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Indaial – 2021 Fisioterapia CardiovasCular Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: V181f Valle, Paulo Heraldo Costa do Fisioterapia cardiovascular. / Paulo Heraldo Costa do Valle. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 258 p.; il. ISBN 978-65-5663-358-9 ISBN Digital 978-65-5663-359-6 1. Fisioterapia. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 615.82 apresentação Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Fisioterapia Cardiovascular! Na Unidade 1, estudaremos assuntos muito importantes para a sua formação. Será abordada, inicialmente, a anatomia do sistema respiratório por meio das divisões (estrutural e funcional). Estudaremos, posteriormente, as estruturas que fazem parte do sistema respiratório, entre elas: o nariz, a faringe, a laringe, as pregas vocais, a epiglote, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos, o pulmão e os alvéolos. Também será explanado o sistema sanguíneo dos pulmões através da abordagem das veias e artérias, que fazem parte do sistema respiratório. Posteriormente, você estudará a mecânica respiratória, as trocas, o transporte, a regulação da respiração através da ventilação pulmonar (inspiração e expiração), volumes e capacidades pulmonares, além da ventilação alveolar. Quanto às trocas gasosas e ao transporte, você estudará a diferença de pressão, difusão dos gases, composição do ar alveolar, umidificação do ar, renovação do ar alveolar e o transporte do oxigênio e dióxido de carbono. No item “regulação da respiração”, serão estudados os grupos respiratório dorsal e ventral de neurônios e o centro pneumotáxico. Por último, será estudada a anatomia, além da semiologia e da avaliação do sistema cardiovascular. Dentre os conteúdos que serão explanados, estão: a circulação sistêmica, a circulação pulmonar e a circulação coronariana. Outros importantes conteúdos desenvolvidos serão as quatro valvas cardíacas, membranas cardíacas, sistema especializado de excitação e condução cardíaca (nodo sinusal, vias internodais, nodo atrioventricular, feixe de His e fibras de Purkinje), além dos sistemas arterial, venoso e capilares. Quanto à semiologia do sistema respiratório, será enfocada a importância da avaliação do sistema respiratório por meio de uma boa anamnese, além da verificação da queixa principal, inspeção, palpação e percussão torácica. Com detalhes, você estudará todos os tipos de sons pulmonares, como o som claro pulmonar, timpânico, submaciço, maciço, pulmonar e os sons pulmonares anormais. Quanto à avaliação do sistema cardiovascular, devem ser levadas em consideração todas as causas cardiovasculares, gastrointestinais, pulmonares, neuromusculoesqueléticas e psicogênicas da angina. Para inspeção, palpação e avaliação, você estudará a ausculta cardíaca, focos ou áreas de ausculta, bulhas cardíacas, sopros, frequência cardíaca, débito cardíaco e pressão arterial. Na Unidade 2, será abordada a espirometria, através de todas as suas indicações, como os determinantes fisiológicos, os critérios para aceitação do exame, os parâmetros para a avaliação da função pulmonar (capacidade vital forçada, volume expiratório forçado total, volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada, fluxo expiratório forçado, pico de fluxo e a ventilação voluntária máxima) e os fatores que afetam a função pulmonar (sexo, altura, idade, raça, peso corporal, altitude, técnica, estado de saúde, poluições ocupacional e ambiental e estado socioeconômico). Outro item que também será abordado é o eletrocardiograma. Será realizada uma introdução do assunto, além da utilização do papel milimetrado, ondas, intervalos e segmentos (onda P, complexo QRS, onda T, onda U, segmento PR e intervalo PR, segmento ST e intervalo QT), indicações da utilização do eletrocardiograma, avaliação da frequência cardíaca, ritmo cardíaco, arritmias, ritmo variável, arritmia sinusal, marca-passo migratório, fibrilação atrial, extra sístoles (atrial, nodal e ventricular), batimentos de escape, ritmos rápidos, bloqueios cardíacos e infarto. Quanto aos eletrocardiogramas de repouso e de esforço, serão estudadas todas as derivações (bipolares, unipolares e precordiais), além das causas de interferência no traçado eletrocardiográfico e os cuidados para a preparação do exame. Quanto ao treinamento dos músculos respiratórios, nas patologias pulmonares e cardíacas, será estudada a avaliação da força muscular respiratória, pressões respiratórias máximas, treinamento da força e endurance muscular respiratória. Já com relação à oxigenioterapia, serão estudados os conceitos, sistemas de oferta de oxigênio (baixo fluxo ou fluxo variável e alto fluxo ou fluxo fixo), oximetria, aparelhos empregados para a administração do oxigênio (cânula ou prong nasal, cateter nasal, cateter nasofaringeo, tenda e capacete de oxigênio, máscaras simples e com reservatório de oxigênio, máscara de Venturi), contraindicações da utilização de oxigênio e fases da toxicidade do oxigênio (fases I, II, III, IV e V). Na Unidade 3, você estudará a atuação do fisioterapeuta no pré e pós-operatório das cirurgias torácica, cardíaca e abdominal, sendo abordado, inicialmente, o pré-operatório para esses três tipos de cirurgia, todos os principais fatores de risco para complicação pulmonar pós-operatória (doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, idade, obesidade e disfunção cardíaca), avaliação das funções respiratória e cardíaca e escores de risco. Também será abordada a anestesia geral, além da esternotomia me- diana, circulação extracorpórea, disfunção diafragmática e as complicações pós-cirúrgicas. Quanto à reabilitação cardíaca, realizaremos uma introdução acerca do assunto, em que abordaremos a frequência, a duração e a intensi- dade do treinamento. Trabalharemos com os componentes de uma sessão de reabilitação cardíaca (aquecimento, treinamento e desaquecimento), tipos Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA de treinamento físico (contínuo e intervalado), ergômetros e protocolos em esteira e bicicleta ergométrica, avaliaçõesnão farmacológicas e as fases da reabilitação cardíaca (fases I, II, III e IV). Quanto ao tratamento do paciente após infarto agudo do miocárdio, será abordada a aplicação do agente fibrinolítico, além da angioplastia, início do tratamento pós-infarto do miocárdio, inalação do oxigênio, estratificação de risco e teste ergométrico. Por último, abordaremos a atuação do fisioterapeuta na hipertensão arterial sistêmica, etiologia da hipertensão arterial sistêmica, mecanismos que podem causar a hipertensão, clínica da hipertensão arterial sistêmica e o tratamento da hipertensão. Portanto, esperamos que todos os conteúdos abordados estimulem a sua leitura, e que o livro didático seja útil e relevante na sua aprendizagem e formação profissional. Boa leitura e bons estudos! Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................................ 1 TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................ 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 O ESTUDO DA ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR .......................................................................................................................... 3 2.1 DIVISÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................................. 4 2.1.1 Divisão estrutural .................................................................................................................. 4 3 DIVISÃO FUNCIONAL ..................................................................................................................... 4 4 ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .......................................................................... 5 5 SISTEMA SANGUÍNEO PARA OS PULMÕES .......................................................................... 18 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO ........................................................................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 VENTILAÇÃO PULMONAR .......................................................................................................... 23 3 VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES NOS IDOSOS .............................................. 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 37 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 39 TÓPICO 3 — ANATOMIA, SEMIOLOGIA E AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR .................................................................................................. 41 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41 2 CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E CIRCULAÇÃO PULMONAR ................................................. 43 3 CIRCULAÇÃO CORONARIANA .................................................................................................. 44 4 VALVAS CARDÍACAS ..................................................................................................................... 44 5 MEMBRANAS CARDÍACAS ......................................................................................................... 46 6 SISTEMA ESPECIALIZADO DE EXCITAÇÃO E CONDUÇÃO CARDÍACA .................... 47 7 SISTEMAS ARTERIAL, VENOSO E CAPILAR .......................................................................... 49 8 SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ......................................................................... 52 9 AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................... 66 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 75 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 79 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 83 UNIDADE 2 — ESPIROMETRIA, ELETROCARDIOGRAMA, TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO E OXIGENIOTERAPIA ................................. 85 TÓPICO 1 — ESPIROMETRIA .......................................................................................................... 87 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87 2 INDICAÇÕES DA ESPIROMETRIA ............................................................................................. 87 2.1 REALIZAÇÃO DO EXAME ........................................................................................................ 88 3 DETERMINANTES FISIOLÓGICOS DA ESPIROMETRIA ................................................... 89 3.1 CRITÉRIOS PARA ACEITAÇÃO DO EXAME ......................................................................... 90 4 PARÂMETROS PARA A AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR .................................... 90 5 FATORES QUE AFETAM A FUNÇÃO PULMONAR .............................................................. 101 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 107 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108 TÓPICO 2 — ELETROCARDIOGRAMA ...................................................................................... 110 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 110 2 INTRODUÇÃO AO ELETROCARDIOGRAMA ...................................................................... 110 3 PAPEL MILIMETRADO ................................................................................................................. 112 4 INDICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DO ELETROCARDIOGRAMA ...................................... 117 4.1 AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ..................................................................... 118 4.2 AVALIAÇÃO DO RITMO CARDÍACO .................................................................................. 118 5 TIPOS DE ARRITMIAS ................................................................................................................. 119 6 EXTRASSÍSTOLES.......................................................................................................................... 121 7 BATIMENTOS DE ESCAPE .......................................................................................................... 123 7.1 RITMOS RÁPIDOS ..................................................................................................................... 124 7.2 BLOQUEIOS CARDÍACOS ....................................................................................................... 125 7.3 INFARTO ..................................................................................................................................... 126 7.4 ELETROCARDIOGRAMA DE REPOUSO E DE ESFORÇO ................................................ 128 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 134 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 135 TÓPICO 3 — TREINAMENTO DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS NAS PATOLOGIAS PULMONARES E CARDÍACAS ............................................... 138 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 138 2 AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA ..................................................... 138 E OXIGENIOTERAPIA ..................................................................................................................... 138 2.1 PRESSÕES RESPIRATÓRIAS MÁXIMAS ............................................................................... 139 2.2 TREINAMENTO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA ............................................ 140 2.3 TREINAMENTO DE ENDURANCE MUSCULAR RESPIRATÓRIA ................................. 140 2.4 HIPERPNEIA VOLUNTÁRIA .................................................................................................. 140 2.5 CARGA RESISTIVA INSPIRATÓRIA ...................................................................................... 141 2.6 CARGA LIMIAR INSPIRATÓRIA ........................................................................................... 141 2.7 VENTILAÇÃO VOLUNTÁRIA MÁXIMA ............................................................................. 142 3 OXIGENIOTERAPIA ...................................................................................................................... 143 3.1 CONCEITOS ................................................................................................................................ 144 3.2 SISTEMAS DE OFERTA DE OXIGÊNIO ................................................................................. 145 3.3 BASES FISIOLÓGICAS DA RESPIRAÇÃO CELULAR ........................................................ 146 4 INDICAÇÕES DA OXIGENIOTERAPIA ................................................................................... 149 5 APARELHOS EMPREGADOS PARA A ADMINISTRAÇÃO DO OXIGÊNIO ................. 150 5.1 CÂNULA OU PRONG NASAL................................................................................................ 151 5.2 CATETER NASAL ...................................................................................................................... 151 5.3 CATETER NASOFARINGEO .................................................................................................... 152 5.4 TENDA E CAPACETE DE OXIGÊNIO ................................................................................... 152 5.5 MÁSCARAS SIMPLES E COM RESERVATÓRIO DE OXIGÊNIO...................................... 153 5.6 MÁSCARA DE VENTURI ......................................................................................................... 153 5.7 CONTRAINDICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO............................................... 154 6 FASES DA TOXICIDADE DO OXIGÊNIO ................................................................................ 155 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 157 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 160 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 161 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 163 UNIDADE 3 — ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR ........................................................ 165 TÓPICO 1 — ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA TORÁCICA .................................................................................... 167 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 167 2 PRÉ-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA .................................................................... 167 3 FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÃO PULMONAR PÓS-OPERATÓRIA ......... 169 4 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ................................................................ 169 5 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES RESPIRATÓRIA E CARDÍACA ........................................... 171 6 ESCORES DE RISCO ...................................................................................................................... 176 7 ABORDAGEM DO FISIOTERAPEUTA NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO .................... 176 8 COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS ....................................................................................... 183 8.1 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO PÓS-CIRÚRGICO ..................................................... 184 9 TREINAMENTO DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS ........................................................ 192 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 198 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 199 TÓPICO 2 — REABILITAÇÃO CARDÍACA ................................................................................ 201 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 201 2 A REABILITAÇÃO CARDÍACA .................................................................................................. 201 3 FREQUÊNCIA DE TREINAMENTO ........................................................................................... 202 3.1 DURAÇÃO DE CADA SESSÃO ............................................................................................... 202 3.2 INTENSIDADE DO TREINAMENTO ..................................................................................... 202 3.3 ESCALA DE BORG..................................................................................................................... 202 4 COMPONENTES DE UMA SESSÃO DE REABILITAÇÃO CARDÍACA ........................... 203 5 TIPOS DE TREINAMENTO FÍSICO ........................................................................................... 205 6 ERGÔMETROS E PROTOCOLOS EM ESTEIRA E BICICLETA ERGOMÉTRICA .......... 207 7 AVALIAÇÕES NÃO FARMACOLÓGICAS ............................................................................... 215 8 FASES DA REABILITAÇÃO CARDÍACA ................................................................................. 216 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 229 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................230 TÓPICO 3 — TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES ...................... 233 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 233 2 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ....................................................................................... 233 2.1 APLICAÇÃO DO AGENTE FIBRINOLÍTICO ....................................................................... 233 3 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA .................................................................................. 240 3.1 MECANISMOS QUE PODEM CAUSAR A HIPERTENSÃO .............................................. 240 3.2 CLÍNICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ...................................................... 241 3.3 TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA .......................................... 244 3.4 MODIFICAÇÕES NO ESTILO DE VIDA ................................................................................ 245 3.5 PORTADORES DE MARCA-PASSO CARDÍACO OU CARDIOVERSOR DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL ......................................................................................... 245 4 MIOCARDIOPATIAS ..................................................................................................................... 246 5 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO – REABILITAÇÃO CARDÍACA ................................ 246 6 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO – HIPERTENSÃO ARTERIAL .................................... 249 7 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO – DISTÚRBIOS PERIFÉRICOS.................................. 250 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 251 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 254 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 255 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 257 1 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • estudar, com detalhes, todas as estruturas que fazem parte do sistema respiratório e do sistema cardiovascular; • demonstrar, de forma didática, todo o funcionamento do sistema respiratório e do sistema cardiovascular; • identificar todos os processos que estão envolvidos na mecânica respiratória, trocas gasosas, transporte e regulação da respiração; • estudar a semiologia e a avaliação do sistema respiratório e do sistema cardiovascular. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO TÓPICO 2 – MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO TÓPICO 3 – ANATOMIA, SEMIOLOGIA E AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 2 Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 1 INTRODUÇÃO Estudaremos em detalhes de todas as estruturas que fazem parte do siste- ma respiratório e do sistema cardiovascular. O estudo dessas estruturas é funda- mental para a compreensão dos outros assuntos que serão abordados posterior- mente, principalmente os que estão relacionados com o tratamento dos pacientes. Outros assuntos primordiais que serão abordados nesta unidade são a semiologia, avaliação do sistema respiratório e do sistema cardiovascular através da observação dos sinais vitais, sinais e sintoma dos pacientes. 2 O ESTUDO DA ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema respiratório é formado por várias estruturas fundamentais para o funcionamento: • nariz; • faringe; • laringe; • traqueia; • pulmões; • pleura; • brônquios; • bronquíolos; • alvéolos (GUYTON, 2017). A seguir, demonstraremos todas as estruturas que fazem parte do sistema respiratório: o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a traqueia, o brônquio principal direito e os pulmões. UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 4 FIGURA 1 – ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO FONTE: <https://bit.ly/3nL7Uw1>. Acesso em: 14 jan. 2021. 2.1 DIVISÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é dividido em função do ponto de vista estrutural e do ponto de vista funcional (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). 2.1.1 Divisão estrutural Do ponto de vista estrutural, o sistema respiratório pode ser dividido em: • Sistema respiratório superior. • Sistema respiratório inferior. As estruturas que fazem parte do sistema respiratório superior são o nariz e a faringe. Já as estruturas que fazem parte do sistema respiratório inferior são a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões (TORTORA, 2011). 3 DIVISÃO FUNCIONAL Do ponto de vista funcional o sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: uma parte condutora e uma parte respiratória (GUYTON, 2017). A parte condutora está relacionada com as regiões constituídas pelas cavidades e tubos interconectados, que estão no interior e exterior dos pulmões, com formação pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. As funções são filtração, aquecimento e umidificação do ar, além da participação na condução para dentro dos pulmões. TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 5 A parte respiratória está relacionada com os tecidos que estão dentro dos pulmões, nos quais ocorrem as trocas gasosas, sendo constituídas pelos brônquios respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos, os quais são considerados como os principais locais responsáveis para a realização das trocas gasosas entre o ar e o sangue (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). 4 ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO A seguir, estudaremos todas as estruturas que fazem parte do sistema respiratório: o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os pulmões, a pleura, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos. Nariz O nariz é formado pelas partes externa e interna. A parte externa constitui uma estrutura de sustentação para o osso e a cartilagem hialina, estando envolta através do músculo e da pele, sendo coberta pela túnica mucosa (TORTORA, 2011). Toda a estrutura do nariz poderá ser observada a seguir. FIGURA 2 – ESTRUTURAS DO NARIZ FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-vector/anatomy-nose-throat-human-organ- 600w-123867553.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2020. Os ossos frontal, nasal e maxila formam o esqueleto ósseo do nariz, já o esqueleto cartilaginoso do nariz é constituído por meio da cartilagem do septo nasal, formando a parte anterior do septo nasal. Já os processos laterais da cartilagem nasal e das cartilagens alares formam a parte da parede das narinas (GUYTON, 2017). UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 6 O esqueleto cartilaginoso do nariz é maleável, possibilitando uma grande flexibilidade. As narinas estão localizadas na face inferior da parte externa do nariz (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). As funções das estruturas da parte interna do nariz poderão ser visualizadas a seguir. Estarão demonstradas as funções da parte interna do nariz, que são a preparação do ar inalado, a identificação dos estímulos e as alterações durante a fala. FIGURA 3 – FUNÇÕES DAS ESTRUTURAS DA PARTE INTERNA DO NARIZ FONTE: O autor O ar, ao entrar pelas narinas, passa, primeiramente, pelo vestíbulo, que é uma região revestida por pele, apresentando pelos grossos, que têm a função da filtração das partículas de poeira (TORTORA,2011). As conchas nasais superior, média e inferior estão próximas do septo e separam cada lado da cavidade nasal nos meatos nasais superior, médio e inferior (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). A maneira com que as conchas e os meatos estão localizados possibilita uma elevação da área da superfície da cavidade nasal, impedindo que ocorra a desidratação, visto que deve existir um desvio das pequenas gotas de água ao longo da expiração. Nas membranas que fazem o revestimento das conchas nasais superiores, estão situados os receptores olfatórios. Essa região é denominada de epitélio olfató- rio (GUYTON, 2017). À medida que o ar inalado atravessa as conchas e os meatos, ocorre o aquecimento por meio do sangue, que está circundando todos os capilares. O muco é secretado através das células caliciformes, que umedecem o ar e, ao mesmo tempo, são capazes de prender as partículas de poeira (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 7 Os cílios estão localizados nessas regiões e promovem o deslocamento do muco e das partículas de poeira, que estão presas para a direção da laringe, sendo, então, retiradas para fora do trato respiratório. IMPORTANT E Faringe A faringe é conhecida, popularmente, como “garganta”, sendo formada por um tubo com um tamanho de 13 cm em média, estando situada, posteriormente, às cavidades nasal e oral, superiormente, à laringe, e, anteriormente, às vértebras cervicais (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). A faringe é formada por três regiões anatômicas: • Parte nasal da faringe. • Parte oral da faringe. • Parte laríngea da faringe (TORTORA, 2011). A parede é constituída por músculos esqueléticos, sendo que a túnica mucosa reveste toda a estrutura. A finalidade dessa importante estrutura é garantir a passagem do ar e do alimento. Existe uma câmara de ressonância para os sons da fala, que recebe as tonsilas, estas que agem nas respostas imunológicas contra os agentes estranhos (GUYTON, 2017). O suprimento arterial na faringe é garantido através da artéria faríngea ascendente, artéria palatina ascendente, ramo da artéria facial, artéria palatina descendente, ramos faríngeos da artéria maxilar e ramos musculares da artéria tireóidea superior. Já quanto ao suprimento venoso, as veias da faringe realizam a drenagem para o plexo pterigoídeo e para as veias jugulares internas (GUYTON, 2017). A maioria dos músculos da faringe é inervada por meio do plexo faríngeo, sendo constituído pelos ramos faríngeos: • Nervo glossofaríngeo (IX). • Nervo vago (X). • Parte craniana do nervo acessório (XI). UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 8 Laringe A laringe é uma estrutura reduzida que possui uma passagem pequena, sendo a responsável pela união da parte laríngea da faringe com a traqueia, situada, anteriormente, da quarta até a sexta vértebra cervical (C4 – C6). FIGURA 4 – ANATOMIA DA FARINGE E LARINGE FONTE: <https://bit.ly/2QFO7Dk>. Acesso em: 23 jun. 2020. Na parede da laringe, existem várias partes de cartilagem, sendo que três delas são isoladas (cartilagem tireóidea, epiglote e cricóidea), já as outras três estão em pares (cartilagem aritenódea, cuneiforme e corniculada) (TORTORA, 2011). A cartilagem cricóidea é formada por um anel de cartilagem, hialina, que forma a parede inferior da laringe, ficando presa ao primeiro anel da cartilagem da traqueia por meio do ligamento cricotraqueal. Esse local é o ponto de referência para a realização da traqueostomia, no caso de uma situação de emergência. As artérias que fazem parte da laringe são artérias laríngeas superior e inferior e estão auxiliadas pelas veias laríngeas superior e inferior (GUYTON, 2017). Os nervos da laringe são formados pelos nervos laríngeos superior e recorrente e os ramos do nervo vago (X). Pregas vocais As pregas vocais são, também, popularmente chamadas de “cordas vocais”, sendo consideradas como as principais estruturas para a geração dos sons (TORTORA, 2011). Essa importante estrutura poderá ser visualizada a seguir, em que estarão demonstradas as duas pregas vocais. TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 9 FIGURA 5 – PREGAS VOCAIS FONTE: Tortora (2011, p. 864) A altura do som gerado através da voz é controlada por meio da tensão existente nessa região, quando as pregas vocais se estendem através dos músculos, vibrando de forma mais rápida, provocando um tom mais alto, enquanto a diminuição da tensão muscular nas pregas vocais gera tons mais baixos (GUYTON, 2017). Os homens apresentam pregas vocais mais grossas e mais longas do que as mulheres, devido à presença dos hormônios sexuais masculinos. NOTA Epiglote A epiglote é formada por uma cartilagem elástica e recoberta através de um epitélio. Ao longo do processo de deglutição, a faringe e a laringe estão elevadas. Essa mudança gera um alargamento da faringe (TORTORA, 2011). O objetivo da epiglote é promover o recebimento do alimento ou do líquido, já a elevação da laringe provoca o movimento da epiglote para baixo. Acerca da abertura da laringe, essa via de passagem estreitada por meio da laringe é chamada de glote (GUYTON, 2017). UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 10 Ao longo da deglutição, o fechamento da laringe permite o direcionamento dos líquidos e dos alimentos para o esôfago, deixando-os fora da laringe e das vias respiratórias. As partículas de poeira, fumaça, alimento ou líquidos que chegam à laringe provocam o reflexo da tosse e, durante essa prática, o material é expelido (TORTORA, 2011). Traqueia A traqueia é um canal em forma de tubo que possibilita a passagem do ar. Está situada anteriormente ao esôfago e é estendida da laringe até a margem superior da 5ª vértebra torácica, sendo separada nos brônquios principais direito e esquerdo, tendo, em média, 12 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro (GUYTON, 2017). FIGURA 6 – TRAQUEIA FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-vector/trachea-icon-line-element-vector- 600w-1167094246.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2020. A parede da traqueia é constituída por quatro lâminas do inferior para a superfície: • Túnica mucosa. • Túnica submucosa. • Cartilagem hialina. • Túnica adventícia (TORTORA, 2011). Existem por volta de 16 a 20 anéis horizontais de cartilagem hialina, com um formato semelhante à letra C, sendo observados por meio da pele abaixo da laringe. A parte aberta de cada um dos canais com o formato da letra C está direcionada para o esôfago. TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 11 As artérias da traqueia são constituídas pelo ramo das artérias bronquiais, torácica interna e tireoidea inferior, já as veias da traqueia finalizam nas veias tireoideas inferiores (GUYTON, 2017). Brônquios No local onde está localizada a quinta vértebra torácica, a traqueia é dividida em dois brônquios principais: • Brônquio principal direito. • Brônquio principal esquerdo (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). Existem diferenças entre esses dois brônquios, sendo que o brônquio principal direito é mais vertical, curto e mais largo do que o esquerdo. Em razão dessa diferença, na conformação entre esses dois brônquios, na prática clínica, é observado que existe uma maior probabilidade de um objeto ficar alojado quando aspirado no brônquio principal direito, e não no brônquio principal esquerdo. ATENCAO A carina está situada exatamente no local onde a traqueia é separada em brônquios principais direito e esquerdo (TORTORA, 2011). FIGURA 7 – BRÔNQUIOS FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-illustration/digital-medical-illustration-depicting- bronchi-600w-1399628981.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2020. UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 12 Na figura, estão demonstrados os brônquios direito e esquerdo e as suas subdivisões. Da mesma maneiraque a traqueia, os brônquios principais também são constituídos por cartilagem e revestidos pelo epitélio ciliado pseudoestratificado. Ao entrarem nos pulmões, os brônquios principais direito e esquerdo são separados, constituindo os brônquios lobares, sendo chamados de secundários. Posteriormente, são formados brônquios ainda menores, chamados de brônquios segmentares ou terciários, sendo separados em bronquíolos, dividindo-se em condutos menores, denominados de bronquíolos terminais (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002), conforme poderá ser observado a seguir, em que a zona condutora do sistema respiratório (traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais), as zonas transacionais e a zona respiratória (bronquíolos respiratórios, sacos alveolares e ductos alveolares) serão apresentadas. FIGURA 8 – DIVISÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO FONTE: West (2013, p. 6) Bronquíolos Os bronquíolos terminais são divididos em ramos menores, sendo, ainda, denominados de bronquíolos respiratórios. Ao entrarem nos pulmões, são divididos nos ductos alveolares (TORTORA, 2011). Pulmão Os pulmões são um órgão par, estando situados na cavidade torácica, sendo separados pelo coração e por outras estruturas que compõem o mediastino. TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 13 O pulmão divide a cavidade torácica em duas câmaras que estão anatomi- camente separadas. Devido à conformação no caso de um trauma que ocasione o colapso de um pulmão, o outro pulmão continua expandido (TORTORA, 2011). FIGURA 9 – PULMÕES Na figura, os dois pulmões (direito e esquerdo) são demonstrados. Existem duas lâminas de túnica serosa, que são denominadas de pleura, tendo a função de realizar o envolvimento e a proteção do pulmão (GUYTON, 2017). A lâmina que reveste a parede da cavidade torácica é chamada de pleura parietal, já a outra é chamada de pleura visceral, estando presa ao pulmão e entre as duas pleuras. Ainda, existe um espaço denominado de cavidade pleural, conforme poderá ser observado a seguir. No interior da cavidade pleural, existe um líquido que é secretado. A sua função é fazer a redução do atrito entre as pleuras, possibilitando que exista o deslizamento de uma sobre a outra durante a respiração (TORTORA, 2011). Na figura a seguir, a pleura parietal, pleura visceral, cavidade pleural, pulmão esquerdo, diafragma e pulmão direito serão demonstrados. FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-illustration/3d-medical-illustration-lungs-visible- 600w-203485225.jpg>. Acesso em: 23 jun. 2020. https://image.shutterstock.com/image-illustration/3d-medical-illustration-lungs-visible-600w-203485225.jpg%3e. Acesso em: 23 jun. 2020 https://image.shutterstock.com/image-illustration/3d-medical-illustration-lungs-visible-600w-203485225.jpg%3e. Acesso em: 23 jun. 2020 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 14 FIGURA 10 – CAVIDADE PLEURAL E PLEURAS FONTE: <https://bit.ly/3oWASdQ>. Acesso em: 23 jun. 2020. Os pulmões estão situados desde o músculo diafragma até um pouco acima das clavículas e entre as costelas anteriormente e posteriormente. A base do pul- mão está situada na parte inferior, sendo a parte mais larga do pulmão. Já a parte superior do pulmão é mais estreita e é denominada de ápice (TORTORA, 2011). A região do pulmão em direção às costelas é denominada de face costal, estando delineada a sua curvatura junto às costelas, enquanto a face mediastinal de cada um dos pulmões tem uma região denominada de hilo. Nesse local, os brônquios, vasos sanguíneos pulmonares, vasos linfáticos e nervos entram e saem (GUYTON, 2017). Cada pulmão possui uma ou duas fissuras que separam os pulmões em lobos. O pulmão direito é maior do que o esquerdo, sendo constituído por três lobos (superior, médio e inferior), enquanto o pulmão esquerdo é constituído por dois lobos (superior e inferior) (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002), conforme poderá ser observado a seguir. FIGURA 11 – LOBOS DOS PULMÕES FONTE: <https://bit.ly/35S2J7t>. Acesso em: 23 jun. 2020. Pleura Parietal Pleura Visceral Cavidade Pleural Pulmão Esquerdo Pulmão Direito Diafragma PULMÃO DIREITO PULMÃO ESQUERDO LOBO SUPERIOR LOBO SUPERIOR LOBO INFERIOR LOBO INFERIOR LOBO MÉDIO TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 15 Na figura, estão demonstrados os lobos pulmonares no pulmão direito (lobos superior, médio e inferior) e no pulmão esquerdo (lobos superior e inferior). Cada lobo tem o seu próprio brônquio lobar, sendo chamado de secundá- rio. O brônquio principal direito origina três brônquios denominados de brônquios lobares secundários superior, médio e inferior, já o brônquio principal esquerdo origina os brônquios lobares secundários superior e inferior (GUYTON, 2017). No interior do pulmão, os brônquios lobares originam os brônquios seg- mentares terciários e, em cada pulmão, existem dez brônquios segmentares terci- ários. Há o segmento de tecido pulmonar, no qual cada brônquio segmentar é res- ponsável pelo suprimento, sendo chamado de segmento broncopulmonar. Cada um desses segmentos origina estruturas menores, que são chamadas de lóbulos. Cada lóbulo está envolto através de um tecido conjuntivo elástico que dispõe de um vaso linfático, arteríola e vênula com a sua origem no bronquíolo terminal (TORTORA, 2011). Os bronquíolos terminais são divididos em ramos menores, ainda denominados de bronquíolos respiratórios. Todos esses ramos são microscópicos. À medida que os bronquíolos respiratórios vão ficando mais profundos, o revestimento começa a passar por uma transformação, que era, anteriormente, do tipo epitelial, mudando de cúbico simples para pavimentoso simples. Posteriormente, esses bronquíolos respiratórios serão divididos em ductos alveolares (GUYTON, 2017). A partir da traqueia, até atingirem os ductos alveolares, existirão em torno de 25 divisões ou passagens respiratórias. INTERESSA NTE Alvéolos A partir dos ductos alveolares, existirão os vários alvéolos e os sacos alveolares. Cada alvéolo é constituído por um epitélio simples, que está preso por meio de uma membrana basal elástica fina, um saco alveolar constituído por dois ou mais alvéolos, que dividem a abertura, que é comum (TORTORA, 2011). UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 16 As paredes dos alvéolos são constituídas por dois tipos de células epite- liais alveolares, sendo: • As células alveolares tipo I. • As células alveolares tipo II. As células alveolares tipo I formam um revestimento quase contínuo da parede alveolar, sendo formadas por células epiteliais escamosas simples. Já as células alveolares tipo II estão presentes entre as células alveolares tipo I e são menos numerosas (GUYTON, 2017). Os locais principais onde existem as trocas gasosas são as células alve- olares tipo I, já as alveolares tipo II são células epiteliais que possuem a função de secretar o líquido alveolar, permitindo que a superfície fique úmida entre as células e o ar (TORTORA, 2011). Esse líquido que garante a umidade é chama- do de surfactante, sendo formado por uma mistura complexa de fosfolipídios e lipoproteínas. A função do surfactante é diminuir a tensão superficial do líquido que reveste o alvéolo, diminuindo a tendência dos alvéolos ao colapso. IMPORTANT E As paredes alveolares possuem macrófagos que são denominados de macrófagos alveolares. A sua função é realizar a remoção das partículas finas de poeira e dos fragmentos nos espaços alveolares. Nas paredes, também existem fibroblastos, que são fibras elásticas e reticulares, além de uma membrana basal elástica contida nas células alveolares tipo I (TORTORA, 2011). Na face externa dos alvéolos, arteríolas e vênulas pulmonares, existe uma rede de capilares sanguíneos que constitui uma lâmina simples de células endoteliais e membrana basal. Todas as trocas de oxigênio e dióxidode carbono nos espaços aéreos, pulmões e sangue devem ocorrer por meio da difusão das paredes capilar e alveolar. Somadas, constituem a membrana respiratória (GUYTON, 2017), conforme poderá ser observado a seguir. TÓPICO 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 17 FIGURA 12 – ALVÉOLOS FONTE: <http://shutr.bz/3bP3LVs>. Acesso em: 23 jun. 2020. A figura anterior demonstra as estruturas que fazem parte do alvéolo no lado direito da figura, junto ao sangue pobre em oxigênio, passando pelo capilar. No lado esquerdo da figura, o sangue saindo rico em oxigênio. A membrana respiratória está localizada no espaço aéreo alveolar, indo até o plasma sanguíneo, sendo formada por quatro camadas: • Camada formada por células alveolares tipos I e II e macrófagos alveolares agregados, que formam a parede alveolar. • Uma membrana basal epitelial encoberta a parede alveolar. • Uma membrana basal capilar, que está fundida com a membrana basal epitelial. • As células endoteliais do capilar (TORTORA, 2011). Mesmo possuindo várias camadas, a membrana respiratória acaba sendo muito fina, em torno de 0,5 µm de espessura, aproximadamente, 1/16 do diâmetro de um eritrócito. Devido à pequena espessura, a difusão dos gases é realizada de forma muito rápida (GUYTON, 2017). FIGURA 13 – MEMBRANA RESPIRATÓRIA FONTE: <https://bit.ly/39I7wt9>. Acesso em: 23 jun. 2020. Sangue rico em oxigênio Surfactante com fluido Células tipo II Células tipo I Macrófagos alveolares Capilares Sangue pobre em oxigênio Membrana respiratória SURFACTANTE CÉLULAS/TIPO (EPITÉLIO, CELULAR ALVEOLAR ESCAMOSA) MEMBRANA BASAL EPITELIAL ESPAÇO INTERSTICIAL MEMBRANA BASAL CAPILAR ENDOTÉLIO CAPILAR Alvéolos UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 18 A figura anterior demonstra as estruturas da membrana respiratória, como o surfactante, as células do tipo I, a membrana basal, o espaço intersticial, a membrana basal capilar e o endotélio capilar. Existem, nos pulmões, por volta de 300 milhões de alvéolos, que correspondem a uma área de superfície em torno de 70 m2 para a troca gasosa, o que equivale a uma quadra de handebol (TORTORA, 2011). 5 SISTEMA SANGUÍNEO PARA OS PULMÕES Os pulmões possuem dois conjuntos de artérias pulmonares que recebem o sangue, sendo as artérias pulmonares e as artérias bronquiais. O sangue pobre em oxigênio atravessa o tronco pulmonar e se divide em artéria pulmonar esquerda, que penetra o pulmão esquerdo, e artéria pulmonar direita, que penetra o pulmão direito (TORTORA, 2011). Já o sangue oxigenado entra no coração por meio das veias pulmonares, estas que drenam todo o sangue para o átrio esquerdo. As artérias bronquiais se ramificam desde a aorta e transportam o sangue rico em oxigênio para os pulmões, assim, esse sangue deve ir para as paredes dos brônquios e bronquíolos. Existem ligações entre os ramos das artérias bronquiais e os ramos das artérias pulmonares, e a grande maioria do sangue retorna para o coração por meio das veias pulmonares (DAVIES, BLAKELEY; KIDD, 2002). Existe uma pequena quantidade de sangue que é escoada para as veias bronquiais, para os ramos do sistema ázigo, voltando ao coração por meio da veia cava superior (GUYTON, 2017). O suprimento nervoso nos pulmões é resultante do plexo pulmonar, que está localizado anteriormente e posteriormente às raízes dos pulmões. O plexo pulmonar é formado pelos ramos do nervo vago (X) e troncos simpáticos. As fibras motoras parassimpáticas têm origem no núcleo dorsal do nervo vago (X), enquanto as fibras motoras simpáticas são fibras pós ganglionares dos 2º aos 5º gânglios sacrais paravertebrais do tronco simpático (TORTORA, 2011). 19 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • O sistema respiratório pode ser dividido do ponto de vista estrutural e do funcional. • Quanto ao ponto de vista estrutural, o sistema (respiratório) é subdivido em sistema respiratório superior e sistema respiratório inferior. • Quanto ao ponto de vista funcional, o sistema respiratório é subdividido em parte condutora e parte respiratória. • É fundamental estudar todas as estruturas que fazem parte do sistema respiratório: o nariz, a faringe, a laringe, as pregas vocais, a epiglote, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos, o pulmão e os alvéolos. • É necessário também estudar o sistema sanguíneo. 20 1 A ventilação pulmonar está diretamente relacionada com a renovação contínua do ar nas áreas das trocas gasosas nos pulmões. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta quais são as regiões que não atingem as áreas de troca gasosa, fazendo, portanto, parte do espaço morto: a) ( ) Nariz, faringe e pulmões. b) ( ) Nariz, faringe e traqueia. c) ( ) Laringe, traqueia e alvéolos. d) ( ) Brônquios, faringe e traqueia. 2 O sistema respiratório é constituído por nariz, faringe, laringe, traqueia, pulmões, pleura, brônquios, bronquíolos e alvéolos. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta como o sistema respiratório é dividido do ponto de vista estrutural: a) ( ) Parte condutora e parte respiratória. b) ( ) Sistema respiratório superior e sistema respiratório inferior. c) ( ) Sistemas principal e secundário. d) ( ) Sistemas respiratórios superior, inferior e intermediário. 3 O nariz é formado pelas partes externa e interna, sendo que a parte externa está envolvida através do músculo e da pele, sendo coberta por uma túnica mucosa. Assinale a alternativa CORRETA, que possui quais são as funções da parte interna das estruturas que formam o nariz: a) ( ) Aquecimento, umidificação e filtração do ar inalado. b) ( ) Umidificação dos ares inspirado e expirado. c) ( ) Aquecimento, umidificação e filtração do ar expirado. d) ( ) Filtração dos ares inalado e expirado. 4 A traqueia é um canal tubular responsável pela passagem do ar, localizada anteriormente ao esôfago. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta quais são as lâminas que formam a parede da traqueia: a) ( ) Túnica mucosa, túnica submucosa, cartilagem hialina e túnica adventícia. b) ( ) Túnica adventícia, túnica infra adventícia e túnica supra adventícia. c) ( ) Túnica supramucosa, túnica inframucosa e túnica mucosa. d) ( ) Túnica primária, túnica secundária e túnica terciária. AUTOATIVIDADE 21 5 As pleuras existentes no pulmão são denominadas de pleuras visceral e parietal. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta a função do líquido que está presente entre as duas pleuras: a) ( ) Impedir que exista o atrito entre as pleuras. b) ( ) Aumentar o atrito entre as pleuras. c) ( ) Não se sabe ainda qual é a sua função. d) ( ) Reduzir o atrito entre as pleuras. 22 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 1 INTRODUÇÃO A respiração é definida como a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as células corporais, ocorrendo através de quatro fases que são consideradas como básicas da respiração (WEST, 2013). Essas fases poderão ser observadas a seguir. FIGURA 14 – FASES BÁSICAS DA RESPIRAÇÃO FONTE: O autor 2 VENTILAÇÃO PULMONAR Os pulmões são expandidos por meio da inspiração e retraídos através da expiração. Existem dois mecanismos responsáveis pela expansão e retração dos pulmões (GUYTON, 2017): FIGURA 15 – MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELA EXPANSÃO E RETRAÇÃO DOS PULMÕES FONTE: O autor 24 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Movimentos do músculo diafragma para cima e para baixo Esses movimentos tanto para cima quanto para baixo do músculo diafragma aumentarão ou diminuirão todos os volumes da caixa torácica. Na inspiração, o músculo diafragma é movido da superfície inferior dos pulmões para baixo; já na expiração, ocorre o relaxamento do músculo diafragma, proporcionando a retração elástica dos pulmões, caixa torácicae das estruturas abdominais que devem comprimir os pulmões (GUYTON, 2017). Elevação e abaixamento das costelas O movimento de elevação e abaixamento das costelas produzirá uma elevação ou diminuição do diâmetro anteroposterior da caixa torácica, promovendo a separação do esterno e horizontalizando as costelas, através das alavancadas pelos músculos intercostais. A caixa torácica, ao ser elevada, projeta as costelas para frente e, ao mesmo tempo, move o esterno para longe da coluna, elevando em torno de 20% o diâmetro anteroposterior do tórax durante a inspiração máxima quando há comparação com a expiração (TORTORA, 2011). Inspiração A inspiração ocorre através da contração do músculo diafragma, permitindo a entrada de ar nos pulmões, sendo considerado um processo ativo. O músculo diafragma é o principal músculo inspiratório, sendo responsável pela movimentação do ar que penetra nos pulmões ao longo da inspiração normal, a respiração em repouso (WEST, 2014). Todos os músculos que participam da elevação da caixa torácica são chamados de músculos acessórios da inspiração, já os que diminuem o tamanho da caixa torácica são os músculos acessórios da expiração. Os músculos acessórios da inspiração são os seguintes: • Intercostais externos – elevam a caixa torácica. • Esternocleidomastoideos – elevam o esterno. • Serrátil anterior – elevam várias costelas. • Escalenos – elevam as duas primeiras costelas (GUYTON, 2017). Expiração A expiração em repouso é um processo passivo. Neste momento, não existe nenhuma contração dos músculos expiratórios, o movimento é devido à retração de todas as fibras elásticas, que foram estiradas ao longo da inspiração. A partir do relaxamento dos músculos inspiratórios, o processo é iniciado, TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 25 promovendo a saída do ar (TORTORA, 2011), conforme poderá ser observado a seguir. A expiração forçada é um processo ativo, realizado através da contração dos músculos acessórios da expiração: • Reto abdominal – atua no movimento para baixo das costelas, que são mais inferiores, junto aos outros músculos abdominais, forçando todo o conteúdo abdominal para cima contra o músculo diafragma. • Intercostais internos – atuam de maneira contrária aos músculos intercostais externos (GUYTON, 2017). FIGURA 16 – INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO inspiração expiração FONTE: <https://bit.ly/35NbnUP>. Acesso em: 23 jun. 2020. Pressão e movimento do ar Os pulmões são estruturas elásticas que possuem a tendência ao colapso, sendo muito parecidos com um balão. Durante o movimento da caixa torácica na inspiração, devem existir variações na pressão das vias respiratórias (WEST, 2014). Neste momento, a pressão intra-alveolar é negativa em relação à pressão atmosférica em -1 mmHg, possibilitando com que o ar penetre as vias respiratórias, enquanto na expiração, a pressão intra-alveolar eleva em, aproximadamente, +1 mmHg, permitindo a saída do ar por meio das vias respiratórias (GUYTON, 2017). Complacência pulmonar A definição da complacência pulmonar é o grau de extensão dos pulmões para cada unidade de aumento da pressão transpulmonar. A complacência de ambos os pulmões total no adulto normal é de 200 mililitros de ar por centímetro de pressão de água transpulmonar, ou seja, no caso da pressão transpulmonar elevar um centímetro de água, o volume pulmonar, após 10 a 20 segundos, também expande 200 mililitros (GUYTON, 2017). 26 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Apresentaremos as mudanças do volume pulmonar, que ocorrem com as alterações, ao mesmo tempo da pressão pleural, alterando a pressão transpulmonar, que existe entre a inspiração e a expiração. FIGURA 17 – DIAGRAMA DE COMPLACÊNCIA FONTE: Guyton (2017, p. 499) Na figura, está demonstrada a complacência pulmonar através da inspiração e expiração por meio das alterações da pressão pleural e das mudanças no volume pulmonar. Cada ponto da curva é registrado por meio de mudanças da pressão pleural, possibilitando que o volume pulmonar atinja um nível estável nos estágios seguintes. As duas curvas são denominadas, respectivamente, de: • Curva de complacência inspiratória. • Curva de complacência expiratória (WEST, 2014). Todas as características são definidas pelas forças elásticas dos pulmões em duas partes: • Força elástica do tecido pulmonar. • Força elástica causada pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e dos outros espaços aéreos pulmonares (GUYTON, 2017). TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 27 Surfactante, tensão superficial e colapso alveolar O surfactante é um agente ativo da superfície da água. A sua função é reduzir a tensão superficial da água, secretado pelas células epiteliais especiais, chamadas de secretoras do surfactante, sendo chamadas de células epiteliais alveolares tipo II, representando por volta de 10% da área de superfície alveolar. O surfactante é formado por uma mistura complexa de vários fosfolipídios, proteínas e íons. Os principais componentes são o fosfolipídeo dipalmitoilfosfatidilcolina, apoproteínas surfactantes e íons cálcio (WEST, 2014). Volumes e capacidades pulmonares A ventilação pulmonar está relacionada ao movimento do volume de ar para dentro e para fora dos pulmões (GUYTON, 2017). A maioria desses volumes e capacidades pulmonares pode ser avaliada por meio de um exame chamado de espirometria ou prova de função pulmonar através da utilização de um espirômetro. INTERESSA NTE Volumes pulmonares Existem quatro volumes pulmonares existentes, sendo o volume corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e volume residual. O volume corrente – (VC) corresponde ao volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal, equivalente a 500 ml no homem adulto normal. O volume de reserva inspiratório – (VRI) é definido como o volume extra de ar que pode ser inspirado, além do volume corrente normal, equivalendo a 3000 ml. O volume de reserva expiratório – (VRE) é o volume extra de ar expirado, além do volume corrente normal, equivalendo a 1100 ml. Já o volume residual – (VR) é definido como o volume de ar que continua nos pulmões posteriormente à expiração forçada, equivalendo a 1200 ml (GUYTON, 2017). Capacidades pulmonares As quatro capacidades pulmonares existentes são a capacidade vital, capa- cidade inspiratória, capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total. 28 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR A capacidade vital – (CV) corresponde à soma do volume corrente, volume de reserva inspiratório e volume de reserva expiratório, sendo referente à capacidade máxima de ar que um indivíduo inspira ou expira sobre e além do volume corrente normal, equivalendo cerca de 4600 ml. Já a capacidade inspiratória – (CI) é a soma do volume corrente mais o volume de reserva inspiratório, equivalendo em torno de 3500 ml. A capacidade residual funcional – (CRF) é a soma do volume de reserva expiratório mais o volume residual, representando a quantidade de ar, que ainda permanece nos pulmões posteriormente à expiração forçada, equivalendo em torno de 2300 ml. A capacidade pulmonar total – (CPT) corresponde à soma de todos os volumes pulmonares, ou seja, volume corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e volume residual. A soma de todos os volumes equivale a 5800 ml (GUYTON, 2017). FIGURA 18 – VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES FONTE: Guyton (2017, p. 501) Os volumes e as capacidades pulmonares nas crianças e nos adolescentes são menores, sendo observado um aumento com o crescimento do indivíduo. Os valores máximos são atingidos por volta dos 25 anos de idadenos homens e 20 anos nas mulheres (TORTORA, 2011). A função pulmonar, ou seja, os volumes e as capacidades pulmonares na criança e no adolescente, devem sofrer influências em função da altura, idade, peso e sexo. NOTA TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 29 Ao longo dos processos de crescimento e desenvolvimento, o peso corporal é a variável que possui a maior importância em relação aos volumes e às capacidades pulmonares nos casos mais extremos, ou melhor, nas crianças e nos adolescentes muito magros ou muito gordos. Todos os volumes e as capacidades pulmonares são, em média, 20 a 25% maiores nos homens do que nas mulheres (WEST, 2014). 3 VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES NOS IDOSOS Nos idosos, não são observadas grandes mudanças nos volumes e nas capacidades pulmonares em repouso por meio da espirometria. No caso, existe uma única exceção, que é a capacidade vital que possui uma perda significativa, por volta de 4 a 5%, posteriormente, aos 30 anos de idade, sendo observada uma queda para cada década de vida (GUYTON, 2017). Essa redução ocorre devido a um menor nível de oxigênio no sangue, além da diminuição da atividade dos macrófagos alveolares, provocando uma redução da atividade ciliar do epitélio de revestimento do sistema respiratório (TORTORA, 2011). É observada, também, uma elevação no volume residual nos idosos saudáveis e nos não fumantes, mas esse valor não é considerado como significativo, o que significa que não deve dificultar a realização de todas as atividades da vida diária e durante a prática dos exercícios submáximos. IMPORTANT E Ao longo do exercício físico, o idoso possui uma cinética referente às tro- cas gasosas e a ventilação pulmonar diferente dos adultos. Neste caso, observa-se uma diminuição da ventilação e das trocas gasosas em relação ao repouso até o exercício submáximo, enquanto nos adultos o que ocorre é um aumento da ven- tilação e das trocas gasosas. 30 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Ventilação alveolar A grande importância da ventilação alveolar está envolvida com a contínua renovação do ar nas áreas das trocas gasosas dos pulmões, uma vez que o ar está próximo da circulação sanguínea pulmonar. Nessa área, estão presentes os alvéolos, sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. A velocidade e a intensidade com que o ar novo alcança esses locais são chamadas de ventilação alveolar (WEST, 2014). Uma parte do ar respirado nunca alcançará as áreas de troca gasosa. A fun- ção é apenas a de preenchimento das vias respiratórias. Essas áreas compreendem as regiões do nariz, faringe e traqueia, sendo chamadas de espaço morto. Na expiração, o primeiro ar a ser expirado está relacionado ao ar que está presente no espaço morto. A intensidade da ventilação alveolar está relacionada com o volume total de ar novo que penetra os alvéolos, além das áreas vizinhas das trocas gasosas a cada minuto (GUYTON, 2017). A ventilação alveolar é determinada pela frequência respiratória multiplicada pela quantidade de ar novo que penetra nas áreas respiratórias a cada respiração, o que corresponde ao volume corrente menos o volume do espaço morto. VA = Freq X (Vc – Vm) ATENCAO No caso de um volume corrente normal de 500 mililitros, espaço morto de 150 mililitros e uma frequência respiratória de 12 respirações por minuto, a ventilação alveolar é de 4200 mililitros, ou seja, 12 X (500 – 150). A ventilação alveolar é um dos principais fatores que define as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono nos alvéolos (WEST, 2014). Trocas gasosas Esse processo também é denominado de difusão. Neste momento, ocorrerão as trocas gasosas ou difusão do oxigênio através da participação dos alvéolos no sangue pulmonar, além das trocas gasosas ou difusão do dióxido de carbono para a direção oposta. TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 31 A difusão do sistema respiratório é definida como o movimento, de forma aleatória, de todas as moléculas em várias direções, através da membrana respiratória e dos líquidos que estão próximos (TORTORA, 2011). Diferença de pressão A diferença de pressão é responsável pelo processo da difusão. Esse processo corresponde à pressão parcial de um gás. Quando a pressão for maior em uma área do que em outra, neste momento, ocorrerá a difusão da área de maior pressão para a de menor pressão, mas o oposto também ocorre, ou seja, algumas moléculas são difundidas da área de menor pressão para a área de maior pressão (TORTORA, 2011). A difusão efetiva de um gás corresponde à diferença da área de maior pressão para a de menor pressão, menos as moléculas que são difundidas na direção oposta (GUYTON, 2017). Difusão dos gases Os gases envolvidos com o sistema respiratório são solúveis nos lipídios, sendo muito solúveis nas membranas celulares (TORTORA, 2011). A grande limitação do movimento dos gases em relação aos tecidos está envolvida com a intensidade com que esses gases são difundidos por meio da água tecidual em vez das membranas celulares. ATENCAO A difusão dos gases nos tecidos é muito parecida com a difusão que existe dos gases na água (GUYTON, 2017). Composição do ar alveolar O ar alveolar tem uma composição muito diferente dos gases que estão presentes no ar da atmosfera. Essa diferença é decorrente de muitos motivos, como: • O ar alveolar é parcialmente substituído pelo ar atmosférico a cada respiração. • O oxigênio atmosférico é absorvido de forma contínua pelo sangue pulmonar do ar alveolar. 32 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • O dióxido de carbono é difundido do ar pulmonar para os alvéolos. • O ar atmosférico seco ingressa nas vias respiratórias, sendo umidificado antes mesmo de alcançar os alvéolos (TORTORA, 2011). Umidificação do ar O ar presente na atmosfera é formado quase que, por completo, por nitrogênio e oxigênio, mas, ao penetrar nas vias aéreas, entra em contato com os líquidos que revestem as superfícies respiratórias. Antes mesmo que o ar alcance os alvéolos, ele já está completamente umidificado. O quadro a seguir contém todas as pressões parciais dos gases respiratórios, quando entram e saem dos pulmões (GUYTON, 2017). QUADRO 1 – PRESSÕES PARCIAIS DOS GASES RESPIRATÓRIOS FONTE: Guyton (2017, p. 519) Renovação do ar alveolar A cada inspiração normal, por volta de 350 ml de ar novo alveolar devem entrar no sistema respiratório. A quantidade de ar alveolar expirado é a mesma, o que quer dizer que a quantidade de ar alveolar é substituída pelo ar atmosférico a cada respiração, por volta de 1/7 do total, sendo preciso que ocorram várias respira- ções para que ocorra a troca da maior quantidade do ar alveolar (GUYTON, 2017). A importância da substituição do ar lentamente é para impedir que ocorram alterações rápidas em relação às concentrações dos gases sanguíneos, garantindo controle respiratório, impedindo grandes elevações ou reduções nas concentrações de oxigênio tecidual, concentração tecidual de dióxido de carbono e pH. IMPORTANT E TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 33 Transporte de oxigênio e dióxido de carbono O oxigênio, ao ser difundido dos alvéolos para o sangue pulmonar, é transportado para os capilares teciduais por meio da combinação com a hemoglobina, que está presente nas hemácias, possibilitando que o transporte de oxigênio atinja de 30 a 100 vezes mais do que seria transportado caso o oxigênio fosse dissolvido na água do sangue (GUYTON, 2017). O oxigênio reage com vários nutrientes em todas as células teciduais corporais, produzindo uma quantidade muito alta de dióxido de carbono, sendo, posteriormente, transportado para os pulmões novamente. Esse transporte também ocorre pormeio de uma combinação química, o que garante uma elevação de 15 a 20 vezes. ATENCAO Hemoglobina e transporte de oxigênio Por volta de 97% do oxigênio é transportado pelos pulmões por meio dos tecidos, existindo uma combinação química com a hemoglobina presente nas hemácias: só 3% são transportados na forma dissolvida na água do plasma e das células sanguíneas. A molécula de oxigênio é ligada com a porção heme da molécula de hemoglobina de forma reversível (TORTORA, 2011): FIGURA 19 – HEMOGLOBINA FONTE: <https://bit.ly/2LJWxaL>. Acesso em: 26 jun. 2020. HEME 1 β HEME 2 β HEME 1 α HEME 2 α HEME 34 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Nos capilares pulmonares, a pressão parcial de oxigênio é alta, sendo que o oxigênio deve estar ligado à hemoglobina. Já nos capilares teciduais, a pressão parcial de oxigênio é baixa e o oxigênio está desligado da hemoglobina (GUYTON, 2017). A importância da substituição do ar lentamente é para impedir que ocorram alterações rápidas em relação às concentrações dos gases sanguíneos, garantindo controle respiratório, impedindo grandes elevações ou reduções nas concentrações de oxigênio tecidual, concentração tecidual de dióxido de carbono e pH. IMPORTANT E Na curva de dissociação do oxigênio – hemoglobina, existem pontos nos quais pode ser verificada uma elevação progressiva quanto à porcentagem do oxigênio ligado à hemoglobina, ocorrendo conforme o aumento da pressão parcial de oxigênio do sangue, o denominado percentual de saturação da hemoglobina (GUYTON, 2017). Existem vários fatores que colaboram para o desvio da curva de dissociação de oxigênio – hemoglobina, podendo ocorrer nas duas direções. Quando o sangue está levemente ácido, existe uma diminuição do pH de 7,4 para 7,2, existindo um deslocamento da curva em média de 15% para a direita. Esse desvio pode ser feito para a esquerda nos casos quando existe a elevação do pH de 7,4 para 7,6. Ainda, há outros fatores que podem modificar essa curva, além das alterações de pH, e desviar a curva para a direita: • Maior concentração de dióxido de carbono. • Elevação da temperatura corporal. • Elevação do 2,3 bifosfoglicerato (GUYTON, 2017). Regulação da respiração O centro respiratório é formado por vários grupos de neurônios que estão localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral, estando dividido em três grupos principais de neurônios: • Grupo respiratório dorsal – está situado na parte dorsal do bulbo, sendo responsável pela inspiração. • Grupo respiratório ventral – está situado na parte ventrolateral do bulbo, sendo responsável pela expiração. TÓPICO 2 — MECÂNICA RESPIRATÓRIA, TROCAS, TRANSPORTE E REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 35 • Centro pneumotáxico – está situado na parte dorsal superior da ponte, e a função é fazer o controle da frequência e da amplitude respiratória (GUYTON, 2017). Grupo respiratório dorsal de neurônios O grupo tem uma função muito importante quanto ao controle da respiração, sendo o responsável por gerar o ritmo básico da respiração. O sinal inspiratório para os músculos responsáveis pela inspiração é do tipo rampa, com duração de dois segundos, sendo interrompido durante três segundos seguintes, desativando o estímulo ao músculo diafragma. Existem duas funções da rampa inspiratória: Realizar o controle da velocidade do aumento do sinal em rampa, permitindo que, durante uma respiração mais forte, ocorra um rápido aumento, possibilitando a expansão rápida dos pulmões. Quanto mais rápido ocorrer a interrupção da rampa, menor será a duração da inspiração e da expiração, gerando a elevação da frequência respiratória. IMPORTANT E Grupo respiratório ventral de neurônios O grupo respiratório ventral de neurônios está situado bilateralmente ao bulbo, anteriormente e lateralmente ao grupo dorsal, estando localizado no grupo ventral (GUYTON, 2017). Esse grupo tem diferentes funções: • O grupo ventral de neurônios está inativo ao longo da respiração normal, o que significa que a respiração é decorrente do estímulo do grupo respiratório dorsal para o músculo diafragma; já a expiração é decorrente da retração elástica dos pulmões e da caixa torácica. • Os neurônios do grupo ventral não estão envolvidos na oscilação rítmica básica relacionada com o controle da respiração. • Quando o impulso respiratório está voltado para a elevação da ventilação alveolar, estando acima do normal, os sinais também são propagados para os neurônios respiratórios ventrais, consequentemente, a área respiratória ajudará no controle respiratório extra (TORTORA, 2011). 36 UNIDADE 1 — ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Esses grupos de neurônios são muito ativos ao longo de uma atividade física vigorosa. INTERESSA NTE Centro pneumotáxico A função desse centro é realizar o controle do desligamento da rampa ins- piratória, atuando, portanto, no controle da expansão pulmonar (GUYTON, 2017). No sinal pneumotáxico forte, o período de duração da inspiração é de 0,5 segundos, proporcionando uma expansão leve dos pulmões; já nos casos em que o sinal é fraco, a inspiração pode durar até cinco segundos, ocorrendo um maior enchimento dos pulmões. ATENCAO As funções desse centro são limitar a inspiração e, ao mesmo tempo, elevar a frequência respiratória. Um sinal forte pode elevar a frequência respiratória para 30 a 40 movimentos respiratórios por minuto, enquanto um sinal fraco pode diminuir a frequência para até três a cinco movimentos respiratórios por minuto (TORTORA, 2011). 37 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O estudo da mecânica respiratória é muito importante para todos os profissionais da saúde. • A ventilação pulmonar é dividida em dois tipos de movimentos respiratórios: a inspiração e a expiração. • O estudo da pressão e movimento do ar são fundamentais para a compre- ensão da complacência pulmonar, além do surfactante, tensão superficial e colapso alveolar. • Existem, ao total, quatro volumes e quatro capacidades pulmonares. • O conhecimento da ventilação alveolar é muito importante para a futura prática no atendimento dos pacientes. • As trocas gasosas são fundamentais para a manutenção da vida de todos os indivíduos. • A diferença de pressão é o que garante o importante processo da difusão. • A compreensão da composição do ar alveolar é muito importante para o conhecimento de todo o processo respiratório. • A umidificação do ar é essencial para preparar o ar para que possa percorrer todo o sistema respiratório. • Uma grande parte do ar alveolar é renovada continuamente. • O transporte de oxigênio e dióxido de carbono é um ponto fundamental para todo o processo da respiração. • A ligação da hemoglobina com o oxigênio permite um maior transporte de oxigênio. • O processo de regulação da respiração é realizado por meio da participação de três importantes grupos de neurônios. 38 • O grupo respiratório dorsal de neurônios é responsável pelo processo da inspiração. • O grupo respiratório ventral neurônios é responsável pelo processo da expiração. • O centro pneumotáxico tem a função de controlar a frequência e a amplitude respiratória. 39 1 Os volumes pulmonares existentes são o volume corrente, volume de reser- va inspiratório, volume de reserva expiratório e volume residual. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta a definição do volume residual: a) ( ) É o volume de ar que não continua nos pulmões após uma expiração forçada. b) ( ) É o volume de ar que continua nos pulmões após uma expiração forçada. c) ( ) É o volume de ar que continua nos pulmões após uma expiração normal. d) ( ) É o volume de ar que continua nos pulmões após várias respirações. 2 O músculo diafragma é o principal músculo inspiratório, sendo o responsá-
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