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AS FONTES DOS DIREITOS NA ANTIGUIDADE

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AS FONTES DOS DIREITOS NA ANTIGUIDADE
1. As primeiras fontes do direito (das normas jurídicas)
As leis foram criadas para organizar a sociedade e por consequência a civilização, estabelecendo o que cada indivíduo poderia ou não fazer. Inicialmente as leis partiam de princípios religiosos e tinham por objetivo legitimar a sociedade tal como ela era. Civilização pode ser definida como um conjunto de valores, atitudes, opções e características culturais e materiais compartilhados por uma sociedade. Entretanto ao empregarmos a palavra civilização devemos ter cuidado ao ser utilizar esse conceito em contraponto ao conceito de barbárie ou vandalismo. Pois até certo tempo, a palavra civilização significava ser bom, culto, educado, preparado e o conceito de barbárie significava ser mal, inculto, não educado, não preparado.
“O costume é a mais antiga fonte do direito” (MONTORO, 2016. p. 318). Por outro lado, John Gilissen diz que “em todos os direitos dos povos em escrita” – que seriam as primeiras sociedades humanas, em sua visão – “a fonte do direito é quase exclusivamente o costume, ou seja, a maneira tradicional de viver na comunidade, a conduta habitual  normal dos membros do grupo” (GILISSEN, 2003. p. 37).
Contudo, o mesmo GILISSEN (idem) nos relembra que “o costume não é, no entanto, a única fonte dos direitos dos povos sem escrita”, e afirma o papel que tinham os chefes sociais (de família, de governo, etc.) no controle da vida social. E, nas sociedades mais desenvolvidas, as “ordens de caráter geral e permanente” por eles dadas eram “verdadeiras leis, no sentido jurídico e moderno do termo”, embora ainda fossem leis orais, não escritas.
Outra fonte do direito de grande peso na antiguidade – mesmo nas sociedades mais primitivas –, além do costume e das leis não escritas (orais), são os precedentes. E, de modo especial, o precedente judicial.
2. A Lei escrita e o Direito Romano
Inicialmente, portanto, a chamada lei escrita não era propriamente uma fonte do direito, mas apenas uma forma de registrar a lei, o direito. Já se sabia, então, da distinção entre texto e norma.
Aos poucos, entretanto, as leis emanadas conscientemente da autoridade política (“processo intelectual que se baseia em fatos e expressa a opinião do Estado”, como ensina NADER, 2003, p. 150) foi se tornando autêntica fonte do direito, ou “leis propriamente ditas”, no dizer de José Luiz DELGADO (2018, p. 54), “comandos da autoridade, dirigidos a vontades livres” – só que, agora, sendo expressos esses comandos de forma escrita.
 O ápice do desenvolvimento do Direito antigo deu-se em Roma, onde a complexificação social e política chegou ao ponto de, no Estado, haver instituições que somente reapareceriam no Constitucionalismo moderno – pretores, órgãos colegiados de representação e administração pública.
 Conforme relata, na Roma mais arcaica, o Costume permanecia como fonte primordial do Direito, e a Lei, pelo regime jurídico de sua criação (complexo e elitista) ainda não havia obtido grande atenção na época (cerca de 4 séculos). Sobretudo no campo do direito privado, o Estado romano legislou mui pouco (GILISSEN, 2003, pp. 85-87).
 O direito passou a ser, daí, obra da razão, e não apenas das forças sociais (Costume) ou políticas (Lei). Por isso que os magistrados e os juristas alcançaram tamanho relevo na antiguidade clássica romana.
 A lei somente se torna a principal fonte do direito na fase do Baixo Império, depois de o Imperador haver-se tornado o principal legislador.
3. O papel da doutrina no Direito Romano
Ocorre que os termos doutrinam e jurisprudência são empregados atualmente para designar objetos distintos – este, conjunto de decisões judiciais; aquele, o estudo da ciência jurídica. Contudo, na antiguidade, somente se falava em jurisprudência, significando a ciência jurídica.
No período arcaico da história romana, como nota José Carlos Moreira ALVES (2008, p. 12), havia o monopólio dos pontífices (membros da nobreza) sobre a jurisprudência, por serem eles os detentores do conhecimento teórico e prático.
O desenvolvimento da atividade dos jurisconsultos, profissionais experientes e de alto prestígio, os quais desenvolviam basicamente três atividades: cauere (redação de textos jurídicos, como contratos), agere (atuação processual) e respondere (a emissão de pareceres feitos por consulta de particulares e de magistrados).
Foi, porém, no período do Império, ou Principado, como prefere José Carlos, que os jurisconsultos romanos experimentaram maior prestígio e poder.
No derradeiro período da antiguidade romana (chamado Dominato por Moreira Alves), contudo, o papel dos jurisconsultos já não gozava mais de tanto prestígio – fato causado, em parte, pela ampliação do papel da lei escrita.
 
 O DIREITO CANÔNICO
O direito canônico é o direito usado em comunidades que possuem a religião cristã, ou seja, é o direito que está dentro da Igreja Católica. A Igreja Católica tinha um papel importante na época medieval, pois essa instituição tinha grande poder em diversas regiões dessa época. O direito canônico, é usado como base para diversas partes do direito civil moderno.
Na época medieval, a única religião que era aceita como a verdadeira pelos homens, era o cristianismo. E a partir disso a Igreja, deseja conceber suas ideias ao mundo. Entre os séculos VIII e XV a religião cristã se espalha pelo mundo todo, dando à Igreja um poder durante um determinado tempo. 
Os domínios do direito privado eram comandados pelo direito canônico durante muito tempo. Onde qualquer conflito ocorrido nesses domínios, eram resolvidos pelos tribunais eclesiásticos, não podendo ser resolvido pelos tribunais laicos.
 
Durante a Idade Média, o único direito escrito na época foi o direito canônico, enquanto o direito laico não era um direito escrito, permanecendo assim por toda a Idade Média. 
O direito canônico é um direito religioso. Pois ele tira suas regras da questão religiosa, que foram revelados pelo Antigo e Novo Testamento. Mas há duas diferenças que podem explicar o ocorrido, são elas: Na doutrina cristã, o direito é reconhecido e usado, enquanto para os Muçulmanos, o direito se confunde com um conjunto de regras de comportamento religioso. E a Igreja aceitou os dois tipos de sistemas jurídicos: o laico e o religioso. Não se identificando com qualquer Estado. Com isso houve a separação da Igreja com o Estado e mesmo assim o direito canônico, continua a comandar as relações entre os membros da comunidade cristã.
As jurisdições laicas nessa época estavam caindo, no decorrer do enfraquecimento do poder real pelo feudalismo. A partir do século XVI, o direito canônico perde sua influência, que antes desempenhava na Idade Média. Tendo uma limitação nas suas influências, que tiveram diversos fatores.
 O DIREITO GERMÂNICO 
Indica as instituições e os sistemas jurídicos existentes nas diversas nações bárbaras de origem teutônica que se apossaram da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476. Predominava entre os invasores o direito de origem costumeira, particularista, rudimentarmente desenvolvido e fortemente impregnado de sentido comunitário. O direito era, ao mesmo tempo, de origem popular e judicial, conservado pela tradição oral.
Importante característica do direito germânico era a chamada personalidade das leis. O direito romano, pelo menos depois que o império atingiu a expansão máxima, no século II, consagrava, ainda que com exceções, o princípio da territorialidade, segundo o qual o direito aplicável às pessoas que se acham no território do estado é o direito do próprio estado, independentemente da condição nacional ou da origem étnica de seus habitantes. O direito germânico, ao contrário, principalmente depois que se generalizou a convivência com a população romana, nos séculos IV e V, considerava que o estatuto legal da pessoa era uma prerrogativa desta, determinada por sua procedência ou nacionalidade.
A coexistênciaentre romanos e bárbaros tornou-se ameaçadora para as instituições e os costumes jurídicos destes últimos, ante o impacto de uma civilização mais avançada. Por outro lado, com o curso do tempo e a ocorrência de frequentes migrações, com casamentos entre pessoas de nacionalidades diferentes e o nascimento de descendentes dessas uniões, a aplicação do direito foi-se tornando problema dos mais difíceis. Alguns reis bárbaros mandavam compilar os direitos de seu povo e os dos povos vencidos, pelo sistema romano de codificação, o que contribuiu para que, aos poucos, se firmasse o princípio da territorialidade das leis.
 
 O DIREITO PORTUGUÊS (AS ORDENAÇÕES) 
Direito português mais especificamente na época das ordenações reais, ordenamentos jurídicos que levavam o nome dos reis que mandaram e laborá-los e que pretendiam dar conta de todos os aspectos legais da vida dos súditos portugueses. Os três principais conjuntos de leis portuguesas até o fim da monarquia foram: as Ordenações Afonsinas, as Ordenações Manuelina se as Ordenações Filipinas.
 As Ordenações Afonsinas foram a primeira grande compilação das leis esparsas em vigor. Criadas no reinado de D. Afonso V, que reinou em Portugal de 1438 a 1481, são divididas em cinco livros que tratam desde a história da própria necessidade daquelas leis, passando pelos bens e privilégios da Igreja, pelos direitos régios e de sua cobrança, pela jurisdição dos donatários, pelas prerrogativas da nobreza e pela legislação especial para os judeus e mouros; o livro IV trata mais especificamente do chama do direito civil; e o livro V diz respeito às questões penais. 
As Ordenações Manuelinas foram publicadas pela primeira vez em 1514 e receberam sua versão definitiva em 1521, ano da morte do rei D. Manuel I. Foram obra da reunião das leis extravagantes promulgadas até então com as Ordenações Afonsinas, visando a um melhor entendimento das normas vigentes. A invenção da imprensa e a necessidade de correção e atualização das normas contidas nas Ordenações Afonsinas foram justificativas para a elaboração das novas leis. A estrutura de cinco livros foi mantida, algumas leis foram suprimidas e/ou modificadas e um estilo mais conciso foi adotado. 
As Ordenações Filipinas, promulgadas em 1603, durante o reinado de Felipe II (1598 a 1621), compuseram-se da união das Ordenações Manuelinas com outras leis extravagantes em vigência. No período conhecido como União Ibérica, no qual Portugal foi submetido ao domínio da Espanha (1580 a 1640), foram concebidas as últimas leis que o reino lusitano teve até ver o fim na monarquia no século XIX. As novas Ordenações foram necessárias devido à atualização com o direito vigente, pois algumas normas já estavam em desuso e outras precisavam ser revistas. As Ordenações Filipinas, mais especificamente em seu Livro V, que contém o conjunto dos dispositivos legais que definiam os crimes e a punição dos criminosos, será analisada de forma priorizada com o objetivo de refletir sobre aspectos da organização da sociedade portuguesa do século XVII. Partindo do pressuposto que o direito exerce um papel importante na definição dos termos da vivência social, analisar-se-á alguns pontos dessa legislação e suas conexões com as transformações da época. O estudo possibilitou a compreensão do Direito como fruto da relação social que elege, na forma dos dispositivos legais, o que deve ser virtude social e o que deve ser colocado na condição de ilícito, e não com o mero instrumento abstrato a regular a vida individual das pessoas. Ou seja, além de apontamentos acerca da sociedade em questão, este trabalho determina o significado do Direito à luz da experiência social e histórica do ser humano. 
 FORMAÇÃO DO DIREITO NO BRASIL
A História do Direito no Brasil pode ser analisada na perspectiva de três períodos históricos. O primeiro se inicia com a chegada dos europeus ao Brasil, passando cerca de três séculos no Período Colonial até o ano de 1822, com a independência do Brasil, quando foi estabelecido o Período Imperial.
 Este período durou até o ano de 1889. Em 1891 houve a instauração da República, forma de governo caracterizada pelo presidencialismo e o federalismo perdurando desde então. Após o apontamento de alguns movimentos sociais em busca de liberdade, igualdade e dignidade, o contexto histórico que deu forma ao direito brasileiro pode ser entendido, uma vez que este é fruto de transformações sociais, políticas, culturais e econômicas. No decorrer dos anos, no Brasil, foi criada uma cultura jurídica para os brasileiros, mas isso nem sempre foi assim.
 Muitos anos após os colonizadores “acharem” o Brasil, o direito existente servia apenas aos interesses da Coroa Portuguesa. Apenas alguns séculos mais tarde o país conseguiu deixar de ser colônia e tornou-se independente. Isto somente ocorreu porque foi preciso romper com aquela cultura jurídica oriunda dos tempos coloniais brasileiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DELGADO, José Luiz. Curso de Direito Natural. Curitiba: Juruá, 2018.
MONTORO, André Franco. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
GILISSEN, John. Introdução Histórica ao Direito. Lisboa: Fundação Calouste Gublenkian, 2003.
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
CRETELLA JR., J. Elementos de Direito Constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000.
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: história geral e história do Brasil. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 1995. BELATO, Dinarte; BEDIN, Gilmar Antonio (Orgs.). Brasil 500 anos: a construção de uma nova nação. 2. ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. 248 p

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