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Foi um movimento revolucionário que eclodiu em 1789 a 1799. Antes da Revolução Francesa o regime era o absolutismo (rei estava acima da lei), exercido pelo Rei Luís XVI. Após anos de crise e abusos de poder em cima do povo francês, a burguesia tomou as ruas e assim iniciou uma das maiores revoluções na história, na qual pôde colocar um fim ao longo período denominado Antigo Regime virando um país republicano. Ela também influenciou várias outras revoluções. França pré-revolução o Administrado por uma monarquia absolutista (gastava o dinheiro do povo com exageros da corte (Luís XIV, XV e XVI) – dividas internas – e com guerras em território internacional – derrota na guerra dos sete anos e independência dos EUA – dividas externas – Crise Financeira). o Últimos monarcas: Luís XIV – construção do Palácio de Versalhes e etc. Luís XV – guerra de sete anos derrota francesa frente aos ingleses, causando perda de territórios coloniais importantes para a “saúde” financeira da França. Luís XVI – apoio nas treze colônias (independência dos EUA) investindo em recursos financeiros e humanos; altas festas (Maria Antonieta); impostos muito altos. o Sociedade Estamental (dividida em grupos, sem chance de mudar). o O estado fiscal da França pré-revolucionária era precário. Podemos dizer que a balança comercial do país permanecia constantemente desfavorável, ou seja, as despesas eram superiores às receitas em até 100 milhões de libras esterlinas anualmente. o Fome e miséria extremos para a população mais pobre devido invernos rigorosos seguidos de secas – Crise Social. o A nobreza e o clero possuíam o equivalente a 90% das terras, além de monopolizar a educação (clero), monopolizar os postos de oficiais do exército (nobres), conservar outros privilégios sociais e a nobreza ser parasitária (não geravam nenhum lucro), ou seja, o povo pagava as despesas e “boa vida” das elites, isentas de impostos. o Iluminismo (séc. XVII e XVIII): fazia duras críticas ao Antigo Regime (Absolutismo e Mercantilismo) e aos antigos privilégios feudais, tornava-se cada vez mais popular entre a burguesia francesa (falta de participação política e questões tributárias (excesso de pagamento de impostos)) – Crise Política. Crise A burguesia, classe social em ascendência desde o renascimento comercial tornava-se cada vez mais insatisfeita com a má distribuição dos recursos financeiros e o terceiro estado era também formado pelos demais trabalhadores, camponeses e classes populares em geral, flagelados pela fome e demais problemas sociais. Luis XVI como o objetivo de fortalecer seu poder, fez o Despotismo Esclarecido (usar ideais iluministas para melhorar a crise). Então, convocou a Assembleia dos Notáveis, em 1787, onde tentou convencer a nobreza e o clero a pagar impostos, tentativa falha. Porém, como a França estava em uma situação crítica, um ano depois, convocou a Reunião dos Estados Gerais (1º, 2º e 3º estado). Fases da Revolução Francesa o Monarquia Constitucional (1789-1792); o Convenção Nacional (1792-1795); o Diretório (1795-1799). Estados Gerais O objetivo da reunião era encontrar uma solução para a crise. Porém, como a votação era por estado. Mesmo o 3° estado tendo 578 deputados – maior em quantitativo (1°=291/2°=270). Por sua vez, o terceiro estado (os burgueses) julgava que deveria possuir um número maior de representantes, visto que compunham a maioria da população. Sendo assim eles pediram que pelo menos o voto fosse individual e não em estado. Situação na qual que não aconteceu. REVOLUÇÃO francesa Política Econômica Revolução Social Na manhã do dia 20 de junho, com mais de um mês e meio de assembleia disputas contínuas entre os grupos votantes, os deputados do Terceiro Estado tiveram uma surpresa ao chegar para a assembleia no palácio de Versalhes e encontrar as portas trancadas para sua entrada. Os deputados então invadiram uma sala secundária do palácio, que servia de espaço para jogo de pela, e declaram que só sairiam dali quando tivessem em mãos uma Constituição do Estado Francês. Esse evento ficou conhecido como o Juramento do jogo de pela, e naquele dia, os deputados do Terceiro Estado se autodeclararam a Assembléia Nacional Constituinte da França. Entretanto, ao mesmo tempo em que a assembleia acontecia no palácio próximo a Paris, o exército da coroa se preparava na capital para suprimir a assembleia e os representantes. Então, o povo, alerta para a tentativa do rei, se rebelou e liderados pela Milícia de Paris, um grupo composto por guardas e membros da burguesia, os parisienses invadiram o Hospital dos Inválidos de Paris, onde saquearam armas e equipamentos de combate e partiram para a fortaleza da Bastilha, onde se armazenava a pólvora da cidade no dia 14 de julho, data do marco inicial da revolução. Queda da Bastilha O grande marco simbólico da revolução francesa é a Queda da Bastilha (maiores símbolos do absolutismo francês), ocorrida no dia 14 de julho de 1789. No entanto, o objetivo ao tomar a fortaleza era saquear os estoques de pólvora para municiar os mosquetes e demais armamentos. A notícia da queda da Bastilha espalhou-se rapidamente por toda a França, levando a população das demais cidades de do campo a aderirem a revolução. Os cidadãos armados passaram a compor a chamada Guarda Nacional que tinha como objetivo salvaguardar a Assembleia Nacional Constituinte A notícia da queda da Bastilha espalhou-se rapidamente por toda a França, levando a população das demais cidades de do campo a aderirem a revolução. Os cidadãos armados passaram a compor a chamada Guarda Nacional que tinha como objetivo salvaguardar a Assembleia Nacional Constituinte. OBS1: Sans-Culottes: denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários participantes da revolução (motores da revolução) Nos dias seguintes à tomada da bastilha, o rei cede à pressão da população francesa e aceita a criação de uma Assembléia Constituinte Nacional, formada pelos deputados presentes na Assembléia dos Estados Gerais, que serão responsáveis por criar a constituição da França. O país passa então a ser uma monarquia constitucional. Esse documento ficou conhecido como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão A declaração contava com 17 artigos que definiam os ‘direitos naturais’ dos cidadãos, como a liberdade de expressão e de crença religiosa, e delimitavam os poderes dos governantes e agentes do Estado. O primeiro e mais conhecido artigo da declaração dizia: “Os homens nascem iguais e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum”. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, diferente das que já haviam surgido na Inglaterra e Estados Unidos pós-independência, descrevia os direitos universais dos cidadãos. Não apenas os franceses, e não apenas os franceses que viviam naquela época, mas todos os cidadãos de todos os lugares em todas as épocas. Art. 1º. Os homens nascem e vivem livres e iguais em direitos. As diferenças sociais só podem ser fundamentadas no interesse comum. Art. 2º. O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Art. 3º. O princípio de toda Soberania reside essencialmente na Nação. Nenhuma instituição nem nenhum indivíduo pode exercer autoridade que não emane expressamente dela. Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique outro: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem como única baliza a que assegura aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Essas balizas só podem ser determinadas pela Lei. Art.5º. A lei só pode proibir as ações prejudiciaisà sociedade. Tudo o que não for proibido por lei não pode ser impedido, e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordena. Art.6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer para sua formação, pessoalmente ou através de seus representantes. Ela deve ser a mesma para todos, seja aos que protege, seja aos que pune. Todos os cidadãos sendo iguais aos seus olhos são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outra distinção, além de sua capacidade e sem outra distinção, além de suas virtudes e seus talentos. Art. 7º. Nenhum homem pode ser acusado, preso ou detido senão quando assim determinado pela lei e de acordo com as formas que ela prescreveu. Os que solicitam, expedem, executam ou fazem executar ordens arbitrárias devem ser punidos. Mas todo homem intimado ou convocado em nome da lei deve obedecer imediatamente: ele se torna culpado pela resistência. Art. 8º. A lei só deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada. Art. 9º. Todo homem é presumido inocente até ser declarado culpado. No caso de se julgar indispensável sua prisão, qualquer excesso desnecessário para se assegurar de sua pessoa deve ser severamente reprimido pela lei. Art. 10º. Ninguém deve ser perseguido por suas opiniões, mesmo religiosas, desde que sua manifestação não atrapalhe a ordem pública estabelecida pela lei. Art. 11º. A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem: todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, embora deva responder pelo abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei. Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública: essa força é, portanto, instituída para o benefício de todos e não para a utilidade particular daqueles a quem ela está confiada. Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas da administração, uma contribuição comum é indispensável: ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos, de acordo com suas faculdades Art. 14º. Os cidadãos têm o direito de constatar, por si mesmos ou por seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente e de vigiar seu emprego, de determinar sua quota, lançamento, recuperação e duração. Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas de sua administração a todos os agentes do poder público. Art. 16º. Toda a sociedade onde a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição. Art. 17º. Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser dele privado senão quando a necessidade pública, legalmente constatada, assim o exija evidentemente, e sob a de uma justa e prévia indenização. A importância desse documento nos dias de hoje é ter sido a primeira declaração de direitos e fonte de inspiração para outras que vieram posteriormente, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1948. OBS2: Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão (marco do início dos Direitos Civis) inspirado no iluminismo e nos direitos liberais, ele dividiu o poder na França (legislativo, executivo, judiciário), definiu os direitos individuais e coletivos dos homens como universais. O conceito de igualdade nasceu na revolução francesa com essa declaração – Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse momento, alguns grupos de representantes do povo começaram a se destacar dentro da assembléia, sendo dois deles fundamentais para o desenrolar da Revolução. Jacobinos e Girondinos Os Girondinos eram da alta burguesia, composta por empresários e comerciantes. Esse grupo queria uma reforma com foco no liberalismo econômico e no fim das isenções de impostos e privilégios dos nobres. Eram conhecidos pela moderação nas pautas que defendiam, contrários ao uso da violência, defensores da monarquia constitucional e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política - limitar as conquistas populares. Os Jacobinos, por sua vez, eram a baixa burguesia. Esse grupo era formado principalmente por intelectuais, advogados, trabalhadores da justiça e médicos. Os Jacobinos eram considerados mais radicais e queriam uma revolução mais profunda, com reformas econômicas e fiscais, mas também políticas, sendo que alguns deles defendiam a erradicação total da monarquia constitucional que se instaurou, para criar um regime republicano, queriam uma maior participação popular no governo e profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres. OBS3: Girondinos se sentavam à direita na Assembleia, e jacobinos à esquerda. Essa divisão foi a origem do que definimos hoje como esquerda e direita. Igreja pós-revolução Uma das primeiras ações dos deputados da assembléia constituinte contra a Igreja Católica foi criar a Constituição Civil do Clero, separando a igreja do Estado (estado laico). Assim, confiscou e nacionalizou as terras do clero (correspondente a 20%) e transformou os padres em funcionários do Estado Francês, submissos às decisões da assembléia e com o dever de prestar juramento de fidelidade ao rei, à França e à lei. Com o intuito de erradicar qualquer resquício de tradição católica do país: foram realizadas mudanças profundas, entre elas a substituição do calendário gregoriano por um calendário revolucionário em que os meses eram definidos com base nas estações do ano. Os domingos também foram abolidos. Em 1791, a França teve sua primeira Constituição que vai instaurar uma Monarquia Constitucional (rei tem que seguir as leis) = voto censitário só quem teve renda, propriedade privada. O fim da monarquia na França Entre 1789 e 1791 existiu na França um regime de monarquia constitucional, porém na noite de 20 de junho de 1791, a família real francesa realizou uma tentativa de fuga da França com a ajuda de outros monarcas europeus, entre eles o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Leopoldo II, irmão de Maria Antonieta. A intenção de Luís XVI e seus aliados era reunir forças estrangeiras para retomar a França dos revolucionários. O plano não funcionou e os fugitivos foram descobertos durante a viagem e enviados novamente para Paris. Com o fracasso da tentativa, monarcas de toda a Europa, da Prússia (atual Alemanha) à Rússia, iniciaram ataques às fronteiras francesas, pois passaram perceber a revolução como uma ameaça para seus próprios países, se ela se mostrasse vitoriosa na França. Os franceses, por sua vez, estavam divididos e seus exércitos desgastados. A guerra devastou as cidades de fronteira da França, e foi o motivo derradeiro para a população de Paris decidir por derrubar a monarquia, que estava atuando contra os interesses franceses na guerra. No dia 10 de agosto de 1792, os parisienses, liderados pelos sans-culottes, tomaram o palácio das Tulherias, onde vivia a família real, e nesse momento, a monarquia francesa acabava de vez, dando lugar à república, proclamada no dia 21 de setembro – iniciando o período da Convenção (governada pelos Girondinos). Luís XVI e Maria Antonieta foram presos por alta traição. A Assembléia Nacional, que era eleita por meio de sufrágio censitário, deu lugar à Convenção, uma assembléia eleita por sufrágio semi-universal, onde qualquer homem poderia votar, independentemente de sua renda; mulheres, entretanto, não poderiam. As reuniões da Convenção foram marcadas pelos embates cada vez mais acirrados entre girondinos e jacobinos. E com a descoberta da traição do rei com países que estavam contra a França na guerra, o mesmo foi morto na guilhotina pelos girondinos no dia 21 de janeiro de 1793.Os conflitos entre jacobinos e girondinos não cessaram nesse ponto, na verdade eles se intensificaram. Os girondinos estavam com medo das proporções que a Revolução e que os movimentos populares como os sans-culottes estavam tomando, e pediam o fim da Revolução, mas os jacobinos acreditavam que o fortalecimento dos movimentos populares era essencial para que uma revolução profunda ocorresse. O auge desse conflito foi a prisão de boa parte dos deputados girondinos, em junho de 1793. Regime de Terror Em 1793, os jacobinos tomam o poder dos girondinos. Nesse mesmo ano, ocorreu a Revolta da Vendéia (oposição histórica à Revolução Francesa, quando artesões e camponeses se insurgiram contra a revolução e a burguesia das grandes cidades e a favor da igreja católica e do sistema monárquico, recebendo o apoio da aristocracia). Com o poder dos jacobinos na república, criou-se a Constituição de 1793 (instaura-se o voto universal (menos as mulheres), melhora as condições dos trabalhadores (reforma agrária, lei do máximo, abolição da escravidão nas colônias francesas)). Porém, esse golpe de Estado deu início ao regime do terror na França, e desencadeou uma guerra civil por todo o país. Foi instaurado pelos deputados jacobinos, nesse momento, um comitê de salvação nacional, que se utilizava do terrorismo de Estado para conter manifestações e insurreições e praticar execuções em massa por todo o país. Entre trinta e cinquenta mil pessoas foram mortas nesse período. Liderado pelo jacobino Maximilien de Robespierre, não poupou adversários políticos assim como não poupou aliados. Robespierre, o ‘Incorruptível’, deu continuidade a uma agenda de reformas econômicas e culturais na França, ora se aliando a deputados revolucionários, ora a deputados de centro. Seu poder dentro da Convenção se deteriorou rapidamente e resultou em sua queda. Então, para colocar um fim do período, mataram Maximilien e outros líderes violentos. Com isso, deu início ao último período da revolução francesa, o Diretório (1793 a 1799), o poder vai voltar para os girondinos. Durante os cinco anos seguintes, os deputados conseguiram avançar com pautas de incentivo à liberdade econômica e com uma série de vitórias militares na Europa, em especial na Itália e na Áustria. Em 1799 a população francesa volta a eleger maioria de jacobinos para a Convenção. Essa volta da esquerda francesa ao poder causa temor em girondinos e burgueses, e em conjunto, estes dois grupos apelam para um novo golpe de Estado. Mas desta vez não para tomar o poder, e sim para sede- lo a um novo monarca. E não havia ninguém melhor do que o astuto comandante militar responsável pelas vitórias francesas no exterior: Napoleão Bonaparte. Em 18 de Brumário do ano VIII (9 de Novembro de 1799), Napoleão toma o poder por meio de um golpe militar e se declara cônsul da França. Esse golpe tem o apoio da burguesia, que enxerga em Napoleão um aliado de seus interesses econômicos. Nesse momento termina a Revolução. OBS4: Nesse período, houve a Conspiração dos Iguais foi um movimento que foi a primeira demonstração do atual socialismo. Grande simbolismo da Revolução continua até os dias de hoje. Um exemplo, é a pintura "a liberdade guiando o povo" de Engène Delacroix (a mulher simboliza a liberdade; ela foi em 1930 para inspirar o povo a tentar reproduzir o que foi feito em 1889). . Linha do Tempo (Débora Aladim)
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