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Canal Teórico 01: Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiorrespiratório, Fetal, da Criança e do Adolescente Residente: Tamires R Veiga Ambulatório de Fisioterapia Respiratória Instituto Fernandes Figueira Sistema Cardiovascular Sistema Cardiovascular Estrutura: Miocárdio; Artérias Arteríolas Capilares nos diferentes tecidos; Capilares venosos Vênulas Veias (por meio das quais o sangue retorna ao coração). Sistema Cardiovascular Funções: Fornecimento de nutrientes; Retirada de metabólitos; Regulação da pressão arterial; Transporte de hormônios; Regulação da temperatura corporal. Ciclo Cardíaco Sístole Atrial Enchimento Ventricular Contração Isovolumétrica Ventricular Ejeção Ventricular Relaxamento Ventricular Isovolumétrico Válvulas Cardíacas Válvulas Cardíacas Para que o ciclo cardíaco ocorra de maneira ideal, as válvulas cardíacas permitem que a contração muscular produza um fluxo eficiente e unidirecional através das suas cavidades e dos principais vasos, com abertura e fechamento regulares ao longo de cada ciclo cardíaco. As válvulas cardíacas também são quatro: a aórtica, pulmonar, mitral e tricúspide, duas de cada lado do coração. Débito Cardíaco O débito cardíaco (DC) representa a quantidade de sangue que cada ventrículo lança na circulação (pulmonar ou sistêmica) em determinada unidade de tempo. Em geral, o débito cardíaco é expresso em litros de sangue/minuto. O débito cardíaco é dado pelo produto do VS e a FC. Circulação Coronariana Tronco coronário esquerdo (TCE): Trajeto horizontalizado Origem no seio aórtico esquerdo divide-se em artéria descendente anterior (ADA) e artéria circunflexa (ACx) Artéria descendente anterior (ADA): Irriga o sulco interventricular e grande parte do VE Artéria circunflexa (ACx): Irriga sulco atrioventricular esquerdo Eletrofisiologia Cardíaca O coração de mamífero tem quatro câmaras (AD, VD, AE e VE), formados basicamente por células miocárdicas através das quais a atividade elétrica se propaga. Nó sinusal (ou sinoatrial) – NSA Nó atrioventricular – NAV Feixes de His Fibras de Purkinje Eletrofisiologia Cardíaca O coração recebe inervação motora do sistema nervoso autônomo, tanto simpático como parassimpático. Os efeitos das ativações destes dois sistemas se fazem sentir sobre a frequência cardíaca, a condução atrioventricular, a força de contração e o relaxamento. Em condições fisiológicas, os dois sistemas - simpático e parassimpático - atuam simultaneamente, com predominância de um ou outro no sentido de adequar, a cada instante, a atividade do coração à sua primordial função de bombear sangue para a eficiente perfusão de todos os tecidos. Eletrofisiologia Cardíaca Atividade Parassimpática: Liberação de Acetilcolina (M2) NSA: Queda da corrente de cálcio por estes canais e resulta em queda de frequência sinusal e bloqueio de condução sinoatrial; Miocárdio: Aumento do potencial de repouso (hiperpolarização) reduzindo a força de contração atrial; NAV: Devido a redução da taxa de despolarização, ocorre um boqueio de condução atrioventricular Eletrofisiologia Cardíaca Atividade Simpática: Receptores adrenérgicos tipo β; Taquicardia; Facilitação da condução atrioventricular, Aumento na força de contração atrial e ventricular; Além de aceleração do relaxamento ventricular. Circulação Fetal Circulação Fetal A circulação fetal é diferente da circulação após o nascimento. Três importantes vias de atalho funcionam no feto em desenvolvimento para aumentar o fluxo de sangue para os órgãos em formação: ducto venoso, ducto arterial e forame oval. Veia Umbilical Figado Ducto Venoso Veia Cava Inferior AD Forame Oval VE Aorta Veia Cava Inferior VD Tronco Pulmonar Artéria Umbilical Placenta Transição da Vida Intrauterina para a Vida Extrauterina Vários mecanismos trabalham juntos para reduzir e limpar a quantidade de fluido pulmonar até o nascimento Dias antes do nascimento, o epitélio pulmonar interrompe a produção do fluido pulmonar, este que é absorvido de volta para a circulação fetal Como a transferência gasosa placentária é repentinamente interrompida, o recém-nascido logo encontra-se hipoxêmico, hipercápnico e acidótico. Isso dispara fortes esforços respiratórios capazes de abrir e substituir o fluido pulmonar restante por ar e estabelecer um volume pulmonar estável para a troca gasosa Sistema Respiratório Sistema Respiratório Funções: Trocas gasosas (membrana alvéolocapilar) Manutenção do equilíbrio ácido-base Ativação da angiotensina Fonação Sistema Respiratório Zona de Transporte Em seu trajeto pelas vias respiratórias superiores, o ar inalado chega até a orofaringe, de modo que o mesmo é filtrado, umidificado e aquecido Zona de Transição Se se inicia no nível do bronquíolo respiratório (desaparecimento das células ciliadas do epitélio bronquiolar) até os bronquíolos terminais A remoção de partículas poluentes (a cada bifurcação há geração de turbulência com consequente impactação de partículas) Zona Respiratória Caracterizada pelo aparecimento dos ductos alveolares Sistema Respiratório Zona de Transporte: . Nariz . Faringe . Laringe Epiglote (proteção das vias aéreas durante da deglutição) . Traqueia Sistema Respiratório Pulmões Possuem um ápice e uma base e são subdivididos por fissuras em lobos As vias aéreas continuam a se dividir à medida que penetram mais profundamente nos pulmões Brônquios Brônquios Intrassegmentares Brônquios Menores Bronquíolos Bronquíolos Terminais Alojam o Diafrágma (principal musculo da inspiração) Obs: As vias aéreas desde as narinas, incluindo os bronquíolos terminais, não participam nas trocas gasosas, sendo utilizadas somente para condução de gás e, portanto, constituem o espaço morto anatômico do sistema respiratório Sistema Respiratório Pulmões Surfactante: Em caso de ausência de surfactante, os alvéolos menores vão se esvaziar nos alvéolos maiores, havendo colabamento DMH em prematuros Composição: 04 proteínas acopladas (spa, spb, spc e spd) Sistema Respiratório Pulmões Complacência: É a capacidade de distensão de qualquer tecido, correspondente a pressão necessária para variar determinado volume Quanto maior a complacência, mais distensível será o tecido pulmonar. Quanto menor a complacência, mais rígido será Elastância: Força de retração elástica dos pulmões que tende a trazê-lo para o seu volume mínimo Condicionada pela interdependência e a propriedade de redução da tensão superficial do surfactante Sistema Respiratório Pulmões Ventilação Colateral: Passagem de ar entre os canais de Lambert e poros de Khon Os poros de Khon se desenvolvem a partir dos 12 anos, enquanto os Canais de Lambert entre 8 e 10 anos Elastância: Força de retração elástica dos pulmões que tende a trazê-lo para o seu volume mínimo Condicionada pela interdependência e a propriedade de redução da tensão superficial do surfactante Resistência das Vias Aéreas: Razão entre o gradiente de pressão necessário para levar o ar do ambiente até os alvéolos e fluxo aéreo Sistema Respiratório Zona de Transição Bronquíolos Terminais Bronquíolos Respiratórios Semelhante às vias aéreas de condução, os bronquíolos respiratórios não apenas conduzem o fluxo de ar, mas também possuem pequenos divertículos conhecidos como alvéolos em suas paredes. Sistema Respiratório Zona de Transição Bronquíolos Terminais Bronquíolos Respiratórios Semelhante às vias aéreas de condução, os bronquíolos respiratórios não apenas conduzem o fluxo de ar, mas também possuem pequenos divertículos conhecidos como alvéolos em suas paredes. Sistema Respiratório Unidade Alvéolo-Capilar Principal local de trocas gasosas a nível pulmonar Composta por alvéolo, septo alveolar e rede capilar Alvéolos Compõem a Zona Respiratória São pequenas dilatações revestidas por uma camadade células, a maioria pavimentosas Pneumócitos tipo I (célula alveolar escamosa) Pneumócitos tipo II (célula alveolar granular) O pneumócito tipo II tem a capacidade de se regenerar e se transformar em tipo I quando ele é lesionado Sistema Respiratório Septo Alveolar Constituído por vasos sanguíneos e fibras elásticas, colágenas e terminações nervosas Poros de Kohn Descontinuidades presentes nos septos alveolares que permitem a passagem de ar, líquido e macrófagos entre os alvéolos Sistema Respiratório Músculos Inspiratórios: Diafragma: Músculo primário da Inspiração Septo musculofibroso, em forma de cúpula voltada cranialmente, que separa a cavidade torácica da abdominal O diafragma é inervado pelos nervos frênicos direito e esquerdo, oriundos dos segmentos cervicais 3, 4 e 5 Suprimento sanguíneo pela artérias mamárias Ao se contrair o conteúdo abdominal é forçado para baixo e para a frente, aumentando, por conseguinte, o diâmetro cefalocaudal do tórax Sistema Respiratório Músculos Inspiratórios: Músculos Intercostais: Músculos primários da Inspiração Levantam as margens da costela para cima e para fora, ocasionando o incremento dos diâmetros anteroposterior e laterolateral torácicos Músculos Paraesternais e Esternotriangular: Músculos primários da Inspiração A contração deles auxilia no levantamento do gradil costal superior Sistema Respiratório Músculos Inspiratórios: Escalenos: Músculos primários da Inspiração Eleva o esterno e as duas primeiras costelas, acarretando na expansão para cima e para fora do gradil costal superior ECOM: Músculo acessório da Inspiração Eleva o esterno e expande o gradil costal superior Este músculo é o primário da inspiração em tetraplégicos com lesão em Cl-C2 Sistema Respiratório Inspiração: A renovação constante do gás alveolar é assegurada pelos movimentos do tórax. Durante a inspiração, a cavidade torácica cresce de volume e os pulmões se expandem para preencher o espaço deixado. Com o aumento da capacidade pulmonar e queda da pressão no interior do sistema, o ar ambiente é sugado para dentro dos pulmões. A inspiração é seguida imediatamente pela expiração, que provoca diminuição do volume pulmonar e expulsão de gás. Sistema Respiratório Expiração: Durante a respiração basal, a expiração é comumente passiva. A contração ativa dos músculos inspiratórios conduz à distensão dos tecidos elásticos dos pulmões e da parede torácica, com consequente armazenamento de energia potencial nesses tecidos. A retração dos tecidos distendidos e a liberação de energia armazenada promovem a expiração. Sistema Respiratório Sistema Respiratório Volume Corrente (VC): Quantidade de ar inspirada ou expirada espontaneamente em cada ciclo respiratório. No repouso, o volume corrente humano oscila entre 350 e 500 ml Volume de Reserva Inspiratório (VRI): Volume máximo que pode ser inspirado voluntariamente a partir do final de uma inspiração espontânea. Volume de Reserva Expiratório (VRE): Volume máximo que pode ser expirado voluntariamente a partir do final de uma expiração espontânea Volume Residual (VR): Volume de gás que permanece no interior dos pulmões após a expiração máxima. Assim, este volume não pode ser medido pelo espirógrafo simples descrito anteriormente Sistema Respiratório Capacidade Vital (CV): Quantidade de gás mobilizada entre uma inspiração e uma expiração máximas. Corresponde a soma de três volumes primários: corrente, de reserva inspiratório e de reserva expiratório Capacidade Inspiratória: Volume máximo inspirado a partir do final de uma expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes corrente e de reserva inspiratório Capacidade Residual Funcional (CRF): Quantidade de gás contida nos pulmões no final de uma expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes de reserva expiratório e residual Capacidade Pulmonar Total (CPT): Quantidade de gás contida nos pulmões ao final de uma inspiração máxima. Equivale à adição dos quatro volumes primários Sistema Respiratório Capacidade Vital (CV): Quantidade de gás mobilizada entre uma inspiração e uma expiração máximas. Corresponde a soma de três volumes primários: corrente, de reserva inspiratório e de reserva expiratório Capacidade Inspiratória: Volume máximo inspirado a partir do final de uma expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes corrente e de reserva inspiratório Capacidade Residual Funcional (CRF): Quantidade de gás contida nos pulmões no final de uma expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes de reserva expiratório e residual Capacidade Pulmonar Total (CPT): Quantidade de gás contida nos pulmões ao final de uma inspiração máxima. Equivale à adição dos quatro volumes primários Sistema Respiratório Características Gerais do Prematuro Gradil costal cartilaginoso que acarreta no aumento da complacência torácica Esterno como base instável para as costelas horizontalizadas Fibras musculares pouco desenvolvidas Aumento do diâmetro AP do tórax (caixa torácica mais circular) Predomínio fibras tipo II no diafragma (tipo não resistente a fadiga) Déficit quantitativo e qualitativo de surfactante Ausência de ventilação colateral Desenvolvimento Pulmonar Fetal Desenvolvimento Pulmonar Fetal Período Embrionário (até a 4° a 7° semana): Desenvolvimento da traqueia primitiva com Formação dos brotos brônquicos primários Desenvolvimento das estruturas da laringe Desenvolvimento Pulmonar Fetal Período Fetal: Estágio Pseudoglandular Estágio Canalicular Estágio Sacular Estágio Alveolar Desenvolvimento Pulmonar Fetal Estágio Pseudoglandular (8° a 17° semana) Formação dos bronquíolos segmentares e intrassegmentares Diafragma completo Coração completo, padrão circulatório fetal começa a se desenvolver Formação dos bronquíolos terminais e vasos pulmonares associados Crescimento dos ductos nos segmentos broncopulmonares Desenvolvimento Pulmonar Fetal Estágio Canalicular (17° a 26° semana) Inicia-se a formação dos bronquíolos respiratórios Sacos alveolares organizam-se nas extremidades dos bronquíolos respiratórios Formação de ductos alveolares tubulares cegos de cada bronquíolo respiratório Epitélio dos alvéolos diferencia-se nos pneumócitos do tipo I e nos pneumócitos do tipo II Nas últimas semanas desse estágio, a região, além de cada bronquíolo terminal, forma a estrutura funcional chamada de ácino, a unidade básica de troca gasosa do pulmão. Porém, devido a imaturidade do surfactante a vida exrauterina ainda não é possível. Desenvolvimento Pulmonar Fetal Estágio Sacular (26° semana até o nascimento) Pneumócitos tipo I e II continuam a se multiplicar Aumenta a produção de surfactante A formação do número total de bronquíolos terminais se completa Proliferação rápida de ductos e sacos alveolares, formados a partir dos bronquíolos respiratórios A partir dessa fase, a vida extrauterina é possível Desenvolvimento Pulmonar Fetal Estágio Alveolar (32° semana até 6-10 anos) Alvéolos imaturos começam a se formar e aumentar em número; a produção de surfactante amadurece Desenvolvimento de alvéolos maduros, acompanhado por proliferação capilar dentro das paredes Fase final do desenvolvimento pulmonar Referencias AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. In: Fisiologia. 2012. ANDRADE, Joalbo Matos. Anatomia coronária com angiografia por tomografia computadorizada multicorte. Radiologia Brasileira, v. 39, n. 3, p. 233-236, 2006. Obrigada!!!
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