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Brucelose canina REVISADO

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Brucelose canina, um dos grandes medos dos canis. 
	A evolução do convívio entre seres humanos e cães, faz com que o controle de zoonoses seja necessário e indispensável. A brucelose canina é uma doença presente no Brasil, o que desencadeia muito prejuízo para os criadores de cães devido a redução de taxas e índices reprodutivos das matrizes e machos reprodutores, além de ser uma doença extremamente relevante para as questões de saúde pública. O médico veterinário responsável pelo canil deve ser capaz de identificar precocemente os animais infectados, principalmente quando há histórico de abortamento ou de animais com desempenho reprodutivo baixo, impedir a contaminação humana e grandes perdas econômicas. 
	A brucelose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria do gênero Brucella e considerada uma antropozoonose de distribuição mundial (doença que desenvolve primeiramente em um animal e depois é transmitida para o ser humano). Esse tipo de bactéria é divido em dois grupos geneticamente distintos sedo que, a que iremos abordar, é a Brucella canis. 
Os cães são hospedeiros definitivos, ou seja, para transmitir a doença, os cães devem estar obrigatoriamente contaminados. Devido a relação estreita entre cão e homem e por se tratar de uma zoonose, sem o controle adequado e eficiente, o cão pode transmiti-la para o ser humano, acarretando implicações na saúde pública.
	A infecção por Brucella canis (B. canis) ocorre através do contato de cães saudáveis com cães infectados pela ingestão de material contaminado, aerossóis de restos de placentas, descargas vaginais e fetos abortados. Cães que estão em áreas da zona rural, podem se contaminar por Brucella Abortus através do contato direto com bovinos infectados, ingerindo restos de placenta, fetos abortados e produtos de origem animal in natura.
	A transmissão dessa doença para seres humanos pode ocorrer através do contato direto com cães infectados, secreções ou por exposição direta com a bactéria em laboratórios e pesquisas. A contaminação mais frequente é através de cadelas que abortaram e suas secreções. A Brucella entra no organismo hospedeiro pelas mucosas do trato digestivo, nasal, genital, ocular ou lesões abertas na pele – para os animais, a principal porta de entrada é a mucosa oral (orofaríngea). 
Após a contaminação, as bactérias colonizam principalmente órgãos como o fígado, baço e linfonodos (principalmente os supra mamários), podendo acarretar alterações inflamatórias como hepatomegalia (aumento patológico do fígado), esplenomegalia (aumento patológico do baço) e hiperplasia linfoide (aumento exacerbado dos linfonodos).
	Vendo que a Brucella canis infecta preferencialmente testículos, próstata, útero e vagina dos canídeos, temos os sintomas principais da Brucella como: o aborto e a infertilidade nas fêmeas e orquite e epididimite nos machos. Ainda neste aspecto, o fato de se isolar a maior parte da quantidade de bactérias na urina de machos, justifica sua capacidade de infectar a próstata. 
É possível também notar uma alteração dermatológica no testículo dos machos, já que, em decorrência da dor causada pela epididimite, haverá uma dermatite escrotal devido o excesso de lambeduras na região. Esta dermatite pode acarretar uma infecção secundária por outras bactérias, como a Staphylococcus aureus. A partir da quarta semana de infecção, o espermatozoide começa a apresentar alterações significativas que farão o prognostico desse animal para a reprodução seja desfavorável. 
Em aspectos de saúde pública devemos observar que muitos cães levam a forma assintomática da doença, que é a PRINCIPAL fonte de infecção e disseminação. Humanos infectados apresentam depressão, icterícia (aspecto da pele amarelado) e febre intermitente. 
	Para a realização de um diagnóstico preciso, é necessário todo tipo de informação, inclusive o histórico do canil e dos animais presentes ali. É de grande importância o histórico de abortos das matrizes no terço final de gestação, nascimento de cães mortos ou muito fracos que morrem logo após o parto, entrada de animais sem diagnóstico livre de brucelose ou até mesmo o seu cruzamento. 
A confirmação do diagnóstico de brucelose canina deve ser fundamentada em testes sorológicos ou na demonstração do organismo por cultivo. O isolamento e a identificação de B. canis é um método de alta especificidade diagnóstica, no entanto, sua sensibilidade pode ser baixa em função de vários parâmetros como a eliminação intermitente do agente, coleta inadequada, má conservação do material biológico e uso de antibióticos. A B. canis pode ser isolada de diversos tecidos e secreções, como sangue, linfonodos, baço, fígado, medula óssea, próstata, urina, sêmen, fetos abortados e secreções vaginais durante o estro, no pós-aborto e pós-parto (CARMICHAEL, 1998). As amostras para exame bacteriológico devem ser coletadas de forma asséptica (limpa e isolada), acondicionadas em meio de transporte específico e encaminhadas em poucas horas ao laboratório. Se o tempo entre a coleta e o processamento for elevado, é interessante que as amostras sejam congeladas a -20 C° até seu processamento laboratorial, tornando é imprescindível que a temperatura de armazenamento seja mantida durante todo o tempo de transporte sob pena de perda de viabilidade da B. canis (CARMICHAEL, 1998). 
É importante empregar procedimentos de segurança biológica no manuseio e na coleta de materiais suspeitos de infecção por B. canis, pois a brucelose canina é uma zoonose de transmissão por aerossóis, ingestão e contato com mucosas ou soluções de continuidade. Visando a segurança pessoal e minimizar riscos de transmissão, deve-se sempre utilizar material de proteção individual como luvas, óculos, máscara, gorro e aventais (SANTOS et al., 2005). 
	A confirmação do diagnóstico deve ser realizada através de testes sorológicos ou na demonstração do organismo. Megid et al. (2002) utilizaram rifampicina e estreptomicina, simultaneamente à indicação de orquiectomia bilateral (dos dois testículos) em um cão com brucelose. Esses autores relatam que esse protocolo empregado ao animal que foi relatado, juntamente da castração, está sendo utilizado em alguns casos específicos no Serviço de Enfermidades Infecciosas. 
No caso de cães de alto valor genético/econômico ou afetivo, a terapia está sendo indicada de forma bem criteriosa, preferencialmente na ausência de crianças no domicilio. Ressaltamos que a terapia de cães com brucelose deve ser rigorosamente avaliada pelo médico veterinário responsável e indicada EXCLUSIVAMENTE em condições especificas do caso. 
	- CONSULTE SEMPRE UM MÉDICO VETERINARIO
- CONSULTE CANIS IDONEOS
- NÃO PEÇA CONSULTA ONLINE
- NÃO FAÇA RECEITAS CASEIRAS
- SE ADOTAR ALGUM ANIMAL, FAÇA UMA ADOÇÃO RESPONSÁVEL
- DENUNCIE MAUS TRATOS

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