do documento e sumarizar seu conteúdo de forma significativa. Nos modelos estruturados, podem-se especificar, além das palavras-chave, algumas informações acerca da estrutura do texto (como seções a serem pesquisadas, fontes de letras, proximidade das palavras, entre outras informações). Os modelos clássicos de recuperação são três: o booleano, o vetorial e o probabilístico. Para cada um deles há modelos alternativos que visam estendê-los em funcionalidade e desempenho. Vamos examinar brevemente esses três modelos: Modelo booleano: baseado na teoria dos conjuntos, é simples e elegante. Para cada query são recuperados todos os documentos que possuem os termos nas condições es- pecificadas pelo usuário. Sua maior desvantagem é o fato de trabalhar de forma binária, ou seja, os documentos são analisados sob o critério dualista relevante/não relevante, e não é criada nenhuma espécie de ordenação dos resultados que atendam às condições de consulta. Modelo vetorial: neste modelo, os documentos são modelados como ‘sacos de palavras’ e representados como vetores no espaço n-dimensional, onde n é o total de termos-índices (palavras) de todos os documentos no sistema. Pode-se calcular um grau de similaridade a ser satisfeito pelos documentos para serem considerados relevantes (por exemplo, que as palavrasapareçam ao menos duas vezes etc.) e determinar este grau com vistas a construir um ranking. O modelo vetorial é a base da grande maioria Figura 1.4 Uma taxonomia de modelos de RI. Fonte: adaptado de Baeza-Yates e Ribeiro-Neto, 1999, p. 21. Uma taxonomia de modelos de RI Ta re fa s do u su ár io Recuperação: Ad hoc Filtragem Navegação Probabilísticos Algébricos Teoria dos conjuntos Navegação Modelos estruturados Modelos clássicos • Booleano • Vetorial • Probabilístico • Listas não sobrepostas • Proximidade de nós • Plana • Guiada pela estrutura • Hipertextual • Nebuloso (fuzzy) • Booleano estendido • Vetorial generalizado • Indexação semântica latente • Redes neurais • Redes de inferência • Redes de crença TIC2-01.indd 12TIC2-01.indd 12 27/3/2007 17:33:1427/3/2007 17:33:14 Utilização de TI nas empresas brasileiras 13 dos sistemas de recuperação de informações, mais notadamente os que têm como objeto a indexação na Web. Modelo probabilístico: neste modelo, supõe-se que exista um conjunto ideal de documentos que satisfaz a cada uma das consultas ao sistema e que este conjunto possa ser recuperado. Por uma tentativa inicial com um conjunto de documentos e do feedback do usuário em sucessivas interações, busca-se aproximar cada vez mais desse conjunto ideal, por meio da análise dos documentos considerados pertinentes pelo usuário. O valor desse modelo está em considerar a interação contínua com o usuário como um caminho para refinar o resultado continuamente. Os modelos apresentados são apenas amostras do que vem sendo pesquisado, em um campo que contém muitas frentes de pesquisa, que não poderiam ser enumeradas neste artigo. As novas estratégias que surgem tentam superar um aparente esgotamento das estratégias tradicionais, e entendemos que a melhoria da eficácia do serviço aos usuários dos sistemas depende de esforços em diversas linhas de pesquisa, em todo o espectro da cadeia de processos de organização da informação. Algumas das novas alternativas são as seguintes: a intensificação da exploração das informações semânticas intrínsecas aos documentos, de forma a expandir a compreensão das unidades e padrões de significado em textos, imagens e outras mídias; o desenvolvimento de novas possibilidades de marcação semântica dos dados utilizan- do metalinguagens, criando registros de metadados acoplados aos próprios documentos com termos amplamente consensuais e não ambíguos, para que esses possam ser mais facilmente manipulados e identificados por computadores e outros dispositivos e, em conseqüência, pelos usuários; o desenvolvimento de estratégias de apresentação da informação recuperada nas bus- cas, de forma altamente significativa e contextual, de modo que as relações entre os conceitos e, em conseqüência, os contextos, se tornem evidentes, o que permitiria aos usuários refinar os resultados pela definição das conexões pertinentes e pela exclusão das conexões geradas pelo ruído informacional; a construção e a manutenção de perfis personalizados de utilização, de maneira que o SRI ‘aprenda’ com a forma de trabalho do usuário e possa utilizar essas informações específicas para melhorar a estratégia de busca do SRI. Em vez de perseguir a evolução de sistemas com base na imitação das heurísticas intelectuais humanas — sonho antigo das linhas de pesquisa em inteligência artificial —, buscam-se hoje estratégias diferenciadas, que só poderiam ser implementadas em ambien- tes com poder computacional extremo. Algumas dessas estratégias são apresentadas no mapa conceitual da Figura 1.5. Na seqüência, uma pequena explanação sobre os novos caminhos esboçados no mapa. TIC2-01.indd 13TIC2-01.indd 13 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 Tecnologia da informação e da comunicação14 INTERFACES COGNITIVAS As pesquisas para a criação de interfaces cognitivas são, talvez, as mais tradicionais. A maioria procura estabelecer uma plataforma de utilização mais intuitiva por parte dos usuários de SRIs (Lamping et al., 1995; Cañas et al., 1999). Grandes avanços vêm sendo conseguidos, por exemplo, na recuperação de informações em ambientes de muitas mídias, como áudio e vídeo, sendo que esses sistemas necessitam apresentar interfaces multimídia. Exemplos de mecanismos de busca que se baseiam em interfaces cognitivas são o Kartoo (http://www.kartoo.com/), as geometrias hiperbólicas (http://www.onlinemag.net/may02/ allen.htm) e a busca em uma rede de mapas conceituais (http://cmap.ihmc.us). PERSONALIZAÇÃO A personalização das buscas de acordo com o perfil e os interesses do usuário é uma grande vertente, na medida em que permite aumentar o conhecimento e a demografia de necessidades de informação desses usuários. Além disso, essas informações podem ser usadas para database marketing e vendas personalizadas. Exemplos dessas estratégias Figura 1.5 Estratégias alternativas para melhoria dos SRIs. Sistemas de recuperação de informações exploração da semântica intrínseca dos dados para análise de “autoridades” análise de utilização análise de links análises estruturais personalização interfaces cognitivas para como no por meio de comunidades virtuais clustering uso de tesauros uso de estruturas sintáticas ontologias Google Web semântica favorecer o feedback do usuário aumentar a significância pessoal dos documentos melhor agrupar os documentos tornar as informações legíveis para as máquinas melhor representar os documentos ampliar os pontos de acesso como na marcação semântica dos dados paraparapara podem ser melhorados por meio de por meio de por meio de TIC2-01.indd 14TIC2-01.indd 14 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 Utilização de TI nas empresas brasileiras 15 são os conjuntos de ferramentas gratuitas que compartilham cookies3 no computador, como os mecanismos de busca Yahoo (http://www.yahoo.com), com seu pacote de mensagens instantâneas Yahoo Messenger, o e-mail gratuito e a ferramenta de grupos Yahoogroups; e a quintessência da personalização por meio de perfis conseguidos com as ferramentas do Google (http://www.google.com), como o Orkut, o Google Earth, o Gmail, o Google Talk, o Google Desktop Search, entre outros. Todos os grandes me- canismos de busca têm desenvolvido estratégias nesse sentido. ANÁLISES ESTRUTURAIS A análise estrutural, na prática, é a possibilidade de especificação de restrições quanto ao formato dos documentos no momento de pesquisa. Essa possibilidade já é implementada na prática nas opções avançadas do Google e do Yahoo, entre outros, em que se podem especificar formatos como PDF, PPT, DOC, por exemplo, além do tamanho, data ou domínio de origem dos documentos procurados. ANÁLISE DE LINKS, ANÁLISE DE UTILIZAÇÃO E ANÁLISE DE AUTORIDADES Essas três estratégias já são implementadas na prática em mecanismos de busca chamados de ‘terceira geração’, como Google, Yahoo etc. A análise de links consiste em examinar, para fins de determinação do assunto do documento, os conceitos que descre- vem o documento em páginas que apontam para este, o que poderia ser descrito no mote “diga-me o que dizem de você, que te direi quem és”. A análise de utilização considera simplesmente que as páginas mais acessadas pelos usuários são mais importantes e de- vem ser melhor ranqueadas. Finalmente, a análise de autoridades estabelece que alguns sites são mais importantes para determinados assuntos (as autoridades), não importando a freqüência dos conceitos nas páginas que os contêm. MARCAÇÃO SEMÂNTICA DOS DADOS NA ORIGEM Os melhores exemplos dessa vertente são as tecnologias exploradas no contexto da Web semântica4, com vistas ao projeto e à implementação de padrões de metadados que adicionem aos dados informações significativas sobre seus contextos, marcando-os seman- ticamente, e mecanismos de busca que levem em conta esses dados marcados. Ainda no âmbito da Web semântica, há pesquisas e desenvolvimento de programas de computador, comumente chamadosagentes inteligentes, que têm a possibilidade de fazer a colheita (harvesting) de informações em outros computadores, agentes e dispositivos eletrônicos, 3 Um cookie é uma informação que um site grava no disco rígido do usuário de forma a poder guardar informações sobre este usuário para uso posterior. 4 “Web semântica” é o nome genérico do projeto capitaneado pelo World Wide Web Consortium que pretende embutir inteligência e contexto nos códigos XML utilizados para a confecção de páginas Web, de modo a melhorar a forma como programas podem interagir com essas páginas e também possibilitar o uso mais intuitivo pelos usuários. TIC2-01.indd 15TIC2-01.indd 15 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 Tecnologia da informação e da comunicação16 para então tomar decisões baseadas em heurísticas embutidas. Um exemplo de mecanismo de busca baseado nessas tecnologias é o ontoweb (http://www.ontoweb.org/). EXPLORAÇÃO DA SEMÂNTICA INTRÍNSECA DOS DADOS Um campo pujante, que ainda aparece pouco explorado, é a utilização da semântica embutida nos próprios documentos, ou seja, as potencialidades intratextuais da linguagem natural, para automatizar e melhorar as tarefas de indexação, organização e recuperação de informações. Os SRIs usualmente utilizam como descritores e unidades de recuperação palavras isoladas que, embora sirvam de forma bastante razoável aos propósitos de recuperação de informações, falham em grande parte justamente por não considerarem o contexto informacional implícito em toda a consulta, porque não estão preparados para lidar com a forma como essas palavras ou conceitos estão relacionados. Esses relacionamentos, na prática, determinam as minúcias e especificidades dos assuntos pesquisados. Dessa forma, perdem-se informações fundamentais sobre o escopo em que as palavras estão sendo utilizadas e, em conseqüência, a pertinência da pesquisa diminui. Pesquisas nessa área incluem o uso de estruturas profundas da linguagem natural, como os sintagmas verbais e nominais, para indexação e recuperação (Kuramoto, 1996; Moreiro et al., 2003; Souza, 2005), e de ferramentas de representação de relacionamentos semânticos e conceituais, como os tesauros, para ampliar a gama de informações recu- peradas e a aferição de contextos, além de outras estratégias derivadas da lingüística e da ciência da informação. Outras metodologias similares implantadas em SRIs permitem a busca de expressões regulares, ou analisam a proximidade da ocorrência de alguns termos, expandindo o con- ceito de palavra-chave para frases ou outras hierarquias lexicais. Ziviani (in: Baeza-Yates e Ribeiro-Neto, 1999, p. 169-170) aponta SRIs que utilizam a técnica de identificação de grupamentos de substantivos (noun groups), em vez de palavras-chave, como estratégia para a seleção de termos de indexação, assumindo que os substantivos costumam carre- gar a maior parte da semântica de um documento, o que não ocorre com artigos, verbos, adjetivos, advérbios e conectivos. Os grupamentos de substantivos, no escopo dessas pro- postas, são conjuntos de nomes para os quais a ‘distância sintática’ (medida pelo número de palavras entre dois substantivos) não excede um limite predefinido. CONCLUSÃO Existem hoje diversas frentes de pesquisa, mais ou menos coordenadas, para tratar do problema da recuperação de informações. Uma real integração demandaria estudos concomitantes em diferentes áreas do conhecimento e campos de pesquisa, como a ciência da informação, a lingüística, a ciência da computação, a psicologia cognitiva, a comuni- cação, a sociologia e a antropologia, entre outras. Há seguramente muitas surpresas no horizonte... TIC2-01.indd 16TIC2-01.indd 16 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 Utilização de TI nas empresas brasileiras 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Vânia M. R. H. Sistemas de recuperação da informação: nova abordagem teórico- conceitual. Rio de Janeiro, 1994. Tese (Doutorado em Ciência da Informação). Universidade Federal do Rio de Janeiro. BAEZA-YATES, R. e RIBEIRO-NETO, B. Modern information retrieval. Nova York: ACM Press, 1999. 511p. CAÑAS, A. J.; LEAKE, D. B. e WILSON, D. 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Belo Hori- zonte, 2003. SOUZA, R. R. Uma proposta de metodologia para escolha automática de descritores uti- lizando sintagmas nominais. Belo Horizonte, 2005. 197f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais. BREVE CURRÍCULO Renato Rocha Souza Doutor em Ciência da Informação (UFMG). Mestre em Engenharia de Produção (UFSC). Bacharel em Engenharia de Sistemas (PUC-RJ) e professor adjunto da Escola de Ciência da Informação – UFMG. TIC2-01.indd 17TIC2-01.indd 17 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 As questões relacionadas ao retorno de investimentos associado à tecnologia da in-formação (TI) nas empresas têm, desde sempre, suscitado debates e polêmicas entre acadêmicos e practitioners (ver, por exemplo, Strassmann, 1997). O famoso ‘paradoxo da produtividade’, primeiro levantado por Robert Solow em 1987 — “You can see the computer age everywhere but in the productivity statistics” (Solow, 1987) — e depois analisado por vários acadêmicos, levantou a suspeita de que os benefícios atribuídos à TI não eram aqueles realmente apregoados pelos vendors. Entre esses acadêmicos, podem-se destacar Erik Brynjolfsson, do Center for Information System Research da Sloan School of Management — MIT (Brynjolfsson, 1993) e Leslie Willcocks, então no Oxford Institute for Information Management do Templeton College, Oxford (Willcocks, 1996). Mais recentemente, alguns estudos começaram a analisar o processo de tomada de decisão das empresas, no que tange a investimentos em TI. Tingling e Parent (2002) concluíram, em trabalho extremamente original e relevante, que a maioria das empresas implanta TI usando o que foi denominado ‘isomorfismo mimético’, também conhecido como ‘efeito manada’. Dessa forma, a tecnologia é colocada como uma solução à procura de um problema. Esse e outros aspectos têm tornado significativamente sofisticada a avaliação do retorno de investimentos em TI nas empresas. Este artigo visa, portanto, apresentar cri- ticamente as razões pelas quais o cálculo do retorno de investimentos em TI difere dos cálculos tradicionais e consagrados de retorno de investimento. De modo semelhante, o artigo almeja apresentar alternativas para esse cálculo e o estado da arte nessa área de conhecimento, de modo a permitir ao leitor, se não uma avaliação mais apurada do re- torno de investimentos em TI, pelo menos uma visão mais crítica a ser confrontada com a dos vendors. Retorno dos investimentos em TI – uma visão crítica Luiz Antonio Joia TIC2-01.indd 18TIC2-01.indd 18 27/3/2007 17:33:1527/3/2007 17:33:15 Utilização de TI nas empresas brasileiras 19 OS DESAFIOS NA AVALIAÇÃO DO RETORNO DE INVESTIMENTOS EM TI A intangibilidade dos resultados Um dos principais problemas enfrentados na avaliação do retorno de investimentosem TI reside na intangibilidade dos resultados gerados. Tal fato praticamente inviabiliza o uso de técnicas consagradas para avaliação de investimentos, como o TIR, o pay-back, o fluxo de caixa descontado etc., pela impossibilidade de montar um fluxo de caixa. Isso faz com que, para várias empresas, a TI seja vista como um centro de custos inadministrável e, como tal, com reporte à direção financeira. Esse fato também explica a altíssima taxa de outsourcing em TI (Lacity et al., 1995). De modo geral, se as empresas sabem que algo é necessário, mas não conhecem o retorno que se deve esperar, aplicam a terceirização. A TI, por isso mesmo, é uma das áreas mais terceirizadas nas empresas em geral. A Dell Computers, por exemplo, não seria a empresa que é se não tivesse sabido construir um ecossistema estratégico baseado em redes digitais com seus parceiros. Da mesma forma, o Celta da GM configura um veículo a ser projetado on demand, o que diminui os estoques necessários para a sua produção. Entretanto, foi o uso estratégico de TI que proporcionou esse modus operandi. Exemplos como Wal-Mart e Amazon. com, com seus data minings e data warehouses que lhes permitem antecipar-se aos seus clientes, também corroboram o fato de que a TI pode propiciar processos estratégicos que confiram às empresas uma vantagem competitiva sustentável. Nem de longe é fácil saber exatamente o retorno de investimentos em TI nessas empresas. No entanto, há um fluxo dessa competência em TI para o bottom line delas. Nesse momento, percebe-se que os resultados intangíveis advindos de TI configuram estoque e fluxo. No primeiro, competências são criadas; no segundo, elas se deslocam para o capital físico e monetário das empresas (seu valor contábil) (Joia, 2004). Receitas geradas ou custos evitados? Um segundo desafio na avaliação do retorno de investimentos em TI relaciona-se ao fato de que, na maioria das vezes, TI diminui custos, em vez de aumentar receitas, o que é chamado de ‘custos evitados’. Se não houver uma clara percepção, por parte dos executivos, de que reduzir custos, em determinados momentos e situações, pode ser considerado estratégico para as empresas (Porter, 1980), esses profissionais terão dificuldade em entender o potencial advindo dos investimentos em TI. Como exemplo dessa situação, pode-se citar a implantação de um sistema de gerenciamento de documentação digital numa empresa (Joia, 1998). O projeto só foi adiante depois que a possível taxa interna de retorno foi apresentada como atrativa. Para tal, houve a necessidade, além de coletar os números relativos aos investimentos e despesas necessárias, de estimar os benefícios de um sistema desse tipo. Nesse caso, esses benefícios são oriundos de espaço liberado, diminuição do tempo perdido para acesso à documentação e dispensa de profissionais — todos custos evitados (Joia, 1998). TIC2-01.indd 19TIC2-01.indd 19 27/3/2007 17:33:1627/3/2007 17:33:16 Tecnologia da informação e da comunicação20 Os custos escondidos ou o TCO Outra questão a ser considerada na avaliação do retorno de investimentos em TI diz respeito aos custos escondidos (hidden costs) e ao próprio custo total de propriedade (TCO — Total Cost of Ownership). Muitas vezes, a aquisição de um novo servidor pode ter de ser acompanhada de novos softwares, nova topologia de rede, manutenção do equipamento e, sempre, capacitação de funcionários. Da mesma forma, a aquisição da licença de uso de um software também pode demandar um novo servidor, o pagamento da sua taxa de manutenção (para novos releases) e a capacitação de profissionais envolvidos. Assim, torna-se fácil que, na montagem do fluxo de caixa esperado associado à aquisição de algum equipamento de TI (lato sensu), os executivos se esqueçam de considerar despesas decorrentes dessa aquisição. Nesse caso, não se trata do lado dos benefícios auferidos com a implantação de TI, mas dos investimentos e despesas operacionais. Esse fato corrobora ainda mais a difi- culdade de uma adequada avaliação do retorno dos investimentos em TI (Strassmann, 1997, p. 72-79). Obsolescência e inovação em TI Outra questão bastante complexa na avaliação do retorno dos investimentos em TI diz respeito à impressionante velocidade de depreciação em TI e ao seu absurdo grau de inovação (Strassmann, 1997). Não há nada comparável no mundo dos negócios. A obsolescência tradicional, aplicada aos negócios comuns, é de cerca de 60 meses. Na área de TI esse valor mal chega a 30 meses, podendo atingir somente 18 meses, depen- dendo da tecnologia. Por outro lado, o grau de inovação em TI não encontra precedente no mundo de negócios. Moore, um dos fundadores da Intel, disse que o chip dobraria a sua capacidade de processamento a cada 18 meses (Lei de Moore). Atualmente, isso já foi ultrapassado. Imagine-se, portanto, a junção de uma tecnologia que se deprecia a uma velocidade supersônica, dentro de um ambiente tecnológico em que a inovação ocorre a uma velocidade hipersônica, e obtém-se um quadro cruel. Esse efeito perverso dificulta bastante o cálculo do retorno de investimentos em TI. As relações causais de TI Esse talvez seja o mais complexo problema relacionado com a utilização de TI em uma empresa e, conseqüentemente, com uma verossímil avaliação do retorno dos in- vestimentos em TI. Pelo seu caráter difuso e ubíquo, é muito difícil avaliar as relações causais derivadas da implantação e uso de TI, isto é, até que ponto a TI é a responsável pelo sucesso ou insucesso de uma empresa. Nessa abordagem, a avaliação do retorno dos investimentos em TI é realizada ana- lisando-se o bottom line das empresas vis-à-vis os seus concorrentes e atribuindo-se heuristicamente esse resultado à infra-estrutura computacional existente e aos processos TIC2-01.indd 20TIC2-01.indd 20 27/3/2007 17:33:1627/3/2007 17:33:16 Utilização de TI nas empresas brasileiras 21 produtivos e capital humano empenhados na consecução da missão das empresas. Mas nem sempre isso é verdade. Por outro lado, nesse momento, mais uma vez a questão dos indicadores de TI entra em cena (Joia, 2006). Por exemplo, de que adiantam pesquisas que levantem quantos teclados por funcionário uma empresa tem, ou se ela possui sistema de ERP, ou o percentual do faturamento investido em TI? Isso só terá sentido se esses indicadores se mostrarem válidos (Joia, 2006). Nesse caso, fala-se de validade interna, que relaciona os indicadores com o desempenho financeiro de uma empresa, por exemplo. Um indicador pode ser confiável, mas não ser válido (Churchill, 1979). A principal razão para continuamente se levantar esses indicadores sem procurar nexo causal entre eles e o desempenho da empresa diz respeito à dificuldade em proceder a tal ação, já que sofisticadas técnicas de estatística multivariada deverão ser adotadas. Dessa forma, o que se tem é apenas uma “corrida armamentista” entre as empresas, o que acaba por levar ao isomorfismo mimético apresentado anteriormente (Tingling e Parent, 2002), ou à tão conhecida ‘síndrome da Red Queen’, de Lewis Caroll em Alice no País das Ma- ravilhas, isto é: “Corra o bastante para conseguir ficar no mesmo lugar”. Não há dúvida de que as empresas devem ter parâmetros de comparação em relação aos seus investimentos em TI. Mas, e se todos estiverem errados? Afinal, que provas existem de que o aumento da relação computadores/funcionários leve sistematicamente à melhoria de desempenho da empresa? ALGUMAS SAÍDAS PARA O PROBLEMA A solução clássica A solução clássica para a avaliação do retorno de investimento em TI preconiza a aplicação da taxa interna de retorno (TIR), valor presente líquido (VPL), pay-back des- contado etc. (Graeml, 2000). Não há nada contra o uso dessas técnicas, desde que: os custos escondidos e o custo total de propriedade (TCO) sejam considerados; a obsolescência e, em conseqüência, a depreciação sejam adequadamente conside- radas; os custos evitados sejam considerados como receita advinda;os benefícios intangíveis sejam levantados e tangibilizados para contabilização no fluxo de caixa; todos os fatores acima possam ser realizados em um ambiente que considere o nexo causal dos investimentos de TI, isto é, em que estejam claras quais as relações de causa e efeito a serem consideradas. TIC2-01.indd 21TIC2-01.indd 21 27/3/2007 17:33:1627/3/2007 17:33:16 Tecnologia da informação e da comunicação22 Como se pode depreender, nem sempre é fácil a aplicação da solução clássica preco- nizada, mormente no que tange ao último item, dado o aspecto sistêmico de TI. Ligando competência em TI e desempenho organizacional Alguns artigos bastante recentes deixam de lado a limitação de uma análise de per- cepção dos profissionais acerca da importância da TI nas suas empresas (Scandura e Williams, 2000) e procuram verificar causalidade entre a competência da empresa em TI e o seu desempenho organizacional (Tippins e Sohi, 2003). Competência em TI é um constructo latente — não podendo ser medido diretamente — avaliado por três constructos manifestos medidos por indicadores, quais sejam: o conhecimento empresarial em TI; os processos advindos de TI; e os artefatos de TI (Ti- ppins e Sohi, 2003). De posse dessas informações, pode-se verificar a relação causal da competência em TI com o desempenho organizacional da empresa (medido diretamente). Técnicas de estatística multivariada — como modelo de equações estruturais (Kline, 1998) — podem ser usadas. Os autores concluem que a relação causal existente entre competência em TI e de- sempenho organizacional é melhor explicada se for levado em consideração o grau de aprendizagem organizacional da empresa, isto é, até que ponto ela é uma learning orga- nization, segundo Senge (1990). Esses estudos não comprovam que todo desempenho organizacional possa ser explica- do pela competência em TI e a capacidade de aprendizagem organizacional das empresas, mas permite uma explicação apreciável e mais adequada do que aquela obtida com as técnicas tradicionais anteriormente apresentadas. O uso da teoria do capital intelectual Não há uma definição única para capital intelectual (Kaufmann e Schneider, 2004). No entanto, vários autores o definem como a diferença entre o valor de mercado de uma empresa (M) e seu valor contábil (B) (Joia, 2000, e Ordonez de Pablo, 2003). Por outro lado, o capital intelectual, segundo vários autores, é composto de vários capitais: capital humano; capital organizacional; capital de relacionamento e capital de inovação e desenvolvimento (Edvinsson e Malone, 1997; Sveiby, 1997; Roos et al., 1997). Dessa forma, alguns autores têm usado o capital intelectual para a avaliação de empreendimentos públicos e privados e mesmo para a avaliação de países (Joia, 2000; Joia, 2001; Bontis, 2004). Adotando-se indicadores confiáveis e válidos (Nunnaly, 1967), pode-se verificar a in- fluência da implantação de TI em uma empresa, no seu capital humano, organizacional, de relacionamento e de inovação e desenvolvimento. Assim, pode-se verificar sistemicamente de que modo a tecnologia da informação influenciou não os indicadores de desempenho tangíveis, mas a intangibilidade da empresa. TIC2-01.indd 22TIC2-01.indd 22 27/3/2007 17:33:1627/3/2007 17:33:16 Utilização de TI nas empresas brasileiras 23 Trata-se de uma abordagem factível, porém sofisticada e ambiciosa, posto que propõe uma análise sistêmica e capaz de trabalhar o impacto de TI nos ativos intangíveis de uma organização. OBSERVAÇÕES FINAIS Como visto por variadas razões, o cálculo do retorno de investimento de TI é bastante complexo, dificilmente realizado por meio de abordagens tradicionais (Strassmann, 1997). Este artigo espera ter contribuído para que novas direções possam ser seguidas no sentido de que o verdadeiro valor de TI possa ser avaliado nas empresas e, mais importante, que os processos produtivos derivados de e propiciados por TI — os verdadeiros sustentáculos de vantagem competitiva — possam ser eficazmente compreendidos. 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