Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cálculo Diferencial e Integral III 1 Cálculo Diferencial e Integral III Jonas da Conceição Luiz Gustavo Medeiros 2ª e di çã o Cálculo Diferencial e Integral III 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Jonas da Conceição Ricardo e Luiz Gustavo Medeiros Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. R488c Ricardo, Jonas da Conceição. Cálculo diferencial e integral III / Jonas da Conceição Ricardo e Luiz Gustavo Medeiro ; revisão Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino à Distância, 2018. 157 p. : il. 1. Cálculo diferencial. 2. Cálculo integral. 3. Integrais. 4. Equações diferenciais. 5. Sequências (Matemática). 6. Séries (Matemática). 7. Matemática. 8. Ensino à distância. I. Medeiros, Luiz Gustavo. II. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. III. Título. CDD 515.3 Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Cálculo Diferencial e Integral III 3 Pa lavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Cálculo Diferencial e Integral III 4 Cálculo Diferencial e Integral III 5 Sumário Apresentação da Disciplina............................................................................................. 07 Plano da Disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Integrais Múltiplas ..................................................................................... 11 Unidade 2 – Integrais de Linha....................................................................................... 41 Unidade 3 – Integrais de Superfície .............................................................................. 61 Unidade 4 – Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) ............................................... 73 Unidade 5 – Sequências................................................................................................... 107 Unidade 6 – Séries ............................................................................................................. 121 Considerações Finais ........................................................................................................ .147 Conhecendo o Autor ........................................................................................................ 149 Referências .......................................................................................................................... 151 Anexos.................................................................................................................................. 153 Cálculo Diferencial e Integral III 6 Cálculo Diferencial e Integral III 7 Apresentação da Disciplina Prezado aluno, Uma nova etapa se inicia e, com ela, vamos conquistar mais um pouco de novos aprendizados. Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Integrais Duplas e Triplas, Integrais de Linha, Integrais de Superfície, Equações diferenciais, Sucessões e Séries, que são uma parte importante do conteúdo matemático para a conclusão do seu curso. O sucesso do seu aprendizado dependerá da sua participação junto a sua comunidade virtual e do compromisso com você mesmo. Se em cada unidade você doar um pouco mais do seu tempo, com certeza terá um grau de excelência muito maior no final e a oportunidade de ter absorvido muito mais conhecimento. Essa disciplina foi elaborada com o objetivo de oferecer material suficiente para que possa ter base e seguir o seu caminho, agregando valor ao conhecimento que você já adquiriu até aqui no seu curso e conduzi-lo a um pensamento matemático elevado. Um mundo lá fora te espera e precisa do seu conhecimento! Sucesso! Cálculo Diferencial e Integral III 8 Cálculo Diferencial e Integral III 9 Plano da Disciplina A disciplina de Cálculo Diferencial e Integral III fundamenta-se no estudo de integrais múltiplas, de linha e de superfície, equações diferenciais, sucessões e séries, com esses estudos, procuramosdar um maior embasamento teórico aos alunos do curso de matemática e engenharias. O conteúdo desta disciplina está dividido, para efeito didático e estrutural, em seis unidades de estudo que abordarão desde o conceito das integrais múltiplas, de linha e superfície, EDO, sucessões e séries. Seguiremos com a apresentação de cada unidade: Unidade 1: Integrais Múltiplas Nesta unidade, vamos introduzir o estudo das integrais duplas e triplas de funções de duas e três variáveis. Objetivos: Aprender a calcular integrais duplas e triplas , calcular área e volume através de integrais duplas, calcular a massa e centro de massa de sólidos 3D. Unidade 2: Integrais de Linha Nesta unidade, vamos introduzir o estudo das integrais de linha de campo escalar e de campo vetorial, além do Teorema de Stokes. Objetivos: Calcular integrais de linha sobre curvas planas e espaciais Resolver problemas através do Teorema de Green. Cálculo Diferencial e Integral III 10 Unidade 3: Integrais de Superfície Nesta unidade, vamos introduzir o estudo das integrais de superfície de campo escalar e vetorial. O teorema de Stokes e de Gauss serão apresentados. Objetivos: Calcular integrais de superfície; calcular o fluxo de campos vetoriais sobre superfícies. Unidade 4: Equações Diferenciais Ordinárias Nesta quarta unidade, iremos fazer um estudo sobre os tipos de soluções de uma equação diferencial, sua representação e suas soluções particulares. Objetivo: Reconhecer e solução uma equação diferencial ordinária. Unidade 5: Sequências Nesta unidade, iremos abordar o conceito de sucessões, limites de sucessões é critério de convergências; Objetivos: Reconhecer uma sucessão, verificar se há limites nessa sucessão e verificar os critérios de convergências. Unidade 6: Séries Nesta unidade, iremos estudar os tipos de séries, convergência de séries e os testes necessário para saber se uma série é convergente ou divergente. Objetivos: Verificar através de testes quando uma série é convergente e divergente em cada tipo de série apresentada. Cálculo Diferencial e Integral III 11 Integrais Múltiplas 1 Cálculo Diferencial e Integral III 12 Nesta unidade, vamos introduzir o estudo das integrais duplas e triplas de funções de duas e três variáveis. Serão estudados vários tipos de sistemas coordenados para facilitar a resolução dos problemas e suas aplicações físicas. Objetivo da Unidade: Aprender a calcular integrais duplas e triplas; Calcular área e volume através de integrais duplas; Calcular a massa e centro de massa de sólidos 3D. Plano da Unidade: Integral Dupla Integrais Duplas em Regiões Gerais Área por Integral Dupla Integrais Duplas em Coordenadas Polares Aplicações na Física Integrais Triplas Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas Integrais Triplas em Coordenadas Esféricas Aplicações da Integrais Triplas Bons Estudos! Cálculo Diferencial e Integral III 13 Nos cursos anteriores de Cálculo, você estudou sobre as integrais indefinidas e definidas de funções de uma variável. No curso de Calculo III , iremos abordar a resolução de integrais para funções de duas ou mais variáveis. Integral Dupla Vamos considerar uma função f de duas variáveis, cuja base no plano x, y é definida como um retângulo fechado R, tal que: R ൌ ሾa, bሿxሾc, dሿ ൌ ሼx, yሽ ∈ Թଶ| a x b, c y dሽ A função f(x, y) é representada pelo gráfico de z ൌ fሺx, yሻ e seja S o sólido que está abaixo de f(x, y) e acima da região R, conforme mostrado na figura 1.1. Figura 1.1: Representação da região R e do sólido S Vamos subdividir o retângulo R em sub-retângulos R୧୨ (ver figura 1.2) com diferença de altura ∆y e ∆x e escolher pontos amostrais ሺx୧∗, y୧∗ሻ ∈ R୧୨ com a qual poderemos aproximar a área S como uma caixa retangular infinitesimal e calcular sua soma: Cálculo Diferencial e Integral III 14 S୬ ൌ fሺx୧∗, y୧∗ሻ∆x∆y ୬ ୧ୀଵ ୬ ୨ୀଵ ൌ fሺx୧∗, y୧∗ሻ∆A ୬ ୧,୨ୀଵ Essa soma é conhecida como Soma de Riemann de f e se lim୬→ஶ S୬ ൌ L existir, dizermos que f é integrável. O número L é dito a integral de f sobre um conjunto D ⊂ R, fechado e limitado. Figura 1.2: Subdivisão da região R Fonte: STEWART, 2009, p.905 Assim a integral dupla de f sob o retângulo R é definida como: ඵ݂ሺݔ,ݕሻ݀ݔ݀ݕ ோ ൌ lim୬→ஶfሺx୧ ∗, y୧∗ሻ∆x∆y ୬ ୧ୀଵ ୬ ୨ୀଵ Observe que a integral dupla representa o volume do sólido S, com o “teto” sendo a função z=f(x, y) e a base a região R, assim: VolሺSሻ ൌ ඵfሺx, yሻdxdy ୖ A seguir, listamos algumas propriedades úteis das integrais duplas: (i) ∬ ሾfሺx, yሻ gሺx, yሻሿdxdyୖ ൌ ∬ fሺx, yሻdxdyୖ ∬ gሺx,yሻdxdyୖ . (ii) ∬ k fሺx, yሻdxdyୖ ൌ k ∬ fሺx, yሻdxdyୖ , onde k é uma constante. (iii) ܦ ൌ ܦଵ ∪ ܦଶ ⇒ ∬ ݂ሺݔ, ݕሻ݀ܣ ൌ ∬ ݂ሺݔ,ݕሻ݀ܣభ ∬ ݂ሺݔ,ݕሻ݀ܣమ Cálculo Diferencial e Integral III 15 Integrais Iteradas Para calcularmos uma integral dupla, devemos utilizar um método prático para transformá-la em duas integrais iteradas, ou repetidas, unidimensionais, conhecido como Teorema de Fubini. A integral do lado direto é chamada de integral iterada, ou repetida, e significa que primeiro integramos em relação a y com limites de integração de c a d e depois em relação a x, com limites de integração de a até b. Exemplo: Calcule ∬ xyଶdxdyୖ , onde R ൌ ሾ0,1ሿ x ሾെ1,0ሿ ඵxyଶdxdy ୖ ൌ න න xyଶdydx ିଵ ଵ Assim calculamos primeiro a integral de dentro em y, depois a integral de fora em x: න න xyଶdydx ିଵ ଵ ൌ න x ଵ ቈy ଷ 3 ିଵ ൌ 13න x ଵ ሾ0 െ ሺെ1ሻሿdx ൌ 13න x ଵ dx ൌ ൌ 13 ቈ xଶ 2 ଵ ൌ 13 . 1 2 ൌ 1 6∎ ඵfሺx, yሻdxdy ୖ ൌ න ቈන fሺx, yሻdy ୢ ୡ ୠ ୟ dx ൌ න ቈන fሺx, yሻdx ୠ ୟ dy ୢ ୡ Teorema de Fubini: Se f for contínua no retângulo R ൌ ሾa, bሿxሾc, dሿ ൌ ሼx, yሽ ∈ Թଶ| a x b, c y dሽ, então: Cálculo Diferencial e Integral III 16 Em geral, estamos interessados em calcular a área e o volume entre duas curvas representadas por funções gerais y ൌ gଵሺxሻ e y ൌ gଶሺxሻ. Integrais Duplas em Regiões Gerais Vamos definir dois tipos de região, sobre as quais queremos calcular o valor de uma integral dupla. Uma região do Tipo I (ver figura 1.3), ou simplesmente vertical, é tal que D é limitada à esquerda por uma reta vertical ܠ ൌ ܉ e à direita por ܠ ൌ ܊. E limitada superiormente por uma função y ൌ gଶሺxሻ e inferiormente por y ൌ gଵሺxሻ, ou seja: D ൌ ሼሺx, yሻ ∈ Թଶ; a x b e gଵሺxሻ y gଶሺxሻ ሽ Figura 1.3: Representação de regiões do Tipo I Erro! Fonte de referência não encontrada.. Fonte: STEWART, 2009, p.888 Assim, para calcular a integral dupla sobre a região D do Tipo I, temos: ඵfሺx, yሻdxdy ୈ ൌ න ቈන fሺx, yሻdy మሺ୶ሻ భሺ௫ሻ ୠ ୟ dx Cálculo Diferencial e Integral III 17 Uma região do Tipo II (ver figura 1.4), ou simplesmente horizontal, é tal que D é limitada inferiormente por uma reta horizontal y ൌ c e superiormente por ݕ ൌ d. E limitada à esquerda por uma função x ൌ hଵሺyሻ à direita por x ൌ hଶሺyሻ, ou seja: D ൌ ሼሺx, yሻ ∈ Թଶ;c y d e hଵሺyሻ x hଶሺyሻሽ Figura 1.4:Representação de regiões do Tipo II Fonte: STEWART, 2009, p.888 Assim, para calcular a integral dupla sobre a região D do Tipo II, temos: ඵfሺx,yሻdxdy ୈ ൌ න ቈන fሺx, yሻdx ୦మሺ୷ሻ ୦భሺ௬ሻ ୢ ୡ dy Exemplo: Calcule a integral dupla de fሺx, yሻ ൌ xy sobre a regiãoD limitada pelas curvas y ൌ x e y ൌ xଶ. Antes de calcular o a integral, é importante desenharmos esquematicamente a região D. Para isso, precisamos saber onde as curvas y ൌ x e y ൌ xଶ se interceptam, isso ocorre quando: x ൌ xଶ ⇒ xଶ െ x ൌ 0 ⇒ xሺx െ 1ሻ ൌ 0 ⇒ x ൌ 0 ou x ൌ 1 Cálculo Diferencial e Integral III 18 Assim os pontos de intersecção são (0,0) e (1,1), podemos então esboçar a região D como: Logo, temos uma região do Tipo I com D ൌ ሼሺx, yሻ ∈ Թଶ; 0 x 1 e xଶ y x ሽ. Portanto, calculando a integral temos: ඵxy dxdy ୈ ൌ න ቈන xy dy ୶ ୶మ ଵ dx ൌ න x ቈy ଶ 2 ௫మ ௫ଵ dx ൌ 12න xሺݔ ଶ െ ݔସሻ ଵ dx ൌ ൌ 12න ሺݔ ଷ െ ݔହሻ ଵ dx ൌ 12 ቈ ݔସ 4 െ ݔ 6 ଵ ൌ 12 ൬ 1 4 െ 1 6൰ ൌ 1 24 Cálculo Diferencial e Integral III 19 Área por Integral Dupla Como vimos na seção 1.1 o volume de um sólido S, que está abaixo de f(x,y) e acima da região D é dado por VolሺSሻ ൌ ∬ fሺx, yሻdxdyୖ . Assim, podemos calcular a área da superfície D no plano xy por meio de uma integral dupla sobre a essa região, logo: ܣሺܦሻ ൌඵdxdy ୈ Dessa forma, para calcular a área de uma região D qualquer limitada por duas curvas yଵሺxሻe yଶሺxሻ, precisamos calcular a integral dupla dessa região. Exemplo: Calcule a área da região plana D limitada pelas curvas y ൌ xଷ e y ൌ √x. Traçando o esboço da região D, com os pontos de intersecção (0,0) e (1,1), temos: Assim, podemos definir a região como D ൌ ሼሺx, yሻ ∈ Թଶ; 0 x 1 e xଷ y xଵ/ଶ ሽ. Logo a área de D será: AሺDሻ ൌ ඵdxdy ୈ ൌ න න dydx ୶భమ ୶య ଵ ൌ න ൫xଵ ଶ⁄ െ xଷ൯dx ଵ ൌ ቈ23 x ଷ ଶ⁄ െ x ସ 4 ଵ ൌ 23 െ 1 4 ܣሺܦሻ ൌ 512 u. a Cálculo Diferencial e Integral III 20 Integrais Duplas em Coordenadas Polares Calcular uma integral dupla em regiões circulares ou semicirculares através de coordenadas cartesianas representa um esforço matemático desnecessário. Para isso, devemos usar as coordenadas polares que são definidas da seguinte forma: rଶ ൌ xଶ yଶ ; x ൌ rcosθ ; y ൌ rsenθ Desta forma, mudamos as cordenadas cartesianas (x,y) para as coordenadas polares ሺr, θሻ. Essa mudança é mostrada na figura 1.5. Figura 1.5: Coordenadas polares Fonte: STEWART, 2009, p.926 Para realizar a mudança de variáveis na integral dupla, devemos substituir os operadores diferenciais dx e dy por dr e dθ. Essa mudança é feita através da fórmula: ඵfሺx, yሻdxdy ୈ ൌ ඵ fሺrcosθ, rsenθሻ rdrdθ ୈ୰ Cálculo Diferencial e Integral III 21 Observe que dxdy foi substituido por r drdθ. Assim, a área de uma região D em coordenadas polares é escrita como: AሺDሻ ൌ ඵ rdrdθ ୈ୰ Exemplo: Calcule a integral dupla abaixo em coordenadas cilíndricas sendo D a região limitada pela curva y ൌ √1 െ xଶ e pelo eixo x: ඵe୶మା௬మdxdy ୈ Para esboçar a região D, vemos que a equação y ൌ √1െ xଶ pode ser reescrita como yଶ ൌ 1 െ xଶ ⇒ xଶ yଶ ൌ 1 que é a equação de uma circunferência de raio 1. Como a região D é limitada pelo eixo x , temos uma semicircunferência de raio 1: Fazendo a mudança de variáveis para coordenadas polares temos: ൞ ݔ ൌ ݎܿݏߠ ݕ ൌ ݎݏ݁݊ߠ ݀ݔ ݀ݕ ൌ ݎ݀ݎ݀ߠ ݔଶ ݕଶ ൌ ݎଶ Observando o esboço de D, vamos que r varia de 0 a 1 e ߠ varia de 0 a ߨ. Assim os limites de integração serão: 0 r 1 e 0 θ π. Substituindo esses dados na integral, temos: ඵe୶మା௬మdxdy ୈ ൌඵe୰మݎ ݀ݎ݀ߠ ୈ ൌ න න e୰మݎ ݀ߠ݀ݎ ଵ ൌ ߨන e୰మݎ ݀ݎ ଵ Cálculo Diferencial e Integral III 22 Fazendo rଶ ൌ u temos du ൌ 2r dr ⇒ r dr ൌ ଵଶ du. Logo: πන e୰మr dr ଵ ൌ π2 න e ୳du ଵ ൌ π2 ൣe ୰మ ൧ ଵ ൌ ૈ ሺ܍ െ ሻ∎ Aplicações na Física Uma das aplicações das integrais duplas é no cálculo da massa de placas planas delgadas. Suponha que exista uma função ߜ positiva que represente a densidade superficial de massa de uma placa, isto é, a quantidade de massa por unidade de área. Assim, podemos escrever: δሺx, yሻ ൌ MAሺDሻ No entanto, sabemos que para calcular a área de uma região D limitada, devemos calcular sua integral dupla tal que AሺDሻ ൌ ∬ dxdyୈ . Assim, podemos definir a massa de uma placa plana delgada como ܯ ൌ δሺx, yሻ. AሺDሻ ou ainda: ܯ ൌ ඵδሺx, yሻ dxdy ୈ Caso a função densidade seja constante, isto é δሺx, yሻ ൌ k ൌ cte, a massa M será igual a ݇ . ܣሺܦሻ neste caso, dizemos que a lâmina D é homogênea. Podemos, ainda, determinar o centro de massa de um sistema de partículas através das integrais duplas. Lembrando da Física, temos que o momento de um sistema de partículas em relação a um eixo fixo é igual ao produto da massa pela distância perpendicular ao eixo: M୶ ൌ m୧y୧ ୬ ୧ୀଵ e M୷ ൌ m୧x୧ ୬ ୧ୀଵ Dessa forma, o centro de massa é o pontoሺxത, yതሻ que se comporta como se toda a massa estivesse concentrada nele em equilíbrio (ver figura 1.6). Cálculo Diferencial e Integral III 23 Figura 1.6: Representação do centro de massa em uma placa plana D Fonte: STEWART, 2009, p.933 Sendo M a massa total do sistema, temos a definição das coordenadas do centro de massa: M.xത ൌ M୷ e M.yത ൌ M୶ xത ൌ ܯ௬ܯ ݁ yത ൌ ܯ௫ ܯ Sabendo que a massa de uma placa plana é dada por ܯ ൌ ∬ δሺx,yሻ dxdyୈ , podemos reescrever as equações das coordenadas do centro de massa em função dessa equação. Assim, temos as equações finais na forma: ܠത ൌ ∬ ܠ. ઼ሺܠ, ܡሻ ܌ܠ܌ܡ۲ ۻ ܡത ൌ ∬ ܡ.઼ሺܠ, ܡሻ ܌ܠ܌ܡ۲ ۻ Se quisermos, ainda, calcular o momento de inércia de uma placa plana D em relação aos eixos basta utilizar as seguintes fórmulas: ۷ܠ ൌ ඵܡ.઼ሺܠ, ܡሻ ܌ܠ܌ܡ۲ ۷ܡ ൌ ඵܠ. ઼ሺܠ, ܡሻ ܌ܠ܌ܡ۲ Cálculo Diferencial e Integral III 24 Exemplos: Calcule a massa, o centro de massa e o momento de inércia em relação ao eixo x, da região D, limitada pelas curvas x ൌ yଶ e xെ y ൌ 2. Onde a densidade superficial da placa é δሺx, yሻ ൌ 3. A intersecção das curvas é encontrada igualando as funções yଶ െ y െ 2 ൌ 0, cujas raízes são y ൌ െ1 e y ൌ 2. Logo os pontos de intersecção são (1,-1) e (4,2), traçando o esboço da região D, temos: Podemos perceber que D é uma região do Tipo II tal que: D ൌ ሼሺx, yሻ ∈ Թଶ;െ1 y 2 e yଶ x 2 yሽ 1° Cálculo da Massa: M ൌඵδሺx,yሻ dxdy ୈ ൌ න න 3 dxdy ଶା୷ ୷మ ଶ ିଵ ൌ 3න ሺ2 y െ yଶሻdy ଶ ିଵ ൌ ൌ 3 ቈ2ݕ ݕ ଶ 2 െ ݕଷ 3 ିଵ ଶ ൌ 3൬4 2 െ 83൰ െ ൬െ2 1 2 1 3൰൨ M ൌ 272 ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 25 2° Centro de Massa: xത ൌ ∬ x.δሺx, yሻ dxdyୈ M yത ൌ ∬ y. δሺx, yሻ dxdyୈ M ඵx.δሺx, yሻ dxdy ୈ ൌ න න 3 x dxdy ଶା୷ ୷మ ଶ ିଵ ൌ 3න ቈx ଶ 2 ୷మ ଶା୷ dy ଶ ିଵ ൌ ൌ 32න ሺ4 4y y ଶ െ yସሻdy ଶ ିଵ ൌ 32 ቈ4y 2y ଶ y ଷ 3 െ yହ 5 ିଵ ଶ ൌ 32 ൬8 8 8 3 െ 32 5 ൰ െ ൬െ4 2 െ 1 3 1 5൰൨ ඵx. δሺx, yሻ dxdy ୈ ൌ 32 . 72 5 ൌ 108 5 ∎ ඵy. δሺx, yሻ dxdy ୈ ൌ න න 3 y dxdy ଶା୷ ୷మ ଶ ିଵ ൌ ૠ ∎ Logo, xത ൌ 108/527/2 ൌ 8 5∎ yത ൌ 27/427/2 ൌ 1 2∎ 3° Momento de Inércia: I୶ ൌඵyଶ.δሺx, yሻ dxdyୈ ൌ න න 3 y ଶ dxdy ଶା୷ ୷మ ଶ ିଵ ൌ 3න ݕଶሺ2 y െ yଶሻdy ଶ ିଵ ൌ 3න ሺ2ݕଶ yଷ െ yସሻdy ଶ ିଵ ൌ 3 ቈ2ݕ ଷ 3 ݕସ 4 െ ݕହ 5 ିଵ ଶ ൌ ۷ܠ ൌ ૡૢ ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 26 Integrais Triplas Na seção 1.1 definimos o conceito de integral dupla para funções de duas variáveis f (x, y). Podemos estender esse conceito para funções de três variáveis f (x,y,z) e definir as integrais triplas. Considerando uma região W no Թଷ , limitada e fechada, existe uma caixa retangular tal que B ൌ ሼሺx, y, zሻ|a x b, c y d, e z fሽ . Dividindo em n subcaixas de forma análoga as integrais duplas com volume ∆V ൌ ∆x∆y∆z, definimos a soma tripla de Riemann: S୬ ൌfሺx୧∗, y୧∗ሻ∆x∆y∆z ୬ ୩ୀଵ ୬ ୨ୀଵ ୬ ୧ୀଵ ൌ fሺx୧∗, y୧∗ሻ∆V ୬ ୧,୨,୩ୀଵ Da mesma forma, dizemos que se lim୬→ஶ S୬ ൌ L existir então f(x,y,z) é integrável e L é a integral tripla de f sobre o sólido W: මfሺx, y, zሻdxdydz Em geral, as integrais triplas possuem as mesmas propriedades das duplas. Assim, podemos calcular o volume da região W usando a seguinte equação: VሺWሻ ൌ මdxdydz Além disso, podemos utilizar o mesmo método para transformar a integral tripla em várias integrais iteradas unidimensionais. Definimos então o Teorema de Fubini para integrais triplas como: මfሺx,y, zሻdxdydz ൌ න න න fሺx, y, zሻdxdydz ୠ ୟ ୢ ୡ ୣ Teorema de Fubini para Integrais Triplas: Se f(x,y,z) for contínua na caixa retangular B ൌ ሼሺx, y, zሻ|a x b, c y d, e z fሽ, então: Cálculo Diferencial e Integral III 27 Exemplo: Calcule a integral tripla ∭ ݔݕݖଶ ݀ݔ݀ݕ݀ݖ onde B é a caixa retangular dada por: B ൌ ሼሺx, y, zሻ|0 x 1, െ1 y 2, 0 z 3ሽ මݔݕݖଶ ݀ݔ݀ݕ݀ݖ ൌ න න න ݔݕݖଶ݀ݔ݀ݕ݀ݖ ଵ ଶ ିଵ ଷ ൌ න න ቈݔ ଶݕݖଶ 2 ଵ ݀ݕ݀ݖ ଶ ିଵ ଷ ൌ ൌ න න ݕݖ ଶ 2 ݀ݕ݀ݖ ଶ ିଵ ଷ ൌ න ቈݕ ଶݖଶ 4 ିଵ ଶ ݀ݖ ଷ ൌ න 3ݖ ଶ 4 ݀ݖ ଷ ൌ ቈݖ ଷ 4 ଷ ൌ 274 ∎ De forma semelhante as integrais duplas, podemos calcular a integral tripla de uma região limitada mais geral. Vamos definir a função f(x,y,z) como uma projeção no plano x,y ܦ௫௬, semelhante àquela usada para as integrais duplas, e um sólido E com alturas definidas por funções z ൌ uଵሺx, yሻe z ൌ uଶሺx, yሻ conforme mostrado na figura 1.7. Assim temos: E ൌ ሼሺx, y, zሻ|ሺx, yሻ ∈ D,uଵሺx, yሻ z uଶሺx, yሻሽ Essa região é definida como do Tipo I e podemos calcular a integral tripla da seguinte forma: මfሺx,y, zሻdxdydz ൌඵ ቈන fሺx, y, zሻdz ୳మሺ୶,୷ሻ ୳భሺ୶୷ሻ dxdy ୈ Cálculo Diferencial e Integral III 28 Figura 1.7: Região sólida do tipo I Fonte: STEWART, 2009, p.942 De forma geral, podemos ter ainda os limites de x e de y definidos como funções assim como no caso de z. Nesses casos, devemos proceder no cálculo da integral tripla da mesma forma como fizemos na região I e substituir os limites pelas intersecções das funções. O método de resolução será mostrado nos exemplos abaixo. Exemplos: Calcule ∭ ݁௫మ݀ݔ݀ݕ݀ݖா onde E é o conjunto : E ൌ ሼሺx, y, zሻ| 0 x 1, 0 y x,0 z 1ሽ Definimos E como uma região D୶ com limites constantes e y variando de 0 a x. Assim, a integral tripla fica da forma: ම݁௫మ݀ݔ݀ݕ݀ݖ ா ൌ ඵ ቈන ݁௫మdy ୶ dxdz ୈ౮ ൌඵ xe୶మdxdz ୈ౮ ൌ න න xe୶మdxdz ଵ ଵ ൌ ൌ ቈ݁ ௫మ 2 ଵ න dz ଵ ൌ ݁ െ 12 ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 29 Calcule o volume do sólido limitado pelos paraboloides z ൌ xଶ yଶ e z ൌ 8െ xଶ െ yଶ Primeiro vamos calcular a interseção das superfícies: ൜ z ൌ x ଶ yଶ z ൌ 8െ xଶ െ yଶ → x ଶ yଶ ൌ 8 െ xଶ െ yଶ → 2ሺxଶ yଶሻ ൌ 8 → xଶ yଶ ൌ 4∎ Portanto, a interseção dos paraboloides é a circunferência ܠ ܡ ൌ , situada no plano ݖ ൌ 4. O esboço das superfícies fica então: Definimos, então, o sólido W como: W ൌ ሼሺx, y, zሻ|ሺx, yሻ ∈ D୶୷ e xଶ yଶ z 8 െ xଶ െ yଶሽ E onde D୶୷ é a circunferência xଶ yଶ 4. Calculando assim o volume através da integral tripla: VሺWሻ ൌමdxdydz ൌඵ ቈන dz ଼ି୶మି୷మ ୶మା୷మ dxdy ୈ౮౯ ൌඵ ሾ8 െ 2ሺxଶ yଶሻሿdxdy ୈ౮౯ Cálculo Diferencial e Integral III 30 Observe que resolver a integral dupla resultante ∬ ሾ8 െ 2ሺxଶ yଶሻሿdxdyୈ౮౯ usando coordenadas cartesianas seria muito trabalhoso. Portanto, devemos usar as coordenadas polares para facilitar o trabalho. Logo, temos: ൞ ݔ ൌ ݎܿݏߠ ݕ ൌ ݎݏ݁݊ߠ ݀ݔ ݀ݕ ൌ ݎ݀ݎ݀ߠ ݔଶ ݕଶ ൌ ݎ Lembrando que D୶୷ é a circunferência xଶ yଶ 4, temos que o raio é igual a 2 e a circunferência é completa, assim 0 r 2 e 0 θ 2π e: VሺWሻ ൌ න න ሺ8 െ 2rଶሻ r dθdr ଶ ଶ ൌ 2ߨන ሺ8r െ 2rଷሻ dr ଶ ൌ ቈ4ݎଶ െ ݎ ସ 2 ଶ ൌ VሺWሻ ൌ 2πሺ16 െ 8ሻ ൌ 16π u. v∎ Obs: Note que é importante desenhar as superfícies para entender melhor como definir os limite de integração. Caso o aluno tenha dificuldade em traçar os gráficos das curvas 3D, recomenda-se revisar o conteúdo de Cálculo II. Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas No caso das integrais duplas usamos o sistema de coordenadas polares para resolver os problemas no plano (x,y), que eram convenientemente descritos para regiões curvas. No caso tridimensional, existe um sistema de coordenadas análogo em que um ponto P é representado pelas coordenadas ሺr, θ, zሻ, chamado de Coordenadas Cilíndricas (ver figura 1.8). Definimos, então, as equações para converter o sistema cartesiano em coordenadas cilíndricas: x ൌ rcosθ ; y ൌ rsenθ , z ൌ z Cálculo Diferencial e Integral III 31 Figura 1.8: Coordenadas cilíndricas de um ponto. Fonte: STEWART, 2009, p.950 Logo, ao transformarmos uma integral tripla em coordenadas cartesianas em coordenadas cilíndricas, temos: මfሺx, y, zሻ dxdydz ൌ ම fሺrcosθ, rsenθ, zሻ r drdθdz ౨ಐ Observe que como no caso das coordenadas polares, os difenciais ܌ܠ܌ܡ܌ܢ se transformam em ܚ ܌ܚ܌ી܌ܢ. Isso se deve ao jacobiano, que calcula a distorção na conversão de coordenadas. Exemplo: 1- Calcule a integral tripla ∭ሺxଶ yଶሻ dxdydz , onde E é definido como: E ൌ ሼሺx, y, zሻ| െ 2 x 2,െඥ4 െ ݔଶ y ඥ4 െ ݔଶ,ඥݔଶ ݕଶ z 2ሽ Cálculo Diferencial e Integral III 32 Vamos fazer o esboço do sólido E: Os limites de y podem ser reescritos como ݕ √4െ ݔଶ ⇒ ݕଶ 4 െ ݔଶ ⇒ ࢞ ࢟ . Logo, temos que a projeção de E no plano (x,y) é uma circunferência plana de raio r=2. A superfície inferior de E ݖ ൌ ඥݔଶ ݕଶ é a equação de um cone e a superfície superior é o plano z=2. Assim, o esboço da região E fica: Passando para coordenadas cilíndricas, temos: ۖە ۔ ۖۓ ݔ ൌ ݎܿݏߠݕ ൌ ݎݏ݁݊ߠ ݖ ൌ ݖ ݀ݔ ݀ݕ݀ݖ ൌ ݎ݀ݎ݀ߠ݀ݖ ݔଶ ݕଶ ൌ ݎଶ A região E, é descrita, então, como: E ൌ ሼሺr, θ, zሻ|0 θ 2π,0 r 2, r z 2ሽ e assim: මሺxଶ yଶሻ dxdydz ൌ න න න ݎଶ ݎ ݀ݖ݀ݎ݀ߠ ଶ ଶ ଶ ൌ න න ݎଷሺ2 െ ݎሻ݀ݎ݀ߠ ଶ ଶ ൌ ൌ න ቈݎ ସ 2 െ ݎହ 5 ଶ ݀ߠ ଶ ൌ න 85݀ߠ ଶ ൌ 2ߨ.85 ൌ ࣊ ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 33 Integrais Triplas em Coordenadas Esféricas Existe ainda um outro sistema de coordenadas muito útil para representar regiões esféricas e cônicas. As coordenadas esféricas ሺρ,φ,θሻsão definidas por: ۖە ۔ ۖۓ x ൌ ρ senφ cosθy ൌ ρ senφ senθ z ൌ ρ cosθ dx dydz ൌ ρଶ senφ dρdφdθ xଶ yଶ zଶ ൌ ρଶ Assim, o cálculo da integral tripla em coordenadas esféricas (ver figura 1.9) fica na forma: මfሺx, y, zሻ dxdydz ൌ මfሺρ senφ cosθ,ρ senφ senθ,ρ cosθሻ ρଶ senφ dρdφdθ ಙಞಐ Figura 1.9: Coordenadas esféricas de um ponto P Fonte: STEWART, 2009, p.954 Cálculo Diferencial e Integral III 34 Exemplo: 2.Calcule o volume da esfera xଶ yଶ zଶ aଶ O esboço da equação da esfera é: Usando as coordenadas esféricas a equação da esfera xଶ yଶ zଶ ൌ aଶ fica ߩ ൌ ܽ. Assim, os limites de integração serão: Wൌ ሼሺߩ, φ, θሻ|0 ߩ a,0 φ π, 0 θ 2πሽ. Logo, VሺWሻ ൌ මdxdydz ൌ ම ρଶ senφ dρdφdθ ಙಞಐ ൌ න න න ρଶ senφ dρdφdθ ୟ ଶ ൌ ൌ න ρଶ ୟ න senφ න dθdφdρ ଶ ൌ 2πන ρଶ ୟ න senφ dφdρ ൌ 2πሾെcosφሿන ρଶ dρ ୟ ൌ 4π ቈρ ଷ 3 ୟ ൌ 4πa ଷ 3 u. v.∎ Cálculo Diferencial e Integral III 35 Observe que esse resultado é exatamente aquele que conhecemos da matemática básica para o volume de uma esfera. Aplicações das Integrais Triplas Da mesma forma que fizemos para as integrais duplas, podemos usar as integrais triplas para calcular a massa, centro de massa e momentos de inércia de objetos tridimensionais. Seja a função δሺx, y, zሻ contínua e positiva represetando a densidade volumétrica, isto é, massa por unidade de volume, então, a massa de uma região E será dada por: ܯ ൌමδሺx,y, zሻ. dxdydz Logo, as coordenadas do centro de massa ሺxത, yത, zതሻ serão dadas por: xത ൌ∭ x.δሺx, y, zሻ dxdydz ܯ yത ൌ∭ y.δሺx, y, zሻ dxdydz ܯ zത ൌ∭ z.δሺx, y, zሻ dxdydz ܯ O momento de inércia em relação aos três eixos coordenados serão: I୶ ൌමሺyଶ zଶሻ. δሺx, y, zሻ dxdydz I୷ ൌමሺxଶ zଶሻ. δሺx, y, zሻ dxdydz I ൌ මሺxଶ yଶሻ. δሺx, y, zሻ dxdydz Cálculo Diferencial e Integral III 36 Terminamos aqui a unidade 1, onde você estudou sobre as integrais duplas e triplas, além de suas aplicações na física. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Cálculo Diferencial e Integral III 37 Exercícios – Unidade 1 1.Calcule as seguintes integrais iteradas: a) ye୶୷ dxdyଶଵ ଶ ଵ b) xଶ/yଶ dydx୶ଵ ଶ ଵ 2.Determine o valor da integral abaixo: න න sen xcosݕ dydx గ/ଶ గ/ଶ 3.Determine o valor da integral abaixo: න න 4e୶మdydx ୶/ଶ ଶ 4.Calcule usando integral dupla a área da região D limitada pelas curvas y ൌ 4xെ xଶ e y ൌ x. 5.Encontre o volume do sólido W limitado pelos planos y ൌ 0, z ൌ 0 e y ൌ 4 e pelo cilindro parabólico z ൌ 4 െ xଶ. Dica: O esboço do sólido W é dado por: Cálculo Diferencial e Integral III 38 6.Calcule a integral tripla abaixo: න න න ze୷ dxdzdy √ଵି௭మ ଵ ଷ 7.Calcule o valor da seguinte integral iterada: න න න 6xz dydxdz ௫ା௭ ଵ 8.Calcule o volume através de integral tripla do sólido delimitado pelo cilindro x ൌ yଶ e pelos planos z ൌ 0 e x z ൌ 1. 9.Determine a massa do sólido E que está abaixo do planos z ൌ 1 x y e acima da região do plano xy limitada por y ൌ √x , y ൌ 0 e x ൌ 1, sabendo que função densidade é dada por δሺx, y, zሻ ൌ 2. Cálculo Diferencial e Integral III 39 10.Calcule o centro de massa do sólido descrito no problema 9. Cálculo Diferencial e Integral III 40 Cálculo Diferencial e Integral III 41 Integrais de Linha 2 Cálculo Diferencial e Integral III 42 Nesta unidade, vamos estudar o conceito de integral de linha, ou curvilínea de campos escalares e vetoriais. Além disso, um dos mais famosos teoremas da matemática será apresentado: o Teorema de Green. Objetivo da Unidade: Calcular integrais de linha sobre curvas planas e espaciais Resolver problemas através do Teorema de Green Plano da Unidade: Parametrização de Curvas e Superfícies Integral de Linha de Campo Escalar Integral de Linha de Campo Vetorial Integral de Linha Independente do Caminho Teorema de Green Bons Estudos! Cálculo Diferencial e Integral III 43 Antes de começarmos o estudo das integrais de linha e suas aplicações, é conveniente introduzir os conceitos de parametrização de curvas e superfícies. Esses conceitos são fundamentais para que possamos entender a metodologia por trás das integrais de linha e posteriormente das integrais de superfície. Parametrização de Curvas e Superfícies Para descrever curvas e superfície no espaço, usamos frequentemente as chamadas funções vetoriais. Essas funções relacionam um conjunto de pontos no Թଶ ou Թଷ a um conjunto de vetores. Em geral, escrever uma função vetorial r em função do vetor posição ܚሺܜሻ que pode ser descrito através de suas componentes: ܚሺܜሻ ൌ 〈݂ሺݐሻ, ݃ሺݐሻ, ݄ሺݐሻ〉 ൌ ݂ሺݐሻ ݃ሺݐሻ ݄ሺݐሻ Para descrever uma Curva C espacial usamos a definição de função vetorial e relacionamos os pontos (x,y,z) com um vetor posição ܚሺܜሻ, que define as chamadas equações paramétricas de C e t é conhecido como o parâmetro. Observe na figura 2.10, que a curva C é descrita como se fosse traçada pelo movimento de uma partícula, cuja posição no instante t é dada pelo vetor ܚሺܜሻ. Figura 2.10:Curva espacial C Fonte: STEWART, 2009, p.780 Cálculo Diferencial e Integral III 44 Da mesma forma, definimos uma curva C no plano através de uma parametrização com o vetor posição rሺtሻ ൌ ሾxሺtሻ, yሺtሻሿ , conforme mostrado na figura2.11. Figura 2.11: Curva C no plano (x,y). Exemplo: Determine a parametrização da semicircunferência C abaixo: Estamos interessados em mapear a curva C e para isso devemos encontrar as equações componentes do vetor posição rሺtሻ ൌ ሾxሺtሻ, yሺtሻሿ. Observe que podemos decompor as componente xሺtሻ usando o ângulo t e o raio 3 da seguinte forma: cos t ൌ xሺtሻ3 ⇒ ܠሺܜሻ ൌ ܋ܗܛܜ Fazendo o mesmo com y(t) obtemos yሺtሻ ൌ 3 sen t. Como estamos trabalhando com uma semicircunferência, temos que 0 t π. Portanto, as equações xሺtሻ ൌ 3 cos t e yሺtሻ ൌ 3 sen t são a parametrização da curva C. Cálculo Diferencial e Integral III 45 No caso de Superfícies S no Թଷ(ver figura 2.12), escrevemos as equações paramétricas em função de dois parâmetros t e u, por exemplo, e assim o vetor posição é descrito como: Figura 2.12: Superfície S no Թ . rሺt, uሻ ൌ ሾxሺt, uሻ, yሺt, uሻ, zሺt, uሻሿ Exemplo: Seja S a superfície da semiesfera ilustrada abaixo, encontre uma parametrização. Nesse caso, devemos fazer a parametrização em função dos ângulos ߠ, ߮. Utilizando o mesmo princípio do exemplo anterior, vamos decompor x,y e z em função dos eixos coordenados, obtendo assim: Cálculo Diferencial e Integral III 46 ቐ xሺθ,φሻ ൌ 3 senθ cosφ yሺθ, φሻ ൌ 3 sen θsenφ zሺθ, φሻ ൌ 3 cosθ , com 0 θ π2 e 0 φ 2π Note que ambas as parametrizações obtidas nos exemplos 1 e 2, valem para quaisquer curvas C e superfície S semiesféricas de raio r. Onde o valor de 3 deve ser substituído pelo raio correspondente. Muitas vezes estamos interessados em obter a parametrização de uma curva C resultante da intersecção de sólidos de revolução com retas ou planos. Observe o exemplo abaixo: Exemplo: Determine a parametrização da curva C obtida pela intersecção do cilindro ܠ ܡ ൌ com o plano ܡ ܢ ൌ . O esboço da curva C é obtido traçando o cilindro e marcando os pontos correspondentes de intersecção do plano. Figura 2.13: Esboço da curva C Fonte: STEWART, 2009, p.781 Vemos, portanto, que a curva C está representada no Թଷ , logo, precisamos escrever as 3 componentes x,y e z em função de um parâmetro t. Observa-se que a projeção de C no planoxy é a circunferência xଶ yଶ ൌ 1, z ൌ 0 e sabemos do Cálculo Diferencial e Integral III 47 exemplo 1 que a parametrização para este caso é xሺtሻ ൌ r cos t e yሺtሻ ൌ r sen t . Como nesse caso r=1, temos que a parametrização para x e y é : ܠሺܜሻ ൌ ܋ܗܛܜ e ܡሺܜሻ ൌ ܛ܍ܖ ܜ , 0 t 2π Falta agora definir a parametrizaçãopara z, sabemos que a curva C faz parte do plano y z ൌ 2 e como já temos uma parametrização para y substituindo esse valor na equação do plano obtemos: sen t z ൌ 2 ⇒ ܢሺܜሻ ൌ െ ܛ܍ܖ ܜ A equação parametrizada de C fica então: ܚሺܜሻ ൌ 〈ሺ܋ܗܛ ܜሻ, ሺܛ܍ܖ ܜሻ, ሺ െ ܛ܍ܖ ܜሻ〉 Integral de Linha de Campo Escalar Vamos definir agora as chamadas Integrais de Linha ou Integrais Curvilíneas, que são muito similares as integrais convencionais unidimensionais. A diferença é que em vez de integrarmos em um intervalo ሾa,bሿ, vamos integrar sobre uma curva C. Sejam as equações paramétricas : rሺtሻ ൌ ሾxሺtሻ, yሺtሻሿ , a t b E uma curva C no plano xy, vamos dividi-la em n subintervalos de igual tamanho fazendo com que a curva C seja dividida em n subarcos (Lê-se sub arcos) de comprimento ∆sଵ,∆sଶ,… ∆s୬ (ver figura 2.14). Cálculo Diferencial e Integral III 48 Figura 2.14: Divisão de uma curva C em n subarcos Fonte: STEWART, 2009, p.982 Tomando os pontos arbitrários P୧∗ሺx୧∗, y୧∗ሻ onde se calcula a função f e multiplicando pelo comprimento ∆s୧, obtemos a uma soma semelhante a soma de Riemann: fሺx୧∗, y୧∗ሻ ∆s୧ ୀ Tomando o limite dessa soma, definimos o conceito de integral de linha de f sobre uma curva C: නሺܠ, ܡሻ܌ܛ ൌ ܔܑܕܖ→ஶሺܠ ∗ܑ, ܡ∗ܑሻ ∆ܛܑ ܖ ܑୀ Em geral, escrevemos a função f(x,y) na sua forma parametrizada f[xሺtሻ, yሺtሻሿ e assim, precisamos trocar o diferencial ds por dt. Essa relação é dada pela seguinte fórmula: ܌ܛ ൌ ඨ൬܌ܠ܌ܜ൰ ൬܌ܡ܌ܜ൰ ܌ܜ Cálculo Diferencial e Integral III 49 Assim, chegamos à definição para calcular a integral de linha de uma função f(x,y) sobre uma curva ܥ ∈ Թଶem termos parametrizados f൫xሺtሻ, yሺtሻ൯ em um intervalo [a,b]: නሺܠ, ܡሻ܌ܛ ۱ ൌ න ൫ܠሺܜሻ, ܡሺܜሻ൯ ܊ ܉ ඨ൬܌ܠ܌ܜ൰ ൬܌ܡ܌ܜ൰ ܌ܜᇣᇧᇧᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇧᇧᇥ ܌ܛ Ou seja, para calcular a integral de linha, devemos parametrizar a função f(x,y) em função de t e encontrar a norma da derivada das funções componentes xሺtሻ, yሺtሻ , isto é: || f′൫xሺtሻ, yሺtሻ൯|| ൌ ds ൌ ඨ൬dxdt൰ ଶ ൬dydt൰ ଶ dt Se f(x,y)=1 temos que a integral de linha fሺx, yሻdsେ representa o comprimento de C. Exemplo: 4.Calcule a integral de linha ሺ ܠܡሻ܌ܛ۱ onde a curva C é a parte superior da circunferência unitária ܠ ܡ ൌ . Para calcular a integral de linha, precisamos parametrizar a curva C em função do parâmetro t. Sabemos da seção 2.1 que uma parametrização para a circunferência é dada por é xሺtሻ ൌ r cos t e yሺtሻ ൌ r sen t e nesse caso como r=1 temos: ܠሺܜሻ ൌ ܋ܗܛ ܜ e ܡሺܜሻ ൌ ܛ܍ܖ ܜ Como estamos tratando somente da parte superior da circunferência, temos que t varia somente até π logo, 0 t π . Assim, aplicando a fórmula de integral de linha, temos: නሺ2 xଶyሻds େ ൌ න ሺ2 cosଶ ݐ sen tሻ ୠ ୟ ඨ൬dxdt൰ ଶ ൬dydt൰ ଶ dt ൌ xሺtሻ ൌ cos t ⇒ dxሺtሻdt ൌ െsen t ⇒ ൬ dx dt൰ ଶ ൌ senଶt Cálculo Diferencial e Integral III 50 yሺtሻ ൌ sen t ⇒ dyሺtሻdt ൌ cos t ⇒ ൬ dy dt൰ ଶ ൌ cosଶ t ൌ න ሺ2 cosଶ t sen tሻ ඥsenଶt cosଶ tᇣᇧᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇧᇥ ୀଵ dt ൌ න ሺ2 cosଶ t sen tሻ dt ൌ ൌ ቈ2t cos ଷ t 3 ൌ ૈ ∎ Podemos ainda calcular a integral de linha de curvas lisas por partes, isto é , C pode ser dividida em partes finitas Cଵ,Cଶ,…C୬. Nesse caso, definiremos a integral de linha de C como a soma das integrais de linhas de suas partes, assim: නሺܠ, ܡሻ܌ܛ ۱ ൌ න ሺܠ, ܡሻ܌ܛ ۱ න ሺܠ,ܡሻ܌ܛ ۱ ⋯න ሺܠ, ܡሻ܌ܛ ۱ܖ Exemplo: 5. Calcule ܠ܌ܛ۱ onde C é formado pelo segmento de reta de (0,2) até (0,1) , seguido do arco de parábola ܡ ൌ െ ܠ de (0,1) a (1,0). O esboço da curva C é da seguinte forma: Cálculo Diferencial e Integral III 51 A integral de linha será da forma: xdsେ ൌ xdsେభ xdsେమ . 1. Cálculo de xdsେభ : Uma parametrização para a reta é x=0, y=t onde 1 ݐ 2. Logo ds ൌ ටቀୢ୶ୢ୲ቁ ଶ ቀୢ୷ୢ୲ቁ ଶ dt ൌ ds ൌ ඥሺ0ሻଶ ሺ1ሻଶdt ⇒ ܌ܛ ൌ ܌ܜ. න xds େభ ൌ න o dt ଶ ଵ ൌ 0 2. Cálculo de xdsେమ : Podemos parametrizar y ൌ 1 െ xଶ usando o próprio x, fazendo xሺtሻ ൌ t obtemos yሺtሻ ൌ 1 െ tଶ e vemos no esboço que 0 x 1 portanto 0 t 1. Assim, calculandos derivadas, temos ୢ୶ ୢ୲ ൌ 1 e ୢ୷ ୢ୲ ൌ െ2ݐ, logo, ds ൌ ඥሺ1ሻଶ ሺെ2ݐሻଶdt ⇒ ܌ܛ ൌ √ ܜ܌ܜ. Logo: න xds େమ ൌ න ݐඥ1 4tଶdt ଵ Fazendo tdt ൌ ୢሺଵାସ୲మሻ଼ , ou 1 4tଶ ൌ u ,temos: න ݐඥ1 4tଶdt ଵ ൌ 18න ሺ1 4t ଶሻଵ/ଶdሺ1 4tଶሻ ଵ ൌ 18 . 2 3 ሺ1 4ݐ ଶሻଷଶ൨ ଵ ൌ න xds େమ ൌ ሺ√ െ ሻ∎ Integral de Linha de Campo Vetorial Os campos vetoriais são úteis para representar os campos de forças, velocidades e campos elétricos. Em geral, definimos um campo vetorial ∈ Թଶ como: FሬԦሺx, yሻ ൌ Pሺx, yሻıԦ Qሺx, yሻȷԦ Cálculo Diferencial e Integral III 52 Onde P e Q são as componentes do campo vetorial. Em geral, queremos saber o trabalho realizado por um campo de forças FሬԦሺx, yሻ sobre uma partícula que se desloca sobre uma curva lisa C (ver figura 2.15 ). Figura 2.15: Campo de forças F(x,y) sobre uma curva C. Assim, seja C uma curva definida pela função vetorial rሺtሻ ൌ ሾxሺtሻ, yሺtሻሿ , a t b e seja FሬԦሺx, yሻ um campo vetorial contínuo sobre C. O trabalho realizado por F sobre C é definido como ۴. ܂ ܌ܛ۱ , onde T é o vetor tangente unitário no ponto (x, y) sobre C. Com algumas manipulações, podemos escrever a integral de linha acima como: න۴. ܂ ܌ܛ ۱ ൌ න۴. ܌ܚ ۱ ൌ න ۴൫ܚሺܜሻ൯. ܚ′ሺܜሻ ܌ܜ ࢈ ܉ Vale ressaltar que F൫rሺtሻ൯ é escrito como F൫xሺtሻ, yሺtሻ൯ em função da parametrização e: rᇱሺtሻ ൌ drሺtሻ dt⁄ ൌ ቆdxሺtሻdt , dyሺtሻ dt ቇ Cálculo Diferencial e Integral III 53 Exemplo: 6.Calcule o trabalho realizado pelo campo de forças ۴Ԧሺܠ, ܡሻ ൌ ܠԦെ ܠܡԦ em uma partícula que se move ao longo da curva C descrita por ܚሺܜሻ ൌ ܋ܗܛ࢚ ࢙ࢋ ࢚ , ܜ ૈ/. Temos, então, que a parametrização de C é dada por xሺtሻ ൌ cos t e yሺtሻ ൌ sen t. Assim, vamos escrever a integral de linha: නF.dr େ ൌ න F൫rሺtሻ൯. r′ሺtሻ dt ୟ Onde Fሺrሺtሻ ൌ cosଶ t i െ cos t sen t j e ݎᇱሺݐሻ ൌ െݏ݁݊ ݐ ݅ cosݐ ݆, portanto, temos: නF.dr େ ൌ න ሺcosଶ t ܑ െ cos t sen t ܒሻ. ሺെݏ݁݊ ݐ cos ݐ ሻ dt గ/ଶ ൌ ൌ න െ2 cosଶ ݐ ݏ݁݊ ݐ dt గ/ଶ ൌ ቈ2 cos ଷ ݐ 3 గ ଶ ൌ െ ∎ Integral de Linha Independente do Caminho Seja FሬԦሺx, yሻ ൌ Pሺx, yሻıԦ Qሺx, yሻȷԦ um campo vetorial, dizemos que este é conservativo se existe uma função f tal que f ൌ FሬԦ. Onde f ൌ i பப୶ ݆ ப ப୷ ݇ ப ப୶ é chamado gradiente de f. E ainda se rot FሬԦ ൌ 0, isto é: ∂P ∂y ൌ ∂Q ∂x Cálculo Diferencial e Integral III 54 Dizemos então que uma integral de linha sobre um campo conservativo F.drେ é independente do caminho, logo: නF.dr C =0 para todo caminho fechado C Uma curva C é dia fechada se seu ponto final coincide com seu ponto inicial (ver figura 2.16). Podemos dizer então que a integral de linha de um campo conservativo, não depende da trajetória que une dois pontos A e B , mas apenas dos pontos em si. Figura 2.16: Curva fechada C Fonte: STEWART, 2009, p.994 Em geral, a integral de linha em uma curva fechada é escrita com a seguinte notação: රܨ.݀ݎ ൌ 0 O teorema enunciado acima também pode ser escrito como “ Se ∮ F. drେ ് 0 para alguma curva fechada C, então, o campo FሬԦ não é conservativo”. Exemplo: 7. Determine se o campo ۴Ԧሺܠ, ܡሻ ൌ ሺܠ െ ܡሻԦ ሺܠ െ ሻԦ é conservativo. Sabemos que para que um campo seja conservativo rot FሬԦ ൌ 0 ou seja பப୷ ൌ ப୕ ப୶, assim temos Pሺx, yሻ ൌ x െ y e Qሺx, yሻ ൌ x െ 2 então: ∂P ∂y ൌ 0 െ 1 ൌ െ ∂Q ∂x ൌ 1 െ 2 ൌ െ ⇒۾ ܡ ൌ ۿ ܠ ∎ Portanto FሬԦሺx, yሻ ൌ ሺx െ yሻıԦ ሺx െ 2ሻȷԦ é conservativo. Cálculo Diferencial e Integral III 55 2.5 Teorema de Green Vamos estudar agora um importante teorema da matemática, que estabelece a ligação entre as integrais de linha e as integrais duplas. Seja D uma região no plano fechada e delimitada por uma curva C fechada (ver figura 2.17) e FሬԦሺx, yሻ ൌ Pሺx, yሻıԦ Qሺx, yሻȷԦ um campo vetorial , então o Teorema de Green estabelece que: Figura 2.17: Região D delimitada pela curva C. ර۴. ܌ܚ ۱ ൌ ර۾ ܌ܠ ۿ ܌ܡ ۱ ൌ ඵ൬ۿܠ െ ۾ ܡ൰ ܌ܠ ܌ܡ۲ Em geral, usamos o Teorema de Green quando é mais fácil calcular integral dupla do que a integral de linha sobre C. Exemplos: 7- Seja ۴Ԧሺܠ, ܡሻ ൌ ሺܠ ܡሻԦ ሺܡ ܠሻԦ. Calcule a integral de linha para a região D delimitada pelos vértices do triângulo ሺ, ሻ, ሺ,ሻ ܍ ሺ,ሻ. Pelo teorema de Green: ∮ F.drେ ൌ ∮ P dx Q dyେ ൌ ∬ ቀப୕ப୶ െ ப ப୷ቁ dx dyୈ O esboço da região D é da seguinte forma: Cálculo Diferencial e Integral III 56 Para calcular a integral de linha, teríamos que parametrizar as retas OA, AB e BO e calcular ∮ F.drେ em cada uma em separado. No entanto, usando o teorema de Green, temos para FሬԦሺx, yሻ ൌ ሺ2x yሻıԦ ሺ3y 4xሻȷԦ Pሺx, yሻ ൌ 2x y e Qሺx, yሻ ൌ 3y 4x, assim: ∂Q ∂x ൌ 4 e ∂P ∂y ൌ 1 ඵ൬∂Q∂x െ ∂P ∂y൰ dx dyୈ ൌඵሺ4 െ 1ሻ dx dy ୈ ൌ 3ඵdx dy ୈ Se lembrarmos da unidade 1, a integral ∬ dx dyୈ corresponde a Área de D, ܣሺܦሻ ൌ ∬ dx dyୈ . Que, nesse caso, se resume a área do triângulo com base igual a 1 e altura igual 1. Logo: රF. dr େ ൌ 3ඵdx dy ୈ ൌ 3ܣሺܦሻ ൌ 3. 1.12 ൌ ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 57 Terminamos aqui a unidade 2, onde você estudou sobre as Integrais de Linha sobre campos escalares e vetoriais, além dos campos conservativos e o Teorema de Green. É HORA DE SE AVALIAR Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Cálculo Diferencial e Integral III 58 Exercícios – Unidade 2 1-5 Calcule as integrais de linha onde C é a curva dada: 1- නyଷ ds େ , C: x ൌ tଷ, y ൌ t, o t 2 2- නxyସ ds େ , C: Metade direita do círculo xଶ ݕଶ ൌ 16 3- න൫xଶyଷ െ √x൯ dy େ , C: Arco de curva y ൌ √x de ሺ1,1ሻa ሺ4,2ሻ 4- නሺxy y zሻ ds େ , C: rԦሺtሻ ൌ 2t ܑ tܒ ሺ2 െ 2tሻܓ com o t 1 5- නxyଷ ds େ , C: x ൌ 4sen t, y ൌ 4cost, z ൌ 3t o t π/2 6- Calcule a integral de linha de campo vetorial F.drେ onde ܨሺݔ,ݕሻ ൌ ݔݕ ݅ 3ݕଶ݆ e C é dado pela parametrização rԦሺtሻ ൌ 11tସ ܑ tଷܒ com o t 1 7-8 Determine se os campos vetoriais a seguir são conservativos: 7- Fሺx, yሻ ൌ ሺ3 2xyሻܑ ሺxଶ െ 3yଶሻܒ 8- Fሺx, yሻ ൌ ሺe୶sen yሻܑ ሺe୶ cosyሻܒ 7-5 Use o Teorema de Green para calcular as integrais de linha abaixo: Cálculo Diferencial e Integral III 59 9- රሺx െ yሻ dx ሺx yሻ dy େ C: cículo com centro na origem e r ൌ 2 10- රሺxyሻ dx ሺxଶyଷሻ dy େ C: triângulo com vértices ሺ0,0ሻ, ሺ1,0ሻe ሺ1,2ሻ Cálculo Diferencial e Integral III 60 Cálculo Diferencial e Integral III 61 Integrais de Superfície 3 Cálculo Diferencial e Integral III 62 Nesta unidade, vamos continuar o conceito das integrais de linha e introduzir as chamadas integrais de superfície de campos escalares e vetoriais. Os teoremas de Stokes e de Gauss também serão apresentados. Objetivo da Unidade: Calcular integrais de superfície Calcular o fluxo de campos vetoriais sobre superfícies Plano da Unidade: Integral de Superfície de Campo Escalar Integral de Superfície de Campo Vetorial Teorema de Stokes e de Gauss (ou Divergência) Bons Estudos! Cálculo Diferencial e Integral III 63 Integral de Superfície de Campo Escalar Agora, vamos estudar um tipo de integral útil para calcular a área de superfícies parametrizadas complexas. Suponha uma superfície S parametrizada em função de dois parâmetros u e v, com a seguinte equação paramétrica: rሺu, vሻ ൌ xሺu, vሻ yሺu, vሻ zሺu, vሻ ܓ Definimos a integral de superfície de um campo escalar fሺx, y, zሻ sobre uma superfície parametrizada S com ሺu, vሻ ∈ D como: ඵሺܠ, ܡ, ܢሻ ܌ܛ ܁ ൌ ඵ൫ܚሺܝ,ܞሻ൯ | ܚܝܠ ܚܞ|܌ܝ ܌ܞᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥ ܌ܛ܁ Onde r୳ e r୴ são os vetores tangentes a superfície S e | r୳x r୴| é o módulo do produto vetorial desses vetores, que representa o vetor normal ao plano tangente a superfície S (ver figura 3.18). Figura 3.18: Superfície parametrizada S Fonte: STEWART, 2009, p.1015 Cálculo Diferencial e Integral III 64 Para calcular os vetores r୳ e r୴, temos as seguintes fórmulas, usando as coordenadas da parametrização de S ൫xሺu, vሻ , yሺu, vሻ, zሺu, vሻ൯: r୳ ൌ ∂x ∂u ܑ ∂y ∂u ܒ ∂z ∂u ܓ r୴ ൌ ∂x ∂v ܑ ∂y ∂v ܒ ∂z ∂v ܓ E, relembrando a fórmula de produto vetorital, temos, calculando o determinante da matriz abaixo: r୳x r୴ ൌ ተ ተ ܑ ܒ ܓ ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v ተ ተ ൌ ሺaሻܑ ሺbሻܒ ሺcሻܓ Assim, obtemos o vetor normal ao plano tangente: | r୳x r୴| ൌ ඥaଶ bଶ cଶ Caso a superfície S seja dada em função de uma equação z ൌ zሺx, yሻ, podemos parametrizá-la usando x ൌ x,y ൌ y e z ൌ zሺx, yሻ, logo, usamos a seguinte fórmula para calcular a integral de superfície: ඵሺܠ,ܡ, ܢሻ ܌ܛ ܁ ൌඵሺܠ, ܡ, ܢሺܠ, ܡሻሻ ඨ൬ܢܠ൰ ൬ܢܡ൰ ܌ܠ ܌ܡ ᇣᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇧᇥ ܌ܛ ܁ Exemplos: 1- Calcule ∬ ܠܡ ܌ܛ܁ , onde S é parametrizada por ܚሺܝ, ܞሻ ൌ ሺܝ െ ܞ ሻ ሺܝ ܞሻ ሺܝ ܞ ሻ ܓ com ܗ ܝ e ܗ ܞ ܝ Cálculo Diferencial e Integral III 65 Temos que ∬ fሺx,y, zሻ dsୗ ൌ ∬ f൫rሺu, vሻ൯| r୳x r୴|du dvୗ , portanto, precisamos calcular os vetores r୳ e r୴ com xሺu, vሻ ൌ ሺu െ v ሻ, yሺu, vሻ ൌ ሺu vሻ e zሺu, vሻ ൌ ሺ2u v 1ሻ: r୳ ൌ ∂x ∂u ܑ ∂y ∂u ܒ ∂z ∂u ܓ ൌ 1ܑ 1ܒ 2ܓ ൌ ሺ1,1,2ሻ r୴ ൌ ∂x ∂v ܑ ∂y ∂v ܒ ∂z ∂v ܓ ൌ െ1ܑ 1ܒ 1ܓ ൌ ሺെ1,1,1ሻ Com isso, podemos calcular r୳x r୴ : r୳x r୴ ൌ อ ܑ ܒ ܓ 1 1 2 െ1 1 1 อ ൌ ሺെ1ሻܑ ሺെ3ሻܒ ሺ2ሻܓ E, finalmente | r୳x r୴|: | r୳x r୴| ൌ ඥሺെ1ሻଶ ሺെ3ሻଶ ሺ2ሻଶ ൌ √14 Logo, podemos escrever a integral de superfície como: ඵxy ds ୗ ൌඵሺu െ vሻሺu vሻ√14 du dv ୗ ൌ √14ඵሺuଶ െ vଶሻ du dv ୗ ൌ ൌ √14න න ሺuଶ െ vଶሻ dv du ୳ ଵ ൌ √14න ቈuଶvെ v ଷ 3 ୳ du ଵ ൌ √14න ቆuଷ െ u ଷ 3 ቇdu ଵ ൌ ඵxy ds ୗ ൌ √143 ሾu ସሿଵ ൌ √ ∎ 3.2 Integral de Superfície de Campo Vetorial Uma outra aplicação importante das integrais de superfície é no calculo de fluxo de campos vetoriais. Seja S uma superfície orientável e ܖሬሬԦ o vetor normal unitário externo a essa superfície e ainda seja FሬԦ um campo vetorial contínuo sobre S (ver figura 3.19), então a integral de superfície de ۴Ԧ em S ou o fluxo de ۴Ԧ em S é dado por: ඵ۴Ԧ . ds ୗ ൌඵ۴Ԧ . ܖሬሬԦds ୗ Cálculo Diferencial e Integral III 66 Figura 3.19: Superfície S orientada pelo vetor n Fonte: STEWART, 2009, p.1031 Se o campo vetorial ۴Ԧ representa um campo de velocidades de um fluido por exemplo, a integral ∬ ۴Ԧ . ܖሬሬԦdsୗ representa o fluxo ou volume de fluido que atravessa a superfície S na direção de ܖሬሬԦ. Se S for parametrizada em função de rሺu, vሻ ൌ xሺu, vሻ yሺu,vሻ zሺu, vሻ ܓ, calculamos o vetor ܖሬሬԦ como: ܖሬሬԦ ൌ r୳x r୴|r୳x r୴| Assim, usando a definiçãode integral de superfície da seção 3.1 ∬ fሺx, y, zሻ dsୗ ൌ ∬ f൫rሺu, vሻ൯ | r୳x r୴|du dvᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥ ୢୱ ୗ , podemos escrever: ඵFሬԦ . nሬԦds ୗ ൌ ඵF൫rሺu,vሻ൯. r୳x r୴|r୳x r୴| | r୳x r୴|du dvᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥୢୱୗ E finalmente: ඵ۴Ԧ . ܖሬሬԦ܌ܛ ܁ ൌ ඵ۴൫ܚሺܝ, ܞሻ൯. ሺܚܝܠ ܚܞሻ܁ ܌ܝ ܌ܞ Cálculo Diferencial e Integral III 67 Caso a superfície S seja dada em função da equação ܢ ൌ ܢሺܠ,ܡሻ, podemos parametrizá-la usando x ൌ x,y ൌ y e z ൌ zሺx, yሻ, logo, usamos a seguinte fórmula para calcular a integral de superfície: ඵ۴Ԧ .ܖሬሬԦ܌ܛ ܁ ൌ ඵ۴Ԧሺܠ,ܡ, ܢሺܠ, ܡሻሻ . ൬ܢܠ , ܢ ܡ , ൰܁ ܌ܠ ܌ܡ Exemplo: 2- Calcule o fluxo de ۴Ԧሺܠ, ܡ, ܢሻ ൌ ሺܠሻԦ ሺܠ ܡሻ Ԧെ ሺ࢞࢟ሻܓԦ através da superfície S dada por ܚሺܝ,ܞሻ ൌ ܝ ܞ ሺെܝ െ ܞሻ ܓ com ܗ ܝ e ܗ ܞ . Sabemos que o fluxo de F sobre S é dado pela integral de superfície: ඵFሬԦ . nሬԦds ୗ ൌ ඵF൫rሺu, vሻ൯. ሺr୳x r୴ሻୗ du dv Logo, precisamos calcular o produto vetorial r୳x r୴, com rሺu, vሻ ൌ u ݅ v ݆ ሺെuଶ െ vଶሻ k: r୳ ൌ ∂x ∂u ܑ ∂y ∂u ܒ ∂z ∂u ܓ ൌ 1ܑ 0ܒ െ 2uܓ ൌ ሺ1,0,െ2uሻ r୴ ൌ ∂x ∂v ܑ ∂y ∂v ܒ ∂z ∂v ܓ ൌ 0ܑ 1ܒ െ 2vܓ ൌ ሺ0,1,െ2vሻ Logo, r୳x r୴ ൌ อ ܑ ܒ ܓ 1 0 െ2u 0 1 െ2ݒ อ ൌ ሺ2uሻܑ ሺ2vሻܒ ሺ1ሻܓ Assim, o fluxo de F sobre S será dado por: Substituindo as eq. Paramétricas rሺu, vሻ ൌ u ݅ v ݆ ሺെuଶ െ vଶሻ k no campo vetorial FሬԦሺx, y, zሻ ൌ ሺ2xሻıԦ ሺx yሻ ȷԦ െ ሺ2ݔݕሻkሬԦ , temos F൫rሺu, vሻ൯ ൌ ሺ2u, u v, െ2uvሻ: ඵFሬԦ . nሬԦds ୗ ൌඵF൫rሺu, vሻ൯. ሺr୳x r୴ሻୗ du dv ൌ ൌ ඵሺ2u,u v,െ2uvሻ. ሺ2u, 2v, 1ሻ ୗ du dv Cálculo Diferencial e Integral III 68 Lembrando da definição de produto interno uሬԦሺa,bሻ. vሬԦሺc, dሻ ൌ ab cd: ൌ ඵሺ4uଶ 2uv 2vଶ െ 2uvሻ ୗ du dv ൌඵሺ4uଶ 2vଶሻ ୗ du dv ൌ ൌ න න ሺ4uଶ 2vଶሻ du dv ଵ ଵ ൌ න ቈ4u ଷ 3 2uv ଶ ଵ dv ൌ ଵ න ൬43 2v ଶ൰dv ൌ ଵ ൌ ඵFሬԦ . nሬԦds ୗ ൌ 43v 2 3 v ଷ൨ ଵ ൌ ∎ 3.3 Teorema de Stokes e de Gauss (ou Divergência) O Teorema de Stokes, que pode ser visto como uma generalização do Teorema de Green, relaciona uma integral de superfície S com a integral de linha em torno da curva C fronteira de S. Seja FሬԦ um campo vetorial e S uma superfície orientada lisa, cuja fornteira é dada pela curva C (ver figura 3.20), então: ඵܚܗܜ ۴Ԧ .ܖሬሬԦ܌ܛ ܁ᇣᇧᇧᇧᇤᇧᇧᇧᇥ ۴ܔܝܠܗ ܌ܗ ܚܗܜ܉܋ܑܗܖ܉ܔ ൌ ර۴Ԧ.܌ܚ ۱ᇣᇧᇤᇧᇥ ۱ܑܚ܋ܝܔ܉çãܗ ܌܍۴Ԧ Figura 3.20: Superfície S orientada e fronteira C Fonte: STEWART, 2009, p.1036 Cálculo Diferencial e Integral III 69 Lembrando que ܚܗܜ ۴Ԧ é o rotacional do campo vetorial ۴Ԧ ൌ ܲ ܳ ܴ dado por: ܚܗܜ ۴Ԧ ൌ ተተ ܑ ܒ ܓ ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R ተተ ൌ ൬∂R∂y െ ∂Q ∂z൰ܑ ൬ ∂P ∂z െ ∂R ∂x൰ ܒ ൬ ∂Q ∂x െ ∂P ∂y൰ ܓ O Teorema de Gauss ou da Divergência, estabelece uma relação entre a integral tripla numa região sólida E e a integral de superfície na sua fronteira. Seja FሬԦ ൌ P i Q j R k um campo vetorial através da superfície S e E uma região sólida formada pela fronteira de S, então: ඵ۴Ԧ .ܖሬሬԦ܌ܛ ܁ ൌ ම܌ܑܞ ۴Ԧ ܌܄ ۳ Assim, o Teorema de Gauss diz que o fluxo de FሬԦ sobre S é igual a integral tripla do divergente de FሬԦ em uma região E, formada pelas fronteiras de S. Esse teorema é fundamental para o cálculo de fenômenos físicos como fluxo de campos elétricos e magnéticos ou fluxos de calor. Lembrando que div FሬԦ com FሬԦ ൌ P i Q j R k ,divergente de F é dado por: div FሬԦ ൌ ∂P∂x ∂Q ∂y ∂R ∂z Exemplo: 3- Calcule a integral de linha da curva C, usando o Teorema de Stokes, para ۴Ԧሺ࢞, ࢟,ࢠሻ ൌ െ࢟ ࢞ ࢠ e S o paraboloide ࢠ ൌ െ ࢞ െ ࢟ ࢉ ࢠ e ܖሬሬԦ a norma exterior unitária. O esboço de S é dado por: Cálculo Diferencial e Integral III 70 Sabemos do Teorema de Stokes que ∮ FሬԦ.drେ ൌ ∬ rot FሬԦ . nሬԦdsୗ , assim, precisamos calcular o rotacional de F e a normal unitária: ܚܗܜ ۴Ԧ ൌ ቮ ܑ ܒ ܓ ப ப୶ ப ப୷ ப பെy x z ቮ ൌ ሺ0 െ 0ሻܑ ሺ0 െ 0ሻܒ ሺ1 െ ሺെ1ሻሻܓ ൌ ሺ,,ሻ Como a superfície S é dada em função da equação ࢠ ൌ െ ࢞ െ ࢟ , podemos parametrizá-la usando x ൌ x,y ൌ y e z ൌ zሺx, yሻ, logo usamos a seguinte fórmula vista na seção 3.1 para calcular a integral de superfície: ඵrot FሬԦ . nሬԦds ୗ ൌඵ rot FሬԦ . ൬െ ∂z∂x , െ ∂z ∂y , 1൰େ dx dy ൬െ ∂z∂x , െ ∂z ∂y , 1൰ ൌ ሺ2x,2y, 1ሻ Assim, temos: ඵrot FሬԦ . ൬െ ∂z∂x , െ ∂z ∂y , 1൰େ dx dy ൌඵሺ0,0,2ሻ. ሺ2x,2y, 1ሻେ dx dy ൌ 2ඵdx dy େ ൌ 2 AሺCሻ ൌ 2 π.1ଶ ൌ ૈ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 71 Terminamos aqui a unidade 3, onde você estudou sobre as integrais de superfície, Teorema de Stokes e de Gauss. É HORA DE SE AVALIAR Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Cálculo Diferencial e Integral III 72 Exercícios – Unidade 3 1-4 Calcule as integrais de superfície abaixo: 1- ∬ xଶݕݖ ݀ݏୗ onde S é a parte do plano ݖ ൌ 1 2ݔ 3ݕ que está acima do retângulo ሾ0,3ሿxሾ0,2ሿ 2- ∬ ݕݖ ݀ݏୗ onde S é a parte do plano ݔ ݕ ݖ ൌ 1 que está no primeiro octante. 3- ∬ ݕݖ ݀ݏୗ onde S é dado por x ൌ uଶ, y ൌ u senv, z ൌ u cos v com o u 1 e o v π/2 . 4- ∬ xଶݖଶ ݀ݏୗ onde S é a parte do cone ݖଶ ൌ ݔଶ ݕଶ , que está entre os planos z=1 e z=3 Para os exercícios 5 , 6 e 7, determine o fluxo de F sobre S com: 5- FሬԦሺݔ, ݕ, ݖሻ ൌ ݔݕ ݕݖ ݖݔ , S é parte do paraboloide ݖ ൌ 4 െ ݔଶ െ ݕଶ que está acima do quadrado o x 1 e o y 1 . 6- FሬԦሺݔ, ݕ, ݖሻ ൌ ݔݖ݁௬ െ ݔݖ݁௬ ݖ , S é parte do plano ݔ ݕ ݖ ൌ 1 que está no primeiro octante com orientação para baixo. 7- FሬԦሺx, y, zሻ ൌ x ܑ y ܒ z ܓ, S é a esfera xଶ yଶ zଶ ൌ 9 8- Use o Teorema de Stokes para calcular FሬԦሺx, y, zሻ ൌ xଶzଶ ܑ yଶzଶ ܒ xyz ܓ ,S é parte do paraboloide z ൌ xଶ yଶ que está dentro do cilindro xଶ yଶ ൌ 4, orientado para cima. 9- Use o Teorema de Stokes para calcular FሬԦሺx, y, zሻ ൌ ሺx yଶሻ ܑ ሺy ݖଶሻ ܒ ሺz ݔଶሻ ܓ , S é o triângulo com vértices (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1). 10- Use o Teorema de Stokes para calcular FሬԦሺx, y, zሻ ൌ ሺyzሻ ܑ ሺ2xzሻ ܒ ሺe୶୷ሻ ܓ , S é a circunferência xଶ yଶ ൌ 16, z ൌ 5 Cálculo Diferencial e Integral III 73 Sequências 4 Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) Cálculo Diferencial e Integral III 74 Nesta quarta unidade, iremos fazer um estudo sobre os tipos de soluções de uma equação diferencial, sua representação e suas soluções particulares. Objetivo da Unidade: Reconhecer e solução uma equação diferencial ordinária. Plano da Unidade: Conceitos Fundamentais Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem Equações homogêneas Equações Exatas Equações lineares Equação de bernoulli. Problema do valor inicial (PVI) Equações lineares de ordem N n2 Bons Estudos! Cálculo Diferencial e Integral III 75 O estudo das equações diferenciais é de extrema importância na vida do engenheiro. Diversos tipos de problema, nas mais variadas áreas da engenharia, economia e física, quando modelados matematicamente caem em uma equação diferencial. Conceitos Fundamentais Toda equação onde não há uma incógnita que seja uma função de uma só variável e que contém pelo menos uma derivada ou diferencial é denominada equação diferencial ordinária, ou simplesmente EDO e são da forma: ܨ൫ݔ, ݕሺݔሻ, ݕᇱሺݔሻ,… .ݕሺݔሻ൯ ൌ 0, ݔ ∈ ܫ (4.1) Onde x é a variável independente num intervalo I e a função incognita é y=y(x) e suas derivadas. A EDO mais simples,é da forma yᇱሺxሻ ൌ fሺxሻ e veremos a seguir que para resolvê-la, basta determinar a primitiva da função y(x). Vale ressaltar que podemos escrever as EDOs em diferentes notações, por exemplo: ݔଶݕᇱᇱ െ 4ݔݕᇱ ݕ ൌ ݁௫ (Notação de linha) ௗ௬ ௗ௧ ൌ 2ݕ െ ݐ (Notação de Leibniz) ሺݕ െ 2ݔሻ݀ݕ 5ݔ݀ݔ ൌ 0 (Notação diferencial) Onde o símbolo de linha representa a derivada ݕᇱሺݔሻ ൌ ௗ௬ௗ௫ ; ݕᇱᇱሺݔሻ ൌௗమ௬ ௗ௫మ … . ݕ ൌ ௗ௬ ௗ௫ . Cálculo Diferencial e Integral III 76 Existem ainda as equações diferenciais que apresentam mais de uma variável independente. Essas equações são chamadas de Equações Diferenciais Parciais (EDP) e se apresentam na forma பమ୳ ப୶మ பమ୴ ப୷మ பమ୵ பమ ൌ 0. São de grande importância no estudo da mecânica dos fluidos e outras áreas da engenharia, no entanto não serão abordadas no presente curso. Ordem e Grau de uma EDO Em uma equação diferencial, devemos sempre observar sua ordem e seu grau, essa observação é bem simples. A ordem de uma equação diferencial é determinada pela ordem da derivada de mais alta contida na equação, logo: ݔ ௗమ௬ௗ௫మ െ ቀ ௗ௬ ௗ௫ቁ ଷ ݕ ൌ 0 é uma EDO de ordem 2 (ou segunda ordem) ݕᇱᇱᇱ െ 2ݔݕᇱ ܿݏݕ ൌ 0 é de ordem 3 ( ou terceira ordem) Grau de uma equação diferencial → O grau da equação é o maior dos expoentes a que se está elevada a derivada de mais alta ordem contida na equação. Linearidade de uma Equação Diferencial Uma equação diferencial é dita linear se pode ser escrita na forma: ܽሺݔሻݕ ⋯ ܽଵሺݔሻݕᇱ ܽሺݔሻݕ ൌ ݃ሺݔሻ Onde as potências de y e suas derivadas são 1 e cada coeficiente ܽ é dependente de x ou ainda constante. Assim, podemos escrever: EDOs Lineares: ݔଶݕᇱᇱ െ ݔݕᇱ ݕ ൌ 0 ; ሺܿݏݔሻݕᇱᇱ െ ݔݕᇱ െ ݕ ൌ ݏ݁݊ሺݔሻ Cálculo Diferencial e Integral III 77 EDOs Não Lineares: ݔݕᇱᇱ െ ሺݕᇱሻଶ ݕ ൌ 0 ; ݕଶ ݀ݕ݀ݔ ൌ 0 EDO Homogênea Uma equação diferencial é dita homogênea se só apresenta nos seus termos a função incógnita ou derivadas dela. Logo: ݔݕᇱ ݕ ൌ 0 EDO Homogênea ݕሺݔሻ ௗ௬ௗ௫ ൌ ݔଷ EDO Não Homogênea Os termos que não apresentam a função incógnita são chamados de termos de heterogeneidade e, em geral, são isolados no lado direito da EDO. Solução de uma equação diferencial Solucionar ou resolver uma equação diferencial é determinar todas as funções que sob a forma finita, verifica-se a equação, ou seja, é a obtenção de uma função de várias variáveis livres que, ao substituirmos na função as transformamos em uma função identidade. Cálculo Diferencial e Integral III 78 Exemplo: ݀ݕ ݀ݔ ൌ 3ݔ 2 ݀ݕ ൌ 3ݔ݀ݔ 2݀ݔ න ݀ݕ ൌ න3ݔ ݀ݔ න 2݀ݔ ݕ ൌ 3ݔ ଶ 2 2ݔ ܿ Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem Temos que as equações de 1º ordem e 1º Grau são as equações do tipo : ௗ௬ ௗ௫ ൌ ܨሺݔ, ݕሻ ou ܯ݀ݔ ܰ݀ݕ ൌ 0 ,em que ܯ ൌ ܯሺݔ, ݕሻ e ܰ ൌ ሺݔ, ݕሻ, sendo as funções continuas no intervalo (െ∞,∞ሻ. Equações de variáveis separáveis: Se uma equação do tipo ܯ݀ݔ ܰ݀ݕ ൌ 0 em que M e N são: Funções de apenas uma variável ,Produtos com fatores de uma só variável ou Constantes. Essa equação é denominada equação de variáveis separáveis. Assim, podemos escrevê-la como: ݀ݕ ݀ݔ ൌ ܯሺݔሻ ܰሺݕሻ ܰሺݕሻ݀ݕ ൌ ܯሺݔሻ݀ݔ Cálculo Diferencial e Integral III 79 Logo para encontrar a solução da EDO, basta integrar o lado esquerdo da equação em relação a y e o lado direito em relação a x: නܰሺݕሻ݀ݕ ൌ නܯሺݔሻ݀ݔ Exemplos : 1- Resolver as seguintes EDO’s de variáveis separáveis: a) ࢊ࢟ࢊ࢞ ൌ ࢞ െ ݀ݕ ൌ 3ݔ݀ݔ െ 2݀ݔ න݀ݕ ൌ න3ݔ ݀ݔ െන 2݀ݔ ݕ ൌ 3ݔ ଶ 2 െ 2ݔ ܿ ∎ b) ࢟ࢊ࢞െ ࢞ࢊ࢟ ൌ Nesse caso temos que usar um artifício: dividir os termos por x y( denominado fator de integração). Ao fazermos isso, não iremos alterar a equação original e, ainda, possibilitaremos a separação das variáveis. Com isso, temos: ݕ݀ݔ ∙ 1/ݔݕെ ݔ݀ݕ ∙ 1/ݔݕ ൌ 0 ݀ݔ ݔ െ ݀ݕ ݕ ൌ 0 න ݀ݔݔ െ න ݀ݕ ݕ ൌ ܥ ݈݊ݔ െ ݈݊ݕ ൌ ܥ ݈݊ݔ െ ݈݊ݕ ൌ ݈݊݇ ݈݊ݔݕ ൌ ݈݊݇ ݔ ݕ ൌ ݇ ⇒ ࢟ ൌ ࢞ ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 80 cሻ ࢞ࢊ࢞െ √ି࢞࢟ ࢊ࢟ ൌ Nesse caso iremos dividir ambos os membros por √4 െ x com isso, temos: ݔ √4 െ ݔ ݀ݔ െ √4െ ݔ ݕ√4 െ ݔ ݀ݕ ൌ 0 ݔ√4 െ ݔ ݀ݔ െ 1 ݕ ݀ݕ ൌ 0 න ݔ√4 െ ݔ ݀ݔ െන 1 ݕ݀ݕ ൌ 0 න ݔ√4െ ݔ ݀ݔ െ ݈݊ݕ ൌ ܥ Para calcularmos ௫√ସି௫݀ݔ , iremos fazer o seguinte : 4 െ ݔ ൌ ݐଶ ݔ ൌ െݐଶ 4 ݀ݔ ൌ െ2ݐ Sendo assim, temos: െනെݐ ଶ 4 ݐ ∙ 2ݐ ݀ݐ ⟹ െනሺ8 െ 2ݐ ଶሻ݀ݐ ൌ െ8ݐ 2 ݐ ଷ 3 Substituindo de volta 4 െ ݔ ൌ ݐଶ: න ݔ√4 െ ݔ ݀ݔ ൌ െ8൫√4െ ݔ൯ 2 3 ሺ4 െ ݔሻ√4 െ ݔ Cálculo Diferencial e Integral III 81 Voltando a EDO: 8൫√4െ ݔ൯ 23 ሺ4 െ ݔሻ√4 െ ݔ െ ݈݊ݕ ൌ ܥ ݈݊ݕ ൌ 8൫√4 െ ݔ൯ 23 ሺ4 െ ݔሻ√4 െ ݔ െ ܥ ࢟ ൌ ࢋૡ൫√ି࢞൯ାሺି࢞ሻ√ି࢞ି ∎ dሻ ࢚ࢍ ࢞ ∙ ࢙ࢋࢉ࢟ ࢊ࢞ െ ࢚ࢍ ࢙࢟ࢋࢉ ࢞ ࢊ࢟ ൌ Dividindo ambos os membros por secݕ . ݏ݁ܿ ݔ , temos: ݐ݃ ݔ ∙ ݏ݁ܿ ݕ ݏ݁ܿ ݕ . ݏ݁ܿ ݔ ݀ݔ െ ݐ݃ ݕݏ݁ܿ ݔ ݏ݁ܿ ݕ . ݏ݁ܿ ݔ ݀ݕ ݐ݃ ݔ ݏ݁ܿ ݔ ݀ݔ െ ݐ݃ ݕ ݏ݁ܿ ݕ݀ݕ ݏ݁݊ ݔ ݀ݔ െ ݏ݁݊ ݕ ݀ݕ ൌ 0 න ݏ݁݊ ݔ ݀ݔ െ නݏ݁݊ ݕ ݀ݕ ൌ ܥ െܿݏ ݔ ܿݏ ݕ ൌ ܥ cosݕ ൌ cosݔ ܥ Aplicando cosିଵሺ ሻ dos dois lados cosିଵሺcosݕሻ ൌ cosିଵሺcosݔ ܥሻ ࢟ ൌ ࢞ ,݊݀݁ ܥଵ ൌ cosିଵܥ ∎ Equações homogêneas As equações diferenciais ordinárias homogêneas são escritas na forma: ܡᇱ ൌ ሺܠ,ܡሻ ൌ ۴ቀܡܠቁ Cálculo Diferencial e Integral III 82 Ou ainda escrevendo na forma difencial, temos: ݂ሺݔ,ݕሻ ൌ െܯሺݔ, ݕሻܰሺݔ, ݕሻ ݀ݕ ݀ݔ ൌ െ ܯሺݔ,ݕሻ ܰሺݔ, ݕሻ ࡹሺ࢞, ࢟ሻࢊ࢞ ࡺሺ࢞, ࢟ሻࢊ࢟ ൌ Uma equação é definida como homogênea se existir α ∈ Թ, tal que Mሺtx, tyሻ ൌ tMሺx,yሻ e Nሺtx, tyሻ ൌ tNሺx, yሻ. Chamado de grau de homogêniedade da equação. Exemplos: a) ൫࢞ ࢟൯ࢊ࢞ ࢞࢟ࢊ࢟ ൌ Observe que substituindo ܯሺݔ, ݕሻ ൌ ሺݔଶ ݕଶሻ por Mሺtx, tyሻ ൌ ሺݐଶݔଶ ݐଶݕଶሻ ൌ ࢚ሺݔଶ ݕଶሻ. O mesmo pode ser feito com Nሺtx, tyሻ ൌ ࢚ሺ2ݔݕሻ. Portanto, a equação é homogênea. b) ሺ࢞ ࢟ሻࢊ࢞ െ ඥ࢞ ࢞࢟ࢊ࢟ ( M e N são funções homogêneas do 1º grau) Resolução de uma equação homogênea Seja a equação homogênea ܯ݀ݔ ܰ݀ݕ ൌ 0, temos: ݀ݕ ݀ݔ ൌ െ ܯ ܰ Cálculo Diferencial e Integral III 83 Usaremos o mesmo princípio de exercícios anteriores, vamos dividir o numerador e o denominador do segundo membro por x elevando à potência igual ao grau de homogeneidade da equação, o que resultará uma função de y/x. Assim temos: ݀ݕ ݀ݔ ൌ ܨቀ ݕ ݔቁ Na forma apresentada acima ainda não conseguimos separar as variáveis, sendo assim teremos que fazer outra substituição com essa finalidade, com isso, temos: Vamos substituir ௬௫ ൌ ݑ, ficando assim ݕ ൌ ݔ ∙ ݑ Derivando a equação acima, em relação a x, temos : ݀ݕ ݀ݔ ൌ ݑ ݔ ݀ݑ ݀ݔ Com isso, a equação original será transformada em : ݑ ݔݑ′ ൌ ܨሺݑሻ ∴ ݔݑ′ ൌ ܨሺݑሻ െ ݑ ࢊ࢛ ࡲሺ࢛ሻ െ ࢛ ൌ ࢊ࢞ ࢞ Que é uma equação de variáveis separáveis, podendo ser resolvida simplesmente integrando os dois lados. Depois de resolvida, voltamos a variável original em y e encontramos a solução da EDO Homogênea. Exemplos 1- Resolver a equação homogênea ሺݔଶ ݕଶሻ݀ݔ 2ݔݕ݀ݕ ൌ 0 Substituindo ݕ ൌ ݔ ∙ ݑ ∴ ݀ݕ ൌ ݔ݀ݑ ݑ݀ݔ , com isso, teremos a equação : ሺݔଶ ݔଶݑଶሻ݀ݔ 2ݔ ∙ ݑݔሺݔ݀ݑ ݑ݀ݔሻ ൌ 0 Dividindo tudo por ݔଶ, temos : ሺ1 ݑଶሻ݀ݔ 2ݑሺݔ݀ݑ ݑ݀ݔሻ ൌ 0 Cálculo Diferencial e Integral III 84 ሺ1 ݑଶ 2ݑଶሻ݀ݔ 2ݑݔ݀ݑ ൌ 0 Agora já podemos separar as variáveis, ficando: ሺ1 ݑଶ 2ݑଶሻ ݔ ∙ ሺ1 3ݑଶሻ ݀ݔ 2ݑݔ ݔ ∙ ሺ1 3ݑଶሻ݀ݑ 1 ݔ ݀ݔ 2ݑ ሺ1 3ݑଶሻ ݀ݑ න1ݔ ݀ݔ න 2ݑ ሺ1 3ݑଶሻ݀ݑ ݈݊ݔ െ 13 lnሺ1 3ݑ ଶሻ ൌ ݈݊ܥ Acabando com odenominador: 3݈݊ݔ െ lnሺ1 3ݑଶሻ ൌ 3݈݊ܥ ݈݊ݔଷ െ lnሺ1 3ݑଶሻ ൌ ݈݊ܥଷ ݔଷ ሺ1 3ݑଶሻ ൌ ܥ Relembrando : ௬௫ ൌ ݑ , dai temos: ࢞ ൬ ࢟࢞ ൰ ൌ 2- Resolver a equação homogênea x ୢ୷ୢ୶ ൌ y xe ౯ ౮, x ് 0 Dividindo todos os termos por x, temos: dy dx ൌ y x e ୷ ୶ Substituindo então u=y/x e derivando temos: dy ൌ xdu udx ou yᇱ ൌ xuᇱ u Substituindo o valor de y′ na equação original: y′ ൌ yx e ୷ ୶ Cálculo Diferencial e Integral III 85 xuᇱ u ൌ u e୳ ݔݑᇱ ൌ ݁௨ u′ e୳ ൌ 1 x ⇒ EDO de Variáves Separáveis u′e୳ ൌ 1 x െeି୳ ൌ lnx C Voltando a variável original y, sabendo que y/x=u: eି୷/୶ ൌ െlnx C eି୷/୶ ൌ ln൬kx൰ ,onde c ൌ ln k Que podemos explicitar em função de y, aplicando a definição de ln como: ܡ ൌ െܠܔܖ ൬ܔܖ ൬ܓܠ൰൰ ∎ Equações Exatas: Dizemos que uma EDO do tipo: Mሺx,yሻdx Nሺx, yሻdy ൌ 0 É uma EDO Exata se a condição de Euler for satisfeita, ou seja, se: ∂Mሺx, yሻ ∂y ൌ ∂Nሺx, yሻ ∂x Assim, verificado que uma equação é exata para resolvê-la devemos encontrar uma equação f(x,y)=c. Para isso, basta integrar a primeira igualdade em relação a x ou a segunda e relação a y. Esse procedimento será explicado nos exemplos a seguir: Cálculo Diferencial e Integral III 86 Exemplos 1- Considere a equação abaixo, verifique se é exata e resolva: ܠܡ܌ܠ ሺܠ ܡሻ܌ܡ ൌ Para verificar se a equação diferencial é exata, basta utilizar a condição de Euler, onde Mሺx, yሻ ൌ 4xଷy e Nሺx, yሻ ൌ ሺxସ 2yሻ. Assim: ∂Mሺx, yሻ ∂y ൌ 4x ଷ e ∂Nሺx, yሻ∂x ൌ 4x ଷ E, portanto, a equação diferencial é exata. Para resolvê-la, devemos integrar a uma das igualdades em relação a variável correspondente, isto é, Mሺx,yሻ dx ou Nሺx,yሻ ݀ݕ. Integrando M(x,y), temos: fሺx, yሻ ൌ 4xଷy dx ൌ y 4xଷ dx ൌ ܠܡ ሺܡሻ Note que ao invés de escrevermos o resultado da integral indefinida mais uma constante arbitrária c, optamos por escrever uma função g que só depende de y. Pois, essa é a expressão mais geral que podemos encontrar para f. Derivando o resultado encontrado em relação a y e comparando com o termo N(x,y), temos: dfሺx, yሻ dy ൌ x ସ g′ሺyሻ Fazendo ୢ ሺ୶,୷ሻ ୢ୷ ൌ Nሺx,yሻ com Nሺx, yሻ ൌ ሺxସ 2yሻ: xସ gᇱሺyሻ ൌ xସ 2ݕ Concluímos, portanto, que ᇱሺܡሻ ൌ ࢟. Assim integrando para obter e função g(y): ݃ሺݕሻ ൌ ݕଶ ݇ Cálculo Diferencial e Integral III 87 Logo a solução da EDO Exata é: fሺx, yሻ ൌ ܠܡ ࢟ ൌ ࢉ Assim, juntando as constantes k e c, obtemos a solução geral da EDO implícita: ܠܡ ࢟ ൌ ࢉ ∎ 2- Resolva a equação: ൫ܠ ܡ൯܌ܠ ሺܠܡ ܋ܗܛܡሻ܌ܡ ൌ 1° Passo - Verificando se é exata: ∂Mሺx,yሻ ∂y ൌ 2y ݁ ∂Nሺx, yሻ ∂x ൌ 2ݕ Portanto é exata. 2° Passo - Integrando um dos membros em relação a variável correspondente, com Nሺx, yሻ ൌ 2xy cosy: fሺx, yሻ ൌ 2xy cosy dy ൌ ܠܡ ࢙ࢋ࢟ ࢍሺ࢞ሻ 3° Passo –Derivando o resultado em relação a x e comparando com M(x,y): dfሺx, yሻ dx ൌ Mሺx,yሻ ݕଶ ݃´ሺݔሻ ൌ ݔଷ ݕଶ ⇒ ࢍ´ሺ࢞ሻ ൌ ࢞ 4° - Integrando em relação a x para obter a função g(x): ݃´ሺݔሻ ൌ ݔ ସ 4 ݇ Portanto, a solução é fሺx, yሻ ൌ c, assim: xyଶ ݏ݁݊ݕ ݔ ସ 4 ݇ ൌ ܿ ܠܡ ࢙ࢋ࢟ ࢞ ൌ ࢉ ∎ Cálculo Diferencial e Integral III 88 Equações lineares: São as equações da forma ௗ௬ௗ௫ ܲݕ ൌ ܳ , onde temos que P e Q são funções de x ou constantes. Ou ainda na forma: ݕᇱ ܲሺݔሻݕ ൌ ܳሺݔሻ Caso Qൌ 0, denominamos a equação como sendo Linear Homogênea ou Incompleta. Resolução de uma equação linear: 1º Método: Método da Substituição ou Método de Lagrange. Seja a equação ௗ௬ ௗ௫ ܲݕ ൌ ܳ, Na equação acima, para que possamos resolver, temos que substituir ݕ ൌ ܼ. ݐ , onde Z é a nova função incógnita e t a função a determinar . Derivando em relação a x temos: ݀ݕ ݀ݔ ൌ ܼ ݀ݐ ݀ݔ ݐ ܼ݀ ݀ݔ Fazendo as substituição na equação inicial, teremos: ܼ ݀ݐ݀ݔ ݐ ܼ݀ ݀ݔ ܲ. ܼ. ݐ ൌ ܳ Colocando em evidência o termo comum, temos: ܼ ൬݀ݐ݀ݔ ܲ. ݐ൰ ݐ ܼ݀ ݀ݔ ൌ ܳ Para resolvermos a equação acima, devemos lembrar os dois casos iniciais, a saber: 1º Caso: ௗ௬ ௗ௫ ൌ ܳ, o que acaba por implicar em P= 0, consequentemente ݀ݕ ൌ ܳ݀ݔ → ݕ ൌ ܳ݀ݔ ܥ Cálculo Diferencial e Integral III 89 2ª Caso: ௗ௬ௗ௫ ܲݕ ൌ ܳ, o que corresponde a Q= 0 ( o que nos dá uma equação linear incompleta) , multiplicando os dois membros por dx, temos: ݀ݕ ݀ݔ . ݀ݔ ܲݕ. ݀ݔ ൌ 0 ݀ݕ ݕ݀ݔ ൌ 0 Separando as variáveis: ݀ݕ ݕ ܲ݀ݔ ൌ 0 Integrando, teremos: න݀ݕݕ නܲ݀ݔ ൌ ܥ ݈݊ݕ නܲ݀ݔ ൌ ܥ ݈݊ݕ ൌ ܥ െ නܲ݀ݔ Pela definição de logaritmo, pode-se escrever: ݕ ൌ Ղିௗ௫ ൌ Ղ. Ղି ௗ௫ Se Ղ ൌ ݇, temos ݕ ൌ ܭ.Ղି ௗ௫ , que é a solução da equação linear homogênea ou incompleta, porém não podemos esquecer da equação em Z: ܼ ൬݀ݐ݀ݔ ܲ. ݐ൰ ݐ ܼ݀ ݀ݔ ൌ ܳ Para conseguirmos obter a solução acima , devemos encontrar o valor de Z e t, ao fazermos isso teremos a solução da equação linear dita completa, já que ݕ ൌ ܼ. ݐ , sendo assim devemos pesquisar uma maneira de calcularmos essas duas funções. Igualando o coeficiente de Z em um determinado fator, o valor obtido será levado ao resto da equação, possibilitando o cálculo de Z, já que t foi calculado da forma citada. Desde modo, igualaremos o coeficiente a zero (pela condição imposta) ݀ݐ ݀ݔ ܲݐ ൌ 0 Cálculo Diferencial e Integral III 90 Observemos que a equação acima é do tipo citado no 2º caso, onde t funciona como y e cuja solução é: ݐ ൌ ܭ. Ղିௗ௫ Sendo assim, levando o valor t em ݐ ௗௗ௫ ൌ ܳ, obtendo assim o valor de Z: ܭ. Ղି ௗ௫ ܼ݀݀ݔ ൌ ܳ ܼ݀ ݀ݔ ൌ 1 ݇ Ղ ௗ௫.ܳ ܼ݀ ൌ 1݇ Ղ ௗ௫.ܳ݀ݔ lembrando que ݕ ൌ ܼ. ݐ, ao integrarmos, teremos: ܼ ൌ ଵ Ղௗ௫ . ܳ݀ݔ ܥ ݕ ൌ ܭՂିௗ௫ ቂଵՂௗ௫ .ܳ݀ݔ ܥቃ Assim: ݕ ൌ Ղିௗ௫ൣՂௗ௫ .ܳ݀ݔ ܥ൧ 2º Método: Fator Integrante Dada uma equação: ݕᇱ ܲሺݔሻݕ ൌ ܳሺݔሻ Seja fሺxሻ ൌ Ղ୮ୢ୶ o chamado fator integrante, temos que f ᇱ ൌ fp assim, multiplicando a EDO Linnear por f, temos: f yf y f y fp qf y f yf qf yf qf ' ( ) ' ' ' ' ( ) ' Cálculo Diferencial e Integral III 91 A fórmula acima torna a resolução da EDO Linear simples de ser obtida e é sugerido ao aluno que a memorize. Assim, a solução da EDO será dada integrando para obter: yf ൌ නqf dx C ܡ ൌ නܙ܌ܠ ۱ Exemplos: 1- yᇱ െ ୷୶ ൌ xെ 2 Fator integrante f ൌ Ղ୮ୢ୶ , onde Pሺxሻ ൌ െଵ୶ e Qሺxሻ ൌ xെ 2, assim: f ൌ Ղሺିଵ୶ሻୢ୶ ൌ ݁ି௫ ൌ ݁୪୬ଵ௫ ൌ 1ݔ Logo, usando ሺyfሻᇱ ൌ qf, temos: ൬y 1x൰ ᇱ ൌ ሺx െ 2ሻ1x ⇒ y x ൌ න ൬1െ 2 x൰ dx y x ൌ xെ 2lnx c ܡ ൌ ܠ െ ܠܔܖܠ ܋ܠ ∎ 2- ሺ2 cos xሻyᇱ െ ሺ2 senxሻy ൌ sen 2x Como as equações lineares são da forma yᇱ Pሺxሻy ൌ Qሺxሻ, precisamos eliminar o termo (2cosxሻ que aparece junto de y′. Assim, dividindo os dois lados da equação por 2cosx, temos: ሺ2 cosxሻyᇱ െ ሺ2 senxሻy ൌ sen 2x ൊ 2 cos ݔ yᇱ െ ሺtan ݔሻy ൌ sen x Lembrando que sen 2x ൌ 2 sen xcosݔ Cálculo Diferencial e Integral III 92 Fator integrante f ൌ Ղ୮ୢ୶ , onde Pሺxሻ ൌ െtan ݔ e Qሺxሻ ൌ sen x , assim: f ൌ Ղି ୲ୟ୬ ௫ୢ୶ ൌ Ղ୪୬ୡ୭ୱ௫ ൌ cos ݔ Logo, usando ሺyfሻᇱ ൌ qf o, temos: ሺݕ cosݔሻᇱ ൌ ݏ݁݊ ݔ cosݔ ݕ cosݔ ൌ ݏ݁݊ ଶݔ 2 ܿ ࢟ ൌ ࢙ࢋ ࢞ ܋ܗܛ࢞ ࢉ ܋ܗܛ࢞ ∎ Equação de Bernoulli A equação diferencial do tipo: y′ Py ൌ Qy୬ é conhecida como equação de Bernoulli, onde P e Q são constantes ou funções de x e n ് 1. Essa é uma equação não linear, porém
Compartilhar