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TOPOGRAFIA-APLICADA-À-AGRICULTURA-DE-PRECISÃO (5)

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1 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
1 O QUE SERIA TOPOGRAFIA? .................................................................. 4 
 Tipos de distâncias, ângulos e alturas.................................................. 6 
 Sistemas de coordenadas .................................................................... 6 
 Sistemas de coordenadas cartesianas ................................................. 6 
 Sistemas de coordenadas esféricas ..................................................... 7 
 Classificações em tipos e métodos ...................................................... 7 
 Métodos de levantamentos topográficos .............................................. 7 
 Método por Caminhamento .................................................................. 8 
2 A IMPORTÂNCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO PLANEJAMENTO 
RURAL ...................................................................................................................10 
 Estratégia de implantação, gestão e funcionamento da Rede Agricultura 
de Precisão... ......................................................................................................... 15 
 Três estratégias de integração e transversalidade entre atividades da 
Rede AP..................................................................................................................20 
 Estratégia de medida da CE do solo e altimetria de todas as UP ...... 21 
 Estratégia de tomada de imagem aérea ............................................. 22 
 Estratégia de organização (Estrutura do Projeto) ............................... 23 
 Estrutura do PC1 Gestão da Rede AP ............................................... 25 
 Estrutura do PC2 – novas ferramentas em relação aos PC3 - culturas 
anuais e PC4 – culturas perenes ........................................................................... 26 
 Estrutura do PC3 e PC4 para culturas anuais, perenes e semi - perenes
 ............................................................................................................27 
 Estratégia de integração dos resultados ............................................ 28 
3 OS DESAFIOS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ................................ 30 
 Aplicações de ferramentas de avaliação de impacto socioeconômico e 
ambiental para agricultura de precisão .................................................................. 35 
 
 
2 
 A importância da tecnologia agrícola ................................................. 46 
4 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DA ATUALIDADE ..................................... 47 
 Sensores ............................................................................................ 47 
 Drones ................................................................................................ 48 
 GPS agrícola ...................................................................................... 49 
 Big Data .............................................................................................. 50 
 Mobilidade .......................................................................................... 51 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
3 
INTRODUÇÃO 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
4 
1 O QUE SERIA TOPOGRAFIA? 
 
Fonte: mundogeo.com 
Topografia é uma ciência que estuda todas as características presentes na 
superfície de um território, como o relevo e outros fatores próprios de determinada 
região. A topografia nasceu alinhada a cartografia (estudo dos mapas), com a 
necessidade que as pessoas tinham de especificar as condições e estrutura dos 
caminhos descritos nas cartas geográficas da época. No entanto, os estudos 
específicos acerca da topografia começaram a crescer apenas no século XVII, com a 
invenção de alguns instrumentos importantes para as medições topográficas, como o 
barômetro (Torricelli), o cronômetro (John Harrison) e a luneta astronômica (Kepler), 
por exemplo. 
Etimologicamente, a palavra “topografia” se originou a partir do grego 
topographía, sendo que topos significa “região” ou “lugar”, quer dizer “descrição”. 
Assim, topografia é a “descrição de uma região”, na tradução literal. 
A topografia se ocupa em analisar apenas pequenas ou médias regiões 
geográficas (aproximadamente 80 km de superfície), sendo os estudos feitos em 
grande escala (como planetas inteiros, por exemplo) nomeados de geodésia. 
Os estudos topográficos são muito importantes para a elaboração de projetos 
relacionados à engenharia. Antes de construir prédios, estradas, ferrovias e etc. Um 
estudo topográfico é necessário para determinar as condições do solo que vai abrigar 
estas construções. 
 
 
5 
Acidentes geográficos naturais e artificias, as particularidades e formas do 
terreno são observadas detalhadamente, com o intuito de determinar se possuem 
condições seguras para determinada infraestrutura. Atualmente, uma das ferramentas 
de maior importância para a topografia, assim como para outras áreas da geografia, 
é o GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português). 
 
Áreas de Atuação 
 
• Engenharia Civil: 
• Edificação: levantamento planialtimétrico do terreno para execução de 
projeto; locação de projeto; controle de prumadas, níveis e 
alinhamentos. 
• Estradas (Rodovias e Ferrovias): reconhecimento do terreno; 
levantamento 
Planialtimétrico; locação da linha básica; terraplenagem (volume de 
corte ou aterro); controle e execução e pavimentação; implantação de 
sinalização horizontal; 
• Barragem: levantamento planialtimétrico; determinação das áreas 
submersas; controle e execução de prumadas, níveis e alinhamentos. 
• Outras Atribuições: saneamento de água e esgoto; construção de 
pontes, viadutos, túneis, portos, canais, arruamentos e loteamentos. 
 
• Engenharia Mecânica: locação de base de máquinas e nas montagens 
mecânicas de alta precisão. 
 
• Engenharia Eletrotécnica: utilizada nas hidrelétricas, subestações e 
linhas de transmissão. 
 
• Engenharia de Minas: levantamentos de galerias de mineração. 
 
• Agricultura: definição das curvas de nível e desnível para as plantações 
e irrigações. 
https://www.google.com.br/search?q=planialtim%C3%A9trico&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwimgvKzz-jTAhWLFJAKHWZ9DIIQBQgjKAA
https://www.google.com.br/search?q=planialtim%C3%A9trico&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwimgvKzz-jTAhWLFJAKHWZ9DIIQBQgjKAA
https://www.google.com.br/search?q=planialtim%C3%A9trico&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwimgvKzz-jTAhWLFJAKHWZ9DIIQBQgjKAA
 
 
6 
 Tipos de distâncias, ângulos e alturas 
As Distâncias e Alturas: Usa-se de forma preferencial as distâncias horizontais 
e verticais (alturas), por estas serem as que são representadas sobre as plantas 
topográficas: 
Horizontais: distância reduzida ou de projeção dos alinhamentos entre dois 
pontos. 
Verticais:altura entre dois planos horizontais. Denominações dadas as 
distâncias verticais: diferença de nível, cota ou altitude. 
Exemplo: Detalhe de um terreno 
 
Ângulos Verticais: Ângulos lidos em relação a vertical do lugar, podendo ser: 
- de inclinação (i), 
- zenital (z) ou 
- nadiral (n). 
São lidos com o teodolito ou aparelhos de mão (clinômetros, lisímetros, ...), e 
usados para calcular distâncias (horizontais e verticais) via trigonometria. 
 Sistemas de coordenadas 
São utilizados basicamente dois tipos de sistemas para definição unívoca da 
posição tridimensional de pontos: sistemas de coordenadas cartesianas e sistemas 
de coordenadas esféricas. 
 Sistemas de coordenadas cartesianas 
Estes sistemas normalmente representam um ponto no espaço bidimensional 
ou tridimensional. Um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de duas retas 
orientadas X e Y, perpendiculares entre si. A origem deste sistema é o cruzamento 
dos eixos X e Y. 
A posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas 
coordenadas cartesianas retangulares (x, y, z) 
https://www.google.com.br/search?q=lis%C3%ADmetros&spell=1&sa=X&ved=0ahUKEwidudjaz-jTAhXBQpAKHfxUBUAQBQgjKAA
 
 
7 
 Sistemas de coordenadas esféricas 
Um ponto do espaço tridimensional pode ser determinado pelo afastamento 
entre a origem do sistema e o ponto R considerado, pelo ângulo β formado entre o 
segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy e pelo ângulo α que a 
projeção do segmento OR sobre o plano xy forma com o semieixo OX. As 
coordenadas esféricas de um ponto R são dadas por (r, α, β). 
 Classificações em tipos e métodos 
Tipos: Duas formas de classificação: 
 
Tipos de Levantamentos Topográficos em função do grau de precisão: 
• Expedito = Rápido, pouco preciso; só utilizando trena e bússola; 
medição só de distâncias ou de distâncias e todos os azimutes ou rumos. 
• Regular = Maior precisão; no mínimo com trena e teodolito; medição de 
distâncias e ângulos (o primeiro de orientação e os demais 
goniométricos). 
• Precisão = Levantamentos topográficos para fins especiais com mais 
exigências quanto aos equipamentos e procedimentos utilizados. 
 
Tipos de Levantamentos Topográficos em função dos dados levantados: 
• Planimétricos: Forma e dimensões planas; 
• Altímetros: Relevo; 
• Planialtimétricos: forma e dimensões planas e relevo em um mesmo 
levantamento. 
 Métodos de levantamentos topográficos 
Dois grupos: 
Principais: triangulação e método da poligonal para a planimétrica e 
nivelamento geométrico para a altimetria. 
Secundários: irradiação, coordenadas retangulares, decomposição em 
triângulos, para a planimetria e nivelamento trigonométrico para a altimetria. A 
 
 
8 
taqueometria é um método secundário de levantamento planialtimétrico. Para a 
topografia regular deve-se utilizar métodos principais como base e métodos 
secundários para os detalhes. Os métodos principais permitem avaliar e corrigir os 
erros de medição (ajustamento de erros) através de recursos da geometria. Os 
métodos secundários não permitem avaliar os erros. Para levantamento topográfico 
expedito, pode-se usar apenas métodos secundários. 
 Método por Caminhamento 
Este processo consiste, na medida dos lados sucessivos de uma poligonal e 
na determinação dos ângulos que esses lados formam entre si, percorrendo a 
poligonal, isto é, caminhando sobre ela. Método trabalhoso, porém, de grande 
precisão, o caminhamento adapta-se a qualquer tipo e extensão de área, sendo 
largamente utilizado em áreas relativamente grandes e acidentadas. Associam-se ao 
caminhamento, os métodos de irradiação e intersecção como auxiliares. Ele ainda se 
divide em: 
• Aberto ou Tenso: quando constituído de uma linha poligonal apoiada 
sobre dois pontos distintos e denominados – um o ponto de origem e o 
outro, o ponto de fechamento. 
 
• Método da Poligonal Fechada: Método principal de levantamento 
planimétrico regular, usando como estrutura de apoio uma poligonal 
fechada. A partir dos vértices da poligonal, medem-se os ângulos 
internos e as distâncias dos alinhamentos. Pode ser usado na topografia 
regular (com teodolito e trena no mínimo e processamento analítico dos 
dados com ajustamento dos erros de medição) como também na 
topografia expedita (bússola e trena e processamento gráfico dos 
dados). 
 
- Esse método permite a avaliação e correção dos erros angulares e 
lineares cometidos nas medições de campo. Em levantamentos 
regulares, esses erros devem ser tratados de forma analítica. 
 
 
 
 
9 
Formas do terreno representadas pelas curvas: 
 
Terreno plano uniformemente inclinado. 
 
 
Terreno em curva com inclinação uniforme. 
 
 
Terreno com declinação desuniforme. 
 
 
Formas do terreno representadas pelas curvas: 
 
Elevação: As curvas de nível de menor valor envolvem as de maior valor. 
 
 
 
10 
 
Depressão: As curvas de valor maior envolvem as curvas de valor menor. 
 
Espigão: É a superfície de altitude mais alta da linha de cumiada (Linha divisória 
de água) 
 
 
2 A IMPORTÂNCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO PLANEJAMENTO RURAL 
 
Fonte: reciclereduzarecrie.blogspot.com.br 
As ferramentas de geotecnologias são uma arma poderosa para o produtor 
rural conhecer melhor sua realidade e suas possibilidades. 
A agricultura teve seu surgimento há cerca de dez mil anos, quando o homem 
começou a trabalhar a terra, desenvolvendo ferramentas rústicas, feitas de pedra, 
 
 
11 
madeira, ossos e conchas. O solo era preparado de uma maneira bem rudimentar, 
muito trabalhosa e demorada. Com o passar do tempo, a ciência evoluiu e começaram 
a se desenvolver ferramentas mais apropriadas, aumentando com isto a eficiência e 
a produtividade. 
Nos dias atuais, estamos vivenciando a era do conhecimento, da modernidade, 
da tecnologia, falamos em agricultura de precisão, em geoprocessamento, em 
planejamento rural. Mas o que é geoprocessamento e qual sua ligação ao 
planejamento e a agricultura de precisão? Geoprocessamento é a tecnologia que 
abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação e análise de dados 
espacialmente referenciados. 
Planejar adequadamente uma propriedade rural é uma tarefa imprescindível 
para quem quer usar a terra. Diversas soluções técnicas existem para que se possa 
conhecer a propriedade como um todo, a fim de não tomar decisões inadequadas. O 
geoprocessamento associado às técnicas atuais de mapeamento (topografia 
convencional, utilização de fotografias aéreas, imagens de satélite, GPS – Sistema de 
Posicionamento Global por Satélite – imagens de vídeo, bem como outras formas de 
aquisição de dados), torna possível a aquisição de mapas temáticos e a quantificação 
de áreas, como por exemplo: áreas de agricultura, pastagem, campo nativo, 
reflorestamentos/florestamentos, florestas nativas (consideradas de preservação 
permanente), fruticultura, afloramentos rochosos, banhados, áreas sujeitas a 
alagamento, açudes, barragens, áreas erodidas ou em processos, comprimento de 
estradas e cercas, áreas degradadas, bem como outras formas de utilização. 
Além de ser necessário ter um conhecimento dos recursos naturais (solos, 
clima, vegetação, recursos hídricos…), da geografia da região (relevo, declividade …), 
conhecer as características socioeconômicas também é necessário para que se tenha 
um embasamento para identificação e utilização sustentada, ou desenvolvimento de 
determinada atividade apropriada, apontando a área que deva ser trabalhada ou 
preservada. 
Ao considerar todo este volume de dados, torna-se necessária a adoção de 
técnicas não convencionais para manipulação, planejamento e simulação dos dados, 
bem como para levantamentos. É neste contexto que o Geoprocessamento e as 
técnicas de Sensoriamento Remoto (tecnologia que permite a aquisição de 
informações sobre objetos sem contato físico com eles), apresentam grande potencial 
de aplicação.12 
A adoção de um sistema de Geoprocessamento é de suma importância, pois o 
agricultor poderá associar a seu mapa um banco de dados, sendo este implantado em 
função da atividade desenvolvida na propriedade, buscando um melhor planejamento 
para aumentar a produtividade sem aumentar a degradação ambiental. Através do 
Geoprocessamento pode-se avaliar o potencial de aptidão ou restrição das terras para 
a agricultura, definindo práticas adequadas de manejo e conservação do solo e da 
água, considerando e cruzando aspectos diversos sobre o meio ambiente (solos, 
clima, vegetação nativa e reflorestamentos, recursos hídricos, infraestrutura). 
Para realmente estabelecer aptidões agrícolas, é preciso ter o conhecimento 
da deficiência de fertilidade, água, oxigenação, impedimento à mecanização e 
suscetibilidade à erosão. A avaliação do potencial de aptidão das terras através de 
Geoprocessamento como ferramenta para a espacialização e cruzamento de dados 
pode ser aplicada ao cálculo de áreas, reduzindo a subjetividade sobre as 
informações, possuindo rapidez nas operações de cálculos, investimentos, obtenção 
de mapas atualizados, facilidade de atualização dos dados e diagnósticos realizados. 
A aplicação do Geoprocessamento na agricultura vai além da aptidão agrícola. 
Como exemplo podemos citar Fertilidade de Solos, Mecanização, Potencial para 
Produtividade, bem como outras aplicações em função da diversidade de temas que 
abrangem a agricultura. 
Com relação à fertilidade dos solos, é possível questionar-se sobre a 
quantidade de fertilizantes e/ou calcário necessário para a correção, manipulando 
modelos numéricos de terreno (MNTs – representação digital de um modelo numérico 
da superfície da terra, obtido a partir de um conjunto de coordenadas (x, y, z) de 
pontos distribuídos no terreno), conjuntamente com dados de perfis do solo, elaborar 
mapas de isovalores de pH, teores de nutrientes (N, P, K, …), gerando mapas que ao 
serem cruzados com mapas de ocupação da terra, apresentarão a distribuição 
espacial das regiões que necessitam tal correção, bem como da quantidade 
necessária. A precisão destes resultados depende da base de dados utilizada, bem 
como de sua confiabilidade. 
A utilização inadequada das máquinas agrícolas para a execução de 
determinados trabalhos, bem como um mau dimensionamento levam o agricultor a 
subutilizar o maquinário. Na verdade, as ferramentas deveriam ser usadas em função 
das características do terreno, tais como: tamanho da área, declividade, tipo de relevo, 
características de solo e a precipitação. Os dados de precipitação são importantes em 
 
 
13 
vários casos. Por exemplo, quando estivermos relacionando o número de dias secos 
ou chuvosos, onde a precipitação média é inferior a um determinado valor, este valor 
pode ser espacializado por intermédio de MNTs e organizados e classificados em 
isolinhas (linha que, num mapa une pontos de igual valor para a representação do 
atributo estudado). O cruzamento destes planos de informação (planos de solos, 
relevo, área a ser cultivada e mapas de precipitação), trará informações que definirão 
o tamanho da máquina em termos de potência, dimensionamento dos implementos 
agrícolas a serem utilizados e disponibilidade de dias prováveis para realizar 
determinados trabalhos, sendo estes resultados materializados e espacializados em 
forma de mapas. 
 
 
Fonte: traipunoticia.com.br 
Conhecer a propriedade é fundamental para um melhor aproveitamento da 
terra. Para medirmos a produtividade agrícola utilizamos a área plantada versus a 
produção alcançada. Sabemos que a produção é dependente de fatores de fertilidade, 
genéticos, de pragas, condições climáticas e doenças. A espacialização destas 
informações em forma de mapas é muito importante para avaliar temporalmente e 
espacialmente a produtividade e adaptação de determinadas culturas, déficits hídricos 
em culturas. A partir destes dados podem ser gerados os modelos agroclimáticos, 
sendo estudadas as variações de temperatura, radiação solar, precipitação, 
velocidade de ventos, umidade relativa do ar – fatores que podem ser levados em 
conta para simular a produtividade. Os resultados indicarão quais as regiões mais 
 
 
14 
propícias para o desenvolvimento de determinada cultura, informações estas que irão 
subsidiar o planejamento agrícola. 
As aplicações futuras das técnicas de Geoprocessamento estão ligadas à 
Agricultura de Precisão, aumentando a eficiência na utilização de insumos e a 
lucratividade da cultura, auxiliando o produtor na tomada de decisões, diminuindo o 
impacto ambiental da atividade agrícola, aplicando nas áreas de manejo e 
conservação do solo; controle e acompanhamento no manejo de pastagens e solos, 
reflorestamentos; monitoramento de áreas irrigadas, pragas e doenças. 
A conclusão de tudo isso é que a implantação de um sistema de 
Geoprocessamento, associado a um banco de dados que complementa as 
informações espaciais e tornando os resultados mais precisos (resultando em uma 
otimização de recursos), torna-se imprescindível para realizar um planejamento 
adequado. Para a Agricultura de Precisão, o banco de dados de um SIG deve ser 
constituído por diferentes temas, onde cada tema represente dados espaciais 
georreferenciados de uma determinada variável. Para geração dos temas é 
necessário o processamento de um grande volume de dados sobre a área a ser 
trabalhada. Devido ao fato da informação vir de várias fontes, a criação de normas 
para a padronização de dados é fundamental para a organização da informação. Além 
da padronização é importante documentar a informação, ou seja, a criação de 
metadados, isto é, identificar a origem, a escala, o método de obtenção e outros. A 
importância dos metadados reside no fato de que eles documentam os 4 dados 
existentes e facilitam o compartilhamento dos mesmos. A demanda e a oferta de 
dados espaciais crescem continuamente, enquanto os custos continuam altos. 
Baseado nisto e no fato de que a aquisição dos dados é crítica para um projeto, torna-
se muito importante evitar a duplicidade de dados existentes. Normalmente não 
existem dados suficientes sobre todas as variáveis envolvidas. Desta forma torna-se 
necessário a obtenção de dados primários, por meio de sensoriamento remoto 
(imagens de satélite e fotografias aéreas) ou amostragem direta no campo. A coleta 
de dados no campo deve ser precedida por cuidadosa análise de todas as condições 
envolvidas de forma a proceder-se um planejamento minucioso para a amostragem 
dos dados. A seguir deve-se realizar um projeto piloto para o levantamento dos dados 
a fim de ajustar falhas que porventura tenham ocorrido no planejamento. 
 
 
15 
 Estratégia de implantação, gestão e funcionamento da Rede Agricultura de 
Precisão 
A globalização da produção para a alimentação requer proteção, gestão e 
precisão. O cenário atual da agricultura brasileira caminha para uma produção 
eficiente, com proteção ao meio ambiente. A economia em escala global evidenciou o 
protagonismo do Brasil, especialmente nesta época, quando há um aumento no 
consumo mundial de alimentos e a necessidade de produzir energia renovável. O País 
possui terras, condições climáticas e tecnologia para ajudar a suprir a si e a outras 
nações com alimento e energia renovável. Para isso, também necessita melhorar sua 
competitividade em áreas como a pecuária e silvicultura e produtos como o trigo e o 
algodão, sem perder a perspectiva da sustentabilidade. E a adoção de técnicas e 
tecnologias com maior precisão para o manejo adequado do ecossistema pode reduzir 
o impacto ambiental de maneira significativa, a partir de uma aplicação eficiente de 
insumos. A Ciência pode contribuir decisivamente com a atividade agropecuária com 
medidas de gestão, via Agricultura de Precisão. Adaptada à realidade tropical, ela 
pode ser uma ferramenta para a inovação permanente no campo.Ciente desse 
cenário, em 2009, a Embrapa apresenta sua contribuição, liderando uma Rede de 
Pesquisa com 214 pesquisadores, 19 centros, 15 campos experimentais, com 
variabilidade regional e de culturas (anuais e perenes). O trabalho em rede propicia a 
integração de várias áreas do conhecimento, o compartilhamento de infraestrutura, 
além da otimização de recursos financeiros e potencialização dos resultados. O 
objetivo geral da Rede AP é gerar conhecimentos, ferramentas e inovações 
tecnológicas em Agricultura de Precisão, visando incrementar a eficiência de sistemas 
produtivos, em busca de maior competitividade e sustentabilidade do agronegócio 
brasileiro. E os objetivos específicos são: gerar tecnologias para otimizar a aplicação 
racional de insumos, para reduzir riscos e degradação ambiental e maximizar o 
retorno econômico; estudar as causas da variabilidade espacial e temporal das 
respostas dos sistemas produtivos; desenvolver mecanismos e procedimentos para a 
construção de sistemas de suporte à tomada de decisão em sistemas produtivos; 
mensurar a eficiência econômica e identificar indicadores para quantificar os 
benefícios ambientais resultantes do uso de tecnologias da AP; transferir tecnologias 
e avaliar o nível de adoção da AP no Brasil. 
 
 
16 
 
Fonte: tractorsupply.com 
A Agricultura de Precisão é um conjunto de tecnologias destinadas ao manejo 
de solos, culturas e insumos, que visa um melhor e mais detalhado gerenciamento do 
sistema de produção agrícola em todas as etapas, desde a semeadura até a colheita. 
Por isso, a AP tem como foco a gestão de sistema produtivo agrícola considerando a 
variabilidade espacial e temporal visando minimizar efeito negativo ao meio ambiente 
e maximizar retorno econômico. Atualmente existem resultados práticos e de pesquisa 
mostrando que a aplicação de insumos a taxa variável, comparada com a aplicação 
pela maneira tradicional (uniformemente na área) há uma otimização dos volumes 
necessários utilizando a agricultura de precisão, portanto significativa redução de 
custos e de desperdícios, com ganhos econômicos e ambientais. Estas experiências 
mostram também que a AP não se limita a procedimentos que exigem aparelhos de 
alta sofisticação e investimentos caros. Qualquer propriedade, inclusive a familiar, 
pode adotar alguns desses procedimentos e equipamentos, a custos mais baixos. 
Além disso, a AP pode ser implementada por partes. Pode ser iniciada em operações 
que sejam consideradas mais importantes para uma determinada cultura como, por 
exemplo, correção do solo, detecção de pragas e doenças, fertilidade, etc. Atualmente 
já existem algumas máquinas para aplicação à taxa variada no País e o mercado está 
iniciando o seu uso, porém a intensidade de adoção da agricultura de precisão ainda 
está muito aquém de países como EUA e Argentina. Um dos problemas que surge 
com a aquisição dessas máquinas, por sua vez, é a dificuldade em interpretar os 
mapas e realizar uma recomendação agrícola, ou seja, uma gestão da variabilidade 
espacial e temporal da propriedade. É compreensível que sem um diagnóstico da 
 
 
17 
variabilidade com suas causas determinadas, não é possível realizar uma análise e 
gerar uma recomendação de um tratamento à taxa variada. Entender as dificuldades 
apenas após a aquisição de equipamentos não é uma forma muito adequada de 
implementação da agricultura de precisão. O levantamento inicial das variações de 
atributos agronômicos no campo, o reconhecimento, a identificação do potencial do 
tratamento da variabilidade e a sua gestão, quer seja por aquisições de máquinas, 
quer seja por tratamentos diferenciados, fundamenta a projeção de retorno do 
investimento e, portanto, deveria ser os passos da adoção da agricultura de precisão. 
As metodologias de levantamento inicial das variabilidades de atributos agronômicos 
do campo ainda não estão bem estabelecidas no Brasil. Nos EUA, em muitas áreas 
medidas de condutividade elétrica do solo, tomada de imagens aéreas e detalhamento 
da topografia são elementos básicos para iniciar o reconhecimento da variabilidade 
de uma área agrícola produtiva. São medidas de baixo impacto no investimento, 
porém apresenta informação quanto à intensidade e distribuição espacial e temporal 
de alguns dos atributos mais importantes para a agricultura. A topografia apesar de 
simples pode ser um indicador interessante para gerir a área, pois em áreas côncavas 
pode ocorrer acúmulo de matéria orgânica e de fertilizantes. Imagens podem 
apresentar “manchas” que indicam alguma diferença de atributo. Uniformidade em 
condutividade elétrica pode ser indício de uniformidade em atributos químicos e físicos 
do solo. No Brasil, tais metodologias poderiam ser exploradas em diferentes culturas, 
em diferentes condições edafoclimáticas, antecipando a aplicação da agricultura de 
precisão. No Brasil, fica evidente que para que a agricultura de precisão atinja seus 
objetivos e reforçar a sustentabilidade do processo produtivo há ainda grandes 
desafios. Considerar a variabilidade como um fator importante de gestão para a 
sustentabilidade do negócio agrícola e do meio ambiente é ainda uma postura a ser 
desenvolvida para o campo. A pesquisa em agricultura de precisão também deve 
avançar na dimensão mais agronômica em diferentes culturas e regiões, 
considerando a distribuição espacial e temporal das doenças e pragas, fertilidade do 
solo, qualidade dos produtos, água, entre outros elementos para considerar uma 
gestão precisa em direção à sustentabilidade do processo produtivo agrícola. A rede 
de pesquisa em Agricultura de Precisão da Embrapa foi estabelecida levando em 
consideração as várias dimensões do sistema produtivo e tem como objetivo principal 
gerar conhecimentos, ferramentas e inovações tecnológicas, visando incrementar a 
 
 
18 
eficiência de sistemas produtivos, em busca de maior competitividade e 
sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Possui os seguintes objetivos específicos: 
• Gerar tecnologias para otimizar a aplicação racional de insumos, para 
reduzir riscos e degradação ambiental e maximizar o retorno econômico; 
• Estudar as causas da variabilidade espacial e temporal das respostas 
dos sistemas produtivos; 
• Desenvolver mecanismos e procedimentos para a construção de 
sistemas de suporte à tomada de decisão em sistemas produtivos; 
• Mensurar a eficiência econômica e ambiental pela adoção de 
tecnologias da Agricultura de Precisão; 
• Disseminar as tecnologias e avaliar o nível de adoção da Agricultura de 
Precisão no Brasil. 
 
 
Fonte:pinterest.com 
Estes objetivos e metas vêm sendo executados desde novembro de 2009, 
quando se iniciou a rede, e estão registrados na homepage da Rede de Pesquisa 
(http://www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/redeap2). Para alcançar os 
objetivos, a rede conta com 19 Unidades de pesquisa da Embrapa e cerca de 200 
pesquisadores; 15 unidades experimentais distribuídos nas regiões Nordeste, Centro-
Oeste, Sudeste e Sul do país; 11 culturas entre perenes e anuais e cerca de 100 
atividades de PD&I. A Embrapa aprovou a rede com 2,5 milhões de reais com a 
recomendação de que, por meio de captação externa, atingisse os 6,7 milhões de 
reais solicitados pela proposta com o intuito de fortalecer parcerias e compromissos 
 
 
19 
com instituições de fomento, pesquisa, ensino e com empresas privadas. A Agricultura 
de Precisão (AP) na Embrapa estabeleceu-se inicialmente em culturas de grãos como 
soja e milho. Para cobrir demais culturas importantes ao País, o projeto agrupou por 
afinidade de processo (preparo de solo, plantio, cultivo e colheita), ou seja, em culturas 
anuais e em culturas perenes. Entre as culturas perenes o grupo mais experiente está 
na citricultura por ter um histórico com projeto financiado com recursos do Prodetab e 
FAPESP/PIPE. Nas demais culturas (algodão, pastagem, trigo, uva, arroz, pêssego,eucalipto e pinheiro), estão presentes as Unidades não tradicionais nessa área, o que 
merece uma atenção maior em relação ao nivelamento de conhecimentos, previsto 
como uma das primeiras atividades da rede. As áreas experimentais denominadas 
aqui de Unidades Piloto (UP) previstas para serem exploradas estão listadas abaixo. 
São 8 UP na região Sul, 5 na região Centro-Oeste, 2 na região Sudeste e 1 na região 
Nordeste, dos quais 6 são culturas anuais e 9 são perenes e semiperenes. Portanto, 
as UP são áreas de condução de experimentos de campo diversificados onde poderão 
ser exploradas as diferenças regionais e culturais com uma abrangência significativa 
do território agrícola do País. Estão sendo realizadas ações de pesquisa e de tomadas 
de dados transversais e sincronizados com a realização de dias de campo. Unidades 
Piloto – culturas anuais: 
• Milho/Soja: Planaltina de Goiás, DF – Embrapa Cerrados e Embrapa 
Milho e Sorgo; Soja/Milho/Sorgo: Rio Verde, GO – Comigo e Embrapa 
Solos; Algodão/Soja/Milho: Cristalina, GO – Grupo SLC e Embrapa 
Algodão; 
• Soja/Milho/Trigo: Guarapuava, PR - Cooperativa Agrária Agroindustrial 
(Cotrijal), Embrapa Soja e Embrapa Milho e Sorgo; 
• Trigo/Soja/Milho/Cevada: Não-Me-Toque, RS – Cotrijal e Embrapa 
Trigo; 
• Arroz irrigado: Pelotas, RS - Embrapa Clima Temperado. Unidades 
Piloto – culturas perenes e semi-perenes: 
• Cana de Açúcar: Mogi Mirim, SP – CTBE e Embrapa Monitoramento por 
Satélite; 
• Laranja: Matão, SP - Grupo Fischer e Embrapa Instrumentação 
Agropecuária; 
• Lavoura-pecuária: Bagé, RS - Embrapa Pecuária Sul; 
 
 
20 
• Lavoura-pecuária: Dourados, MS – Embrapa Agropecuária Oeste; 
• Pastagem tropical intensiva: São Carlos, SP- Embrapa Pecuária 
Sudeste; Pêssego: Canguçú, RS - Embrapa Clima Temperado; 
• Uva de mesa: Petrolina, PE – Embrapa Semiárido; 
• Uva de vinho: Bento Gonçalves, RS – Vinícola Miolo e Embrapa Uva e 
Vinho. 
Paralelamente às atividades de pesquisas nas culturas anuais e perenes 
conduzidas nas UP, estão sendo desenvolvidas novas ferramentas como 
metodologias em geoprocessamento, tecnologia da informação, processamento de 
imagem, mineração de dados, eletrônica embarcada, redes de sensores sem fio, 
protocolo de comunicação entre máquinas agrícolas, novos sensores, atuadores e 
controladores. Esses temas relacionados às pesquisas básicas predominantemente 
na área de tecnologia da informação e de instrumentação atuarão de forma a receber 
orientações das UP, para aumentar o potencial de uso e de impacto nas cadeias das 
culturas abordadas pelo projeto. Os testes e eventuais validações dos protótipos em 
campo ocorrerão nessas UP. Os dados dos protótipos obtidos nas UP poderão 
integrar aos dados armazenados na Unidade de Sistema de Informação Geográfica 
da rede fornecendo um arsenal de informação mais rica do que uma análise isolada. 
 Três estratégias de integração e transversalidade entre atividades da Rede 
AP 
Estão previstos três processos estratégicos transversais para integrar as 
atividades entre as UP. 
O primeiro processo estratégico é a integração por meio de fundamentos e 
conhecimentos básicos em AP. A base conceitual em AP da Embrapa está sendo 
uniformizada e consolidada desde o início do projeto por meio de treinamento para os 
membros da Rede. E será aperfeiçoada em temas específicos durante o 
desenvolvimento do projeto com a realização de Workshops, à medida que forem 
detectadas as demandas. Essa base molda o conceito das atividades das 15 
Unidades de Pesquisa e fornece uma linguagem a toda equipe para que os membros 
das UP interajam mesmo sendo de especialidades diferentes, trabalhem com 
diferentes culturas e estejam em diferentes agroecossistemas. Os resultados parciais 
estão sendo igualmente consolidados e divulgados em novos eventos técnico 
 
 
21 
científicos no país como Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão e Simpósio 
Internacional de Agricultura de Precisão e no exterior como a Intenational Conference 
on Precision Agriculture. A interação com o Comitê Brasileiro de Agricultura de 
Precisão também tem sido estimulada. 
O segundo processo estratégico é a de construção de um repositório dos dados 
geograficamente referenciados. Todos os dados e informações estão sendo inseridos 
em um Sistema de Informação Geográfica localizado na Embrapa Informática 
Agropecuária e dados de segurança copiados na Embrapa Pecuária Sudeste. A esse 
sistema foi denominado nessa proposta de Unidade de Sistema de Informação 
Geográfica (UI) onde estão sendo instalados os SIG mais utilizados em AP e também 
os recursos (máquinas, softwares e ferramentas) de custo elevado. O acesso remoto 
também está sendo considerado para dinamizar contatos e trocas de informações 
entre membros da equipe e especialistas de diferentes áreas. 
O terceiro processo estratégico consiste no levantamento de dados básicos das 
UPs. Entre muitos processos de identificação e medição de variabilidade da área há 
três procedimentos estabelecidos que a princípio podem ser utilizados em todas as 
culturas. Uma delas é a medida da condutividade elétrica (CE) do solo, outra é a 
altimetria e por último a tomada de imagem aérea. Com esses três procedimentos, 
será possível alimentar a UI com informações da variabilidade de cada UP num 
formato comum a todos e integrar aos dados fornecidos por ações durante o 
desenvolvimento das etapas do projeto. A orientação da medida e o uso da imagem 
aérea, topografia e CE do solo serão explorados juntamente com a estratégia de 
integração conceitual, ou seja, no encontro/treinamento. Essas três estratégias, 
consideradas chaves para a rede e garantem a transversalidade do uso de 
ferramentas, aquisição e disponibilização de dados e transferência de conhecimento. 
 Estratégia de medida da CE do solo e altimetria de todas as UP 
O mapeamento de CE do solo é uma estratégia que pode ser considerada como 
a mais utilizada em AP para auxílio na identificação da variabilidade do solo e 
orientação inteligente para amostragem, devido ao custo e praticidade operacional. A 
topografia, principalmente as áreas côncavas e convexas, por ser indicador do tipo de 
solo, causa de acúmulo ou lixiviação de água e nutrientes, assim como definir o 
potencial de erosão, é também um potencial indicador de variabilidade do solo a baixo 
 
 
22 
custo. Como a medida de CE é alternativa viável, a rede supre com medidor de CE 
portátil econômico construído em atividade do projeto, potencializando o efeito 
multiplicador dessa estratégia. Em UP com áreas maiores, o projeto utilizará o 
equipamento Veris adquirido pela Embrapa em projetos anteriores. A altimetria deverá 
ser realizada por cada Unidade responsável pela UP e conferida por receptor GPS 
RTK de maior precisão a ser adquirido pelo projeto. Observa-se que esses dados 
fornecerão uma orientação da variabilidade em comum às 15 UP, porém a análises 
de fertilidade e outras variáveis de interesse agronômico para fornecer diagnóstico e 
prescrição de tratamento da cultura deverão ser realizados pelas atividades de 
pesquisa previstas em cada UP. 
 
 
Fonte: cdnoticias.com.mx 
 Estratégia de tomada de imagem aérea 
A imagem aérea também tem sido uma ferramenta muito aplicada por usuários 
de AP por conseguir sintetizar variabilidade de uma grande área aos produtores sem 
conhecimento computacionais ou sem domínio de metodologias científicas 
complexas. Assim como a CE do solo, os seus dados favorecem a análise visual e 
fornece informações úteis sobre a variabilidade do campo independente de cultura. 
Porém, apesar do seu uso corrente possibilitar análise informal, essa técnica possui 
ainda muito potencial a ser explorado (abordado no “estado da arte”) e o presente 
projeto busca, dentro do tema sensoriamento remoto e processamento de imagens, 
obter avanços. Há na prática uma variação muito grande de alternativas de tomadas 
 
 
23 
aéreasinicialmente por imagens por satélite; por veículos aéreos (aeroplanos e 
helicóptero) convencionais (inclui-se ultraleve); por veículos aéreos não tripulados 
(VANT), pipas e posicionamento de câmeras em torres. Atualmente existem VANT no 
mercado com recursos automatizados possibilitando uma operação segura com custo 
baixo em comparação com outras alternativas. Observando ainda que a redução de 
custo desses sistemas tem sido uma tendência consistente e aponta para a 
possibilidade de observar uso cada vez maior dessa ferramenta no campo. A 
estratégia proposta pela rede é de adquirir câmeras e um VANT para tomada de 
imagem aérea das 15 UP do projeto. Como essa atividade pertence a vários planos 
de ação distribuídos em três PC e requer uma sincronização entre os cronogramas 
das UP, esta tem sido organizada sob coordenação geral do projeto. Observando que 
atividades relativas a essa estratégia assim como medida da CE do solo e altimetria 
estão espalhadas nas atividades de outros Projetos Componentes e o PC1 irá realizar 
a gestão. Essa ferramenta apoiará as atividades das UP, uniformizará a qualidade das 
imagens utilizadas por UP, auxiliará na padronização de métodos de análise e 
fornecerá dados de campo no desenvolvimento de metodologias de processamento e 
uso dessas imagens, juntamente com mapas de CE do solo e topografia. 
 Estratégia de organização (Estrutura do Projeto) 
A rede está estruturada em cinco Projetos Componentes (PC). 
O PC1 de Gestão cuida do gerenciamento técnico, administrativo, financeiro e 
de comunicação do projeto em rede. É composto um comitê gestor formado pelos 
líderes dos PC. O PC1 apresenta quatro Planos de Ação (PA): Gestão de recursos 
financeiros; Gestão técnica; Gestão de relações institucionais e Gestão do 
conhecimento e da informação. 
O PC2 “Desenvolvimento e validação de instrumentos e de tecnologias de 
informação” executa ações de pesquisa, desenvolvimento e padronização de novas 
ferramentas como softwares, sensores, equipamentos e metodologias associadas à 
AP. 
O PC3 “Caracterização, monitoramento e manejo da variabilidade espaço 
temporal em sistemas de culturas anuais” deve desenvolver e aplicar os 
conhecimentos e as tecnologias em culturas de milho, soja, algodão, arroz e trigo. 
Estão atuando sob esse tema como responsáveis por atividades as unidades da 
 
 
24 
Embrapa: Algodão, Milho e Sorgo, Solos, Soja, Trigo, Cerrados, clima Temperado e 
Pecuária Sudeste, e as respectivas Unidades Piloto (UP) onde são realizados os 
experimentos e estudos de campo em culturas anuais. 
O PC4 “Caracterização, manejo e monitoramento de atributos do solo e 
da planta em sistemas de produção de plantas perenes” cuida de silvicultura 
(eucalipto), fruticultura (pessegueiro, macieira, laranja e videira), cana de açúcar e 
pastagem. As UP foram instaladas pelas seguintes Unidades da Embrapa: Semi 
Árido, Agropecuária Oeste, Clima Temperado, Floresta, Uva e Vinho, Pecuária 
Sudeste e Pecuária Sul. Essas Unidades estão listadas com as respectivas atividades 
às quais são responsáveis. 
O PC5 “Inovação tecnológica em agricultura de precisão” é o que possui 
interação com os resultados de todos PC e interage com as UP para promover ação 
de transferência e estabelecer Unidades Demonstrativas. Informações técnicas 
geradas deverão estar disponíveis para PC5 por meio da UI, e este deve sistematizar 
para potencializar inovação no sistema produtivo. O PC5 deve ainda viabilizar e 
fomentar outros PC para proteção intelectual e negociação de tecnologias para o 
mercado, assim como oferecer informações que subsidiem Políticas Públicas do 
governo. 
 
 
Fonte: keywordsuggest.org 
 
 
25 
 Estrutura do PC1 Gestão da Rede AP 
O PC1 “Gestão” está estruturado em 4 Planos de Ação (PA) e apresenta 17 
atividades. A gestão de recursos financeiros está sob a responsabilidade do PA1 
desse PC e subdividido em três atividades, compreendendo o planejamento, 
acompanhamento e distribuição. 
A gestão técnica, aqui entendida como gestão técnica dos membros da rede, 
buscará a integração das equipes por meio de temas relacionados à AP, acompanhar 
o cronograma e o avanço técnico das atividades da rede. Essa gestão está 
formalizada no PA2 desse PC executada por 5 Atividades. As atividades relacionadas 
ao treinamento e encontros no âmbito da rede estão alocadas nesse PA. A gestão de 
relações institucionais (PA3) atuará administrando e secretariando os contatos com 
as instituições executoras, clientes e parceiras envolvidas na rede. Essa gestão é 
responsável para auxiliar o estabelecimento das ações, das responsabilidades e do 
compartilhamento de resultados entre as instituições envolvidas. Essa gestão sugere 
contrato de parceria às Unidades com atividades em conjunto descobertas de 
formalidade contatando e envolvendo a Assessoria de Inovação Tecnológica – AIT e 
a Coordenadoria de Apoio à Inovação e à Propriedade Intelectual - CAP da Assessoria 
Jurídica – AJU da Embrapa. Observando que algumas atividades dessa rede já 
contam com financiamentos de órgãos de fomento e parcerias firmadas com 
empresas privadas e instituições parceiras, e estão um pouco mais detalhados no item 
“Envolvimento do Setor Privado”. O PA4 trata da gestão do conhecimento e da 
informação a ser gerado pelo projeto, com propósito de buscar interação e integração. 
Estão previstos nesse PA atividades relativas à implementação e à gestão do portal 
na Web, da Unidade de Sistema de Informação Geográfica (UI), da tomada de imagem 
aérea, da medição da CE do solo e da altimetria nas UP. O portal apoia tanto na 
inserção de informações geradas para disseminação ao público externo, quanto à 
gestão das atividades e interação entre os membros da equipe. Observando que a 
gestão do conhecimento para o público externo está prevista no PC5 e para essas 
informações não há acesso restrito. A gestão da UI viabiliza o armazenamento e o 
acesso aos dados georreferenciados gerados nas UP. Com o armazenamento dos 
dados e a instalação de arsenal de SIG implementados na UI por meio da Atividade 2 
do PA4 busca-se a padronização tanto dos dados como de métodos de análise, 
construindo ao mesmo tempo a capacitação da Embrapa para análise desse tipo de 
 
 
26 
dados em um elevado número de regiões e de produtos, somente possível em projetos 
em rede. Os acessos a esses dados serão geridos pelas Atividades 4 e 5 desse PA 
onde serão implementados critérios de acesso controlados pelo portal por meio de 
senha com diferentes níveis de hierarquia. A geração de dados comuns às 15 UP 
(imagem aérea, CE do solo e topografia) bem como a obtenção dos mesmos, como 
são estratégicos para garantir a transversalidade e integração, estão implementadas 
nesse PC1 Gestão e a sua execução prevista nas atividades 5 e 6 do PA4. Ajuste de 
cronograma dessas atividades deverá ser realizado posteriormente à aquisição dos 
equipamentos e à implantação do plano de trabalho de cada UP. 
A proposta foi aprovada em novembro de 2009, e no início de 2010 foram 
realizados dois encontros agrupando várias atividades para viabilizar o número de 
reuniões previstas. No primeiro semestre do projeto foram realizados dois encontros. 
Uma das reuniões foi a do Comitê Gestor, a qual teve como objetivo estabelecer o 
calendário de eventos da rede, cronograma de trabalho e discutir o compromisso de 
todos para viabilizar a gestão das atividades previstas no projeto. Foi elaborada a 
programação da primeira reunião geral da rede, consistindo no segundo encontro do 
semestre. A primeira reunião geral teve a finalidade de realizar o nivelamento técnico; 
orientação na montagem das Unidades Piloto e seu relacionamento com atividades 
transversais; apresentar a dimensão e a estrutura do projeto; apresentar os principais 
atores da rede e finalmente discutir calendários e compromissos de cada um para 
consecução do objetivo final. Observa-se a importânciae a dimensão da organização 
dessa reunião, pois a rede possui cerca de 200 membros de 20 Unidades da Embrapa 
distribuídos em 176 atividades (27 planos de ação), além de parceiros de 
Universidades, institutos e empresas. O projeto tem como meta realizar uma reunião 
geral anual e uma reunião semestral do Comitê Gestor buscando sempre agrupar as 
atividades. O comitê tem utilizado regularmente reuniões virtuais utilizando voz sobre 
IP ou VoIP (Voice over Internet Protocol), como forma de manter os membros 
informados, discutir atividades e compartilhar a tomada de decisões. 
 Estrutura do PC2 – novas ferramentas em relação aos PC3 - culturas anuais 
e PC4 – culturas perenes 
O PC2 busca o desenvolvimento de novas ferramentas para a AP. Foi 
estruturado com 30 atividades distribuídos em 3 PAs atuando no desenvolvimento de 
 
 
27 
equipamentos, sensores, metodologias e processos. A integração do PC2 com o PC3 
e PC4 está na troca de experiências. As atividades do PC2 deverão obter subsídios 
do campo por meio de parâmetros de requisito de funcionamento fornecido pelas UP 
do PC3 e PC4. Testes e validação também deverão ocorrer nas UP buscando 
interação e integrando-se com as informações armazenadas na UI. 
 Estrutura do PC3 e PC4 para culturas anuais, perenes e semi - perenes 
 O conjunto de Unidades Piloto (UP) gerenciadas pelos PC3 e PC4 compõe o 
elemento referencial principal do projeto onde ocorrem estudos e demonstrações 
abrangendo as culturas perenes, semi - perenes e anuais nas diversas regiões do 
país. No primeiro ano as atividades foram concentradas na integração dos membros 
da equipe, treinamento, aquisição e instalação de ferramentas (SIG, fotografia aérea 
e condutividade elétrica do solo) no apoio ao estabelecimento das UP. Novas 
atividades de pesquisas com natureza específica de uma cultura ou região, porém de 
interesse à Agricultura de Precisão, estão sendo submetidas às instituições de 
fomento para viabilizar ações de estudos pontuais durante o desenvolvimento do 
projeto. No segundo ano os dados gerados pelas UP estão sendo integrados à 
Unidade de Sistema de Informação e preparadas para receber atividades do PC2 para 
testes, ajustes e validação. Atividades de levantamento da variabilidade espacial em 
UP deverão ser iniciadas e continuadas. No terceiro ano, com os primeiros dados 
obtidos nas UP, deverão ser estudados e propostos meios de intervenção 
considerando aspectos econômicos além dos técnicos e operacionais. No quarto ano 
os resultados da intervenção deverão ser apresentados por meio do PC5. 
Observa-se que nas culturas anuais como o milho e a soja as atividades serão 
coordenadas por grupos experientes e maduros. As suas áreas de campo são de 
produtores com máquinas colhedoras providas de monitor de colheita e há uma massa 
crítica comparativamente muito maior que outras culturas. A possibilidade de trabalhar 
no tema com diferentes áreas e com metodologias e dados que permitem estudo 
comparativo traz um potencial de resultados maior em comparação aos trabalhos 
isolados. Nas culturas de algodão, arroz e trigo as pesquisas serão realizados por 
grupos menos experientes, porém há grupos internacionais com trabalhos 
relativamente avançados nessas culturas. 
 
 
28 
Pela proximidade dos processos de amostragem e análise com as culturas 
mais avançadas (soja e milho) é provável que esses grupos avancem rapidamente no 
domínio do conhecimento. Devido a essas características e potencialidades, os PA 
foram organizados por processo, ou seja, processo de mapeamento de variabilidade 
de culturas, processo de mapeamento do solo e assim por diante. Ao todo são 5 PA, 
sendo um deles de gestão. Para as culturas perenes e semi-perenes (PC4), o desafio 
parece maior considerando a inexistência de massa crítica na Embrapa. Devido à 
peculiaridade de cada cultura abordada por esse PC, apesar das características 
perenes e semi-perenes da cultura, há clara diferença no produto final da silvicultura, 
pastagem e fruticultura. A AP em fruticultura tem sido explorada internacionalmente 
em números menores de trabalhos em relação à de grãos e há uma disponibilidade 
menor de equipamentos apropriados como, por exemplo, para produção de mapa de 
colheita, mas muito mais intensa do que em silvicultura e pastagem. Ainda no caso da 
fruticultura os aspectos qualitativos da produção devem ser ainda mais relevantes que 
os quantitativos. Devido às essas características o PC4 foi estruturado com enfoque 
maior de culturas com o intuito de concentrar discussão no tema e suas soluções. 
Porém seus dados, incluindo imagem aérea, topografia e CE do solo, continuam 
sendo armazenados na UI do projeto e, portanto, passíveis de estudos comparativos 
com especialistas de diferentes áreas. 
 Estratégia de integração dos resultados 
O PC 5 foi estruturado para que as informações geradas na rede fossem 
sistematizadas e formatadas para adequar ao público interno e externo. Os públicos 
considerados externos ao projeto de modo geral são indústria, técnicos, produtores, 
pesquisa, ensino e governo. As demandas e possibilidades de colaborações e 
parcerias serão sistematizadas e divulgadas aos membros (público interno) pela rede 
de comunicação e nas reuniões presenciais do grupo. Já o público interno refere-se 
aos membros do projeto, uma vez que se detectou que os conceitos de AP deveriam 
ser internalizados e difundidos entre os pesquisadores e analistas da Embrapa e 
parceiros. 
O PC5 realiza ainda a comunicação e interface entre a rede com outras 
instituições, governo e empresas privadas. As metas principais desse PC para 
divulgar resultados e conceitos são: 
 
 
29 
• Homepage do projeto; 
• Documento marco referencial da Agricultura de Precisão pela Embrapa; 
• Cartilha em Agricultura de Precisão (foco em extensionistas e 
produtores); 
• Vídeo sobre Agricultura de Precisão; No PA1 do PC5 são realizadas as 
atividades para a integração, troca de experiências e articulação de toda 
a equipe do projeto componente. Isso se dá por meio das reuniões gerais 
e Workshops previstos para ocorrer pelo menos uma vez por ano. Nesta 
oportunidade tem sido realizadas reuniões com todos os responsáveis 
pelos PAs do PC2, os quais apresentarão os principais resultados 
obtidos e serão discutidos aspectos de orçamento, fluxo de informações, 
principais dificuldades e eventuais alterações. Nessas reuniões tem sido 
estimulada ações de parceria e troca de conhecimentos e informações 
entre os membros da equipe e destacadas ações de sucesso que 
possam ser disseminadas com os demais membros do projeto. É 
estimulado também o uso e compartilhamento das informações contidas 
nos bancos de dados a serem criados no projeto, bem como a utilização 
da homepage para inserir e obter informações atualizadas do 
andamento das atividades, facilitando também o processo de 
encaminhamento dos relatórios anuais de acompanhamento do projeto. 
 
A difusão dos resultados é realizada por meio de diversos mecanismos como 
as publicações técnicas e científicas, participação em feiras e eventos científicos, dias 
de campo, unidades demonstrativas e palestras, dentre outros. As questões 
referentes à inovação tecnológica também são tratadas nesse PC. Dessa forma as 
atividades de proteção intelectual, análise de mercado e negociação de tecnologias 
estão com atividades e equipes mobilizadas. 
 
 
30 
 
Fonte: drone.com.br 
3 OS DESAFIOS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO 
De acordo com Inamasu e Bernardi, em 1997, o uso do GPS ofuscou todas as 
outras tecnologias, uma vez que o impacto da inovação causado por essa tecnologia 
iria revolucionar vários setores, inclusive a agricultura. Naquela época, o grande 
desafio era dominar a tecnologia oferecida pelo receptor de GPS na automação, 
aplicá-la em máquinas agrícolas e viabilizá-las para apoiar a gestão operacional da 
lavoura, levando-se em consideração a variabilidadeespacial. 
Na agricultura brasileira, enquanto a eletrônica embarcada ainda se encontrava 
inexistente ou em estágio muito inicial, o salto tecnológico era demasiadamente alto. 
Somente poucas indústrias e instituições acadêmicas conseguiram se estruturar e 
então incorporar a base dessa tecnologia. Inicialmente, apenas as multinacionais 
puderam trazer seus produtos enquanto havia ceticismo no setor agrícola, pontuando 
que, nesse momento, mesmo essas empresas tiveram de formar novas equipes de 
trabalho para incorporar o processo de montagem, uso e manutenção dessas novas 
ferramentas. Passados 10 anos, a eletrônica já fazia parte do cotidiano e receptores 
GPS veicular, disseminado. A eletrônica embarcada já é realidade no mercado de 
máquinas agrícolas e essa parte da tecnologia não representa mais o maior desafio 
da AP como há vinte anos. Nos dias atuais podemos considerar que o mercado já 
disponibiliza a maioria das ferramentas para o campo e seus desafios agora são 
incrementais. As oportunidades de inovação, assim como a complexidade no 
desenvolvimento de sistemas em máquinas agrícolas, avançaram para o campo da 
 
 
31 
TIC (tecnologia da informação e da comunicação), contudo, o número de empresas 
nacionais que realmente incorporaram a sua dinâmica ainda é reduzido. Em eletrônica 
embarcada podemos observar esforços por parte de grandes empresas internacionais 
em busca de compatibilidade e conectividade entre seus produtos. Se uniram em 
associação internacional denominada de AEF - Agricultural Industry Electronics 
Foundation (http:// www.aef-online.org/) com cerca de 150 membros para potencializar 
o desenvolvimento de padrão de conectividade ISO-11783, também denominado de 
ISOBUS. 
O Brasil participa por meio da FTI - Força Tarefa ISOBUS 
(http://www.isobus.org.br/) e da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
comissão de estudo CE04:015:15 – Eletrônica Embarcada. A conectividade é chave 
para garantir que os equipamentos utilizados em AP se protejam da rápida 
obsolescência, bem como aumentar a mantenebilidade dos sistemas eletrônicos neles 
embarcados e reduzir seus custos. 
Explicam Inamasu e Bernardi, que as máquinas para a AP conhecidas no 
mercado são as colhedoras de grãos, com grande capacidade para mapear a 
produção, e as aplicadoras de insumos à taxa variada, por serem utilizadas para 
ilustrar o uso da AP. Possuem receptores GNSS e sistema de armazenamento e 
leitura de dados. A descrição do seu uso de forma didática vem aumentado nas 
literaturas internacionais. Publicações essa voltadas aos que atuam na agricultura e 
se concentram em apresentar as ferramentas para praticar a AP. A literatura científica 
tem uma linguagem própria muito próxima dessa publicação e é muito rica em 
resultados, entretanto devido à sua natureza, os resultados não são diretamente 
aplicados pelos produtores como uma recomendação, necessitando de uma visão 
mais global para perceber o uso na sua propriedade. Tal publicação vem a ser uma 
compilação de resultados de pesquisa da rede, assim como o primeiro volume e não 
tem pretensão de ser um material didático, porém, apresenta uma revisão para 
contextualizar os assuntos focados nos capítulos. 
As literaturas como de Srinivasan (2006) e de Brase (2006) são didáticas e 
apresentam uma visão global da AP. Adamchuk et al. (2004) apresenta 
revisão de sensores de solo e Hatfield et al. (2008) explora um número 
extenso de trabalhos em sensoriamento remoto aplicado à agricultura, cujo 
conhecimento fundamenta a concepção dos sensores óticos encontrados 
hoje no mercado. Há muitos trabalhos que buscam desenvolver e propor 
ferramentas para o uso da AP, inclusive a robótica, mas apenas alguns estão 
disponíveis e bem-sucedidos comercialmente, como as colhedoras, 
implementos com aplicação à taxa variada e a mostrador de solo, todos com 
 
 
32 
GNSS. (INAMASU e BERNARDI, Agricultura de Precisão: Resultados de um 
Novo Olhar, p.28) 
A rede utilizou medidor de condutividade elétrica, sensores óticos, imagem 
aérea ainda de uso não muito difundido entre os agricultores do Brasil, porém, ainda 
há muitas lacunas tecnológicas a serem preenchidas. É comum organizar e descrever 
a AP como um sistema controlado, e este, conceitualmente é apresentado em três 
etapas. 
- A primeira etapa é determinada pela leitura, consiste no levantamento e 
obtenção de dados. 
- A segunda etapa é a de interpretação desses dados para o planejamento das 
operações de campo. 
- A terceira etapa é a de atuação ou de execução do planejamento. 
 
Ao realizar essas três etapas, as mesmas reiniciam-se em ciclo. O que 
distingue a AP dos outros ciclos de controle convencional é a localização da atuação 
e dos dados, ou seja, a análise e planejamento são realizados sobre mapas. Muito 
comum em gestão, o ciclo também é de melhoria contínua. Se um produtor detectar 
variabilidade espacial causada por máquinas e ele aprimorar o seu uso, o próximo 
ciclo pode ser o de melhorar o uso de fertilizantes e assim por diante. Identificar a 
variabilidade, analisar a causa é fundamental nesse processo. Nem sempre a gestão 
da variabilidade acarreta retorno econômico, entretanto, traz subsídios para melhorar 
o entendimento da lavoura. 
Os conhecimentos agronômicos mais aprimorados como, por exemplo, as 
interações com os tipos de solos e de concentração de matéria orgânica com 
agroquímicos se tornam muito mais úteis, porque os dados são tratados localmente. 
Todavia, as recomendações de insumos, que foram construídas no passado 
considerando a média, devem ainda sofrer revisões. 
Ao acompanhar esses trabalhos, é importante que o leitor esteja atento em qual 
aspecto esse se refere. A Figura abaixo, mesmo não sendo completa, está 
suficientemente detalhada para que se possa perceber que existe um número elevado 
de elementos que ainda não estão adequadamente tratados pela AP. Molin (2004, 
apud INAMASU e BERNARDI) lista causas da variabilidade e grau de dificuldade para 
a sua intervenção e conclui que muitas das prováveis causas são do tipo que não 
permitem intervenções e sim exigem a convivência. “Convivência pode ser também 
 
 
33 
entendida como compreensão das características da variabilidade e aproveitar o 
melhor que ela pode oferecer dentro das limitações e das potencialidades. “ 
(INAMASU e BERNARDI) 
 
 
Fonte: Livro: Agricultura de Precisão Resultados de um Novo Olhar. Pág. 37 
Explicam os autores que o processo de leitura vem avançado continuadamente 
e, como já mencionado, existem sensores e equipamentos disponibilizados no 
mercado. Contudo, os agroquímicos, apesar de cuidados e critérios, ainda não têm 
sidos aplicados de acordo com a intensidade de infestação local devido aos métodos 
 
 
34 
e processos de detecção localizada de populações ou densidade de pragas não 
estarem comercialmente estabelecidos. Irrigação à taxa variada tem avançado 
consideravelmente e sensores de umidade do solo sem fio são encontrados no 
mercado, mas ainda não é um processo largamente adotado. Sistemas de captação 
e tratamento de imagens têm atraído muita atenção, métodos empíricos têm 
dominado o seu uso, entretanto, ainda deverá apresentar contribuições mais 
significativas. 
O processo de análise e interpretação tem sido apoiado por ferramentas de SIG 
(Sistema de Informação Geográfica) e de estatística. Os SIGs são parte importante 
para leitura de arquivos e as indústrias de máquinas buscam fornecer suporte e apoio 
à interpretação dos dados. Há os SIGs comerciais e há os livres. Não se há consenso 
entre os membros da rede por um SIG a ser recomendado, talvez sendo o mais 
utilizado o QGIS (http:// qgisbrasil.org/), mantido por uma comunidade de voluntários, 
e Vésper (http://sydney.edu.au/ agriculture/pal/software/vesper.shtml), como 
ferramenta de análise por existir experiência de uso na Embrapa. O Vésper, 
desenvolvido por um grupo da Universidadede Sidney, é uma ferramenta que apoia 
análises geoestatísticas. 
Apesar de haver um formato de arquivo consagrado, ainda há dificuldades na 
troca de arquivos entre diferentes SIG. A ISO-11783, que trata de comunicação entre 
tratores e implementos de diferentes fabricantes, apresenta um formato XML 
(Extensible Markup Language), na tentativa de compatibilizar mapas entre diferentes 
fabricantes de máquinas, mas ainda não é adotado pela maioria dos softwares SIG 
que não foram desenvolvidos especificamente para serem utilizados na agricultura. 
Em 1999, a geoestatística, utilizada pela primeira vez em AP, os incorpora como 
funções de apoio na maioria dos SIG. Uma das principais contribuições da 
geoestatística é a análise que fornece a base matemática a fim de conferir 
consistência dos dados coletados no campo (VIEIRA, 2000; OLIVER, 2009). A análise 
fornece parâmetros que assegura a dependência espacial dos dados, ou seja, se a 
interpolação entre os dados é válida. A interpolação mais utilizada em AP é a 
Krigagem. A esse sistema ainda deve se integrar um outro, a de suporte a decisão 
com informações de mercado. Projetos como o da União Europeia (NIKKILÄ; 
SEILONEN; KOSKINEN, 2010; SORENSEN et al., 2010) têm trazido importantes 
contribuições nesse tema. 
 
 
35 
 Aplicações de ferramentas de avaliação de impacto socioeconômico e 
ambiental para agricultura de precisão 
 
Fonte: latimes.com 
Nos dias de hoje, o setor agrícola brasileiro tem recebido atenção especial em 
relação às questões ambientais, (Andrade, 2012), sendo que a AIA se apresenta como 
uma metodologia que permite avaliar se determinada atividade, que sofre ação direta 
ou indireta do homem, causa impacto socioeconômico e ambiental. 
Cada vez mais essa metodologia vem sendo demandada para justificar as 
ações ou investimentos em determinada atividade ou estratégia a ser adotada. Assim, 
avaliar corretamente os impactos, seja positivo ou negativo, que uma nova tecnologia 
pode proporcionar, significa aumentar as chances de uso da mesma em comparação 
com outras, quando ela apresenta maior valor de impactos positivos ou menores de 
negativos. Para isso, é importante que a avaliação se afaste da subjetividade inerente 
a esses processos, tanto quanto possível. 
Uma das formas encontradas para isso foi a criação de sistemas de valoração 
numérica quantitativa, capaz de produzir indicadores resumidos comparáveis com 
padrões de qualidade a serem alcançados, (Gebler, 2012). O padrão mais simples 
seria aquele que comprova que uma nova tecnologia apresenta qualificações 
melhores que outra anterior, bastando usar a comparação direta. Ainda assim, é 
necessário se averiguar um valor ou grau de vantagem, que permita o usuário 
determinar se trocará de tecnologia ou não. 
 
 
36 
Um dos sistemas de AIA que aplica esse princípio é o sistema AMBITEC 
(Monteiro; Rodrigues, 2006), pois devido à falta de séries temporais de dados que 
permitam a construção de cenários mais detalhados e complexos, o conhecimento 
apresentado pelo cliente entre o velho e o novo já proporciona a base de avaliação 
mínima para determinação da escolha. Além desse método de sucesso, vem sendo 
testadas outras ferramentas que também buscam responder esses questionamentos, 
sendo que, nesse caso, o campo da socioeconômica isolada tem avançado mais que 
a área ambiental. 
Uma das razões é a relativa facilidade na obtenção de indicadores resumo, que 
em número relativamente resumido permitam uma série de conclusões sobre o tema 
em análise. Uma solução para esses casos é a aplicação da ferramenta Matriz de 
Insumo Produto (MIP). 
O objetivo desse trabalho foi buscar ferramentas e aplicá-las sobre pelo menos 
uma técnica desenvolvida ao longo do projeto MP1 de agricultura de precisão. São 
inúmeros e diversificados os conceitos associados à Agricultura de Precisão (AP), 
variando consideravelmente de autor para autor. Em todas essas definições, porém, 
existe um mesmo fundamento, o de que a AP é uma ferramenta cada vez mais 
essencial na agricultura moderna, capaz de potencializar o melhor monitoramento da 
propriedade, resultando no aumento da produtividade e oferta de alimentos, sem que 
haja a necessidade da expansão das fronteiras agrícolas. Ao mesmo tempo, o uso 
dessas tecnologias permitirá reduzir o custo de produção, trazendo consequentes 
benefícios para o meio ambiente (Campo, 2000; Gentil; Ferreira, 1999; Batchelor et 
al., 1997). Alguns desses conceitos determinam que, para desenvolver a agricultura 
de precisão, é necessário o conhecimento profundo da propriedade, ou seja, é preciso 
trabalhar em cada área da propriedade de maneira distinta, dada a grande 
variabilidade em suas características, seja no solo, na água ou nas condições do 
microclima. Tal situação está refletida em diferentes condições de produtividade, 
fertilidade, infestação por pragas e doenças, etc. Alguns estudos apontam que os 
conceitos de agricultura de precisão estão sendo incorporados também na pecuária 
(Laca, 2009; Carvalho et al., 2009), bem como no estudo ambiental de áreas 
degradadas (Coelho, 2005). Com base nessa nova forma de se pensar em agricultura, 
as definições sobre o que é AP são caracterizadas principalmente na necessidade de 
se detalhar o conjunto das variabilidades existentes na propriedade (Roza, 2000; 
Batchelor et al, 1997), no manejo adequado de insumos, como quantidade, época e 
 
 
37 
localização para aplicação (Capelli, 1999; Manzato et al., 1999; Fatorgis, 1998) e no 
uso de máquinas e equipamentos modernos (EMBRAPA, 2011). Enfim, para trabalhar 
com agricultura de precisão, não se deve pensar de forma isolada e, sim, trabalhar 
englobando todas as tecnologias e procedimentos para que o sistema de produção 
agrícola seja otimizado (Molin, 2001). 
A aplicação no campo de todos esses fundamentos pode envolver o uso de 
máquinas, equipamentos e tecnologias, as quais, aliadas ao uso da informática, 
servirão para reduzir o tempo e minimizar o erro durante a realização das atividades 
pré-plantio e pós-colheita e nos manejos de condução da lavoura, além de reduzir o 
gasto com os insumos. No entanto, é fundamental que estudos e pesquisas na área 
estejam em constante evolução. Tanto as frentes de pesquisa quanto os avanços 
tecnológicos, cada vez mais velozes e sofisticados minimizam-se diante de uma 
barreira praticamente imperceptível aos olhos da pesquisa em tecnologia: a 
transferência de tecnologia. A aplicação prática de toda a evolução de máquinas, 
equipamentos e da própria informática no campo somente é possível quando o 
operador ou o trabalhador rural tem acesso a essas informações e ao treinamento 
adequado para operacionalização dessas máquinas. É preciso minimizar ou até 
mesmo acabar com tamanha deficiência, permitindo, desse modo, que esse montante 
de informações chegue ao trabalhador para que todo o potencial de produção seja 
expresso. 
Seria fácil imaginar que essa mão de obra especializada estivesse surgindo a 
partir dos cursos superiores ou cursos técnicos espalhados pelo país. O que ocorre, 
no entanto, em muito dos casos, é que o profissional recém-formado é absorvido pelas 
próprias empresas que desenvolvem os insumos e/os equipamentos ou mesmo pelo 
setor de pesquisa. 
 
 
38 
 
Fonte: turnto23.com 
Geralmente, as empresas responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias 
AP fornecem cursos de capacitação em suas próprias máquinas e equipamentos 
destinados a técnicos e produtores. Isso requer, porém, um investimento alto do 
produtor, que muitas vezes não dispõe de recursos para essa finalidade. Contudo, tais 
treinamentos, voltados exclusivamente para operação das máquinas, não são 
suficientes para educar o produtor a utilizar todos os conceitos de agricultura de 
precisão em sua propriedade. 
A transferência dessa tecnologia e de conceitos de agricultura de precisão 
acaba ficando sob a responsabilidadedos técnicos ligados aos órgãos de assistência 
técnica estadual ou municipal, das associações, sindicatos e prefeituras e muitas 
vezes sua capacitação ou treinamentos de atualização não ocorrem com frequência 
hábil para que possam acompanhar a rápida evolução no setor. Essa necessidade 
por mão de obra qualificada na operação e assistência em maquinários agrícolas 
modernos é algo que há muito tempo vem sendo notada e uma demanda muito forte 
por capacitações, sendo criada em vários estados. Nos estados do rio Grande do Sul, 
Paraná, Goiás e Bahia, onde a produção de grãos é mais intensa, a demanda foi tão 
grande que levou as Administrações regionais do Senar ao desenvolvimento de ações 
de capacitação em Agricultura de Precisão. 
Nesse contexto, o Senar - Administração central, juntamente com 
universidades e indústrias do setor privado, está propondo um programa de 
capacitação de técnicos e trabalhadores rurais em tecnologias AP. O objetivo dessa 
iniciativa é promover um treinamento contínuo desses profissionais no que se refere 
 
 
39 
à operação de máquinas e equipamentos. Desse modo, os técnicos que passarem 
pelo programa estarão aptos a auxiliar na transmissão de toda informação adquirida 
no treinamento, tornando-se um multiplicador das tecnologias AP. 
Processos de capacitação - estão previstos a aplicação de dois processos de 
capacitação distintos, preparados, especificamente, para dois públicos alvos: 
primeiramente a qualificação dos instrutores do Senar junto às universidades, 
faculdades e empresas privadas. Já o segundo será destinado aos produtores rurais 
e operadores de máquinas agrícolas, justamente o público que mais demanda 
investimentos em instrução por atuar diretamente na aplicação dessas tecnologias 
para a produção. Nesse segundo processo, o instrutor do Senar capacitado atuará 
como um multiplicador das tecnologias em AP, formando, assim, uma rede de difusão 
dessas tecnologias em todos os estados brasileiros. 
O processo de capacitação continuada dos instrutores do Senar será 
ministrado dentro das empresas parceiras, que serão responsáveis pelo treinamento 
direto no uso de seus próprios equipamentos. A meta é que, ao final do período de 
capacitação, os instrutores estejam aptos a operar os diferentes equipamentos das 
principais empresas do ramo de agricultura de precisão. Os treinamentos serão 
aplicados para grupos de instrutores, selecionados pelas Administrações regionais do 
Senar conforme o nível de conhecimento técnico e experiência profissional. 
O processo de capacitação dos produtores rurais e operadores de máquinas 
agrícolas seguirá o modelo preconizado pelo Senar - “aprender a fazer fazendo”. Os 
treinamentos serão ministrados em módulos contínuos, ou seja, os alunos deverão 
participar integralmente dos módulos (teóricos e práticos) para conseguir a 
certificação. Ao final de cada módulo será elaborada uma avaliação de 
aproveitamento do conteúdo ministrado. Após a conclusão do treinamento, será 
emitido o certificado. De forma a tornar as capacitações mais participativas e práticas, 
o limite de participantes em cada turma será de seis a oito pessoas, permitindo, assim, 
uma dedicação praticamente exclusiva para cada um. 
 
 
40 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
Os produtores e operadores de máquinas agrícolas passarão, em seu 
treinamento, por módulos de introdução à agricultura de precisão e utilização direta 
de equipamentos, como pulverizadores, semeadoras, distribuidores e monitores de 
colheitas, além de sistemas de orientação e piloto automático; totalizando em 120 
horas de treinamento. 
Para o acompanhamento durante as capacitações dos produtores e técnicos 
rurais e com o propósito de servir como material de consulta e reforço da 
aprendizagem, o Senar - Administração central elaborou, junto com os especialistas 
no assunto, uma coleção de cartilhas com sete volumes específicos vinculados aos 
módulos do Programa, a serem fornecidos gratuitamente ao longo da aplicação dos 
treinamentos. A proposta é periodicamente fazer uma atualização desse material, de 
modo a acompanhar todos os avanços nas tecnologias e disponibilizar essas 
atualizações ao público. 
As rápidas transformações que a moderna agricultura vem sofrendo nas últimas 
décadas tornaram-na uma atividade altamente competitiva. Com isto o agronegócio 
exige dos produtores rurais um alto grau de especialização e de profissionalismo, 
visando aumentar a capacidade gerencial das empresas rurais. 
Associado a esta capacidade administrativa está à capacidade do produtor de 
coletar dados e informações relativas à sua área produtiva, com o claro objetivo de 
adaptar novas tecnologias a sua realidade. Isto em função dos constantes riscos a 
que o produtor está exposto e que definem o sucesso da produção agrícola. Desta 
forma, é fundamental ao moderno produtor rural ter eficiência na aplicação dos 
 
 
41 
recursos disponíveis, como forma de assegurar o sucesso em sua atividade. Assim, a 
obtenção de informações sobre os fatores que interagem na lavoura e de como se 
pode maximizar os seus efeitos parece crucial. 
A agricultura de precisão (AP), como é chamado no Brasil, é o sistema de 
produção adotado por agricultores de países de tecnologia avançada, denominado 
por eles de Precision Agriculture, Precision Farming ou Site-Specific Crop 
Management, que surgiu como um sistema de gerenciamento de informações e que 
teve seu crescimento potencializado a partir de avanços da tecnologia de 
referenciamento e posicionamento, como o GPS (do Inglês Global Positioning 
System) e de tecnologias de sensoriamento remoto. Conceitos surgiram a partir do 
emprego destas técnicas na agricultura, como os de aplicação de insumos em taxas 
variáveis e dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). 
A solução hoje utilizada de enfocar grandes áreas e entendê-las como 
homogêneas, levando ao conceito da necessidade média para a aplicação dos 
insumos (fertilizantes, defensivos, água, etc.), faz com que, por exemplo, a mesma 
formulação e/ou quantidade do fertilizante seja utilizada para toda a área, atendendo 
apenas as necessidades médias e não considerando, desta forma, as necessidades 
específicas de cada parte do campo. O mesmo acontece para os demais insumos, 
causando como resultado uma lavoura com produtividade não uniforme. A AP prevê 
a reversão deste quadro, permitindo a aplicação de insumos agrícolas nos locais 
corretos e nas quantidades requeridas. 
A AP é uma filosofia de gerenciamento agrícola que parte de informações 
exatas, precisas e se completa com decisões exatas. É uma maneira de gerir um 
campo produtivo metro a metro, levando em conta o fato de que cada pedaço da 
fazenda tem propriedades diferentes. O principal conceito é aplicar os insumos no 
local correto, no momento adequado, as quantidades de insumos necessários à 
produção agrícola, para áreas cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a 
tecnologia e os custos envolvidos o permitam. Desta forma, as consolidações de tais 
tecnologias como ferramentas a disposição do produtor permitem visualização da 
variabilidade espacial e temporal dos fatores edafoclimáticos de cada área agrícola, 
considerando as peculiaridades de cada parte da área no momento do manejo, ao 
invés de manejá-la como se a mesma fosse uniforme. Os problemas iniciais 
encontrados no desenvolvimento do conceito e das práticas associadas à AP, como 
dificuldade na interpretação de um volume considerável de dados, elevado custo dos 
 
 
42 
equipamentos, adaptação das tecnologias as diferentes regiões do globo e de 
popularização das técnicas envolvidas no processo, evoluíram para soluções viáveis, 
tornando-a uma ferramenta real ao alcance dos produtores. 
A AP combina as novas tecnologias associando a informação com uma 
agricultura comercial madura. É um sistema de manejo de produção integrado, que 
tenta igualar o tipo

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