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BIOQUÍMICA CLÍNICA PRÁTICAS – 08/05/21 Responsável: Suéllen Pedrosa da Silva Resumo dos tópicos abordados em sala de aula - A Bioquímica clínica é responsável por estudar a homeostase do organismo através da análise de diferentes compostos (ex: proteínas e lipídios) visando a percepção da presença ou não de distúrbios metabólicos. As análises consistem em diferentes tipos de quantificações, como: 1. Gasometria: Responsável pela medição de gases (O2, CO2 que podem estar associados a alcalose e acidose respiratória); 2. Ionograma: Mensuração de íons séricos (K+, Ca+, HCO3-, Na+, Fe3+) que participam de reações metabólicas; 3. Dosagem enzimática: Concentração de enzimas intracelulares e extracelulares que podem ser utilizadas como marcadores de doenças (Ex: ALT ou Alanina aminotransferase); 4. Dosagem de hormônios:T3, T4, HCG, entre outros. - Amostras utilizadas dentro da Bioquímica clínica: Soro, urina, plasma e fluídos como líquido cefalorraquidiano (Obs: O soro pode ser preterido em relação ao plasma, pois a presença de anticoagulantes, às vezes pode inibir enzimas participantes das reações que ocorrem durante a dosagem de compostos como o fluoreto de sódio que tem ação inibitória sobre a urease). Ureia, Creatinina e Ácido Úrico : Ambos são resíduos metabólicos, logo em situações normais se espera: COMPOSTOS SANGUE URINA UREIA + ++ CREATININA + ++ ÁCIDO ÚRICO + ++ 1. UREIA Fontes para produção de ureia no organismo humano: Proteínas e Ácidos nucleicos; Os aminoácidos provenientes do catabolismo das proteínas podem ser destinados à produção de novos aminoácidos ou de outros compostos. Durante a produção de novos compostos os resíduos nitrogenados liberados por essas moléculas devem ser convertidos em ureia no fígado através do ciclo da ureia, posteriormente esse resíduo deve ser filtrado pelos rins e excretado. O nível de Ureia sérica elevado (uremia) pode estar associado à deficiência na filtração renal, presença de cálculos renais, dietas hiperproteicas, entre outras causas. A baixa concentração de ureia sérica pode estar associada à insuficiência hepática, desnutrição e má absorção intestinal. A preparação do paciente para esse teste inclui 4 horas de jejum. O princípio da dosagem desse composto no soro pode envolver reações enzimáticas ocidativas em meio alcalino que culminam na formação de um complexo de cor azul (indofenol) que pode ter sua absorbância mensurada em espectrofotômetro. 2- CREATININA: Assim como a ureia a creatinina é um resíduo metabólico da quebra de proteínas (creatina); A creatina é estocada nos músculos. A creatinina deve ser filtrada pelos rins e excretada pela urina. A concentração desse resíduo está diretamente associada a massa muscular do paciente. Níveis elevados de creatinina sérica podem estar associados a danos renais, prática de exercícios, alimentação hiperproteica, infecções renais, insuficiência renal, entre outras causas. Níveis reduzidos de creatinina sérica podem estar presentes diante de quadros de desnutrição, perda de massa muscular, dietas hipoproteícas, baixa absorção de nutrientes. Durante a prática realizada em sala de aula o princípio da reação da dosagem de creatinina envolveu a formação de complexos coloridos entre a creatinina e o picrato, onde a intensidade de cor estava diretamente ligada a concentração desse composto na amostra. 3- ÁCIDO ÚRICO: Esse resíduo metabólico tem como fonte as purinas presentes em ácidos nucleicos (RNA e DNA); Junto com a ureia e a amônia faz parte dos resíduos metabólicos nitrogenados; A hiperuricemia pode estar presente durante: danos hepáticos, dietas hiperproteicas, alcoolismo (ATP é convertido em AMP que é rapidamente utilizado na produção de ácido úrico), obesidade e gota; A hipouricemia pode estar presente diante da excreção elevada de xantina e ácido úrico. O princípio enzimático da dosagem desse composto inclui a formação de antipirilquinonimina que possui coloração avermelhada. 4- PROTEÍNAS TOTAIS: Possuem função: enzimática, imunológica, no transporte de nutrientes, na coagulação sanguínea, entre outras. São produzidas no RER e endereçadas para destinos intracelulares ou extracelulares. Diferente dos resíduos metabólicos em situações normais os níveis de proteínas na urina não devem ser elevados. O sangue é rico em proteínas como albumina e globulinas. O perfil proteico de um exame bioquímico pode auxiliar na avaliação de função hepática, renal, cardíaca, e no estado nutricional... A dosagem de proteínas totais não oferece especificidade pois pode haver sobreposição das frações proteicas onde um índice elevado de uma proteína X poderia não ser identificado se associado a diminuição de uma proteína Y. Esse quadro indicaria uma normalidade equivocada. A dosagem de proteínas totais envolve a complexação de íons cobre com as ligações peptídicas das proteínas presentes na amostra. 5- LIPOPROTEÍNAS: Os lipídios participam da: síntese de lipídios e hormônios, constituição de membranas biológicas, do armazenamento de energia, agem como surfactantes, entre outros. Os lipídios são hidrofóbicos, sendo assim necessitam da associação com apoproteínas para que sejam transportados no sangue. Ao conjunto aproteínas + lipídios é dado o nome de lipoproteínas. As lipoproteínas possuem diferente densidades e podem ser divididas em: QM, VLDL, LDL e HDL. HDL diminuído, Colesterol total, LDL e VLDL elevados compõe um perfil de dislipidemias que favorece o desenvolvimento de doenças cardíacas. A ação do HDL é inversamente relacionada à incidência de doença aterosclerótica coronariana por desempenhar funções: anti-inflamatórias, antitrombóticas, vasodilatadora e de proteção contra a oxidação das LDL’s na parede arterial. Atualmente não se exige mais jejum na análise de perfil lipídico. 6- GLICOSE: Os carboidratos são compostos orgânicos diretamente associados a síntese energética, podem ser adquiridos através da dieta ou de forma endógena. A glicose sérica é regulada principal pelo glucagon e a insulina, valendo ressaltar que os dois possuem ação antagônica. A insulina é um hormônio hipoglicemiante que regula positivamente a glicólise e a glicogênese. O glucagon é hiperglicemiante e estimula a glicogenólise através da mobilização do glicogênio hepático. Esse hormônio estimula ainda a gliconeogênese. As principais causas da hiperglicemia podem envolver quadros de diabetes, sedentarismo e alimentação desregulada. A hipoglicemia pode ocorrer durante a produção excessiva de insulina, aumento da expressão de receptores de insulina e uso excessivo de medicamentos. REFERÊNCIAS: SILVA, Amilcar Bernardo Tomé da et al. Correlação entre a depuração plasmática de creatinina utilizando urina coletada durante 24 horas e 12 horas. Brazilian Journal of Nephrology, v. 32, n. 2, p. 165-172, 2010. LIMA, Maria Larissa Correia de et al. A importância da dosagem bioquímica de glicose no controle de diabetes e avaliações de fatores de risco. 2017. SCARTEZINI, Marileia et al. Posicionamento sobre a flexibilização do jejum para o perfil lipídico. Arq Bras Cardiol, v. 108, n. 3, p. 195-197, 2017.
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