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3 Avaliação - Doenças Infecciosas dos Animais Domésticos

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3ª Avaliação - Doenças Infecciosas dos Animais Domésticos
1. Como deve ser feita a notificação de suspeita de doença vesicular? Em caso de confirmação da suspeita, quais são os procedimentos necessários? 
Segundo a normativa n: 44, de 2 de outubro de 2007 ,escrito no capitulo III;
Art. 4º As doenças vesiculares infecciosas são de notificação compulsória. Todo médico veterinário, produtor rural, transportador de animais, profissionais que atuam em laboratórios veterinários oficiais ou privados e em instituições de ensino e pesquisa veterinária que tenham conhecimento de casos suspeitos de doença vesicular, ficam obrigados, em prazo não superior a 24 horas do conhecimento da suspeita, a comunicar o fato ao serviço veterinário oficial.
1º No caso de o notificante ser proprietário ou responsável pela exploração pecuária com casos suspeitos de doença vesicular, deverá interromper a movimentação dos animais, produtos e subprodutos de origem animal, até autorização por parte do serviço veterinário oficial.
§ 2º A notificação da suspeita poderá ser efetuada pessoalmente ou por qualquer meio de meio de comunicação disponível, resguardado o direito de anonimato.
3º Todas as notificações de casos suspeitos de doença vesicular devem ser registradas pelo serviço veterinário oficial, que deverá atendê-las dentro do prazo de 12 (doze) horas contadas a partir de sua apresentação, seguindo as orientações constantes no plano de ação adotado pelo serviço veterinário oficial.
§ 4º A infração ao disposto no caput deste artigo deverá ser devidamente apurada pelo serviço veterinário oficial que, quando for o caso, representará contra o infrator junto ao Ministério Público.
§ 5º Caso o infrator seja médico veterinário, além do disposto no § 4º deste artigo, o serviço veterinário oficial deverá encaminhar denúncia formal ao Conselho Regional de Medicina Veterinária.
§ 6º O serviço veterinário oficial nas unidades da Federação é responsável pela implantação de campanhas educativas de esclarecimento, informando e preparando a comunidade para imediata notificação de casos suspeitos de doença vesicular comunicação disponível, resguardado o direito de anonimato.
 Art. 11. A confirmação de doença vesicular pelo serviço veterinário de inspeção em matadouros, no exame ante-mortem ou no post-mortem, deve ser imediatamente comunicada ao serviço veterinário oficial da Unidade da Federação envolvida.
2. Explique como ocorreu a formação e expansão da zona livre de febre aftosa no Brasil.
Art. 13. O reconhecimento e a manutenção de zonas livres de febre aftosa no país, assim como o restabelecimento da condição sanitária após a reintrodução do agente viral, seguem as diretrizes preconizadas pela OIE.
§ 1º A condução do processo de reconhecimento de zona livre de febre aftosa, com ou sem vacinação, é de responsabilidade do MAPA e apresenta as seguintes etapas:
I - avaliação do cumprimento das condições técnicas e estruturais exigidas, por meio de supervisão e auditorias do MAPA;
II - declaração nacional, por meio de ato do MAPA, de reconhecimento da área envolvida como livre de febre aftosa, com ou sem vacinação, com base em parecer favorável do MAPA; e
III - encaminhamento à OIE de pleito brasileiro, fundamentado tecnicamente, solicitando o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa, com ou sem vacinação.
§ 2º Para uma Unidade da Federação ou parte de Unidade da Federação ser reconhecida como zona livre de febre aftosa ou como zona tampão, deverá apresentar, no mínimo, classificação BR-3 (risco médio) para febre aftosa ou outra classificação de risco semelhante que venha a ser adotada pelo MAPA.
Art. 14. A manutenção da condição sanitária nas zonas livres de febre aftosa exige a implementação de atividades contínuas de vigilância epidemiológica, incluindo os seguintes aspectos, sem prejuízo de outras normas e procedimentos estabelecidos pelo MAPA:
I - controle nos pontos de ingresso representados por postos de fronteira internacional, postos de divisa interestadual, portos, aeroportos, aduanas especiais, lojas francas ou quaisquer recintos alfandegados, pistas de pouso, rodoviárias e collis posteaux, incluindo a inspeção de bagagens dos passageiros;
II - permissão de ingresso de animais, produtos e subprodutos de risco para febre aftosa somente após avaliação pelo serviço veterinário oficial;
III - proibição de manutenção e manipulação de vírus da febre aftosa íntegro, exceto naquelas instituições com nível de biossegurança apropriado e oficialmente aprovadas pelo MAPA;
IV - proibição do ingresso e da permanência de animais em lixões ou aterros sanitários e da retirada de restos de alimentos desses locais para a alimentação de animais;
V - proibição do uso, na alimentação de suídeos, de restos de comida, de qualquer procedência, salvo quando submetidos a tratamento térmico que assegure a inativação do vírus da febre;
VI - identificação e monitoramento de possíveis pontos de risco para ingresso de animais, produtos e subprodutos em desacordo com a presente Instrução Normativa;
VII - identificação específica, no cadastro do serviço veterinário oficial, de estabelecimentos que representem maior risco para introdução do vírus da febre aftosa;
VIII - identificação específica de produtores rurais que possuam explorações pecuárias em outras Unidades da Federação ou países;
IX - intensificação da vigilância epidemiológica nas explorações pecuárias, com prioridade aos estabelecimentos mencionados nos incisos VII e VIII do presente artigo; 
X - implementação e manutenção de equipes volantes de fiscalização.
§ 1º Todos os animais susceptíveis à febre aftosa, seus produtos e subprodutos, materiais, substâncias ou qualquer produto veterinário que possa veicular o agente viral, que ingressarem em zonas livres, com ou sem vacinação, em desacordo com esta Instrução Normativa, deverão ser enviados ao sacrifício sanitário ou destruídos.
§ 2º A juízo do serviço veterinário oficial, os produtos e subprodutos obtidos do sacrifício sanitário ou da apreensão de que trata o § 1º, art. 14 desta Instrução Normativa, poderão ser destinados ao consumo desde que atendidas as garantias de saúde pública e de saúde animal.
§ 3º Os restos de alimentos transportados ou consumidos em viagens aéreas, marítimas, fluviais ou terrestres deverão ser destruídos sob supervisão do serviço veterinário oficial, por metodologia.
3. Muitas doenças podem ser confundidas com a febre aftosa. Conhecendo o impacto que um diagnóstico falso positivo pode provocar, responda: a) quais doenças devem ser incluídas no diagnostico diferencial da febre aftosa; b) independente da confirmação laboratorial, como é possível diferenciar estas doenças da febre aftosa a partir de manifestações clínicas, patológicas e epidemiológicas?
a) Devem ser incluídas no diagnostico diferencial da febre aftosa: estomatite vesicular, enfermidade vesicular do suíno, exantema vesicular do suíno, língua azul, rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), diarreia viral bovina - enfermidade da mucosa - (BVD), febre catarral maligna (tipo Americano) (FCM), mamilite herpética bovina, estomatite papulosa bovina, Ectima contagioso, Intoxicação por fungo do gênero Clavaria ou Ramaria sp., Intoxicação por Pithomyces Chartarum (eczema facial), Actinobacilose, dermatofilose, Estomatites traumáticas.
b) A estomatite vesicular - clinicamente não diferenciada da febre aftosa quando as espécies afetadas são suscetíveis a esse vírus, mas se levará em conta que os eqüídeos são refratários à aftosa. Caracteriza-se por febre, vesícula na boca, focinho, narinas, mamilos, espaço interdigital, coroa e ranilha dos cascos. Afeta o gado doméstico, incluindo os eqüídeos, que são em muitas ocasiões o único afetado, e o porco silvestre.
A enfermidade vesicular do suíno - não registrada no continente americano, afeta somente os porcos. caracterizada por febre, vesículas na boca, focinho, narinas, espaço interdigital, de rápida difusão em populações suscetíveis. Clinicamente não se diferencia da febre aftosa, sendo uma enfermidade causadapor um vírus da família Picornaviridae, mas de gênero Enterovírus, estável a uma ampla gama de pH de 2.5 a 12.0, o que deve ser tomado em conta no envio do material ao laboratório.
O exantema vesicular do suíno - é uma enfermidade que em forma natural foi reportada somente nos Estados Unidos, entre 1932 e 1955, e desde então não foi diagnosticada em nenhuma outra parte do mundo. É caracteriza-se pela formação de pequenas vesículas do tamanho da cabeça de um alfinete a outras de vários centímetros de diâmetro, próximo de boca, focinho, pés, úbere e mamilos.
A língua azul - caracterizada por lesões no focinho, coronite severa, hemorragias multissistêmicas e possíveis malformações. Afeta ovinos, caprinos, bovinos e ruminantes selvagens. Nos ovinos e caprinos, a enfermidade caracteriza-se por uma grande inflamação da mucosa nasal e bucal, que em alguns casos compromete o aparelho digestivo. Afeta ovinos, caprinos, bovinos e ruminantes selvagens.
A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) - do gado bovino; caracterizada por lesões bucais, transtornos respiratórios e reprodutivos. Tem uma variedade de formas clínicas a uma infecção inaparente. Os sintomas podem ser respiratórios, digestivos, oculares, reprodutivos, nervosos ou dérmicos. O clássico quadro clínico é: temperatura de 40-42 ºC, caída brusca da produção láctea, anorexia, depressão, dificuldade respiratória, dispnéia, tosse, hiperemia e corrimento nasal soromucoso a muco purulento, erosão da cavidade nasal e bucal, crostas e corrimento ocular e salivação abundante. Eventualmente, na mucosa nasal congesta e hemorrágica, podem formar-se focos necróticos epiteliais que se tornam placas necrótico-difteróides. O aborto pode ocorrer, comumente, após a ocorrência da forma respiratória. Também foi isolado de quadros de encefalites ou meningoencefalites não supurada em bezerros leiteiros (14).
A diarréia viral bovina - enfermidade da mucosa - (BVD) - afeta os bovinos, estando caracterizada por variadas formas clínicas, das quais nos interessa a que se manifesta por estomatite erosiva (formação de úlceras) difusa, com transtornos digestivos, (diarréia profusa, ainda quando pode acontecer sem essa manifestação). Desidratação e problemas reprodutivos também são observados (teratogenia). A incubação pode ir de 1 a 3 semanas. Formam-se úlceras na cavidade bucal e trato digestivo (esôfago, rúmen) e sistema linfáticos afetados (leucopenia, neutropenia, linfopenia). Hipoplasia cerebelosa em terneiros, deformações congênitas, infertilidade, abortos.
A febre catarral maligna (tipo Americano) (FCM) - afeta bovinos, caracteriza-se por hipertermia, lesões bucais, conjuntivite com opacidade corneal bilateral, transtornos digestivos (diarréia) de baixa morbidade e alta letalidade. São reconhecidos dois tipos da enfermidade clinicamente indistinguíveis: a associada a vírus alcefalino e a associada à cria de ovinos ou tipo americano. Material para o diagnóstico realizado por histopatologia de tecidos de órgãos, como gânglios, traquéia, cérebro, rins, fígado, intestinos, pela polivasculite generalizada.
A mamilite herpética bovina - pode produzir duas síndromes, uma cutânea, benigna, e outra que produz uma mamilite ulcerativa localizada. Relacionadas ambas a fatores geográfi cos, a primeira a zonas tropicais e subtropicais, e a mamilite a zonas frias. Os sintomas clínicos são nódulos cutâneos redondos achatados e exudativos na pele e vesículas em mamilos e pele de úbere, com formação posterior de crostas. Nas cavidades bucal e nasal, lesões vesiculares, queda da produção de leite. Pode-se limitar a um teto ou chegar a produzir uma necrose extensa em todo o úbere.
A estomatite papulosa bovina - manifesta-se clinicamente, por lesões papulares e ocasionalmente erosivas, em mucosas do focinho e da cavidade bucal de animais jovens, bezerros lactantes e alimentados com leite fornecido “em balde”, podendo ser observada até os 2 anos. Pode ser difundida por contato na fase aguda, por abrasões na mucosa e também se considera a transmissão por insetos hematófagos. A infecção natural cursa geralmente sem temperatura.
O Ectima contagioso – caracterizada por lesões que evoluem, passando por uma fase de vesícula, pápula, pústula e eventualmente crostas. As lesões localizam-se no focinho, nos orifícios nasais, nos lábios e nos úberes e tetas. Também afeta os membros anteriores, e posteriores gerando manqueiras. Afeta ovinos e caprinos.
A intoxicação por fungo do gênero Clavaria ou Ramaria sp. - os bovinos enfermos não podem beber e comer nem deglutir alimentos, apresentando sialorréia intensa e, à inspeção da boca, particularmente da língua, desprendimento total do epitélio necrosado. Congestão de conjuntivas e em ovinos podem-se observar opacidade da córnea com cegueira, marcha dificultosa e queda dos animais que não podem manter-se de pé. Nos bovinos, pode-se observar afrouxamento da capa dos chifres, que se desprendem com facilidade. É constante o desprendimento de pêlos da cauda. Nos laníferos, pode-se observar a retirada de mecha de lã em poucos dias. Dependendo da quantidade ingerida de fungos pelos animais, estes podem morrer no transcurso de poucos dias. É constante a necrose completa do epitélio que encobre o esôfago desde seu início até a entrada ao estômago em animais sacrificados com fins diagnósticos.
A Intoxicação por Pithomyces Chartarum (eczema facial) - é uma enfermidade que afeta os bovinos e eventualmente ovinos com um quadro clínico de fotossensibilização. Os animais mostram uma sialorréia muito importante, conjuntivite (purulenta em alguns casos) com fechamento das pálpebras, blefarite, lacrimejamento, rinite com descamação do epitélio do focinho, corrimento nasal claro. Clinicamente, a língua apresenta perda de epitélio na parte ântero-ventral ou na ponta e sua face dorsal está com o epitélio sadio, assim como o epitélio do palato duro e bochechas. O fungo microscópico contém nos esporos uma micotoxina, a esporidesmina, que produz hepatite tóxica aguda e obstrução biliar com insuficiência hepática grave. Manifesta-se pela perda do estado geral do animal afetado, icterícia e fotossensibilização de tipo hematógeno.
A actinobacilose - de origem bacteriana, como as podermatites infecciosas em bovinos e ovinos, a estomatite necrótica, por causas tóxicas, como as duas anteriormente descritas por sua relevância na pecuária da região, ou fisiológicas, como as provocadas por plantas fotossensibilizantes ou alterações físicoalimentícias por causa de altos níveis de ácido úrico, etc.
A dermatofilose - podem-se produzir lesões interdigitais proliferativas, com manifestação de manqueira.
Estomatites traumáticas - após a inflamação inicial, se manifesta por sialorréia e dor, evoluindo para uma úlcera com assentamento nesse lugar.
4. Assim como em outras doenças notificáveis, o controle da anemia infecciosa equina baseia-se no diagnóstico e sacrifício dos animais infectados. Entretanto, nem sempre esta prática é eficiente no combate ao vírus, sendo permitido que sejam tomadas medidas alternativas. Que situações são estas e que práticas são adotadas?
Não existe tratamento específico para a EIA. Medidas de controle e prevenção têm sido objetivadas em muitos países na tentativa de conter a disseminação do vírus na população de equídeos. No Brasil existem algumas normas para o controle e erradicação da EIA, fiscalizadas pelo Serviço de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura. Em casos de surtos da EIA deve-se fazer a interdição da movimentação de equídeos nas propriedades, isolamento de animais suspeitos ou soropositivos, proibição da participação dos equídeos em locais onde haja a concentração de animais e eliminação dos comprovadamente positivos. O sacrifício do animal será realizado, somente, após um novo teste, 15 dias após a primeira prova. Propriedades serão consideradas controladas quando não apresentarem reagentes positivos em duas provas sucessivas de IDGA, com intervalo de 30-60 dias, e quando todo o rebanho equídeo for submetido ao teste pelo menos uma veza cada 12 meses. A legislação brasileira de saúde animal considera EIA como de notificação obrigatória, devendo o médico veterinário comunicar aos órgãos de Defesa Sanitária Animal qualquer caso positivo para essa enfermidade. O equídeo infectado é a principal fonte de disseminação da enfermidade, portanto, a identificação de um caso é o ponto de partida para as medidas de controle da EIA. O animal positivo deve ser isolado, impedindo-se sua movimentação e, posteriormente, sacrificado. Outros fatores contribuem para a disseminação da EIA tais como: concentrações de animais como em cavalgadas, enduros, romarias, onde a maioria dos animais não foi testada. Tropas de rodeio se deslocam de uma cidade para outra e se desviam da fiscalização mantendo muitas vezes, animais contaminados em sua tropa. Algumas recomendações para a prevenção da infecção são não permitir a entrada e permanência de equinos estranhos na propriedade, mesmo que temporária. Quando da introdução de um animal no plantel deve-se exigir o atestado negativo para EIA, ou manter o mesmo isolado durante 30 dias e realizar um exame sorológico. Recomenda-se, também, controlar com repelentes as moscas e mosquitos, colocar bovinos no meio do rebanho eqüino, a fim de se interromper a transmissão mecânica da infecção, desinfetar constantemente estábulos e boxes com caiação, remover a cama e pincelar as paredes com facho de fogo; utilizar sempre material descartável como agulhas hipodérmicas; exigir sempre atestado negativo em qualquer transação de equinos; se o animal sair de seu habitat submeter o mesmo, na volta, a um exame sorológico, recordando que o período de incubação da EIA pode ser de 15 a 20 dias para o aparecimento de anticorpos. Criadores e proprietários devem manter vigilância constante de seus rebanhos pois os mesmos se constituem em valioso patrimônio à equinocultura brasileira. Tendo em vista a importância da EIA para o Brasil as autoridades sanitárias deveriam elaborar uma política sanitária rígida que levasse em consideração as características diferenciais da enfermidade de acordo com os diferentes ecossistemas do país, tipos de exploração, manejo, finalidade, aptidão dos animais e densidade populacional a fim de garantir a continuidade dessa importante atividade agropecuária brasileira.
5. Como você conseguiria fazer a diferenciação entre mormo, garrotilho e rodococose em equinos?
Mormo - O mormo é uma enfermidade infectocontagiosa de caráter agudo ou crônico que acomete principalmente os equídeos, causando enormes prejuízos na cadeia produtiva do cavalo. Para controlar a enfermidade o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu medidas sanitárias obrigatórias em todo território nacional, causada pelo Burkholderia mallei, um bacilo Gram negativo, imóvel, não encapsulado e não esporulado da família Burkholderiaceae ,Formas do mormo em animais são comumente descritas de acordo com a localização das lesões primárias, assim, três formas da doença são comumente descritas; nasal, pulmonar e cutânea. Prova da Maleína: prova de hipersensibilidade alérgica levada a termo mediante inoculação de Derivado Protéico Purificado (PPD) de maleína na pálpebra inferior de eqüídeos suspeitos de estarem acometidos por mormo; Prova Sorológica de Fixação de Complemento (FC): prova sorológica baseada na detecção de anticorpos específicos para o mormo, eventualmente presentes em equídeos.
Garrotilho - Adenite eqüina, também conhecida como garrotilho, é uma enfermidade infecto-contagiosa aguda (SCHILD, 2001) causada pela bactéria b- hemolítica Streptococcus equi subesp. equi do grupo C de Lancefield. Também pertencem a esse grupo o S. equi subesp. zooepidemicus e o S. dysgalactiae subesp. equisimilis, microrganismos relacionados geneticamente, porém com potencial patogênico muito diferenciado e freqüentemente isolados de amostras clínicas como contaminantes secundários (TIMONEY, 2004). Os animais apresentam febre, apatia, descarga nasal, inicialmente mucosa progredindo para mucopurulenta, tosse, anorexia, dificuldade de deglutição e edema mandibular, dificultando a respiração (TIMONEY; MUKHTAR, 1993). Além de casos de adenite bastarda e púrpura hemorrágica, os eqüinos afetados podem desenvolver complicações mais brandas e não fatais, tais como miocardites, celulite purulenta, hemiplegia laríngea e empiema de bolsas guturais (PRESCOTT; WRIGHT, 2000).O diagnóstico de garrotilho pode ser confirmado por isolamento do S. equi, subsp.equi, a partir de secreção nasal purulenta ou do conteúdo de abscessos, coletada com auxílio de suabe nasal e conservado sob refrigeração até o momento da análise do material. A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), frequentemente utilizada na atualidade, detecta o agente vivo ou morto pela amplificação do gene da proteína SeM, permitindo, quando associada à cultura bacteriana, a detecção de até 90% dos portadores (HARRINGTON et al., 2002). AL-GHAMDI et al. (2000) comunicaram uma sequência repetitiva detectada por PCR que pode ser útil para a tipificação da bactéria. KAWATA et al. (2004), por sua vez, desenvolveram um procedimento que consiste de duas reações de PCR, com uso de sete e oito primers simultaneamente em que o tamanho de cada amplicon caracteriza uma espécie diferente de Streptococcus. A técnica de ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) pode ser utilizada no diagnóstico indireto da enfermidade, demonstrando a presença de anticorpos.
Rodococose - O diagnóstico precoce da rodococose é de fundamental importância para a sobrevivência do potro, já que a bactéria não é responsiva aos antimicrobianos comumente utilizados para o tratamento de outros tipos de pneumonia e o sucesso do tratamento está fortemente relacionado ao uso de antimicrobianos apropriados (GIGUÉRE et al., 2004).Podemos realizar o diagnostico em do rodococose em três diagnostico: Diagnóstico clinico ,Isolamento e citologia e Analises sorológicas.
Diagnóstico clínico - Potros desenvolvem habilidade de compensar a perda funcional progressiva do pulmão, fato que dificulta o diagnóstico precoce (PRESCOTT & HOFFMAN, 1993). Um histórico do animal suspeito e do local em que se encontra pode ser de grande valia na determinação do diagnóstico. Com relação ao animal, destaca-se a ocorrência da forma inaparente da doença em animais de até seis meses de idade, com maior prevalência entre 45 e 60 dias de vida..
A avaliação hematológica dos potros com rodococose normalmente demonstra leucocitose por neutrofilia. A ultrassonografia ou a radiografia torácica podem revelar anormalidades no parênquima pulmonar e a presença de abscessos (MUSCATELLO et al., 2007; LECLERE et al., 2009).
Isolamento e citologia - A tentativa de isolamento da bactéria deve ser realizada no fluido pulmonar ou traqueal de animais suspeitos, porém o resultado pode ser variável, já que a bactéria pode ou não ser isolada. Da mesma maneira, o isolamento não deve ser usado como único método diagnóstico, já que os animais podem ser apenas portadores da bactéria e, segundo MUSCATELLO et al. (2007), a bactéria pode ser isolada em aproximadamente um em três animais saudáveis de uma fazenda endêmica. Outra desvantagem desse método está no fato de que animais com severo desconforto respiratório podem não tolerar a coleta de fluido (LECLERE et al., 2009). As colônias obtidas após a cultura em ágar sangue ovino são lisas, mucóides, não hemolíticas e, após períodos prolongados de incubação, as colônias mostram pigmento salmão.Para realização do isolamento da bactéria das fezes ou do solo, devem ser utilizados meios seletivos como o NANAT (nalidixic acid novobiocin actidione-cycloheximide potassium telurite) ou o CAZ-NB (agar ceftazidima-novobiocina), já que ambos contêm antimicrobianos que inibem contaminantes e favorecem a seleção do R. equi (KREWER et al., 2008). O exame citológico do fluido traqueal ou pulmonar deve ser realizado e a presença de bactérias pleomórficas no interior das células recuperadas é sugestiva da infecção (MUSCATELLO et al., 2007).
Análises sorológicas- As técnicas sorológicas de diagnóstico, como a imunodifusão radial e o ensaio imunoenzimatico indireto (ELISA) são amplamente estudadas, porém inefetivas no diagnóstico da rodococose, pois os anticorpos contra o R. equi são frequentes na população equina. O teste ELISA específico, que detecta anticorpos contra a proteína de virulência VapA, tem pouco valor diagnóstico, já que potros saudáveis podem ter anticorpos contra cepas virulentas, mas pode ser utilizado na diferenciação de animais expostos a cepas virulentas ou avirulentas (KREWER et al., 2008). Sendo assim, os testes sorológicos disponíveis devem ser utilizados apenas para monitorar a exposição da criação e não para diagnosticar potros doentes (GIGUÈRE et al., 2003).
Ensaios moleculares - O ensaio de PCR tem sido utilizado para identificar o DNA da bactéria, com destaque para a reação direcionada à detecção do gene vapA, mostrando uma sensibilidade de 100% e especificidade de 90,6% a partir do lavado traqueal, quando comparado a 57,1% e 93,8% da cultura microbiológica (SELLON et al., 2001). Essa técnica permite identificar cepas de R. equi e simultaneamente avaliar a presença do gene vapA, diminuindo o tempo necessário para o diagnóstico (HALBERT et al., 2005) e permitindo o acompanhamento da eficiência da terapia antimicrobiana (HARRINGTON et al., 2005). O ensaio de PCR visando a identificar outros genes relacionados à virulência, como os genes cromossômicos aceA e IdeR, apresenta baixa sensibilidade (40% e 33% respectivamente), apesar de boa especificidade para ambos (83%) (VENNER et al., 2007).
6. O que pode levar à suspeita de peste suína clássica? Quais atitudes devem ser adotadas?
A sintomatologia e as lesões características de cada quadro (agudo ou crônico) podem levar a suspeita de peste suína clássica nos animais. Além disso, deve-se considerar a alta morbidade e mortalidade (animais jovens próxima a 100%).
Em um quadro agudo pode ocorrer: febre (41ºC), anorexia, letargia; hiperemia multifocal e lesões hemorrágicas na pele, conjuntivite; cianose da pele, especialmente extremidades (orelhas, membros, focinho, cauda); constipação intestinal, seguida de diarreia; vômito; ataxia, paresia e convulsão; animais ficam amontoados; morte em 5 a 14 dias depois do início da doença; mortalidade de animais jovens próxima a 100%.
Em um quadro crônico pode ocorrer: prostração, apetite irregular, febre, diarréia; recuperação aparente, com recaída posterior e morte.
Em uma forma congênita: tremor congênito e debilidade; retardo no crescimento e morte; leitões clinicamente normais, porém com viremia persistente, sem resposta imunitária.
Em uma forma suave (em fêmeas): febre e inapetência; morte e reabsorção fetal ou mumificação, natimortalidade; nascimento de leitões congenitamente infectados; aborto (pouco frequente).
Lesões na forma aguda: leucopenia e trombocitopenia; petéquias e equimoses difundidas, principalmente na pele, gânglios linfáticos, laringe, bexiga, rins e válvula íleo-cecal; gânglios linfáticos hemorrágicos; encefalomielite com manguito perivascular.
Lesões na forma crônica: úlceras em forma de botão próximas à válvula íleo-cecal e no intestino grosso; depressão generalizada do tecido linfoide; lesões hemorrágicas e inflamatórias podem estar ausentes.
Lesões na forma congênita: hipoplasia cerebelar, microencefalia, hipoplasia pulmonar, hidropsia e outras más-formações.
Quanto às atitudes a serem adotadas deve-se considerar:
1. Profilaxia sanitária: Comunicação efetiva entre as autoridades veterinárias, médicos veterinários autônomos e produtores de suínos; Sistema eficiente de notificação de enfermidades; Política estrita de importação de suínos vivos, carne suína fresca e curada; Proibição de uso ou obrigatoriedade de tratamento térmico adequado para utilização de restos de alimentos para suínos; Controle eficiente de matadouros de suínos; Vigilância sorológica sistemática dos suínos destinados à reprodução; Manutenção de sistema eficaz de identificação de suínos.
2. Profilaxia médica: Países livres: a vacinação é proibida; Países infectados: a vacinação com vírus vivo modificado é eficiente no controle da doença, porém, por si só não elimina completamente a infecção.
3. Medidas a serem tomadas no foco: Sacrifício de todos os suínos afetados; Eliminação das carcaças, camas, excretas, etc.; Desinfecção a fundo; Identificação da zona infectada, com controle do trânsito; Investigação epidemiológica detalhada, com rastreamento das possíveis fontes de infecção e propagação da doença; Vigilância na zona infectada e região circunvizinha (zona interna de proteção – 3 km de raio a partir do foco; zona externa de vigilância – 10 km de raio a partir do foco).
7. O suíno é a fonte de infecção mais importante, e atua também como reservatório do vírus da doença de Aujeszky. Por que?
Os suínos são hospedeiros naturais (MAPA, 2009) e reservatórios da doença de Aujeszky e são os responsáveis pela manutenção da doença devido ao longo período de incubação; servem como fonte de infecção para outras espécies como bovinos, equinos, caninos, felinos, ovinos, caprinos e leporinos, nos quais a doença é sempre fatal exercendo um papel secundário na disseminação da enfermidade. Nessas espécies a doença é terminal, com curto período de incubação (três dias) e morte entre dois a três dias após a manifestação dos sintomas nervosos.
8. Como pode ser feita a detecção de animais (caprinos) com artrite-encefalite a vírus?
A detecção se faz a partir do diagnóstico, como na Maedi-Visna. Baseia-se nas manifestações clínicas como artrite, mamite, pneumonia, ou encefalite e, também, nos dados epidemiológicos. Devem ser investigados o manejo dos animais, a provável introdução na propriedade de animais oriundos de rebanhos infectados pelo CAEV, ou a introdução de animais importados de países onde há CAEV. Assim como na infecção pelo MVV, o diagnóstico de infecção pelo CAEV só é confirmado com o auxílio de testes laboratoriais. Deve ser considerada, também, a possibilidade de infecção cruzada pelos SRLV em ovinos e caprinos, neste caso, a infecção de caprinos por lentivírus de origem ovina, conforme já demostrado experimentalmente.
No diagnóstico laboratorial deve ser levado em consideração que somente um pequeno número de animais infectados pelo CAEV desenvolve a doença; entretanto, todos os animais infectados são portadores do vírus, possivelmente por toda vida, apesar da presença de anticorpos. O diagnóstico laboratorial, portanto, baseia-se na detecção de anticorpos, no isolamento viral ou na detecção de antígenos virais ou porções correspondentes ao seu genoma. É importante a utilização de testes diagnósticos que contenham como antígeno a glicoproteína de superfície “gp135” e a proteína do nucleocapsídeo “p28” do CAEV e seus respectivos padrões de soro. Podem ser utilizados, também, como antígenos a “gp135” e a “p28” do MVV, entretanto com menor sensibilidade que os antígenos homólogos. Os testes mais utilizados são AGID e ELISA. A PCR tem sido utilizada em alguns laboratórios de forma mais restrita (24), pois ainda é um teste caro, porém, possui alta sensibilidade e especificidade, sendo indicada para animais de valor e naqueles em que o resultado de outros testes não tenha sido conclusivo.
O tipo e o modo de conservação do material a ser enviado ao laboratório depende do teste a ser realizado para o diagnóstico, sempre observando o menor tempo entre a coleta e a remessa ao laboratório. Devem ser enviados: soro para a pesquisa de anticorpos por AGID, ELISA (ou outro teste que venha a ser utilizado com este objetivo), que pode ser conservado refrigerado ou congelado, após a retirada do coágulo; sangue total com heparina, leite ou sêmen, refrigerados, para a detecção de DNA proviral por PCR; sangue total, leite e, em caso de necropsia, articulações, pulmão, encéfalo e glândula mamária, somente refrigerados, para isolamento viral; porções do tecido pulmonar, glândula mamária, encéfalo, medula espinhal e articulações devem ser enviados para exame histopatológico, conservadosem formalina tamponada 10%.
Deve ser realizado o diagnóstico diferencial de artrites bacterianas e por Mycoplasma spp. e Chlamydia psittaci. A forma nervosa deve ser diferenciada da listeriose, polioencefalomalacia, ataxia enzoótica por carência de cobre, e abscessos do sistema nervoso central. A mastite deve diferenciar-se das mastites bacterianas.
9. Que medidas devem ser adotadas para a prevenção e controle da Maedi-Visna nos ovinos. Justifique cada medida.
Recomenda-se o controle da infecção utilizando-se o teste sorológico periódico (uma a duas vezes por ano) nos ovinos acima de 9 meses de idade. O leite ou colostro de fêmeas infectadas com anticorpos para MVV não deve ser fornecido aos cordeiros. Animais positivos devem ser eliminados do rebanho tão breve quanto possível. A separação de rebanhos positivos e negativos, com a eliminação gradativa dos ovinos infectados e o teste periódico dos animais restantes, são medidas eficazes no controle de infecção pelo MVV. Deve ser levado em consideração o fato de que a infecção cruzada entre as espécies ovina e caprina com os SRLV já foi evidenciada experimentalmente. Não há tratamento específico para infecção pelo MVV e não há vacina.
10. Um criador de ovinos teve um grande número de animais (carcaças) condenados durante o abate por causa de lesões internas da linfadenite caseosa. Que medidas devem ser adotadas para evitar novas perdas?
O controle correto da enfermidade e medidas que visem a sua erradicação são de extrema importância para o rebanho. Os esforços devem ser feitos para erradicar a doença ou invés de tratar os animais acometidos (O BERRO, 2004). O animal uma vez acometido serve como reservatório da infecção, com isso as medidas de controle da Linfadenite Caseosa nos rebanhos de ovinos e caprinos são realizadas a partir dos animais com abscessos superficiais (COLLETT et al.,1994).
Os abscessos superficiais dos animais podem ser lancetados para drenagem ou ser removido cirurgicamente, empregando-se técnicas assépticas. O material drenado deve ser destruído (queimar) e os equipamentos utilizados devem ser desinfetados.
Recomendações básicas: Evitar a aquisição de animais com abscessos e/ou cicatrizes sugestivas de Linfadenite Caseosa; Inspecionar periodicamente todos os animais do rebanho; Sempre que possível eliminar os animais com abscessos; Drenar os abscessos antes que se rompam e contaminem o ambiente (incinerar todo o material utilizado na drenagem, curativo utilizando tintura de iodo a 10%).
11. O mormo eqüino é doença de notificação obrigatória. Como é feito seu diagnóstico e quais medidas são adotadas nos casos confirmados?
Para diagnóstico do Mormo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), recomenda como métodos de diagnóstico oficial o teste de Fixação do Complemento (FC) como teste de triagem, realizado em laboratório credenciado ou oficial e o teste de maleinização como teste complementar realizado somente pelo serviço veterinário oficial (SVO).
As medidas para controle e erradicação do Mormo no Brasil estão descritas na Instrução Normativa nº 24/2004 (IN 24/2004). Estão baseadas no controle de trânsito e participação de eventos quando em Estados onde houve a ocorrência da doença através da exigência da guia de trânsito animal (GTA) e de exame negativo de Fixação do Complemento (FC) para Mormo. A validade deste exame é de 60 dias, bem como, para retorno para estados onde não foi relatada ocorrência da doença, quando retornarem de área onde houve a ocorrência da mesma. Em casos de focos comprovados a propriedade deve ser interditada com sacrifício imediato do animal positivo e realização de testes em todos os animais para saneamento da propriedade e posterior desinterdição.
12. Qual é a situação atual do mormo no Brasil? Consulte os dados disponíveis no WAHID e analise criticamente as medidas adotadas diante dos últimos focos notificados da doença. O endereço é http://www.oie.int/wahis_2/public/wahid.php/Diseaseinformation/Immsummary Obs: mormo = glanders.
Mapa de distribuição dos surtos de mormo no Brasil segundo dados do relatório número 9 de 28 de outubro de 2015 (relatório mais atual) da WAHID – Verifica-se uma distribuição de surtos resolvidos e surtos persistentes por todo território. O nordeste não registrou surtos de mormo durante a época de acompanhamento.
Em relação ao mormo observou-se no total 91 surtos, 253 casos e 6 mortes. No mapa tem-se: resolvido (grupo de surto doméstico): 1; Persistente (grupo de surto doméstico): 9; Resolvido (doméstico): 1; Persistente (doméstico): 2.
O mormo é uma gravíssima doença infecto contagiosa de equídeos e pode ser transmitida ao homem com a mesma gravidade que nos equídeos. Chegou a ser considerada uma doença erradicada no Brasil e seu “ressurgimento” e o aumento do número de Estados onde está sendo notificada indicam a necessidade de realização de inquéritos soro-epidemiológicos, manutenção das medidas de profilaxia e controle para trânsito e eventos, além das medidas para casos de focos, a fim de evitar a disseminação do agente para regiões livres da doença e buscar sua erradicação nas regiões onde está presente. Não havendo controle do trânsito de equinos será inevitável que doenças como Mormo se espalhem pelo território nacional, da mesma forma que, sem saber a origem e destino dos animais que participam de um evento (possível através da GTA), as dificuldades para controlar o foco de uma enfermidade seriam imensas. É fundamental que o produtor ou criador tenha consciência que o objetivo das medidas de defesa sanitária animal é proteger a saúde de seus animais e evitar a entrada de novas enfermidades no Estado. A ocorrência de focos de doenças como Mormo pode causar uma série de restrições de trânsito para o Estado ou para o País e o cancelamento de grandes eventos. É uma situação também preocupante para um país que se prepara para receber equídeos de várias partes do mundo em participações de grandes provas como na Olimpíada de 2016. Nosso país deve seguir exemplo de países que aplicaram com rigidez as medidas de controle de Mormo recomendadas internacionalmente e também preconizadas no Brasil e que conseguiram a erradicação da doença.

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