Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À CIÊNCIA POLÍTICA PROFESSOR: MARCELO DA COSTA MACIEL ALUNO (A): Bruna Nunes Penha DATA: 28/03/2021 1ª AVALIAÇÃO: Responda a uma questão de cada bloco: BLOCO I: 1- Comente as transformações ocorridas no mundo grego a partir do fim da Realeza Micênica, destacando sua relação com o nascimento da reflexão política. Após o período de decadência do Império Micênico, começa um novo processo naquele território de fundação de comunidades autônomas, não mais inseridas num Império, nascendo então, as cidades-estados (polis) na Grécia. Com o Império perdendo seu poder, várias autoridades passaram a reger a Grécia, tendo cada cidade a sua forma de governo (politeia). Inicialmente, essas cidades-estados são governadas por chefes religiosos que também exercem as funções de governos (basileus). Entretanto, a forma de governo começa a separar a autoridade religiosa, da autoridade do governo. A partir de certo momento, esses basileus ficam reservados apenas para as atividades religiosas e as atividades governamentais são transferidas para outros grupos, ocorrendo um processo de secularização do poder. A camada camponesa vai, aos poucos, conseguindo espaço nas decisões políticas, levando então, a democracia para Atenas, sendo essa uma forma inédita de governo. Regularmente, a população passava a se reunir em assembleias nas ágoras para discutir sobre as decisões políticas, havendo demagogos para falar por eles nessas reuniões, mas, para decidir alguma pauta, os cidadãos deveriam participar das votações. Apesar de ser democrática, havia uma certa desigualdade nessas assembleias, pois, os menos educados, apesar de poderem participar, não dominavam a arte de argumentar. A partir disso, os sofistas passam a percorrer as cidades para ensinar esses cidadãos a argumentar e convencer os seus interlocutores. Eles faziam isso com o objetivo de inserir mais pessoas na vida governamental, levando esses indivíduos a reflexão política. BLOCO II: 1- Qual o papel de Sócrates na história do pensamento político ocidental? A filosofia de Sócrates é sobre questionar o modo de agir perante a sua cidade (Atenas). Ele colocava tudo em discussão, algumas vezes, até o que não era necessário. Ele estava constantemente indagando algumas instituições importantes da época, como a política, a jurídica, a moral e a religião, e por isso, foi considerado um homem muito perigoso para sociedade ateniense. O método de refutação que Sócrates usava, era o elenchos. Esse método tinha o objetivo de debater a partir de um tema, ouvir, e refutar, e ele utilizada dessa filosofia afim de chegar a um conceito de justiça. Essas discussões levavam as pessoas a aporias, ou seja, a perplexidade, sem obter uma conclusão final. Ele procurava despertar em seus interlocutores para uma vida mais justa, de conhecimento, a pratica da virtude e chegar a uma verdade. Sócrates procurava, primeiro, cuidar de sua própria alma, e a partir daí, levar os cidadãos a buscar o verdadeiro bem. Ele acreditava que a alma (psyché), era com que deveriam se preocupar, e cuidar, pois, era nela que vivia a consciência, e determinaria o caráter do indivíduo. Por isso, ele acreditava, fielmente, que a virtude é o conhecimento. Sua filosofia era baseada em faze-los entender que era impossível chegar a uma verdade absoluta, e o mais sábio, era entender que ninguém sabia de nada, e por isso, deveriam estar sempre em busca de mais conhecimento, para levar justiça a sua cidade. Pensavam que, por questionar tanto, ele era um homem que não obedecia às leis, por isso foi banido com pena de morte. Apesar de morrer sem ter deixado seus ensinamentos escritos, Sócrates foi o precursor da Filosofia Política, e influenciou diversos filósofos que foram seus discípulos, principalmente Platão, que após a sua morte, considerada injusta, se aprofundou na filosofia política, e teve, também, grande importância para o pensamento político. Apesar de não ter uma filosofia completamente igual a de seu professor, enxergou nele um modo de procurar mais pela justiça e sabedoria para sua cidade. BLOCO III: 1- Como Aristóteles realiza a distinção entre as formas de governo justas e corrompidas? Para Aristóteles, a vida boa é a que realiza a bondade, e para isso, deve-se viver em uma cidade que indique esse bem, estabeleça regras que leve o indivíduo para uma vida virtuosa. Na cidade justa, o homem tem que ser virtuoso antes de ser um cidadão virtuoso, ele precisa buscar a realização dessa virtude. O homem se torna virtuoso, vivendo em uma cidade virtuosa, com educação e leis que encaminhe o indivíduo para esse caminho. Porém, Aristóteles não acredita que haja uma cidade completamente virtuosa, e sim cidades mais justas e menos justas. Daí nasce a sua teoria de formas de governo, e nessas, haverá critérios para distinguir entre as formas justas, e as formas corrompidas. Ele acredita que cada forma justa corresponde a uma injusta, pois são todas sujeitas a corrupção. O governo justo é aquele que visa o interesse geral ou em comum, o interesse da felicidade ou o bem da sociedade. Esses governos justos são: a realeza (governo de um só); aristocracia (governos da elite virtuosa); e o constitucional (governo de muitos, mas diferente da democracia). Os governos injustos são as corrupções dos justos, logo: tirania (realeza); oligarquia (aristocracia); democracia (constitucional). Segundo Aristóteles, não há uma única forma de governo boa, mas algumas são mais justas do que outras, como a constitucional. Isso ocorre porque, para ele, quanto mais pessoas governando, mais justo o governo é. Ele acredita que o governo mais injusto seria a tirania, pois é a pressão de um individuo sobre todos os outros. Esse governo torna todos os cidadãos escravos, inclusive os ricos. No constitucional, ao contrario de todos os outros governos, a obediência se dirige as leis, e não ao individuo que as cria, por isso, para Aristóteles, se torna a forma mais justa de se governar uma cidade. BLOCO IV: 1- Em que sentido a reflexão política de Santo Agostinho pode assumir um caráter crítico? O pensamento ético-político de Santo Agostinho parte de uma interpretação da história do mundo desde o seu início. Ele acredita que Deus criou o homem a sua semelhança, ou seja, sem pecados, para viver no paraíso sobre a terra, mas não em sociedade política. Por ter recebido de Deus o presente da liberdade, o homem acaba usando desta para pecar, e Santo agostinho acredita que, utilizando deste livre-arbítrio, ele nega a sua proximidade com Deus, levando-o então a expulsão do Paraíso Sem deus, o homem precisa se autogovernar, criar leis que o obriguem a se comportar, e daí, nasce a política, para Santo Agostinho. Ele acredita que Deus envia uma instituição que é capaz de tirar o homem desse estado de corrupção que ele se encontra desde o seu pecado original. Criada por Deus, a Igreja tem o exercício de apontar um sentido para esses homens perdidos, leva-los a Cidade de Deus. Com a criação de um poder Eclesiástico, o pensador cristão acredita na doutrina que diz que as sociedades politicas nasceram da corrupção do homem, mas não precisam existir para sempre. Se organizar a cidade segundo os critérios cristãos, a Cidade dos Homens será eliminada, e com ela, todos os seus pecados e corrupções. Quando Deus voltar pela segunda vez, só existira uma cidade, a Cidade de Deus. O papel da Igreja não é governar um reino ou republica, é apontar para os reis e príncipes o modo correto de governar os homens. O pensamento político de Santo Agostinho parte de uma ideia de que a igreja é portadora de uma mensagem de salvação, portanto, os governantes devemsempre a seguir e atuar segundo a moral cristã, caso contrário, o Clero tem poder de interferir na organização. A partir de sua reflexão política, Agostinho acredita fielmente que é possível conciliar o Império Romano com o Cristianismo, e seu pensamento critico é capaz de fazer uma análise da autoridade política, quando essa se desvia do modelo seguido para alcançar a Cidade de Deus. BOA SORTE!
Compartilhar