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Psicologia da Saúde Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Carmen Conti Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Saúde e Qualidade de Vida UNIDADE Saúde e Qualidade de Vida Qualidade de Vida e Saúde Para adentrarmos à temática da qualidade de vida e saúde, é importante perpas- sarmos ainda conceitos ligados à saúde e como ela é encarada no meio profissional e pelos pesquisadores. Quando se trata de uma visão ampla do bem-estar, está ligada não só à esfera do corpo propriamente, mas também às dimensões física e psíquica do corpo, à dimensão social e econômica. Há, ainda, outros centros conceituais com os quais podemos e precisamos dialogar relacionando-os dentro dessa temática. Dessa forma, podemos ir além do discurso propagado pelo senso comum, ou pela imprensa não especializada, sobre a qualidade de vida e a saúde. A integralidade em saúde e a necessidade das ações educativas Quando falamos de integralidade em saúde, estamos abordando os sujeitos sob um ponto de vista total, considerando as múltiplas dimensões em que se pode intervir – ainda que a ciência não tenha acesso a todas elas. Os sujeitos são totalidades, compostos de particularidades várias, que podem ser acessadas de acordo com o avanço da ciência e também da disposição do próprio sujeito em abri-las. A integralidade consiste no cuidado das pessoas e dos coletivos ou grupos sociais dos quais fazem parte. Cada um desses grupos ou indivíduos é constituído historicamente e está inserido em seus contextos – sociais ou familiares –, o ambiente do qual faz parte. Por se tratar dessas características é que as ações educativas em saúde são importantes, pelo fato de possibilitarem um saber coletivo que transpassa um indivíduo e os grupos, produzindo autonomia no cuidado de si e daqueles que habitam o mesmo meio e com os quais se divide a vida (MACHADO et al., 2007, p. 336). Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images 8 9 A partir dos anos 1970, a ideia de promover a saúde surge como ponta de lança da Saúde Pública, tornando-se, a partir de então, o seu modelo de atuação. O que se entende por promoção de saúde é a formação da comunidade para a atuação em prol de sua própria qualidade de vida, na melhoria das condições em que se vive nessas espacialidades. Este processo se dá de forma coletiva, envolvendo os diversos sujeitos, que são parte do próprio controle do processo mesmo, partindo das noções de solidariedade, democracia, equidade e desenvolvimento. Devem ser parceiros nessa empreitada os seguintes agentes: a comunidade em questão, a família, o indivíduo e o Estado (MACHADO et al., 2007). Um pouco sobre o surgimento do SUS no Brasil O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu no processo de luta por uma reforma sanitária, partindo da demanda de um ambiente democrático para a construção do campo sanitário. Este processo, político e social, resultou em mudanças culturais importantes. Foi estruturado a partir de uma concepção ampliada do cuidado dos indivíduos, suas comunidades e famílias. Saiba mais sobre o processo que deu origem ao SUS: https://goo.gl/mSyQE4 Ex pl or Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images Vejamos aqui alguns dos princípios elementares que regem o SUS: • Acesso universal e igualitário a ações e serviços em todos os níveis de assistência, sem distinção ou preconceito de nenhum tipo; • Integralidade na assistência; • Participação da comunidade; 9 UNIDADE Saúde e Qualidade de Vida • Rede regional e hierarquizada; • Descentralização; • Desenvolvimento das ações de saúde, ciência e saúde coletiva a partir do previsto no artigo 198 da Constituição. O estabelecimento desses pressupostos basilares não garantiu, entretanto, a sua disseminação entre os profissionais da saúde, majoritariamente encampados por outras concepções, distintas dessas. A lógica do foco na doença ainda era muito forte, e surge a necessidade de capacitar os profissionais em um novo modelo, em que a promoção da saúde é o centro da atividade. Mesmo a estrutura disponível, fundamental para o desenvolvimento de qualquer trabalho de qualidade, ainda estava aquém da necessidade demandada por este modelo. Uma realidade de crise imprime à saúde o contrário daquilo que se pretende constitucionalmente: garantia universal para todos os cidadãos do acesso à saúde de qualidade. Várias dificuldades foram enfrentadas pelas comunidades e instituições em níveis de estado e município nesse campo, quando, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) propôs uma nova forma de atendimento às comunidades: o acompanhamento e cuidado das famílias a partir de sua estruturação geográfica, do espaço em que habitam. Este trabalho requer parceria interdisciplinar com diversos campos e áreas profissionais, bem como uma ação educativa permanente que promova a saúde e a prevenção de doenças nas comunidades. O Papel da Ação Educativa A ação educativa é capaz de transformar os hábitos e práticas que poderiam tornar vulneráveis as famílias, para adotar novas práticas promotoras de saúde. Nesse sentido, os profissionais da saúde constituem-se em agentes de transformação e facilitação do processo educacional no campo da saúde, tendo em vista que mudanças desse tipo requerem o empenho de processos educacionais combinados ao acompanhamento da saúde das famílias. “A formação e o desenvolvimento dos trabalhadores de saúde têm como desafio não dicotomizar a atenção individual da atenção coletiva, as doenças e adoecimentos da vigilância da saúde; a qualidade de vida (biologia) do andar da vida (produção subjetiva); não fragmentar os grupos de trabalhadores (da gestão, da atenção e da vigilância); não perder o conceito de atenção integral à saúde e realizar o trabalho educativo junto à população e, finalmente, aceitar que há incerteza na definição dos papéis profissionais, onde há alternância de saberes e práticas de cada núcleo constituído das profissões de saúde e do campo da atenção integral à saúde.” (CECIM et al., 2003) 10 11 É fundamental para a realização desse tipo de trabalho a lógica da operação em equipe, importante de ser tratada desde o período de formação dos profissionais da saúde. Daí a necessidade do trabalho em equipe, promovido a partir do diálogo permanente entre diferentes profissionais da saúde (de distintas áreas), a fim de promover uma assistência holística. Os novos modelos de assistência integral do cuidado em saúde precisam ser repensados no marco do aprofundamento do debate acerca de novos fundamentos teóricos, sobretudo do que consiste o processo de trabalho, a micropolítica que o envolve e a importância em compreender a organização da assistência. A partir daí, serão levantadas ações diferenciadas que produzam saúde e que operem com tecnologias com foco no cuidado, modelo que estabelece outra relação entre trabalhadores e usuários, possibilitando, quem sabe, o estabelecimento de um contraponto à crise vivida na saúde hoje (MACHADO et al., 2007). Para a promoção dessa integralidade de que falamos, é importante que as regionalidades promovam redes de integração organizacional, de modo que diferentes áreas possam trabalhar conjuntamente não só na assistência básica de saúde – o que é frequente devido à precariedade da saúde pública pela falta de investimentos –, mas também no acompanhamento contínuo e na assistência que vise à promoção da saúde. “O conceito de educação em saúde está ancorado no conceito de promoção da saúde, que trata de processos que abrangem a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas das pessoas sob risco de adoecer. Essa noção está baseada em um conceito de saúde, considerado como um estado positivo e dinâmico de busca de bem-estar, que integra os aspectos físicos e mentais (ausência de doença), ambiental, pessoal e social.” (MACHADO et al., 2007) A integralidade como alicerce da educação para a saúde A noção de educação em saúde prevê, nos marcos da integralidade, a projeção de políticas públicas, ambientes adequados e tratamentos clínicos e curativos. Faz-se necessário ainda o comprometimento com práticas solidárias e cidadãs, no sentido de promover melhorias na qualidade de vida e na promoção da saúde dos indivíduos. Todos os profissionais das áreas que tocam a saúde, a partir desse princípio, precisam aprimorar sua visão ecológica e holística, a fim de produzir conhecimentos e atendimentos que resgatem a importância da participação. A participação, por sua vez, deve se construir nos ambientes onde se faz a vida, empreendendo o movimento de ensino e aprendizagem junto às famílias, comunidades e indivíduos com quem se trabalha (VICTOR, 2004). Esses nortes de pensamento estão em confluência com os ensinamentos de Freire, “coerente e competente, que testemunha seu gosto pela vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças da realidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo” (FREIRE, apud MACHADO et al., 2007). Desse modo, a consideração acerca dos aspectos geográficos, políticos, culturais e sociais dos indivíduos ou grupos são fundamentais para a educação em saúde. 11 UNIDADE Saúde e Qualidade de Vida Figura 3 – Paulo Freire (1921-1997) Fonte: Wikimedia Commons É um educador e filósofo importantíssimo no Brasil e no mundo. Reconhecido Patrono da Educação Brasileira, é o fundador da Pedagogia do Oprimido e de teorias e práticas educacionais ligadas à democratização do conhecimento e dos processos de aprendizagem “Assumir a integralidade na educação em saúde significa que os profis- sionais passem a perceber a comunidade como “seres que sabem, sabem que sabem, sabem porque sabem, sabem como sabem, e sabem dizer a terceiros o que sabem e, não menos importante, agem consequentemente aos seus saberes”. (MORIN, 2002) Se tomarmos o princípio da democracia como balizador de nossas práticas, bem como o avanço da relação entre os indivíduos e nossa espécie, apontamos o desenvolvimento da relação entre indivíduo e sociedade, promovendo o interesse na realização da humanidade. Isso significa manter a integração do indivíduo sob a ótica da tríade que este compõe com a sociedade e a espécie. O processo educativo em saúde está ligado ao princípio da integralidade que demanda a participação ativa da população na promoção de uma reflexão crítica de sua própria realidade e das estruturas sociais e econômicas constituintes da sociedade em seu tempo histórico. Conhecendo esta realidade desde um ponto de vista crítico é que se pode produzir autonomia sobre a intervenção nos processos de formação cultural e social, bem como na busca por condições humanas dignas. 12 13 O Conceito de Qualidade de Vida e seu Surgimento A primeira vez em que a expressão “qualidade de vida” foi usada era 1964, e Lyndon Johnson, presidente dos Estados Unidos, a pronunciou, para declarar que os objetivos de um país não pode estar mediado pelos balanços bancários, mas sim através da qualidade de vida proporcionada às pessoas. É muito comum presenciarmos o debate sobre qualidade de vida na imprensa, nos programas de televisão sobre bem estar, alimentação, entre outros. Há uma vasta produção do senso comum sobre o assunto, visto que é um assunto que atualmente preocupa cada vez mais os indivíduos e a sociedade. Em uma sociedade em que os índices de obesidade são altíssimos em muitos países, a qualidade de vida é muito associada à superação do sedentarismo e à promoção de uma alimentação saudável. Quando essa expressão, qualidade de vida, é pronunciada, você pensa em quê? Arriscamos dizer que a maioria das pessoas associa rapidamente às questões liga- das à alimentação e à prática de exercícios físicos. Mas há outros elementos cons- tituidores do que se entende por promoção da saúde e qualidade de vida para além desses fatores. O que é qualidade de vida? A princípio, em seu surgimento, o termo qualidade de vida era usado em associação às melhorias no padrão material de vida, na possibilidade de aquisição de bens, por exemplo. Num segundo momento, a questão do bem-estar passou a tomar lugar, incorporando os aspectos relacionais da vida, a realização pessoal, a saúde, acesso à educação, fatores sociais, psicológicos e sociais, bem como os físicos. O conceito de qualidade de vida é, portanto, muito amplo, e incorpora aspectos subjetivos e objetivos. A ala da Organização Mundial da Saúde que cuida dos aspectos da qualidade de vida, na divisão de saúde mental, estabeleceu o conceito de qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. (MONTEIRO et al., 2010) Na área da saúde, a elevação da qualidade de vida passou a ser associada ao resultado obtido em práticas de assistência e na promoção de políticas públicas nas ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, conferindo um aspecto público à temática, não vinculado apenas ao indivíduo, mas ao Estado e a instituições comunitárias, da sociedade civil. Desse modo, os indicadores para avaliação da qualidade dos tratamentos em grupos de doentes têm sido estipulados a partir de informações sobre qualidade de vida. 13 UNIDADE Saúde e Qualidade de Vida “A Oncologia foi a especialidade que, por excelência, se viu confrontada com a necessidade de avaliar as condições de vida dos pacientes que tinham sua sobrevida aumentada devido aos tratamentos realizados, já que, muitas vezes, na busca de acrescentar anos à vida, era deixada de lado a necessidade de acrescentar vida aos anos”. (FLECK et al., ) Atualmente, há grande atenção sendo dedicada ao tema. Nesse campo, há instrumentos que avaliam qualidade de dois tipos, os genéricos e os doença- específicos. Os genéricos são gerais, independente de uma doença, mais adequados às investigações de doenças epidemiológicas, para planejamento do sistema de saúde. Os indicadores são inclusos em muitos instrumentos para identificar aspectos subjetivos das doenças. Estes instrumentos de avaliação são importantes não porque demonstram apenas alterações relevantes, ou não do ponto de vista estatístico, mas porque expressam sua importância clínica (MONTEIRO et al., 2010). Alguns aspectos econômicos e sociais para o estabelecimento da qualidade de vida Ainda que, do ponto de vista econômico, o país não tenha passado por seu período de maior crescimento nas últimas décadas, este se desenvolveu bastante se tomamos como referência o período pré-democratização. O desenvolvimento, diferente do que aparenta, não está ligado necessariamente ao crescimento econômico. É possível ter desenvolvimento em períodos de menor crescimento, como também é possível que o desenvolvimento não avance em períodos de alta da economia. É por essa razão que uma avaliação da prosperidade feita de forma adequada inclina-se à exigência da utilização dos indicadores de qualidade de vida e sustentabilidade, além do desempenho econômico e seus indicadores próprios (VEIGA, 2010, p.338). “Medidas subjetivas de bem-estar fornecem informações-chave sobre a qualidade de vida das pessoas. Por isso, as agências de estatística precisarão pesquisar as avaliações que as pessoas fazem de sua vida, suas experiências hedônicas e prioridades. Além disso, a qualidade de vida também depende, é claro, das condições objetivas e das oportunidades. Terão de melhorar as mensurações de oito dimensões cruciais: saúde, educação, atividades pessoais, voz política, conexões sociais, condições ambientais e insegurança (pessoal e econômica).” (VEIGA, 2010, p.338) A relação que se estabelece entre sustentabilidade e qualidade de vida, portanto, estende uma ponte ao futuro, às gerações seguintes, pois não prevê apenas os re- sultados imediatos, mas impactos de longo prazo, na educação e no meio ambiente. 14 15 A qualidade de vida vista sob a lente das contradições sociais A maior parte da população do Brasil e do mundo vivem em condição de exclusão social, tecendo uma complexa situação que não pode ser resolvida a partir de políticas pontuais. Possui escala estrutural, demandando a articulação entre Estado e Sociedade Civil na composição de estratégias macro e intersetoriais. As políticas públicas de forma isolada são ineficientes, assim como as instâncias que gerem o aparelho público (e também o privado). Este quadro gera a importância de que as parcerias entre diferentes instâncias e instituições ocorram. Analfabetismo e despolitização Um dos aspectos importantes da consciência sobre a própria vida ou mesmo a consciência dos grupos sociais sobre a sua condição dizem respeito à politização ligada ao nível de instrução e acesso ao conhecimento dos códigos linguísticos. A alienação à possibilidade de letramento aproxima as pessoas de uma realidade de maior preconceito, hábitos que não promovem saúde e gestão coletiva dos interesses etc. Um interessante estudo de caso realizado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, o maior complexo de comunidades do Brasil, aborda a importância do conhecimento da realidade local de atuação por parte dos profissionais da saúde e dos indivíduos da própria comunidade. “Não é possível [...] discutir políticas públicas em saúde, baseando-se apenas em aspectos biológicos, sem levar em conta os conhecimentos locais. Ampliando a discussão para Campos, diz-se que só o reconhecimento de que todo saber estruturado é limitado por parte dos profissionais de saúde, já seria um caminho para uma clínica mais contextualizada e expandida.” (WIMMER et al., 2006, p.147) A discussão acerca da realidade local, portanto, é muito importante para a promoção da saúde coletiva. O não entendimento e reconhecimento do território onde se atua recai sobre práticas que fortalecem a ideia de que aquela comunidade é responsável pela realidade de precariedade a que está submetida. Cada ato de saúde deve ser encarado como político e integrado a um conjunto de entendimentos, como pequenos atos de promoção de saúde. Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images 15 UNIDADE Saúde e Qualidade de Vida Na pesquisa de campo e na ação realizada pelos autores (WIMMER et al., 2006, p.151), uma metodologia e um plano de ação foram desenvolvidos, a fim de atingir os objetivos do projeto. Que tal refletirmos sobre alguns passos para a formação de um projeto como este? Vamos fazê-lo em 5 passos. Primeiro: abordar o conjunto do núcleo familiar, com estímulo à participação dos membros, de modo a criar uma experiência de toda a família. Segundo: trabalhar no sentido da integração entre diferentes famílias através de ações educativas e culturais em âmbito coletivo, possibilitando a formação e o envolvimento da comunidade em questão. Terceiro: criar espaços de lazer e convivência, no sentido de fortalecer o vínculo entre as pessoas e as famílias, laço muito importante para o incentivo à participação, sobretudo nos problemas enfrentados pela comunidade (desemprego, saneamento básico, entre outros que influenciam diretamente na qualidade de vida) Quarto: promover o debate com as famílias acerca dos fatores que interferem em sua qualidade de vida e dos possíveis caminhos de organização interna para buscar alcançar esses direitos junto a instituições responsáveis e o Estado. Quinta: participar e facilitar a organização da comunidade para a formação de parcerias com instituições de âmbito público e privado, a fim de promover desenvolvimento econômico e social para o território e a comunidade. Ex pl or Desse modo, a forma para a estruturar as ações coletivas mais complexas é a articulação entre setores, de modo transdisciplinar, e assim abraçar a realidade com suas particularidades. A intersetorialidade cumpre um papel de integração entre diferentes setores e suas ações para complementar e interagir no sentido de uma abordagem dos problemas que leve em conta essas particularidades. Um dos aspectos importantes que a compõe é o potencial de enfrentar os problemas em suas múltiplas dimensões, levando em conta as contradições sociais. Já a transdisiciplinaridade inclui essas interações em um sistema total que não considera as fronteiras das disciplinas, como delimita Piaget (WIMMER et al., 2006). A partir das ações coletivas, por meio da intersetorialidade e da transdisciplinaridade, pode-se intervir na realidade, promovendo educação para autonomia e emancipação dos indivíduos e grupos sociais, considerando a complexidade e as múltiplas facetas que os envolvem e definem. Espero que tenha feito bom proveito do estudo! Caso tenha interesse em se apro- fundar mais, busque as referências do material complementar. Até a próxima unidade! 16
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