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PROPRIEDADE NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
LEONARDO ARAUJO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE PROPRIEDADE NO DIREITO 
CIVIL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020
 
 
 
 
 
LEONARDO ARAUJO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE PROPRIEDADE NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado no Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, como 
requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em 
Direito, sob a orientação do Professor José Marcelo 
Vigliar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
 
 
Sumário 
 
1 – Introdução..................................................................................................................................6 
2 - Objetivos da pesquisa.................................................................................................................6 
3 - Justificativa .............................................................................................................................. 6 
4 - Procedimentos metodológicos ................................................................................................... 6 
5 – Da Propriedade .......................................................................................................................... 7 
6- Dos Direitos Fundamentais e Constitucionais........................................................................... 12 
7- Direito à Propriedade como Direito Constitucional e Civil....................................................... 14 
8- O Direito à Propriedade e a Segurança Jurídica......................................................................... 17 
9- A Função Social da Propriedade e Estado Interventor............................................................... 18 
10 – Conclusão................................................................................................................................ 23 
11 Bibliografia ............................................................................................................................. .. 24
 
 
 
 
Resumo 
O direito à propriedade no Brasil veio a sofrer relativização com a promulgação da Constituição 
Federal de 1988. O estudo tem por tema o Direito à Propriedade, com base na previsão constitucional 
e dentro do contexto da segurança jurídica. O problema que se apresenta é com relação as limitações 
trazidas ao direito à propriedade. Para isso a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, 
doutrinas e leis bem como da metodologia qualitativa, para análise dos principais pontos apresentados 
com relação ao direito à propriedade no Brasil, em termos práticos e efetivos. O estudo tem por objetivo 
geral analisar a propriedade e o direito à mesma, e por objetivos específicos conceituar propriedade, 
explanar sobre as questões referentes à propriedade privada, o direito à propriedade; discorrer sobre a 
tutela constitucional deste direito; explanar sobre os Direitos Constitucionais; analisar a relativização 
trazida pelo instituto da função social da propriedade; explanar sobre segurança jurídica sob o enfoque 
da propriedade. 
Palavras-chave: Propriedade. Direito. Segurança Jurídica. Função Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
The right to property in Brazil came to be relativized with the promulgation of the Federal Constitution 
of 1988. The study has as its theme the Right to Property, based on the constitutional provision and 
within the context of legal security. The problem is related to the limitations brought to the right to 
property. For this, the methodology used was bibliographic research, doctrines and laws as well as 
qualitative methodology, for the analysis of the main points presented in relation to the right to property 
in Brazil, in practical and effective terms. The general objective of the study is to analyze property and 
the right to it, and for specific purposes to conceptualize property, explain about issues related to 
private property, the right to property; discuss the constitutional protection of this right; explain about 
Constitutional Rights; analyze the relativization brought by the institute of the social function of 
property; explain about legal certainty from a property perspective. 
Keywords: Property. Right. Legal Security. Social role.
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O direito à propriedade no Brasil é um direito tutelado inclusive constitucionalmente, sendo 
garantido como direito fundamental pela Constituição Federal de 1988, vindo a garantir inclusive a 
segurança jurídica. Almeja-se com o presente trabalho ajudar a uma melhor compreensão dos aspectos 
envolvidos na questão do direito à propriedade no Brasil, através do fornecimento de conclusões fáticas 
que, além de seu interesse geral e específico no âmbito jurídico acadêmico civil ainda repercutem na 
esfera social e humana, podendo servir de base para futuros trabalhos. Diante disso, o presente trabalho 
justifica-se pela importância de se estudar e dar visibilidade ao tema além de contribuir com futuros 
estudos na área. 
O direito à propriedade trata-se de uma conquista relativamente nova na história da humanidade 
na medida em que só após o advento da Idade Moderna é que a propriedade começou a ser considerada 
um direito natural do homem. De lá para cá o direito à propriedade passou a ser tutelado e protegido 
no mundo todo inclusive pelo sistema jurídico, e no Brasil não foi diferente com a tutela das 
constituições federais, sendo que com a Constituição Federal de 1988 o direito à propriedade passou a 
servir também a uma função social, o quer veio a relativizar esse direito. 
 
2. OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
O estudo tem como objetivo geral analisar a propriedade e o direito à mesma. Possui ainda por 
objetivos específicos entre outros conceituar propriedade, explanar sobre as questões referentes à 
propriedade privada, o direito à propriedade; discorrer sobre a tutela constitucional deste direito; 
explanar sobre os Direitos Constitucionais; analisar a relativização trazida pelo instituto da função 
social da propriedade; explanar sobre segurança jurídica sob o enfoque da propriedade. 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
De atualíssima relevância tem o tema eis que a escolha do assunto aqui abordado tem origem 
no fato de que o direito à propriedade é fortemente influenciado pelo instituto da função social da 
propriedade e como isso vem a afetar o desenvolvimento e progresso econômico do Brasil na medida 
em que acaba limitando o direito à propriedade e o uso de tais propriedades. 
 
4. PROCEDIMENTO METEDOLOGICOS 
 
Pressupõe o presente estudo investigar a inter-relação entre o direito à propriedade com os 
direitos constitucionais e a segurança jurídica, à luz da legislação constitucional e infraconstitucional 
 
 
 
brasileira, também como a metodologia de pesquisa bibliográfica e texto que responda as indagações 
abordadas, e que acrescente o que está disposto no Código Civil, Porque muitos conceitos dados em 
textos jurídicos precisam ser revistos ou mesmo conceituado pela doutrina. 
 
5. DA PROPRIEDADE 
 
Antes de discorrer-se sobre o tema do Direito à propriedade em si, necessário se explanar antes 
sobre assuntos correlatos e relevantes para o completo entendimento do assunto, como a propriedade. 
A propriedade é uma criação relativamente recente, eis que vigorava anteriormente o conceito de 
coletividade. O agrupamento de homens era visto anteriormente como um único ente, sem direitos 
específicos ou individuais, o que era necessário como estratégia de sobrevivência. 
Vindo a ocorrer a evolução humana, a necessidade de se pensar e agir comoum ente coletivo 
foi perdendo forças, ao mesmo tempo que novos conceitos e ideias foram sendo criadas, e entre elas a 
individualidade e em seu bojo direitos como a do propriedade, ou seja, de o homem possuir bens só 
seus. Com o passar do tempo esses conceitos foram se cristalizando, e o direito à propriedade foi se 
tornando mais e mais relevante. 
A passagem da Idade Moderna para a Contemporânea foi marcada pela Revolução Industrial 
ocorrida no século XIX, e com as mudanças e inovações trazidas por esta época e suas modernidades, 
o conceito de propriedade como um direito absoluto começou a ser questionado, dando-se então um 
novo tratamento à questão, inclusive a nível constitucional e infraconstitucional. Isso porque o conceito 
de propriedade absoluta e irrestrita já não cabia mais naquele determinado tempo, fazendo-se 
necessário a criação de dispositivos que viessem a limitar esse direito à propriedade, em especial para 
evitar e coibir abusos. 
Importante ressaltar que a maioria dos países, pelo menos os democráticos, adotaram um 
modelo de Estado Laico, ou seja, um Governo que não sofre influencia religiosa, sexual ou política, 
propagando a igualdade entre os cidadãos perante a lei sem influencias externas. No entanto, tem-se 
que na prática a religião sempre influenciou fortemente o Estado, inclusive na concepção e positivação 
de propriedade. 
Com relação ao conceito de propriedade, tem-se que a propriedade pode ter vários conceitos, 
dependendo do enfoque, e no presente caso como o que interessa é o aspecto jurídico o conceito de 
propriedade vai ser discorrido sobre o enfoque jurídico, legal e constitucional, e em seus aspectos 
contemporâneos e atrelado a função social. 
Ainda com relação ao conceito de propriedade, pode se refletir em variados conteúdo ou estatutos que 
exercem influência na relação entre os diversos objetos e sujeitos sobre os quais pode recair o domínio e a 
 
 
 
 
titularidade dos direitos, tal como a propriedade material, que abrange e a propriedade dos bens móveis e 
a propriedade dos bens imóveis, ou a propriedade imaterial, que abrange a propriedade literária e 
artística, a propriedade industrial, entre outros (SÁ, 2019, p. 243). 
Assim, verifica-se que a propriedade não possui um conceito único, porém nos tempos 
contemporâneos o conceito de propriedade abrange sempre usar, gozar e dispor e deve ser exercido 
através de sua função social. Portanto, o conceito de propriedade esta intrinsicamente ligado à sua 
função social. 
A propriedade, bem como sua função, sofreu modificações ao longo da história, e assim o foi 
também com o seu conceito, que sofreu modificações, principalmente após ser atrelado ao conceito de 
função social. Até então o direito a propriedade era absoluto, e isso se refletia em seu conceito, no 
entanto, com as modificações trazidas ao direito de propriedade privada, inclusive com sua 
relativização, o seu conceito também passou a ser relativizado. 
Ao se falar em direito a propriedade, se faz referência aos diversos direitos que formam o 
patrimônio de um indivíduo, ou seja, todas as situações jurídicas que envolva uma ingerência 
socioeconômica, sendo portanto a propriedade uma ideia ampla, não se limitando a titularidade do 
indivíduo sobre um bem mas sim a todas relações jurídicas advindas dessa propriedade. 
Não é exagero afirmarmos que a propriedade nasce junto com o indivíduo, quase como 
algo inato do ser humano. Mais do que como um fenômeno jurídico, podemos 
caracterizá-la como um fenômeno social, por sua vez abraçado pelo Direito. O 
conceito de propriedade desenvolve-se quase que conjuntamente com a transição da 
fase do homem selvagem para a do homem sedentário, quando a civilização assenta-
se sobre determinados espaços físicos, retirando da terra seu sustento e valores 
(ASSIS, 2008). 
 
Para Cruz (2015), a propriedade é um dos temas mais representativos da história do Direito, 
sendo ela um pilar de identificação do indivíduo moderno por compreender em si um indicador de 
poder econômico e político do homem. Portanto, sua importância esta ligada intimamente ao poder de 
um homem, pelo menos em uma sociedade capitalista. 
Segundo Sahd (2007, p. 220), se a humanidade têm o poder de amealhar os recursos naturais 
para a sua sobrevivência, esse poder só se converterá num verdadeiro direito quando for capaz de criar 
um efeito moral sobre o resto dos homens sem que com isso venha a causar danos irreparáveis e 
disputas sem fim. 
Cruz (2015) esclarece que, de início, buscou-se situar a propriedade em sua evolução histórica 
e do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que a estrutura da sociedade, em geral, está baseada no 
direito à propriedade. Do ponto de vista jurídico não é diferente, eis que a propriedade é a base de 
 
 
 
muitos direitos e deveres, estando a sociedade em grande parte nela estruturada. Tem-se que a 
propriedade é além de um fenômeno jurídico um fenômeno social, cultural econômico e político. 
Com a preconização de quais direitos fundamentais individuais deveriam ser positivados houve 
a passagem do homem do estado da natureza para o estado denominado contratual, e o direito à 
propriedade ganha com isso um contorno maior a partir da teoria contratualista, passando com isto o 
direito à propriedade a ser considerado um direito absoluto, imprescritível e inalienável. 
É que, após as revoluções liberais do séc. XVIII, sobrevieram novos fatos históricos 
na trajetória das civilizações que mudaram, de certa forma, o paradigma de formulação 
de direitos fundamentais. A passagem da Idade Moderna para a Contemporânea é 
marcada pelo processo de Revolução Industrial, onde o modelo econômico capitalista, 
embora prospere na relação capital/trabalho das fábricas, conflita-se com o modelo 
socialista que se desenvolve no Leste da Europa, fortalecido com os movimentos 
sindical/anarquistas dessa era. Nesse período há uma contestação da idéia de que o 
direito de propriedade é absoluto, sendo dado, desde então, novo tratamento 
constitucional à questão (ASSIS, 2008). 
 
Tem-se com isso que os movimentos liberais que culminaram na Revolução Francesa e em 
outros movimentos trouxeram a positivação da propriedade como um direito absoluto. O direito à 
propriedade passou então, de um direito quase não reconhecido para um direito não só tutelado pelo 
Estado como um direito praticamente absoluto, em que o proprietário do imóvel detinha sobre os 
mesmos poderes absolutos e individuais. 
Posteriormente esse direito absoluto passou a ser relativizado, no entanto por um bom lapso 
temporal o direito à propriedade era absoluto e sem restrições, sendo que no Brasil só com o advento 
da Era Vargas e a promulgação da Constituição Federal de 1934 é que iniciou-se um processo de 
relativização do direito à propriedade. Isso porque com aquele Governo iniciou-se o tempo de 
predomínio do social. 
Tanto o Império grego como o Império romano implicaram a eventual liderança 
ideológica e, posteriormente, econômica ao conceito de propriedade. Tanto é verdade 
que os jurisconsultos romanos trazem à tona o conceito de direito de propriedade como 
algo absoluto, indisponível, quase uma garantia fundamental do indivíduo. 
Interessante notar que a visão da propriedade como algo absoluto passa incólume 
também durante o período da Idade Média (ASSIS, 2008). 
 
Com o passar do tempo entrou-se na era moderna, marcada pelo advento dos ideais de estado 
do bem estar social. A partir desta época a noção sobre propriedade passa por mudanças sendo ela 
encarada como uma maneira de desenvolvimento da sociedade como um todo e em todos os seus 
aspectos, passando-se a desenvolver a ideia de que a propriedade não deve servir apenas as 
 
 
 
 
necessidades de seu proprietário mas de toda coletividade, e com isso a noção de propriedade privada 
se desenvolveu plenamente. 
 Ante o exposto, verifica-se que a propriedade privadaé fruto de um longo processo histórico, 
e é intimamente ligada ao capitalismo, porém reconhecida como direito natural e fundamental do 
homem. O status quo ao qual é lançado o homem que é proprietário de um bem, aliados a outros fatos 
que agregam valor, faz com que a propriedade privada passe a se revestir de relevante significado, 
passando a ser um direito e uma necessidade de toda a humanidade, ou pelo menos naquelas 
capitalistas. 
O conceito e valorização da família foi outro motivo que elevou a importância e valorização da 
propriedade, sendo que segundo Cruz (2015) nasceu com a valorização das relações familiares uma 
nova forma de pensar à propriedade pois esta era um meio de acumulação de riquezas e posses que 
antes não era vista com tanta importância, dando espaço com isso para a compreensão de qual o escopo 
social do indivíduo na “polis” pois quanto mais bens maior status, sendo que o acúmulo de riqueza 
representava a história daquela família gerações após gerações. 
No período da Idade Média, o homem não significava nada estando ele fora da “polis”, 
ou seja, a propriedade era elemento subjetivo de posição social e liberdade desse 
indivíduo. Nesta senda, a propriedade era considerada pelo ordenamento jurídico 
como sendo perpétua, absoluta e seu titular poderia usar e gozar dela com total 
autonomia (CRUZ, 2015). 
 
A propriedade, mais que um fenômeno jurídico é um fenômeno social e político. Com isso 
passou a propriedade privada a ser chancelada pelo ordenamento jurídico e legal da maioria dos países, 
inclusive o Brasil, que desde a sua primeira Constituição Federativa já comtemplava a propriedade 
privada e o direito à propriedade, porém nos moldes da época e sob a influência de acontecimentos 
como a Revolução Francesa, motivo pelo qual a propriedade durante as primeiras constituições 
brasileiras foi tutelada constitucionalmente e sem limitações. 
O direito à propriedade é assunto de grande importância, porque a questão tem um grande 
impacto social muito grande na sociedade moderna. A propriedade é um dos Direitos Reais previstos 
em nosso Código Civil, no artigo 1.225, I e tratado de forma mais profunda no artigo 1.228, do mesmo 
código, e evidencia que: 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
 
Art. 1. 228, o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito 
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
 
 
 
 
A propriedade é um direito complexo, absoluto, exclusivo e permanente, em que todas as 
questões de relacionamento jurídico devem estar sujeitas à vontade das pessoas e obedecer as 
disposições legais. A propriedade é o direito que uma determinada pessoa tem de usar, gozar e dispor 
de uma coisa e deve reavê-la onde ela estiver e das mãos de quem a possuir e a detiver injustamente. 
Dessa forma, trata–se do poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem 
corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como de 
reivindicá-lo de quem injustamente o detenha. 
É possível compreender que o Código Civil, não conceitua exatamente a propriedade. Diante 
da falta de um conceito na lei, a doutrina formalizou um conceito para propriedade, nas palavras de 
Gonçalves (2017, p. 242), que esclarece: 
Considerando-se apenas os seus elementos essenciais, enunciados no art. 1.228 
retrotranscrito, pode-se definir o direito de propriedade como o poder jurídico 
atribuído a uma pessoa de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, 
em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como de reivindicá-lo 
de quem injustamente o detenha. 
 
Considerando-se apenas os seus elementos essenciais, enunciados no art. 1.228 retrotranscrito, 
pode-se definir o direito de propriedade como o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, gozar e 
dispor de um bem, corpóreo ou incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, 
bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha. 
Ao discorrer sobre a propriedade é preciso analisá-la pela ótica do princípio da função social e 
econômica das propriedades previstas na Constituição Federal e no Código Civil. São elementos de 
constituição da propriedade, os previstos no artigo 1.228, do Código Civil, sendo eles: uso, gozo, a 
possibilidade de dispor da coisa e o direito de reaver a coisa. Os elementos de constituição de 
propriedade são os descritos abaixo. 
 Direito de uso: aquele denominado pela Doutrina de jus utendi, que foi herdado do Direito 
Romano, a sua aplicação se dá no uso da coisa, seja bem móvel ou imóvel (entre outras), ele segue a 
disposição do proprietário, como o ele pretende prevalecer de sua propriedade, Nader (2017, p. 130), 
descreve: 
Usar, em regra, é tirar proveito das utilidades que a coisa oferece, sem destruí-la. Para 
tanto, o proprietário deve encontrar-se na posse do objeto. Corresponde ao jus utendi 
dos romanos. O dono de uma casa de campo, por exemplo, possui a faculdade de 
frequentá-la, de usá-la a seu bel-prazer. 
 
Também há o direito ao gozo (denominado pela Doutrina de jus fruendi), ou de usufruir 
 
 
 
 
frutos resultantes da propriedade, permite ao proprietário o poder de adquiri vantagens econômicas 
dos bens que integram a sua propriedade, Nader (2017, p. 130): 
O direito de gozar – jus fruendi – confere ao proprietário o poder de perceber os frutos 
que a coisa produz. Ao valer-se de tal faculdade, o dono deve estar na posse da coisa. 
Conforme os autores realçam, o exercício desse poder implica também o de uso. 
Graças a esse poder o proprietário, que cultivou a terra, semeando-a, procede à 
colheita de seus frutos. Estes, todavia, não se limitam à dádivas da terra, pois alcançam 
também os rendimentos que a coisa produz, como os aluguéis. No caso de locação, 
verifica-se o desmembramento dos poderes inerentes ao domínio: enquanto o 
proprietário permanece com o jus fruendi, ojus utendi em caráter temporário fica em 
poder do locatário. 
 
Há também o direito de dispor da coisa, que é aquele também denominado de jus abutendi 
pela doutrina, que desprender a possibilidade do proprietário dispor da coisa a terceiro, aliena-lá a 
qualquer título, tanto de forma gratuita quanto onerosa. Nader (2017, p. 130): 
O poder de disposição da coisa, correspondente ao jus abutendi dos romanos, consiste 
na capacidade de o proprietário se desfazer do objeto, seja consumindo-o, alienando-
o ou dando-lhe qualquer outra destinação, atendidos os requisitos de lei. Nem todo 
direito de propriedade, contudo, se reveste desse poder, pois há os bens inalienáveis 
por força de lei ou de vontade. 
 
 O Direito de reaver a coisa, ou jus persoquendi é aquele que assegura ao proprietário seu o 
direito de reivindicar, reaver ou de restabelecer a coisa, no estado anterior a ameaça sobre a 
propriedade. 
 
 
6. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONSTITUCIONAIS 
 
Muito se fala sobre direitos fundamentais, porém a amplitude que atinge a expressão direitos 
fundamentais torna necessário uma limitação em sua conceituação e significado. Como a própria 
nomenclatura já externa, os direitos ditos fundamentais estão entre os direitos mais básicos de todo ser 
humano, sendo que existem atualmente inúmeros tratados e convenções internacionais que garantem 
proteção máxima a tais direitos, sendo que no Brasil os direitos fundamentais encontram-se tutelado 
pela Constituição Federal da República. 
A Constituição Federal é a lei maior de um Estado, sendo que segundo Silva (2014) a 
Constituição deve ser vista como instrumento de organização para a estrutura normativa do Estado, 
representante da soberania popular e elo entre outras normas existentes. É a Carta Magna a lei maior 
dentro de um país, sendo que todas os demais leis, atos e normas que forem criados estarem em 
consonância com as disposições constitucionais. 
 
 
 
A ConstituiçãoFederal tem soberania sobre todas as demais normas. Esse princípio já 
consolidado há tempos teve seu início com a teoria desenvolvida pelo jurista alemão Hans Kelsen. De 
acordo com Almeida (2012), uma das teorias que Hans Kelsen criou e que é importante herança foi a 
da pirâmide jurídica, usada para explicar o sistema constitucional, Kelsen acaba por concluir que o 
ordenamento jurídico é um sistema de normas e estas encontram-se em ordem hierárquica, seguindo 
normas da Constituição do país, que se encontra no topo da pirâmide. 
A Constituição Federal é a lei fundamental e suprema de um país e assim o é no Brasil. Serve 
ela de parâmetro de validade para todas as demais espécies normativas, que só podem existir se em 
harmonia com a Lei Maior, por isso esta situada no topo do ordenamento jurídico, sendo que dela 
emana todas as demais normas e atos. A Constituição Federal no Brasil passou por mudanças ao longo 
de sua história até chegar ao modelo atual, altamente democrático e soberano em suas normas. 
Segundo Lovato (2015), os direitos fundamentais podem ser definidos como os direitos do ser 
humano reconhecidos e positivados em esfera constitucional de um Estado determinado. Em outras 
palavras, direitos fundamentais são aqueles previstos e protegidos constitucionalmente, sendo 
positivados pela sua Constituição da República. 
O principal marco para a exigência e concretização dos Direitos Fundamentais foi a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU em 10 de dezembro 
de 1948. É formada por um conjunto de trinta artigos nos quais estão indicados os 
Direitos Fundamentais e suas exigências. Esta Declaração é considerada universal 
porque se dirige a toda a humanidade, devendo ser respeitada e aplicada por todos os 
países e por todas as pessoas, em benefício de todos os seres humanos, sem qualquer 
exceção (LOVATO, 2015). 
 
Para Silva (2012), os direitos fundamentais, ou liberdades públicas ou direitos humanos é 
definido como conjunto de direitos e garantias do ser humano institucionalização, cuja finalidade 
principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas 
de vida e desenvolvimento do ser humano, ou seja, visa garantir ao ser humano, o respeito à vida, à 
liberdade, à igualdade e a dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Esta proteção 
deve ser reconhecida pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais de maneira positiva. 
O artigo 5º da Constituição da República elenca o rol de direitos fundamentais, dividindo-os em 
cinco capítulos, sendo cada um desses capítulos dedicados a tipos de direitos específicos. Os direitos 
elencados no art. 5º da Carta Magna são direitos fundamentais a todo cidadão brasileiro, devendo assim 
ser respeitados. Tais direitos são ainda divididos em gerações, estando o direito à propriedade dentro 
da primeira geração. 
Para Humenhuk (2004, p. 53) os direitos fundamentais chamados de primeira geração, são 
 
 
 
 
teorizados pelo seu cunho materialista, ao qual, foram atingindo estas características através de um 
processo cumulativo e qualitativo designando uma nova universalidade com escopos materiais e 
concretos. Fazem parte os direitos fundamentais clássicos de primeira geração direitos básicos 
como à vida, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de religião, à participação política, 
entre outros. 
 
7. DIREITO À PROPRIEDADE COMO DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL 
 
A Constituição Federal atual é a mais democrática entre as que já existiram no país, assim como 
a que mais tutela os interesses e direitos, tanto coletivos como individuais, no entanto, pela Carta 
Magna e leis infraconstitucionais, os direitos coletivos sempre terão primazia entre os direitos 
individuais e privados, e assim o é com relação ao direito de propriedade, que somente poderá ser 
exercido de forma plena e com a tutela do Estado se for respeitado sua função social. 
Uma importante decisão política a respeito da função social da propriedade foi a 
Constituição Federal de 1987/88. Essa Constituição positivou a função social da 
propriedade na lei sob uma forma operacionalizável pelo Direito. Se a norma jurídica 
a respeito da função social fosse apenas a Declaração dos Direitos Humanos; ou a 
vaga garantia da função social dos atuais arts. 5º, XXIII, e 170, III, da Constituição 
Federal de 1988, a indeterminação e a respectiva dimensão decisória para a 
criatividade casuisticamente determinada estariam garantidas ao sistema jurídico. Mas 
os arts. 182 e 186 da CF/88 programaram condicionalmente a “função jurídica” da 
função social da propriedade, isto é, estabeleceram o “quem, sob quais requisitos, pode 
o quê” (SIMIONI, 2006, p. 121-122). 
 
Ainda para o autor acima, através dessa tradicional operação, toda decisão jurídica acerca da 
função social da propriedade pode trazer o diagnóstico jurídico de um evento social e verificar se ele 
cumpre com os requisitos legais trazidos pelos artigos 182 e 186 da Carta Magna, na forma dos seus 
respectivos regulamentos ordinários (SIMIONI, 2006, p. 122). 
Como bem coloca Melo (2013), na Constituição da República, o termo propriedade é 
conceituado de forma mais ampla, referindo-se a qualquer espécie de bem aferível patrimonialmente, 
tutelando diversas propriedades, não se limitando a garantia do direito de propriedade por consequência 
ao direito real, mas também aos direitos pessoais de conteúdo patrimonial. A propriedade, segundo a 
Lei Maior, abrange em seu manto não só os bens corpóreos como os incorpóreos que podem constituir 
objeto do direito, tendo porém como requisito ser redutíveis a dinheiro. 
O advento do Estado Moderno introduz na sociedade um poder de unificação do poder 
político fragmentado, converge para o aperfeiçoamento de uma ordem jurídica 
baseada na lei e consubstanciada numa ótica individualista da sociedade. Garante 
certeza e estabilidade fundamentais a racionalidade econômica e eleva a propriedade 
ao grau de direito fundamental, pois passou a integrar os direitos garantidos 
constitucionalmente (BORGES DE OLIVEIRA; ANDRADE LACERDA, 2011, p. 
 
 
 
729). 
 
O direito de propriedade encontra-se inserido em vários artigos da atual Constituição Federal, 
no entanto é seu artigo 170 que traz a maior inovação ao dispor sobre temas como ordem econômica e 
financeira e propriedade privada. 
Segundo Soares (2011), a atual Constituição Federal do Brasil veio a recepcionar os ideais do 
Estado do Bem Estar Social, estando inserido dentre os direitos e garantias individuais, o direito à 
propriedade, com a ressalva de sua função social entre os incisos XXIII e XXVI do seu Artigo 5º. 
Portanto tem-se que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 veio a recepcionar não 
somente o direito à propriedade como a sua limitação através do instituto da função social da 
propriedade. 
A Constituição Federa de 1988 previu inúmeras mudanças em especial com relação a tutela dos 
direitos fundamentais, e uma de suas maiores inovações foi trazer a relativização do direito à 
propriedade, visando com isso dar maior efetividade aos direitos fundamentais. Um ponto fundamental 
trazido por ela foi a necessidade da propriedade de cumprir sua função social através da aplicação em 
primeiro lugar dos interesses da coletividade. 
A função social da propriedade, instituída de maneira efetiva pela Constituição Federal de 1988, 
traz em seu bojo o dever intrínseco do proprietário de um bem em que propicie que este cumpra uma 
função social, ou seja, o direito a esta propriedade deve ser exercido visando precipuamente o interesse 
da coletividade. 
Segundo Oliveira (2011), a Carta Magna veio a estabelecer em seus art. 182, § 2º e 186 os 
requisitos necessários para que se atinja a finalidade da função social, eis que não é simples a definição 
do cumprimento da função social, pela propriedade, sendo que a mesmaatinge sua função social ao 
atender às exigências do Plano Diretor, cuja meta é garantir o bem-estar de seus habitantes. 
A propriedade é direito fundamental presente no artigo 5ª da Constituição Federal de 1988. O 
direito à propriedade é decorrente das bases da Revolução Francesa e os princípios norteadores: 
igualdade, liberdade, fraternidade e propriedade. No entanto, diferentemente dos direitos fundamentais 
a vida, a dignidade da pessoa humana e a igualdade, a propriedade não é um direito absoluto, ou seja, 
pode ser objeto de questionamento de ações e decisões emanadas pelos poderes públicos. 
Poder-Dever, o poder estabelecido na Revolução Francesa e posteriormente o Dever 
dado pelo caráter social que a propriedade deve ter. Desde a Revolução Francesa, 
muitas confusões se fizeram em torno do Termo Propriedade, ab initio, de conceituar 
a propriedade como sendo um direito, trazido pelos manuais acadêmicos, sem levar 
em consideração o Dever. Conseqüências desta ignorância levaram as grades 
acadêmicas a nominarem a disciplina de Direito das Coisas de Direito de Propriedade, 
 
 
 
 
Direito Civil Propriedade e tantos outros absurdos. O correto seria chamarmos de 
Direitos Reais o que corriqueiramente chamamos de Propriedade ou Direito das 
Coisas quando se inclui também a Posse (BORGES DE OLIVEIRA; ANDRADE 
LACERDA, 2011, p. 736). 
 
O advento da Carta Magna trouxe à tona o princípio da função social da propriedade, o qual 
não é mais concebido como absoluto. Muito embora alguns tenham entendido este advento como 
restrição ao direito subjetivo à propriedade, isso não se configura, sendo atualmente considerado como 
um elemento que agregou valor, e não restringiu direito algum. 
Ocorre que o instituto da função social foi apontado como um relativizador do direito à 
propriedade, e essa limitação trazida pela função social da mesma forma, é apontado como um 
complicador para a economia do país, na medida em que afasta possíveis investidores estrangeiros que 
se assustam com o poder interventor que o Estado detém atualmente na questão do direito à propriedade 
privada. 
A garantia da propriedade presume-se algo valioso, uma liberdade substantiva, que 
contribui para que os cidadãos desenvolvam suas capacidades, efetivamente criando 
condições materiais para a persecução de seus planos de vida. A propriedade constitui 
uma dessas liberdades básicas, bem inerente à dignidade de todo ser humano. Por isso, 
em determinado grau e amplitude invioláveis e indisponíveis, deve ser garantida a 
todos, independentemente do plano de vida de cada um (SÁ, 2019, p. 261-262). 
 
Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 tornou-se 
impossível falar em direito à propriedade sem falar na função social da propriedade, tendo inclusive o 
próprio conceito de propriedade sofrido alterações após o advento da referida Carta Magna. Isso porque 
o conceito de propriedade foi atrelado à sua função social, sendo desta indissociável. Com o advento 
da referida Lei Maior o direito à propriedade restou relativizado de forma normativa e efetiva. 
O artigo 173 da Carta Magna traz diversas limitações ao direito de propriedade, demonstrando 
com isso que tal direito não é absoluto, devendo em tempos contemporâneos estar de acordo com a 
função social, ou seja, com os interesses da coletividade, além de estar de acordo também com os 
interesses do Estado. Importante ressaltar ainda que a Constituição Federal de 1988 serviu como 
parâmetro para a confecção do novo Código Civil (CC) ao também determinar que a propriedade deve 
voltar-se para o bem comum. 
Os Direitos Fundamentais, previstos na Constituição Federal de 1988, elucidam o ordenamento 
civil, assegurando os direitos acerca da propriedade, assim como limite ao exercício de tal direito, 
tornando-se uma base imprescindível tanto para o Direito das Coisas também para o Direito Real. 
Podemos ver isso nitidamente no artigo 1.228 § 1° do Código Civil, observemos: 
 
 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito 
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade 
com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio 
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e 
das águas. 
 
Podemos constatar, que o dispositivo legal presente no Código Civil, determina que a 
propriedade necessita ser exercida em acordo com a função social e econômica, consequentemente, 
limitantes ao Direito de Propriedade. Isso é relevante, visto que, caso não seja empregada de forma 
correta, o proprietário, pode perder um dos componentes da propriedade ou até mesmo perder o título 
de proprietário, por não apresentar do animus domni sobre estipulado bem. 
 
8. O DIREITO À PROPRIEDADE E A SEGURANÇA JURÍDICA 
 
A segurança jurídica trata-se de um princípio que defendido em nome do coletivo, dando às 
decisões judiciais o caráter de imutabilidade e irrevogabilidade. Por ser um princípio, não pode ser 
valorado mais que os demais princípios existentes no ordenamento jurídico pátrio. Os princípios e 
garantias legais não podem se sobrepor aos demais, mas sim serem aplicados de maneira conjunta e 
harmônica a fim de melhor se aplicar ao caso concreto (LONGHINOTI, 2012). 
A importância da segurança jurídica é enorme, eis que as relações existentes seja entre os 
órgãos do Poder Público, seja destes com o cidadão e mesmo entre as relações entre particulares 
necessita-se da estabilidade e segurança, além de confiança de que as regulamentações envolvidas 
sejam legitimadas e com isso possam ser concretizadas. 
Para Casali (2006), elemento essencial para a compreensão da segurança jurídica é a certeza e 
para atender às necessidades de segurança jurídica o direito escrito prevaleceu sobre o costume, 
tornando a positivação do direito um paradigma que teoricamente tínhamos um sistema sem lacunas, 
capaz de oferecer precisão ao atendimento do intérprete e do aplicador da lei. 
Ainda com relação a segurança jurídica, sua importância é enorme, eis que as relações 
existentes seja entre os órgãos do Poder Público, seja destes com o cidadão e mesmo entre as relações 
entre particulares necessita-se da estabilidade e segurança, além de confiança de que as 
regulamentações envolvidas sejam legitimadas e com isso possam ser concretizadas. A isso se dá o 
nome de segurança jurídica. 
 
 
 
 
Percebe-se, pelo exposto, que a segurança jurídica compõe o valor justiça, fundindo-se a partir 
da realização das garantias da realização dos direitos fundamentais constitucionalmente assegurados 
(CASALI, 2006, p. 6280). 
As relações firmadas entre os entes ou órgãos do Estado, deste com o cidadão e entre 
os particulares, necessitam da estabilidade, especialmente no que diz respeito às 
regulamentações, contratos para que as expectativas desenhadas sejam legitimadas e 
concretizadas. Assim, no “caput do art. 5º, a Constituição garante a inviolabilidade à 
segurança jurídica. Cuida-se, sem dúvida, de outra garantia fundamental dos regimes 
democráticos, que consagra a proteção da confiança e a segurança de estabilidade das 
relações jurídicas constituídas”, ao contrário das Constituições anteriores, nossa 
Constituição Federal de 1988 alçou aos primeiros títulos direitos e garantias 
fundamentais, necessário diante da massacrante história de domínio do homem pelo 
homem (FREIRE, 2018). 
 
Realizadas tais considerações sobre a segurança jurídica, passar-se-á a discorrer sobre o direito 
à propriedade sob o contexto da segurança jurídica. Conforme já explanado, o direito à propriedade 
veio a ganhar certa relativização com a Constituição Federal de 1988, que veio a trazer outros institutoscomo a função social e a segurança jurídica como também merecedores da tutela jurídica e estatal. 
 
9. A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE E ESTADO INTERVENTOR 
 
Conforme já explanado em capítulos anteriores, o direito à propriedade no Brasil restou 
relativizado pela função social da propriedade, instituída de maneira efetiva pela Constituição Federal 
de 1988, que traz em seu bojo o dever intrínseco do proprietário de um bem em que propicie que este 
cumpra uma função social, ou seja, o direito a esta propriedade deve ser exercido visando 
precipuamente o interesse da coletividade. Essa relativização se deu na medida em que o Estado além 
de ter um papel altamente interventor ainda limitou o uso da propriedade por seu titular a esta cumprir 
sua função social. 
O instituto da função social, cuja previsão é constitucional, veio a limitar e relativizar o direito 
à propriedade, atrelando este direito a função social da propriedade. Não que anteriormente não 
existisse uma relativização, mas não nos moldes propostos pela atual Carta Magna, que trouxe a 
previsão expressa em seu art. 5º, XXIII. O argumento para tal previsão expressa foi o baseado na nova 
noção de sociedade e coletividade, em que os direitos e interesses coletivos devem sempre prevalecer 
sobre os individuais. 
O Texto Constitucional estabelece nos artigos 182, § 2º e 186 os requisitos a serem 
preenchidos para que se atinja a finalidade da função social, porque não é tarefa fácil 
definir quando se tem o cumprimento da função social, pela propriedade. Assim, a 
propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências do Plano 
Diretor, que tem por meta garantir o bem-estar de seus habitantes (OLIVEIRA, 2011). 
 
 
 
 
A função social acaba por reforçar a tese da dignidade da pessoa humana na medida em que só 
se obterá a plenitude da dignidade com a efetividade da justiça social, e esta só será alcançada, entre 
outros, com o instituto da função social da propriedade. A função social deve ser buscada pelo Estado, 
e só gozará com sua proteção aquele que respeitar esses fundamentos dando a sua propriedade uma 
função social, ou seja, no interesse da coletividade. Tem-se então que a dignidade da pessoa humana, 
a função social da propriedade são institutos intrinsicamente interligados. 
A propriedade é um instituto complexo que discorre sobre o estatuto do proprietário 
na sua essência respaldando a causa e os poderes atribuídos ao titular da propriedade. 
Logo, a propriedade que não serve aos interesses das sociedades principais, não 
merece ser protegida ou tutelada, pois não tem como prioridade, atender à função 
social sobre o direito à garantia da mesma (SILVA, 2011). 
 
A função social e a importância dada pelo legislador constituinte deriva em grande parte de 
conflitos de ordem agrária, em que os interesses rurais eram ferozmente disputados, colocando o 
judiciário em uma problemática em que tinham como ponto nevrálgico a propriedade. Por não existir 
uma previsão legal sobre a função social da propriedade, seus titulares detinham um enorme poder 
sobre estas, utilizando este direito por vezes de forma abusiva, como nos casos em que enormes 
territórios mantinham-se improdutivos por mera deliberação de quem detinha o poder sobre estas áreas. 
 Contudo, o advento da Carta Magna trouxe à tona o princípio da função social da propriedade, 
o qual não é mais concebido como absoluto. Muito embora alguns tenham entendido este advento 
como restrição ao direito subjetivo à propriedade, isso não se configura, sendo atualmente considerado 
como um elemento que agregou valor, e não restringiu direito. 
Ocorre que o instituto da função social foi apontado como um relativizador do direito à 
propriedade, e essa limitação trazida pela função social da mesma forma, é apontado como um 
complicador para a economia do país, na medida em que afasta possíveis investidores estrangeiros que 
se assustam com o poder interventor que o Estado detém atualmente na questão do direito à propriedade 
privada. 
De fato, ao normatizar o instituto da função social o legislador constituinte forneceu ao Estado 
um enorme poder de intervenção ao direito à propriedade, eis que obriga ao titular do direito à 
propriedade a utilizar o mesmo de forma que este cumpra a uma função social. Com isso limita o direito 
do titular na medida em que impõe ao mesmo um dever relativa a um direito privado e individual. 
E não é só neste aspecto que o poder interventor é apontado como excessivo eis que dá a ele 
poderes ao Judiciário na medida em que determina que o Judiciário é que deverá analisar e decidir 
 
 
 
 
sobre o cumprimento ou não da função social de uma propriedade em litígio. Ou seja, a determinação 
e comprovação de que uma propriedade privada atingiu ou não seu fim social é de caráter 
eminentemente subjetivo e deve ser apurado caso a caso. 
Esse entendimento da função social como um limitador do direito à propriedade não é unanime, 
sendo que muitos doutrinadores apontam a função social como um efetivador, uma forma de alcançar 
essa propriedade, seja de maneira direta ou indireta. 
O crescimento de um país é fato de extrema importância pois é a base da sobrevivência de uma 
nação e seu povo, e esse crescimento ocorre em grande parte em virtude da entrada de capital 
estrangeiro na economia do país através de investidores. Portanto tem-se que investimentos e 
empreendedorismo, principalmente de pessoas e capital estrangeiros, mostra-se um dos principais 
caminhos para o desenvolvimento e crescimento de uma nação, e o Brasil depende precipuamente de 
capital estrangeiro que se dá através de empreendedores e investidores estrangeiros. 
Para Guimarães (2000, p. 145), o capital estrangeiro permite o aumento do total de poupança 
disponível para investimento no país em desenvolvimento, inclusive em áreas nas quais detém a 
tecnologia mais avançada e tem experiência empresarial específica, sendo que com isso o 
desenvolvimento nacional pode ser acelerado porém com menor sacrifício e dificuldade política para 
a população e elites econômicas. 
 
A propriedade talvez seja o instituto de maior influência no ordenamento jurídico da 
sociedade contemporânea. No contexto do direito brasileiro, em especial, a 
propriedade adquire ainda maior relevância, quando consideradas as grandes 
disparidades decorrentes da desigualdade de renda e riqueza existentes em nossa 
sociedade. Na concepção capitalista, a propriedade pode representar um bem ou meio 
de produção, como é o caso da propriedade sobre a terra, quando responsável pela 
geração de alimentos e matéria-prima para a indústria. Sob essa perspectiva, a 
propriedade, aliada à força de trabalho, constitui uma das bases materiais que assegura 
a sobrevivência do homem do campo (SA, 2019, p. 243). 
 
É portanto, de extrema importância que os investidores estrangeiros se sintam atraídos por 
trazer seu capital ao Brasil, na medida em que este é o melhor caminho para o crescimento econômico 
do país. No entanto, questões como a função social da propriedade vem a trazer como consequência o 
efeito contrário, ou seja, o de afastar os investidores estrangeiros, em virtude do poder interventor que 
passou a deter o Estado brasileiro. 
Portanto, tem-se que a economia do país é afetada quando este relativiza o direito pleno à 
propriedade, como é o caso da função social da propriedade, que veio a relativizar o direito absoluto 
do titular deste direito na medida em que determina que a propriedade deverá cumprir sua função 
 
 
 
social, devendo portanto este proprietário colocar os interesses coletivos acima de seus direitos 
individuais e particulares. A relativização se deu também na determinação de que a propriedade que 
não cumpra sua função social poderá se expropriada. 
Não que a expropriação represente um dano em si, já que o proprietário dessa propriedade 
desapropriada receberá o seu valor em indenização,porém mesmo assim apresenta a expropriação um 
aspecto relativizador na medida em que impõe a obrigatoriedade do cumprimento da função social de 
uma propriedade. 
De toda sorte, o conceito de propriedade como um direito absoluto em que se visa apenas e tão 
somente os interesses individuais do proprietário não mais existe, eis que o conceito de propriedade 
esta intrinsicamente ligado ao de função social, não se confundindo ambos os institutos, mas sim se 
complementando na medida em que um não subsiste sem o outro. E essa complementação encontra-se 
plenamente regulada eis que a premissa da função social ganha legitimidade na medida em que o direito 
privado esteja em consonância com os preceitos constitucionais. 
Como bem coloca Oliveira (2011), a função social deverá ser plenamente garantida e o mais 
importante, o social, o público deverá prevalecer sobre o particular. Por isso o estado se mune de 
diversas “armas” para garantir a plena função social da propriedade. Com isso o autor quer dizer que 
a função social veio como um instituto constitucional que veio ao encontro do entendimento atual sobre 
a prevalência dos interesses sociais e coletivos sobre o direito individual do titular sobre sua 
propriedade. 
Com relação a limitação trazida pelo Estado interventor ao direito à propriedade através do 
instituto da função social, é essa limitação apontada por muitos como indevida e até inconstitucional, 
na medida em que vem trazer limitação a um direito fundamental plenamente protegido e tutelado pela 
Constituição Federal pátria, que sem seu art. 5º vem proteger o direito à propriedade. 
Ora, se o direito à propriedade é garantido constitucionalmente, qualquer limitação a este direito 
encontra-se em desacordo com o texto constitucional, e limitar o direito de um proprietário de se 
utilizar e dispor da maneira que melhor lhe convir de sua propriedade apresenta-se como uma 
incongruência jurídica e social. E ter o Estado o poder de desapropriar um imóvel que não esteja 
cumprindo com sua função social também é apontado como excesso de poder interventor por parte do 
Estado. 
O direito à propriedade é de tal importância que no Brasil foi alçado ao título de direito 
fundamental. Com base neste aspecto, o instituto da função social que determina que a propriedade 
deverá cumprir sua função social veio a trazer uma relativização a este direito, sendo que essa 
relativização é apontada como geradora de insegurança jurídica. 
 
 
 
 
A função social da propriedade faz com que o titular do direito de propriedade esteja 
submetido a condições limitadoras ao exercício deste seu direito ao ajustar o direito à propriedade aos 
ditames do Direito Público ao impor a mesma um cunho eminentemente social. Na medida em que a 
função social da propriedade é um poder-dever, passa esta a ser um elemento integrante da própria 
propriedade. 
Importante acrescentar que a não observância dos ônus e obrigações referentes ao 
exercício do direito de propriedade acarreta a perda da tutela constitucional e legal de 
sua titulariedade. Em outras palavras, a desobediência à função social da propriedade 
enseja a perda da garantia e reconhecimento desse direito, como forma de sanção ao 
mau comportamento proprietário, ensejando, por vezes e em casos extremos, a 
intervenção estatal na propriedade privada sob a forma de desapropriação (SOUSA, 
2013). 
 
Importante observar que a função social da propriedade se traduz em uma restrição na medida 
em que vem a limitar o exercício de um direito pelo seu titular, que no caso da função social é o direito 
à propriedade. Porém esse restrição não é considerada por todos como uma relativização ao direito à 
propriedade. 
Para Oliveira; Meira e Meira (2010), a função social da posse não pode ser vista como uma 
limitação ao direito de propriedade e sim como uma exteriorização do conteúdo agregado da posse, 
através da qual se permite uma visão mais abrangente de sua utilidade social, bem como de sua 
autonomia em face de outros institutos jurídicos. 
Em termos práticos, a função social da propriedade vem limitar o direito à esta propriedade 
na medida que autoriza a perda da propriedade por institutos como desapropriação e usucapião para 
aquelas propriedades que não venham a cumprir com sua função social. Tem-se com isso que a desídia 
e o abandono do bem por seu titular podem trazer como consequência a perda dessa propriedade em 
favor daquele que detém a posse que cumpre o dever social de exploração e aproveitamento. 
Através da função social da propriedade tem-se que o seu exercício individual pelo seu titular 
precisa ser condizente à sua utilidade e caso haja a violação dessa regra por esse titular o Estado através 
de seu Poder Judiciário pode promover a intervenção nessa propriedade com a intenção de lhe dar uma 
melhor destinação. Isso se traduz em desocupação, desapropriação, usucapião entre outras formas de 
se dar nova destinação a uma propriedade que foi retirada de seu titular por não ter ela cumprido com 
a sua função social. 
Uma importante decisão política a respeito da função social da propriedade foi a 
Constituição Federal de 1987/88. Essa Constituição positivou a função social da 
propriedade na lei sob uma forma operacionalizável pelo Direito. Se a norma jurídica 
a respeito da função social fosse apenas a Declaração dos Direitos Humanos; ou a 
vaga garantia da função social dos atuais arts. 5º, XXIII, e 170, III, da Constituição 
Federal de 1988, a indeterminação e a respectiva dimensão decisória para a 
 
 
 
criatividade casuisticamente determinada estariam garantidas ao sistema jurídico. Mas 
os arts. 182 e 186 da CF/88 programaram condicionalmente a "função jurídica" da 
função social da propriedade, isto é, estabeleceram o "quem, sob quais requisitos, pode 
o quê" (SIMIONI, 2006, p. 111). 
 
Tem-se ainda que a relativização ao direito à propriedade acaba por afastar investidores 
estrangeiros, na medida em que aumenta o poder interventor do Estado e limita o poder do titular sobre 
sua propriedade. Como o crescimento do país depende em grande parte do capital de investidores 
estrangeiros, essa relativização trazida pelo instituto da função social da propriedade acaba por trazer 
óbice ao desenvolvimento e crescimento do país. 
As limitações ao direito à propriedade trazida pelo instituto da função social acabam por afastar 
o empreendedorismo pois funciona como uma barreira ao mesmo. Aliado a outras questões que acabam 
por afastar os investidores estrangeiros como o sistema tributário nacional e os direitos trabalhistas, 
acaba por igualmente, a função social que veio a relativizar o direito à propriedade acaba por servir 
como uma barreira a entrada de capital estrangeiro no país através de empreendedores estrangeiros. 
Tais limitações colocam o Brasil em uma esfera econômica pouco competitiva e altamente 
regulada, na medida em que afasta os investidores estrangeiros e com isso vem a limitar o interesse em 
empreender no país, o que faz sua economia se tornar ainda menos competitiva. As limitações trazidas 
pelo instituto da função social da propriedade acabam, portanto, a atingir não só o titular do direito à 
propriedade, mas atinge de forma negativa a economia do país e toda a sociedade, causando detrimento 
como um todo, na medida que vem limitar os investimentos estrangeiros. 
Frente ao que foi estudado pode-se concluir que o direito à propriedade é de fato no Brasil um 
direito relativizado, através da intervenção do Estado que utiliza desse poder para entre outras coisas 
promover a função social da propriedade. Essa relativização é vista por muitos doutrinadores como 
positiva e necessária, no entanto os efeitos práticos verificados é de que a relativização traz 
consequências que não são benéficas como o afastamento de investidores e empreendedores 
estrangeiros. 
 
CONCLUSÃO 
O trabalho teve por escopo proceder ao estudo sobre odireito à propriedade, através de um 
enfoque constitucional e no contexto de segurança jurídica. Para isso iniciou-se discorrendo-se 
brevemente sobre a propriedade sob uma perspectiva legal, histórica e doutrinária, passando-se na 
sequência a discorrer-se sobre direitos constitucionais, e sobre o direito à propriedade como direito 
constitucional, finalizando com o tópico sobre o direito à propriedade e a segurança jurídica. 
 
 
 
 
Buscou-se ao longo da realização do presente trabalho demonstrar e esclarecer todos os 
aspectos relativos ao direito à propriedade no Brasil, tanto à luz das normas pertinentes as sociedades 
como com relação a incidência das normas civilistas e processualista pátrias, e à luz dos princípios e 
direitos fundamentais constitucionais. 
O direito à propriedade existe no Brasil desde as primeiras Constituições da República, tendo 
sido considerado absoluto por certo lapso de tempo, vindo depois a sofrer certa relativização com a 
promulgação da Constituição Federal de 1988, que veio a trazer o instituto da função social da 
propriedade e a proteção maior ao bem coletivo, de forma a se ter segurança jurídica nas relações. 
Tendo trazido a atual Carta Magna a figura da função social da propriedade, esta restou 
relativizada, devendo-se colocar em primeiro lugar os interesses sociais e coletivos, mesmo acima do 
direito à propriedade privada. 
Da investigação do direito de propriedade em tempos atuais concluiu-se que a relativização 
ocorrida ao direito à propriedade com o advento do instituto da função social da propriedade, apesar 
do discurso do legislativo constituinte da tutela dos interesses do coletivo, veio na verdade a trazer um 
maior poder interventor do Estado nos direitos privados do indivíduo na medida que limita seu poder 
à propriedade e lhe impõe um dever que vai além de seus interesses individuais, interesses esses 
inclusive protegidos e tutelados constitucionalmente. 
 
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