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Obrigação e Crédito Tributário

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Aula 15. Obrigação e Crédito Tributário.
Questões: 
1. Diferenciar “obrigação tributária” de “crédito tributário”. A “obrigação tributária” e o “crédito tributário” estão contidos na regra-matriz de incidência tributária? 
R. Designa-se "crédito tributário" a prestação em moeda ou outro valor nela se possa exprimir, que o sujeito ativo da ‘’obrigação tributária’’ (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem o direito de exigir do sujeito passivo direto ou indireto (contribuinte, responsável ou terceiro). Dispõe o artigo 139 do nosso Código Tributário Nacional que o crédito tributário decorre da obrigação principal (pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária) e tem a mesma natureza desta. O crédito tributário é a própria obrigação tributária já lançada, titulada, individualizada é o reflexo desta. O crédito tributário nasce da obrigação e é consequência desta, dentro de uma única relação jurídica.  A obrigação tributária quantifica-se, valoriza-se e materializa-se pelo crédito tributário que lhe corresponde, ou seja, pelo quantum devido pelo sujeito passivo. O crédito tributário é a determinação quantitativa do tributo. O lançamento é o ato que constitui o crédito tributário, praticado, privativamente pela respectiva Autoridade Administrativa. O artigo 142 do CTN define o lançamento como sendo o procedimento administrativo tendente a: a)         verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; b)        determinar a matéria tributável; c)         calcular o montante do tributo devido, ou seja, o débito a pagar; d)        identificar o sujeito passivo; e e)         propor a aplicação da penalidade cabível, quando for o caso.
O consequente da regra-matriz de incidência tributária regula os direitos e as obrigações surgidas com a subsunção do fato à norma jurídica, logo o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
2. Que é crédito tributário? Explicar as teorias declaratória e constitutiva do crédito tributário. 
R. Crédito tributário é um valor que os sujeitos ativos da obrigação tributária podem exigir dos sujeitos passivos (contribuintes) a partir da ocorrência de um determinado fato gerador. Ele é constituído a partir de três fatores: a previsão legal, o fato gerador e o lançamento tributário. Em relação aos efeitos do lançamento, também se verifica a existência de duas correntes doutrinárias antagônicas. A primeira é integrada pelos constitutivistas, que sustentam ser o lançamento o ato que constitui o crédito tributário. Para os partidários desta teoria, antes do lançamento há um mero direito potestativo da Administração Tributária a constituir-se credora do imposto. Diversamente, para os declarativistas, o nascimento da obrigação tributária nasce com a lei, tal como determina o art. 3˚ do Código Tributário Nacional. Neste último caso, o lançamento tributário teria por finalidade conferir liquidez, certeza e exigibilidade à obrigação tributária, que, todavia, lhe preexistiria. Analisando-se o Código Tributário Nacional, enquanto o art. 142 dispõe expressamente que o lançamento constitui o crédito tributário, os arts. 143 e 144 deixam claro que ele sempre se referirá à legislação e demais condições vigentes na data de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Por esse motivo é que, segundo o art. 143 e salvo disposição legal em contrário, a base de cálculo do tributo incidente sobre mercadoria precificada em moeda estrangeira deverá ser convertida em moeda nacional “ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação”. Da mesma forma, o art. 144 é expresso ao dispor que “o lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. A exceção plasmada no §1˚ do art. 144 refere-se apenas à aplicação, para investigação ou cobrança de tributos relacionados a fatos geradores pretéritos, de novos poderes de fiscalização ou garantias e privilégios do crédito tributário. Todavia, trata-se de norma de direito adjetivo que segue a regra geral do tempus regit actum. Não se confunde, portanto, com o direito material, ao qual o caput do dispositivo faz referência.
Pode-se concluir, então, que o Código Tributário Nacional, apesar de inicialmente mencionar o lançamento como constitutivo do crédito tributário, deixa claro, na sequência, que ele apenas declara uma obrigação preexistente. Todavia, não se pode desprezar a função quantificadora do crédito tributário, que acaba por conferir maior certeza à obrigação. Assim, se é inquestionável, de um lado, que o lançamento possui eficácia declaratória, de outro, é fato que ele atribui maior grau de eficácia à obrigação tributária.
3. Distinguir obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não-pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique, analisando criticamente o art. 113 do CTN. 
R. A definição do conceito de tributo está estampada no art. 3º do Código Tributário Nacional como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Note-se, portanto, que tributo é prestação pecuniária, prevista em lei, que seja decorrente de um ato lícito, cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Tributo, portanto, é uma prestação pecuniária, como vimos insistindo, mas que se distingue substancialmente da sanção, por não ter como pressuposto de imputação o ato ilícito, como prescrito no art. 3º do CTN:
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” O conceito de tributo é mais restrito do que o conceito de obrigação tributária. O Código Tributário Nacional prevê o seguinte em seu art. 113: “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
· 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
· 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
· 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.”
Os deveres instrumentais apresentam grande importância na constituição do fato jurídico tributário ao ofertar a base de dados que serão utilizados na sua composição. Contudo, não são suficientes para estabelecer juridicamente o fato, como adverte Paulo de Barros Carvalho: “É extremamente significativa a participação dos deveres instrumentais na composição da plataforma de dados que oferecem condições à constituição do fato jurídico tributário, pois a prestação atinente aos deveres formais é a base sobre a qual a formação do fato vai sustentar-se. Exemplificando, ao realizar a venda de produtos industrializados, o contribuinte deve emitir nota fiscal, em que figuram as informações imprescindíveis à identificação do evento. Além disso, cabe-lhe escriturar esses elementos informativos no livro próprio, oferecer declarações e preencher documentos relativos ao acontecimento a que deu ensejo. Esse feixe de notícias indicativas, postas na linguagem jurídica competente, consubstanciará o alicerce comunicativo sobre o qual será produzida a norma tributária individual e concreta.
Nada obstante, cumpre advertir que a formação desse tecido linguístico, por mais relevante que possa ser, circunscrevendo, com minúcias, as ocorrências tipificadas na lei tributária, ainda não é suficiente para estabelecer juridicamente o fato. Trata-se de relato em linguagem competente, não há dúvida, mas ainda não credenciada àquele fim específico. Éindispensável a edição da norma individual e concreta, no antecedente da qual aparecerá a configuração do fato jurídico tributário e, no consequente, a respectiva relação. Por esses mesmos fundamentos, o instante em que nasce a obrigação tributária é exatamente aquele em que a norma individual e concreta, produzida pelo particular ou pela Administração, ingressa no sistema do direito positivo.”  
As multas tributárias podem ser classificadas de acordo com o tipo de obrigação a que se referem em: multa por descumprimento de obrigação tributária principal e multa por descumprimento de obrigação acessória, denominada multa moratória e multa formal ou isolada, respectivamente. Estas são impostas quando o contribuinte atrasa ou deixa de fazer o que era obrigatório e aquelas, as multas moratórias, são impostas quando o contribuinte não paga o tributo, paga a destempo ou insuficientemente. 
4. Dada a seguinte Lei (fictícia):
Prefeitura de São Pedro, Lei nº 5.151, de 12/10/2001 D.M. 25/10/2001
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas. (critério espacial e pessoal)
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas. (critério material) 
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel. (consequente tributário)
Art. 4º A alíquota é de 0,1%. (consequente tributário) 
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel. (critério pessoal) 
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano. (critério temporal) 
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subseqüente. (critério temporal) 
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo. (critério pessoal) 
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel. (critério temporal e critério pessoal) 
§ 3º O não-recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido. (consequente tributário) 
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar junto a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano. (critério pessoal e critério temporal) 
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRSS. (incidência tributária) 
Responda:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa Lei, identificando a RMIT.
R. 1ª norma: Regra matriz de incidência tributária da taxa de conservação e limpeza urbana. 
2ª norma: Norma jurídica sancionatória por descumprimento da obrigação tributaria principal. 
3ª norma: Norma jurídica tributária para o cumprimento dos deveres instrumentais.
4ª norma: Norma jurídica sancionatória por descumprimento dos deveres instrumentais.
5ª norma: Norma jurídica de responsabilidade tributária do locador do imóvel.
6ª norma: Norma jurídica de responsabilidade tributária do adquirente do imóvel.
b) Que é base de cálculo? Explicar as três funções da base de cálculo. 
R. Base de cálculo - É a grandeza que se destina, primordialmente, a dimensionar a intensidade do comportamento inserto no núcleo do fato jurídico, para que, combinando-se à alíquota, seja determinado o valor da prestação pecuniária. A base de cálculo tem as funções de mensuração das proporções econômicas do fato gerador; composição do valor da dívida; e confirmar ou infirmar o verdadeiro critério material da hipótese tributária.
b) A base de cálculo eleita nesta lei é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?
R.   Há incompatibilidade entre o enunciado da base de cálculo e o enunciado da hipótese tributária, pois aquele traz em seu texto o critério quantitativo de imposto, necessariamente o IPTU, de competência dos municípios e do Distrito Federal (art.156, inciso I, CF/88), sendo sua base de cálculo prevista no art. 33 do CTN. Deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária o enunciado da base de cálculo. Assim, como a base de cálculo é compatível com a cobrança do imposto, a exação deve ser considerada inconstitucional, nos termos do art. 145, §2 da CF/88.

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