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Traumatologia forense

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Traumatologia forense 
TRAUMATOLOGIA 
É o ramo da medicina legal eu estuda a ação de uma energia 
externa sobre o organismo do indivíduo, cuja ação recebe a 
denominação de traumatismos. 
A lesão corporal é toda e qualquer ofensa à integralidade, à 
normalidade ou à saúde de um organismo humano causado por um 
trauma na anatomia, na fisiologia ou na parte psicológica. O trauma 
é o resultado de uma ação que causa algum tipo de vulneração e 
que tem energia para produzir uma lesão. Portanto, as lesões 
corporais são os efeitos dos traumatismos, ou seja, são os 
vestígios deixados por esses agentes vulnerantes através de 
instrumentos ou meios. As lesões podem ser temporárias ou 
permanentes, e ainda, superficiais ou profundas. 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CORPORAIS 
→ LEVES: danos com pouca repercussão orgânica, isto é, não 
trazem muita consequência. São perdas superficiais que não 
vão implicar em grande consequência para a vítima. 
→ GRAVES: 
• Incapacidade para ocupação habituais por mais de 30 dias; 
• Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
• Aceleração do parto. 
→ GRAVÍSSIMAS: 
• Incapacidade permanente para o trabalho; 
• Enfermidade incurável; 
• Perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
• Deformidade permanente; 
• Abortamento. 
→ LESÃO CORPORAL MORTAL: 
ENERGIA LESIVA 
Também conhecida como energias vulnerantes (capazes de 
vulnerar o organismo), é a forma de energia que, quando entra em 
contato com o corpo, produz uma alteração morfológica ou 
funcional no corpo, no local onde ocorre a transferência de energia 
é denominado lesão. Essa transferência de energia pode produzir: 
• Alterações de estruturas superficiais; 
• Alteração de estruturas profundas internas; 
• Modificação das atividades ou função de tecidos, órgãos e 
sistemas. 
AGENTES LESIVOS 
Todos aqueles que podem provocar lesões. Podem ser agrupados 
em: instrumento e meios. 
INSTRUMENTOS 
Os instrumentos são os objetos ou estruturas que transferem 
energias cinéticas (mecânicas), isto é, por movimento. 
→ PERFURANTES: 
• Aplicação de energia sobre: um ponto; 
• Mecanismo: pressão + penetração; 
• Lesão: punctiforme ou punctória; 
• Exemplos: alfinete, prego, agulha, etc. 
→ CORTANTES: 
• Aplicação de energia sobre: uma linha; 
• Mecanismo: deslizamento; 
• Lesão: incisa ou corte; 
• Exemplos: navalha, lâmina de barbear, etc. 
→ CONTUNDENTES: 
• Aplicação de energia sobre: área + massa; 
• Mecanismo: pressão + esmagamento; 
• Lesão: contusa; 
• Exemplos: cassete, chão, tijolo, etc. 
→ PERFUROCORTANTES: 
• Aplicação de energia sobre: ponto + linha; 
• Mecanismo: pressão + deslizamento; 
• Lesão: perfuro-incisiva; 
• Exemplos: faca. 
→ PERFUROCONTUDENTES: 
• Aplicação de energia sobre: ponto + massa; 
• Mecanismo: pressão + penetração; 
• Lesão: perfuro-contusas; 
• Exemplos: chave de fenda. 
→ CORTOCONTUDENTES: 
• Aplicação de energia sobre: linha + massa; 
• Mecanismo: pressão + esmagamento; 
• Lesão: corto-contuso; 
• Exemplos: machado, foice, facão, entre outros. 
MEIOS 
Já os meios, são situações que transferem quaisquer outras 
formas de energia, diferente da cinética (mecânica). Dividem-se 
em: 
→ FÍSICOS: compreende energias sob a forma de vibrações. A 
avaliação da energia total do sistema poder ser calculada com 
certeza pela fórmula. 
• Sonora: pode ser instantânea (explosão, impacto) ou 
contínua (ruído laboral, música com potência). 
• Elétrica: cósmica (queroaurântica: raio, centelha) ou 
artificial (eletricidade industrial). 
• Térmica: por ação do calor (intermação, insolação, 
queimaduras) e por ação do frio (resfriamento ou 
hipotermia e geladuras). 
• Luminosa: natural (solar) ou artificial; 
• Radioativa ou actínica: causada por raios X, rádio, cobalto, 
entre outros. 
• Barométrica: pressões hiperbáricas (escafandros, 
caixões) 
→ QUÍMICOS: aqueles nos quais é liberada pelo sistema durante 
uma reação química, a exemplo do que acontece com as 
substâncias cáusticas (soda, potássio), substâncias corrosivas 
(ácidos), entre outras. 
→ FÍSICO-QUÍMICOS: aqueles em que há uma somatória de 
energias, como, por exemplo, a energia mecânica + energia 
química, no caso da asfixia. 
→ BIOQUÍMICOS: por interferências metabólicas, por exemplo 
a inanição. 
→ BIODINÂMICOS: interferência na condição biológica do 
indivíduo, por exemplo coma, estado de choque. 
→ PSÍQUICOS: estado de atividade psíquica que vai facilitar a 
liberação de mediadores químicos que são capazes de causar 
desequilíbrios somáticos, por exemplo estresse e ansiedade. 
→ MISTOS: causam fadiga. 
LESÕES CONTUSAS 
Lesões provocadas por instrumentos contundentes. Sua 
classificação se dá por exclusão: 
→ A cabeça e as extremidades do homem e dos animais. 
→ Instrumentos próprios para o ataque e a defesa (ex: soco 
inglês, borduna, cassetete, etc.). 
→ Ferramentas de trabalho (martelo, marreta, etc.). 
→ Objetos no seu estado natural (pedras, paus, etc.). 
→ Objetos dos mais variados: qualquer estrutura, pouco 
importando se é ela que vem de encontro ao corpo da vítima 
ou se é este que vai se chocar contra ela (paredes, solo, etc.). 
Os instrumentos contundentes, animados da necessária energia 
cinética, são capazes de provocar soluções de continuidade e 
lacerações, mais ou menos extensas, dos tecidos moles, dos vasos, 
das vísceras e das estruturas osteoarticulares. 
FORMAS LESIVAS 
Decorrem em função da sua massa, da força viva de que estão 
animados, da direção na qual se movem, da duração do contato, da 
elasticidade dos tecidos golpeados, da maior ou menor moleza do 
local e da presença de resistências subjacentes. A ação 
contundente sobrevém como consequência de: 
• COMPRESSÃO: que determina esmagamento, 
mormente quando há uma resistência subjacente. 
• CONTATO TANGENCIAL: por atrito; 
• TRAÇÃO: que pode produzir arrancamentos e 
lacerações. Quando a tração se exerce sobre uma 
víscera, esta pode ocasionar ruptura do seu 
aparelho suspensor, dos ligamentos e/ou do 
pedículo vascular, obviamente além das 
produzidas na própria víscera nas inserções. 
• SUCÇÃO: que determina uma depressão 
circunscrita. 
• EXPLOSÃO: que decorre do aumento primário ou 
secundário da pressão interna. Também por 
deformação compressiva. 
LOCALIZAÇÃO 
 
SUPERFICIAIS 
Somente ocorrem em corpos com vida. Com exceção da 
escoriação. 
→ RUBEFAÇÃO: pressão libera histamina provocando uma 
vasodilatação. Encontram-se nas compressões e nas 
irritações agudas ou crônicas. Por exemplo, um tapa. 
 
→ EDEMA TRAUMÁTICO: aumento do líquido extracelular ou 
extravascular, provocando distensão com limites nítidos, por 
vezes coma forma do instrumento. 
 
→ BOSSAS LINFÁTICAS E SANGUÍNEAS: produzida pelo 
acúmulo de linfa ou sangue, quando há um plano subjacente 
resistente e impermeável. O derrame não encontra condições 
de se difundir, formando coleções localizadas. Pode acontecer 
em superfícies em que se encontra tecidos ósseos por baixo 
e uma musculatura muito tênue. 
 
→ HEMATOMA: tumoração de sangue ou lago sanguíneo 
localizado, formado pelo rompimento de vasos podendo ser 
superficial ou profundo em plena massa de órgãos 
(hematomas extradural, subdural, intramuscular), e em 
espaços teciduais (retroperitônio, mediastino). Acontece com 
o rompimento de vasos. 
 
 
 
 
→ EQUIMOSE: É o rompimento de um vaso sanguíneo pela ação 
de instrumento contundente com um extravasamento 
hemorrágico que vai infiltrar na espessura do tecido. O tecido 
externo fica íntegro e acontece um derrame interno. A 
transformação química da hemoglobina fora do vaso leva a 
mudanças cromáticas: avermelhado, vermelho-violáceo, 
azulado, esverdeado, amarelado. Podem assumir a forma do 
instrumento, de sufusões (lençóis), vibíces (estriações), 
sugilações (grãos de areia) ou petéquias (pontos de 1 mm ou 
mais de diâmetro). Pode aparecer através de mecanismos de 
esmagamento ou com pressãoda pele, por torção, tração, 
sucção da pele, ou em casos de esforço excessivo. Pode ser 
confundida com hematoma, livor cadavérico ou putrefação. 
Podem ocorrer por emocional. 
 
→ ESCORIAÇÃO: causada por ação mecânica tangencial do 
instrumento. Raspa a pele, tirando a epiderme deixando a 
derme descoberta. Por sua forma, podem indicar o 
instrumento e por sua localização, podem orientar sobre o 
tipo de crime. 
 
→ LACERAÇÃO: é uma lesão lacerocontusa. Tem uma 
escoriação, mas com ação mais ou menos tangencial, que pela 
força de arrasto ou tração provoca um esgarçamento ou 
dilaceração do tecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFUNDAS 
 
→ ENTORSES E LUXAÇÕES: Entorses são tracionamentos e 
contusões que distendem ligamentos. Quando as superfícies 
articulares perdem contato, ainda que temporariamente, fala-
se em luxação. 
 
→ FRATURA: é a solução de continuidade do osso. Pode ser 
fechada ou exposta; completa ou incompleta; única, múltipla u 
cominutiva; “em galho verde”, transversa, oblíqua, longitudinal, 
espiral ou em mapa-múndi. 
 
→ ROTURA VISCERAL: resulta de aumento de pressão, mais 
ou menos localizado, que faz explodir vísceras ocas com 
conteúdo líquido (bexiga, vesícula, estômago) ou dilacera 
vísceras maciças por tracionamento (arrancamentos 
esgarçamentos) ou por penetração (perfuração, 
transfixação, secção). 
 
LESÕES LACEROCONTUSAS: Há irregularidade das 
bordas, contusões das margens, deslocamento dos 
tecidos lacerados, retração das bordas, presença de 
pontes de tecidos e fundos irregulares contuso e 
hemorrágico. 
 
→ ESMAGAMENTO: provocado por compressões violentas de 
grandes massas (desabamentos, acidentes de trânsito, com 
prisão entre as ferragens) ou por ondas de 
pressão/decompressão alternadas (nas explosões). 
 
LESÕES DE ARMA BRANCA 
Historicamente, na sua maioria, as “armas brancas” brilhavam, 
principalmente à noite (pareciam ser brancas). 
CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES 
→ LESÕES PUNCTÓRIAS: produzidas por instrumentos 
perfurantes. Embora circulares, podem ser deformadas pelas 
linhas de força das fibras elásticas e musculares subcutâneas 
(ferida oval, triangular, em seta, em quadrilátero), apenas no 
vivo. 
→ LESÕES INCISAS: típicas de instrumentos cortantes. 
Chama-se incisão apenas quando é cirúrgica. Apresenta-se 
mais profunda na parte central (corpo), superficializando-se 
nos extremos (cabeça e cauda, ou cauda de entrada e cauda 
de saída). A lesão incisa exibe bordas e vertentes 
regulares que se coaptam perfeitamente. Margens 
sem escoriações ou equimoses. Fundo sem trabéculas. 
Elementos especiais podem ser observados em alguns 
tipos de lesões incisas: 
• SINAL DO ESPELHO (DE BONNET): borrifo ou 
respingos de sangue no espelho nos casos de 
esgorjamento suicida. 
• INCLINAÇÃO DA LESÃO DE ESGORJAMENTO: para 
diferenciar suicídio (oblíqua) de homicídio (horizontal). 
• LESÃO DE DEFESA: localizadas em antebraços) face 
dorsal e borda ulnar) e palma das mãos. 
 
→ LESÕES PERFUROINCISAS: provocadas por instrumentos 
perfurocortantes com um ou dois gumes (faca-peixeira, 
adaga). Feridas mais profundas do que largas, que têm a 
maioria dos elementos das lesões incisas (bordas, margens, 
vertentes, fundo). Assumem forma de botoeira, com uma 
comissura aguda e outra arredondada ou as duas em ângulo 
agudo ou estreladas. Por vezes há deformação do orifício de 
entrada. Um caso especial de modificação é a lesão “em causa 
de andorinha”, que aparenta o cruzamento de duas lesões 
diferentes, quando ambas foram provocas sem retirar o 
instrumento. Podem ser: 
• PENETRANTES: entra em cavidade preexistente: 
pleural, pericárdica, peritoneal. 
• PERFURANTES: penetram numa parte maciça do corpo, 
sem saída. 
• TRANSFIXANTES: atravessam um órgão ou uma parte 
do corpo. 
• FUNDO-DE-SACO: quando perfuram, atingem um 
obstáculo resistente e não penetram além do 
comprimento. 
• EM ACORDEÃO ou EM SANFONA: quando a 
superfície do corpo é depressível, a lâmina produz uma 
lesão mais profunda que o seu próprio comprimento. 
 
→ LESÕES CORTOCONTUSAS: lesões mistas, com algumas 
das características dos ferimentos incisos (efeito de cunha), 
mas produzidas pelo mecanismo das contusas, ou seja, 
pressão sem deslizamento. Quando, em acréscimo, o 
instrumento tem um gume afiado, pode provocar lesões que 
se assemelham mais ás incisas. As lesões costumam ser muito 
devastadoras, decepando segmentos, fraturando ou 
seccionando ossos, etc. 
 
LESÕES POR ARMA DE FOGO 
As armas de fogo são instrumentos que utilizam a grande 
quantidade de gases produzidos pela queima instantânea de uma 
carga, constituída por um combustível seco (pólvora ou sucedâneo) 
como forma de propulsão dos projéteis. Essa queima ocorre 
somente na presença de “chama viva”. 
Tanto do ponto de vista forense quanto do ângulo criminalístico, os 
disparos podem ser efetuados a distâncias variáveis entre a boca 
de fogo do cano da arma e a vítima. 
→ Disparos (tiros) apoiados ou encostados, à distância zero. 
→ Disparos (tiros) próximos, à curta distância ou à “queima-
roupa”. 
→ Disparos (tiros) a distância. 
FERIMENTO DE ENTRADA DO PROJÉTIL: é variável segundo 
a distância do disparo e conforme o projétil seja único ou múltiplo. 
Existem elementos que são comuns a todo tipo de tiro, 
independendo da distância entre a arma e a vítima: são os 
denominados efeitos primários do tiro. 
EFEITOS PRIMÁRIOS DO TIRO 
Os efeitos primários do tiro são ações mecânicas do projétil sobre 
o alvo e que, via de consequência, são próprios do orifício de 
entrada. É mister lembrar que esses efeitos independem da 
distância do disparo. Compreendem o ferimento perfurocontuso ou 
lacerocontuso e as orlas. 
PERFUROCONTUSO OU LACEROCONTUSO 
 
ORLAS 
O conjunto das três orlas é denominado anel de Fisch. 
ORLA DE ENXUGO ou ORLA DE ALIMPADURA 
Produzida pela limpeza dos resíduos existentes no caso da arma 
(pólvora, ferrugem, partículas, etc.) que o projétil transporta e que 
este deixa ao atravessar a pele ou as vestes, ficando sob a forma 
de uma auréola escura em volta do orifício de entrada. 
 
ORLA DE ESCORIAÇÃO 
Corresponde a uma delicada área, localizada em torno do ferimento 
perfurocontuso de entrada, em que a epiderme é arrancada pelo 
atrito do projétil quando penetra deixando exposto o córion: 
vermelha e brilhante, quando recente, mate e escura após algumas 
horas. 
 
ORLA EQUIMÓTICA ou ORLA DE CONTUSÃO 
Produzida pelo projétil quando impacta sobre o corpo, quando se 
comporta apenas como um instrumento contundente (inclusive ao 
longo do túnel de trajeto). Evidencia-se como uma equimose cuja 
extensão e intensidade estarão em relação não apenas com o 
impacto do projétil como, também, com a textura dos tecidos da 
região: mais ampla quando mais lassos, mais estreita e menos 
evidente quando mais firmes ou consistentes. 
 
EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO 
Aqueles que se relacionam com a ação ou com o depósito de 
produtos residuais da combustão dos explosivos, iniciador e 
propelente, bem como com corpúsculos metálicos provenientes da 
abrasão do ou dos projéteis na alma do cano. Os efeitos 
secundários podem ser utilizados para aquilatar a distância entre 
a boca de fogo do cano da arma e o alvo, e, eventualmente, a 
direção do cano da arma com relação à vítima. Esses efeitos estão 
sujeitos a uma grande variação, relacionada com o tipo e o estado 
de conservação da arma, com a qualidade da munição, bem como 
com a natureza e/ou a região do alvo atingido. Esses efeitos 
compreendem as zonas de contorno. 
ZONA DE CHAMUSCAMENTO 
Produzida pelos gases superaquecidos resultantes da combustão 
do explosivo propelente e se forma nos tiros encostados (distância 
zero) e até distâncias de 15m nos revólveres. É uma zona 
característica do orifício de entrada do projétil e é verificada pela 
ocorrência de queimaduras dos pelos e da pele da vítima (bem como 
de tecidos, podendo-sedar a combustão das vestes quando estas 
se interpõem no local atingido e são de fios sintéticos). 
 
ZONA DE ESFUMAÇAMENTO 
Constituída por grânulos de fuligem resultantes da combustão da 
carga propelente, é superficial e se deposita apenas sobre a pele 
e/ou as vezes interpostas, em torno do orifício de entrada, 
deprimido. Facilmente removida da região por lavagem como bucha, 
água e sabão. 
 
ZONA DE TATUAGEM 
É composta por partículas de carvão e de grânulos de pólvora 
incombusta, dispersas em torno do orifício de entrada, de bordas 
deprimidas. Casos especiais podem ser observados em alguns tipos 
de disparo: 
→ CÂMARA (BOCA) DE MINA DE HOFFMANN; 
→ SINAL DE BENASSI; 
→ SINAL DE PUPPE-WERKGARTEN; 
→ SINAL DO TELÃO DE RAFFO; 
→ SINAL DO FUNIL DE BONNET; 
→ LESÃO EM “BURACO DE FECHADURA”; 
 
TRAJETO DO PROJÉTIL 
Representa o caminho reto ou não, seguido pelo projétil dentro do 
corpo. Não havendo orifício de saída, estende=se o orifício de 
entrada até o fundo-se-saco, onde se aloja o projétil. 
→ CAVIDADE PERMANENTE: orifício ou túnel 
permanente deixado no avo pela passagem do 
projétil. Produzido pelo efeito esmagador (pressão) e 
cortante (laceração) do projétil. Os menores orifícios 
são produzidos pelos projéteis ogivais ou 
arredondados não-expansivos e que não apresentam 
grande precessão e nutação. 
→ CAVIDADE TEMPORÁRIA: limite do deslocamento 
temporário dos tecidos pelo efeito hidrostático, 
quando da passagem do projétil. 
FERIMENTO DE SAÍDA DO PROJÉTIL: independe da 
distância do disparo. Em geral: 
• Orifício maior que o de entrada; 
• Orifício de forma irregular; 
• Bordas evertidas; 
• Sem orla de enxurgo, nem escoriação; 
• Pode apresentar orla equimótica/contusão.

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