Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Biologia Celular Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Leandro Francisco do Carmo Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular • Importância da mitose; • Interfase e suas fases; • Mitose e suas fases; • Controles e checagem da divisão celular; • Meiose e suas fases. · Reconhecer como a célula se reproduz e como ocorre a transmissão das características hereditárias. OBJETIVO DE APRENDIZADO Ciclo Celular e Divisão Celular Sinalização Celular Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular Importância da Divisão Celular A divisão celular faz parte do ciclo de vida de todas as células. Nesse processo, uma célula se divide, dando origem a duas células novas; assim, quando nos referimos às células, divisão significa duplicação. A divisão celular pode corresponder à reprodução dos seres unicelulares e, nos organismos multicelulares, pode ser o processo pelo qual esses organismos crescem ou que realizam a manutenção de suas células, que podem ser substituídas constantemente. À divisão na qual as células dão origem a células filhas idênticas à mãe, damos o nome de Mitose; para isso, a célula mãe tem de realizar um processo de duplicação de seu DNA, para que esse seja compartilhado igualitariamente entre as células filhas. Existem células dos organismos pluricelulares adultos que atingem um alto grau de especialização e que não se multiplicam mais, como é o caso de nossos neurônios e de nossas células musculares; outras, como as células do fígado, podem ficar em um estado de latência e quando ocorre alguma lesão, elas podem voltar a se multiplicar. O Ciclo Celular se caracteriza por dois momentos distintos: um quando a célula está em um processo de divisão propriamente dito e outro quando a célula está crescendo, multiplicando seu DNA e suas estruturas citoplasmáticas. Nos organismos unicelulares podem ocorrer sucessivas divisões celulares, proporcionando sua multiplicação enquanto houver condições favoráveis no . Já nos organismos pluricelulares, essas divisões só ocorrem quando necessárias; por isso é de vital importância um controle dessas divisões, pois caso haja ou ocorra algum erro nesse controle, podem ocorrer tumores e cânceres. O Ciclo Celular Podemos dividir o processo de divisão celular em praticamente duas modalidades: a Mitose, na qual uma célula mãe sofre uma divisão celular originando duas células com o mesmo número cromossômico, e a Meiose, quando uma célula mãe sofre sucessivas divisões e origina células com a metade de seu número cromossômico. Durante o ciclo celular, a divisão compreende uma pequena parte desse processo. Logicamente, varia de tipo de célula (como já citamos), em média 5% do tempo; no restante (95%), a célula se encontra na Interfase, que corresponde ao período entre as duas “fases” de divisão, ou entre uma divisão e outra. 8 9 Figura 1 Inicialmente, acreditava-se que essa era uma fase de “descanso da célula”, entre uma divisão e outra; porém, hoje sabemos que esse era um pensamento equivocado, pois o que encontramos é uma fase de intensa síntese celular, na qual ela apresenta uma grande taxa metabólica. A interfase pode ser dividida em 3 (ou quatro) fases. A primeira fase é denominada G1 (referente à primeira letra do inglês gap, que significa intercorrer da fase intervalo). Nesse período, a célula exerce seu metabolismo “normal”, sem se ocupar com a divisão celular. O DNA no interior de seu núcleo está em uma estrutura de eucromatina e heterocromatina para que sua transcrição possa ocorrer e, assim, produzir todas as proteínas e enzimas necessárias para seu metabolismo. Para isso, organelas responsáveis por esses processos, como o retículo endoplasmático, o Complexo Gongiensse, ribossomos, aumentam significativamente de tamanho. Assim, no decorrer da fase G1, a célula vai aumentando paulatinamente sua massa/volume, para que suas células filhas possam ter organelas suficientes para sobreviver e que a massa celular seja constante no processo de divisão, seguido de aumento de massa e, assim, sucessivamente, evitando que as células sejam cada vez menores. A segunda fase da interfase é denominada fase S (Síntese), não que nas outras fases a célula não esteja sintetizando nada, muito pelo contrário, mas é que nessa fase ocorre a duplicação do material genético, pois cada uma de suas células filhas terá de ter a mesma quantidade de NA da célula mãe. A célula também continua sua síntese protéica, porém, prioriza a produção de histonas que são proteínas às quais o DNA será enrolado na estrutura de cromatina; no final dessa fase S, a quantidade de DNA da célula está duplicada em comparação ao período G1. 9 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular A terceira e última fase da Interfase é a denominada G2 (Gap 2), na qual todo o DNA da célula já foi duplicado; o que vemos nesse período é que todo o DNA já foi duplicado e a célula está fazendo os ajustes finais para a divisão; sua massa aumenta ainda um pouco, finaliza a duplicação de organelas como os centríolos, que se iniciou na fase S, estabelecendo dois pares, polimerizam-se as proteínas dos fusos mitóticos e a célula entra em na fase de divisão celular denominada Mitose. Figura 2 Uma quarta fase que podemos encontrar é a G0, na qual a célula não se divide. Esta fase pode ser definitiva, como em neurônios ou em células musculares, ou reversível, como nas células hepáticas. Mitose A palavra Mitose, do grego mitos, “tecer com fios”, vem do fato de os fios de DNA, que estavam na forma de cromatina, irem se condensando gradativamente, tornando-se cromossomos cada vez mais visíveis no decorrer dos processos da divisão celular. Nessa divisão, uma célula diploide (2n) gera células filhas também diploides. Por isso, também e é chamada de divisão não reducional ou igualitária; sua função é realizar o crescimento somático dos indivíduos, a multiplicação celular e a reposição de células. Temos de imaginar a mitose como um processo contínuo e não um processo analógico, no qual as etapas foram divididas em fases didáticase seus eventos são contínuos e subsequentes. Essa fase pode ser subdividida em 4 fases: prófase, me- táfase, anáfase e telófase. Prófase Essa é a primeira fase da mitose, iniciando-se logo após a G2. Nessa fase, iniciam-se os preparativos para a divisão, os cromossomos condensam-se, enrolando-se e espiralando o DNA em torno das histonas, tornando-os menores e mais visíveis. Esse processo possibilita que o material genético seja separado mais facilmente entre as novas células formadas, evitando rompimento e danificação do DNA. Devido a esse condensamento, o material genético fica inativo, pois para ele ser “lido” e codificado, ele deve estar desnovelado e aberto, impossibilitando a formação do RNA e, subsequentemente, de proteínas. 10 11 Os centríolos que tiveram sua formação e finalização nos períodos S e G2 migram aos pares para os pólos celulares; cada par agora com a denominação de centrossomos, nos quais serão ancorados os fusos mitóticos. Cada fuso é formado por microtúbulos de actina que ligam os centrossomos aos centômetros dos cromossomos, que nada mais são que o ponto de junção entre as cromátides irmãs que constituem o cromossomo, e fazem toda a movimentação deles nas diversas fases da mitose. Outra característica da prófase é a fragmentação e a dissolução da carioteca, liberando os cromossomos no citoplasma. Figura 3 - Prófase Fonte: iStock / Getty Images Metáfase Nessa fase, os microtúbulos ancorados aos centrossomos se ligam aos cine- tócoros dos cromossomos, esta é uma estrutura proteica que se forma no cen- trômero e faz essa conexão, formando os fusos mitóticos, sendo que cada uma das duas cromátides que compõem o cromossomo tem seu próprio cinetócoro, e uma delas se liga a um centrossomo. Com o encurtamento dos microtúbulos que formam os fusos mitóticos, ocorre uma tensão entre os dois polos celulares e os cromossomos são puxados para o centro da célula, formando a chamada placa equatorial, ou placa metafásica, isso porque todos os cromossomos são posicionados no meio da célula, tomando os centrossomos como os polos celulares, na região equatorial da célula. 11 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular Figura 4 - Metafase Fonte: iStock / Getty Images Anáfase Na anáfase, o encurtamento dos fusos mitóticos continuam a ocorrer, promovendo a separação das cromátides irmãs, que a partir desse momento passam a ser chamadas de cromossomos, agora formados por apenas uma cromátide. Os microtúbulos do fuso arrastam os novos cromossomos para seus respectivos polos, separando-os. Figura 5 - Metafase Fonte: iStock / Getty Images Telófase Esta é a ultima fase da mitose, antes de as novas células formadas entrarem na G1 da interfase. Praticamente, esse é o inverso da prófase. Os cromossomos se descondensam e reiniciam sua atividade normal, sintetizando o RNA que, por sua vez, reinicia o processo de síntese proteica, então, ocorre a despolimerização das proteínas, que formam os microtúbulos do fuso mitótico. 12 13 Ocorre, também, reorganização da carioteca, envolvendo os cromossomos que estão se desnovelando, iniciam os processos de citocinese e, nesse momento, temos uma diferenciação entre células animais e vegetais: Figura 6 - Fonte: iStock / Getty Images Citocines É um fenômeno no qual uma célula se divide em duas. Nos animais, ocorre a formação de um anel de actina e miosina na zona equatorial da célula e, então, uma contração desse anel afunilando e cortando-a, levando à formação de duas novas células. Cada célula ficará com um centrossomo, que reorganizará o citoesqueleto das células em interfase. Já nas células vegetais, que possuem como característica a presença de uma parede celular, a citocinese não ocorre por estrangulamento. Por possuir essa parede rígida, várias das vesículas derivadas do Complexo de Golgi se alinham na região equatorial da célula, ocorrendo fusão entre elas, formando uma membrana plasmática, seguida da formação de uma lamela mediana entre as células filhas e posterior formação das paredes celulares de cada célula, crescendo a partir das lamelas. 13 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular Sistema de Controle e Pontos de Checagem no Ciclo Celular Como citamos acima, o ciclo celular nada mais é que uma sequência ordenada de fases: interfase e mitose, que podem ser subdivididas, a primeira em G1, S e G2, e a segunda em prófase, metáfase, anáfase e telófase. Existem mecanismos citoquímicos que regulam cada uma dessas transições; assim, a divisão celular ocorre de modo coordenado de crescimento celular. Para isso, o maquinário celular desenvolveu um mecanismo embasado em uma complexa rede de vias de sinalização por quinases, que levam a determinados pontos de controle dentro do ciclo celular. Foram identificados basicamente três pontos de controle nas transições: G1-S, G2-M e também na Metáfase e na Anáfase. Figura 7 - Esquema do ciclo celular: I=Interfase, M=Fase Mitótica. A duração da fase mitótica em relação às outras fases encontra-se exagerada Fonte: Wikimedia Commons Ponto de Controle em G1 – S Esse ponto é o primeiro ponto de controle, vindo em seguida do ponto de restrição de G1, tendo 3 funções específicas, que são: verificação das condições do meio, assim, ele analisa fatores externos de indução, como o fator de crescimento epitelial; verifica se a célula está com o volume suficiente e verifica se existem danos no material genético. 14 15 Esse ponto determina a velocidade do período G1, que é determinada pela proteína ciclina E, a medida que o ciclo entra na fase S, a quantidade de ciclina E diminui, fazendo com que a célula complete a fase S. Os mecanismos de freios do controle celular na fase S são os p53 (um fator de transcrição) e p21 (uma CIP). Assim, o fator p53 é conhecido como um dos principais supressores tumorais. Caso haja um dano no material genético, enzimas específicas liberam o p53 e quando isso ocorre, o p53 não se degrada e permanece na célula, aumentando, assim, a sua concentração, o que estimula a síntese de p21, que se une à CDK2 e Ciclina E, inibindo, então, a ação desse complexo. A consequência dessa cadeia de acontecimentos é a parada do ciclo celular em G1. Sabemos, hoje, que em duas fases, G1 e G2, a célula verifica a integridade do material genético e, uma vez detectadas as alterações no DNA, dispara-se um sinal a fim de manter a célula num estado estacionário no qual ela tentará corrigir os erros encontrados. Esse mecanismo depende da proteína p53, sendo ela, por esse motivo, considerada a guardiã do genoma. No início do ciclo mitótico, o gene p53, por meio do seu fator de transcrição, ativa o gene p21, induzindo à síntese da proteína p21, que inibe a ação de CDKs (quinases dependentes de ciclina), pois se une ao complexo CDK2-ciclina, o que bloqueia a inativação de Rb e, assim, promove a parada do ciclo celular em G1, a fim de que o DNA danificado possa ser reparado. O processo de reparo do DNA também é dependente da proteína p53, já que ela é responsável por ativar genes (como o GrowthArrest DNA DamageInducille - GADD-45) que corrige as alterações do DNA. Após o reparo, o fator p53 é, então, degradado, o que provoca a separação dele do gene 21, deixando de sinalizar o promotor, o que reduz os seus níveis. Assim, o complexo cdk2-ciclina volta à sua atividade, reconduzindo a célula ao ciclo. Controle do Ponto de Verifi cação em G2 No final da telófase, há um aumento da ciclina E que, ligada à CDK2, forma o fator promotor da fase S (FPS), sendo ativo apenas nos cromossomos antes de se replicarem. Esses possuem um complexo conhecido como pré-replicativo, o aumento do FPS faz a abertura das origens de replicação, inicializando os fatores de síntese de DNA e retirando o complexo pré-replicativo. Depois de ser iniciada a fase S, o promotor dessa fase não é mais necessário. Como supracitado, a fase G2 é outro período no qual ocorre a verificação da integridadedo material genético. Para ocorrer transição da fase G2 para a Mitose e é necessária a formação do complexo entre CDK1-ciclinaB, denominado Fator de Promoção da Mitose (MPF). 15 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular O Ponto de Controle Metáfase – Anáfase O Complexo Promotor da Anáfase (APC) é um fator determinante tanto para o ciclo mitóticotanto, quanto para o ciclo meiótico. Esse fator funciona como um marcador para a proteólise. Assim, no final da metáfase, quando todas as cromátides estão orientadas para seus específicos polos, formando a placa equatorial, o APC entra em ação, complexando- se a um de seus cofatores de união ao seu substrato, destruindo a proteína que impede a separação entre as cromátides irmãs e dando início à Anáfase. Nesse ponto de controle, ocorre a verificação dos fusos mitóticos, se todos estiverem ligados aos cromossomos. Se for detectada a existência de cinetócoros não ligados, um sinal negativo é enviado ao sistema de controle, que bloqueia imediatamente a ativação das proteínas que fazem parte do processo de separação das cromátides irmãs, inativando, especificamente, o complexo APC-CDC20, que inibe a separação das cromátides irmãs, enquanto o sinal estiver sendo enviado. Meiose Esse processo de divisão celular é caracterizado por ocorrer redução no número de cromossomos pela metade e, por isso, pode ser chamada de divisão reducional. Assim, as células filhas, serão haploides (n), isto é, possuem a metade dos cromossomos que a célula mãe apresenta. Esse fenômeno ocorre quando a célula faz duas divisões celulares sucessivas, não ocorrendo interfase entre elas, ou seja, não ocorre duplicação do DNA. Essas divisões sucessivas recebem o nome de mitose I e mitose II. Esse processo é fundamental para a produção de gametas nos animais ou nos organismos que apresentam um ciclo de vida diplonte (diplobionte). Sendo a meiose duas mitoses subsequentes, as fases que compõem cada uma delas são as mesmas da mitose; porém, com eventos próprios em cada uma delas Mitose I É nessa fase que ocorre a diminuição no número de cromossomos e, por isso, é chamada de fase reducional. Como veremos a seguir, é nela que os cromossomos homólogos são separados, o que possibilita a troca entre os cromossomos homólogos, aumentando ainda mais a variabilidade genética. Prófase I Assim como na mitose, na prófase I ocorre preparação para a divisão, a carioteca se desfaz, os centrossomos migram para os polos celulares, ocorre a polimerização dos fusos mitóticos e se inicia o processo de condensação da cromatina. 16 17 Ainda na prófase I, ocorre o processamento de pareamento dos cromossomos homólogos que se atraem. Esse emparelhamento dos cromossomos possibilita uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas. Essa troca é conhecida como permuta ou crossing over. Essa fase pode ser subdividida em 5 subetapas, apresentando cromossomos em estruturas diferentes: » Leptóteno: nessa etapa, inicia-se a compactação dos cromossomos; o leptéteno se inicia com as cromátides totalmente duplicadas, apresentando duas cromátides irmãs totalmente formadas; » Zigóteno: nessa fase, ocorre o pareamento cromossômico, denominado, também, sinapse cromossômica, posicionando os cromossomos homólogos lado a lado; » Paquíteno: aqui, os cromossomos se apresentam mais condensados e totalmente emparelhados. Essa dupla de cromossomos homólogos recebe o nome de bivalente ou de tétrades. É nessa fase que ocorre fragmentação das cromátides irmãs, havendo troca desses fragmentos. A esse processo damos o nome de permuta ou crossing over, já que estão ocorrendo trocas de DNA entre essas cromátides. Nesse processo, ocorre um aumento significativo da variabilidade genética, pois os cromossomos que cada gameta recebe é que se torna diferente daquele cromossomo original da célula mãe; » Diplóteno: nessa fase, inicia-se a separação dos homólogos; é possível observar, nessa etapa, os quiasmas, originários do cruzamento das cromátides dos cromossomos homólogos que permanecem cruzadas, evidenciando os pontos nos quais ocorreu a permutação; » Diacinese: nessa fase, a célula está se preparando para a Metáfase I. Aqui, os cromossomos homólogos permanecem com os quiasmas, mas continuam com sua movimentação para a separação. Figura 8 17 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular Metáfase I Assim como na metáfase da mitose, os cromossomos homólogos são direcionados para a região equatorial da célula pelos microtúbulos das fibras polares, por meio da diminuição do tamanho dos fusos mitóticos presos, de um lado, aos centrossomos, cada um em um polo celular, e de outro, aos seus cinetocromos, formando a placa equatorial ou placa metafásica; porém, nessa fase, diferenciando-se da metáfase, os cromossomos homólogos estão unidos pelas seus quiasmas. Anáfase I Na anáfase I, cada cromossomo homólogo do mesmo par é puxado pelo seu fuso mitótico para os polos celulares, com suas duas cromátides irmãs, fato esse que difere da anáfase; os quiasmas desaparecem. Telófase I Como na telófase, na telófase I, os cromossomos estão posicionados nos polos celulares, cada qual com seu cromossomo homólogo do par, a carioteca se refaz, mas agora, cada um dos núcleos que aparece contém a metade do número cromossômico da célula mãe; porém, cada cromossomo continua com suas duas cromátides irmãs, os fusos mitóticos se desfazem e os cromossomos se descondensam. Como na mitose, em seguida da telófase I, ocorre a citocinese e a célula dá origem a duas novas células filhas, só que agora a duas células haploides (n). Mitose II Na Mitose I da meiose, ocorre a redução no número de cromossomos de 2n para n, porém, a quantidade e material genético continuam os mesmos que no início da mitose I; isso por que cada cromossomo continua constituído pelas duas cromátides irmãs. O que vemos agora na mitose II da meiose é uma redução da quantidade de material genético presente no núcleo da célula originada nesse processo. A mitose II da meiose apresenta as mesmas 4 etapas que as demais mitoses. Prófase II Nesta etapa, as células resultantes da Mitose I entram concomitantemente na prófase II, os cromossomos constituídos por duas cromátides voltam a se condensar, sem que haja uma interfase e, consequentemente, sem que haja uma duplicação da quantidade de material genético entre a mitose I e a mitose II, todas as características, a partir daí, assemelham-se à mitose, com a migração dos centrossomos, polimerização dos fusos mitóticos e dissolução da carioteca. 18 19 Metáfase II Os cromossomos se encontram ligados aos fusos mitóticos dos centrossomos por meio de seu cinetócoro, com a diminuição dos microtúbulos dos fusos mitóticos, os cromossomos são levados a região central da célula formando a placa equatorial. Anáfase II Os fusos mitóticos continuam a tencionar e puxam as cromátides irmãs uma para cada polo celular. Telófase II Essa que é a última fase no processo de mitose, tem início com a chegada das cromátides irmãs aos polos celulares, ocorre o descondensamento dos cromossomos, a dissolução dos fusos mitóticos e a reorganização da carioteca. Com a formação de novos núcleos, não somente com a metade da quantidade de material genético da célula mãe. Logo a seguir, ocorre a citocinese. No Gráfico a seguir, podemos observar a quantidade de DNA presente nas células a cada etapa da meiose: Intérfase 4c 2c c 2n G1 S G2 PI MI TI AI PII MII AII TII Meiose I Intercinese Qu an tid ad e d e D NA Tempo Meiose II n n Figura 9 19 UNIDADE Ciclo Celular e Divisão Celular - Sinalização Celular Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Já pensou em aprender Mitose assim? https://youtu.be/gV4wytyyqKU Meiose e a continuação da vida https://youtu.be/rUsVQoyOMBU Meiose: Crossing over e variabilidade genética. Animação 3D https://youtu.be/rFCdh-Xpb9cMeiose e a continuação da vida https://youtu.be/GxgTwqCxiFI 20 21 Referências CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica básica. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. STRYER, L. Bioquímica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1996. p.419-36. 21
Compartilhar