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FARMACOLOGIA PROF. Ms. RAFAELA PRIMA DE LUCENA FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Neste aula você aprenderá: classes de drogas que afetam o sistema nervoso autônomo, usos e ações dessas drogas, absorção, distribuição, metabolismo e excreção dessas drogas, interações medicamentosas e reações adversas a essas droga SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma divisão do sistema nervoso periférico que controla a musculatura lisa e glândulas e, portanto, influencia a função dos órgãos internos. O sistema nervoso autônomo é um sistema de controle que atua inconscientemente e regula funções corporais como a frequência cardíaca, a digestão, a frequência respiratória, a resposta pupilar, a micção e a excitação sexual. No sistema nervoso central é o hipotálamo quem coordena o SNA. O SNA é dividido em dois subsistemas: O sistema nervoso simpático. O sistema nervoso parassimpático. Fonte: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. DROGAS COLINÉRGICAS As drogas colinérgicas promovem a ação do neurotransmissor acetilcolina. Essas drogas também são designadas como drogas parassimpatomiméticas, porque produzem efeitos que imitam a estimulação nervosa parassimpática. RELEMBRANDO... A Acetilcolina (ACH) é um hormônio neurotransmissor produzido pelo sistema nervoso (central e periférico). Esse hormônio atua em diversas partes do corpo como um mensageiro entre as células nervosas, sendo que seus principais efeitos são no sistema cardiovascular, sistema excretor, sistema respiratório, sistema muscular e no cérebro. Receptores: muscarínicos e nicotínicos DROGAS COLINÉRGICAS Há duas classes principais de drogas colinérgicas: Os agonistas colinérgicos imitam a ação do neurotransmissor acetilcolina. As drogas anticolinesterásicas agem inibindo a destruição da acetilcolina nos locais receptores colinérgicos DROGAS COLINÉRGICAS – AGONISTAS COLINÉRGICOS Quando um neurônio no sistema nervoso parassimpático é estimulado, é liberado o neurotransmissor acetilcolina. A acetilcolina atravessa a sinapse e interage com receptores num neurônio adjacente. As drogas agonistas colinérgicas agem estimulando os receptores colinérgicos, imitando a ação da acetilcolina. AGONISTAS COLINÉRGICOS Estimulando diretamente os receptores colinérgicos, os agonistas colinérgicos imitam a ação do neurotransmissor acetilcolina. Eles incluem drogas como: Acetilcolina Betanecol Carbacol Cevimelina Pilocarpina AGONISTAS COLINÉRGICOS - FARMACOCINÉTICA A ação e o metabolismo dos agonistas colinérgicos variam amplamente e dependem da afinidade da droga individual por receptores muscarínicos ou nicotínicos. AGONISTAS COLINÉRGICOS - FARMACOCINÉTICA Os agonistas colinérgicos são geralmente administrados: topicamente, por gotas oculares, oralmente, por injeção subcutânea (SC). As injeções SC começam a agir mais rapidamente que as doses orais. NADA de IM ou IV Os agonistas colinérgicos raramente são administrados por injeção IM ou IV, porque são imediatamente decompostos pela colinesterase nos espaços intersticiais entre os tecidos e no interior dos vasos sanguíneos. Além disso, eles começam a agir rapidamente e podem causar uma crise colinérgica (uma intoxicação por dose excessiva de drogas, causando uma fraqueza muscular extrema e a possível paralisia dos músculos usados na respiração). AGONISTAS COLINÉRFICOS - FARMACOCINÉTICA Os agonistas colinérgicos são absorvidos rapidamente e atingem níveis máximos dentro de 2 horas. Todos os agonistas colinérgicos são metabolizados pela colinesterase: Essas drogas são excretadas pelos rins. DROGAS COLINÉRGICAS - ANTICOLINESTERÁSICAS Depois de estimular o receptor colinérgico, a acetilcolina é destruída pela enzima acetilcolinesterase. As drogas anticolinesterásicas produzem seus efeitos inibindo a acetilcolinesterase. Em consequência disso, a acetilcolina não é decomposta e começa a se acumular; portanto, os efeitos da acetilcolina são prolongados. As drogas anticolinesterásicas são divididas em duas categorias — reversíveis e irreversíveis. ANTICOLINESTERÁSICAS – AÇÃO CURTA As drogas anticolinesterásicas reversíveis têm uma duração de ação curta e incluem: • ambenônio, • demecário, • donepezil, • edrofônio, • galantamina, • guanidina, • neostigmina, • fisostigmina, • piridostigmina, • rivastigmina, • tacrine ANTICOLINESTERÁSICAS – AÇÃO PROLONGADA As drogas anticolinesterásicas irreversíveis têm efeitos de longa duração e são usadas principalmente como inseticidas e pesticidas tóxicos ou como drogas de gás de nervos na guerra química. DROGAS COLINÉRGICAS - FARMACODINÂMICA salivação bradicardia dilatação dos vasos sanguíneos constricção dos bronquíolos pulmonares aumento da atividade do trato GI aumento do tônus e da contração dos músculos da bexiga constricção das pupilas. DROGAS COLINÉRGICAS - FARMACOTERAPÊUTICA Os agonistas colinérgicos são usados para: tratar condições de atonia (fraqueza) da bexiga e a retenção urinária pós-operatória e pós-parto; tratar transtornos GI, como a distensão abdominal e a atonia GI pós-operatórias; reduzir a pressão ocular em pacientes portadores de glaucoma e durante cirurgias oculares; tratar a hipofunção das glândulas salivares causada pela radioterapia DROGAS COLINÉRGICAS – INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Os agonistas colinérgicos têm interações específicas com outras drogas. Eis aqui alguns exemplos: Outras drogas colinérgicas, especialmente as drogas anticolinesterásicas, estimulam os efeitos dos agonistas colinérgicos e aumentam o risco de toxicidade. As drogas anticolinérgicas (como atropina, beladona, homatropina, metantelina, metescopola-mina, propantelina e escopolamina) reduzem os efeitos das drogas colinérgica. DROGAS ANTICOLINÉRGICAS As drogas anticolinérgicas interrompem os impulsos nervosos parassimpáticos no SNC e no sistema nervoso autônomo. Elas também impedem que a acetilcolina estimule os receptores colinér-gicos. As drogas anticolinérgicas não bloqueiam todos os receptores colinérgicos, somente os locais receptores muscarínicos. Receptores muscarínicos são receptores colinérgicos bloqueados pela atropina. DROGAS ANTICOLINÉRGICAS As principais drogas anticolinérgicas são os alcalóides da beladona: atropina beladona Homatropina Hiosciamina escopolamina. DROGAS ANTICOLINÉRGINAS - ATROPINA Ações Antagoniza de maneira competitiva as ações da acetilcolina e outros agonistas colinérgicos nos receptores muscarínicos. Indicações Bradicardia sintomática. Redução pré-operatória de secreções Transtornos GI Tratamento adjuvante da doença de úlcera péptica. FUNCIONA ASSIM... Sem a droga Ao ser liberado o neurotransmissor acetilcolina, o nervo vago estimula o nodo sinoatrial (SA) (o marcador do ritmo do coração) e o nodo atrioventricular (AV), que controla a condução entre os átrios e os ventrículos do coração. Isso inibe a condução elétrica e faz com que a frequência cardíaca diminua. Com a droga Quando um paciente recebe atropina, uma droga bloqueadora colinérgica, esta compete com a acetilcolina pela ligação aos receptores colinérgicos nos nodos SA e AV. A atropina acelera a frequência cardíaca por bloquear a acetilcolina. DROGAS ANTICOLINÉRGINAS Farmacocinética São absorvidos por olhos, trato GI, membranas mucosas e pele. Farmacodinâmica As drogas anticolinérgicas podem ter efeitos paradoxais sobre o corpo, dependendo da dose, da condição em tratamento e do órgão-alvo. A atropina é a droga de escolha para o tratamento da intoxicação por pesticidas organofosforados DROGAS ADRENÉRGICAS As drogas adrenérgicas também são designadas como drogas simpatomiméticas,por produzirem efeitos semelhantes àqueles produzidos pelo sistema nervoso simpático. Classificação pela química As drogas adrenérgicas são classificadas em dois grupos com base em sua estrutura química: catecolaminas (tanto de ocorrência natural como sintéticas) e não catecolaminas. DROGAS ADRENÉRGICAS - CATECOLAMINAS Devido a sua estrutura química básica comum, as catecolaminas têm algumas propriedades comuns — elas estimulam o sistema nervoso, contraem os vasos sanguíneos periféricos, aumentam a freqüência cardíaca e dilatam os brônquios. Elas podem ser produzidas no corpo ou num laboratório. As catecolaminas comuns incluem: • dobutamina, • dopamina, • epinefrina • norepinefrina, • cloridrato de isoproterenol e sulfato de isoproterenol DROGAS ADRENÉRGICAS – CATECOLAMINAS - FARMACOCINÉTICA Nada VO As catecolaminas não podem ser tomadas oralmente, porque são destruídas por enzimas digestivas. SUNLINGUAL Em contraste, quando dadas por via sublingual (debaixo da língua), essas drogas são absorvidas rapidamente pelas membranas mucosas. SC vs. IM A absorção SC das catecolaminas é mais lenta, porque essas drogas fazem os vasos sanguíneos em torno do local de injeção se contrair. A absorção IM é mais rápida, por haver menor constricção dos vasos sanguíneos locais. As catecolaminas se distribuem amplamente pelo corpo. METABOLIZAÇÃO Elas são metabolizadas e inativadas predominantemente no fígado, mas também podem ser metabolizadas no trato GI, nos pulmões, nos rins, no plasma e nos tecidos. DROGAS ADRENÉRGICAS – CATECOLAMINAS - FARMACODINÂMICA As catecolaminas são principalmente de ação direta. Ao se combinarem aos receptores alfa-adrenérgicos ou aos receptores beta-adrenérgicos, as catecolaminas causam um efeito excitatório ou inibitório. Tipicamente, a excitação dos receptores alfa-adrenérgicos gera uma resposta excitatória, exceto pelo relaxamento intestinal. A ativação dos receptores beta-adrenérgicos produz basicamente uma resposta inibitória, exceto nas células do coração, onde a norepinefrina produz efeitos excitatórios. DROGAS ADRENÉRGICAS – CATECOLAMINAS – FARMACOTERAPÊUTICA Muitas drogas adrenérgicas produzem seus efeitos estimulando receptores alfa-adrenérgicos e receptores beta-adrenérgicos. Essas drogas imitam a ação da norepinefrina e da epinefrina. Entre as catecolaminas: a epinefrina tem a atividade alfa mais pura a dobutamina e o isoproterenol têm apenas usos terapêuticos beta relacionados a epinefrina estimula receptores alfa-adrenérgicos e receptores beta-adrenérgicos DROGAS ADRENÉRGICAS – NÃO CATECOLAMINAS As drogas adrenérgicas não catecolamínicas têm muitos usos terapêuticos, devido aos diversos efeitos que essas drogas podem ter sobre o corpo, incluindo: constricção local ou sistêmica de vasos (fenilefrina); alívio da congestão nasal e ocular e dilatação dos bronquíolos (albuterol, bitolterol, efedrina, formoterol, cloridrato de isoetarina, mesilato de isoetarina, isoproterenol, levalbuterol, metaproterenol, pirbuterol, salmeterol e terbutalina); relaxamento muscular liso (terbutalina). DROGAS ADRENÉRGICAS – NÃO CATECOLAMINAS A absorção das não catecolaminas depende da via de administração: As drogas por inalação, como albuterol, são absorvidas gradualmente pelos brônquios pulmonares e acarretam níveis mais baixos da droga no corpo. As drogas orais são bem absorvidas pelo trato GI e se distribuem amplamente pelos líquidos e tecidos corporais. Algumas drogas não catecolamínicas (como efedrina) atravessam a barreira hematoencefálica e podem ser encontradas em concentração elevada no cérebro e no líquor cerebrorraquiano (líquido que percorre o cérebro e o canal espinhal e os protege). O metabolismo e a inativação das não catecolaminas se dão principalmente no fígado, mas também podem ocorrer nos pulmões, no trato GI e em outros tecidos. DROGAS BLOQUEADORAS ADRENÉRGICAS As drogas bloqueadoras adrenérgicas, também designadas como drogas simpatolíticas, são usadas para desorganizar a função do sistema nervoso simpático. Essas drogas agem bloqueando a transmissão de impulsos (e, portanto, a estimulação do sistema nervoso simpático) em neurônios adrenérgicos e locais receptores adrenérgicos. Sua ação nesses locais pode ser exercida por: • interromper a ação de drogas adrenérgicas, • reduzir a norepinefrina disponível, • impedir a ação de drogas colinérgicas ALFA ADRENÉRGICAS Os bloqueadores alfa-adrenérgicos agem interrompendo as ações das catecolaminas epinefrina e norepinefrina nos receptores alfa. Ex: Fentolamina BETA ADRENÉRGICAS Os bloqueadores beta-adrenérgicos, os bloqueadores adrenérgicos mais amplamente usados, impedem a estimulação do sistema nervoso simpático por inibirem a ação das catecolaminas nos receptores beta-adrenérgicos. Podem ser seletivos ou não. Exemplo de seletivo e não seletivo: atenolol e carvedilol Isso acarreta: relaxamento do músculo liso dos vasos sanguíneos, maior dilatação dos vasos sanguíneos, redução da pressão arterial. Farmacocinética: A ação dessas drogas ainda não foi bem esclarecida São absorvidos pelo trato GI e metabolizados pelo fígado. Locais receptores beta1-adrenérgicos (localizados principalmente no coração), Locais receptores beta2-adrenérgicos (localizados nos brônquios, vasos sanguíneos e no útero).
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