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COVID 19

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Bruna Argolo 
COVID-19 
 
CARACTERÍSTICAS VIROLÓGICAS: 
• Originários de morcegos – conhecidos há 800 anos. 
• Família Coronaviridae com aproximadamente 24 espécies. 
• Existem gêneros alfa, beta, gama e delta – apenas os gêneros alfa e beta são patogênicos para várias espécies 
de mamíferos, incluindo os humanos. 
• SARS-CoV-2 é um beta-coronavirus (covid-19). 
• Corona vem do latim coroa, devido ao aspecto na microscopia eletrônica, pois é um vírus que parece estar 
repleto de coroas ao seu redor, devido a conformação de uma proteína (proteína S). 
• Os coronavirus patogênicos para o homem conseguem infectar bem células ciliadas do trato respiratório 
humano. 
✓ Inclui desde células da mucosa nasal, até a mucosa traqueal/brônquica, e no alvéolo esses vírus vão ser 
capazes de infectar os pneumócitos, principalmente os pneumócitos do tipo II. 
• Até o momento existem apenas 7 espécies de coronavirus que são capazes de causar infecções em humanos: 
HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2. 
• Os primeiros 4 coronavirus (HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1) causam doença respiratória 
leve, que usualmente nem são detectadas. 
✓ O quadro é de um resfriado comum, com mal estar, nariz escorrendo, tosse, dor de garganta – um 
quadro de virose respiratória. 
✓ Vários desses vírus já estavam circulando no estado da Bahia antes do início do SARS-CoV-2. 
✓ Em neonatos o quadro pode ser um pouco mais acentuado, ocorrendo um processo de traqueobronquite. 
• Os outros 2 coronavirus (SARS-CoV, 
MERS-CoV) que existiam antes do SARS-
CoV-2 já eram considerados altamente 
patogênicos. 
✓ O SARS-CoV é o coronavirus 
responsável pela síndrome 
respiratória aguda grave – 
responsável por uma epidemia na 
China em 2002, com 
aproximadamente 8000 casos da 
doença e uma letalidade de 
aproximadamente 10%. Esse vírus 
também foi isolado de morcegos e 
revelou uma transmissão 
zoonótica e para humanos. 
✓ Em 2012 houve um surto de um 
outro coronavirus, que começou na 
Arábia Saudita. Esse é um vírus 
causador da síndrome respiratória 
grave no oriente médio, o MERS-
CoV, e sua taxa de letalidade era 
de aproximadamente 40%, mas os 
dados da OMS revelam apenas 
aproximadamente 2800 casos. Ele 
foi isolado de camelos. 
• Em dezembro de 2019 o SARS-CoV-2 aparece. É um vírus patogênico, que tem uma letalidade de 
aproximadamente 4%, mas que tem um potencial de transmissão gigante. 
✓ Mais de 20 milhões de casos já foram notificados no mundo. 
SARS-COV-2: 
• 3° coronavirus com elevado potencial patogênico a cruzar a barreira entre espécies. 
✓ Na verdade, o SARS-CoV-2 chega a 99% de semelhança genética com alguns outros coronavirus que 
causam doença em morcegos, mas ele especificamente ainda não foi identificado em nenhuma espécie. 
Ou seja, o SARS-CoV-2 não foi encontrado exatamente igual é encontrado em humanos em nenhuma 
outra espécie, mas o que se encontrou nos morcegos se aproxima 99%. 
• Vírus RNA fita simples, positivamente orientado. 
• Envelopado. 
Bruna Argolo 
• Diversas proteínas da superfície. 
✓ “Spike” proteína (proteína S) é a responsável pela ligação ao receptor celular. 
• Entrada na célula humana através do receptor da enzima conversora de angiotensina tipo 2 (ECA2 ou ACE2). 
ESTRUTURA DO SARS-COV-2: 
• Coronavirus são peplômeros em forma de coroa, RNA fita única, de sentido 
positivo, na forma pleomórfica com tamanho de 80-160 nm. 
• Peplômeros são estruturas proeminentes, geralmente constituídas de 
glicoproteínas e lipídeos, as quais são encontradas expostas na superfície 
do envelope viral de certos vírus como o coronavirus. 
• Coronavirus apresentam RNA fita única, proteína de nucleocapsídeo, uma 
proteína de envelope, proteína de membrana e uma glicoproteína saliente 
denominada “spike”. 
PROTEÍNA S (spike): 
• 2 subunidades: S1 e S2. 
✓ S1 subunidade em 3 domínios: A, B, C. 
✓ MERS-CoV usa tanto os domínios A quanto B para entrar na célula através da ligação com o receptor 
DPP4 (Dipeptidil peptidase 4). 
✓ SARS-CoV-2 e SARS-CoV entram na célula através da interação direta com o domínio B, que se liga 
ao receptor da ACE2. 
• A estrutura da proteína S em ambos SARS-CoV e SARS-CoV-2 são muito semelhantes. 
✓ No entanto há 5 aminoácidos diferentes no sítio de ligação da proteína S1 no SARS-CoV-2 em relação 
ao SARS-CoV – essa diferença possivelmente explica a maior afinidade da ligação da proteína S1 do 
SARS-CoV-2 ao receptor ACE2 na célula respiratória. 
• Um sítio de clivagem polibásico (RRAR) está presente no local de união da subunidade S1 e subunidade S2 da 
proteína spike no SARS-CoV-2. 
✓ Isso somente ocorre no SARS-CoV-2, nenhum outro beta-coronavirus possui essa propriedade. 
✓ Isso se relaciona a patogenicidade desse vírus. 
• Além disso, o resíduo de prolina também é introduzido antes deste local de clivagem, e a sequência do SARS-
CoV-2 torna-se PRRA (sequenciação única de proteínas em SARS-CoV-2). 
✓ Nesse local de clivagem ocorrem ligações glicanas com o oxigênio. 
• Esse recurso leva à adição de glicans ligados através de pontes com oxigênio para S673, T678 e S686, que 
flanqueiam o local de clivagem. 
• O receptor ACE2 da enzima de conversão do angiotensinogênio está presente na superfície de células 
respiratórias – ciliadas e pneumocitos tipo 2 – e se liga a porção do domínio de ligação do receptor da proteína 
S. 
• A ligação ocorre próximo ao local de clivagem. Quando ocorre a ligação o local de clivagem é modificado e a 
ligação se torna covalente. 
ADESÃO: 
• Os coronavirus entram na célula, particularmente os pneumócitos tipo 2, através da ligação com receptores 
ACE2 para o SARS-CoV-2 e CD90L para o SARS-CoV. 
• No SARS-CoV-2 o domínio de ligação do receptor da subunidade S1 se liga ao receptor ACE2, enquanto a 
subunidade S2 facilita a fusão entre o hospedeiro e a membrana viral. 
✓ No sítio de clivagem polibásico há uma modificação da subunidade S2 e isso facilita a ligação entre a 
célula do hospedeiro e a membrana celular viral. 
• Os locais de clivagem da furina facilitam uma ligação muito forte da S-glicoproteína com o receptor hACE2 
(ACE2 humano) de SARS-CoV-2. A clivagem de ‘S’ ocorre no limite entre as subunidades S1 e S2 que é de 
natureza não covalente. 
ENTRADA: 
• Normalmente a protease lisa a proteína presente entre as subunidades S1 e S2 após sua ligação com o receptor 
hACE. Esta lise faz mudanças na conformação, tornando-a covalente (irreversível), o que aumenta a afinidade 
de ligação da proteína e transforma a proteína para a fusão. 
• Os locais de clivagem da furina e locais de ligação ao receptor modificados da subunidade S1 podem ser as 
razões prováveis por trás da transmissão rápida, replicação e infectividade desse vírus. 
 
Bruna Argolo 
LIBERAÇÃO DO NUCLEOCAPSÍDEO NO CITOPLASMA: 
• Por via de endocitose ou por entrada direta a partícula viral penetra na célula e o nucleocapsídeo é liberado no 
citoplasma. O vírus vai se despir do seu envelope lipídico, que o ajudou a penetrar na célula, e libera o seu 
nucleocapsídeo no citoplasma. 
• RNA-sense+ inicia de imediato a tradução/translação para 2 grandes polipeptídios: pp1a e pp1ab. 
✓ Esse processo ocorre de imediato pois ele já é o RNA mensageiro pronto. 
• Essas poliproteínas (pp1a e pp1ab) são clivadas por proteases: Papaina-simile protease (PLpro) e 3C-smile 
protease (3CLpro), dando origem a proteínas não-estruturais: NSP1-11 e NSP1-16. 
✓ Proteínas não-estruturais são fundamentais para todo o processo de produção do vírus – para levar 
parte do vírus para dentro do RER e orientar produção de proteínas virais. 
✓ Essas proteínas (NSP1-11 e NSP1-16) serão responsáveis pela replicação do RNA viral e pela 
transcrição de proteínas -> replicase (responsáveis pela replicação do RNA viral) e transcriptase 
(responsáveis pela transcrição do material genético). 
PROCESSO DE PRODUÇÃO VIRAL: 
• Replicaseatua na porção (1/3) do RNA viral ponta negativa (não-transcrita) passando para m-RNA-sense+ que 
irá sofrer transcrição em novos RNa-mensageiros para a produção de proteínas estruturais, como as do 
envelope, da membrana, as Spike, hemaglutinina, etc. 
✓ A ponta positiva do RNA entra na célula e já vai direto fazendo a transcrição das poliproteínas pp1a e 
pp1ab, que posteriormente são clivadas por proteases nas proteínas não-estruturais NSP1-11 e NSP1-
16. 
✓ A ponta 3’ não consegue transcrever direto, então a replicase atua cria uma outra fita de RNA 
mensageiro positivo, que pode ser transcrito. 
• A replicase é responsável também pela replicação completa do RNA – reproduz o RNA para os novos vírus. 
• Juntamente com as proteínas estruturais, o nucleocapsídeo se une e se dirige para a membrana celular, para 
junto com as proteínas que estão na superfície, se unirem e o novo vírion ser liberado. 
✓ Proteínas estruturais são aquelas que ficam na estrutura do vírus – do envelope, da membrana. 
RESUMINDO: 
• O SARS-CoV-2, vírus envelopado com spike 
proteínas, realiza a ligação da sua coroa com os 
receptores de ECA2. 
• O vírus vai penetrar (por endocitose ou via 
direta) e se despir, liberando o nucleocapsídeo. 
• O RNA vai ser exposto. Esse RNA tem a ponta 
3’, que não transcreve de imediato, e a ponta 
5’. Como ele é orientado no sentido 5’, ele já 
consegue transcrever. 
• Ocorre a translação para a produção dos 
polipeptideos (pp1a e pp1ab), que ao sofrerem 
a ação das proteases, se transformam nas 
proteínas não-estruturais. As proteínas não-
estruturais são fundamentais para montar o 
vírus. 
• Uma dessas proteínas é a replicase, que age na 
ponta 3’ para fazer a transcrição de um novo 
RNA mensageiro, que vai produzir uma serie de 
RNAs mensageiros, que irão produzir várias 
proteínas estruturais no RER. 
• A replicase também atua na replicação do vírus, ao produzir novos RNAs. 
• As transcriptases junto com as replicases, atuam na produção das proteínas estruturais, que começam a se 
juntar ao redor do RNA recentemente produzido. Ao se fechar, temos o nucleocapsídeo, que vai ser expelido 
pela célula para contaminar novas células. 
TRANSMISSÃO: 
• Como muitos vírus respiratórios, SARS-CoV-2 pode se espalhar através de pequenas gotículas liberadas do 
nariz e boca de um individuo infectado ao tossir ou espirrar. Como estimativa, um único movimento de tosse 
pode produzir até 3.000 gotas. 
Bruna Argolo 
• Essas gotas não caem apenas nos indivíduos ao redor do paciente infectado, mas também pousam em vários tipos 
de superfícies, e dependendo do tipo de superfície, o vírus é capaz de permanecer por um certo número de 
horas. 
• O vírus pode ser transmitido se um individuo tocar em um objeto ou superfície contaminada e, em seguida, tocar 
em suas membranas mucosas, como nariz, olhos ou boca. 
✓ A principal forma de transmissão é respiratória, sendo a transmissão através de superfícies sendo 
considerada rara. 
• O SARS-CoV-2 pode ficar em gotículas no ar por até 3 horas, em superfícies porosas (papel, papelão, tecidos...) 
por até 24 horas e em superfícies duras (vidro, plástico, aço...) por até 72 horas. 
• TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIA: 
✓ A transmissão é basicamente por gotículas respiratórias que tem entre 2 e 5 micra e são 
transportadas através da fala, da tosse e de espirros. 
✓ A transmissão se relaciona a quantidade de partículas virais presentes nas secreções e o período de 
transmissibilidade situa-se entre 1 dia antes do início dos sintomas até no máximo 12 dias após 
iniciados os sintomas. Estabeleceu-se uma quarentena de 14 dias a partir do início dos sintomas para 
que se tenha uma margem de segurança. 
✓ Medida de infectividade pelo número de reprodutibilidade basal – Rho – representa quanto em média 
1 individuo transmite eficazmente a doença. 
✓ Ex: Se um indivíduo infectado transmite para 3 pessoas o Rho dele é 3; um outro individuo infectado 
transmite para 1 pessoa, então o Rho dele é 1; quando vamos olhar o Rho pra essa doença, levando em 
consideração esses dois indivíduos, tiramos uma média, 3 + 1 = 4, 4/2 = 2, então o Rho da doença é em 
média 2. 
✓ Se existe um Rho acima de 1, a epidemia vai crescer de forma acentuada. Se existe um Rho igual a 1, 
a epidemia está sendo mantida, não está caindo e nem subindo. Se existe um Rho menor que 1, esse é 
o cenário ideal, pois a cada vez um número menor de pessoas será contaminada. 
✓ A epidemia só se mantém se as pessoas infectadas transmitirem pelo menos para o mesmo número de 
pessoas que não estavam infectadas, ou seja, o Rho precisa ser de pelo menos 1. 
✓ Se o Rho for igual a 2, isso significa que aquela quantidade de pessoas infectada está transmitindo 
para o dobro de pessoas, e isso é altíssimo. 
✓ O Rho varia conforme o momento da epidemia. Quando uma epidemia começa todo mundo é susceptível 
àquela doença, ou seja, todo mundo pode ser infectado. É muito importante descobrir o Rho nesse 
momento para ter uma ideia de quantas pessoas vão se contaminar e adotar as medidas necessárias. 
✓ Quando se estabeleceu a quarentena, a intenção foi intervir no Rho, diminuindo-o. 
✓ Essa situação pode ser monitorada através da incidência. Ao ver quantos casos estão sendo notificados 
diariamente, e com isso é possível saber o Rho. Se isso está subindo diariamente, o Rho está acima de 
1. Se diariamente os números começam a cair, o Rho é menor que 1. 
✓ Na última estimativa feita na Bahia, o Rho era igual a 1,02 - o objetivo é que isso caia para menos que 
1. 
✓ Para cada realidade de cala local, podem ser estimados Rhos diferentes. Olhando as estimativas dos 
países, existe Rho de 1,90 e existe Rho de 6,47. 
✓ A maior parte dos países apontou um Rho entre 3 e 4. 
TEMPO DE INCUBAÇÃO: 
• As estimativas para o período de incubação médio ou mediano variam de 4 a 6 dias (mas isso pode ir de 1 a 12 
dias), comparáveis para SARS-CoV (4,4 dias) e MERS-CoV (5,5 dias em torno do mundo). 
• Cinco das nove estimativas indicam um período médio de incubação de 5 dias. 
PATOGÊNESE: 
• O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA: 
✓ Enzima conversora de angiotensina (ACE) e ACE2 são homólogos com diferentes funções-chave para o 
sistema renina-angiotesina. 
✓ ACE cliva a angiotensina I para gerar engiotensina II, enquanto ACE2 inativa a angiotensina II e é um 
regulador negativo do sistema. 
✓ ACE2 também recentemente foi identificado como um potencial receptor do vírus SARS e é expresso 
nos pulmões. 
✓ OBS: ECA = ACE = enzima conversora de angiotensina. 
• PATOGÊNESE COVID-19: 
✓ O receptor de ligação da subunidade S1 nas proteínas spike se liga ao receptor hACE2 que está 
presente principalmente nos pulmões, particularmente em pneumócitos tipo II. 
Bruna Argolo 
✓ Isso leva à subsequente regulação negativa dos receptores hACE2. 
✓ Essa regulação negativa de receptores ACE2 pode levar ao aumento da produção de angiotensina-2 
(AT2) pela enzima relacionada ACE1. 
✓ Aumento da produção de AT2aumenta potencialmente a permeabilidade vascular pulmonar e pode 
causar lesão pulmonar. 
FISIOPATOGENIA: 
• SARS-CoV-2 permite que células apresentadoras de antígeno que se ligam à célula dendrítica de um hospedeiro 
ativarem macrófagos, levando à reação imunológica grave resultando na liberação excessiva de citocinas pró-
inflamatórias (IFN-α, IFN-γ, IL-1β, IL-6, IL-12, IL-18, IL-33, TNF-α, TGFβ, etc.) e quimiocinas (CCL2, CCL3, 
CCL5, CXCL8, CXCL9, CXCL10, etc.), chamada de ‘tempestade de citocinas’. 
• Esses mediadores inflamatórios danificam o 
revestimento das células epiteliais e atingem a 
circulação sanguínea onde causam danos a outros 
órgãos. 
• Então, o SARS-CoV-2 infecta os pulmões a partir 
dos receptores de ECA2, o que facilita o dano da 
AT2 no tecido pulmonar. Os macrófagos são 
ativados e há a produção de quimiocinas e citocinas 
inflamatórias, que levam à edema pulmonar, 
dispneia, síndrome respiratória agudae injuria 
aguda pulmonar. Essas citocinas inflamatórias 
também podem causar dano no fígado, aumentando 
transaminases, dano nos rins, elevando creatinina, 
podendo levar a uma insuficiência renal. As 
quimiocinas podem alterar também uma serie de 
fatores de coagulação, levando a tromboses e 
fenômenos tromboembólicos, como um embolismo 
pulmonar ou um AVC agudo, além de levar a 
alterações como leucopenia, pancitopenia, 
linfocitopenia... 
• Tem sido utilizados inibidores de IL-6 para tentar 
ajudar na resolução da tempestade de citocinas, 
pois as interleucinas têm muitos efeitos danosos 
quando há a sua produção exacerbada. 
• Drogas que são utilizadas para artrite reumatoide 
e outras doenças auto imunes tem sido utilizadas 
no tratamento da covid grave junto com 
corticoesteroides, objetivando essa inibição da interleucina nesse processo patogênico. 
DADOS MUNDIAIS EM 24.08.2020: 
 
Bruna Argolo 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
• Estima-se que pelo menos 30% de todos os pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 não tenham sintomas clínicos 
(assintomáticos) – muitos estudos estimam uma porcentagem bem maior que essa, como veremos. 
• E que em torno de 55-60% apresentem sintomas leves gripais tais como febre, tosse, perda do paladar (ageusia) 
e olfato (anosmia), mialgias, astenia, dor de cabeça, e menos frequentemente diarréia e mal-estar abdominal. 
• Pacientes mais graves: estima-se que entre 10-15% do total de pacientes sejam hospitalizados por sintomas 
persistentes, e entre 20-40% desses pacientes hospitalizados evoluam para formas graves da doença, 
principalmente uma pneumonia viral severa. 
 
• No estágio 1 (infecção precoce) tem-se uma fase de reposta viral, onde a apresentação clínica é de sintomas 
constitucionais, como astenia, mialgia, dor de cabeça, tosse seca. Inicialmente os estudos reportavam com muita 
frequência a febre, mas depois se viu a febre é muito variável, e não é necessária para o quadro ser de Covid-
19. 
• No estágio 2 (fase pulmonar) você começa a ter uma resposta uma resposta inflamatória do hospedeiro. Os 
sintomas são tosse persistente e irritativa, falta de ar, desconforto torácico. Se houver uma piora nesse quadro 
o paciente passa para o estágio 3. 
• O estágio 3 seria uma fase de aumento da resposta inflamatória, com uma hiperativação de citosinas 
inflamatórias, o que leva a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica (SRIS), choque e manifestações tromboembólicas. 
• Para cada situação clínica dessa existem alterações laboratoriais. Existe a linfopenia, que é mais frequente na 
segunda fase, existe o aumento do tempo de protrombina, e o aumento da proteína C reativa (PCR). 
• Na fase 1 é possível ter uma TC completamente normal, já na fase pulmonar passa-se a observar os chamados 
infiltrados de vidro fosco (mais frequentes na fase inicial da doença – quando as alterações pulmonares são 
iniciais). Essas alterações pulmonares iniciais caminham para consolidações. Há um aumento progressivo da 
proteína C reativa e da linfopenia. Na fase 3, tem a PCR muito elevada, IL-6 também está bastante elevada e 
marcadores cardíacos podem estar elevados. 
OBSERVANDO ALGUNS ESTUDOS SOBRE COVID-19: 
❖ Observando estudos da China: 
 
• É possível ver que a maioria dos pacientes que chegavam a se internar são do sexo masculino, assim como tem 
sido observado no Brasil. 
• É possível observar também que dos pacientes que foram internados, existem letalidades tão baixas quanto 1% 
e tão altas quanto 15% - alta variedade entre as letalidades de diferentes locais. 
• Observava-se a predominância da febre nos pacientes internados, até por conta da gravidade da doença. Existia 
um grande predomínio de febre, tosse, cefaleia, mialgia e astenia. 
• Alterações que chamam atenção são a linfopenia absoluta desses pacientes hospitalizados e a PCR aumentada. 
❖ Observando uma revisão de mais de 10 estudos com estimativas de países variados: 
Bruna Argolo 
 
• Observam-se prevalências variadas e um elevado número de pessoas assintomáticas. 
- Em um presidio observou-se 96% de assintomáticos. 
- Em um abrigo observou-se 87,8% de assintomáticos. 
• Assim, pode-se concluir que provavelmente sejam muito mais de 30% (estimativa do início do resumo) dos 
infectados que fiquem assintomáticos. 
 
❖ Observando pacientes não hospitalizados do Reino Unido e dos EUA: 
 
• 65% dos que testaram positivo perderam o paladar e o olfato. Esses sintomas são uma marca muito forte da 
Covid-19, de forma que os pacientes que apresentam esse sintoma, já podem considerar isso um marco. Esses 
sintomas se relacionam a subida do vírus pelo nervo olfatório. 
• A maioria dos pacientes retorna ao paladar e ao olfato normais de 2 a 4 semanas, mas existem pacientes que 
ficaram com essas alterações por mais de 2 meses. Como essa é uma lesão decorrente de um processo no nervo, 
e que chega ao bulbo olfatório, alguns pacientes (um número pequeno) podem nem recuperar essa sensibilidade. 
• Aproximadamente 50% dos pacientes referem tosse persistente. 
• A febre referida aqui por esses pacientes ambulatórias já difere do dado obtido nos estudos Chineses com 
pacientes hospitalizados. A febre nesse estudo corresponde a aproximadamente 30% dos pacientes. 
• A sensação de desconforto torácico também foi bastante relatada. 
• Nesse trabalho o Odds ratio, que é uma estimativa do risco relativo, foi de 6,74 para a perda do olfato/paladar. 
Isso mostra que esse é um preditor muito forte da Covid-19, mesmo que nem sempre apareça no início. Pode 
começar com febre, tosse, mal estar e pelo 2° ou 3° dia surge a perda do paladar/olfato. 
• Fadiga, perda do apetite, febre e tosses persistentes foram sintomas que fizeram uma diferenciação daqueles 
que testaram positivo para os que não testaram positivo. 
 
❖ Observando um outro estudo sobre pacientes hospitalizados: 
 
• É um estudo sobre mais de 20 mil pacientes que se internaram 
por Covid-19 em 208 hospitais no Reino Unido. 
• A maioria dos pacientes apresentava tosse (70%), e mais ou 
menos a mesma quantidade apresentava febre. 
• A febre é um marcador para o paciente que vai internar. Se 
você tem um paciente com Covid-19 que começa a manter 
febre, ou que parou de ter febre, mas depois voltou, esse é um 
paciente que merece atenção, porque provavelmente vai 
precisar ser internado. 
• Então a febre persistente pode ser vista como um marcador 
do paciente que vai internar, assim como a tosse persistente 
também. A falta de ar também chama atenção para aquele 
paciente que vai internar (65% dos pacientes que se internam 
apresentam esse marcador). 
• No gráfico: roxo teve o sintoma, amarelo não teve o sintoma e 
rosa não tem informação sobre o sintoma. 
• Nesse estudo do Reino Unido, observou-se que idade, 
obesidade, doença cardíaca crônica, doença pulmonar 
crônica e doença renal crônica foram associados com o 
maior risco de óbito. 
- 15% dos pacientes internados foram UTI; 
- 37% pacientes em ventilação mecânica foram a óbito; 
- Principal causa de morte em pacientes graves = pneumonia viral, que leva a SRAG. 
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG): 
• Quadro clínico: 
- Dispnéia 
- Paciente com desconforto respiratório 
- Saturação de oxigênio abaixo de 95% em ar ambiente 
- Exacerbação de doença pré-existente 
• A síndrome respiratória aguda grave decorre de edema pulmonar secundário ao aumento da permeabilidade de 
células endoteliais capilares pulmonares e células epiteliais alveolares, levando a hipoxemia. 
• Está associada com a infecção por inúmeros agentes virais tais como Influenza, VSR, coronavirus. 
 
Bruna Argolo 
MECANISMO DE LESÃO: 
• Replicação viral alveolar: 
- Ação local do virus se multiplicando nos alvéolos - o SARS-CoV-2 consegue se ligar e penetrar nas 
paredes alvéolares, levando à infecção dos pneumócitos do tipo 1 e 2, formando sincícios. 
• Resposta imune: 
- Produçãode citocinas 
- Genômica 
OBSERVANDO MAIS ESTUDOS SOBRE COVID-19: 
❖ Resultado da autópsia de um homem de 50 anos com SARS-CoV-2: 
 
• Dano alveolar difuso com exsudato celular fibromixoide, descamação de pneumócitos e formação de membrana 
hialina: clássica apresentação patológica da SRAG. 
 
❖ Associação com quadros mais graves: 
 
• Ao comparar pacientes com SRAG, com insuficiência respiratória severa, com os pacientes controle, chamou 
atenção o fato de que pacientes com tipo A sanguíneo e pacientes com a alteração cromossômica 3p21.31 tinham 
os quadros mais graves. 
• Além do dano alveolar pela penetração do virus, existe a resposta imune, e algumas pessoas acabam tendo uma 
resposta exacerbada na produção de citocinas, o que gera dano alveolar grave, SRAG com hipoxemia – outras 
pessoas não tem isso, provavelmnete porque a parte genomica não leva a essa resposta exacerbada. 
 
❖ Sobre a hipoxemia: 
 
• A pressão arterial de CO2 altera a 
resposta do cerebro à hipoxia. 
• A tendencia quando a pessoa começa a 
fazer hipoxemia é ela hiperventilar, e 
assim ela gera a hipocapenia, por 
diminuir as concentraçoes de CO2 no 
sangue. 
• Mas porque isso contece? Porque o 
cerebro tem uma sensibilidade alta ao 
CO2, então se ele está alto a tendencia 
é hiperventilar para diminui-lo, e se o 
CO2 estiver baixo o cerebro interpreta 
que está tudo bem, mesmo que o O2 
também esteja baixo, e por isso a hipoxemia não é vista como uma situação de angustia respiratoria (‘’hipoxia 
feliz’’). 
• E porque o CO2 abaixa com essa hiperventilação o O2 não aumenta? Porque o CO2 tem um potencial de difusão 
20x maior que o O2. 
• OBS: PCO2 normal: de 35 a 45 mmHg. 
• O paciente hiperventila, mas chega uma hora que ele cansa, e quando a PCO2 aumenta, chegando a 39 mmHg, 
mesmo que ainda esteja detro da normalidade, isso muda a percepção do cerebro e ocorre um maior sofrimento 
respiratorio – aumenta a percepção da hipoxemia. 
• Diabeticos e pessoas com idade acima de 65 anos têm maior dificuldade em perceber a hipoxemia. 
• Quando existem concentrações normais de PO2 no sangue, uma faixa de 7L são inspirados por minuto, o que 
resulta de umas 15 ipm. 
• Quando a PO2 chega a 60, já é uma saturação 
baixa, e o paciente começa a aumentar a 
ventilação e chega a 10/12L inspirados por 
minuto. 
• Quando ele chega a uma PO2 de 45, ele chega 
a 15L inspirados, o que dá uma frequência 
respiratória de 30. 
• A depender do grau das PCO2, o paciente pode 
chegar a uma saturação de PO2 de 80 e 
continuar conversando com você. Por isso é 
muito importante avaliar a FR desses 
Bruna Argolo 
pacientes, porque uma FR acima de 20/25 é mandatória para já admitir o paciente no internamento. 
 
❖ Estudos sobre radiologia: 
 
• Mostram que radiologistas da China e dos EUA conseguiam mostrar alta sensibilidade e de especificidade 
quando eram mostradas para ele TC de pacientes com Covid-19 e com outros quadros, como H1N1, por exemplo. 
• Quais os achados mais importantes nessa diferenciação? Distribuição periférica das lesões na Covid-19, assim 
como a aparência das lesões em vidro fosco, e o espessamento dos septos interlobulares. As lesões em vidro 
fosco evoluem para consolidações. 
 
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS QUE OCORREM PELA RESPOSTA INFLAMATÓRIA: 
• Tromboembolismo pulmonar 
• Acidentes vasculares 
cerebrais agudos 
• Injúria miocárdica 
• O SARS-CoV-2 não foi o 
primeiro a estar associados a 
trombose venosa profunda 
(TVP), o SARS, o MERS e o 
vírus da influenza também 
foram associados. No entanto, 
desde o início da pandemia 
muitos óbitos pelo SARS-CoV-
2 se relacionavam a distúrbios 
de coagulação intravascular 
disseminada. 
- Estudo sobre SARS-CoV-
2: 21 óbitos de 183 casos 
de Covid-19 (11,5%) - 15/21 (71,4%) dos óbitos relacionam-se à coagulação intravascular disseminada (CID) 
X 1/162 dos sobreviventes (0,6%) apresentam CID. 
Bruna Argolo 
• Estudos mostram associação entre anormalidades de coagulação ou marcadores de trombose e desfechos 
clínicos em pacientes com Covid-19: essas anormalidades são mais presentes em pacientes com quadro severo, 
que vão pra UTI e que vão a óbito. 
• AVCs agudos também estão associados à Covid-19, o que se associa ao aumento da PCR e anticorpos 
antifosfolípedes e outros marcadores inflamatórios. 
• Esses marcadores inflamatórios estão relacionados também com as questões de anormalidades de coagulação, 
o que favorece trombogenese e microtrombogenese, o que se relaciona não só com lesões pulmonares, mas 
também lesões miocárdicas (gera aumento da troponina I). 
ESTUDOS SOBRE TROPONINA I E COVID-19: 
• Mediana de idade= 66,4 anos, com 
59,6% homens. 985 (36%) 
pacientes tinham concentrações 
elevadas de troponina na 
admissão. Doença cardiovascular 
(DCV) foi mais prevalente em 
pacientes com concentrações 
mais altas de troponina, tanto 
quanto foram os pacientes com 
hipertensão e diabetes. Um total 
de 506 (18,5%) pacientes 
morreram durante a internação. 
• Após o ajuste para a gravidade da 
doença e fatores clínicos 
relevantes, mesmo pequenas 
quantidades de lesão miocárdica 
(por exemplo, troponina I > 0,03 
a 0,09 ng/ml; n=455; 16,6%) 
foram significativamente 
associadas ao risco de morte, 
enquanto maiores quantidades 
(por exemplo, troponina I > 0,09 
ng/dl; n=530; 19,4%) foram significativamente associados com maior risco. 
• No gráfico: Em 4 dias de internação, mais de 20% dos pacientes que entraram com troponina acima de 0.09 
tinham falecido; o que difere bastante da situação daqueles que entraram com troponina normal, que 
apresentaram uma sobrevivência de 95%. Ou seja, troponina alta apresentou 75% de sobrevivência X 95% de 
sobrevivência com troponina normal. 
DIAGNÓSTICO 
DE COVID-19: 
• Faz-se a busca de fragmentos virais pelo RT-PCR na parte respiratória; esse é o teste de escolha para o 
diagnostico etiológico em pacientes com sintomas na fase aguda – 1 a 12 dias dos sintomas. 
– Acima de 10 dias geralmente há uma diminuição da carga viral. 
• Busca de anticorpos no sangue (sorologia). Tem alta sensibilidade e especificidade, no entanto, depende muito 
do tempo. Só se pensa a partir do 
10° dia, e fica mais seguro ainda 
após o 12°/14° dia. 
- Quando o teste é realizado de 
forma precoce existem muitos 
falsos negativos. 
- Em caso de uma testagem em 
massa, ocorrem também muitos 
falsos positivos, pois são testados 
muitos pacientes sem sintomas. 
- A sensibilidade e especificidade 
funcionam bem para indivíduos 
com sintomas e a partir do 12° dia 
(ideal para a realização desse 
teste). 
Bruna Argolo 
• OBS: Em Covid-19, existem estudos que mostram que o individuo pode produzir o IgG e depois negativar, ou 
seja, perder esses anticorpos de memória. Além disso, de 5% a 10% das pessoas não produzem anticorpos. E 
existem ainda pacientes que só passam a apresentar anticorpos tardiamente, na terceira ou quarta semana após 
a infecção. 
• Geralmente o tempo de incubação é de 4 a 5 dias, quando então o indivíduo começa a ter sintomas. 
• A partir do 7° dia começa a produção de anticorpos. 
• No 10° dia a carga viral já teve uma diminuição significativa.

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