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CONTESTAÇÃO REPARAÇÃO DE DANOS ACIDENTE

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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª. Vara Cível da Comarca de Jaboticabal -SP. 
Processo nº 333333-33.2020.8.26.0333
AUTO VIAÇÃO QUEBRADEIRA LTDA, ora representado por seu sócio administrador (contrato social anexo), já qualificada nos autos, por seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço profissional na Avenida Tiradentes nº 155, Centro, Guarulhos –SP, endereço eletrônico chpiresneto@gmail.com, vem, tempestivamente, nos autos da ação de reparação de danos que lhe move EPAMINONDAS PEDREIRA JABUTICABEIRA, também qualificado, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 335 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar sua contestação, expondo e ao final, requerendo o seguinte: 
RESUMO DA INICIAL: 
1. Trata-se de ação proposta pelo autor com o escopo de obter a reparação de danos causados por uma colisão entre o seu veículo e um ônibus da empresa ré, que lhe gerou um prejuízo patrimonial.
2. Narra o autor que, em 10 de abril de 2.017, o funcionário da ré dirigia um ônibus da empresa pela avenida A, quando, no cruzamento entre as Avenidas “A” e B”, teria avançado o sinal vermelho e colidido com o veículo de propriedade do autor Ford, modelo Escort, ano 1971, ano 1970, placas GGG-0000.
3. Alega, em suma, que a culpa pelo acidente de trânsito foi do motorista da ré, que foi imprudente ao avançar o sinal semafórico, razão pela qual a empresa teria o dever de reparar os danos gerados no veículo do autor, no importe de R$15.000,00 (quinze mil reais). 
4. No entanto, as alegações do autor não merecem prosperar, conforme se demonstrará adiante.
PRELIMINARMENTE. 
I- DA IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
5. Primeiramente, vem a requerida impugnar a gratuidade de justiça requerida e concedida ao autor por este douto juízo, nos termos do artigo 337, XIII do Código de Processo Civil.
6. Alega o autor na inicial que está passando por dificuldades econômicas, situação que o impede de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais, sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
7. Contudo, fato é que o autor não faz jus aos benefícios da Justiça Gratuita, eis que é empresário, possui várias lojas de conveniência em postos de gasolina, participando de reuniões e festas, como demonstrado no seu perfil nas redes sociais, de sorte que detém um padrão de vida que não condiz com uma pessoa economicamente hipossuficiente.
8. Logo, considerando que a declaração de pobreza apresentada gera presunção apenas relativa de pobreza da parte, e ainda, que os documentos ora carreados aos autos demonstram que o autor é empresário e possui condições financeiras de arcar com as custas do processo, não preenchendo os requisitos dos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, faz-se mister a revogação do benefício legal.
II -DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
9. Outrossim, a empresa requerida foi citada para responder aos termos da presente ação de indenização por danos materiais decorrentes de acidente de trânsito envolvendo veículo de sua propriedade.
10. Deste modo, considerando que o referido ônibus envolvido na colisão encontra-se segurado e de acordo com a respectiva apólice de seguro, o contrato abarca indenização por danos causados a terceiros, requer a denunciação da lide em relação à Seguradora PAPADEFUNTO S/A.
11.Dispõe o Art. 125, inciso II, do Código de Processo Civil: É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
12.Assim, considerando que o acidente ocorrido com o veículo ocorreu dentro do período de cobertura da apólice de seguro e que, por força do contrato, a Seguradora PAPADEFUNTO S/A possui o dever de indenizar a requerida, caso esta saia vencida na presente demanda, vem denunciar a seguradora para integrar a presente relação processual, nos termos do artigo 125, II, do CPC.
NO MÉRITO. DA CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR
13.No mérito, razão não assiste o autor, eis que inexiste conduta ilícita por parte da requerida ou de seu motorista, tampouco nexo causal entre a conduta da empresa ré e os danos experimentados pelo autor, devendo a demanda ser julgada totalmente improcedente.
14. Primeiramente, observa-se que o caso concreto é pautado na responsabilidade subjetiva, pela qual o autor deve demonstrar a existência de dolo ou culpa na conduta tida por ilícita, não podendo se responsabilizar a empresa ré diante da imprudência cometida pelo autor na condução do veículo, à data dos fatos.
15. Assim sendo, não comprovada a existência de ação ou omissão do réu que enseje a responsabilidade por indenizar, ocorre uma quebra do nexo de causalidade entre a conduta e o dano, não havendo, portanto, razão para responsabilizar o réu por um fato a que não deu causa. Tal excludente decorre de um princípio lógico de que ninguém poderá ser responsabilizado por atos que não cometeu ou para os quais não concorreu.
16. Isso porque, conforme apurado em processo interno de sindicância da requerida, verificou-se que o autor da presente ação teria sido o culpado pelo acidente, pois, ao não perceber que o semáforo local não estava funcionando corretamente, atravessou o cruzamento, inobstante a preferência fosse do ônibus, que vinha da direita e já tinha ultrapassado mais da metade do cruzamento. 
17. Ou seja, o autor foi quem deixou de observar as regras de trânsito vigentes, infringindo os termos do Código de Trânsito Brasileiro, que expressamente no art 29, dispõe: O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
18. Portanto, considerando que o autor foi quem deu causa ao acidente, agindo com culpa na condução do seu veículo, vindo, de forma imprudente, a colidir com o ônibus da requerida, ausentes os requisitos legais para a configuração da responsabilidade civil da ré, nos termos dos artigos 186 e 927, caput, ambos do Código Civil, devendo, pois, ser julgado totalmente improcedente o pedido inaugural.
IV-DA RECONVENÇÃO
19.Por outro lado, considerando que o autor foi culpado pelo acidente de trânsito em comento, vem a requerida apresentar reconvenção em face do autor, com o escopo de ser ressarcido do prejuízo causado pela colisão dos veículos.
20.Sendo assim, cumpre salientar que o ônibus de propriedade da ré sofreu avarias na lateral esquerda devido à colisão causada pelo autor e que, pelo orçamento de menor valor para o conserto do veículo, o dano material perfaz o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
21.Assim, requer seja deferido o processamento da presente reconvenção, e ao final, julgado totalmente procedente o pedido em face do autor, para fins de ressarcimento do valor indicado, nos termos do artigo 343 do CPC.
V-DOS PEDIDOS 
22. Ante o exposto, aguarda seja acolhida a preliminar, para revogar os benefícios da justiça gratuita outrora concedidos ao autor; bem como seja denunciada à lide a Seguradora PAPADEFUNTO S/A, pessoa jurídica de direito público, requerendo a sua citação no seguinte endereço: Avenida São Luís, número 10, Centro, CEP 44444-444, Município de São Paulo; juntando-se, para tanto o comprovante de pagamento das custas processuais referentes à diligências.
23.No mérito, seja julgada totalmente improcedente o pedido inicial, condenando-se o autor no pagamento das custas, despesas processuais e honorários de advogado, nos termos da lei;
24. Ainda, requer que seja o autor/reconvindo intimado para, se assim o quiser, apresentar resposta à presente reconvenção no prazo legal – art. 343, §1º CPC;
25. Por fim, seja julgada procedente a presente reconvenção, para o fim de condenar o autor ao pagamento de indenização por danos materiais no importe de R$ 20.000,00, acrescido de honorários advocatícios, à razão de 10% sobre o valorda condenação.
VI- DAS PROVAS 
26. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Guarulhos – SP, 04 de maio de 2021.
CARLOS HENRIQUE PIRES NETO
OAB/SP 28268403

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